Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Endocrinologia - CM II DIABETOLOGIA Conceito Diabetes Mellitus ● Se caracteriza por hiperglicemia crônica→ incapacidade do meu corpo de manter a glicemia normal. ➔ Obs. 1: Uma glicemia alta não é diabetes porque não é crônica ➔ Obs. 2: Chamar pacientes de pessoas com diabetes e não de diabético. ● O Círculo azul é de propriedade da ONU e ele quer dizer a união na busca de soluções em busca do diabetes, e que não tem “cura”, mas passível de remissão. 14/11 é o dia mundial do diabetes. ● Valores limites: ➔ Glicemia em jejum: 99 mg/dL (em qualquer idade) ➔ Glicemia até 2h após alimentação ou no teste de tolerância à glicose: < 140 mg/dL *teste oral de tolerância à glicose: após ingestão de 75g de glicose via oral diluída em água ➔ Hb glicada: <5,7% Prevalência ● Aumenta com a idade e com menor escolaridade ● Acomete 14% das gestantes (mundial) ● DM gestacional é diferente de DM prévio + gestação ⇒ Há diferença e as implicações médicas são diferentes Classificação: 1. DM tipo 1: Deficiência da secreção de insulina com origem autoimune ou idiopática - destruição de células beta - 10% dos casos 2. DM tipo 2: Combinação da deficiência de secreção e ação da insulina combinada com resistência à insulina - 90% dos casos 3. DM gestacional: Hiperglicemia diagnosticada durante a gestação sem critérios para DM prévio. Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) ● Deficiência na secreção de insulina → Doença autoimune, poligênica que leva a destruição das células beta pancreáticas ● Apresentação abrupta → cetoacidose diabética a primeira manifestação clínica em 1/3 dos casos ⇒ Insulinoterapia plena desde o início é necessário! ● Ocorre mais em: crianças, adolescentes e adultos jovens (LADA) Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) ● Podem esgotar a capacidade de ligação da insulina → Pode precisar de insulinoterapia, apenas em fases avançadas ● Relacionada a obesidade e envelhecimento, há aumento em crianças e adolescentes por conta dos hábitos de vida, sedentarismo, aumento da obesidade ● Múltiplos aspectos fisiopatológicos ● Apresentam outras manifestações que NÃO apenas resistência à insulina: acantose nigricans, triglicerídeo alto, síndrome metabólica Endocrinologia - CM II Octeto de defronte: NÃO ocorre na DM tipo 1 RESISTÊNCIA INSULÍNICA ● No fígado se manifesta aumentando a produção hepática de glicose → Hiperglicemia de jejum⇒ Tratamento: metformina ● No músculo há diminuição de captação muscular de glicose → Hiperglicemia pós-prandial ⇒ Tratamento: exercício físico/ glitazonas ● HOMA IR → exame que avalia glicose e a resistência insulínica → do ponto de vista clínico não há indicação de solicitar esse exame, só usa em estudos clínicos, a fim de documentação Mecanismos moleculares da RI ● VIA METABÓLICA: No indivíduo normal, a insulina ao se ligar na subunidade alfa do receptor desencadeia uma transfosforilação da subunidade beta em resíduos de tirosina. O receptor torna-se ativo e é capaz de fosforilar outros mediadores celulares como o IRS1 e 2,esses por sua vez, tem função de ativar outros mediadores que são responsáveis por: captação de glicose, captação de aminoácidos, síntese de glicogênio e lipogênese. Na RI a insulina se liga no receptor, na subunidade alfa, a subunidade beta se transfosforila em receptores de serina e não de tirosina (como no normal). A serina atrapalha a via metabólica e diminui os efeitos metabólicos da insulina. ● VIA PROLIFERATIVA: A insulina ao se ligar no subunidade alfa do receptor, fosforila a sub beta em tirosina, a tirosina por sua vez tem como função inativa o MAP kinase, o MAP kinase ativa a inflamação, a proliferação e crescimento celular e aterosclerose. Então a insulina impede esses mecanismos. No individuo com RI, a subunidade beta se fosforila em serina e a serina não tem capacidade de desligar a MAP kinase, deixando ela ativar a inflamação, proliferação celular e aterosclerose. Endocrinologia - CM II ● CONCLUSÃO: A resistência insulínica leva a diminuição da via metabólica (aumento da glicose e aumento dos lipídeos) e aumento da via proliferativa (estado pró-inflamatório e pró-trombótico → risco cardiovascular) SECREÇÃO DE INSULINA ● A secreção de insulina pelas células beta é pulsátil, bifásica, tem retorno rápido ao basal, elevação rápida e precoce, bloqueia a glicogênese hepática. ● No indivíduo diabético você perde essas características, têm menor frequência de picos e o pico é retardado → isso gera um impacto na glicemia ⇒ Tratamento: secretagogos de insluina (a própria insulina, sulfanoreais e glinidas) ● A perda de células beta é progressivo, inexorável e independente da terapia que se institua. ● Menor número de células beta, mas não total, sobram algumas que mantém uma secreção mínima de insulina. As células morrem por geração de radicais livres (porque a obesidade e o sedentarismo produzem estresse e geram morte de células beta), a glicotoxicidade gera a célula beta atrófica, disfuncional. Sintomas clássicos de DM ● POLIÚRIA (urinar com frequência) E POLIDIPSIA (sede exagerada): Ocorre quando há glicosúria (quando a glicemia está acima de 160-180 esgota-se a capacidade renal de filtração e a glicose passa a ser eliminada na urina) Como a glicose é um soluto osmótico, ela leva água junto, o que leva a poliúria e a polidipsia *Lembrar que grávida sempre tem glicosúria, independente do valor da glicemia. ● POLIFAGIA (fome exagerada): Como a glicose não consegue entrar dentro da célula gera fome no indivíduo, são sintomas clássicos de DM descompensada. ● PELE SECA: ocorre pela desidratação. ● CANSAÇO: ocorre porque não está tendo substrato para as células → As células pensam que não tem glicose circulante e começam a levar substratos de outros tecidos → degrada gordura (gera corpos cetônicos = cetonemia e o que controla a cetonemia durante a noite normalmente é a insulinemia no indivíduo sem doença) → esses corpos cetônicos por si só geram cansaço ● SONO E NÁUSEAS: por corpos cetônicos. Náuseas também por perda de líquido das serosas. Diagnóstico de DM Exames: ● Glicemia em jejum: sangue periférico com jejum de 8h → alimentação do dia anterior não interfere, porque para a glicemia subir acima de 100 mg/dl significa que 50% da massa beta foi destruída Endocrinologia - CM II ● TOTG: glicemia de jejum, depois ingestão de 75g de glicose dissolvida em água e coletamos sangue periférico após 2h. *NUNCA pedir quando o paciente já tiver diagnóstico de DM, ele é pedido apenas para diagnóstico e NÃO para acompanhamento ● Hemoglobina glicada (HbA1c): reflete níveis glicêmicos dos últimos 3-4 meses → É uma medida indireta de glicemia. Sofre interferências de: anemias, hemoglobinopatias e uremia = nestes casos medir a dosagem de glicose de maneira direta. Critérios: ● Sintomas clássicos de hiperglicemia (poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso) + glicemia ao acaso > 200 mg/dL = CONFIRMA DIAGNÓSTICO ● Pelo menos dois dos seguintes critérios = CONFIRMA DIAGNÓSTICO ➔ Glicemia de jejum > 126 mg/dL ➔ Glicemia 2h após TOTG > 200 mg/dL ➔ Hb glicada > 6,4% ➔ SE HOUVER SINTOMAS 1 TESTE BASTA ● Deve ser considerado estabelecer o diagnóstico de DM na presença de glicemia de jejum > 126 e hB > 6,5% ● Repetir algum exame mencionado em algum deles ser alterado mais de uma vez (toda vez que o paciente NÃO tiver sintomas, mas vir algum exame alterado devemos repetir o exame) = CONFIRMA O DIAGNÓSTICO ● Diagnóstico de pré diabetes (não está sujeita às complicações clássicas de DM mas está sujeita a desenvolver DM) ⇒ Pelo menos um dos exames nos valores alterados para pré DM (glicemia de jejum, TOTG, Hb glicada) Critérios para rastreamento de DM: ● As indicações de rastreamento precoce são: ➔ TODOS COM MAIS DE 45 ANOS ➔ ANTES DOS 45 ANOS SE HOUVER SINTOMAS OU RISCO ➔ Intervalos de no mínimo 3 anos ➔ Intervalos mais curtos podem ser considerados quando há ganho de peso acelerado ou mudança nos fatores de risco. Endocrinologia - CM II DM gestacional ● É uma condição em que a placenta produz hormônios hiperglicemiantes e enzimas que degradama insulina = leva a um aumento compensatório na produção de insulina + resistência à insulina → Isso pode levar a evoluir para disfunção de células beta ● Pode ser transitório ou persistir após o parto → É um importante fator de risco para desenvolver DM2 no futuro *Idade materna avançada: > 25 anos *crescimento fetal excessivo: houve uma hiperinsulinemia durante a gestação Critérios diagnósticos ● Fazer exames para rastreio de DM na primeira consulta pré natal (primeiro trimestre de gestação): se confirmado DM aqui, a pessoa é considerada com DM pré existente. No primeiro trimestre da gravidez se já houver Hb glicada alta a DM é previa ❖ Após verificar a existência de DM prévio, a mulher recebe diagnóstico de DMG quando um dos exames a seguir encontram-se alterados (glicemia em jejum e TOTG): aqui os valores mudam: ➔ Glicemia em jejum ≥ 92 mg/dL ➔ Glicemia 1h após sobrecarga ≥ 180 mg/dL ➔ Glicemia 2h após sobrecarga ≥ 153 mg/dL Endocrinologia - CM II Controle da hiperglicemia 1. Hemoglobina Glicada ● Hemoglobina capta glicose de forma irreversível por 3 meses (até Hb ser destruída) → A glicação normal é até 5,6% de todas as hemoglobinas. ● É proporcional a média glicêmica dos últimos 3 meses → Um bom parâmetro para controle glicêmico. ● NÃO mede variabilidade glicêmica e não fornece dados de hipoglicemia → é um dos parâmetros para controle, mas não deve ser usado isoladamente ● Metas glicêmica para pacientes com DM: ● Metas de glicemia para grávidas: *decorar só o ADA 2. Glicosímetro (Auto-monitorização diária da glicemia capilar) ● Quanto mais medir, melhor o controle ● OBS: Gtec, injex, glucoleader são ruins ● A frequência das medidas de glicemia depende do objetivo desejado, do controle emocional, da condição socioeconômica e das insulinas utilizadas ● Um bom controle de um paciente com DM1 ou DM2 totalmente insulinizado depende de uma alta frequência de medidas, entre 4-6 vezes por dia ● A frequência da monitorização está associada à melhora da HbA1c ● Furar na ponta dos dedos, na lateral. Não furar o indicador e o polegar. 3. Tempo no alvo (time in range) ● Reflete a porcentagem de leituras do aparelho que permaneceram dentro do intervalo de glicemia. ● O intervalo-alvo de glicemia proposto é de 70 a 180 mg/dl, pois reflete que 70% das leituras estão nessa faixa, correlacionando com uma HbA1c em torno de 7%. Endocrinologia - CM II 4. Monitorização contínua da Glicose ● Estima a quantidade de glicose no líquido intersticial por sensores subcutâneos; indica tendências de hipo e hiperglicemia; avalia VGS ● Útil para pacientes que apresentam hipoglicemia assintomática ● Bomba Medtronic 640G (requer calibração) e está disponível no Brasil. FreeStyle ● Libre não requer calibração ● Vantagens = informa medida da glicemia a cada 5min, alerta para tendência de glicemia alta ou baixa, conta com alarmes 5. Monitorização de cetonas na urina e sangue ● Monitorização de cetonas sempre que houver hiperglicemia mantidas (> 250 mg/dL) → Não é rotina no Brasil TRATAMENTO DA DM ● Metas para pacientes diagnosticados e em tratamento (ordem hierárquica): 1º) Sem hipoglicemia 2º) Baixa variabilidade glicêmica (< 36%) → é melhor ter glicemia de 180 sempre do que ficar variando muito (ex.: 90, 140, 200). 3º) Alvos específicos para o indivíduo → depende da idade, se for DM na gestação e da habilidade para o tratamento e auto-monitoramento Tratamento do diabetes ● Mudanças de estilo de vida (medidas não-medicamentosas) ➔ Alimentação saudável ➔ Abolição do cigarro ➔ Atividade física regular → aquela que o paciente tiver condição de fazer sem lesão; 150 min por semana ➔ Redução de peso ➔ Açúcar deve ser calculado na DM1 e zerado na DM2 ● Fármacos anti-diabetes/medicamentos hipoglicemiantes ● Insulinoterapia Fármacos para o tratamento do diabetes ● Redutores de resistência à insulina ➔ Metformina ➔ Pioglitazona ● Secretagogos de insulina (fazem o pâncreas liberar mais insulina) ➔ Sulfonilureias ➔ Metiglinidas ● Glicosúricos ➔ iSGLT2 - inibidores da SGLT2 ● Baseados em incretinas ➔ iDPP-4 (aumenta a quantidade de GLP1) ➔ ARGLP-1 (agonistas do GLP1 e não análogos) ● Disabsortivos (atrasam a absorção de glicose) ➔ Inibidores da alfa-glucosidase (acarbose) Endocrinologia - CM II ● Pode ser feito tratamento combinado, mas sempre adiciona um medicamento e nunca se retira o que já está usando ➔ Só substitui medicamento se está tendo efeitos colaterais expressivos ➔ Não pode associar 2 medicamentos de mesma classe e não se substitui uma classe por outra, sempre adiciona Redutores da resistência à insulina METFORMINA ● Todas as pessoas com DM2 devem usar metformina., exceto casos excepcionais ● Medicamento de 1ª escolha → barato e eficiente ● Segundo a diretriz brasileira, em adultos não gestantes com diagnóstico recente de DM2, sem doença cardiovascular ou renal, e sem tratamento prévio, nos quais a HbA1c esteja abaixo de 7,5%, a monoterapia com metformina está RECOMENDADA como terapia inicial para melhorar o controle da glicemia e prevenir desfechos relacionados ao diabetes. ● Ela reduz a resistência à insulina no fígado (aumenta a sensibilidade insulínica hepática) → isso faz com que o fígado não quebre o glicogênio para produzir mais glicose e jogar na circulação. Além disso, aumenta a captação muscular de glicose por ativação da AMPK, ou seja, reduz também a resistência insulínica no músculo. ● Pode ser usado no pré-diabetes e na SOP ● Possui benefícios em comorbidades (câncer, reduz risco CV, tendência à redução de peso - não deve ser usada para tratamento para obesidade). Baixo risco de hipoglicemia (não tem efeito severo na redução da glicemia mas ela tem muito efeito em diminuir complicações) ● Efeitos adversos: Sintomas gastrointestinais (diarreia, náusea, anorexia, gosto metálico), deficiência de vitamina B12 e acidose lática (rara). 8% não toleram metformina - diarreia que não cessa → precisam trocar medicamento ➔ Os níveis de vitamina B12 deverão ser avaliados anualmente após 4 anos de início da metformina em função do risco de deficiência, e repostos, se necessário. ➔ A dose da metformina deverá ser reduzida em 50% quando a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe)estiver entre 30-45 mL/min/1,73 m2 e o tratamento deverá ser interrompido se a TFGe estiver abaixo de 30 mL/min/1,73 m2, devido ao risco de acidose lática ● Contraindicações: Insuficiência respiratória grave, insuficiência cardíaca congestiva (classe IV), doença hepática grave, infecção grave e TFG <30 mL/min/1,73 m2 ● Preferencialmente em preparação de liberação lenta ⇒ Glifage XR (XR = extended release → toma uma dose e se distribui igualmente em 24 horas). De preferência antes do jantar. ● Dose recomendada 2g dia → Glifage XR - 500mg disponibilizado de graça em todas farmácias populares PIOGLITAZONA ● Única tiazolidinediona no mercado ● Mecanismo de ação: Reduz a resistência à insulina hepática, muscular e no tecido adiposo. Agonista do PPAR-gama → atua no DNA e altera a síntese proteica, portanto, demora 15 dias para funcionar ● Contraindicação relativa: ICC (pode fazer retenção de líquido), osteoporose (ela reduz a massa óssea como efeito colateral) ● Custo acessível. 60 a 80,00 mês Endocrinologia - CM II ● Pode ser usado no pré-diabetes → mais efetivo para tirar do pré-diabetes e colocar no diabetes. Mais efetiva que a metformina e menos que as MEV. ● Benefícios em comorbidades (esteato-hepatite não alcoólica – NASH) ● Baixo risco de hipoglicemia ● Tendência a ganho de peso – 1,5 a 2,0 kg⇒ Como reduz a insulina se tende a ganho de peso? A pioglitazona dá ganho de peso em tecido adiposo marrom (tecido adiposo bom) → redistribui a gordura corporal ● Pode ser usado em qualquer horário do dia, porém deve ser sempre no mesmo horário Secretagogos de Insulina SULFONILUREIAS ● Glibenclamida, Gliclazida, Glimepirida ● Potente redutor de glicemia (mais potente, mas não o melhor) ● Mecanismo de ação: estimula a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas, por meio da ligaçãono receptor SUR-1 (aumenta influxo de Ca → aumenta liberação de insulina) ⇒ Muito importante porque é potente em reduzir a glicemia ● Depende do aumento de secreção de insulina endógena ● Disponível em preparação de liberação lenta → para doenças metabólicas é muito preferível ⇒ Gliclazida NL ● Como aumenta a secreção endógena de insulina, deve ser feito antes da refeição ● Efeitos adversos: hipoglicemia e ganho de peso ● Contraindicação: idade muito avançada, insuficiência hepática, doente renal grave, gestação, DM com deficiência grave de insulina ● Secretagogos estimulam o pâncreas a secretar a insulina que já está produzida ● Não são interessantes a longo prazo METILGLINIDA ● Repaglinida e Nateglinida ● Mecanismo de ação: Ligação ao receptor SUR na célula beta e provoca despolarização, levando à liberação de insulina → Aumento de secreção de insulina endógena ● Contraindicados em idade muito avançado ● Tendência a ganho de peso ● Antes da refeição, se houver refeição. Se não fosse comer, não toma. A sulfonilureias toma se tivesse refeição ou não ● Custo elevado ● Alto risco de hipoglicemia ● Está em desuso Glicosúricos INIBIDORES DA SGLT2 ● Dapagliflozina, Empagliflozina, Canagliflozina ● Mecanismo de ação: Inibe a absorção de glicose e sódio no túbulo proximal por meio da inibição do receptor SGLT2 (inibe a recaptação de glicose pelo rim), levando à glicosúria e à natriurese. ● Redução estimada da glicemia de jejum: 30 mg/dL e HbA1C: 0,5%-1,0% ● Indicações extra-glicêmicas (ICC): glicose leva água junto → se for para um paciente no limiar da ICC, vai ser benéfico ● Custo elevado Endocrinologia - CM II ● Benefícios em comorbidades (ICC, risco CV, tendência a redução de peso (é imprevisível quanto que se perde, mas já se sabe que pessoas com origem oriental e mulheres tendem a perder mais peso, diminui mortalidade) ● Pode causar em pacientes ITU e candidíase: porque candidíase gosta de meio úmido e açúcar. Se houver ITU de repetição retirar o medicamento. ● Contraindicado em pacientes tendendo a cetose → porque entra em cetoacidose com glicemia normal, por deficiência de insulina com glicemias “baixas” (130,170) ⇒ Não usar em DM1 - tendência a cetoacidose euglicêmica Baseados em incretinas INIBIDOR DA ALFA-GLUCOSIDASE ● Acarbose → VO, custo mediano, alta incidência de efeitos colaterais, reduz o pico glicêmico pós-prandial, baixíssimo risco de hipoglicemia ● Inibidor da alfa glicosidase (enzima presente na borda em escova do TGI) levando ao retardo da absorção de carboidratos. ● Efeito adverso: Sintomas Gastro-intestinais: flatulência, meteorismo, diarreia. ● Contraindicações: Doença inflamatória intestinal, Doença intestinal associada a má absorção e DRC grave INIBIDORES DA DPP-IV ● Saxagliptina, vildagliptina, entre outros ● Aumento do nível do GLP-1 (peptídeo semelhante a glucagon 1), com aumento de síntese e secreção de insulina, além de redução do glucagon ● Baixa potência hipoglicemiante → não são grandes redutores ● Custo elevado ● Segurança CV e em idosos ● Efeitos colaterais: gastrointestinais pouco frequentes ● Baixo risco de hipoglicemia ● Baixo risco de pancreatite AGONISTAS DO RECEPTORES DE GLP-1 ● Liraglutida, Dulaglutida ● Mecanismo de ação: Aumenta a secreção de insulina dependente de glicose, reduz secreção de glucagon, retarda o esvaziamento gástrico e aumenta a saciedade ● Injetáveis para uso diário ou semanal ● Benefícios em comorbidades (diminuem peso, risco CV) ● Custo muito elevado ● Alta incidência de efeitos colaterais gastro-intestinais (quase 80%) Octeto de defronte ● Se o paciente faz muita lipólise que libera TG ⇒ pioglitazona ● Se tem diminuição de efeito incretina⇒ Usa a metformina e iddp4 ou ARglp1 (nunca iddp4 e glp-1 JUNTOS) ● Se tem diminuição da secreção de insulina⇒ sulfa, quando não tem mais potencial ⇒ insulina ● Diminuição da captação de glicose pelo fígado ⇒ metformina, tzd e insulina ● Diminuição de neurotransmissor ⇒ glp-1 ● Se aumento de produção hepática de glicose⇒ metformina, insulina, tzd, incretina (os dois) ● Se aumento de glucagon ⇒ idpp-4 e glp-1 Endocrinologia - CM II ● Aumento da reabsorção de glicose ⇒ ISGLT-2 CASOS ESPECIAIS: ● Doença aterosclerótica: Já começa com terapia dupla, com algum medicamento que protege risco CV ⇒ Metformina + incretina ou inibidor de SGLT2, se HbA1c acima da média fazer terapia tripla com esses medicamentos. ● ICC: Terapia dupla metformina + ISGLT-2 porque ele tem efeito na ICC, se HbA1c acima da média associar ARGLP-1 ● Doença renal crônica: Metformina + iSGLT2, se HbA1c acima da média associar ARGLP-1 Insulinoterapia e tratamento DM1 Insulina ● Ilhotas de Langerhanz → unidade secretora de insulina (hormônio endócrino) ● Existe receptor de insulina em todas as células, exceto hemácias e células do sistema nervoso (para que a glicose, seu principal substrato, possa entrar livremente) ● As demais células necessitam do receptor de insulina para internalizar as moléculas de glicose ● O problema da DM1 aparece após a destruição de pelos 80% da massa das ilhotas Metas glicêmicas ● Em jejum a meta é glicemia de 80-130 mg/dL ● 2h pós-prandial é ideal que esteja menor que 180 mg/dL ● Hemoglobina glicada deve estar < 7%, idealmente menor que 6,5% Insulinoterapia ● Nunca paramos de produzir insulina Endocrinologia - CM II ● Em jejum há uma secreção basal para manter a glicemia. Quando comemos há secreção rápida de insulina → um tiro de insulina (fase de secreção rápida e depois uma fase prolongada que depende do alimento). Depois da digestão do alimento entra em secreção basal ● Quando faz terapia com insulina deve fazer de acordo com o perfil normal de secreção de insulina ⇒ INSULINA DE BASE (para manter a glicemia em períodos não alimentares + INSULINA RÁPIDA (para manter a glicemia em períodos alimentares) ⇒ Sistema de infusão de insulina ● Pode ser parcial ⇒ cobrir uma parte do tratamento com medicamentos e uma parte com insulina Basal (uma insulina que cobre o dia todo). ➔ Bed time (apenas durante a noite): coloca uma insulina de duração mais longa para cobrir durante a noite para o fígado não fazer gliconeogênese e para a glicemia de jejum não amanhecer alta. ● Total ou plena ⇒ em 100% dos DM1 ou pancreatectomizados →usa apenas o modo Basal-Bolus ➔ BASAL⇒ Função de evitar a lipólise e liberação hepática de glicose no período inter alimentar. Recomenda-se que a dose basal diária varie de 30-50% da dose total, para tentar mimetizar a secreção endógena. O restante da dose diária deve ser feita em forma de bolus (correção e refeição) ➔ BOLUS ⇒ BOLUS DE CORREÇÃO = quantidade de insulina rápida ou análogo ultrarrápido para alcançar a glicemia na meta desejada. Dose de insulina necessária para corrigir hiperglicemia no período pré e pós-prandial, ou no período interalimentar e BOLUS DE REFEIÇÃO = quantidade de insulina para metabolizar X grandes de carboidratos. Endocrinologia - CM II ● NPH: usamos no Brasil Porque é o que tem no SUS,se o paciente puder pagar usar outra → A NPH deve ser homogeneizada (não é ser agitado, deve abalançar lentamente por no mínimo 10 vezes, em que estar com aspeto de leite. ● Glargina (Lamtus, Basaglar) → primeira insulina sem pico, muito útil, superior a NPH. Precisa de horário exato todos os dias, pode usar após 2 anos de idade. ● Degludeca → pode ser dado em qualquer horário do dia, se distribui uniformemente. Pode ser usada a partir de 1 ano de idade 10 de 18 ● Gestação a melhor é a detemir → ligada a albumina e tem uma distribuição diferente ● Asparte (fast-aspart é a melhor insulina para bolus no mercado) = insulina deação ultrarrápida. Antes (15 minutos) das principais refeições ou logo após o termino delas. Métodos de aplicação ● Aplicação em caneta: pode ser aplicado com ou sem prega de pele, deve ser feita em 90º (não pode ser angulada). Após apertar o botão da caneta, esperar 6 segundos antes de tirar. Endocrinologia - CM II ➔ Para pacientes que necessitam doses muito baixas de insulina ou deajustes finos (especialmente crianças), deve-se preferir as canetas que apresentam graduação de 0,5U. ● Aplicação em seringa: 90º ou 45º e deve fazer prega de pele. Agulhas devem ter descarte (porque pode causar Lipodistrofia, para isso troca as seringas) ➔ Para pacientes que utilizam doses baixas de insulina e necessitam de ajustes mais precisos, deve-se preferir o uso de seringas de 30 U ou 50 U, que são graduadas em 0,5U ou 1U e permitem maior precisão. ● É recomendado aplicar insulina no tecido subcutâneo com agulhas curtas (4, 5 e 6 mm de comprimento) para reduzir o risco de injeção intramuscular, especialmente em crianças. ● Para a prega, não espremer a pele, só dar uma leve apertada. ● Locais de aplicação: Qualquer lugar que tenha gordura é bom pra aplicar insulina. Nunca na face interna dos membros e da coxa → pq tem grandes vasos e pode dar hipoglicemia rápido. Aplicação de insulina jamais do cotovelo para baixo, e do joelho para baixo. Melhor região para aplicar é o abdome. ● Insulina em bomba: o local depende de acordo com o indivíduo. O que a bomba faz? Ela programa um perfil basal adequado. O perfil de insulina de uma pessoa para outra muda muito de um indivíduo para outro! Recomendações ● Tem que aspirar ar com a seringa e jogar ar dentro do frasco e só depois aspirar –. manter pressão constante para o frasco não estourar ● Todas as insulinas devem estar na temperatura abaixo de 30ºC, porém não pode congelar também. Manter na geladeira CÁLCULO DAS DOSES DO BOLUS DE INSULINA Bolus alimentar ● Relação insulina/carboidrato = 1U insulina cobre X gramas CHO ● Relação insulina:carboidrato é 400 ou 500 dividido pela TDD (dose total diária de insulina) → relação para iniciar o tratamento basal-bolus ● Depois faz as gramas de carboidrato ingeridas/relação insulina:carboidrato = Unidades de insulina no bolus alimentar Bolus de correção ● Fator de sensibilidade ou fator de correção → quantos mg/dl caem na glicemia com 1U de insulina ● Fator de sensibilidade = 1500/TDD ● Correção: (Glicemia atual - glicemia alvo)/fator de sensibilidade = unidades de insulina no bolus de correção INSULINIZAÇÃO INICIAL - NÃO ESPECIALISTA ● Paciente DM1 → manter pessoa viva, sem cetoacidose, sem hipoglicemia de morte, até chegar num especialista ● Paciente DM2 → tratar enquanto estiver atingindo meta, quando não estiver mais encaminhar para o especialista ● TDD (dose total diária) → 0,2 a 0,5 x PESO ● Descobriu a TDD → Faz 50% BASAL e 50% BOLUS (Alimentar + correção) ● Esses 50% de alimentar deve ser dividido entre as refeições principais. Ex.: se o paciente faz 3 refeições principais por dia faz esses 50% dividido por 3. Endocrinologia - CM II ● Somar com o bolus de correção (adicionar ao bolus alimentar e aplicar tudo de uma vez) ● No geral, no adulto é 1U para 15g de carboidrato. EXEMPLO: ● Paciente com 120 kg e 150 de glicemia pré prandial ● INSULINA BASAL: ➔ 0,2-0,5 (depende do porte físico da pessoa) x 120 = 60 unidades de insulina total do dia ⇒ como eu tenho que dividir metade de basal e metade de bolus = 30U de basal e 30 U de bolus ● BOLUS: ➔ Bolus alimentar: se o paciente faz 3 refeições diárias principais, basta dividir a quantidade de insulina por 3 = 10U café da manhã, 10U do almoço e 10U da janta ➔ Bolus de correção: glicemia atual - glicemia alvo/ fator de sensibilidade ➢ FS: 1500/TDD = 1500/60 = 25 ➢ Bolus de correção 150 (glicemia do paciente) - glicemia alvo (aqui por ex.usar 100) = 2U ➢ Então nessa refeição o paciente tem que aplicar 10U + 2U de correção = 12U de insulina
Compartilhar