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TCC de História - A HISTÓRIA DO POVO VÊNETO atualizado em 22jul2015

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UNAR 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS 
“DR. EDMUNDO ULSON” 
 
Licenciatura em História 
 
 
 
A HISTÓRIA DO POVO 
VÊNETO 
Benedito Marcos Bigoto 
 
(Edição revisada) 
Última revisão 22/07/2015 
 
 
 
Araras-SP 
2014 
 
 
 
UNAR 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS 
“DR. EDMUNDO ULSON” 
 
Licenciatura em História 
 
 
A HISTÓRIA DO POVO 
VÊNETO 
Benedito Marcos Bigoto 
 
Orientador: Professor Me. Sebastião Donizete Bazon 
 
 Monografia apresentada como exigência parcial, 
 para conclusão do Curso de Licenciatura em 
 História, da UNAR – Centro Universitário de 
 Araras “Dr. Edmundo Ulson”. 
 
 
Araras-SP 
2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parecer dos avaliadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho de conclusão de 
curso aos meus pais, familiares e a minha 
esposa que me incentivou desde o primeiro 
momento para que fosse possível a 
concretização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a todas as pessoas do meu convívio que acreditaram e contribuíram, 
mesmo que indiretamente, para a conclusão deste curso. 
A minha esposa Ângela Forti, por ter sentido junto comigo, todas as angústias 
e felicidades, acompanhando cada passo de perto. Pelo amor, amizade, e apoio 
depositados, além da companhia por todos esses anos, melhor convívio, não 
poderia encontrar. 
Aos meus pais, João Bigotto e Maria Camargo Bigotto e todos meus parentes, 
próximos e distantes, do Brasil e do Vêneto que contribuíram com informações vitais 
e dados precisos para a elaboração da Árvore Genealógica familiar. 
Ao UNAR, Centro Universitário de Araras “Dr. Edmundo Ulson”, ao corpo 
docente, professores e tutores que me acompanharam e tiraram minhas dúvidas 
durante o período que se estendeu o curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Pátria est ubicumque bene est" 
A Pátria é todo o lugar onde se passa bem. 
Marco Pacúvio (220-182 a.C.) 
 
 
 
 
Resumo 
A emigração veneta para o Continente Americano iniciada no final do século 
XIX é resultado de três importantes precedentes históricos que ocorreram na 
Europa: As Guerras Napoleônicas, a industrialização e a Unificação da Itália. 
Após a derrota da França que culminou na queda de Napoleão Bonaparte, 
representantes das potências europeias reuniram-se em Viena para remodelar o 
mapa político da Europa com o objetivo de restaurar o absolutismo anterior à 
Revolução Francesa. Os principais líderes da Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria 
dividiram o continente conforme os seus próprios interesses e propósitos, separando 
povos, etnias, culturas e impondo-lhes rigorosas e austeras leis. 
A República de Veneza, conhecida como Sereníssima foi uma grande 
potência mercantil na Idade Média e experimentou a decadência no final do século 
XVIII, consequência da expansão marítima dos países europeus do ocidente após a 
queda de Constantinopla no século XV, perdendo consequentemente sua autonomia 
política para França, Áustria e Itália. 
Paralelo aos movimentos nacionalistas do século XIX que se espalhavam por 
toda a Europa através das revoluções liberais, o rei do Piemonte-Sardenha, 
patrocinado por Napoleão III da França e pela burguesia industrial, aderiu ao ideal 
de unificação da península itálica declarando guerra a Áustria que também 
atravessa uma crise política com sua rival Prússia dentro da Confederação 
Germânica. Esses fatores contribuíram para a vitória da Itália contra o Império 
Austro-Húngaro e a anexação da Padânia. 
Com a anexação, o Vêneto mergulhou na pior crise de todos os tempos: a 
fome, a miséria e o desemprego, que encabeçavam a lista de problemas internos da 
região, encontraram na propaganda, principalmente do governo brasileiro, uma 
esperança de vida melhor na América, provocando um êxodo em massa. Isso veio 
de encontro ao desejo político do governo italiano que esvaziou o Vêneto, 
desorganizando assim qualquer tentativa de insurreição ou resistência por parte dos 
nacionalistas vênetos. 
 
 
O Reino da Itália tornou-se um ambiente propício para o surgimento de 
políticos corruptos, mafiosos e mais tarde o orgulho ferido na Primeira Guerra 
Mundial resultaria no aparecimento do fascismo, chefiado por Mussolini, onde os 
vênetos mais uma vez seriam oprimidos. 
Os vênetos, povo de origem indo-europeia, que no passado distante deixaram 
o Planalto Iraniano, dominando a Paflagônia, a Europa Central e o Mediterrâneo, 
que se destacaram como província romana e enfrentaram os ataques dos bárbaros, 
agora na maioria eram camponeses que se aglomeravam no cais de Gênova e 
lotavam os vapores que cruzavam o Atlântico cujo destino final era os portos do 
Brasil, Argentina e Estados Unidos. 
Nesse cenário, entre milhares de famílias refugiadas, a Família Bigotto, 
oriunda do Vêneto desembarcou no porto de Santos em 1891. Primeiramente 
Francesco Bigotto, depois seu irmão Luigi, se estabeleceram no interior do Estado 
de São Paulo, onde trabalharam na lavoura cafeeira, vindo mais tarde a espalharam 
por várias cidades da região. Posteriormente, em 1894 e 1911, desembarcaria no 
Brasil outro ramo dos Bigotto. Antonio, filho de Bortolo Bigotto, cujos descendentes 
se espalhariam pela região da Alta Paulista e Norte do Paraná. O mesmo ritual se 
repetiu no Porto de Buenos Aires, na Argentina e no Porto de Nova York, nos 
Estados Unidos. 
O objetivo desse trabalho, além de contar a história do povo vêneto é 
derrubar o mito criado pelos imigrantes e passado através das gerações de que os 
vênetos são italianos. É esclarecer que, na verdade os vênetos já existiam há muitos 
séculos, antes dos italianos e mesmo antes dos romanos. Essa tese verdadeira 
alimenta atualmente o desejo de independência do Vêneto através de seus 
movimentos independentistas que busca sua separação da Itália. 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
A HISTÓRIA DO POVO VÊNETO .............................................................................. 9 
 
CAPÍTULO I: A ORIGEM DO POVO VÊNETO ........................................................ 10 
1. A Origem indo-europeia ..................................................................................... 10 
2. A Paflagônia ...................................................................................................... 11 
3. A língua vêneta antiga ...................................................................................... 13 
4. A religião veneta primitiva .................................................................................. 15 
 
CAPÍTULO II: OS VÊNETOS NA EUROPA ............................................................. 16 
1. Rumo ao Ocidente ............................................................................................. 16 
2. Os vênetos do Báltico ........................................................................................ 17 
3. Os vênetos no sul da Europa ............................................................................. 19 
4. Os vênetos do Adriático ..................................................................................... 20 
5. Os vênetos do Atlântico ..................................................................................... 21 
6. O fim dos vênetos do Báltico e da Europa Central............................................. 22 
7. Os vênetos da Paflagônia e a destruição de Tróia............................................ 23 
8. Fundação e História de Pádova (Patavium) ....................................................... 23 
 
CAPÍTULO III: O IMPÉRIO ROMANO ...................................................................... 26 
1. O Império Romano (200 a.C. – 476 d.C.) .........................................................26 
2. A Queda de Roma e as invasões bárbaras ..................................................... 28 
 
 
 
 
CAPÍTULO IV: A SERENÍSSIMA REPÚBLICA DE VENEZA .................................. 30 
1. O surgimento da República de Veneza ............................................................ 30 
2. A prosperidade de Veneza ................................................................................. 31 
3. As viagens de Marco Polo ................................................................................. 32 
4. O Cristianismo e a Igreja Católica ..................................................................... 32 
5. A Sereníssima República de Veneza ................................................................. 38 
6. A queda de Constantinopla (1453) .................................................................... 39 
7. O Palácio Ducal e os doges ............................................................................... 40 
8. O Hino Nacional de Veneza ............................................................................... 43 
9. A moeda veneziana ........................................................................................... 47 
10. A invasão de Napoleão (1797) ......................................................................... 47 
11. O Reino Napoleônico da Itália (1805-1814) ..................................................... 48 
12. Perasto (1797) ................................................................................................. 49 
13. O Congresso de Viena (1815) ......................................................................... 54 
14. O Reino Lombardo-Veneziano e a República de São Marcos.........................56 
 
CAPÍTULO V: A UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA .............................................................. 58 
1. O Processo de Unificação .................................................................................. 58 
2. A Itália antes da Unificação ................................................................................ 59 
3. As revoluções liberais do século XIX ................................................................. 60 
4. A Batalha de Solferino (1859) e a fundação da Cruz Vermelha ......................... 61 
5. A Proclamação do Reino da Itália ...................................................................... 62 
6. A resistência de Roma ....................................................................................... 62 
7. A Questão Romana ............................................................................................ 63 
8. Aliança Prússia-Itália e a incorporação do Vêneto (1866) ................................. 63 
 
 
9. Consequências da incorporação do Vêneto ...................................................... 65 
 
CAPÍTULO VI: A EMIGRAÇÃO VÊNETA PARA A AMÉRICA ................................ 66 
1. A crise na Europa ............................................................................................... 66 
2. A propaganda do governo brasileiro na Itália ..................................................... 68 
3. O embarque no Porto de Gênova ..................................................................... 69 
4. A viagem de travessia do Atlântico ................................................................... 70 
5. O naufrágio do Principessa Mafalda ................................................................. 72 
6. O desembarque no Brasil .................................................................................. 74 
7. A Hospedaria de Imigrantes de São Paulo ........................................................ 76 
8. O sistema de trabalho no Brasil ......................................................................... 77 
9. As Associações de Socorro Mútuo .................................................................... 78 
 
CAPÍTULO VII: A FAMÍLIA VÊNETA DOS BIGOTTO ............................................. 79 
1. Antonio Bigotto .................................................................................................. 79 
2. Luigi Bigotto ...................................................................................................... 80 
3. Documentos das famílias de Antonio e Luigi Bigotto ......................................... 85 
4. Os descendentes de Bortolo Bigotto ................................................................ 107 
5. Distribuição do Sobrenome Bigotto na península itálica. ................................. 112 
6. Brasão da Família Bigotto ................................................................................ 113 
7. Os Bigotto nos Estados Unidos....................................................................... 114 
8. Os Bigotto na França ....................................................................................... 116 
9. Os Bigotto na Argentina ................................................................................... 117 
10. Árvores genealógicas dos Bigotto no Brasil ................................................... 118 
 
 
 
CAPÍTULO VIII: O VÊNETO CONTEMPORÂNEO ................................................ 148 
1. O Veneto anexado a Itália ................................................................................ 148 
2. O polêmico plebiscito de 1866 ......................................................................... 151 
3. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) .......................................................... 152 
4. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ......................................................... 153 
5. A República Italiana ......................................................................................... 155 
6. O Vêneto atual em números ............................................................................ 158 
7. Os movimentos independentistas .................................................................... 161 
 
Considerações finais ............................................................................................ 163 
Referências Bibliográficas ................................................................................... 164 
 
 
9 
 
 
A HISTÓRIA DO POVO VÊNETO 
O objetivo desse trabalho é mostrar a história do povo vêneto, separando-o da 
Itália, e para que seja possível a localização histórica, cronológica e geográfica 
desse povo, é necessário buscar suas origens há muitos séculos atrás. 
A saga desse povo indo-europeu começa com a emigração da região 
denominada Árias, entre o Planalto Persa até o Rio Indo, para a Chapada do 
Cáucaso, instalando-se na Paflagônia, norte da Anatólia banhada pelo Mar Negro. A 
partir de então os vênetos começam a penetrar na Europa pelo leste, e a partir do 
segundo milênio antes de Cristo já ocupavam as regiões da atual Ucrânia, Polônia, 
Lituânia e Mar Báltico. Depois passaram pela Germânia¹ em direção ao sul, para se 
instalarem no atual Vêneto enquanto outros seguiram para a Armórica² e Britânica³. 
Por volta dos séculos XII a.C. e XIII a.C., com a derrota de Tróia pelos gregos, os 
vênetos que ainda viviam na Paflagônia e apoiavam os troianos, partiram para a 
Europa à fim de não serem submetidos ao governo grego. Chegaram então ao 
nordeste da Itália onde se uniram com os vênetos mais antigos que lá estavam. 
Instalados no nordeste da península itálica, foram latinizados por Júlio César e 
incorporados ao Império Romano. Após a queda de Roma, no século V, o vêneto 
sofreu inúmeras influências dos povos bárbaros, até tornar-se, na Idade Média, uma 
potência mercantil que terminaria com a queda de Constantinopla. O comércio de 
Veneza deixou de ser importante para a Europa e a República foi entrando 
gradativamente em colapso, até que em 1797, a Sereníssima República de Veneza 
deixou de existir após ser invadida e saqueada por Napoleão Bonaparte e 
consequentementepassada para a Áustria e Itália. 
O Século XIX foi marcado por revoluções liberais e convulsões sociais, 
resultando na Unificação da Itália, à qual o Vêneto passou a fazer parte, acentuando 
ainda mais a miséria na região, ocasionado então a emigração em massa para a 
América. 
1- Germânia: Planície Germânica onde atualmente se localiza a Alemanha. 2- Armórica, atual 
Bretanha, localizada no noroeste da França. 3- Britânica: Antiga denominação da atual Grã-Bretanha, 
onde atualmente se localizam a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. 
10 
 
Capítulo I 
A ORIGEM DO POVO VÊNETO 
 
1. A Origem indo-europeia 
O povo vêneto é um povo de origem indo-europeia ou também chamada de 
ariana, porque é originária da região da Ária, no Planalto Iraniano tendo emigrado 
para a região Báltica, por volta de 3.000 a.C., e para a Paflagônia por volta de 2.000 
a.C., região ao norte da atual Turquia. Do grego, vênetos significa: “povos dignos de 
mérito”. Segundo historiadortes, os vênetos eram pacíficos, e estavam interessados 
em manter boas relações comerciais com os povos vizinhos. Historicamente o povo 
vêneto sempre se encontrou em constante atividade nas artes, na agricultura e no 
comércio. 
Os vênetos, não são italianos, e segundo os livros do professor vêneto Franco 
Rochetta (I Veneti) e do padre brasileiro Antonio Domingos Lorenzatto, (Os Vênetos, 
Nossos Antepassados), “os vênetos são de raça ariana, e num passado distante 
possuíam características próprias: língua, costumes e religião”. Segundo o professor 
Rochetta e o Padre Lorenzatto, suas origens poderiam estar no sul da Rússia (Mar de 
Aral), sudoeste do Cáucaso, parte do Mar Cáspio (norte da Pérsia), desta região, 
denominada Ária (LORENZATTO, 1998, p.16). O grande poeta grego Homero escreve 
que os vênetos moravam na Paflagônia e o historiador judeu, Flávio Josefo (37-100 
d.C.), no livro “Seculi Sul Mundi”, da Editora Marietti, identifica os paflagônios como 
sendo descendentes de Riphat, filho de Gomer, neto de Jafet e bisneto do patriarca 
Noé. Baseado nos escritos desses historiadores, e nos textos bíblicos, poder-se-ia 
construir uma linhagem genealógica até Adão¹. Dos Jafetitas, descendentes de Jafet, 
os mais numerosos pela bênção especial que Noé deu a este filho: “que Deus dilate e 
multiplique” (Gn. 9,27), se originou a grande família Ariana ou Indo-europeia, nossos 
antepassados. (LORENZATTO, 1998, pp.16-17). 
 
 
 
 
 
1 - “Noé filho de Lamec e este de Matusalém, de Henoc, de Jared, de Malaleel, gerado por Cainã, 
que foi filho de Enós, que foi filho de Set e este de Adão, que foi criado por Deus “(Lc 3:23-38). 
11 
 
2. A Paflagônia 
A Paflagônia era uma antiga região localizada na costa norte do Planalto da 
Anatólia, ou Ásia Menor (atual Turquia), banhada pelo Mar Negro, situada entre a 
Bitínia e o Ponto, e separada pela Frígia. 
Na época dos hititas, por volta do segundo milênio antes de Cristo, a região 
paflagônica era habitada pelos kashkas e a relação desses povos com os 
paflagônios são indeterminados. No entanto, aparentava-se com os povos da região 
vizinha, a Capadócia, já que segundo Estrabão¹, esses povos falavam um dialeto do 
ramo Anatólio das línguas indo-europeias. Na Ilíada, ii. 851-857 é descrita como 
uma das nações mais antigas da Anatólia. Os paflagônios mantinham excelentes 
relações políticas com Tróia, e após sua destruição, houve a emigração para o Mar 
Adriático. 
Heródoto, considerado o pai da História, se refere a esse povo como “aquele 
conquistado por Creso²,” contribuindo com um importante contingente para o 
exército de Xerxes em 480 a.C. Xenofonte³ descreve-os como sendo governada por 
um príncipe natural da região, sem referências às satrápias vizinhas, uma liberdade 
conseguida talvez graças ao relevo da região, semeada de altas montanhas e de 
desfiladeiros dificilmente transponíveis. Todos aqueles governantes tinham o nome 
de “Pilaimenes” como sinal de descendência de um chefe cujo nome aparece na 
Ilíada como sendo o líder dos paflagônios. 
 
 
 
1 - Estrabão (63 a.C. ou 64 a.C. — ca. 24) foi um historiador, geógrafo e filósofo grego. Foi o autor da 
monumental Geographia, um tratado de 17 livros contendo a história e descrições de povos e locais 
de todo o mundo que lhe era conhecido à época. 2 - Creso foi o último rei da Lídia (560-546 a.C.). 
Quando assumiu, a Lídia já se constituía de um vasto império que incluía todo o Oeste da Anatólia 
até o rio Hális. Durante seu governo ainda conquistou Éfeso, incorporando ao seu império as cidades 
gregas do litoral do mar Egeu e estabelecendo com estas, uma relação de amizade e aliança para 
obter maior benefício da próspera atividade comercial da região. 3 – Xenofonte (430 a.C. — 355 a.C), 
filho de Grilo, originário de Erquia, uma deme de Atenas, foi soldado, mercenário e discípulo de 
Sócrates. 
12 
 
A Paflagônia foi conquistada e anexada ao Império de Alexandre, o Grande 
da Macedônia (356 – 323 a. C.) e depois da sua morte foi incorporada, juntamente 
com a Capadócia e a Mísia, e Eumenes (362 – 316 a.C.), um dos generais de 
Alexandre. Contudo, continuou a ser governada por príncipes nativos até ser 
absorvida pelo poder expansionista do Ponto. Os reis do Ponto conquistaram a 
região desde o governo de Mitrídates Ctistes (302-306 a.C.), e em 183 a.C. 
Farnaces I anexou a cidade grega de Sinop ao seu domínio. A partir de então a 
Paflagônia ficou incorporada ao Reino do Ponto até a queda de Mitríades VI, em 65 
a.C. 
A maior parte do território da Paflagônia é constituída por terrenos 
montanhosos e íngremes, existindo também vales férteis. As montanhas são 
cobertas por florestas. Estes motivos atraíram os gregos que colonizaram a região 
desde muito cedo. A colônia mais importante era Sinop, localizada ao norte, ás 
margens do Mar Negro e foi fundada pelos Milésios por volta de 630 a.C. As maiores 
cidades do interior da região foi Gangra, que antigamente era a capital dos reis da 
Paflagônia, que depois foi chamada de Germanicópolis, perto da fronteira com a 
Galácia – e Pompeiópolis, no vale do Rio Âmias, perto de grandes minas do mineral 
denominado por Estrabão como o sandarake, o arsênico vermelho ou sulfito de 
arsênico, exportado principalmente a partir de Sinop. 
O general romano Pompeu conquistou e anexou as áreas costeiras da 
Paflagônia e a maior parte do Ponto, à província romana da Bitínia, mas deixou o 
interior aos príncipes nativos, até que a dinastia se extinguiu e a totalidade da região 
foi anexada ao Império Romano. O nome foi conservado pelos geógrafos, embora as 
suas fronteiras não tenham sido definidas precisamente por Cláudio Ptolomeu. A 
Paflagônia reapareceu como província separada por volta do século V depois de 
Cristo. (Hiérocles, Synecd. c. 33). 
 
Em 395 d.C., com a morte do imperador romano Teodósio, o Império foi 
divido em duas partes: O Império Romano do Ocidente, com a capital em Milão e 
Império Romano do Oriente ou Império Bizantino, com a capital em Bizâncio, mais 
tarde Constantinopla em homenagem ao Imperador Constantino (272 d.C. – 
337d.C.) 
13 
 
A Paflagônia permaneceu parte do Império Bizantino até 1453 quando os 
arabés consquistaram Constantinopla e fundaram o Império Otomano, que perdurou 
até 1918 com o fim da Primeira Guerra Mundial e a fundação da Turquia Moderna. 
 
3. A língua vêneta antiga 
A atual língua vêneta é totalmente diferente da língua vêneta antiga, pois a 
língua vêneta atual descende do latim. A antiga era uma língua própria utilizada 
pelos vênetos, aparentando-se com o sânscrito, o armênio, o hitita, o persa, o grego 
e o celta, com as declinações próprias das línguas de origens indo-europeias. 
Os vênetos do mar Adriático, incorporados ao Império Romano, foram com o 
passar dos tempos aprendendo o latim e esquecendo a língua materna. Séculos 
depois, os descendentes já não mais falavam o Vêneto antigo, e sim, somente o 
latim. 
 
Exemplos de inscriçõesem alfabeto vêneto e ao lado uma pedra gravada no fundo no Mar Adriático, 
fotografia subaquática da http://www.archeosub.it/ site (Fonte: 
http://www.ilcerchiodellaluna.it/central_Dee_Reitia.htm. Acessado em 14 jan.2014). 
 
http://www.ilcerchiodellaluna.it/central_Dee_Reitia.htm.%20Acessado%20em%2014%20jan.2014
14 
 
 
O antigo Alfabeto Vêneto – Fonte: Lorenzatto, Antonio Domingos. Os Vênetos, Nossos 
Antepassados. 2ª edição. Porto Alegre: Ed. Est, 1999, p.59. 
 
 
Apesar dos italianos considerarem o vêneto um dialeto regional, a língua 
oficial da República Veneziana foi uma língua neolatina e nunca um dialeto italiano, 
pois, somente em 1866 a região do Vêneto foi incorporada à Itália. 
 
A formação da língua latina se formou a partir de três raças que deram origem 
ao povo romano, os ramnenses, os ticienses e os luceres. Os luceres procediam do 
norte da Itália e fundaram uma colônia não muito distante da atual Roma chamada de 
Latium (latim), atual Lazio. Portanto, a língua veneta contribuiu na formação da atual 
língua italiana, pois é anterior ao latim. (LORENZATTO, 1999) 
 
15 
 
4. A religião veneta primitiva 
Como todos os povos da Antiguidade, do ponto de vista da Igreja Católica, os 
vênetos também eram pagãos e politeístas, pois desconheciam um Deus único e 
cultuavam várias divindades, entre as mais importantes para este povo, era a deusa 
da vida, chamada de Reitia ou Reithia. 
Reitia era considerada a rainha dos céus, a personificação do princípio 
feminino, a suprema divindade e protetora das mulheres. Por ser uma imagem 
feminina, os vênetos sempre tiveram muito respeito e estima pela mulher. 
“Como consequência lógica do culto a Reitia, os vênetos, quando foram 
convertidos ao cristianismo, transferiram para Nossa Senhora Mãe de Deus toda a 
veneração que dedicaram à deusa pagã”. (LORENZATTO, 1999) 
 
À esquerda: Imagem da Deusa Reitia e à direita, acima: Estatueta de bronze utilizada pelos devotos 
vênetos para oração, Stipe de Caldevigo. V sec. a.C.,Museu Nacional Atestino. (Fonte: Livro La Voce 
della Dea, de Frederico Moro, Edizioni Helvetia, 2003 Spinea (VE, Abaixo: A Chave de Reitia, 
encontrada em Oddo Ca 'Monselice, província de Padova, remonta por volta do século V a.C. (Fonte: 
http://www.ilcerchiodellaluna.it/central_Dee_Reitia.htm, acessado em 14 jan.2014) 
 
 
http://www.ilcerchiodellaluna.it/central_Dee_Reitia.htm
16 
 
Capítulo II 
OS VÊNETOS NA EUROPA 
 
1. Rumo ao Ocidente 
 Por volta de 3.000 a.C. assim como outros povos arianos (pelasgos, celtas, 
aqueus, dórios, jônios, citas, eslavos, entre outros), grande parte do vênetos 
decidiram emigrar. Os fatores que levaram a essa emigração podem ter sido: 
 A superpopulação na região; 
 A chegada de outros povos que os empurraram e 
 O espírito de pioneirismo e de liberdade; 
Segundos os historiadores, eles contornaram o mar Cáspio, tomando a 
direção do noroeste europeu, acompanhando o rio Volga. Depois de longa parada 
nas terras planas que ficam entre os rios Don e Volga, decidiram ou todos ou em 
parte transferir-se para o desabitado mar Báltico. Certamente não partiram a esmo, 
pois eram de raça de desbravadores e, por orientação de exploradores, conheciam o 
lugar do novo destino. Utilizaram barcos que exploraram as águas tranquilas dos rios 
Volga, Dnieper e outros. Muitos teriam marchado a pé, acompanhando as margens 
desses rios, realizando frequentes paradas. Determinar exatamente o tempo que 
levaram para efetuar essa epopeia seria impossível, mas é certo que foram séculos. 
Como os rios supracitados não atingem o mar Báltico, os emigrantes teriam 
realizado a última etapa de sua viagem percorrendo longos trechos por terra e por 
matas. Nem todos que partiram atingiram o destino: uns morreram outros nasceram. 
Apesar do rigoroso inverno, essas paragens fascinavam: terras desabitadas, planas, 
águas abundantes, peixes, caça exuberante e frutas silvestres. O tempo foi 
passando, e eles se multiplicaram, progredindo e penetrando terra adentro. Pelo ano 
2000 a.C já ocupavam as regiões localizadas entre o mar Báltico, os rios Vístula, 
Danúbio, Oder e dos Alpes à Ucrânia. (LORENZATTO, 1998, pp. 23-24). 
 
 
 
17 
 
2. Os vênetos do Báltico 
 A história, a arqueologia e a nomenclatura comprovam a presença dos 
vênetos nessas regiões. Plínio, o velho, conta que os vênetos moravam no médio 
Vístula e comerciavam o âmbar. O historiador romano de origem céltica Públio 
Cornélio Tácito (55-120 d.C.), na sua obra Germânia, escreve que os vênetos 
possuíam casas estáveis, ao contrário dos germânicos que eram nômades; o 
mesmo afirma também que no meio dos nórdicos existiam muitos núcleos vênetos. 
Outro historiador, o bispo godo Iordanes, por volta de 550 d. C., publicou uma 
História Universal onde afirma: “Ab ortu Vístulae fluminis per immensa spatia 
Venetharum natio populosa consedit.” “Das nascentes do rio Vístula, a populosa nação 
dos vênetos ocupa todo esse imenso espaço”. (LORENZATTO, 1998, p. 24). 
 
 
Antiga Germânia e Europa Central – Fonte: http://www.tribwatch.com/poles.htm, acessado em 24 
jul.2013. 
 
http://www.tribwatch.com/poles.htm
18 
 
 No museu da Pomerânia, localizado na cidade polonesa de Gdansk, antiga 
Dantzig, existe um gigantesco mapa pintado a óleo, onde o atual golfo de Dantzig (no 
Mar Báltico) é chamado “Sinus Venedicus” (golfo Venedico ou dos Vênetos). O mar 
Báltico era o mar Vêneto, e a capital, Vineta. As palavras Vilna, Vendel ao norte de 
Uppsala na Suécia e a cidade dinamarquesa Vensyssel, o rio Venta na Lituânia, a 
região polaca chamada Wanda, o porto fluvial Viniza sobre o rio Bug, o grande porto 
Ventaspils na Lituânia são certamente deformações e derivações da palavra, vêneto. 
(LORENZATTO, 1998, pp. 24). 
 
 Igualmente as descobertas arqueológicas desde o terceiro milênio a.C. até o 
século VI d. C. atestam a presença vêneta nas atuais Alemanha, Estônia, Letônia, 
Lituânia, Polônia, República Tcheca, Eslovênia, Hungria, Ucrânia, Morávia, Moldávia 
etc. 
 
Mapa da Antiga Pomerânia - http://prusowie.pl/prusowie/who_were_the_prussians.php, acessado em 
24 jul.2013. 
 
http://prusowie.pl/prusowie/who_were_the_prussians.php
19 
 
3. Os vênetos no sul da Europa 
Por volta de 2000 a.C., grupos de vênetos procedentes da Europa central, 
provavelmente da atual Baviera, se puseram em marcha para o sul. Cruzando os 
Alpes ou o desfiladeiro de Resia (Passo de Récia) ¹ e, acompanhando o rio Ádige, 
fixaram-se nas Regiões da Hodienda, da Lombardia e do Vêneto. Moravam em 
palafitas e se comunicavam por meios fluviais. A presença vêneta no vale do Rio Pó 
pode ter sido o fator decisivo que atraiu os vênetos da Paflagônia, após a destruição 
de Tróia em 1260 a.C. Segundo a lenda: O Veneti (às vezes chamado Veneticans), 
chegaram nessa região vindos da Anatólia, depois da queda de Tróia, liderados pelo 
príncipe troiano Antenor, um companheiro de Enéias. (LORENZATTO, 1998, p. 26). 
 
 
Rio Adige - Fonte: http://www.demis.nl/home/pages/wms/demiswms.htm, acessado em 23 jul.2013. 
 
 
 
 
1 – Passagem de Resia: O passo de Récia (italiano: Passo di Resia, alemão: Reschenpass) é uma 
passagem nos Alpes (1504 m) localizada na fronteira italo-austríaca, próxima da tríplice fronteira de 
ambos com a Suíça. Recebe seu nome da antiga província romana da Récia, região onde está 
localizado. O passo de Récia liga os dois países, como o passo do Brennero, mais ao leste. Antes da 
era romana, uma estrada ligava o vale do rio Inn ao vale do rio Ádige. O atual passo de Récia era 
parte da Via Cláudia Augusta, aberta em 50 d.C. 
http://www.demis.nl/home/pages/wms/demiswms.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_italiana
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_alem%C3%A3
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alpes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fronteira_%C3%81ustria-It%C3%A1lia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%ADncia_romana
http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9ciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Passo_do_Brennero
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vale
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Inn
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_%C3%81dige
http://pt.wikipedia.org/wiki/Via_Cl%C3%A1udia_Augusta
http://pt.wikipedia.org/wiki/50
20 
 
4. Os vênetos do Adriático 
Segundo o historiador Tito Lívio, os vênetos remanescentes da Paflagônia 
chegaram por mar até o fundo do golfo do Mar Adriático, sendo denominados de 
vênetos marinhos, que se reunindo aos vênetos terrestres, formaram uma grande 
nação, compreendendo as atuais regiões da Itália (Vêneto, Friulli-Venezia Giulia e 
Trentino Alto Adige) e a Ístria (atualmente parte da Eslovênia e Croácia) 
Entre os séculos VII e VI a.C. as populações locais do Vêneto entraram em 
contato com os etruscos e os gregos, e isso trouxe uma grande prosperidade, 
especialmente para o comércio do âmbar¹ e criação de cavalos. As cidades de Este, 
Padova, Oderzo, Adria, Vicenza, Verona, e Altino se tornaram importantes centros 
comerciais. 
 
 Os vênetos possuíam língua própria influenciada pelo latim, escrita e uma 
religiosidade forte. Viviam em casebres de madeira ao longo dos rios, onde 
dominavam a agricultura, a pesca e o artesanato, além de serem famosos criadores 
de cavalos. Na política, os vênetos não tinham um domínio centralizador, sendo as 
cidades federadas, onde principal centro era Este, e as principais cidades eram Mel, 
Calalzo, Montebelluna, Asolo, Altino, Treviso, Pádova e Verona. (LORENZATTO, 
1998, p. 41). 
 
 
 
 
 
 
1 – Âmbar: É uma resina fóssil, uma substância que desde os tempos ancestrais, é utilizado 
para a confecção de jóias, adornos e pequenas estátuas. Fonte: www.infoescola.com. Acessado em 
12 dez. 2013. 
http://www.infoescola.com/
21 
 
5. Os vênetos do Atlântico 
Por volta segundo milênio antes de Cristo, os vênetos do báltico começaram a 
emigrar para o ocidente da Europa, em direção ao Atlântico, instalando-se na 
Região da Armórica, atual península da Bretanha, na França. Os vênetos habitavam 
o sul da Armórica, ao longo da Baía de Morbihan, onde construíram suas fortalezas. 
Sua principal cidade era Darioritum, Gwened em bretão e Vannes em francês. 
Com a expansão do Império Romano e a anexação da Gália em 57 a.C., os 
vênetos da Armórica foram submetidos ao governo de Júlio César, muitos foram 
mortos, outros vendidos como escravos, e os que resistiram, partiram para a Grã-
Bretanha, mais precisamente na região onde hoje se encontra o País de Gales. 
 
 
Armorica – Fonte: Map Gallia Tribes Towns.png on Commons (2013) 
 
22 
 
 
Os povos vênetos na Europa – Fonte: www.eupedia.com, (author Maciamo Hay) and “ I Veneti” 
(author Piero Favero), acessado em 17 abr.2014. 
 
6. O fim dos vênetos do Báltico e da Europa Central 
 No século III a.C., esses vênetos que habitavam as regiões bálticas e 
da Europa Central começaram a ser pressionados pelos germanos procedentes da 
Suécia e da Noruega. Mas os vênetos, como nunca se prepararam para a guerra, 
não tinham como se defender e resistir. Lentamente foram conquistados por esses 
povos bárbaros. A total submissão deu-se no século IV a.C. realizada por Hermana 
Rico (por volta de 375 a.C.), rei dos Ostrogodos e que fundou um vasto império 
tendo Kiev como capital. Portanto, a presença dos vênetos na Europa Central foi de 
uns 3.500 anos. 
Eles, embora desaparecidos como povo constituíram a cepa, o tronco onde 
foram enxertados diversos povos germanos e eslavos. Por isso, é certo que muitos 
nomes, palavras, usos e costumes dos vênetos passaram a fazer parte da cultura dos 
povos germanos e eslavos. Podemos concluir que aqueles descendentes de alemães, 
poloneses e demais povos germano-eslavos que tem cabelos escuros trazem em si 
sangue vêneto. (LORENZATTO, 1998, p. 41). 
23 
 
7. Os vênetos da Paflagônia e a destruição de Tróia 
 A Guerra de Tróia foi um conflito entre os aqueus, um dos povos que 
habitavam a Antiga Grécia e os troianos, que habitavam a região norte do Mar Egeu 
na atual Turquia. O cerco à cidade durou aproximadamente 10 anos e ocorreu por 
volta de 1300 á 1200 a.C. Ao contrário o que diz a lenda, referente ao rapto de 
Helena por Paris, a guerra teria ocorrido por questões econômicas e rivalidades 
comerciais, já que Tróia se destacava dentre as outras polis gregas e se localizava 
em local privilegiado na Ásia Menor. 
 Os eventos finais da guerra são contados na obra Ilíada de Homero, 
onde cita que os paflagônios eram vizinhos e aliados dos troianos, por esse motivo, 
após a queda de Tróia, deixaram a Anatólia para não serem comandados pelos 
gregos. Durante muitos séculos, acreditava-se que a Guerra de Tróia fosse mais uma 
lenda da mitologia grega, porém descobertas arqueológicas comprovou a existência 
desse fato. Ainda muitos aspectos mitológicos se confundem com a História. A 
mitologia greco-romana também serve de sustentáculo para a tese de que os atuais 
vênetos deixaram a Ásia Menor quando Tróia foi destruída pelos gregos, vindo então a 
se estabelecer no nordeste da Itália de onde, no século XIX, se espalham pelo mundo. 
(LORENZATTO, 1998, pp. 39-45). 
 
8. Fundação e História de Pádova (Patavium) 
Pádova afirma ser a cidade mais antiga do norte da Itália. De acordo com 
uma tradição que remonta pelo menos a Eneida de Virgílio (Eneida, I, 242-249), que 
foi fundada em 1183 a.C., pelo príncipe troiano Antenor, que se acredita ter levado o 
povo de Eneti ou Veneti, da Paflagônia para a Itália. 
Diz a lenda e os registros de escritores como de Virgílio e Tito Lívio, que 
assim como Roma, Pádova também foi fundada por refugiados da Guerra de Tróia 
após sua destruição pelos gregos liderados por Menelau em 1200 a.C. 
Desde o século IV a.C, tornou-se o mais importante centro dos Vênetos e 
uma das mais prósperas cidades do império romano. Patavium, como Padova foi 
chamado pelos romanos, era habitada pelos vênetos, e tinha sido conhecido como 
um município romano desde 45 a.C. 
24 
 
Com a decadência do Império Romano, Patavium foi invadida pelos hunos 
comandados por Átila em 452. Em seguida pelos godos liderados por Odoacro e 
Teodorico. Em 602 a cidade foi destruída e incendiada pelos lombardos. 
Após um período sobre o controle dos francos e da Igreja Católica, no século 
XI foi instituída uma constituição e entre os anos de 1236 e 1256, Pádova teve um 
governo tirano, Ezzelino, que acabou sendo destituído com a intervenção do Papa 
Alexandre IV. 
Em 1405 Pádova passou a fazer parte da Sereníssima República 
permanecendo até 1797, quando Veneza foi conquistada por Napoleão e passou 
para o domínio austríaco até 1866, quando o Vêneto se incorporou ao Reino da 
Itália. Em 1274, as autoridades de Pádova encontraram acidentalmente um grande 
sarcófago de pedra no centro da cidade, e declarou que continha os restos mortais 
de Antenor. Assim o mito tornou-se realidade, mesmo que os ossos pertenciam a 
um soldado que viveu entre o segundo e o quarto século d.C. 
(Texto extraído do site da Universidade de Pádova, http://www.unipd.it/en/discovering-
padova/history-padova, acessado em 10 Jul.2013). 
 
Á esquerda, a Tumba de Antenor, em Pádova - Fonte: 
http://www.virtualtourist.com/travel/Europe/Italy/Veneto/Padova-146843, acessado em 23 jul.2013. Á 
direita, a Estátua de Antenor – Fonte: Site do Movimento di Liberazione Nazionale del Popolo Veneto, 
http://www.mlnv.org/main/archives/11201. Acessado em 11 dez.2013. 
 
http://www.unipd.it/en/discovering-padova/history-padova
http://www.unipd.it/en/discovering-padova/history-padova
http://www.virtualtourist.com/travel/Europe/Italy/Veneto/Padova-146843
http://www.mlnv.org/main/archives/11201
25 
 
 
 
As Migrações Vênetas na Europa – Adaptação: Lorenzatto, Antonio Domingos. Os Vênetos,Nossos 
Antepassados. 2ª edição. Porto Alegre: Ed. Est, 1999, pp.16-39. 
 
26 
 
Capítulo III 
O IMPÉRIO ROMANO 
 
1. O Império Romano (200 a.C. – 476 d.C.) 
Os romanos já se encontravam na Região do Vêneto por volta de 250 a.C., 
mas a colonização teve início oficialmente a partir do ano de 172 a.C. com a 
fundação e a reconstrução de algumas cidades, como Pádova, Bassano e Cittadella. 
O processo de absorção dos vênetos foi pacífico e no ano 140 a.C. os últimos 
vênetos se uniram aos romanos para lutar contra os gauleses. 
No ano 49 a.C. Júlio César e seu exército atravessou o Rio Rubicão com 
destino à Gália Ciusalpina, onde proferiu a famosa frase: “ Alea Jacta est” (“A sorte 
está lançada”). 
Com a expansão imperial, para não serem destruídos, os vênetos preferiram 
fazer acordos de amizade com Roma, e pela Pax Romana, a região foi latinizada e 
os vênetos, tornaram-se cidadãos romanos no governo do Imperador Augusto e o 
latim foi implantado como língua oficial. 
 
 ´ 
À esquerda,Julio Cesar atravessando o Rio Rubicão – 
Fonte:www.imperiorimanbo.com/blog/img/cesar-rubicon.jpg, acessado em 22 abr.2014. À direita a 
localização do Rio Rubicão – Fonte: http://4.bp.blogspot.com/LocationRubicon.PNG, acessado em 22 
abr.2014. 
http://www.imperiorimanbo.com/blog/img/cesar-rubicon.jpg
http://4.bp.blogspot.com/LocationRubicon.PNG
27 
 
 O Vêneto tornou-se parte do Império Romano, como a X Regio Venetia et 
Histria, havendo um período de prosperidade por trezentos anos, onde o comércio e 
as atividades artísticas foram favorecidas. As principais cidades dessa época foram 
Pádova, Verona, Vicenza, Altino e a capital Aquiléia, fundada pelos romanos em 181 
d.C., e que ficava atrás somente de Roma. A cidade de Aquiléia foi o principal porto 
do Adriático e por volta do ano de 400 d.C., foi o principal centro de difusão do 
catolicismo no leste e norte da Europa. 
Os romanos construíram muitas estradas no Vêneto, as mais importantes 
foram: a Via Anícia (ligando Ravena a Altino), a Via Popilia (entre Adria e Pádova), a 
Via Emília (entre Vicenza e Altino) a Via Aurelia (ligando Pádova aos Alpes), a via 
Claudia Augusta (construída ao longo do vale de Piave, em direção a Cadore) e a 
Via Postumia (ligando Verona a Trieste e a Iliria). 
 
 
Venetia et Histria – Fonte: http://www.itinerarimitteleuropei.eu/veneto.html, acessado em 13 jul.2013. 
 
 
 
28 
 
 
Fonte: le:Romia Imperio.png, originally by Jani Niemenmaa. Acessado em 26 Fev. 2014. 
 
 
2. A Queda de Roma e as invasões bárbaras 
Durante a queda de Roma, a cidade foi invadida e saqueada pelos bárbaros: 
primeiramente os hunos e, finalmente, os ostrogodos que se instalaram na região 
obrigando a população a se refugiarem nas lagunas costeiras, e fundando novas 
cidades como Chioggia, Caorle, Grado e Veneza. O restante do território, assim 
como a maioria dos territórios romanos, caiu nas mãos dos feudatários. 
 
 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Romia_Imperio.png
29 
 
 
Mapa da Rota das Invasões Bárbaras - Fonte: Vicentino, Cláudio. História Geral, 2ª edição. Ed. 
Scipione 1992 - São Paulo, pag. 58. 
 
Veneza foi fundada nas ilhas da Laguna Vêneta em 452 d.C., por habitantes 
de Aquiléia, Pádova, Verona, Mântua e de outras cidades do norte do Vêneto que se 
instalaram nas lagunas, canais, ilhotas e charcos, todos de difícil acesso, para se 
refugiarem das terríveis hordas de Hunos comandados por Átila. 
 Á medida que crescia, as ilhas foram se interligando por pontes e as 
construções sobre bases de pedras e madeira. Os primeiros habitantes escolheram 
o lado mais exposto ao mar. Em seguida o Vêneto foi dominado por Odoacro, 
responsável pela deposição de Rômulo Augustulo ultima imperador Romano do 
Ocidente em 476, até ser incorporado ao Império Romano do Oriente. Em 489, os 
Ostrogodos liderados por Teodorico I vence Odoacro em Ravena, transformando-a 
em capital do Reino Ostrogodo na Itália. Em 536 o imperador de Constantinopla 
anexou o Vêneto ao Reino Bizantino e em 568 os lombardos, provenientes do centro 
da Alemanha conquistaram o Vêneto, transformando Pádova na sua capital. Devido 
à religião, os lombardos perseguiram os vênetos cristãos até ser convertido pelo 
Papa Gregório Magno. 
30 
 
Capítulo IV 
A SERENÍSSIMA REPÚBLICA DE VENEZA 
 
1. O surgimento da República de Veneza 
No final do século VIII Carlos Magno (768-814) venceu os lombardos e os 
vênetos foram incorporados ao reino dos Francos. Com a morte de Carlos Magno o 
reino sofreu ataques dos normandos, povos provenientes da Escandinávia, 
influenciando a queda do império carolíngio. Em 697, Veneza era um ducado 
governado por um “doge”. Ao longo da história foram 120 doges, sendo o primeiro 
Paoluccio Anafesto (697-717) e o último Ludovico Manin (1789-1797). O doge era 
escolhido entre os homens mais ricos da cidade para evitar que ele pudesse se 
corromper, e um conselho fiscalizava o governante. Ao longo da história muitos 
foram assassinados. Em 991 Veneza assinou um acordo com os muçulmanos, 
iniciando um proveitoso comércio com a Ásia, o que fez de Veneza o maior centro 
comercial com o Oriente e consequentemente, uma potência comercial da época. 
No século X, a Região do Vêneto, depois de algumas invasões magiares e eslavas, 
foi incorporada, como região autônoma, ao Sacro Império Romano e as cidades 
cresceram em poder e riqueza. 
Em 1167 as cidades vênetas de Veneza, Pádova, Treviso, Vicenza e Verona 
assinaram um tratado unindo forças com outras cidades do norte da Itália (Liga 
Lombarda), contra o Sacro Império Romano. Em 1183 o segundo tratado de 
Constança firmou a Paz de Veneza de 1177 pela qual a cidade se comprometeu a 
continuar fazendo parte do Império, desde que não interfira nos assuntos internos da 
cidade. A Liga se desfez em 1250, com a morte de Frederico II. 
 
 
 
31 
 
2. A prosperidade de Veneza 
Até esse momento a história de Veneza foi separada do resto do Vêneto. 
Após o período de domínio bizantino no século VIII, Veneza se tornou uma república 
independente governado por um Doge eleito popularmente. A República logo se 
tornou uma grande potência comercial e sua influência perdurou durante toda a 
Idade Média e da Renascença. 
No século XIV, Veneza começou a se interessar pelas cidades continentais, 
pois as senhorias estavam prontas para perturbar a tranquilidade da Sereníssima 
República. Em pouco mais de cem anos todas as cidades vênetas formavam um 
estado único governado por Veneza. Por volta do século XVI, a República de 
Veneza controlava o Vêneto, Friuli, parte da Lombardia e Romanha, Ístria, Dalmácia, 
e as Ilhas Jónicas de Corfu, Cephalonia, Ithaca e Zakynthos Por muito tempo 
Veneza governou soberana. A economia era baseada no comércio marítimo, onde 
os venezianos distribuíam para toda a Europa, através do Mediterrâneo, produtos e 
especiarias vindas do Oriente, que eram trazidas até Constantinopla pelos 
mercadores árabes. Essa posição Veneza começaria a perder após a tomada de 
Constantinopla pelos turcos otomanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
3. As viagens de Marco Polo 
O veneziano Marco Polo, filho de Niccolo Polo, nasceu em 1254 e morreu em 
1324 e casou-se com Danta Badoer, e teve como filhos: Fantina, Bellela e Moretta. 
Foi mercador, embaixador e explorador veneziano. 
Aos 17 anos, juntamente com seu pai e seu tio Matteo, foi um dos primeiros 
ocidentais a percorrer a Rota da Seda. Partiram no início de 1272 do Porto de 
Layes, na Armênia. O relato detalhado de suas viagens pelo oriente incluindo a 
China foi durante muito tempo uma das poucas fontes de informação sobre a Àsia 
no Ocidente. Retornaram a Veneza em 1295, 24 anos depois, tendo percorrendo 
cerca de 24 mil km. 
 
Marco Polo (Fonte: http://annoyzview.wordpress.com, acessado em 31/10/2012), e o caminho 
percorrido entre 1271 a 1295, (Fonte: Encyclopaedia Britannica, Inc.). 
 
4. O Cristianismoe a Igreja Católica 
A comunidade cristã de Aquiléia foi fundada por São Marcos Evangelista, 
mais tarde comerciantes vênetos tomaram conhecimento dos ensinamentos de 
Jesus Cristo através de suas longas e constantes viagens ao Oriente e dos 
pregadores que passaram por terras vênetas. Outros pregadores difundiram 
cristianismo no Vêneto, como Santo Apolinário que foi o primeiro bispo de Ravena 
(67-79), martirizado por Vespasiano, São Prosdócimo, que foi o primeiro bispo de 
33 
 
Pádova, sagrado por São Pedro. Em lugar da deusa Reithia ele apresentava aos 
fiéis a Virgem Maria. São Zeno, bispo de Verona, martirizado pelo imperador Galieno 
em 380. Em 533 os arcebispos de Aquiléia renunciaram à autoridade do Papa e 
somente no século VII voltaram a reconhecer Roma e mantiveram assim o 
reconhecimento legítimo de Patriarcado, assumido por eles durante o cisma. 
O Patriarcado ganhou possessões em Friuli, a de Carniola em 1077 e da Ístria 
em 1209. A autoridade temporal do patriarca perdeu-se a partir de 7 de julho de 
1420, quando seus territórios passaram ao governo de Veneza. O Patriarcado 
dissolveu-se em 1752 e sua autoridade eclesiástica foi dividida entre o Arcebispado 
de Gorizia e de Udine. 
Em 1457 o título de Patriarca foi atribuído para o Bispo de Veneza, sendo um 
título meramente honorário, sem qualquer precedência material sobre os outros 
Bispos e Arcebispos, mas que concede aos seus titulares uma precedência formal 
nas procissões papais. Por diversas vezes na História da Igreja Católica os 
Patriarcas de Veneza foram eleitos Papas, como aconteceu no século XX com os 
Papas Pio X, João XXIII e João Paulo I. A Sé do Patriarcado de Veneza (ou 
simplesmente de Arquidiocese de Veneza) é a célebre Basílica de São Marcos, em 
Veneza. 
Os Papas vênetos da Igreja Católica 
São Pio I – Aquiléia, papa de 140 a 155 
João X – Ravena, papa de 915 a 925 
Pascoal II – Ravena, papa de 1099 a 1118. 
Beato Bento XI - Treviso, papa de 1303 a 1304. 
Gregório XII - Veneza, papa de 1406 a 1415. 
Eugênio IV - Veneza, papa de 1431 a 1447. 
Paulo II - Veneza, papa de 1464 a 1471. 
Alexandre VIII - Veneza, papa de 1689 a 1691. 
Clemente XIII - Veneza, papa de 1758 a 1769. 
Gregório XVI - Belluno, papa de 1831 a 1846. 
São Pio X - Riese, papa de 1903 a 1914. 
João Paulo I - Belluno, papa de 1978 a 1978. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friuli-Venezia_Giulia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carniola
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dstria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Veneza
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gorizia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gorizia
http://pt.wikipedia.org/wiki/1457
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patriarca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bispo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arcebispo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prociss%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Igreja_Cat%C3%B3lica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Pio_X
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Jo%C3%A3o_XXIII
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Jo%C3%A3o_Paulo_I
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_S%C3%A3o_Marcos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Veneza
34 
 
São Marcos Evangelista, patrono de Veneza. 
São Marcos Evangelista é o nome tradicional do autor de um dos quatro 
Evangelhos reconhediso pela Igreja Católica. Ele é também um dos Setenta 
Discípulos de Jesus Cristo e é considerado o fundador da Igreja de Alexandria, uma 
das principais sedes do Cristianismo primitivo. 
Nasceu na Palestina por volta do ano 14 d.C. e foi martirizado em 25 de abril 
de 68 d.C. em Alexandria, no Egito. 
No século IX foi iniciada a contrução da Basílica de São Marcos, em Veneza. 
 
Á esquerda, São Marcos Evangelista e o Leão, O leão é o símbolo deste evangelista, que inicia seu 
Evangelho com estas palavras: “Voz daquele que clama no deserto: Preparai os caminhos do 
Senhor”. (Fonte: http://www.lepanto.com.br/catolicismo/vida-de-santos/sao-marcos-
evangelista,acessado em 25 jan.2013). Á direita a Praça de São Marcos e o principal edifício, a 
Basílica de São Marcos. (Fonte: http://olharcurioso.com/basilica-de-sao-marcos-veneza,acessado em 
25 jan.2013) 
 
 
 
http://www.lepanto.com.br/catolicismo/vida-de-santos/sao-marcos-evangelista
http://www.lepanto.com.br/catolicismo/vida-de-santos/sao-marcos-evangelista
http://olharcurioso.com/basilica-de-sao-marcos-veneza
35 
 
Santo Antonio de Pádua (Padova) 
Português nascido em Lisboa por volta de 1195, Fernando de Bulhões, 
monge franciscano agostiniano, descendente de uma rica família portuguesa, aos 15 
anos entrou para um convento agostiniano, primeiro em Lisboa e depois em 
Coimbra, onde provavelmente se ordenou. Trocou o nome para Antônio (1220) e 
ingressou na Ordem Franciscana, e foi pregar para os sarracenos, no Marrocos. 
Após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma 
enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio São 
Francisco de Assis, lecionou nas universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier e 
Pádua. 
A saúde precária levou-o a se recolher ao convento de Arcella, perto de 
Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados, 
alguns dos quais seriam reunidos e publicados (1895-1913). Após uma crise de 
hidropisia, morreu a caminho de Pádova em 13 de junho (1231). Foi canonizado em 
13 de maio (1232), apenas 11 meses depois de sua morte, pelo papa Gregório IX. O 
papa Pio XII o declarou doutor da igreja (1946). 
 
À esquerda: Santo Antonio distribuindo pães aos pobres. - Fonte: 
http://psantoniodepadua.blogspot.com.br, acessado em 31/10/2012). À direita a Basílica dedicada a 
Santo Antonio em Pádova, Itália, construída entre 1238 a 1310. - Fonte: 
http://www.basilicadelsanto.org, acessado em 31 out.2012. 
 
http://psantoniodepadua.blogspot.com.br/
36 
 
Papa Pio X (São Pio X) 
"Um pobre pároco da roça", assim se definia. Foi o papa vêneto mais querido. 
 Seu nome de batismo era José Melquior Sarto, oriundo de família humilde e 
numerosa, mas de vida no seguimento de Cristo. Nasceu numa pequena aldeia de 
Riese, na diocese de Treviso, no Vêneto, no dia 2 de junho de 1835. Desde cedo, 
José demonstrava ser muito inteligente e, por causa disso, seus pais fizeram grande 
esforço para que ele estudasse. Todos os dias, durante quatro anos, o menino 
caminhava com os pés descalços por quilômetros a fio, tendo no bolso apenas um 
pedaço de pão para o almoço. E desde criança manifestou sua vontade de ser 
padre. Quando seu pai faleceu, sua mãe, Margarida, uma camponesa corajosa e 
piedosa, não permitiu que ele abandonasse o caminho escolhido para auxiliar no 
sustento da casa. Ficou no seminário e, aos vinte e três anos, recebeu a ordenação 
sacerdotal com mérito nos estudos. Teve uma rápida ascensão dentro da Igreja. 
Primeiro, foi vice-vigário em uma pequena aldeia, depois vigário de uma importante 
paróquia, cônego da catedral de Treviso, bispo da diocese de Mântua, cardeal de 
Veneza e, após a morte do grande papa Leão XIII, foi eleito seu sucessor, com o 
nome de Pio X, em 1903. 
 No Vaticano, José Sarto continuou sua vida no rigor da simplicidade, 
modéstia e pobreza. Surpreendeu o mundo católico quando adotou como lema de 
seu pontificado "restaurar as coisas em Cristo". Tal meta traduziu-se em vigilante 
atenção à vida interna da Igreja. Realizou algumas renovações dentro da Igreja, 
criando bibliotecas eclesiásticas e efetuando reformas nos seminários. Pelo grande 
amor que dispensava à música sagrada, renovou-a. Reformou, também, o breviário. 
Sua intensa devoção à eucaristia permitiu que os fiéis pudessem receber a 
comunhão diária, autorizando, também, que a primeira comunhão fosse ministrada 
às crianças a partir dos sete anos de idade. Instituiu o ensino do catecismo em todas 
as paróquias e para todas as idades, como caminho para recuperar a fé, e impôs-se 
fortemente contra o modernismo. Outra importantecaracterística de sua 
personalidade era a bondade suave e radiante que todos notavam e sentiam na sua 
presença. 
37 
 
 O Papa Pio X não foi apenas um teólogo. Foi um pastor dedicado e, 
sobretudo, extremamente devoto, que sentia satisfação em definir-se como "um 
simples pároco do campo". Ficou muito amargurado quando previu a Primeira 
Guerra Mundial e sentiu a impotência de nada poder fazer para que ela não 
acontecesse. Possuindo o dom da cura, ainda em vida intercedeu em vários 
milagres. Consta dos relatos que as pessoas doentes que tinham contato com ele se 
curavam. Discorrendo sobre tal fato, ele mesmo explicava como sendo "o poder das 
chaves de são Pedro". Quando alguém o chamava de "padre santo", ele corrigia 
sorrindo: "Não se diz santo, mas Sarto", numa alusão ao seu sobrenome de família. 
 No dia 20 de agosto de 1914, aos setenta e nove anos, Pio X morreu. O seu 
testamento assim se inicia: “Nasci pobre, vivi pobre e desejo morrer pobre". 
 O povo, de imediato, passou a venerá-lo como um santo. Foi beatificado em 
1951 e canonizado em 1954 pelo Papa Pio XII. 
Fonte: http://www.paulinas.org.br. Acessado em 10 mar. 2015 
 
Papa Pio X: Fonte - www.paroquiasaopiox.com. Acessado em 10 mar. 2015. Brasão do Papa Pio X 
(Detalhe, o Leão de São Marcos) - Fonte: http://fratresinunum.com. Acessado em 10 mar. 2015. 
http://www.paulinas.org.br/
http://www.paroquiasaopiox.com/
http://fratresinunum.com/
38 
 
5. A Sereníssima República de Veneza 
As cruzadas colocaram o Ocidente em contato com o Oriente, e criaram o 
gosto pelo consumo de produtos orientais. Os artigos mais consumidos eram jóias, 
perfumes, veludos pintados, brocados, tecidos de seda e coral lavrado, além das 
especiarias, como a canela, o cravo e a procuradíssima pimenta, que chegou a ser 
usada como moeda. A expansão do mercado europeu para esse tipo de mercadoria 
pôde ser rapidamente aproveitada pelos mercadores das cidades italianas, 
principalmente Gênova e Veneza. Esses produtos eram trazidos da China e das 
Índias pelos mercadores árabes e distribuídos, á partir de Constantinopla para o 
resto da Europa pelos venezianos, isso graças às relações comerciais entre Veneza 
e o Império Bizantino. 
 
Sereníssima republica de Veneza no início do século XVI – Fonte: Benvenuti, Le Repubbliche 
Marinare. Amalfi. Pisa, Genova, Venezia, Roma, Newton & Compton editori, 1989. 
 
39 
 
6. A queda de Constantinopla (1453) 
A queda de Constantinopla foi à conquista da capital bizantina pelos 
otomanos sob o comando de Maomé II em 1453. Esse fato marcou o fim o Império 
Romano do Oriente com a morte de Constantino XI e a conquista do Mar 
Mediterrâneo, importantíssimo para o comércio. A cidade de Constantinopla 
permaneceria capital do Império otomano até 1922, com sua dissolução e 
renomeada Istambul pela república da Turquia em 1930. 
A queda de Constantinopla marcou o fim da Idade Média na Europa. 
A crise da Sereníssima República de Veneza, iniciado por volta do século 
XVIII é resultado de dois importantes precedentes: A tomada de Constantinopla em 
1453, que levou os venezianos a recuarem seus territórios no Mediterrâneo oriental 
devido ao Império Otomano se tornar mais poderoso e agressivo, e a expansão 
mercantilista iniciada primeiramente por Portugal e Espanha e depois Inglaterra e 
Holanda, buscando novas rotas marítimas para a Ásia, África e Américas tirando 
assim de Veneza o papel de liderança no comércio de especiarias, a principal fonte 
de riqueza da cidade. A partir de então, Veneza entrou em uma lenta decadência até 
cair sob o domínio napoleônico e austríaco. 
 
40 
 
7. O Palácio Ducal e os doges 
O Palácio Ducal ou Palazzo Ducale é um conjunto de camadas sobre 
camadas de construção, incluindo as fundações originais e as estruturas dos 
séculos XIV e XV. O Palácio é uma obra-prima arquitetônica em estilo gótico e foi a 
sede dos doges. 
 
O Palazzo Ducale, também conhecido como Palácio do Doge, é um símbolo da cidade de Veneza e 
uma obra-prima do gótico veneziano. O palácio atual foi construído entre 1309 e 1424. Fonte - 
http://venezaitalia.com.br/historia.html, acessado em 13 jul.2013. 
 
 
Doge era o título dos governantes de Veneza de 697 a 1797. O nome doge 
tem sua origem na palavra latina dux, e significa chefe. Os doges de Veneza eram 
eleitos, para cargo vitalício, entre os membros das famílias mais ricas e poderosas. 
Desfrutaram de poder absoluto nos assuntos governamentais, militares e religiosos 
até 1032, quando tentaram, sem êxito, tornar o cargo hereditário. Depois desse 
episódio, os doges tiveram seus poderes controlados. Em 1310, o doge tornou-se 
subordinado ao Conselho dos Dez e a partir de então, foi esta oligarquia que 
realmente governou a República de Veneza. O conselho governou a cidade até 
1797, quando Napoleão aboliu a República de Veneza e suprimiu o conselho. 
 
 
 
http://venezaitalia.com.br/historia.html
41 
 
Lista dos doges de Veneza: 
 
1º Paolo Lucio Anafesto (697) 
2º Marcello Tegalliano (717) 
3º Orso Ipato (726) 
4º Teodato Ipato (742) 
5º Galla (755) 
6º Domenico Monegario (756) 
7º Maurizio Galbaio (764) 
8º Giovanni Galbaio (787) 
9º Obelerio Antenoreo (804) 
10º Angelo Participazio (809) 
11º Giustiniano Participazio (827) 
12º Giovanni Participazio I (829) 
13º Pietro Tradonico (837) 
14º Orso Participazio I, (864) 
15º Giovanni Participazio II (881) 
16º Pietro Candiano I (887) 
17º Pietro Tribuno (888) 
18º Orso Participazio II (912) 
19º Pietro Candiano II (932) 
20º Pietro Participazio (939) 
21º Pietro Candiano III (942) 
22º Pietro Candiano IV (959) 
23º Pietro Orseolo I (976) 
24º Vitale Candiano (978) 
25º Tribuno Memmo (979) 
26º Pietro Orseolo II (991) 
27º Ottone Orseolo (1009) 
28º Pietro Barbolano (1026) 
29º Domenico Flabanico (1032) 
30º Domenico Ier Contarini (1043) 
31º Domenico Selvo (1071) 
32º Vital Faliero de Doni (1084) 
33º Vital Michele I (1096) 
34º Ordelafo Faliero (1102) 
35º Domenico Michele (1117) 
36º Pietro Polani (1130) 
37º Domenico Morosini (1148) 
38º Vital Michele II (1156) 
39º Sebastian Ziani (1172) 
40º Orio Mastropiero (1178) 
41º Enrico Dandolo (1192) 
42º Pietro Ziani (1205) 
43º Jacopo Tiepolo (1229) 
44º Marino Morosini (1249) 
45º Reniero Zeno (1252) 
46º Lorenzo Tiepolo (1268) 
47º Jacopo Contarini (1275) 
48º Giovanni Dandolo (1280) 
49º Pietro Gradenigo (1289) 
50º Marino Zorzi (1311) 
51º Giovanni Soranzo (1312) 
52º Francesco Dandolo (1328) 
53º Bartolomeo Gradenigo (1339) 
54º Andrea Dandolo (1342) 
55º Marino Faliero (1354) 
56º Giovanni Gradenigo (1355) 
57º Giovanni Delfino (1356) 
58º Lorenzo Celsi (1361) 
59º Marco Cornaro (1365) 
60º Andrea Contarini (1367) 
42 
 
61º Michele Morosini (1382) 
62º Antonio Veniero (1382) 
63º Michele Steno (1400) 
64º Tommaso Mocenigo (1413) 
65º Francesco Foscari (1423) 
66º Pasqual Malipiero (1457) 
67º Cristoforo Moro (1462) 
68º Nicolo Trono (1471) 
69º Nicolo Marcello (1473) 
70º Pietro Mocenigo (1474) 
71º Andrea Vendramino (1476) 
72º Giovanni Mocenigo (1478) 
73º Marco Barbarigo (1485) 
74º Agostino Barbarigo (1486) 
75º Leonardo Loredano (1501) 
76º Antonio Grimani (1521) 
77º Andrea Gritti (1523) 
78º Pietro Lando (1538) 
79º Francesco Donato (1545) 
80º Marcantonio Trivisano (1553) 
81º Francesco Veniero (1554) 
82º Lorenzo Priuli (1556) 
83º Giorolamo Priuli (1559) 
84º Pietro Loredano (1567) 
85º Alvise Mocenigo I (1570) 
86º Sebastiano Veniero (1577) 
87º Nicolò da Ponte (1578) 
88º Pasqual Cicogna (1585) 
89º Marino Grimani (1595) 
90º Leonardo Donato (1606) 
91º Marcantonio Memmo (1612) 
92º Giovanni Bembo (1615) 
93º Nicolò Donato (1618) 
94º Antonio Priuli (1618) 
95º Francesco Contarini (1623) 
96º Giovanni Cornaro I (1624) 
97º Nicolò Contarini (1630) 
98º Francesco Erizzo (1631) 
99º Francesco Molino (1646) 
100º Carlo Contarini (1655)101º Francesco Cornaro (1656) 
102º Bertuccio Valiero (1656) 
103º Giovanni Pesaro (1658) 
104º Domenico Contarini II (1659) 
105º Nicolò Sagredo (1674) 
106º Luigi Contarini (1676) 
107º Marcantonio Giustinian (1683) 
108º Francesco Morosini (1688) 
109º Silvestro Valiero (1694) 
110º Alvise Mocenigo II (1700) 
111º Giovanni II Cornaro (1709) 
112º Sebastiano Mocenigo (1722) 
113º Carlo Ruzzini (1732) 
114º Alvise Pisani (1735) 
115º Pietro Grimani (1741) 
116º Francesco Loredano (1752) 
117º Marco Foscarini (1762) 
118º Alvise Giovanni Mocenigo (1763) 
119º Paolo Renier (1779) 
120º Ludovico Manin (1789) 
 
Fonte: Philippe Braunstein e Robert Delort, Venise, portrait historique d'une cité, Paris, Seuil, 197
43 
 
8. O Hino Nacional de Veneza 
A música é baseada nas “Juditha Triumphans”, composta por Vivaldi para 
comemorar a vitória de Veneza em Corfù, para libertar a ilha dos turcos otomanos 
em 1716. 
O compositor e violinista vêneto Antonio Lucio Vivaldi nasceu em Veneza em 
4 de março de 1678 onde viveu toda a sua vida e faleceu em 28 de julho de 1741 
em Viena. Era conhecido como “Il Padre Rosso”, O Padre Vermelho. Sua obra mais 
conhecida é “As Quatro Estações”, uma série de quatro concertos barrocos para 
violino. 
 
Vivaldi. Fonte: http://www.venicethefuture.com/schede/fr, acessado em 16 abr.2014. 
 
Originalmente foi escrito em letras latinas, porém adaptou-se a orquestração 
de um hino em língua vêneta, sendo facilmente cantado por todos, mantendo a sua 
estrutura original. 
 
http://www.venicethefuture.com/schede/fr
44 
 
 “Juditha Triumphans” 
 
Salve invicta Juditha formosa 
Patriae splendor spes nostraes salutis (salutis) 
Salve invicta Juditha formosa 
Patriae splendor spes nostraes salutis (salutis) 
 
Summae norma tu vere virtutis 
Eris semper in mundo gloriosa 
Summae norma tu vere virtutis 
Eris semper in mundo gloriosa 
 
Debellato sic barbaro Trace 
Triumphatrix sit Maris Regina (Regina) 
Debellato sic barbaro Trace 
Triumphatrix sit Maris Regina (Regina) 
 
Etplacata sic ira divina 
Adria vivat, et regnet in pace 
Etplacata sic ira divina 
Adria vivat, et regnet in pace 
 
Vivat, vivat, vivat en pace 
Vivat, vivat, vivat en pace 
 Fonte: www.raixevenete.net.acessado em 10 mar.2014. 
 
 
A letra da música foi escrita por um compositor vêneto, em nome da 
República de Veneza, e agora as letras representam a importância da tradição que 
fornece os recursos para construir “um novo amanha”, mostrando também valores 
típicos do povo Vêneto, como a aptidão para o trabalho e da solidariedade, que já no 
passado foram reconhecidos. O verbo “fiorire” traduz “florescente” e “florescimento”, 
representando o desenvolvimento industrial e urbano de Veneza, juntamente com o 
crescimento social e ambiental das pessoas (vênetos) que sempre viveram entre a 
Terra e o Mar. E finalmente a referência ao Leão para defender a Paz e a Liberdade. 
http://www.raixevenete.net/
45 
 
Na bandiera, na léngoa, na storia 
(Ino del Popolo Veneto) 
Na bandiera, na léngoa, na storia 
Le ne dà siviltà, forsa e gloria (e gloria!) 
E ’l futuro splendor le tien alto 
Del gran pòpolo fiol de San Marco (San Marco!) 
Na nasion, un cor solo, na vóxe 
Cei e veci, toxati e tóxe 
Che ’ntel cor i conserva ’l Leon 
No i se ciama mai vinti, 
I fa sù i fondaminti 
De un nóvo doman. 
Ne dà lustro ’ntel móndo la nostra onestà 
E la voja de far e de dare na man. 
Fen fiorire la tera dai mónti al mar 
Defendémo la paxe e la libartà 
Tuti insieme co un solo cuor 
Tuti insieme na sola Nasion 
Rento el cor conservémo el Leon 
No sarémo mai vinti, 
Fon sù i fondaminti 
De un nóvo doman. 
Viva! Viva! Viva! Libartà! 
 
Senpre! Senpre! Senpre! Libartà 
Par tèra, par mar: San Marco! 
 
NOTE: 1- Cei: veneto trevixàn e feltrìn-belunexe; veci vocabolo veneto jenerale dal venesiàn al 
veronexe; toxati doprà on fià inte'l visentino e trevixàn; tóxe doprà inte'l veneto sentrale e polexàn: sto 
verso el raprexenta idealmente la union de tuti i Veneti, de difarente età e sèso, ma anca de difarente 
proveniensa jeogràfica. 2- Fondaminti: veneto polexàn, doprà qua pa question de rima co vinti. 3- Fen: 
parola veneta trevixana doprà pa raxón mètriche; fiorire, veneto sentrale, el demostra on progrèso in 
armonia co l’anbiente e le risorse naturali. 4- Fon: veneto feltrino-bellunese doprà pa raxón mètriche; 
méso rente a fondaminti (come anca pì sóra fen fiorire), xe on sìnbolo de la unità pluralista veneta: le 
sfumadure de la lengoa che le se fonde co armonìa inte on ùnico verso le riciama el popolo vèneto, 
fato de difarenti realtà locali ma bòn de prexentarse inte'l mondo in maniera unitáriaHino Nacional do 
Vêneto Fonte: http://www.associacaoitaliana.org.br/links/projeto/veneto.htm, acessado em 16 
jul.2013. 
http://www.associacaoitaliana.org.br/links/projeto/veneto.htm
46 
 
Uma Bandeira, uma Língua, uma História 
 
 (Hino do Povo Vêneto)¹ 
 
Uma Bandeira, uma Língua, uma História 
Nos dão progresso, força e glória (E glória!) 
O futuro esplendor mantém alta a força 
Do grande povo filho de São Marcos (São Marcos!). 
 
 
Uma Nação, um só coração, uma voz 
Crianças e velhos, moças e rapazes 
Que em seus corações conservam o Leão 
Nunca se dão por vencidos, 
Constroem as bases 
De um Novo Amanhã. 
 
 
A nossa honestidade nos dá valor no mundo 
E a vontade de fazer e de ajudar. 
Façamos florir a terra dos montes até o mar 
Defendamos a Paz e a Liberdade. 
 
 
Todos juntos com um só coração 
Todos juntos com uma só Nação 
Dentro do coração conservamos o Leão 
Nunca seremos derrotados 
Construímos as bases 
De um Novo Amanhã. 
 
 
Viva! Viva! Viva! Liberdade! 
Sempre! Sempre! Sempre! Liberdade! 
 
Por terra, por mar: São Marcos! 
 
 
 
1-Tradução para a língua portuguesa: Flávia Nigra e Nicola Finotello. 
47 
 
9. A moeda veneziana 
A República de Veneza e suas dependências utilizaram durante séculos a lira 
veneziana, que era subdividida em 20 “soldi” (soldos) e cada “soldi” era dividido em 
12 “denari” (denários). Outras medidas monetárias usadas eram: o “tallero” ou 
“zecchino” que correspondia a 7 liras e o “ducato” que correspondia a 124 “soldi”. A 
lira veneziana deixou de ser utilizada em 1807 quando foi substituída pela lira do 
reino napoleônico. O governo provisório instalado em 1797 cunhou moedas de 10 
liras em prata que permaneceu durante toda a ocupação austríaca. 
 
Á esquerda, São Marcos abençoando o Doge Domenico Contarine II (1659). Á direita moeda de 5 
liras de 1848. Fonte: Krause, Chester L. e Mishler, Clifford (1978). Standard Catalog of World Coins: 
Edição de 1979. Colin R. Bruce II (editor-sênior) (5ª ed.) 
 
10. A invasão de Napoleão (1797) 
Por volta de 1796, a República de Veneza era frágil e não podia mais se 
defender, já que sua frota era bastante inferior. 
Na primavera de 1796, o Piemonte caiu e os austríacos foram batidos de 
Montenotte a Lodi. O exército de Napoleão Bonaparte cruzou as fronteiras da neutra 
Veneza em perseguição ao inimigo. No final as tropas francesas ocupavam o 
território veneziano acima do Rio Adige. Vicenza, Cadore e Friuli ainda eram 
mantidas pelos austríacos. 
Em 12 de maio de 1797, sob a pressão de Napoleão, que já havia tomado 
todo o território vêneto, o “Consiglio Maggior” se reuniu pela última vez e declarou o 
48 
 
fim do governo milenar da República de Veneza. O Doge Ludovico Manin renunciou 
e se retirou para sua casa em Passariano, no Friuli. No mesmo ano, Napoleão 
entregou o Vêneto para a Áustria em troca da Bélgica. 
 
11. O Reino Napoleônico da Itália (1805-1814) 
Em 1805 Napoleão criou o Reino da Itália, com a capital em Milão, formada 
pelas regiões da Lombardia, Emília-Romanha, Vêneto e Toscana. Entre 1797 e 
1802 foi conhecida como República Cisalpina e República Italiana de 1802 á 1805. 
Em 1805,pela Paz de Presburgo, na Bratislava, o Império Austríaco devolveu 
à França o Vêneto e Gorízia, que foi incorporado à República Italiana (1802-1805). 
Em 1806 um decreto de Napoleão proclama a união do Veneto ao Reino da Itália: 
Belluno, Conegliano, Treviso, Feltre, Bassano, Padova, Vicenza e Rovigo passam a 
serem denominados ducados. Eugenio Beauharnaus é investido com o título de 
príncipe de Veneza. Em 1807 incorporou a Ístria e a Dalmácia. Em 1808 incorporou 
a República de Ragusa, na costa dálmata. Em 1809, o Trieste, Gorizia, Ístria, 
Dalmácia e a Baía de Cattaro passaram a formar as Províncias Ilíricas. 
 
 Itália 1810 – Fonte: http://www.giovannitalleri.it, acessado em 23 jul.2013. 
 
Bandeira Napoleônica do Reino da 
Itália (1805-1814) – Fonte: 
http://www.zazzle.com.br/reino_de_n
apoleao_bandeira_de_italia_italia_po
ster-228084061023920206r, 
acessado em 23 jul.2013 
http://www.giovannitalleri.it/
49 
 
12. Perasto (1797) 
Perasto é uma cidade que atualmente pertence a República de Montenegro, 
localizada na Baía de Cattaro (Kotor). Perasto pertenceu a Veneza entre 1420 a 
1797, fazendo parte da Albânia Vêneta, possessões venezianas ao sul da Dalmácia. 
Além de Perasto, faziam parte da Baía de Cattaro as cidades de Risano, Teodo, 
Castelnuovo, Budua e Spizza. Sob o domínio veneziano a cidade progrediu 
economicamente, politicamente e culturalmente e sendo uma cidade que fazia 
fronteira com o Império Otomano, foi concedida uma série de privilégios. 
 
Istria e Dalmazia, 1560 – Fonte: Map from "Historical Atlas" by William R. Shepherd, 1923. 
Perasto ganhou fama devido aos bons comerciantes, marinheiros e militares, 
o que lhe rendeu à honra de guardar o Gonfalone de San Marco, o estandarte, a 
bandeira de guerra em tempos de paz. Quando Veneza foi invadida por Napoleão e 
transferida para o Império Austríaco, Perasto continuou fiel à Sereníssima, sendo a 
última cidade a se render em 22 de agosto de 1797, quando o conde Giuseppe 
Viscovich baixou a última bandeira veneziana e no dia seguinte, perante as 
autoridades austríacas, Viscovich fez um discurso comovente perante a multidão. O 
Discurso de Perasto, considerado uma das maiores súplicas em língua vêneta: 
50 
 
Discurso de Perasto, em vêneto: 
“In sto amaro momento, in sto ultimo sfoogo de amor, de fede al Vèneto Serenissimo 
Dominio, el gonfalon de ła Serenisima Republica ne sia de conforto, o citadini, che 
ła mostra condota passada da queła de sti ultimi tenpi ła rende piú xusto sto ato fatal, 
ma virtuoxo, ma deveroxo par nu. Savará da nui i vostri fioi e ła storia del xorno ła 
fará saver a tuta Europa, che Perasto ła ga dignamente sostegnudo fim a ł’ultimo 
ł’onor del Veneto Gonfalon, onorandoło co sto ato sołene e deponendoło bagná da el 
nostro universal, amaro pianto. 
Sfoghemose, citadini, sfoghemose pur, ma in sti nostri ultimi sentimenti che i sigila ła 
mostra gloriosa corsa soto el Serenisimo Veneto Governo, rivolgemose verso sta 
Insegna che ło rapresenta, e su de eła sfoghemo el nostro dołor. 
Par trexentosetantasete ani ła mostra fede, el nostro vałor, ła ga senpre custodia par 
terá e par mar, par tuto indove che i ne ga ciamá i to nemisi, che łi x estai pur quełi 
de ła Religion. 
Par trexentosetantasete ani łe nostre sostanse, eł nostro sangue, łe nostre vite łe xe 
senpre stae par Ti, San Marco; e fełicisimi senpre se gavemo reputá. Ti co nu, nu co 
ti; e senpre co Ti sul mar nu semo stai iłustri e virtuoxi. Nisuni co Ti ne gá visto 
scanpar, nisuni co Ti ne gá visto vinti e spauxori! E se sti tenpi prexenti, infełici par, 
inprevidensa, par disension, par arbitrii iłegali, par visi ofendenti ła natura sostante, el 
nostro sangue, ła vita nostra,e pitosto che vedar Te vinto e dixonorá dai toi, el corajo 
nostro, ła mostra fede, se gaverave sepelio soto de ti. Max a che altro no ne resta da 
far par Ti, el nostro cuor sai łonoratisima to tomba, e el più grando to elogio łe nostre 
lagrime.” 
 
 
 
O Discurso de Perasto pronunciadas por Joseph Viscovich em 23 de agosto de 1797, em língua 
vêneta - Fonte: http://venicexplorer.net/tradizione/perasto.php, acessado em 13 jul.2013. 
http://venicexplorer.net/tradizione/perasto.php
51 
 
Discurso de Perasto, em italiano: 
In questo amaro momento che lacera il nostro cuore; in questo ultimo sfogo d’amore 
e di fede al Veneto Serenissimo Dominio, ci sua di conforto, o Citadini, il Gonfalone 
dela Serenissima Repubblicam ché la mostra condotta presente e passata 
giustamente ci assegna questo atto fatale, per noi virtuoso e doveroso. Sapranno da 
noi i nostri figli, e la Storia del giorno farà sapere a tutta Europa, che Perasto há 
dignamente sostenuto fino all’ultimo l’onore del Veneto Gonfalone, onorandolo com 
questo atto solene e deponendolo bagnato del nostro universale amaríssimo pianto. 
Sfoghiamoci, Citadini, sfoghiamoci pure; ma in questi nostri ultimi sentimenti, com i 
quali sigilliamo la gloriosa carriera corsa sotto il Serenissimo Veneto Governo, 
rivolgiamoci a questa insegna e in essa consacriamo il nostro dolore. 
Per trecentosettantasette anni la mostra fede e il nostro valore la hanno custodia per 
Terra e per Mare, ovunque ci abbiano chiamato i suoi nemici, che sono stati anche 
quelli dela Religione. 
Per trecentosettantasette anni le nostre sostanze, il nostro sangue, le nostre vite 
sone sempre state dedicate a Te, San Marco; e felicissimi sempre ci siamo reputati 
di essere Tu com noi e noi com Te; e sempre com Te siamo stati illustri e vittoriosi 
sul Mare. Nessuno com Te ci há visto fuggire; nessuno, com Te, ci há vinti o 
impauriti! Se il tempo presente, infelicíssimo per imprevidenza, per dissennatezza, 
per illegali arbitrii, per vizi che offendono la Natura e il Dirito dele Genti, non Ti 
avesse tolto dall’Italia, per Te in perpetuo sarebbero state le nostre sostanze, il 
sangue, la mostra vita; piuttosto che veder Ti vinto e disonorato daí Tuoi, il nostro 
coraggio e la nostra fede si sarebbero sepolte sotto di Te! Ora che altro non resta da 
fare per Te, il nostro cuore Ti sai tomba onoratissima e il più puro e grande elogio, 
Tuo elogio, siano le nostre lacrime. 
 
 
O Discurso de Perasto pronunciadas por Joseph Viscovich em 23 de agosto de 1797, traduzido em 
língua italiana - Fonte: http://venicexplorer.net/tradizione/perasto.php, acessado em 13 jul.2013. 
http://venicexplorer.net/tradizione/perasto.php
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Discurso de Perasto, traduzido em português: 
“Neste momento de dor em que as lágrimas dilaceram o nosso coração nesta última 
demonstração de amor e de fé para o Sereníssimo Domínio Vêneto, há um conforto, 
cidadãos, a bandeira da Sereníssima República, para a nossa conduta presente e 
passada justamente nos dá esse ato fatal, para nós virtuosos e obedientes. Eles nos 
conhecem por nossos filhos, e a história desse dia vai dar a conhecer por toda a 
Europa, que Perasto tem a dignidade da bandeira do Vêneto mantida até a última 
hora, honrando-a com este ato solene, e molhando-a com nosso amargo choro 
universal. 
Desabafemos Cidadãos, desabafemos forte, nestes nossos últimos sentimentos com 
os quais vedam a carreira do glorioso comandante do Sereníssimo Governo Veneto, 
vamos voltar a este signo e consagrá-la em nossa dor. 
Por 377 anos a nossa fé e o nosso valor são preservados pela Terra e pelo Mar, 
onde quer que se chame de inimigos, que também eram os da Religião. 
Por 377 anos a nossa substância, nosso sangue, nossa vida sempre foi dedicado a 
Ti, São Marcos, e temos sempre o prazer da reputação. Você conosco e nós com 
você, e sempre com você estávamos ilustre e vitorioso no Mar. Ninguém nos viu 
fugir com você, e ninguém com você, viu o medo nos vencer! Se o tempo presente, 
infeliz por falta de previsão, por loucura, por arbitrariedade ilegal, por causa de 
defeitos que ofendem a Natureza e a Lei dos Gentios, eu não tinha saído da Itália, 
por Ti, em perpetuidade seria a nossa

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