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FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL

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CAMILA QUEVEDO 
FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL 
MENSTRUAÇÃO 
 Importante marcador biológico da mulher; 
 Menarca/menacme/menopausa; 
- Menarca: 9-15 anos. 
- Menacme: intervalo entre as duas, vida reprodutora. 
- Menopausa: leva em consideração a última menstruação da mulher e o diagnóstico é 
feito quando tem-se amenorreia há 1 ano. 
 Envolvidos: 
- Influência do equilíbrio psíquico; 
- Distribuição de gordura corporal; 
Ocorre por influência dos estrogênios ovarianos. Durante a vida a mulher tem 3 deles: 
estrona (E1 - surge pela conversão periférica da androstenediona no tecido adiposo); 
estradiol (E2 - responsável pela distribuição de gordura corporal, o estradiol é 
produzido enquanto há ovulação, por isso na menopausa o corpo da mulher tende a 
adquirir características androgênicas – cintura abdominal > quadril, ↑ risco DCV); 
estriol (produzido pela placenta da grávida). 
- Interação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário-útero. 
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVARIO-ÚTERO 
 Ocorre a interação do eixo hipotálamo-
hipófise-útero. 
 Há também a interferência do meio 
ambiente, luz, estresse, etc. Um exemplo da 
interferência do meio ambiente é a regulação 
do dia da menstruação entre mulheres que 
moram na mesma casa. 
 
 
 
HIPOTÁLAMO 
- Se comunica com a hipófise através dos tanicitos, que são o sistema canalicular de condução 
desses hormônios para a hipófise. 
- GnRh: fator liberador hipotalâmico envolvido na menstruação. Esse hormônio chega até a 
hipófise pelos tanicitos. 
HIPÓFISE 
 Adenohipófise: sistema endócrino. Secreta: 
- TSH, FSH, LH, ACTH, PRL e GH. 
- FSH e LH: secretados de forma pulsátil. 
- FSH é de frequência baixa, estimula a foliculogênese e transforma a testosterona no 
ovário em estradiol. 
Diz-se que é de baixa frequência pois não necessita de um pico para começar sua ação 
(em torno de 300 pgm). 
- LH é de alta frequência, promove a rotura folicular e transforma o colesterol em 
testosterona. 
 CAMILA QUEVEDO 
Na gestação, a hipófise quase dobra de tamanho, então precisa de mais sangue para 
ser nutrida. Quando a mulher tem hemorragia pós-parto o aporte sanguíneo da 
hipófise fica prejudicado e ela sofre uma necrose, podendo prejudicar a produção 
hormonal, isso é conhecido como Sd. de Sheehan. 
 Neurohipófise – SNC: armazena ocitocina e vasopressina (ADH). 
A pega durante a amamentação ocorre estímulo para que a ocitocina armazenada 
seja enviada para a circulação, promovendo a contração dos ductos lactíferos, fazendo 
com que o leite seja ejetado na boca da criança. 
OVÁRIOS 
 Secreta estradiol (E2), progesterona, testosterona e inibina (A e B). 
- Inibina B é a que participa do ciclo menstrual, fazendo o feedback negativo. 
- É por isso que na menopausa LH>20 e FSH>40 (falência ovariana), já que com a 
falência ovariana não produz mais inibina para fazer o feedback negativo e as 
gonadotrofinas hipofisárias estarão aumentadas. 
 17- refere-se ao estrogênio 
 21- refere-se aos androgênios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NC Hipotálamo produz 
GnRH  induz a hipófise 
anterior a produzir as 
gonadotrofinas coriônicas 
(LH e FSH) agem nos 
ovários liberando 
estrogênio e progesterona 
 esses por sua vez, agem 
no útero: menstruação. 
A inibina B é responsável 
pelo feedback negativo, 
quando ocorre a ovulação 
ela age na hipófise avisando 
para cessar a produção de 
LH e FSH. 
 
 CAMILA QUEVEDO 
 
ESTEROIDOGÊNESE OVARIANA 
 Qual será o folículo dominante? 
- Aquele folículo que tiver maior capacidade de converter androgênios em estrogênios, 
este sim será o folículo dominante. 
 Quando ocorre o feedback negativo (queda do FSH), apenas o folículo com 
esteroidogênese mais eficaz é capaz de escapar do processo de atresia. 
 
 A esteroidogênese ovariana inicia-se com o colesterol 29 (é o LDL a lipoproteína que 
chega no ovário). Na teca, com a ação do LH, o colesterol (29c) é transformado em 
testosterona (21c). 
 Ações do LH: promover a rotura folicular e catalisar a transformação do colesterol em 
testosterona. 
 Na granulosa, o FSH age transformando a testosterona (21c) em estradiol (17c). Assim 
o estradiol cai na corrente sg e vai para seu local de ação. 
 Na menopausa, a camada granulosa deixa de existir, ou seja, não produz mais estradiol 
e assim também deixa de produzir a inibina B e por isso as gonadotrofinas vão 
aumentar, FSH, LH e testosterona. 
 
 A dosagem desses hormônios deve ser feita em dias diferentes de acordo com seu pico 
no ciclo menstrual: 
- FSH dosado no 2º dia da menstruação em um ciclo de 28d (pico). 
- LH deve ser dosado no 13-14º dia (800 ngm) 
- O estradiol deve ser dosado no 12º dia (deve estar por volta de 700 pcg). 
 O FSH começa a produzir estradiol, depois há uma leve queda do estradiol e volta sua 
ação. Enquanto o FSH continua caindo. 
 O pico de estradiol estimula o pico de LH para romper o folículo. 
 O pico de FSH se justifica pelo pico de LH, já que são produzidos na mesma área da 
hipófise. 
 CAMILA QUEVEDO 
 Na baixa de FSH, deixa de produzir estradiol. Se o estradiol diminui, 
momentaneamente ocorre uma descamação do endométrio. Algumas mulheres tem a 
Sd do sangramento do meio (a mulher sabe que ovulou pois teve um pequeno 
sangramento no meio do ciclo). Depois que o estímulo do FSH retorna, ela continua a 
produzir estradiol. 
 
2ª FASE DO CICLO 
 A progesterona manda na 2ª fase do ciclo. 
 Um pouco antes da progesterona começar a subir, ela tem o plus de progesterona 
(pequeno aumento em relação à linha de base) que serve para diminuir a tensão 
superficial do folículo dominante para que o LH consiga romper ele. 
 Progesterona dosa-se no 21º dia em um ciclo de 28d. 
 A progesterona bloqueia os receptores de estrogênio através do RNAm deles, fazendo 
com que essas substâncias não tenham ação. 
 Progesterona e estrogênio altos e gonadotrofinas baixas. Os anticoncepcionais 
hormonais mimetizam a 2ª fase do ciclo. Para ter a contracepção, precisa da 
progesterona. A progesterona alta inibe as gonadotrofinas. (para menopausa precisa 
de estrogênio p/ tratar). 
 O anticoncepcional diminui o FSH, mantém as gonadotrofinas baixas enquanto está 
tomando o anticoncepcional. Mas mesmo assim a mulher perde folículos. 
 
 
FASE FOLICULAR 
 É a 1ª fase do ciclo menstrual, é variável. 
 Mas, considera-se um intervalo de 28d (varia de 26d-32d) entre os ciclos menstruais. 
- Se for um intervalo> 28 dias, a fase lútea é fixa em 14d e a fase folicular vai ser a 
maior. 
 Na definição do ciclo menstrual, levar em consideração: 
- O intervalo entre um ciclo e outro (26-32d); 
- Duração em dias (3-5d); 
- Quantidade de fluxo (40-90g). 
 Início: 1º dia de menstruação. 
 Término: ocorre no pico de gonodatrofinas que leva à ovulação (ocorre pela ação do 
estradiol E2 serve de gatilho para que o LH rompa o folículo). 
 O estradiol serve de gatilho (feedback +) para o pico de LH. Se o estradiol estiver baixo, 
não há gatilho e a mulher terá uma insuficiência. 
 CAMILA QUEVEDO 
 Nessa fase, ocorre o recrutamento de alguns folículos sob a ação do FSH. 
Normalmente, a cada ciclo, tem-se um gasto de 1000 folículos, sendo que apena 1 vira 
o folículo dominante e os outros sofrem atresia. 
 A partir do 7º dia do ciclo estabelece-se a dominância, qual vai ser o folículo que vai 
ovular. Essa dominância ocorre pelo estradiol (FSH). 
 Efeitos do ↑ estradiol: 
- Útero: proliferação do endométrio. 
No caso de estradiol fraco, não ocorre proliferação do endométrio e ele fica 
desfavorável à gestação. 
A progesterona modifica esse endométrio proliferativo em glândula. 
Menstruação com sangue vivo e coágulo significa um endométrio proliferativo, 
enquanto uma menstruação em excesso, escura e líquida significa um endométrio 
progestogênico, ou seja, ovulatório. 
- Cérvice: aumento da produção de muco cervical. Ocorre para favorecer o meio fluido 
para o espermatozoide chegar ao útero e trompas. 
- Vagina: predomínio de céls. acidófilasmantendo pH ácido, ideal para a flora 
bacteriana e movimentação do espermatozoide. 
FASE OVULATÓRIA / FASE FOLICULAR TARDIA 
 Que comanda essa fase é o FSH. 
 Ocorre com o pico de estrogênio 24 a 36h antes da ovulação. Ele é um feedback 
positivo para o pico de LH que ocorre 10-12h antes da ovulação. 
 O LH promove luteinização da camada granulosa (formação do corpo lúteo) = início da 
produção da progesterona. 
A progesterona vai modificar o endométrio que foi proliferado na 1ª fase, 
transformando- o em glandular (aumentado). É a preparação do endométrio para a 
gravidez. 
A progesterona tem uma vida média de 4-6d, mas caso haja gravidez, é necessário 
progesterona para que permaneça a instalação da gestação. A gonadotrofina coriônica 
(HCG) estimula o corpo lúteo, o qual produz progesterona até 14 sem. A partir daí a 
produção ocorrerá pela placenta. 
 A gonodatrofina coriônica é que causa enjoos na grávida. 
FASE LÚTEA 
 Quem comanda essa fase é o LH. 
- Ele que rompe o folículo e induz a formação do corpo lúteo, responsável pela 
progesterona. 
 É a fase fixa, dura 14d. 
 Em 28 dias, 12d depois da menstruação haverá período fértil. Se 30d, será com 14d, se 
32, será 16d a partir da menstruação. 
 Corpo lúteo tem grande quantidade de sg por unidade de massa do corpo (ao USG 
doppler, sinal da coroa de cristo, indica a ovulação). 
 Com a ação da progesterona tornando o endométrio uma glândula as artérias que 
eram retas ficam tortuosas. A descamação de um endométrio de ciclo ovulatório é 
vermelho escuro, líquido sem coágulo. 
AÇÕES DA PROGESTERONA 
- Distende o folículo; 
- Produz prostaglandinas (E e F); 
- Faz a angiogênese. 
- Contração das céls. musculares lisas do ovário para a extrusão do oócito. 
 CAMILA QUEVEDO 
FORMAÇÃO FOLICULAR 
 
- Folículo: unidade morfofuncional do ovário. 
- Na 20ª semana de gestação, o feto feminino tem 7 milhões de folículos primordiais; ao 
nascimento cai para 2 milhões e na puberdade o número chega a 400 mil folículos 
(teoricamente 400 ciclos menstruais – 400 folículos tornam-se dominantes: óvulos). 
- Independente de gravidez e uso de anticoncepcional, os folículos continuam sendo 
degradados. 
- Na menacme: 1000 folículos gastos em 1 mês (99,9% dos folículos sofrem atresia – não 
atrofia) 
- Aos 45 anos: 8000 folículos. Pode parecer que a mulher só terá mais 8 ciclos menstruais pela 
quantidade de folículos, mas isso não ocorre pois tanto na puberdade quanto na pré-
menopausa a mulher faz vários ciclos anovulatórios. (menopausa 45-55 anos geralmente). 
- Qual será o folículo dominante: aquele que tiver mais capacidade de converter androgênios 
em estrogênios, ele se fortalece nessa transformação e por isso não sofre atresia como os 
outros. 
- Quando ocorre o feedback negativo que é a queda do FSH, apenas o folículo dominante 
resiste. 
- Climatério: fase em que há perda de hormônios na pré-menopausa. 
 
 
 
	menstruação
	eixo hipotálamo-hipófise-ovario-útero
	hipotálamo
	hipófise
	ovários
	esteroidogênese ovariana
	fase folicular
	fase ovulatória / fase folicular tardia
	fase lútea

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