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Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 - Ciclo menstrual - INTRODUÇÃO o Corresponde à preparação do corpo da mulher para uma possível gestação o Para que haja a manutenção do funcionamento adequado/ harmonioso do ciclo menstrual precisamos que haja o equilíbrio entre os 4 pilares básicos que são: hipotálamo/ Hipófise/ ovário/ endométrio 1. HIPOTÁLAMO – região do SNC que produz um polipeptídeo secretado de forma pulsátil/ intermitente (não é constante!) → GnRH • GnRH – hormônio liberador de gonadotrofinas • É liberado na circulação porta-hipofisária e age sobre a glândula HIPÓFISE ANTERIOR 2. HIPÓFISE ANTERIOR (ADENO-HIPÓFISE) • Estimulada pelo GnRH produz dois hormônios, as gonadotrofinas, que são: → FSH – Hormônio folículo estimulante → LH – Hormônio Luteinizante • As gonadotrofinas agem sobre os ovários – que além da função gametogênica possuem função endócrina (produção de hormônios) 3. OVÁRIOS • Pela ação do FSH e LH os ovários sintetizam dois hormônios, que são: → ESTROGÊNIOS – age sobre o endométrio estimulando sua proliferação (mitose) – AÇÃO PROLIFERATIVA!. Na verdade existem 3 tipos de estrogênio, são eles: ▪ Estriol – placentário / ovários (muito pouco) – atividade biológica baixa – OBS: na infância é o principal estrógeno presente ▪ Estradiol – ovariano – quando a mulher entra na menacne (começa a menstruar) os ovários começam a produzir estradiol. É o principal estrogênio do organismo!! ▪ Estrona – periférico – produzida na gordura (principalmente), fígado, musculo → PROGESTERONA – prepara o útero para a gestação – atua no endométrio (previamente proliferado pelo estrogênio) estimulando a secreção endometrial de mucopolissacarídeos (“preparando o terreno”) para receber o ovo fecundado. OBS: Fazendo um paralelo – “CA de endométrio” – qual o fator de risco mais importante relacionado ao desenvolvimento dessa doença? Obesidade. Logicamente a paciente obesa possui maior quantidade de tecido adiposo, que como sabemos é produtor de estrona. Essas mulheres produzem quantidades muito maiores de estrogênio (sob a forma de estrona). Sabe-se que esse hormônio é responsável por estimular a proliferação endometrial. Sendo assim, quando o endométrio é muito estimulado passa a proliferar-se de forma descontrolada e aumento o risco de desenvolver células anormais (neoplásicas) Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 FEEDBACKS DO ESTRADIOL (ESTRÓGENO OVARIANO) Existe um mecanismo na endocrinologia ao qual chamamos mecanismo de RETROCONTROLE OU FEEDBACK – quando uma glândula aumenta a produção de determinado hormônio “A” a outra glândula responde com aumento da produção ou redução da produção do hormônio “B” ESTRADIOL → FEDBACK NEGATIVO sobre o FSH – ou seja, quanto mais estradiol o ovário produz menos FSH a hipófise libera (+ / -) ESTRADIOL → FEEDBACK POSITIVO sobre o LH – dessa forma, quanto mais estradiol o ovário produz mais LH a hipófise libera (+ / +) FASES DO CICLO MENSTRUAL o Consideramos a média de duração do ciclo menstrual de 28 dias o Devemos dividir a duração total do ciclo em 2 fases: 1. FASE PROLIFERATIVA (FOLICULAR) • Começa no primeiro dia da menstruação (1º dia do ciclo) • Proliferação do endométrio (mitoses consecutivas) – 14º DIA - OVULAÇÃO 2. FASE SECRETORA (LÚTEA) • O ultimo dia da fase secretora é o dia que antecede a próxima menstruação • Endométrio estabiliza (não aumenta de tamanho) mas se torna secretor (rico em mucopolissacarídeos) para receber o ovo fecundado • #OBS: existem alguns autores que separam em três fases: fase menstrual (primeiros dias da fase proliferativa), proliferativa e secretora. O FSH é produzido pela adeno-hipófise (estimulada a partir do GnRH hipotalâmico) – a mulher inicia o ciclo (1º dia da menstruação) com FSH em níveis altos. O HORMÔNIO FOLÍCULO ESTIMULANTE (FSH) possui a função de recrutar aproximadamente 8-10 folículos ovarianos que irão crescer e se desenvolver. A medida que os folículos se desenvolvem começam a produzir ESTROGÊNIO OVARIANO (ESTRADIOL) hormônio que se encontrava em níveis baixos no inicio do ciclo. Ao passo que os níveis de ESTRADIOL começam a aumentar ocorre FEEDBACK NEGATIVO desse hormônio sobre o FSH (que começa a decair). O ESTRADIOL também estimula a PROLIFERAÇÃO ENDOMETRIAL (mitoses) caracterizando a FASE PROLIFERATIVA do ciclo. No fim da fase proliferativa, dos ~8-10 folículos recrutados apenas 1 folículo irá ser destinado a ovular – denominado FOLÍCULO DOMINANTE enquanto os outros INVOLUEM (ATRESIA – FOLÍCULOS ATRÉSICOS). Inicialmente tínhamos 8-10 folículos produzindo ESTRADIOL, agora apenas 1 folículo é responsável por toda a síntese desse hormônio. Em algum momento o folículo dominante não consegue bancar/ manter a produção de estradiol sozinho, dessa forma haverá queda na produção desse hormônio. – no fim da fase proliferativa existe um “pico de estradiol” que só acontece pois o ciclo se inicia com FSH alto Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 Como sabemos o ESTRADIOL possui feedback positivo sobre o LH – isso quer dizer que quanto mais estradiol é produzido mais LH é liberado pela HIPÓFISE. Dessa forma o pico de estradiol que ocorre no fim da fase proliferativa precede o pico de LH que ocorre logo em seguida. O LH (HORMÔNIO LUTEINIZANTE) inicia o ciclo menstrual em níveis baixos e a medida que os níveis de ESTROGÊNIO (ESTRADIOL) aumentam os níveis de LH também ascendem. O PICO DE LH é responsável por romper a superfície do folículo e liberar o gameta (OVÓCITO/ OÓCITO) – mecanismo que conhecemos como OVULAÇÃO O LH é conhecido como HORMÔNIO LUTEINIZANTE pois a ovulação que leva a rotura do folículo e liberação do ovócito, o que resta do folículo se transforma no CORPO LÚTEO OBS: O PICO DE LH é o responsável pela OVULAÇÃO. Quando níveis de LH são altos mas constantes a mulher não ovula. O PICO DO LH produz enzimas proteolíticas e hidrolíticas na superfície do foliculo e é dessa forma que o OÓCITO consegue romper o folículo para posteriormente ser captado pela tuba uterina (onde ficará a espera do espermatozoide) O folículo roto como já foi dito se transforma em uma estrutura denominada CORPO LÚTEO (AMARELO) que permanece na superfície ovariana após a ovulação. O CORPO LÚTEO continua produzindo ESTRADIOL, contudo é dotado da capacidade endócrina de produzir a PROGESTERONA (níveis quase indetectáveis na fase proliferativa) A PROGESTERONA – prepara o endométrio para receber o OVO fecundado (estimulo a produção de mucopolissacarídeos) – O CORPO LÚTEO possui um tempo de vida de 14 DIAS (tempo fixo – independente da duração do ciclo da mulher!). Portanto podemos concluir que a FASE SECRETORA DO CICLO é FIXA COM DURAÇÃO DE 14 DIAS SEMPRE!! Após esse período o CORPO LÚTEO sofre LISE (LUTEÓLISE). Como é essa estrutura a responsável pela produção de estrogênio e progesterona nessa fase do ciclo com a regressão/ lise do mesmo há a QUEDA de ESTROGÊNIO e PROGESTERONA O feedback do ESTRADIOL com o FSH é NEGATIVO!!. Isso quer dizer que ao passo que o ESTRADIOL começa a DECAIR no FIM DA FASE SECRETORA os níveis de FSH começam a ELEVAR-SE (e é por isso que a mulher inicial o próximo ciclo menstrual com FSH alto) OBS: O que muda na duração do ciclo menstrual na verdade é a duração da FASE PROLIFERATIVA que é variável (ex: 14 dias / 20 dias, etc) OBS: Por que o endométrio não prolifera na fase secretora se o estrogênio está elevado também? Isso ocorre porque a progesterona é capaz de bloquear o efeito proliferativo do estrogênio (age no receptor de estrogênio Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 do endométrio bloqueando o receptor desse hormônio). Dessa forma, seguindo a mesma logica o LH também não se eleva Quando A FECUNDAÇÃO ocorre, ou seja,o encontro do espermatozoide com o ovócito (na ampola da tuba uterina) ali há inicio o desenvolvimento embrionário. A medida que o embrião se desenvolve da origem ao trofoblasto (SINCICIOTROFOBLASTO) é responsável pela produção do HCG (hormônio que segura o corpo lúteo, impedindo sua desintegração e mantendo-o ativo → produzindo PROGESTERONA CICLO MENSTRUAL NORMAL (PARÂMETROS FISIOLÓGICOS) o Frequência: 24 a 38 dias (média 28 dias) → varia pela duração da fase proliferativa! o Duração: 4,5-8 dias o Fluxo: 5 a 80 ml IMPORTANTE! Além do ESTRADIOL existe um outro hormônio capaz de inibir o FSH, a INIBINA (atuando SINÉRGICAMENTE com este). Existem dois tipos de INIBINA, a que se eleva na fase proliferativa é denominada INIBINA B (BLOQUEIA O FSH) e na fase secretora temos a inibina A (que atua sinergicamente com o estradiol no BLOQUEIO DO FSH) → REGRA: CONTRÁRIO DA ORDEM ALFABÉTICA “BÁ”. A queda da inibina A é importante para sinalizar a hipófise que os níveis de FSH devem aumentar
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