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Resenha_Direito_Administrativo_Pós_Direito_Adm_e_Gestão_Pública (1)

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RESENHA 
 
NOME: MANOEL MENDES DA COSTA FILHO - Cód.: 761018 
CURSO: PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO ADMINISTRATIVO E GESTÃO PÚBLICA 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 Direito Administrativo 
 
 O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que disciplina o exercício da função 
administrativa, bem como pessoas e órgãos que a desempenham. Ele nasce com o Estado de Direito, 
pois é o Direito que regula o comportamento da Administração, é ele que disciplina as relações entre 
Administração e administrados. 
 Estuda as funções e atividades administrativas do Estado. Ele engloba a legislação brasileira que 
dispõe sobre os órgãos e agentes que compõem os aparelhos estatais na prestação de serviços públicos e 
princípios. 
 A importância do estudo do Direito Administrativo brasileiro ganha relevância com a 
democratização do País e com a busca de modernização nos serviços públicos. Por isso, possui estreita 
relação com os demais ramos do Direito, em especial o Direito Constitucional, pelo fato da Constituição 
Federal de 1988 (norma magna no país), em seus artigos 37 a 43, apresentar o “modelo” de 
Administração Pública. 
 Neste liame, pode-se asseverar que é um Direito que surge para regular a conduta do Estado e 
mantê-la de acordo com as disposições legais, dentro do espírito protetor do cidadão contra 
descomedimentos dos detentores do exercício do Poder estatal, assim, é o direito defensivo do cidadão. 
 Em relação a função pública, no Estado Democrático de Direito, pode-se dizer que é a atividade 
exercida no cumprimento do dever de alcançar o interesse público, mediante o uso dos poderes 
instrumentalmente necessários conferidos pela ordem jurídica. Prevalece a doutrina que afirma que há 
uma trilogia de funções no Estado, que estão distribuídas em três poderes (Legislativo, Executivo e 
Judiciário): 
 1) Função legislativa: função que o Estado, e somente ele, exerce por via de normas gerais, 
normalmente abstratas, que inovam inicialmente na ordem jurídica, ou seja, que se fundam direta e 
imediatamente na Constituição; 
 2) Função jurisdicional: função que o Estado, e somente ele, exerce por via de decisões que 
resolvem controvérsias com força de “coisa julgada”, atributo este que corresponde à decisão proferida 
em última instância pelo Judiciário e que é predicado desfrutado por qualquer sentença ou acórdão contra 
o qual não tenha havido tempestivo recurso; 
 3) Função administrativa: função que o Estado, ou quem lhe faça às vezes exerce na intimidade 
de uma estrutura e regime hierárquicos e que no sistema constitucional brasileiro se caracteriza pelo fato 
de ser desempenhada mediante comportamentos infra legais ou, excepcionalmente, infraconstitucionais 
vinculados, submissos todos a controle de legalidade pelo Poder Judiciário. 
 Regime Jurídico-Administrativo - Só se pode falar de Direito Administrativo no pressuposto 
de que existam princípios que lhe são peculiares e que guardem entre si uma relação lógica de coerência 
e unidade compondo um sistema ou regime: o regime jurídico-administrativo. Esse regime designa, em 
sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração 
Pública. É um complexo de princípios e regras peculiares ao direito administrativo e que guardam entre 
si uma ligação lógica de coerência e unidade. O regime jurídico-administrativo possui dois princípios 
básicos: 
 a) Supremacia do interesse público sobre o privado: são prerrogativas da administração. Tem 
como princípios subordinados: 
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 1. Posição privilegiada do órgão encarregado de zelar pelo interesse público e de exprimi-lo, nas 
relações com os particulares: benefícios que a ordem jurídica confere a fim de assegurar conveniente 
proteção aos interesses públicos instrumentando os órgãos que os representam para um bom desempenho 
da sua missão. São os privilégios atribuídos ao interesse público. 
 2. Posição de supremacia do órgão nas mesmas relações: significa que o Poder Público se 
encontra em situação de autoridade relativamente aos particulares, como indispensável condição para 
gerir os interesses públicos postos em confronto. É a possibilidade de constituir os privados em 
obrigações por meio de ato unilateral da Administração, modificando, unilateralmente, as relações já 
estabelecidas. A conjunção da posição privilegiada e da posição de supremacia resulta na exigibilidade 
dos atos administrativos, a executoriedade desses atos, a revogação dos próprios atos, através de 
manifestação unilateral de vontade e a decretação de nulidade desses atos, denominado autotutela. 
 3. Restrições ou sujeições especiais no desempenho da atividade de natureza pública: por força 
desse princípio, o direito administrativo exibe a sua marca mais expressiva: a do comprometimento com 
os interesses da sociedade, em nome dos quais erige barreiras defensivas contra quem quer que esteja 
no desempenho de atividade estatal, seja ele um particular investido de funções públicas (como os 
concessionários de serviço público, por exemplo), seja ele o próprio Estado agindo diretamente ou por 
meio de entidades da sua Administração indireta (quais as autarquias, empresas públicas e sociedades 
de economia mista). 
 b) Indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos: são direitos dos 
administrados. Sendo interesses qualificados como próprios da coletividade, não se encontram à livre 
disposição de quem que seja, por impropriáveis. Em suma, na administração, os bens e os interesses não 
se acham entregues à livre disposição da vontade do administrador. Ele possui alguns princípios 
subordinados: princípio da legalidade; princípio da obrigatoriedade do desempenho da atividade pública 
e seu cognato; princípio da continuidade do serviço público; princípio do controle administrativo ou 
tutela; princípio da isonomia, ou igualdade dos administrados em face da Administração; princípio da 
publicidade; princípio da inalienabilidade dos direitos concernentes a interesses públicos; princípio do 
controle jurisdicional dos atos administrativos; princípio da hierarquia e princípio da segurança jurídica. 
 Princípios Constitucionais no Direito Administrativo Brasileiro 
 O artigo 37, caput, da Constituição Federal reportou de modo expresso 5 princípios: 
 1. Princípio da legalidade: é específico do Estado de Direito e é aquele que o qualifica e que 
lhe dá a identidade própria. É o fruto da submissão do Estado à lei, ou seja, é a consagração da ideia de 
que a Administração Pública só pode ser exercida na conformidade da lei e que, de conseguinte, a 
atividade administrativa é atividade sublegal, infralegal, consistente na expedição de comandos 
complementares à lei. Instaura-se o princípio de que todo o poder emana do povo, de tal sorte que os 
cidadãos é que são proclamados como os detentores do poder e os governantes nada mais são do que 
representantes da sociedade. Assim, o princípio da legalidade é o da completa submissão da 
Administração às leis, ela só pode fazer o que a lei antecipadamente autorize. Restrições ao princípio da 
legalidade: 
 2. Princípio da impessoalidade: traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os 
administrados sem discriminação, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem perseguições são 
toleráveis, assim como simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem 
interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de qualquer 
espécie. 
 3. Princípio da moralidade: segundo ele, a Administração e seus agentes têm de atuar na 
conformidade de princípios éticos. Compreende os princípios da lealdade e da boa-fé. Assim, a 
Administração deverá proceder em relação aos administrados com sinceridade sendo-lhes interdito 
qualquer comportamento astucioso, eivado de malícia, produzido de maneira a confundir, dificultar ou 
minimizar o exercício de direitospor parte dos cidadãos. 
 4. Princípio da publicidade: dever administrativo de manter plena transparência em seus 
comportamentos. O sigilo só é admitido quando imprescindível à segurança da Sociedade e do Estado. 
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 5. Princípio da eficiência: também chamado de princípio da boa administração. Ele não pode 
ser concebido senão na intimidade do princípio da legalidade. É o desenvolver da atividade 
administrativa de modo mais adequado aos fins a serem alcançados, graças à escolha dos meios e da 
ocasião de utilizá-los, concebíveis como os mais idôneos para tanto. 
 Os Princípios Fundamentais da Administração Pública - É importante mencionar o que são 
princípios para a concepção jurídica. Diferente da definição que encontramos no dicionário (Princípio = 
razão, começo, início) 
 O princípio é o fundamento de uma norma jurídica, ou seja, são os pilares que sustentam o Direito 
e que não estão definidas em nenhum Lei, em nenhum diploma Legal. Ele inspira os legisladores ou 
outros agentes responsáveis pela criação da norma, a tratarem de certos assuntos por causa de certos 
motivos. 
 Princípios são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a 
compreensão do ordenamento jurídico, a aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas 
normas. São verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem 
evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter 
operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da práxis. 
 Existem dois princípios básicos que formam a base estrutural do Direito Administrativo: 
Princípio da supremacia do interesse público e Princípio da indisponibilidade do interesse público. 
 
 Princípio da Supremacia do Interesse Público - Trata-se da supremacia do interesse público 
sobre o interesse privado. Ou seja, o interesse público sempre estará acima do interesse privado, não 
importa o que seja. Portanto, havendo conflito de interesses na interpretação da norma jurídica, o 
administrador deverá prezar pelo interesse da coletividade (dos cidadãos como um todo). 
 De forma mais técnica, podemos dizer que este Princípio fundamenta a existência das 
prerrogativas da Administração Pública. É certo que, para que o Estado atinja suas finalidades, é 
necessário que disponha de poderes que não são permitidos aos particulares. Isso é extremamente 
importante, pois, na existência de conflitos entre o interesse público e o interesse particular, o público 
deve prevalecer. 
 Porém, o Estado deve sempre agir dentro dos limites legais, por isso existem tantas regras para a 
atuação dos órgãos e agentes que compõem o aparelho estatal. 
 É por isso, por exemplo, que para cargos públicos (que mexam com dinheiro público, prestem 
serviços indispensáveis ao bom andamento da comunidade, por exemplo) é necessário prestar concurso 
público. Ao passar na prova, os servidores demonstram que conhecem a Lei e irão buscar atingir os 
interesses da população. 
 Isso não significa que o Estado possa violar direitos assegurados aos particulares. Um bom 
exemplo disso é o caso da desapropriação. Nessa situação o Poder Público pode, diante da necessidade 
pública, desapropriar o bem de uma pessoa (para construir um metrô ou aumentar uma rodovia, por 
exemplo), mas a pessoa que tiver seu bem desapropriado sempre terá direito a uma indenização pelo 
Poder Público. 
 O Princípio da Supremacia do Interesse Público existe com base no pressuposto de que toda 
atuação do Estado seja pautada pelo interesse público, cuja determinação deve ser extraída da 
Constituição e das leis, manifestações da vontade geral. 
 
 Organização Administrativa 
 O Estado pode tanto desenvolver por si mesmo as atividades administrativas que tem 
constitucionalmente a seu encargo, como pode prestá-las através de outros sujeitos, transferindo a 
particulares o exercício de certas atividades que lhe são próprias ou criando outras pessoas, que podem 
ter personalidade de Direito Público ou de Direito Privado. Quando o Estado desempenha a função por 
ele mesmo, por meio de seus órgãos (repartições interiores de sua pessoa, que não se distinguem do 
Estado), está mantendo atividades centralizadas, quando ele presta por outros sujeitos, juridicamente 
distintos dele, mantém as atividades descentralizadas. As unidades que exercem as atividades 
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administrativas são chamadas de órgãos. 
 A Administração Pública pode ser dividida em Administração direta ou indireta. A 
Administração direta é a que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos Ministérios. A Administração Indireta compreende as seguintes 
categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista; d) fundações públicas. 
 Outro ponto que não podemos deixar de citar nesta resenha de Direito Administrativo é sobre os 
poderes administrativos. 
 Os poderes administrativos são dispositivos legais que a Administração tem para impor 
obrigações e garantir deveres aos cidadãos que estão sob sua tutela. 
 Dentro dessa diversidade, são classificados, consoante a liberdade da Administração para a 
prática de seus atos, em poder vinculado e poder discricionário; segundo visem ao ordenamento da 
Administração ou à punição dos que a ela se vinculam, em poder hierárquico e poder disciplinar; 
diante da finalidade normativa, em poder regulamentar; e, tendo em vista seus objetivos de contenção 
dos direitos individuais, em poder de polícia. 
 1) Poder Vinculado: Modalidade de poder em que não há margem de escolha para o agente 
público. Ou seja, ele deve seguir exatamente as determinações e trâmites previstos em lei; 
 2) Poder Discricionário: Modalidade de poder em que o agente público tem margem de escolha, 
maior liberdade na análise de conveniência e oportunidade. Sempre respeitando os limites da lei; 
 3) Poder de Polícia: É a capacidade que a Administração Pública possui de restringir liberdades 
e direitos individuais, visando assim, o bem estar social e/ou do Estado; 
 4) Poder Disciplinar: É a capacidade que a administração tem de punir infrações cometidas por 
seus servidores. Também pune particulares que prestam serviços junto à Administração Pública; e 
 5) Poder Regulamentar: São normas, deliberações, portarias e instruções editadas pelo poder 
Executivo da União, dos Estados, e dos Municípios. 
 Atos Administrativos - O ato administrativo corresponde a uma manifestação unilateral de 
vontade do Estado (ou de quem esteja atuando em tal função), expedida no exercício da função 
administrativa, com base no interesse público e na legalidade. É um ato jurídico com finalidade pública, 
é manifestação de vontade da Administração Pública. 
São requisitos de um Ato Administrativo: 
 1) Competência: A capacidade que o agente público possui para produzir o ato. Poder legal no 
desempenho de suas funções. 
 2) Finalidade: O ato deve sempre ser praticado com uma finalidade pública. O agente público 
jamais pode desviar-se de tal finalidade, e seu desvio leva à invalidação do ato. 
 3) Forma: A formação do ato deve seguir as formalidades legais. Trata-se da maneira de 
exteriorização do ato, que pode ser por meio de editais, licitações, portarias e etc. 
 4) Motivo: Situação de fato que demanda a necessidade de propositura do ato, ou seja, que levou 
o agente a editar o ato. 
 5) Objeto: O conteúdo do ato, as modificações que o mesmo busca alcançar. Constitui o efeito 
que o ato deve produzir – por exemplo, conferir um direito, extinguir uma relação. O objeto deve ser 
lícito, possível, certo e moral. 
São atributos de um Ato Administrativo, ou seja, as particularidades que o diferenciam dos demais atos 
jurídicos: 
 6) Presunção de legitimidade e veracidade: Permeia-se pelo princípio da legalidade. 
Veracidade do atoe consonância com o ordenamento jurídico. O ato, quando editado, nasce com a 
presunção de ter sido editado de acordo com a lei e por autoridade dotada de competência e de serem 
verdadeiros os fatos suscitados pela Administração Pública. 
 7) Imperatividade (ou coercibilidade): Obrigação de cumprimento do ato. O ato administrativo 
pode ser imposto ao particular, sem a necessidade de sua concordância. Constitui o “poder extroverso” 
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do Estado, por meio do qual este impõe unilateralmente a sua vontade. 
 8) Autoexecutoriedade: Capacidade que a Administração de editar e produzir seus próprios atos, 
sem que seja necessário acionar o poder Judiciário ou intervenção de qualquer outro Poder. 
 9) Exigibilidade: Obriga os destinatários a cumprirem o ato. 
 A Administração Pública pode revogar o Ato Administrativo por motivo de conveniência e 
oportunidade. Anular quando detectadas ilegalidades. No caso de ilegalidade do ato, o Judiciário tem 
capacidade para anular. 
 Conforme a Súmula 473 do Superior Tribunal Federal: 
“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicia.” 
 Os Atos Administrativos podem ser realizados por meio de autorização, permissão e licença, bem 
como se extinguem mediante cassação, revogação ou anulação. 
 Considerações finais 
 O Direito Administrativo, propriamente, cuida mais principalmente dos serviços de ordem 
pública e de interesse coletivo, segundo os quais dá execução aos planos de difusão e fomento, 
estabelecidos pelo poder público, para desenvolvimento e grandeza do Estado, deixando aos Financeiro 
e Tributário, que cuidem ou zelem por esta parte privativa ao estabelecimento de normas financeiras 
oriundas do poder financeiro do Estado, e ao estabelecimento de regras promotoras da realização das 
rendas públicas. 
 O Direito Administrativo é autônomo, com um conjunto de regras e princípios próprios, 
denominado regime jurídico-administrativo. 
 Ainda, a Administração Pública “deve, simplesmente, dar fiel cumprimento à lei, gerindo a coisa 
pública conforme o que na lei estiver determinado, ciente de que desempenha o papel de mero gestor de 
coisa que não é sua, mas do povo”. 
 Destarte, o Direito Administrativo encerra o conjunto de normas, em virtude das quais se 
estabelecem os princípios e regras necessárias ao funcionamento da administração pública, não somente 
no que concerne à sua organização como às relações que se possam manifestar entre os poderes públicos 
e os elementos componentes da sociedade. 
 Assim, dentro de seu objetivo, traça os limites dos poderes delegados aos órgãos da administração 
pública, conferindo as atribuições e vantagens a seus componentes e lhes indicando a maneira por que 
devem realizar os atos administrativos e executar todos os negócios pertinentes à administração e aos 
interesses de ordem coletiva, inclusos em seu âmbito.

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