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Prática nº 1 Extração ácido-base Química Orgânica Experimental Turma 4 Debora Cristina Baldoqui Gabriel Gadelha ra: 114044 Gabriely Carminatti Dener ra: 112288 Giovana Rita Molina Ramari ra: 112299 1. INTRODUÇÃO Quando trabalhamos com extração em química, estamos procurando um método de separação, ou purificação de compostos onde separamos uma, ou mais substâncias, de uma matriz, com intuito de obter todos os componentes separados sem prejudicá-los. Existem inúmeros métodos de extração, como por exemplo, extração líquido-líquido; extração em fase sólida; extração quimicamente ativa; dentre outras. Na química orgânica, a extração mais comumente utilizada é a extração líquido-líquido. Falaremos a seguir da extração ácido-base, na qual sua técnica baseia-se na combinação da extração líquido-líquido e quimicamente ativa. A extração liquido-liquido é um método, na qual se utiliza a diferença de solubilidade para a separação. Esse método tem como objetivo, separar uma substancia específica, de uma mistura, ou para purificar a substância. Ela é feita, de modo que consiste em uma mistura líquida de dois, ou mais, componentes que pelo contato com um solvente imiscível são separados o qual dissolverá uma substancia, enquanto outra não. Como o intuito da técnica é justamente a separação por base em solubilidade, normalmente utilizamos água, e um solvente orgânico imiscível em água[3]. Em geral, substâncias orgânicas são solúveis na água, mas se a substância que trabalharmos for mais solúvel em um composto orgânico do que em água (como é a maioria dos compostos orgânicos) nesse caso, ficaria difícil fazer a separação, pois quase não solubilizaria na água, e com isso, não separaríamos a substância. Porém, ainda sim é possível separar, utilizando o mesmo procedimento, é ai que começamos a trabalhar com a extração quimicamente ativa, onde alteramos quimicamente o composto a fim de mudar sua constante de distribuição para que se torne mais solúvel em água. É uma técnica que baseia-se em uma reação ácido-base onde o produto é solúvel na fase aquosa e insolúvel em solvente orgânico. Utilizamos esta técnica quando desejamos separar dois compostos orgânicos onde ambos são solúveis no mesmo solvente, assim fazemos a reação mudar quimicamente o composto[7]. Na extração ácido-base, como próprio nome diz, trabalhamos com ácidos e bases, fazendo a separação por meio de solubilidade, mas como ácidos e bases orgânicos tem difícil solubilidade em água vamos converter quimicamente, em uma fórmula solúvel em água. Neste experimento, vamos fazer a separação de 4 compostos. Para sabermos separar e definir cada composto, precisamos primeiro entender melhor o que seria um ácido ou base, para isso, vamos seguir a definição de bronsted lowry[7]. Essa definição, é uma combinação da definição de J. N. Bronsted e T. M. Lowry, que criaram simultaneamente e independentemente a definição para ácidos e bases onde ácidos são aquelas substâncias capazes de doar um próton, H+ e base, aquelas capazes de receber esse próton. Logo aquelas substâncias que perdem ou recebem próton dos ácidos e bases, foram classificadas como ácido conjugado e base conjugada, respectivamente. Um exemplo dessa reação com HCl, e H2O, ficaria[2]: HCl(aq) + H2O → H3O+ + Cl- (Reação 1) Onde HCl age como ácido, H2O age como base, H3O+ seria o ácido conjugado e Clseria a base conjugada[2]. Se ácidos são aqueles que doam prótons, logo, os compostos que doam com mais facilidade, são ácidos mais fortes, e consequentemente, o contrário com a base. Com isso, ao vermos uma reação de mistura de dois compostos, podemos ver quais agirão como base ou ácido, se analisarmos a capacidade do composto de doar ou receber um próton (H+), e saber se a reação irá acontecer de forma teórica, para a reação ocorrer, os produtos precisam ser favorecidos[2]. 1.1 REAGENTES Composto A: 2-naftol de fórmula química: C10H7OH Figura 1: Formula molecular do 2-naftol. O 2-naftol, ou β-naftol, é um isómero do 1-naftol (α-naftol), diferindo apenas na localização do grupo hidroxilo no anel naftaleno. Estes compostos são homólogos naftaleno do fenol, mas mais reactivos pois, em pó, pode fazer uma mistura explosiva com o ar. É muito utilizado como intermediário para a produção de corantes e outros compostos orgânicos[5]. Possui um ponto de ebulição de 258°C; ponto de fusão à 121,5°C e densidade 1,28g/cm3, sendo pouco solúvel em água mas completamente solúvel em éter. O composto B-naftol sendo moderadamente tóxico, podendo-se contaminar por inalação de aerossóis ocorrendo irritação na garganta e tosse, ingestão do produto provocando danos aos rins, vômitos ou até mesmo diarreia e caso ocorra contato com a pele pode até levar a morte. Composto B: Naftaleno de fórmula química: C10H8 Figura 2: Formula molecular da naftaleno. O naftaleno é um importante hidrocarboneto aromático, encontrado a temperatura ambiente na forma de cristais brancos. Naturalmente é encontrado em combustíveis fósseis como carvão e óleo. É liberado ao ambiente durante incêndios florestais e na combustão de madeira, entretanto, a principal fonte do composto é antropogênica, como combustão de lenha para aquecimento residencial e uso de repelentes a base de naftaleno. Também é produzido na queima do cigarro. Estudos experimentais indicam que a adsorção do naftaleno ao sedimento e matéria orgânica suspensa é relativamente pequena. A volatilização da água para a atmosfera provavelmente não é uma rota importante da perda do composto da água. Na atmosfera, está sujeito a vários processos de degradação, como reação com radicais hidroxila. O composto tem meia-vida curta em água e solo devido a tendência para volatizar e biodegradar[4]. Tem o ponto de ebulição de 217,9°C, ponto de fusão à 80,26°C e densidade de 1,14g/cm3, sendo pouco solúvel em água mas completamente solúvel em éter. O naftaleno é um composto pouco tóxico mas pode fazer mal a saúde humana quando utilizado em espaços fechados. Composto C: Anilina de fórmula química: C6H5NH2 Figura 3: Formula molecular da anilina. A Anilina também, denominada de fenilamina, é um composto aromático que em seu estado puro, se apresenta como um líquido oleoso incolor, com um odor característico, tornando-se castanho em contato com o ar. É pouco solúvel em água e solúvel em álcool e éter. É uma substância muito venenosa, ocorre no alcatrão mineral, sendo utilizada na indústria da borracha e na síntese de fármacos e corantes. Esses corantes possuem cores intensas, um exemplo é o azul-de-metileno que é usado no coramento de células para serem vistas ao microscópio. A Anilina é também usada na produção de sais de diazônio e de medicamentos[6]. Temo ponto de fusão à 6,02°C, ponto de ebulição à 184,17°C e densidade 1,02g/cm3, sendo pouco solúvel em água mas completamente solúvel em éter. A Anilina é considerada altamente tóxica, com possível carciogênico e mutagênico, esse composto pode ser irritante, cianótico e pode ser rapidamente absorvido se entrar em contato com a pele. Ácido benzóico de fórmula química: C7H6O2 Figura 4: Formula molecular do ácido benzóico. O ácido benzóico é um composto químico pertencente aos ácidos carboxílicos aromáticos. Geralmente ocorre na forma de um pó sólido ou em cristais incolores a levemente brancos, com odor característico.É pouco solúvel em água fria, mas tem boa solubilidade em água quente ou solventes orgânicos. O ácido benzóico tem um grupo carboxila ligado a um anel fenol. Na natureza, esse composto é encontrado em algumas frutas, como mirtilos e ameixas. Embora também possamos encontrá-lo em produtos como canela, cravo, cogumelos e em alguns produtos lácteos, graças à fermentação por atividade bacteriana. Industrialmente, o ácido benzóico é produzido a partir da reação do benzeno por meio de uma alquilação de Friedel-Crafts com um haleto de metila. O produto desta reação é o tolueno. Deve ser manuseado com cuidado, pois é instável quando pulverizado e misturado com o ar[1]. Possui o ponto de fusão à 122,35°C, ponto de ebulição à 249,2°C e densidade de 1,27 g/cm3, sendo pouco solúvel em água, mas completamente solúvel em éter. O ácido benzóico pode ser tóxico apenas durante sua combustão. 2. OBJETIVOS Separação e purificação, dos reagentes na solução problema (mistura em solução de éter etílico, contendo os reagentes 2-naftol, naftaleno, anilina, ácido benzóico). Predizer o resultado das reações ácido-base com os reagentes. 3. MATERIAIS E METODOS 3.1. MATERIAIS E SOLUÇÕES Tubo de ensaio; pipetas de 2mL e 4mL; pipetadora; conta-gotas; etiqueta de papel; vidro de relógio; solução problema; solução aquosa de NaHCO3 5%; solução aquosa de NaOH; solução aquosa de HCl (1N). 3.2 METODOS Começamos etiquetando 4 tubos de ensaio, do 1 ao 4. Pipetamos 4mL da solução problema para o tubo 1, e em seguida adicionamos 2mL de NaHCO3 5% e agitamos o tubo. Após um tempo de descanso, no tubo formou- se duas fases líquidas, uma vermelha escura e outra translúcida. Com um conta-gotas, separamos a fase translúcida e colocamos no tubo etiquetado 2. Para garantir que todo composto havia se dissolvido repetimos todo o processo no tubo 1. No tubo 2, adicionamos 4mL de ácido clorídrico (HCl) gota a gota e agitamos. Instantaneamente já se formou um precipitado branco, e de cheiro forte, na parte superior do tubo (menos denso que a água). Dando continuidade no tubo 1, adicionamos dessa vez 2mL de NaOH 1mol/L, agitamos e aguardamos. Formou-se duas fases também, desta vez uma branca e outra vermelha escura. Assim como na vez anterior, separamos as fases com um conta-gotas, e depositamos a fase vermelha em um tubo etiquetado 3. Repetimos o processo novamente. No tubo 3 adicionamos 4mL de HCl e agitamos, e formou-se um precipitado branco. No tubo 1 por fim adicionamos 2mL de HCl, agitamos e esperamos. Formou-se um 2 fases, assim como da primeira vez, uma translúcida e uma vermelho escuro, e assim como antes, separamos a fase translúcida com um conta-gotas, e adicionamos no tubo etiquetado 4. Repetimos o processo. No tubo 4 adicionamos 4mL de NaOH e formou um líquido branco. O conteúdo do tubo 1 (líquido vermelho escuro) colocamos em um vidro de relógio e colocamos para secar na capela, devidamente etiquetado e identificado. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 TUBO 2 Como começamos a mistura com NaHCO3 teremos que ver qual dos 4 compostos se solubilizará. Reação 2-naftol e NaHCO3: Os reagentes são favorecidos nessa reação, então percebemos que a reação não ocorre. Reação naftaleno e NaHCO3: Forma uma espécime pouco estável, então ela voltaria a forma original para se estabilizar, logo, vemos que a reação não iria ocorrer também. Reação naftalina e NaHCO3: Novamente os reagentes são favorecidos, logo, a reação não irá ocorrer. Reação Ácido benzóico e NaHCO3: Os produtos são favorecidos nessa reação, com isso, podemos definir que ela irá ocorrer, então podemos afirmar que no tubo 2, a fase translucida que separamos é um sal derivado do ácido benzóico com NaHCO3. E ao adicionarmos HCl no sal: Assim, obteve-se β-naftol na forma de precipitado branco e NaCl solvatado. 4.2 TUBO 3 Vamos prever as possíveis reações com NaOH Como já sabemos que o composto D, ácido benzóico, já está no tubo 2, então podemos tirar ele da lista. Reação de 2-naftol com NaOH: Vemos que a reação favorece os reagentes, logo, ela irá acontecer, então podemos afirmar que no tubo 3, a fase branca tem um sal derivado de 2-naftol e NaOH. Ao adicionar o HCl no sal, podemos obter o 2-naftol em sua forma pura novamente: Caso primeiramente fosse adicionado NaOH, ao invés de NaHCO3 na solução problema, teríamos 2 compostos que se solubilizariam sendo eles o ácido benzoico e o B-naftol, com isso iriamos precisar reagir novamente os compostos, mas desta vez com NaHCO3 para que o ácido benzoico fosse obtido, porém não seria possível extrair o B-naftol puro desta mistura. 4.3 TUBO 1 E 4 Como já separamos o 2-naftol (tubo 3) e o ácido benzóico (tubo 2) vamos tentar solubilizar a anilina, ou o naftaleno em HCl para fazer a separação. Reação naftaleno com HCl: Essa reação forma uma espécie pouco estável, portanto essa reação não ocorrerá. Reação anilina com HCl: Os produtos são favorecidos nessa reação, portanto, no tubo 1 nós temos a separação do naftaleno, e da anilina dissolvida em HCl. Deixamos a anilina no tubo 1, e depois colocamos a anilina em um vidro de relógio e colocamos para secar na capela. 5. CONCLUSÃO Com base nos experimentos feitos em laboratório, é possível afirmar que o método de extração ácido-base é uma eficiente forma de separar misturas homogêneas se executado de forma correta, assim como é previsto na teoria. 6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS [1]Ácido Benzóico – Pochteca Coremal Disponível em <https://brasil.pochteca.net/produtos/acido-benzoico/> Acesso em 30 de Julho de 2022 [2]Conceitos de ácidos e bases (CAEAD – UFMG) Disponível em <https://www2.ufjf.br/quimicaead/wp- content/uploads/sites/224/2013/09/QI_Aula3.pdf> Acesso em 23 de Julho de 2022. [3]Extração líquido-líquido (USP). Disponível em <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4469845/mod_resource/content/1/Extr a%C3%A7%C3%A3o2007A.pdf> Acesso em 23 de Julho de 2022 [4]NAFTALENO – Ficha de informação toxicológica (CETESB) https://brasil.pochteca.net/produtos/acido-benzoico/ https://www2.ufjf.br/quimicaead/wp-content/uploads/sites/224/2013/09/QI_Aula3.pdf https://www2.ufjf.br/quimicaead/wp-content/uploads/sites/224/2013/09/QI_Aula3.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4469845/mod_resource/content/1/Extra%C3%A7%C3%A3o2007A.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4469845/mod_resource/content/1/Extra%C3%A7%C3%A3o2007A.pdf Disponível em < https://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp- content/uploads/sites/24/2020/07/Naftaleno.pdf> Acesso em 30 Julho de 2022 [5]RODRIGUES, J. 2-NAFTOL Molécula da semana. Fciências – ciência e tecnologia. 2016 Disponível em <https://www.fciencias.com/2016/11/24/2-naftol-molecula-da- semana/> Acesso em 30 de Julho de 2022 [6]SOUZA, L. Anilina – Mundo Educação. Disponível em <https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/anilina.htm> Acesso em 30 de Julho de 2022 [7]Teoria da extração (USP). Disponível em <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/468122/mod_resource/content/1/extra ct_2012.pdf> Acesso em 23 de Julho de 2022 https://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp-content/uploads/sites/24/2020/07/Naftaleno.pdf https://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp-content/uploads/sites/24/2020/07/Naftaleno.pdf https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/anilina.htm
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