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1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE A pele é o maior órgão do corpo mede aproximadamente dois metros e pesa dois kg. Sua espessura varia de 1 a 5 mm. Tem função de revestimento, proteção das estruturas internas contra ataques de microorganismos, corpos estranhos e traumatismos, podendo este ser mecânico ou imunológico, possui função metabólica através do metabolismo da vitamina D, fator da elasticidade, papel termorregulador, traumas, raios ultravioletas e esteticamente. A pele ajuda a manter um ambiente estável no interior do corpo impedindo a perda de água, eletrólitos, proteínas e outras substâncias. Possui também inúmeras terminações nervosas, podendo conduzir estímulos de calor, frio, entre outros. O controle da temperatura do corpo envolve o esforço de nervos, vasos sangüíneos e glândulas, quando a pele é exposta ao frio ou quando a temperatura do corpo é baixa os vasos sangüíneos se contraem realizando vasoconstrição, reduzindo o fluxo sangüíneo e conservando assim o calor do corpo. Da mesma forma, se a pele se tornar muito quente ou a temperatura interna do corpo subir as pequenas artérias dentro da pele se dilatam aumentando o fluxo sangüíneo e a produção de suor aumentam para promover o esfriamento, realizando a vasodilatação. No metabolismo a pele ajuda a manter a mineralização dos ossos e dentes. Quando exposta à luz solar, a vitamina D é sintetizada em uma reação fotoquímica, que é crucial para o metabolismo do cálcio e fósforo. Na sua constituição a pele é formada por duas camadas primárias e o tecido subcutâneo. 2 EPIDERME Caracteriza-se pela primeira camada, sendo a mesma mais externa da pele, mais fina e mais organizada, constituída por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, tendo como célula principal o Queratinócito, células achatadas ricas em queratina, substância responsável pela proteção. Esta em constante renovação, as células mais antigas são substituídas por outras mais novas e em média a cada 12 dias. No entanto os queratinócito estão divididos em camadas: Camada basal (estrato germinativo): É a camada mais profunda, separa a epiderme da derme e através da qual essas células recebem os elementos necessários para a sua nutrição, encontra-se nessa camada: as células basais, responsável pela mitose, aproximadamente 50% dessas células contribuem para renovação celular, diferenciação, vitamina D, já os melanócitos: melanina (pigmentação, proteção UV), possuem características físicas comuns as células do sistema nervoso, produzem e distribuem melanina, que dará pigmentação a pele e cabelo e oferece proteção contra a radiação ultravioleta. Camada espinhosa: É formada por várias células provenientes da camada basal que à medida que as novas células profundas vão nascendo, vão deslocando para o exterior. É responsável pela manutenção e coesão das células epidérmicas e é resistente ao atrito e ação, pressão e fricção. Camada granulosa: É formada por uma ou duas filas de células muito planas em que é possível apreciar alguns grânulos, nos quais é elaborada a queratina, a proteína fibrosa que garante à pele a sua peculiar consistência. Possuem grânulos de fosfolipídios (formação da camada de barreira) estando presente em todo órgão, sendo mais proeminente nas palmas das mãos e planta dos pés. Camada lúcida: Camada intermediária entre o estrato córneo e o estrato granuloso, presente apenas nas regiões mais espessas, ex: sola dos pés. Composta por células anucleadas, citoplasma (filamentos de queratina). Camada córnea: Do ponto de vista da reprodução as células estão mortas. Composta por células de Langerhans que tem função imunológica são células móveis e dendríticas responsáveis pela imunovigilância cutânea. Têm a função de captar, processar e apresentar os antígenos aos linfócitos T. 3 Apresenta as células de Merkel que são receptores sensitivos. São mais freqüentes nos lábios na pele das mãos e dos dedos, parecem ser receptores táteis. DERME Já a derme apresenta mais ou menos 77% de colágeno. Constituído de duas camadas a papilar e a reticular, os fibroblastos são células capazes de secretar macromoléculas durante o processo de cicatrização e podem ser elásticas, conferindo maior resistência à pele, possuem também glândulas sudoríparas e sebácias, tecidos nervosos, folículo piloso, vasos sanguíneos, nervos, vasos linfáticos, elastina e reticulina, produzem gordura, controlam o pH da pele, tem efeito fúngico e bacteriano, transportam nutrientes, oxigênio, removem água e toxinas, produzem suor, estocam proteínas e removem excesso de líquido, distinguem o calor, o frio, dor, toque e pressão, produz pêlo e elasticidade. Sendo que a camada papilar localiza-se mais próxima da epiderme. Já a derme possui uma fina rede de fibras elásticas composta por colágeno. Tem características de suporte, força e volume. 4 TECIDO SUBCUTÂNEO Terceira Camada (Hipoderme): é a terceira e última camada da pele formada basicamente por células de gordura e faz conexão entre a derme e a fáscia muscular. Permite que as duas primeiras camadas deslizem livremente sobre as outras estruturas do organismo e atua como reservatório energético, isolamento térmico, proteção contra choques mecânicos, fixação dos órgãos e modela a superfície corporal. O tecido conjuntivo está presente em todo o organismo, possuem no seu interior, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e líquido intersticial, suas células apresentam potencial para formar a matriz extracelular e efetuar sua degeneração. Reparo tecidual por cicatrização. 5 Imagem da Estrutura da Pele e sua Legenda 1- Epiderme 2- Junção Dermo Epidermica 3- Derme 4- Hipoderme 5- Filme Hidrolipídico 6- Corneocitos 7- Queratinócitos 8- Inervação 9- Melanócito 10- Células de Langerhans 11- Células de Merkel 12- Sistema Linfático 13- Vascularização 14- Sistema Pilo sebáceo 15- Glândulas Sebáceas 16- Colagénio 17- Elastina 18- Fibroblastos 19- Substância Fundamental Estudar a anatomia e fisiologia da pele é fundamental para entender sobre feridas já que toda ferida é uma lesão e a mesma torna-se é uma porta de entrada para a penetração de microorganismos, corpos estranhos e perda de exsudato. Por esses e outros motivos o processo de cicatrização é iniciado. Segundo MENEGUIN E SOARES (2000), ferida é toda e qualquer ruptura de integridade de um tecido ou um órgão. No entanto após uma lesão ocorre uma sequência de eventos, primeiramente a profundidade determinará a cicatrização. Acontecerá um efeito cascata, divididas em fases: 1º HEMOSTASIA; 2º INFLAMATÓRIA; 3º PROLIFERATIVA; 4º REMODELAÇÃO 6 FASE HEMOSTASIA Inicia-se com uma ruptura vascular com extravasamento de sangue seguida pela agregação plaquetária e da cascata de coagulação, resultando na formação de fibrina e hemostasia, durante este processo ocorre a ativação do sistema complemento e do recrutamento de macrófagos e neutrófilos, esses responsáveis pela limpeza do local,são eles que destroem o material inviável e estimulam a produção de um novo. Há também durante o trauma a liberação dos sinalizadores químicos produzidos pelos mastócitos de total importância para a continuação da cascata de cicatrização e são eles a histamina, a heparina o BFGF e a interleucina-4. Na área imediata da ferida a hemostasia evita a perda de líquidos, células e proteínas. A histamina liberada produzirá vasodilatação e aumentará a permeabilidade capilar, a heparina controlará a hemostasia evitando a coagulação excessiva e a liberação de TNF1 e TGFB fator de crescimento produzirá colágeno. Já no processo de coagulação ocorrerá uma complexa liberação de produtos, como substâncias vasoativas, proteínasadesivas, fatores de crescimento e proteases desencadeando outras fases. FASE INFLAMATÓRIA A palavra inflamação é uma resposta fisiológica do corpo frente uma lesão. Podendo esta ser aguda ou crônica. Aguda- envolve reação exsudativa tempo no qual o fluido, proteínas do soro e leucócitos deixam a corrente sanguínea e dirigem-se para o local da agressão. 7 Crônica- é uma resposta inflamatória na qual há proliferação de fibroblastos, células endoteliais e também linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Dependerá de inúmeros mediadores químicos, das células inflamatórias como leucócitos polimorfonucleares (PMN), macrófagos e linfócitos. É uma reação local não específica, envolve reações neurológicas vasculares e celulares. PMN encontra-se no momento da injúria tissular e ficam por período que varia de 3 à 5 dias, são responsáveis pela fagocitose das bactérias. O macrófago é a célula inflamatória mais importante dessa fase, permanece do 3º ao 10º dia. Participa das reações imunes, degradam substâncias especiais, tem a capacidade de digerir e matar microorganismos fagocitados, tem a função de ativar o sistema de coagulação, promover o desbridamento da ferida e a defesa contra microrganismos. Já os linfócitos aparecem na ferida aproximadamente em uma semana. Tem propriedades quimiotáticas e fagocita corpos estranhos e bactérias. Os neutrófilos podem lesar os tecidos do hospedeiro liberando enzimas digestivas e produz radicais livres derivados do oxigênio. Os eosinófilos são predominantes em lesões crônicas. Os fibroblastos produzem moléculas de colágeno e são responsáveis pela fibrose (cicatriz). Já os mastócitos ocorre um aumento dos mesmos. As células epiteliais proliferação na presença de uma lesão crônica. Quanto maior a área da ferida, maior será a duração desta fase. São sinais de inflamação: rubor, calor, edema e dor. A alteração de cor e temperatura são resultantes do aumento do fluxo sanguíneo, resultante da vasodilatação. O edema é resultante do aumento na permeabilidade vascular, que provoca exsudato de fluido, proteína do plasma e leucócitos. 8 FASE PROLIFERATIVA Ocorre a reepitelização com a formação de tecido de granulação, começa nas 24hs, a formação do mesmo dependerá do acúmulo de macrófago. Geralmente essa fase leva de 12 a 14 dias e o mesmo ocorre em três etapas: 1º fase Repitelização Após a ferida faz-se a migração de queratinócitos não danificados, no entanto esse movimento é determinado pelo conteúdo de água existente no leito da ferida. , fenômeno que representa a fase de epitelização. 2º fase Fibroplasia É a matriz que iniciará a formação do tecido de granulação são composta de fibroblastos, células inflamatórias, componentes neovasculares e da matriz como a fibronectina. 3º fase Angiogênese A última fase é essencial para o suprimento de oxigênio e nutrientes para a cicatrização. Simultaneamente, ocorre a proliferação de células endoteliais, com formação de rica vascularização (angiogênese) e infiltração densa de macrófagos, formando o tecido de granulação. Após essas três fases ocorrerá a contração da ferida, nada mais é do que o movimento centrípeto das bordas da ferida, nesta fase pode acontecer os queloides, como acontecimento terminal no processo de reparo. 9 A princípio, a camada epitelial de revestimento é muito fina e deixa ver por transparência o tecido conjuntivo avermelhado, que vai se tornando mais denso com o passar do tempo, o epitélio vai se tornando mais espesso. FASE DE REMODELAÇÃO É constituída de uma fase longa, a mesma inclui a degradação seletiva de fibras de colágeno, são geradas novas células e forma-se o tecido de granulação (uma espécie de tecido temporário para o preenchimento da ferida. Fibrosblastos penetram na ferida em grandes quantidades, inicia-se a síntese do colágeno aumentando a força de tensão, os capilares movem-se para o centro da ferida ocorre uma redução na quantidade de exsudato, no entanto uma cicatriz normal tem apenas de 70%a 80%aproximadamente da tensão da pele normal. Tendo alguns fatores que interferem em todo o processo é a idade, estado nutricional, doenças de base, infecções sistêmicas entre outros. A causa mais comum no atraso do processo cicatricial é a infecção da ferida operatória. A infecção bacteriana prolonga a fase inflamatória e interfere com a epitelização, contração e deposição de colágeno. Clinicamente a infecção vem acompanhada, geralmente, de drenagem purulenta. 10 Apesar das necessidades calóricas mínimas para cicatrização adequada não terem sido definidas, sabe-se que uma perda de 15 a 25% do peso habitual interfere significativamente com o processo cicatricial. O catabolismo protéico associado à desnutrição dificulta e retarda o processo de cicatrização. 1. A carência de ácido ascórbico (vitamina C) afeta a síntese do colágeno; 2. A vitamina A (ácido retinóico), quando deficiente, leva a uma diminuição da ativação de monócitos e distúrbios dos receptores de TGF-beta; 3. A deficiência de zinco é rara, estando presente em queimaduras extensas, trauma grave e cirrose hepática. A deficiência deste mineral compromete principalmente a fase de epitelização. O processo cicatricial exige um aporte contínuo e adequado de oxigênio. A perfusão tecidual depende, basicamente de três fatores: volemia adequada,; quantidade de hemoglobina; conteúdo de oxigênio do sangue. Pacientes portadores de diabetes mellitus tem todas as suas fases de cicatrização prejudicadas, ocorre um espessamento da membrana basal dos capilares, o que dificulta a perfusão da microcirculação e uma degradação de colágeno sendo a mesma fraca. Indivíduos obesos, independente da presença do diabetes, também apresentam a cicatrização comprometida, provavelmente pelo acúmulo de tecido adiposo necrótico e pelo comprometimento da perfusão da ferida. AVALIAÇÃO DA FERIDA O diagnóstico preciso do tipo e estágio da lesão irá permitir a correta tomada de decisão sobre as medidas a serem implementadas e os recursos que deverão ser utilizados. Precisa-se avaliar a ferida com um histórico, um exame físico, condição nutricional, doença pregressa e atual, idade, medicação, drogas e exames complementares. 11 CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA: Quanto ao tempo Aguda, crônica Quanto ao estado microbiológico Contaminada, colonizada ou infectada Quanto ao comprometimento das camadas e estruturas adjacentes Superfície, profunda Quanto a etiologia -------------- Quanto a localização anatômica ------------- Quanto ao exsudato Seroso, serosanguinolento, sanguinolento, piosanguinolento ou purulento Quanto a cor Amarelada, esbranquiçada esverdeada, acizentada e acastanhada Quanto ao volume Nenhuma, pequena drenagem-25% de cobertura, Moderada drenadem-25 % à 75% de cobertura, Grande drenagem-75% de cobertura Quanto ao odor Característico, fétido pútrico Quanto ao tipo de tecido presente no leito Necrose tipo escara (seca coriácea, preta ou marrom) Necrose tipo esfacelo (slough, úmida, amarela esbranquiçada) Presença de tecido viável (granulação, hipergranulação, epitelização). Quanto a presença de túneis Fístulas, sinus, deslocamentos, estomias Quanto a dimensão Comprimento, largura, profundidade Quanto a margem Plana, regular, irregular, em epitelização lesada, fina, espessa, invaginada, macerada, deslocada Quanto a região perilesional Hiperemia, dermatide, descamação maceração, hiperhidratação. Edema, foliculite, fictema, escarificação, celulite, hematoma, enfisema, subcutâneo, cor, temperatura Quanto a dor Verbal, numérica, visual. 12 ANAMNESE HISTÓRICO. Doença de base, feridas existentes, número e tipo de ferida, tempo e evolução, antecedente familiar, cirurgia, desbridamento, alergia, curativo anterior, data da primeira avaliação,medicamento em uso. Quais? FATORES QUE INTERFEREM A CICATRIZAÇÃO Idade, vasculopatias, nutrição, Imunossupressão, IRC, distúrbio de coagulação, álcool, Glicocorticóide, Diabetes, hipertensão arterial, insônia, dor, stress ansiedade, imobilidade, infecção, tricotomia, irradiação, obesidade, incontinência, doença cardiovascular, tabagismo, edema, , todo o MMII, anasarca, ausência de pulso ou diminuição do mesmo. EXAMES CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA Crônica, aguda, cirúrgica, úlcera venosa, úlcera por pressão, úlcera diabética, neuropática, queimadura, lacerações, abrasões, incisão cirúrgica, deiscência e infecção. TIPO DE CICATRIZAÇÃO 1º intenção, 2º intenção, 3º intenção. MENSURAÇÃO Desenho, dimensionamento (comprimento X largura), fotografia, volume. ESPAÇO MORTO ESTRUTURA ENVOLVIDA Epiderme----------------------------------------------------------------------------estágio I Epiderme e Derme------------------------------------------------------------ ---estágio II Epiderme, derme e tecido subcutâneo------------------------------------- -estágio III Epiderme, derme, tecido subcutâneo, músculo tendão e osso --------estágio IV LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA DA FERIDA TIPOS DE TECIDO NO LEITO DA FERIDA Granulação, necrose, esfacelo. COR Granulação vermelha, granulação pálida. CARACTERÍSTICA DO EXSUDATO Seroso, purulento, sanguinolento, ausente, pouco moderado, acentuado. 13 BORDA DA FERIDA Epitelizado, necrosado, isquêmico. PELE AO REDOR DA FERIDA Macerada, eritema, queratinosa, edemaciada, endurecida, lipodermatosclerose. PRESENÇA DE INFECÇÃO Odor característico, inflamação pronunciada. FERIDA LIMPA Sem processo inflamatório. FERIDA CONTAMINADA Com processo inflamatório. FERIDA INFECTADA Com presença de pus. CURATIVO PRESCRIÇÃO DATA DA PRÓXIMA AVALIAÇÃO- ASSINAR TIPOS DE FERIDAS Cirúrgica, traumática, queimadura, úlcera de pressão, úlcera venosa ou varicosa, úlcera arterial ou isquêmica, úlcera diabética. FERIDA CIRÚRGICA É considerada como intencional ou aguda. As alterações mais comuns são hemorragias, deiscências, coleções, fistulas e as infecções. HEMORRAGIAS A hemorragia caracteriza-se pela saída de sangue pela incisão cirúrgica. 14 COLEÇÕES Podem ser divididas em hematomas e seromas. HEMATOMAS- São coleções sanguíneas não exteriorizadas que se localizam sob os planos das suturas. SEROMAS- È o acúmulo de líquido seroso no tecido subcutâneo, ocorre geralmente em grandes deslocamentos cirúrgicos. DEISCÊNCIA- É a separação dos planos cirúrgicos, total ou parcial. FÌSTULA_ Trajeto ou comunicação anormal adquirida ou congênita entre duas vísceras ocas ou espaços. 15 INFECÇÃO- Ocorrem após 30 dias mais ou menos do ato cirúrgico. FERIDA TRAÚMATICA É uma lesão tecidual por agente vulnerante capaz de alterar a fisiologia tissular. FERIDA POR QUEIMADURA São lesões tissulares produzidas por agentes térmicos, químicos, elétrico ou mecânico. Com um grande processo inflamatório. Além do dano tissular, tem uma repercussão sistêmica que aumenta o risco de mortalidade. ALTERAÇÕES DE TERMORREGULAÇÃO São lesões caracterizadas por ruptura da barreira fisiológica da pele, produzindo perda de vapor de água. Geralmente pode-se perder 10 vezes acima do normal (+ou- 5 litros), representa no entanto uma diminuição de volemia e calor. A vasoconstrição periférica resulta em uma única redução de oxigênio, e também uma hemoconcentração nos tecidos, com o aumento da temperatura ocorre o edema do endotélio vascular, iniciando uma resposta inflamatória com extravasamento de substâncias vasoativas e inflamatórias 16 como a histamina, quinina, serotonina, tromboxano, prostaglandinas, radicais livres, proteínas, com o aumento da temperatura há hemólise dos eritrócitos de (15% a 20%). Pode ocorrer uma insuficiência renal, edema generalizado, comprometimento da glote, stress, dor, podendo causar uma taquipnéia, conduzindo a uma alcalose respiratória, o hipermetabolismo, podendo produzir até 2 vezes mais o metabolismo. Pode ocorrer modificações gastrointestinais, a dor pode causar dilatação da pupila, transpiração excessiva, aumento da pressão arterial, aumento da frequência respiratória e cardíaca, diminuição do débito cardíaco e perda da consciência. As queimaduras podem ser: TÉRMICAS ELÉTRICAS 17 QUÍMICA FRICÇÃO CONGELAMENTO 18 Podem ser classificadas como: 1º GRAU 2 º Grau 3º GRAU 19 QUANTO AO TIPO Pode ser: 1º intenção – ocorre aproximação das bordas. 2º intenção – são feridas crônicas, não há aproximação das bordas, há um risco maior de infecção. 3º intenção – feridas cirúrgicas mantidas abertas por um período depois são fechadas por grampos, adesivos. 20 QUANTO A EXTENSÃO A extensão de uma queimadura é representada em percentagem da área corporal queimada. Pode ser classificada como: LEVE OU PEQUENO QUEIMADO Quando a extensão do corpo atingida é de 10% da superfície corporal. MÉDIO Quando atinge de 10% a 20% da superfície corporal. GRAVE OU GRANDE QUEIMADO Quando atinge mais de 20% da superfície corporal. Regra dos nove (Pulaski e Wallace). ÚLCERA DE PRESSÃO É uma área localizada de morte celular que desenvolve com um tecido mole e comprimido em uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado. Fatores de risco Interno__ déficit circulatório, neurológico, má nutrição, incontinência urinária e ou fecal, diabetes, idade avançada. Externo__ fármacos, higiene, cuidados com o paciente, materiais utilizados. CLASSIFICAÇÃO 21 O primeiro sinal que apresenta é o eritema local, que permanece após o alívio da pressão, o mesmo vai escurecendo, aparece um flictena ou vesícula cheia de líquido, posteriormente aparece o esfacelo, sendo que o sintoma mais importante é a dor. De acordo com a Escala de Norton, úlcera de pressão possuem 4 estágios. GRAU I Eritema não branquiável em pele intacta, calor, edema e endurecimento. GRAU II Perda parcial da pele que envolve a epiderme e derme, forma flictemas ou vesículas. GRAU III Lesão profunda que compromete derme, tecido subcutâneo podendo atingir fáscia muscular, há perda total da pele com ou sem tecido subcutâneo, ocorre necrose. 22 GRAU IV Compromete músculos, tendões, nervos e outras estruturas, necrose dos tecidos ou dano muscular, pode apresentar túneis, cavernas ou trajetos sinuosos. 23 ÚLCERA VENOSA OU VARICOSA Representam de 70% a 80% das lesões de extremidades. A ausência de uma circulação adequada origina um acúmulo de sangue nas extremidades inferiores (estase), as veias recolhem o sangue dos tecidos e devolvem ao coração. O sangue recolhido dos vasos capilares para as pequenas veias (vênulas) drenam para as veias até o mesmo ser conduzido ao coração e pulmões. O sangue é devolvido ao coração através do sistema venoso por uma combinação de mecanismos que atuam em conjunto. Estes incluem a compressão das veias pela contração muscular e variações nas pressões intra-abominais e intratorácica. O sangue acumulado sobrecarrega o sistema venoso superficial que não está preparado para receber este excesso de fluído, provocando alterações do tecido celular subcutâneo. As úlceras venosas geralmente apresentam um maléolo medial ou perto dele é mais vagaroso, geralmente o edema piora e pode ter flebite, trombose venosa periférica, e a dor é variável.Normalmente o sangue flui das veias superficiais para as veias profundas por meio de uma série de vasos perfurados. As veias e os músculos da região inferior da perna constituem uma unidade fisiológica denominada “Bomba da musculatura” – panturrilha. Possuem algumas características como: Edema, presença de varizes superficiais, hiperpigmentação cutânea, dermatites eczematosas, endurecimento maleolar, quente ao toque, dor variável, tecido profundo não é afetado. 24 ÚLCERA ARTERIAL OU ISQUÊMICA São lesões que aparecem como conseqüência de processo isquêmico crônico, devido um bloqueio parcial ou total do suprimento arterial para as pernas. Geralmente é profundo, com pouco exsudato, não sangrante, com pouca granulação, de cor branca- rosácea, com fundo seco, coloração escura ou amarela, pele circundante sem pelo e atrofiada, extremidade fria e pálida, ocorre incapacidade funcional, bem demarcada, são pequenas e redondas com margem lisa. Ao exame físico apresenta dor, edema de estase, exercício- dor-repouso- alívio, pulsos pediais (frios), pele brilhante, unhas grossas e opacas, associada com doenças vasculares periféricas, doença cardíaca isquêmica e diabetes mellitus. ÚLCERA DIABÉTICA É uma complicação do diabetes. São classificados quanto a origem, podendo ser térmica, química ou traumática. Pode ser desencadeado por neuropatias (autonômica, sensorial e motora), doença vascular periférica e infecções. Geralmente 30% dos pacientes desenvolvem úlceras, isto se deve a complicações dos vasos sanguíneos, nervos e tecido epitelial, o paciente pode apresentar macro e /ou microcirculação, infecção nos pés, maceração de 4º e 5º espaço interdigital, alterações ósseas diminuição da flexibilidade cutânea e diminuição da percepção dolorosa. 25 Alguns tecidos importantes... TECIDO NECROSADO Necrosado branca/cinza- pode aparecer antes da pele abrir. Esfacelo amarelo, não aderido- fino, substância mucinosa. Esfacelo amarelo frouxo e aderido- espeso, viscoso. Tecido preto, macio e aderido- tecido saturado de umidade. Tecido preto firmemente aderido- formação de crosta. TECIDO DE GRANULAÇÃO É o crescimento de pequenos vasos sanguíneos e de tecido conectivo, saudável. Pode ser: Brilhante, exsudato, sanguinolento, serosanguinolento, seroso ou purulento. TECIDO MACERADO Tecido esbranquiçado, que se desmancha ao toque. O CURATIVO IDEAL PRECISA DE UMIDADE, REMOVER O EXCESSO DE EXSUDATO, PERMITIR A TROCA GASOSA PARA A PRODUÇÃO DE UM NOVO TECIDO, DE FÁCIL REMOÇÃO, CONFORTO, DE FÁCIL APLICAÇÃO, ADAPTÁVEL SEM TROCAS DIÁRIAS E RELAÇÃO CUSTO BENEFÍCIO. 26 MEDICAMENTOS CURATIVOS AGE (ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS) Originado de óleos vegetais poli-insaturados, derivado do ácido linóico. Incorpora ainda na fórmula vitamina A, vitamina E e lecitina de soja. (Dersani). Dersani, Ativoderm, AGE Derm... Pode ser usado em todas as lesões, menos em tecido necrótico ou infecção, interage com a membrana celular. Atua de forma positiva no processo de cicatrização, tanto por sua ação bacterecida como por sua interferência em diversas fases do processo. Age na membrana celular, aumentando a permeabilidade, facilita a entrada de fatores de crescimento, promovem mitose e proliferação celular, estimula a neoagiogênese, auxilia no desbridamento autolítico,é bacterecida para S. Aureaus e pode ser aplicado diariamente. No entanto pode causar hipersensibilidade e não atua em tecido desvitalizado. Indicado em úlceras de pressão, isquêmicas, diabéticas, deiscências cirúrgicas e outros lesões de pele que não tem tecido desvitalizado. 27 ALGINATO DE CÁLCIO Fibras de não tecido com alginato de cálcio e sódio é derivado de algas marinhas marrons, compostas de ácido gulurônico e manurômico. Induz a hemostasia em 3-5 minutos, auxilia no desbridamento autolítico, promove grande absorção do exsudato, mantém o meio úmido com formação de um gel. (Acquacell, Algoderm, restore, tegagen, calcicare, Seasorb...) É indicado no tratamento de feridas sangrantes e feridas com exsudato, usado em feridas superficiais com perda parcial de tecido (PLACA) ou lesões cavitárias, profundas, altamente exsudativa com ou sem infecção.-FERIDAS EXSUDATIVAS OU COM SANGRAMENTO- FERIDAS AGUDAS OU CRÔNICAS -COLONIZADAS OU INFECTADAS. Em contato com o exsudato ou sangue forma um gel fibroso, absorve o excesso e mantém o meio úmido. A grande vantagem de usar alginato de cálcio é que ele é quimiotáxico para macrófago e fibroblasto, promove a agregação plaquetária, é biodegradável e biocompatível, diminui o odor e o exsudato e pode ser usado em feridas cavitárias. No entanto requer cobertura secundária e não pode ser usado em feridas secas ou com pouco exsudato. Em queimadura, necrose de coagulação. 28 ENZIMAS PROTEOLÍTICAS (PAPAÍNA, COLAGENASE, FIBRINOLISINA) Papaína É constituída por um conjunto de proteases sulfídricas provoca proteólise, tem ação bacteriostático, bactericida e antiinflamatória. Proporciona alinhamento das fibras de colágeno promovendo crescimento tecidual uniforme, aumenta a força tensil da cicatriz e diminui a formação de quelóides, auxilia no desbridamento, promove granulação e epitelização, acelera o processo de cicatrização. É de baixo custo pode ser associado com outras coberturas é comercializado em pó e pomada. Pode ser utilizada em feridas secas ou exsudativas, colonizadas ou infectada, com ou sem necrose. Normalmente é utilizada em concentrações específicas para cada tipo de tecido: 2% para feridas com tecido de granulação; 4%-6% com exsudato purulento e; 10% com tecido necrótico. Colagenase É uma preparação proteolítica enzimática, sua ação é ótima em condições fisiológicas de pH e temperatura. Age de forrna seletiva, promove o desbridamento enzimático suave, é utilizado em tecidos necróticos, trocar a cada 24 horas, com cobertura secundária, sempre que possível realizar a escarotomia que é pequenas aberturas na ferida para obter um melhor efeito. OBS: NÃO DEVE SER USADO MAIS QUE DUAS SEMANAS. E NEM EM FERIDAS COM CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO. 29 Fibrinolisina É um emoliente de origem bovina, composto de fibrolisina desoxirribonuclease e 1% de cloranfenicol é utilizado só para desbridamento, com tecido desvitalizado. SULFADIAZINA DE PRATA E SULFADIAZINA DE PRATA + NITRATO DE CÉRIO É uma pomada hidrofílica, com capacidade bactericida imediata e bacteriostática residual, ela provoca precipitação protéica e age diretamente na membrana citoplasmática bacteriana, é usada em queimaduras, lesões infectadas ou com tecido necrótico, é baixo custo e de fácil aplicação, pode gerar hipersensibilidade e é opaca, dificultando a observação. A associação do nitrato de cério é que ele aumenta o poder bacterecida. 30 ACETATO DE CELULOSE PERMEÁVEL AO VAPOR. (BIOFILL). É composto por acetato de celulose, semitransparente, semipermeável, mantém o meio úmido, permeabilidade seletiva, indicado para queimadura de segundo grau, áreas doadoras de tecido e feridas superficiais, não usar em feridas exsudativas, pois sua capacidade de absorção é baixa e não usar em áreas de articulações. PROTETORES CUTÃNEOS (CAVILLON, HIDROCOLÓIDE EM PLACA, GRÃNULOS OU PASTA, STOMAHESIVE) Tem função de proteção em áreas periostomizadas, regiões adjacentes a feridas exsudativas e fístulas, com processo de dermatite de contato por extravasamento de líquidos, é usada sobre a pele, ao redor de drenos, estomas e fístulas.Apresentação: Pó- Para lesões úmidas, proteção e fixação das placas. Pasta_ Serve como anel selante, entre o estoma e a pele adjacente. Líquida- película protetora de secagem rápida. Placas- Usadas sobre a pele, para proteger ou regenerar. OBS: A ALBUMINA É UMA OPÇÃO COMO PROTETOR. 31 MEMBRANAS PERMEÁVEIS AO VAPOR (OMMIDERM) Membrana de poliuretano não adesiva, em alguns casos com orifícios que permitem a drenagem e adaptação do curativo. Promovem um meio úmido e possui permeabilidade seletiva. É de fácil aplicação, indicado para queimaduras, áreas doadoras de enxerto, feridas superficiais. CURATIVOS COM GAZE. Pode ser de algodão, sintético, entrelaçado ou não, com maior ou menor número de fios. Gaze simples, gaze impregnada ou gaze não impregnada. 32 ANTI-SÉPTICOS E DEGERMANTES (PVPI, SABÕES LIQUIDOS, LÍQUIDO DAKIN). Empregado para higiene, limpeza e proteção das áreas periféricas. É indicado para remoção de resíduos, agem limpando as áreas próximas, mantém o pH natural da pele. NÃO USAR NO LEITO DA FERIDA Já o uso de antiséptico como, PVPI tópico ou degermante, eles lesam queratina e fibroblastos, água oxigenada oxida as células, destroem os tecidos de granulação e de fibrina. O hipoclorito de sódio ele é tóxico para a pele, o ácido acético é irritante, ativo contra pseudomonas, a clorexidina reduz a atividade no local e é menos agressiva. BANDAGENS DE COMPRESSÃO. (BOTA DE UNNA). Controle clínico é composta por uma bandagem impregnada com pasta de óxido de zinco a 10% que não endurece + glicerina + petrolato e agentes anti-sépticos. É indicada para úlceras venosas de pernas, linfedemas, tromboflebite, edema linfático e eczema. É fácil de aplicar, flexível ajusta-se no corpo, pode ser mantida por sete dias. 33 NÃO USAR EM ÚLCERAS ARTERIAIS. CARVÃO ATIVADO E PRATA Indicada para feridas infectadas, exsudativas, superficiais ou profundas e fétidas. Pode ser associado com outros AGE, Alginato, e não precisa trocas diárias. É benéfico pois diminui a colonização e ou infecção da ferida. Remove o excesso do exsudato da ferida por absorção do carvão, já a prata atua como ação bacterecida, não pode ser recortado, requer cobertura secundária e observação do tecido de granulação. 34 FILMES SEMIPERMEÁVEIS (HYDROFILM, TEGADERM, OPSITE) Película de poliuretano transparente, adesiva, estéril e semipermeável. Indicada em feridas secas, queimadura ou ferida com dano parcial de tecido, proteção de áreas de risco lesional, como fixação de cateteres, tem como ação manter a umidade e o pH natural da pele. Seus benefícios é que forma uma camada protetora, age como barreira a contaminação da ferida, são impermeáveis ao oxigênio e vapor úmido, adaptam-se aos contornos do corpo, permite visualização direta, permite banhos, não requer trocas diárias, descolam gradativamente. OBS: NÃO USAR NAS PRIMEIRAS 24 HS DE PÓS OPERATÓRIO. 35 COLÁGENO BIOLÓGICO (FIBRACOLPLUS, PROMOGRAN) Utilizado em qualquer fase do processo de cicatrização, o colágeno simples pode ser usado em todo tipo de ferida, o colágeno com alginato 10% pode ser usado em feridas exsudativas, ele promove a granulação e epitelização é quimiotáxico para macrófago e fibroblastos. O custo é elevado. PDGF- FATOR DE CRESCIMENTO DERIVADO DE PLAQUETA São substâncias BIOATIVAS que aceleram o processo de cicatrização. Tem como benefícios que ela ativa os macrófagos e fibroblastos, acelera a granulação tecidual, matem um custo elevado, requer troca diária. Existem várias em estudos que evidenciam a sua utilização na clínica de forma positiva, entre outras esta o fator transformador (TFG-beta), fator de crescimento fibroblástico (FGF), fator de crescimento semelhante á insulina (IGF) e o fator de crescimento derivado de plaquetas. Indicadas em úlceras neuropáticas crônicas de difícil cicatrização com dano parcial tenha aporte sanguíneo, a sua ação é na membrana celular, ativa a tirosinaquinase que entra em contato com o DNA e estimula a divisão e proliferação de células. 36 HIDROPOLÍMERO (ALLEVYN, LYOTOAN, CURAFOAN, ELASTO-GEL, TIELLE PLUS, HYDRAFOAN) Adesivo de poliuretano, revestido por uma almofada de espuma de hidropolímero de alta densidade, se expande delicadamente a medida que absorve o exsudato. Protege as terminações nervosas, utilizado em feridas limpas em fase de granulação, com pequena a média quantidade de exsudato, feridas superficiais com placas ou feridas com cavidades. Tem como ação manter o meio úmido, auxilia no desbridamento autolítico, promove a granulação e diminui o odor da ferida. Não pode ser usado em feridas infectadas, com necrose em queimadura de segundo e terceiro grau e nem em feridas com grande quantidade de exsudato. 37 HIDROGEL (DUODERM, RESGATORE, ACQUACELL, INTRASITE GEL) Composto de gelatina, pectina e carboximetilcelulose, na fase externa espuma de poliuretano. Pode apresentar em forma de gel transparente, amorfo ou placa, usado em cavidades, com tecido desvitalizado, áreas necróticas e feridas em granulação. Promove a umidade através da interação, proporciona desbridamento por autólise, faz a manutenção do pH, é indicada em feridas secas ou com pouco exsudato, com necrose, feridas limpas, superficiais com lacerações, cortes, abrasões, em úlceras diabéticas, em áreas doadoras e receptoras de enxerto, em úlcera diabética e de pressão, úlcera em MMII (arterial, venosa ou mista), em queimadura de primeiro e segundo grau). Tem como ação quimiotáxico para leucócitos, favorece a angiogênese, promove o desbridamento autolítico e mantém o meio úmido. . HIDROCOLÓIDES (DUODERM, REPLICARE, ASKINA BIOFILM, COMFEEL) Promove a umidade, forma um gel que proporciona desbridamento por autólise, estimula a neo- angiogênese, é facilitada pelo meio hipóxico e mantém o ph. É utilizado em feridas secas, com pouco ou médio exsudato, em fase de granulação, com ou sem necrose. No entanto reduz o risco de infecção, pode ser usado com AGE, protege as terminações nervosas, reduz a dor. É contra indicado para ferida com dano total, queimadura de terceiro grau, feridas fúngicas ou infectadas e pode causar maceração do tecido. 38 SAF-GEL É um gel hidratante e absorvente para feridas, não estéril. Composto por alginato de cálcio e sódio e carboximetilcelulose sódica, aquoso, transparente e viscoso. Ele favorece o processo de cicatrização, cria um meio úmido e absorve o exsudato. Indicado para: Úlcera de pressão, úlcera venosa, queimaduras 1º e 2º grau, cortes, abrasões e lacerações. GEL DE CALÊNDULA É composto por um conjunto de princípios ativos como flavonóides, óleos essenciais, cariolileno, entre outros. Provoca diminuição da inflamação, auxilia na formação de tecido de granulação e atua como antibacterecida. Recomenda-se no processo de cicatrização e necrose tecidual, amputações e queimaduras, pode ser usado em úlceras, furúnculos, eczema, acne. 39 GEL DE PRÓPOLIS É composto por extrato de própolis e outros componentes age como antiinflamatório, reepitelizante, cicatrizante e antimicrobiano, é indicado no tratamento de queimaduras infectadas, deiscências, escoriações, úlceras de decúbito, abcessos... SORO FISIOLÓGICO 0,9% Usada na limpezada lesão e manter o meio úmido. 40 VAC (Vacuum Assisted Closure) A terapia VAC, é um sistema utilizado na cicatrização de feridas em que se institui uma pressão negativa localizada e controlada, com o objetivo de estimular a granulação e a cicatrização. O curativo VAC é composto de um kit com esponjas de vários tamanhos, filmes transparentes adesivos, tubo de conexão, reservatório e aparelho para aspiração. 41 ROTEIRO PARA EVOLUÇÃO DE TROCA DE CURATIVO. Nome:_______________________________________________________ Número do prontuário:_______________ Data de nascimento:__________________ Sexo:_________________ Anamnese. 1) História de doença atual:______________________________________ 2) Medicamentos:______________________________________________ 3) Camada da pele afetada:______________________________________ 4) Tipo de ferida: ( ) trauma ( ) cirúrgica ( ) isquêmica ( ) pressão ( ) queimadura. 5) Localização da ferida:__________________________________ 6) Classificação: quanto ao conteúdo bacteriano: ( ) limpa ( ) contaminada ( ) colonizada ( ) infectada 7) Tipo de cicatrização: ( ) 1º intenção ( ) 2 º intenção ( ) 3º intenção 8) Característica: Tamanho ________ Profundidade _________ Formato________ Aspecto: presença de edema ( ) sim ( ) não 9) Bordas: ( ) epitelizadas ( ) hiperqueratose ( )fibrosada ( ) aderida ( ) macerada 10) Tipo e quantidade de tecido necrótico: Coagulação __________ Liquefação__________ Esfacelo________ 11) Exsudato: ( ) sanguinolento ( ) Serossanguinolento ( ) seroso ( ) purulento 42 12) Fase do processo de cicatrização: ( ) inflamatória ( )proliferativa, reconstrução ( ) proliferativa, epitelização ( ) maturação 13) Pulsos pediais: ( ) sim ( ) não 14) Unhas: ( ) atrofiadas ( ) atróficas 15) Dor: ( ) sim ( ) não 16) Curativo e cobertura:________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 17) Úlcera de pressão: Avaliação do grau. ( ) I ( ) II ( ) III ( ) IV 18) Estoma: ( ) sim ( ) não. 19)Prescrição:_________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Data do retorno: / / . Assinatura do profissional. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BAJAY, H. M. ET. al. Curativos e coberturas para o tratamento de feridas, Atheneu, 2003. BALAN; Marli, Guia terapêutico para tratamento de feridas: uma guia para enfermeiros.1º ed.São Caetano do Sul-SP, ed. difusão,2006. DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiros. 2 ed. São Paulo, Atheneu,2001. FERRAZ, Edmundo Machado; TCBC-PEI; LIRAII, César Henrique Alves Lira et .al; Uso do sistema VAC no tratamento da fascite necrosante da parede abdominal. Rev. Col. Bras. Cir. vol.34 no.4 Rio de Janeiro July/Aug. 2007 disponível: www.scielo.com.br . Pesquisado no dia 15/04/2011. FLORIANÓPOLIS. Secretaria Municipal de Saúde. Vigilância em Saúde. Protocolo de cuidados de feridas / Coordenado por Antônio Anselmo Granzotto de Campos; Organizado por Lucila Fernandes More e Suzana Schmidt de Arruda. Florianópolis: IOESC,2007. IRION, Glenn, Feridas- Novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores, Guanabara Koogan, 2005. JORGE, Silvia A.; DANTAS, Sônia Regina P. E. Abordagem Multiprofissional do Tratamento de Feridas, Ed.Atheneu, 2003. CAMPOS, Antonio Anselmo Grazoto de; MORE, Lucila Fernandes; ARRUDA, Suzana Schimtd, Protocolo de cuidados de feridas, Secretaria Municipal de Florianópolis, 2007. MANDELBAUM, Samuel Henrique; SANTIS, Érico Pampdo Di; MANDELBAUM, Maria Helena San’t Ana. Cicatrização: Conceitos atuais e recursos auxiliares, educação médica continuada, Parte II, RJ, set.out. 2003. MARINGÁ. Secretaria Municipal de Maringá. Protocolos de técnicas básicas de enfermagem, Maringá, 2004. MARQUEZ, R. R. Avaliação da ferida. Ferida tratamento e cicatrização, Revinter, RJ, 2003. http://www.membracel.com.br/ http://www.membracel.com.br/ http://www.membracel.com.br/ 44 MENEZES, Eni-Leci Monteiro de, A enfermagem no tratamento de queimados, São Paulo: Epu, 1998. SANTOS,M.E.R.C. Tratamento clínico das úlceras venosas, úlceras nos MI, diagnóstico e terapêutica, Fudo editorial, BYK, São Paulo, 2002. SEERA,M.C.V.F et al. Fisiologia e fisiopatologia. Tratamento de queimaduras. Atheneu, 2004 TROWBRIDGE, Henry O; EMLING, Robert C: Inflamação uma revisão do processo. 4 ed.,editora Quintessence Books,1993. YAMADA,B.F.A. O processo de limpeza de feridas, 2003 www.membracel.com.br www.convatec.com.b www.curativos.com.br www.feridologo.com.br www.bireme.br www.scielo.com.br www.coloplastdobrasil.com.br http://www.membracel.com.br/ http://www.convatec.com.b/ http://www.curativos.com.br/ http://www.feridologo.com.br/ http://www.bireme.br/ http://www.scielo.com.br/
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