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TRANSPLANTE RENAL AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - O objetivo é diagnosticar e tratar qualquer doença urológica preexistente que possa comprometer a evolução do enxerto e/ou do receptor. - Principais requisitos para um transplante renal bem-sucedido: · Ausência de infecções urinárias recorrentes · Reservatório compatível e continente · Esvaziamento vesical adequado · A bexiga deve ser capaz de armazenar em quantidade suficiente a baixa pressão - Doenças neoplásicas – complicações reconhecidas do transplante, terapias imunossupressoras podem provocar efeitos secundários com ação oncogênica direta. - Registro Brasileiro de Transplantes em 2015 houve uma inversão do padrão de doação com aumento no número de Tx com Doador Falecido (79%) e redução nos Tx com Doador Vivo (21%). - Tipos de doadores de rim · DV (vivos) · Parentes (DVP) – familiares até o 4º grau de consanguinidade · Não parentes (DVNP) – cônjuges ou casais com relação estável perante a lei e filhos/pais adotivos · Outros tipos de DVNP – anônimos que doam para a lista de espera · Doação pareada ou “em cadeia” ou “dominó” · DF (falecidos) · Retirada dos órgãos após morte encefálica · Retirada dos órgãos após parada cardíaca – no heart beating donors - Doação pareada 12,8% em 2015 – parte do princípio de que qualquer pessoa considerada competente e autônoma, que deseja fazer a doação, livre de coerção e em condições clínicas e psiquiátricas normais pode ser aceita para doação de um rim para transplante. · Envolve dois pares de doador-receptor (D/R) com grupo sanguíneo ABO ou prova cruzada incompatível entre si, mas compatível com o par oposto. - O transplante renal continua sendo o tratamento de escolha da DRC avançada AVALIAÇÃO UROLÓGICA Disfunção da bexiga - A bexiga anormal por si só não constitui contraindicação ao transplante renal - Bexiga disfuncionalizada – DU<300mL/24h ou que não vem sendo usada por vários anos, por anúria. · Se a micção é normal antes do paciente desenvolver oligoanúria, a bexiga recupera sua capacidade poucas semanas após o transplante. - Uretrocistografia miccional avalia a capacidade da bexiga, a presença do refluxo vesicouretral e auxilia na determinação do resíduo pós-miccional · Em pacientes pediátricos a bexiga neurogênica é causa de até 40% de todos os casos de Doença Renal Terminal. - Válvula de uretra posterior (VUP) – pode ser causa de DRT em até 8% da população de pacientes pediátricos - Estenose uretral – avaliar fluxo urinário e resíduo pós-miccional, e em pacientes oligúricos ou anúricos o tratamento deve ser postergado até a diurese ser reestabelecida no pós-transplante. Alterações uretrais - Válvula de uretra posterior (VUP) · Causa de DRT em até 8% da população pediátrica, e exige ser tratada antes do recebimento do enxerto - Estenose uretral · Se suspeita – medição do fluxo urinário e resíduo pós-miccional são ferramentas não invasivas de investigação · Oligúricos ou anúricos – tratamento postergado até a diurese ser estabelecida no pós-transplante, evitar a “síndrome da uretra seca” e reestenose. · A ausência de diurese favorece a ocorrência de estenose na região da loja prostática. Hiperplasia prostática benigna - Todos homens >45 anos devem fazer avaliação prostática completa · Resíduo pós-miccional avaliam satisfatoriamente tanto assintomáticos quanto aquelas com suspeita de obstrução do trato urinário inferior de origem prostática. - Tratamento clínico se necessário – alfa-bloqueadores e/ou inibidores da 5-alfa-redutase. Outros distúrbios urológicos - Hidrocele, epididimite crônica, hérnia escrotal ou hipospadia, entre outras. · Se tratamento necessário – fazer antes do transplante Avaliação uro-oncológica - Doenças neoplásicas são causa de morte de até 26% de todos pacientes de transplante que sobrevivem pelo menos durante 10 anos. - Receptores de órgãos – alta incidência de tumores até de 40% depois de 20 anos. - Câncer renal – 2º tumor em frequência no trato urogenital diagnosticado pós-transplante (carcinoma de células renais variante papilar) · Triagem com USG abdominal, sem consenso de quando em quando fazer · Nefrectomia radical laparoscópica reduz mortalidade e acelera a recuperação · 3,3 a 9,9x mais comum em população de diálise - Câncer de bexiga – carcinoma de células transicionais da bexiga · Risco maior em pacientes com DRT secundária a agentes tóxicos, infecções ou distúrbios urológicos obstrutivos · Rastreamento da população de risco e de tabagistas está indicado, bem como indivíduos com história de esquistossomose ou tratamento com ciclofosfamida. - Câncer de testículo – sem evidências de que pacientes DRT tem incidência mais elevada do que a população geral, embora tenha tx de recorrência de 5% pós-tranplante. - Câncer de pênis – aumento da incidência na população transplantada pelo HPV - Câncer de próstata · Não há aumento da incidência em transplantados, durante terapia imunossupressora ou na população com DRT. · As opções de tratamento e rastreio semelhante à população em geral SITUAÇÕES ESPECIAIS Indicações de nefrectomia previamente ao transplante renal - É indicada previamente 6 semanas antes do transplante ou do cadastro ativo na lista de espera para transplante por doador falecido – cicatrização dos tecidos e identificação de potenciais complicações. · Em crianças a nefrectomia é feita ao mesmo tempo do transplante renal, adultos é antes. - Laparotomias são feitas quando rim é muito grande para ser realizado por procedimento minimamente invasivo, mas se usa mais a via laparoscópica trans ou retroperitoneal. - Questão de prova, quando de faz a nefrectomia? DRPAD, HASR ao tto clínico, Litíase, rins cronicamente infectados, RVU severo, CA renal/urotelial, proteinúria severa. - DRPAD tira ou não? os tumores renais são mais frequentes nos receptores renais e nos portadores de Doença Renal Policística Autossômica Dominante do que na população em geral · Se os tumores são sólidos – você faz a nefrectomia · A retirada é indicada 6 semanas antes do procedimento, embora alguns autores tem relatado segurança em nefrectomias uni ou bilaterais no mesmo tempo do transplante. Situações específicas - Paciente com colecistite recorrente sintomática com cálculos pequenos e múltiplos, ou com espessamento da vesícula biliar – Colecistectomia - Pacientes com diverticulite recente – Colectomia segmentar profilática AVALIAÇÃO UROLÓGICA E NEFROLÓGICA DO CANDITATO À DOAÇÃO RENAL - Avaliação urológica do doador deve ser orientada principalmente no prognóstico do doador em longo prazo. - Estudo nefrológico para excluir possíveis causas de futuras insuficiência renal, somente após essa liberação encaminhamos ao urologista. - Tomografia Computadorizada Multislice (TC multislice) com estudo dos vasos renais (Angio TC) e das vias excretoras (Uro TC) – padrão ouro pré-doação · Permite um estudo funcional e anatômico dos vasos e ureteres para melhor programação cirúrgica - RNM – pode ser usada em pacientes alérgicos a contraste iodado, e permite o estudo funcional e anatômico, embora seja mais caro. - Se TC Multislice e RNM não forem possíveis? Só nos resta a arteriografia de vasos renais e urografia excretora. · USG de vias urinárias deve ser realizada para screening de anomalias anatômicas renais e pesquisa de nefrolitíase. Mulheres em idade fértil? - Embora o rim esquerdo seja preferível para transplante, prioriza-se o rim direito em mulheres em idade fértil, por ser este mais acometido por hidronefrose e pielonefrite durante as gestações. (acho que comentou isso em aula, não tenho certeza, mas tá aí o bisu) - Além disso, recomenda-se que tais evitem a gravidez pelo menos 1 ano após a doação. Quando indicar o transplante renal? (Receptor) - Urologia Brasil (2013): IRC com ClCr menor ou igual a 20mL/min/1,73 (na apresentação do seminário foi dito 15 mL/min/1,73, importante ter bom senso na hora de responder, pode citar as duas informações) - Geralmente até os 65 anos, porém a idade biológica é mais importante que a cronológica. Quando não indicar? - De forma absoluta – receptor · Portador de neoplasiamaligna ou já tratadas com menos de 2 anos de seguimento. · Paciente portador de doença pulmonar crônica avançada · Portador de doença cardíaca grave sem indicação de tratamento cirúrgico ou intervencionista · Portador de vasculopatia periférica grave, com sinais clínicos de insuficiência valvular periférica ou com estudo doppler mostrando lesões graves em artérias ilíacas. · Portador de cirrose hepática · Incompatibilidade ABO · Não preenchimento das condições legais - De forma relativa · Portadores de oxalose primária · Idade superior a 60 anos com cateterismo e/ou mapeamento cardíaco alterado · DM com cateterismo e/ou mapeamento cardíaco alterado ou Doppler de artérias ilíacas demonstrando arteriopatia moderada · Portador de doença neuropsíquica · Portador de anomalias urológicas e/ou disfunção vesical severa · Crianças <15kg · Obesos mórbidos · Ausência de suporte familiar ou pessoal para adesão ao tratamento · Portadores de HIV · Exceto se CD4>200 cel/mmc por mais de 6 meses, níveis indetectáveis de HIV-1 RNA, terapia retroviral estável por >3 meses sem outras complicações da doença Inativação - O paciente pode ficar inativo temporariamente por um período ininterrupto de até 01 ano, acima disso podem ser automaticamente excluídos como receptores - Nesse caso, a reativação deve ser feita pelo centro de diálise. - Dentre os critérios de inativação temporária estão: DOADOR Doador Vivo - Pela lei o doador vivo é aquele que tem parentesco consanguíneo, na linha reta ou colateral, até o 4º grau, mas pela lei de 10.211 de 2001 é autorizado transplante entre cônjuges. · Se o doador tem menos de 25 anos, tal deverá passar uma avaliação psicológica obrigatória - Quais os critérios de escolha para doadores? - Quais os critérios de exclusão para doadores? - E os portadores de DRPAD, podem doar? Só se apresentarem US renal e TC abdominal normais, e que a idade do doador seja superior a 40 anos - Parentes de pacientes diabéticos é exigido o TTGO e Hb1Ac Doador falecido - Quem pode ser o doador falecido? · Preencher critérios de morte encefálica · São dos testes clínicos confirmatórios + ausência de fluxo sanguíneo ao Doppler transcraniano repetido e confirmado por um terceiro médico · Afastar doenças que inviabilizam a doação · Rim tem que ser viável · Autorização familiares – feito pela OPO (organização para procura de órgãos) · Compatibilidade ABO, HLA e prova cruzada negativa PRÉ-TRANSPLANTE - Principais exames imunológicos · Tipagem ABO · HLA · PRA – painel populacional · Prova cruzada – positiva contraindica - Principais exames · Pesquisa de malignidades · Avaliação do risco CV – alto risco (DA subclínica) · Cintilografia miocárdica · Cineangiocorariografia com arteriografia de ilíaca e femorais · Cateterismo – alto risco CV · DM intendente do tempo de diagnóstico · Antecedente de doença coronariana · Antecedente de DAOP · Antecedente do uso de cocaína – predispõe a doença coronariana · Avaliação CV – baixo risco · ECG, RX tórax, Eco, TC de abdômen e pelve · Objetivo avaliar – coronariopata subclínicas, FA e insuficiências valvares - Avaliação urológica - Sorologias · Receptor anti-HCV + e HbSAg + · Doença de Chagas – explicar os riscos · Receptor CMV + normalmente evolui sem a doença - Avaliação ginecológica – mamografia, exame preventivo de colo de útero TÉCNICA CIRURGICA Cuidados e preservação do enxerto - Doador vivo · A cirurgia do doador começa quase no mesmo tempo em que a do receptor, em salas próximas, mas duas equipes diferentes · Após retirada do rim, tal é colocado em uma solução gelada de ringer-lactato ou solução de preservação hiperosmolar adequada, e então perfundido com 200-300 ml da mesma solução à 4ºC · Entrega à equipe médica que está realizando a cirurgia do receptor - Doador cadáver · Rim retirada previamente, lavado, resfriado e guardado em recipiente específico para mantê-lo gelado · Para perfusão do rim, as soluções mais usadas são Euro-Collins ou Belzer a 4ºC · Tempo máximo de retirada após parada cardíaca – 30 minutos · Deve ser transplantado idealmente até 24h, porém suporta até 48 horas. Cirurgia de implante renal - Normalmente os rins são implantados nas fossas ilíacas, preferência pela direta (sempre que possível), nesses locais os vasos são horizontais o que facilita anastomoses vasculares. · Diabéticos – a preferência é pela fossa esquerda, deixando a direita para posterior implante pancreático. · Retransplantados – o novo rim é colocado na fosse ilíaca que estiver livre · Mas não confunda, o rim preferível para transplante é o esquerdo - Inicia o procedimento sob anestesia geral, com paciente posto em mesa cirúrgica em ligeira flexão para superficialização dos vasos ilíacos. - É realizado uma sondagem vesical de demora (SVD) com sonda N 18 ou 20 Fr, e depois procede com enchimento vesical com cerca de 100 a 200 mL de SF e clampagem da SVD, o que facilita dissecção da bexiga e reimplante uretral. - O principal acesso é o Gibson – incisão em linha arqueada na borda lateral do músculo reto abdominal que se estende do nível da cicatriz umbilical até o púbis. · Poupa reto abdominal, mas incisa o grande e pequeno oblíquo, o transverso do abdome e a fáscia transversalis. - Sempre deve ter ligadura dos vasos linfáticos que circundam a dissecção das artérias ilíacas (ex, in e comum), isso para evitar linfocele pós-op. Anastomoses - A cirurgia é feita em 3 tempos cirúrgicos. - Anastomose da veia renal com a veia ilíaca externa – sentido término-lateral. - Anastomose da artéria renal com a artéria ilíaca interna ou com a ilíaca externa – sentido término-lateral. - Sentido término-lateral válido para pacientes com rim esquerdo em fossa ilíaca direita ou com rim direito em fossa ilíaca esquerda. - Primeiro é feito a anastomose da veia renal com sutura contínua, geralmente as duas anastomoses são complementadas em 25-35 minutos, sendo então os clamps liberados e o rim perfundido. Anastomose urinária - Por último, com a bexiga já dissecada, é feito o reimplante ureteral, que pode ser feito pela técnica de Lich-Gregoir ou Politano-Leadbetter com confecção do túnel antirrefluxo - Técnica de Lich-Gregoir modificada – opção para reimplante uretral em bexigas de baixa capacidade e disfuncionalizadas de longa data. - Fechamento da parede abdominal por planos com fios inabsorvíveis, a cicatrização sofre influência da imunossupressão. - Drenos? · Não é necessário de forma rotineira, mas pode ser utilizada em pacientes com distúrbios da coagulação ou naqueles mais propensos a formação de linfocele. - Duplo J? (já perguntou em seminário) · O implante do Duplo J não é habitual, mas parece estar associado a redução do número de fístulas urinárias no pós-transplante · Embora há um alto índice de desconforto pélvico e infecção urinária, além de precisar de cirurgia pós-cirurgia de transplante para sua retirada. · Quando eu indico o duplo J? · Todo paciente com risco para fístula urinária pós-operatória · Anúricos de longa data · Portadores de bexigas baixa capacidade · Patologias urológicas que levaram a IRC · Bexigas de capacidades muito aumentada sugerindo alteração neurogênica - Ureteroneocistostomia – menos sujeita da fístula CASOS ESPECIAIS DE CIRURGIA - TR em criança · Peso > 20kg – técnica semelhante em adultos · Peso < 20kg – implante mais alto, anastomose venosa término-lateral em cava inferior, anastomose arterial término-lateral em a. ilíaca comum ou aorta - Se há comprometimento do trato urinário baixo · Reimplante ureteral na presença de ampliação vesical deverá ser realizado preferencialmente no detrusor, podendo eventualmente ser anastomosado no segmento intestinal utilizado para ampliação. - Rins limítrofes · Falta de doadores tem aumentado a aceitação de rins com anomalias congênitas e de rins retirados em bloco de doadores com peso inferior a 15kg PÓS-TRANSPLANTE Recuperação imediata no pós-transplante - Acompanhamento minucioso da evolução pós-cirúrgica · Alimentação – dieta leve após 8-12 h de jejum · Medicamentos – administração de soros, medicações para dor, infecçõese rejeição · Drenagem – dreno no corte cirúrgico a fim de eliminar sangue e líquidos acumulados · Sonda vesical – rigoroso controle do DU, sendo retirada no 5º ou 7º dia, mas pode ser necessária à sua manutenção por mais tempo. - UTI/unidades semi-intensivas se necessário - Atenção aos sinais de infecção pós-operatória · Febre, inchaço, calor, rubor no local operado · Ardência ao urinar – disúria · Tosse e/ou dificuldade para respirar · Diarreia Cuidados durante a recuperação hospitalar - Cuidados médicos durante toda a vida do transplantado, exames clínicos, laboratoriais e de imagem, isso depende do protocolo de cada serviço e de cada caso. - O paciente pode ter alta hospitalar em média 1 semana pós - Mas o sucesso do transplante depende do acompanhamento ambulatorial rigoroso - Nos primeiros 30 dias pós-alta os exames clínicos e laboratoriais são semanais - Três primeiros meses – maior número de rejeições e de complicações - O controle pode ir se espaçando conforme evolução clínica do paciente - É preciso conscientizar o paciente sobre os enormes riscos de perda do transplante e de complicações – o uso insuficiente, inadequado ou não supervisionado dos medicamentos imunossupressores, mesmo após muitos anos de transplante. - Rejeição aguda após a parada do uso de imunossupressores - Sinais clínicos podem ser acompanhados pelo próprio paciente em case após a alta · FR, FC, Tº, dieta e peso (se aumento >1kg/dia indica que está ocorre acúmulo de líquidos). Drogas imunossupressoras - O pilar básico do sucesso dos transplantes são as drogas imunossupressoras, cujo alvo é atuar nos linfócitos T, para isso são feitas uma terapia de indução e outra de manutenção · Terapia de indução – no momento do transplante · Terapia de manutenção – após o transplante - Doses maiores iniciais a fim de atenuar a resposta imunológica ao enxerto, e o nível de imunossupressão crônica é reduzido gradativamente, a fim de diminuir o risco global de infecção e malignidade - Fase de indução – a duração depende do HLA doador e receptor · 3 Drogas imunossupressoras, sendo 1 corticosteroide EV - Fase de manutenção · 2 Drogas imunossupressoras, sendo 1 corticosteroide VO - Rejeição aguda · Sessões de plasmaférese + imunoglobulina humana EV - Rejeição crônica · Pulsoterapia com corticosteroide (prednisolona) - Fármacos usados · Prednisona – corticosteroide · Azatioprina, micofenolato de mofetila e ácido micofenólico – antimetabólitos · Ciclosporina e Tacrolimus – inibidores da calcineurina · Sirolimo – inibidores de TOR · ATGAM (globulina antitimócito) e RATG (timoglobulina) – anticorpos policlonais · Dacluzumabe e Basiliximabe – anticorpo monoclonal Complicações não cirúrgicas - Rejeição hiperaguda (até 24h) -> Aguda (a partir do 3º dia) -> Crônica (ao longo da evolução do transplante com perda funcional lenta e progressiva do rim transplantado). - A rejeição é a principal causa de perda tardia do enxerto, e os fatores de risco associados são: · Condição do órgão doado · Esquema imunossupressor usado · Presença e intensidade de episódios de rejeição aguda - Infecções – esquemas imunossupressores aumentam a sucessibilidade a infecções, as mais recorrentes são: · CMV · Epstein-Barr · Infecções fúngicas – candidíase e aspergilose · Parasitas – pneumocitose, estrongiloidíase e toxo Como orientar sobre os sinais de rejeição? - Observar: · Dor ou inchaço no local do enxerto · Febre · Diminuição do volume urinário · Edema/anasarca/EAP · Disúria · Elevação da PA · Queda do estado geral Qualidade de vida no pós-transplante? - É alta, superior a 80% no final do primeiro ano – chances de sucesso. - Resultados dos transplantes renais são excelentes por dois motivos principais (motivo dado em seminário, se Juan perguntar, lá vai): · Grande percentual dos transplantes é realizado com doadores vivos aparentados: diminui a rejeição. · Existe a possibilidade de o paciente portador de insuficiência renal crônica ter uma longa sobrevida em programas de diálise, enquanto o ato do transplante não chega. COMPLICAÇÕES - Vasculares · Trombose da veia renal (2,7%) · Trombose da artéria renal (1,8%) · Estenose da artéria renal (2,7%) - Urológicas · Fístulas urinárias (3,6%) · Estenose uretral (0,9%) · Infecção urinária (7,5%) · Ruptura renal (0,5%) - Da fossa do transplante e da parede abdominal · Hematoma (1,8%) · Infecção da ferida (4,5%) · Evisceração/Eventração (1,8%) · Linfocele (4,5%) - Trombose arterial – é a complicação vascular menos comum, sendo mais frequente em crianças pelo calibre do vaso, em coagulopatas e em pacientes com anticorpos anticardiolipina. · Quadro – anúria confundido com NTA · Na presunção deve-se fazer um ecodoppler imediatamente · Uma vez diagnosticado, é uma complicação que é quase impossível salvar o enxerto - Trombose venosa – resultam do acotovelamento (kinking) da veia renal, estenose da anastomose, hipotensão no perioperatório, estados de hipercoagulabilidade, rejeição e TVP. · Parada da diurese, dor e abaulamento no local do enxerto · O que fazer? Retirar o enxerto, embora alguns casos podem ser mediados com trombolíticos - Linfocele – é importante diferencia-la de outros tipos de coleções, sendo necessárias punção e análise de líquido · Se liquido semelhante à concentração sérica – confirma linfocele e a diferencia da urina (potássio alto), do hematoma e do abscesso. · Tratar? Se repercussão clínica · Marsupialização por videolaparoscopia, sem infecção pode ser usado o octreotide, se infectado drena. Situação da litíase - Um doador com litíase pode criar um problema ao receptor do rim, pois pode colocar em risco a necessidade de procedimentos cirúrgicos de urgência sem considerar os riscos inerentes à migração de um cálculo. - É uma complicação incomum nos pacientes transplantados - Toda vez que um pequeno calculo é detectado nos exames feitos para estudar um doador, é necessário fazer um perfil metabólito direcionado. - O receptor com litíase não tem cólica nefrética, isso porque, geralmente o rim transplantado é desnervado. · Embora, algumas vezes, podem ter um certo grau de desconforto na fossa ilíaca onde o rim está transplantado, devido distensão renal e estiramento da fáscia PERGUNTAS - Qual o marco dos transplantes renais? · Em 1960 as drogas imunossupressoras melhoraram o sucesso da terapia de transplante. - Quando se retira os rins do receptor? · Infecção, abscessos, HAS severas, fístulas, refluxos vesico ureterais, doença renal policístico - Paciente recebe o rim, quais as alterações clássicas são identificadas no USG 4 a 6 meses depois? · Hidronefrose (40-60%), Perda da diferenciação cortico-medular e Hipertrofia (rim vicariante). - Com relação aos cálculos renais, são mais frequentes nos transplantados? · Os pacientes transplantados tem maior risco de formação de cálculos renais - É comum cálculo renal em paciente transplantado? E o paciente vai desenvolver cólicas renais clássicas? · O receptor com litíase não tem cólica nefrética, isso porque, geralmente o rim transplantado é desnervado. · Embora, algumas vezes, podem ter um certo grau de desconforto na fossa ilíaca onde o rim está transplantado, devido distensão renal e estiramento da fáscia - Trombose venosa é uma urgência urológica? · Deve-se tratar logo, retirar o enxerto, embora alguns casos podem ser mediados com trombolíticos. - Qual a diferença de linfocele e da urina? · Dosar proteína e creatinina, a proteína está elevada na linfocele e a creatinina está elevada na urina. - Falar a respeito da máquina de perfusão hipotérmica · É colocado na máquina para reduzir o evento de isquemia fria, o que deixa os órgãos mais viáveis. - Quais são os exames pré-transplante renal? ·
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