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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III-Aula 4 até a 6-Excelente ajuda para testes Simulados e ou Avaliação Final-AV

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Teologia Sistemática III
Aula 4: Espírito Santo no Novo Testamento em geral
Apresentação
Esta aula apresenta o desenvolvimento da doutrina e da experiência do Espírito Santo no âmbito da literatura paulina.
Estudar a doutrina teológica do Espírito Santo no Novo Testamento é mergulhar nas significações da ação de Cristo Ressuscitado e assim aceder às experiências pentecostais própria da comunidade dos discípulos. O Novo Testamento é um testemunho dessa ampla ação do Espírito Santo, primeiro na vida e na ação do Cristo, e depois nas de seus discípulos.
Objetivos
Compreender a doutrina do Espírito Santo no âmbito do restante dos escritos neotestamentários;
Reconhecer os âmbitos da pneumatologia (teologia do Espírito Santo) na literatura paulina e do Apocalipse.
 (
(Fonte:
 
Paolo
 
Gallo
 
/
 
Shutterstock)
)
Premissa
O Espírito Santo é o intercessor que nos introduz na vida da Trindade, para a realização do projeto de Deus, na adoção filial, na glorificação dos filhos de Deus e da própria criação (Rm 8,19-27). Habitando em nós (Rm 8,9), faz morrer as obras do pecado (Rm 8,12). Ele comunica a verdadeira paz, que é comunhão na vida feliz de Deus. É Aquele que "vem em auxílio de nossa fraqueza porque nem sabemos o que convém pedir" (Rm 8,26).
Nesta aula trataremos de uma importante tradição do Novo Testamento, indispensável para conhecermos o patrimônio pneumatológico. Já pudemos ver isso nos Evangelhos (de Lucas, em particular, e de João, com as promessas do Espírito da Verdade), e agora é a vez do grande São Paulo, teólogo da primeira hora cristã.
Sobre o Espírito Santo no Novo Testamento, temos na teologia de São Paulo1
um grande acervo
de compreensão acerca da identidade e da ação da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
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É muito ampla e diversificada a afirmação de fé e, sobretudo, muito rica a experiência do Espírito Santo no Novo Testamento.
Comentário
Aqui nos cabe uma análise do ponto de vista da Igreja, seja porque ela o experimenta, seja porque fala sobre Ele, até formular um artigo de fé, onde afirma a “Personalidade” do Espírito de Deus, revelado definitivamente em Jesus Cristo.
Como dissemos, o Espírito é um objeto complexo em relação à Igreja, pois, de um lado, Ele mediu o conhecimento que a Igreja tem de si própria; e, por outro, é a Igreja que fixa uma linguagem sobre o Espírito que corresponda à consciência Divina da terceira pessoa da Trindade, como a conhecemos na linguagem da tradição ortodoxa da Trindade.
O Mistério da Igreja ela o conhece, somente em contato com o Espírito, pois este dá acesso ao âmago do Cristo e, assim, ao epicentro de sua consciência, enquanto Igreja.
O cristão, pela graça batismal, é introduzido na intimidade da vida trinitária, partilhando da sua riqueza na comunidade eclesial. A plena comunhão da Trindade manifesta-se na Comunidade-Igreja e oferece vida nova (Ef 4,24; Cl 3,10) de relacionamento de filhos com o Pai (Gl 4,6). O Espírito ensina, santifica e conduz o Povo de Deus através da pregação e da acolhida da Palavra, da celebração dos sacramentos e da orientação dos pastores. Distribui também graças ou dons especiais "a cada um como lhe apraz" (1Cor 12,11), sempre "para a utilidade comum". Por essas graças, Ele "os torna aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios, que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja” (1Cor 12,2).
O Espírito Santo distribui seus dons aos fiéis, de tal forma que ninguém possui todos eles, como ninguém está totalmente privado deles (1Cor 12,4ss). Esses dons são sempre para o serviço da comunidade (1Cor 14). Não é a experiência dos carismas que exprime a perfeição da salvação, mas a caridade que deve perpassar toda a vida do cristão (Mc 12, 28-31; 1Cor 13). Procurá-la é o primeiro e melhor caminho para a edificação do Corpo de Cristo, que é a Igreja (1Cor 12,31-13,13). (BORGES, 2013).
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A figura histórica de Paulo
Cronologia
Para a maioria dos autores, é bastante fácil delinear o quadro geral da vida de Paulo. Nascido pelo início da Era Cristã, por volta do ano 5 d.C., converte-se e entra no círculo dos seguidores de Cristo, e sobe muitas vezes a Jerusalém (encontrando-se com Pedro).
A partir de uma intensa atividade missionária, ele se tronou um peregrino e percorreu todo o arco do Mediterrâneo Oriental, com paradas prolongadas em Antioquia da Síria, Corinto, Éfeso e Roma, onde morreu sob o período de Nero (64-66?).
É mais difícil precisar cronologicamente os episódios da vida, as viagens e a morte, esta indicada por alguns autores como ocorrida no início do período de Nero, enquanto para outros se deu no fim. O referimento mais seguro é a inscrição de Delfi, que indica o pró-cônsul romano Galião no período 50- 51 como residente em Corinto (cf. At 18,12).
Dois esquemas cronológicos nos ajudam a compreender sua vida:
Ato dos Apóstolos	Segundo as Cartas
Tendo como clássico e tradicional referimento. Missão Paulina vem escalonada em diversos momentos:
1. Concílio de Jerusalém (49-50) depois da primeira viagem;
2. A prisão em Cesareia, entre 58-60;
3. Em 60-62, período do cárcere romano;
4. Em 64 ou 67, a segunda prisão e a morte.
1. 
Concílio de Jerusalém: 50-51, depois da segunda viagem que levou Paulo à Grécia;
2. 52-55, Éfeso, pela segunda vez;
3. 56, prisão em Jerusalém, prisão em Cesareia;
4. 57-58, viagem a Roma;
5. 58-60, domicílio forçado em Roma;
6. 60, martírio sob Nero.
A conversão
Os textos Gal 1,13 e At 8,1 são elementos hermenêuticos importantes na compreensão das cartas (literatura paulina), relatados por Atos, três vezes, At 9,22 (Paulo), 26 (Paulo).
Nas Cartas, torna-se um argumento constante, de modo apologético ou polêmico, defender-se dos adversários e indicar o fundamento que sustenta sua vida (1 Cor 15,8; Gal 1,15-16; Fil 3,12).
A conversão de Paulo, como lemos nos diversos textos, apesar do seu caráter autobiogrográfico, aparece sensivelmente teologizada e reflete uma leitura retrospectiva do evento à luz de toda a vida do apóstolo e do caminho
da Igreja.
Homem de três culturas
Paulo possui a envergadura de um verdadeiro "cosmopolita" (expressão de A. Deissmann).
Hebreu: At 21,39
Clique nos botões para ver as informações.
No interrogatório após a prisão a Jerusalém, ele se identifica como pertencente à diáspora hebraica dispersa no mundo helenizado.
2Cor 11,22; contra os contestadores da sua autoridade apostólica;
Fil 3,5-6; faz polêmica contra o argumento "carnal" da descendência;
Rom 9,3-5; surge a lúcida consciência teológica de pertencer por nascimento ao povo chamado por Deus para um desígnio de Salvação a favor de toda a Humanidade;
Em Gal 2,15 quase com orgulho separatista;
Convertido a Cristo, Paulo vive em um clima espiritual hebraico: seu calendário é hebraico (1Cor 16,8) duas vezes, nos Atos se relatam votos (AT 18,18; 21, 17-26);
As Escrituras: LXX como o TM vem utilizados com destreza, através das técnicas de interpretação mais profundas: 1Cor 10, 1-10: Midrash de Páscoa;
At 22,3: Gamaliel (Mesh, Sotr 9,15: o Ancião).
Paulo, hebreu de origem
Sobre o rio Adno, era naquele tempo como Elade no Apogeu esplendor de estudo helenístico e cosmopolita, Pátria do estoicismo:
a) O ideal da autossuficiência ética (Til 4,11);
b) Filosófico-religioso: a transparência de Deus no mundo (Rom 1,19-20).
Todo o quadro da sua atividade se coloca dentro de uma moldura cultural helenística:
a) Uso gramatical e retórico da língua grega (Rom 5,20; 8,26; 2Cor 7,4; verbos com diversas preposições);
b) Uso gramatical de "syn" para indicar a "simbiose" com colaboradores e amigos na comunicação vital com Cristo, na morte, na ressurreição e na Glória (cf. Rom 6,45; Gal 2,19; Fil 3,10; Ef 2,6; Col 2,12; 3,1ss).
Não são raros os casos nos quais diversos termos contemporâneos à língua grega de Paulo vêm utilizados e dobrados aouso e intenção de Paulo.
Romano
Paulus, nome latino, provavelmente desde a infância vê o império Romano de certa forma como uma estrutura a serviço das disposições diurnas (Rom 13,2-5):
Cada qual seja submisso às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas por Deus. Assim, aquele que resiste à autoridade opõe-se à ordem estabelecida por Deus; e os que a ela se opõem atraem sobre si a condenação. Em verdade, as autoridades inspiram temor, não porém a quem pratica o bem, e sim a quem faz o mal! Queres não ter o que temer a autoridade? Faze o bem e terás o seu louvor. Porque ela é instrumento de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, porque não é sem razão que leva a espada: é ministro de Deus, para fazer justiça e para exercer a ira contra aquele que pratica o mal. Portanto, é necessário submeter-se, não somente por temor do castigo, mas também por dever de consciência.
At 22,28 - direito de cidadania Romano, desde o nascimento;
Roma nos seus programas missionários estava no vértice: Rom 15,22-24, outro lado do Carta dos Romanos.
Leia mais sobre Paulo:
 O maior missionário do cristianismo
Clique no botão acima.
O maior missionário do cristianismo
O Livro dos Atos oferece uma narração ordenada da obra missionária de Paulo. Esta se desenvolve provavelmente naquela parte da costa Mediterrânea denominada “a elipse da oliveira”, tocando as cidades de Damasco, Tarso, Antioquia, Chipre e Anatólia Sul-oriental: Filipos, Tessalônia, Bereca, Atenas, Corinto na Europa, e Éfeso, capital da Província romana da Ásia, e Roma, do capital do Império. Os dados provenientes das Cartas confirmam tal quadro mesmo se não permitem de seguir a linearidade e de ancorá-lo sobre confirmar o esquema de uma tríplice expedição, como vem delineada em Atos.
a) Importância e característica
Ele escolhia intencionalmente os grandes aglomerados urbanos, sobretudo aqueles ainda não tocados pelo Evangelho, onde buscava fazer surgir ao menos uma pequena comunidade cristã, animada e presidida por pessoas em particular, dedicadas e generosas (1 Ts 5,12-13; 1 Cor 16,15-16).
Tudo faz pensar que no âmago da metodologia missionária de Paulo, ele tinha em mira muito mais os povos, como tal, como seria comum aos pregadores ambulantes do seu tempo. O que ressalta o fato singular que ele não tinha se interessado por Alexandria no Egito.
Paulo tem a consciência, desde o início, de ter sido chamado a evangelizar aos gentios (Gal 1,16), e essa vocação vem confirmada por Pedro e pelos Apóstolos (Gal 2,9-10). Seu método de comunicação do Evangelho se prende na palavra, no exemplo e no amor, e unia à Palavra, que não é simples transmissão verbal, mas permeada pelo Espírito e pela potência de Deus que interpela os homens por meio de seus (2 Cor 5,20; 1 Tes 2,13; Rom 1,16 ): Revelação!
b) A Palavra vem corroborada pela força do “modelo humano”
A Exemplaridade ética tem sua origem da humanidade de Jesus e é particularmente importante para Paulo. Porque o Evangelho não é uma teoria, mas um modo de existência. Paulo sabe que deve transmiti-lo com sua própria existência no "exercício" que isso comporta.
Os dois termos maiores que são usados neste contexto são "modelo" e "imitadores" (1 Cor 4,16; 1 Ts 1,6; Fil 4,9; 2 Ts 3,7).
c) O Amor
A Palavra, porém, parte do amor, e tende à edificação, isto é, à construção e ao crescimento espiritual dos singelos indivíduos e da comunidade (cf. 1 Ts 2,7-8; 2 Cor 4,15; 5,15; 6,12; Gal 4,15). É pronunciada em fidelidade e lealdade de espírito diante de Deus e diante dos homens (cf. 1 Ts 2,1-12) com a franqueza (parresia; 2 Cor 3,12; Fil 1,20, Ef 3,12) e a limpidez cristalina (cilikrineia: 2 Cor 2,17), própria dos ministros da Nova Aliança. Além do aspecto "encarnatório" da Palavra (1 Cor 9, 12-23), que conduz o ministro ao âmago de seu tempo.
O conteúdo essencial da sua mensagem é aquele da "Tradição" (parádosis = tradição) apostólica (1 Cor 15, 1-5). De tal "verdade do Evangelho" nada pode ser subtraído (Gal 1,6-8; 2,5-14). Porém, em tal "tradição", enquanto o Evangelho exigia sua "tradução" em um estilo de vida e era destinado a produzir uma "nova criatura" (2 Cor. 5,17), Paulo se faz educador, pastor.
Diversos são os verbos que indicam a complexidade do projeto missionário Paulino: exortar, admoestar, instruir, dizer, evangelizar, anunciar, desejar, encorajar, dispor, ensinar, tornar conhecido, confortar.
Paulinismo/antipaulinismo
"Reconhecei que a longa paciência de nosso Senhor vos é salutar, como também vosso caríssimo irmão Paulo vos escreveu, segundo o dom de sabedoria que lhe foi dado. É o que ele faz em todas as suas cartas, nas quais fala nesses assuntos. Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras."
Paulo e sua tradição (2 Pd 3,13-16)
Origem: termo à Escola de “Tübingen”, isto é, protestantismo racionalista alemão: Paulo, herói protestante contra Pedro (petrinismo).
O fato: Nenhum outro personagem é tão documentado como Paulo.
 Centro da Teologia Paulina
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Centro da Teologia Paulina
1º) A posição protestante
A dimensão antropológica do evento salvífico – impacto sobre o homem da obra redentora de Cristo, que se desenvolve em duas posições:
1.1) Tese luterana clássica (R. Bullman, E. Käsemann) – o centro do paulinismo é a doutrina da justificação pela fé sem obras, isto é, o Evangelho da Graça (Rom 4,5).
1.2) Schweitzer: participação do batizado, a vida (mesma) de Cristo, e, por isso, a experiência tendencialmente “mística” do Cristo (Rom 6,11; Rom 3,21-26).
Crítica: Não se deve confundir paulinismo com Paulo: o evento de Cristo tem um valor primário e fundante em relação ao seu resultado soteriológico.
2º) Posição católica
Privilegia a dimensão objetiva do evento salvífico (ad extra/extra nos).
Apesar de poder objetar, sobre a decisiva mediação da fé, aqui a cristologia é colocada em primeiro lugar, como centro do pensamento paulino.
Segundo Lucian Cerfaux, a intuição fundamental de Paulo está na concepção da Divindade de Cristo – onde está Cristo, existe a Presença de Deus, e Deus opera e se comunica somente mediante Cristo (Cf. 2 Cor. 5,19).
Para Rudolf Schnackenbrurg, no entanto, a base sobre a qual se constrói e se concentra toda a cristologia paulina é o Kerygma primitivo da morte e Ressurreição de Cristo, que Paulo retoma e mantém como ponto focal de seu sistema.
Segundo Romano Penna é melhor concentrar-se sobre a figura de Cristo como tal a prescindir de suas especificações. Se pudéssemos comparar a teologia paulina a um círculo, deveríamos dizer que Jesus Cristo é o centro; tudo aquilo que se afirma de Cristo é constituído de raios, enquanto aquilo que constitui a soteriologia forma um círculo virtuoso.
Atenção
De fato, sobre a figura de Cristo e sua centralidade em Paulo, estão todos de acordo, desde S. Tomás até Lutero, mesmo que o luteranismo considere central o ponto de vista soteriológico. Porém, isso se pode afirmar de todo o Novo Testamento, isto é, a "centralidade" da figura de Cristo, na variação dos diversos escritos.
Mas o que distingue a centralidade de Cristo no paulinismo de origem pode ser observado entre níveis:
Vê-se bem como Jesus Cristo, para Paulo, não é narrado no passado da sua vida terrena, bem que se compendia essencial, e em termos fulgurantes na figura do Crucificado-ressuscitado (1 Cor 1,
1 23 s). Dessa maneira é assumida a formulação do Kerygma Primitivo (1 Cor 15, 3 - 5), mas se
desenvolve o conteúdo em formas e dimensões que não são constatáveis em nenhum outro autor do cânon.
É possível constatar e documentar sobre a base dos seus textos epistolares e mesmo de maneira
2 detalhada, como Paulo constituiu o conjunto de sua partitura teológica sobre o único teclado da Pessoa de Cristo, sem separar a ontologia da funcionalidade.
Nesse ponto R. Penna expõe os traços fundamentaisda cristologia, como centro do pensamento Paulino. Para Paulo, Deus mesmo é definido em função de Cristo (cf. Rom 15,6; 2 Cor 1,3; 11,31; Col 1,3; Ef 1,3); Ele enviou Jesus ( Rm 8, 3; Gal 4,4). Também o Espírito é denominado em termos de "Espírito de Cristo" (Rom 8,9), "do Filho" (Gal 4,6), de "Jesus Cristo" (Fil 1,19 ), uma formulação tipicamente paulina.
O Evento Salvífico decisivo, mesmo que tendo em Deus sua origem e seu principal agente, é claramente dominado pelo Cristo e com o seu sangue como protagonista histórico, através de uma diversidade de termos, como Reconciliação, Libertação, Resgate, Redenção, Expiação, Justificação.
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Depois desses elementos, vale a pena destacar que, para Paulo, o Espírito, mesmo “autônomo”, com personalidade, é Espírito do Filho, que age e atua em nós a favor da Salvação trazida por Cristo.
Destacamos agora o texto mais paradigmático de Paulo sobre o Espírito Santo: O Capítulo 8 da Carta aos Romanos (STOOT, 1994).
 Carta aos Romanos – Capítulo 8
Clique no botão acima.
Carta aos Romanos – Capítulo 8
Rm 8, 1-2: De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. A Lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da Lei do pecado e da morte.
A maneira pela qual o apóstolo começa sua discussão sobre o Espírito Santo no capítulo VIII da Carta aos Romanos é verdadeiramente surpreendente:
“Portanto, não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito, que dá vida em Cristo, libertou-te da lei do pecado e da morte.”
Ele passou todo o capítulo anterior para estabelecer que "o cristão está livre da lei", e aqui começa o novo capítulo falando em termos positivos e edificantes sobre a lei. "A lei do Espírito" significa a lei que é o Espírito; é um genitivo ou explicação epesegética, isto é, explicativa.
O que é a lei do Espírito e como ela funciona, A nova lei, ou do Espírito, não é, portanto, estritamente falando, aquela promulgada por Jesus no Sermão da Montanha, mas aquela que ele gravou nos corações no Pentecostes.
Rm 8, 5-12: “Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele. Ora, se Cristo está em vós, o corpo, em verdade, está morto pelo pecado, mas o Espírito vive pela justificação. Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós. Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis.”
Os preceitos evangélicos são certamente mais altos e mais perfeitos que os mosaicos; no entanto, sozinhos, eles também teriam permanecido ineficazes.
Se fosse o suficiente para proclamar a nova vontade de Deus através do Evangelho, não seria possível explicar que havia a necessidade de Jesus morrer e que o Espírito Santo viesse.
Mas os próprios apóstolos mostram que isso não era suficiente; apesar de terem escutado tudo – por exemplo, que você deve se voltar para aquele que bate em você, a outra face –, no momento da paixão eles não encontram a força para executar qualquer um dos mandamentos de Jesus.
Rm 8, 14: “De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.”
De fato, aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus.
Tendo dito que devemos mortificar, isto é, deixar nossa carne morrer, Paulo explica que – guiado pelo Espírito de Deus, não simplesmente por nossa própria iniciativa, mas iluminado e guiado pelo Espírito Santo, o que significa que não podemos fazer nada e devemos fazer o que não isto é de acordo com a vontade de Deus – somente essa obediência testifica que somos filhos de
Deus.
 (
Rm
 
8,
 
16:
 
“Espírito
 
mesmo
 
dá
 
testemunho
 
ao
 
nosso
 
espírito
 
de
 
que
 
somos
filhos
 
de
 
Deus.”
De fato, o próprio Espírito testifica que somos filhos de Deus. Somente na interioridade do
 
nosso
 
coração
 
encontramos
 
a
 
certeza
 
de
 
que
 
somos
 
filhos
 
de
 
Deus;
 
ninguém
 
pode
 
garantir
 
por
 
si
 
mesmo
 
que
 
é
 
filho
 
de
 
determinado
 
pai.
Outro
 
deve
 
testemunhar
 
para
 
nós:
 
alguém
 
que
 
conhece
 
bem
 
a
 
nossa
 
história
 
e
 
está
 
presente
 
não
 
apenas
 
quando
 
nascemos,
 
mas
 
também
 
quando
 
fomos
 
concebidos.
Não há necessidade de ir longe e procurar por Deus sabe onde. É o próprio Espírito Santo
 
que testifica ao nosso espírito que somos filhos de Deus; no Espírito Santo fomos
 
concebidos,
 
e
 
no
 
Espírito
 
Santo
 
nascemos
 
para
 
uma
 
nova
 
vida.
 
Qual
 
testemunha
 
é
 
mais
 
real
 
e
 
segura?
 
Você
 
quer
 
saber
 
quem
 
é
 
seu
 
filho?
 
Pergunte
 
a
 
sua
 
mãe.
Se
 
o
 
Pai
 
é
 
o
 
mistério
 
de
 
toda
 
paternidade,
 
o
 
Espírito
 
é
 
o
 
mistério
 
de
 
toda
 
maternidade.
 
Então
 
o
 
Filho
 
é
 
o
 
mistério
 
da
 
nossa
 
adoção
 
como
 
filhos.
)
Atividade
Diante do exposto sobre a pneumatologia de Paulo, por que se deve relacionar a figura histórica de Paulo com sua teologia?
2. “De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. A Lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da Lei do pecado e da morte” (Rm 8, 1-2”). A partir dos primeiros versículos do capítulo 8, temos um verdadeiro embate entre a Lei e o Espírito. Explique como Paulo esclarece as relações entre a vida no Espírito e a lei mosaica para os cristãos.
3. Em 1Cor 12,4ss, Paulo relaciona o Espírito Santo aos dons ou carismas. Qual é o significado de dons e carismas na pneumatologia paulina?
a) Carismas são ações mágicas do Espírito Santo.
b) O Espírito age extraordinariamente pelos carismas.
c) Os dons e carismas são poderes dados para fins individuais.
d) O cristão recebe os carismas para obter poder humano.
e) Dons e carismas são ações do Espírito a serviço da Igreja.
Notas
Teologia de São Paulo 1
São Paulo, antes de qualquer coisa, quer falar de Cristo, que ele conheceu pessoalmente pelas estradas de Damasco, e que a ele se dirigiu e reorientou sua vida. O Cristo Ressuscitado é o “kérygma” central da pregação paulina. O Cristo que Paulo prega, ou seja, “seu Evangelho”, não se baseia na “carne”, mas no Espírito, pois Paulo não passou pela experiência histórica de Jesus de Nazaré, como os outros doze apóstolos.
Segundo o pensamento teológico de Paulo, o Espírito revela à Igreja quem é o Cristo, ou melhor, em
RequfeersêennticdioaJsesus é o Cristo. Ele exibe a radicalidade da existência humana de Jesus, sua Divindade e, portanto, o conteúdo soteriológico do seu agir como homem até a sua Páscoa.
BORGES, R. D. O Espírito Santo nas cartas paulinas. Blog É missão de todos nós. Belo Horizonte, 23 out. 2013. Disponível em: //renatosdn.blogspot.com/2013/10/o-espirito-santo-nas-cartas- paulinas.html.
FERREIRA, F. Karl Barth: uma introdução à sua carreira e aos principais temas de sua teologia. Fides Reformata, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 29-62, 2003. Disponível em:
//www.escolacharlesspurgeon.com.br/files/pdf/Karl_Barth_Uma_Introducao_a_Sua_Carreira_e_aos_Principais_Temas_de_Sua_Teologia_-
_Franklin_Ferreira.pdf.
JACOB, O. L. G. Atitude: revista do jovem cristão. Rio de Janeiro, ano CXII, n. 445, 2017. Disponível em:
//www.convencaobatista.com.br/sig/modulos/site/comunicacao/uploads/documentoDownloadSite/29373350020032018150751.pdf
.
STOOT, J. A mensagem de Romanos. São Paulo: ABU, 1994. Disponível em:
//www.adevic.com.br/imagens/downloads/06022016123400.pdf. VOUGA, F. Eu Paulo. São Paulo: Paulinas, 2014.
Próxima aula
O Espírito Santo no pentecostalismo;
A experiência do Espírito Santo nasigrejas da Reforma e no catolicismo romano;
A criação da renovação carismática católica.
Explore mais
Leituras:
CAMPOS, L. S. O pentecostalismo no Brasil. Revista USP, São Paulo, n. 67, p. 100-115, set./nov. 2005.
DAMASCENO, G. Pentecostalismo brasileiro. São Paulo: Reflexão, 2014.
Vídeos:
Pastor Franklin Ferreira;
Sobre a Renovação Carismática Católica (RCC).
Teologia e Exegese Bíblica
Aula 5: Introdução à exegese do Pentateuco aos livros proféticos
Apresentação
A crítica das tradições procura identificar as tradições subjacentes a um texto, situando-o nas correntes históricas cuja evolução ela busca determinar.
Entende-se tradição como o panorama cultural amplo em que um texto se situa. Ela evoca uma concepção transmitida através das gerações. Se o estudo das tradições inclui sua colocação em ordem cronológica, descreve-se então a história das tradições.
Existem, por conseguinte, duas perspectivas na crítica das tradições: o estudo das tradições que estão por trás de um texto preciso; e a comparação com outras formulações da mesma tradição em uma linha cronológica a fim de se perceber melhor a orientação conceitual do texto.
Vamos em frente? Bom estudo!
Objetivo
Interpretar o texto bíblico utilizando os gêneros literários corretos;
Desenvolver determinados gêneros literários junto aos textos bíblicos.
Conceito de tradição
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Escultura de Moisés e os 10 mandamentos
A tradição é um complexo de concepções em torno de uma ideia central, veiculado por imagens e temáticas, utilizando muitas vezes um vocabulário recorrente ou do mesmo campo semântico. Quando se estuda o panorama tradicional de um texto, busca-se por motivos e temas.
Motivo é um elemento, ou conjunto de elementos, que expressa um pensamento ou modo de conceber algo e é empregado de forma mais ou menos fixa (característica) em diversos textos. Por isso, evoca temáticas e orienta o leitor para um determinado mundo conceitual. O motivo expressa-se através de imagens.
Por isso, evoca temáticas e orienta o leitor para um determinado mundo conceitual. O motivo expressa-se através de imagens.
A imagem de flores, de erva, que rapidamente fenecem de sopro, indicando a fugacidade da vida humana (Jó 8,12; SI 103,15-16; 144,3; Is 37,27; Tg 1,10-11: 1Pd
1,24);
A imagem de Deus como rochedo e como fortaleza para indicar a proteção e a segurança que Ele oferece (25m 22,3; SI 18,3; 91,2);
A imagem da rocha como símbolo de firmeza (Mt 7,24-25; Lc 6,48);
A pedra de tropeço ou simplesmente a imagem do tropeçar (SI 38,17; 64,9; Is 8,14; Os 4,5; Ml 2,8; Rm 9,33; 1Pd 2,8);
A imagem das águas abundantes como sinal de vida plena (SI 65,9; Ez 47,1-12; Jo 4,10-15; Ap 7,17; 22,1);
As grandes águas como indicação de ameaças, de desastre ou de força (SI 32,6; Ct 8,7; Is 44,3; Ap 1,15; 14,2; 19,6);
As ovelhas que se perdem, simbolizando o afastamento do Senhor e a falta de orientação (Is 53,6; Ez 34,5-6 Mt 10,6; 15,24; Lc 15,6; 1Pd 2,25);
A imagem da taça da ira, a ira versada, como indicação de grave punição (SI 75.8: Is 51,17; Ez 7,8; Os 5,10; Zc 12,2; Ef 5,6; Ap 14.10.19: 15.7; 16,1.19; 19,15);
A árvore verdejante como símbolo da vida (Gn 2,9; Os 14,9; Ap 22,2) ou da vida humana em particular (Sl 1,3; Jr 17,8; Jó 14,7-10: 19.10; 24,20);
A palha seca que se disperde ao vento em sentido de ruína (SI 1,4; 35,5; Is 17,13; Os 13,3; Sf 2,2; Mt 3,12; Lc 3,17).
A diferença entre motivo e tema reside basicamente no acento dado. Um motivo sempre traz consigo o aspecto conceitual, mas o integra em expressões e imagens. Os temas, diferentemente, focalizam o aspecto conceitual, sendo mais livres no uso do vocabulário: são propriamente elementos conceituais.
Tanto o Antigo como o Novo Testamento apresentam temáticas que se repetem em diversos textos:
A do justo sofredor (o livro de Jó; Is 53);
A correlação entre abaixamento e exaltação, de um lado, e de auto exaltação e humilhação, de outro (15m 2,7-8; SI 113,7-8; Lc 1,51-53; Mc 10,31);
O tema da mulher estéril que gera um grande homem (Gn 16,1; Jz 13,2; 15m 1,2);
A impureza legal (Lv 10,10; 11,47; Dt 12,15; 2Cr 23,19; At 10,14-15; 2Cor 6,17), que pode ligar-se a algumas realidades (o espírito imundo: Mt 14,43; Mc 1,23.26; 3,30; 5,2.8; 7,25; 9,25; Lc 8,29; 9,42; 11,24).
A distinção entre tradição, tema e motivo não é sempre clara. Em linha de princípio, a diferença reside na complexidade: a tradição pode abarcar diversos temas e motivos. Por outro lado, uma tradição está ligada a um círculo que se empenha em cultivar e transmitir uma determinada forma de pensar e conceber o real.
"The Flight Into Egypt"
Gêneros literários bíblicos
Ler é mais importante do que estudar, pois o conceito de gênero literário pertence ao campo da literatura universal e induz mais precisamente à ideia de literatura comparada, segundo a qual todo gênero literário é definido por um conjunto de regras e de caracteres comuns. Ele atravessa literaturas diferentes no tempo e no espaço e é, portanto, reconhecível de um campo e de uma época a outra.
Uma leitura correta de qualquer texto bíblico nos levará, inicialmente, a fazer algumas distinções, por vezes, espontâneas:
Com isso, estamos praticando um primeiro exercício de distinção entre os gêneros literários. As respostas a tais perguntas nos oferecem a orientação elementar para classificarmos o texto. Mas, como acabamos de afirmar, são distinções espontâneas. O trabalho científico começa depois.
Nossos estudiosos exegetas já realizaram um precioso trabalho de ordenação e catalogação, do qual podemos e devemos lançar mão. Uma boa exposição do assunto não trará somente o esquema do gênero literário em questão. Mais que isso, discutirá também o contexto existencial no qual, provavelmente, tal gênero era utilizado, bem como sua finalidade. Manuais de metodologia procurarão identificar dentro de cada tradição bíblica (histórica, profética, sapiencial, apocalíptica etc.), quais os gêneros literários que lhe são típicos.
Dizer que determinado gênero literário é típico de determinada tradição não significa dizer que é exclusivo dela. Há alguns que perpassam toda a Sagrada Escritura. Igualmente, pode acontecer uma justaposição de gêneros dentro da mesma perícope. Com efeito, lembremo-nos que o gênero literário puro existe só na abstração.
Quando aplicado e inserido em um contexto, sofrerá influências e alterações.
Vejamos, pois, algumas das informações que os estudiosos já sistematizaram ao longo dos anos. Normalmente, nós as encontramos em publicações (metodologias, introduções e comentários) que deem especial enfoque ao aspecto literário.
Normalmente, a terminologia, as subdivisões e a classificação dos textos variam de autor para autor. Além das divergências metodológicas, some-se outro fator: a enorme variedade do material a ser estudado.
Apesar dos grandes avanços dos estudos, ainda não temos uma publicação que catalogue, analise e sistematize todos os gêneros literários, tanto do Antigo como do Novo Testamento. De nossa parte, como nosso objetivo é fornecer ferramentas para o trabalho exegético, apresentaremos alguns
deles. Nossa apresentação, portanto, será sumária. Os casos que
abordaremos abaixo estarão agrupados segundo a tradição da qual são mais típicos. Para cada tradição, indicaremos a passagem bíblica consultada, que servirá para um aprofundamento do assunto.
Orações e cânticos
Nem sempre é possível separar os dois gêneros. Muitos salmos são orações em forma de cânticos. A Escritura, porém, apresenta também exemplos de orações em prosa.
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	Cantos da vida cotidiana
	Orações em prosa
	Canto de vitória: Ex 15,21; Js 10,12b-13; Jz 5,2-18; 15m 18,7;
Canto da vida de trabalho: Nm 21,17-18; Is 21,11-12; Ne 4,4;
Canto de amor e matrimônio: Ct 3,6-11; 7,1-6; SI 45;
Canção satírica: Nm 21,27-30; Jz 5,28-30;
2Rs 19,21-28; Is 23,15-16;44,19-20; 47,1-15;
Cântico fúnebre: 2Sm 1,18-27; 3,33-34; Lm
1,1-11.12-22; 2,1-9.
A lamentação fúnebre é utilizada, muitas vezes, como forma de oráculo de juízo e lamenta a punição anunciada, dando-lhe a conotação de que ela levará à morte.
Exemplos: Is 14,4-21; Jr 9,9-15; Ez 19,5
11.16-21; 26,17-18; 28,12-19; 32,1-8. 17-32;
Am 5,7-17.
	Ocorrem na Escritura também exemplos de orações em prosa, com temáticas variadas, conforme exemplos abaixo:
Súplicas: Gn 32,10-
13; Jz 16,28; 2Sm
7,18-29; 1Rs 3,6-9;
2Cr 20,6-12; Jt 9,9-
14;
Pedidos de perdão: Jz 10,10; Esd 9,6-15;
Dn 9,4-19;
Orações que ensinam (doutrinais): 1Rs 8,23-53; 1Cr 29,10-
19.
Lamentação ou súplica
Apresenta à Deus uma situação de dificuldade e pede Seu auxílio. Pode ser individual ou coletiva (nacional). Esta última versa sobre alguma ameaça ou catástrofe para o povo inteiro. A estrutura literária completa apresenta três personagens (o orante, Deus e o inimigo). O canto pode apresentar uma introdução (com a invocação a Deus e/ou os motivos do lamento) e se desenvolve normalmente em três momentos, cada um dos quais considera uma fase da vida do orante (indivíduo ou nação):
Em geral, termina com uma promessa de louvor pela restauração recebida ou com uma ação de graças (exceção é o Sl 88).
Exemplo
Alguns exemplos de súplica são: Sl 6; 7; 12; 13; 22; 35: 38; 44; 51; 60; 69; 86; 102; 142; Lm
5.1-22.
Narrativas
O paradigma é uma narrativa breve que se concentra em um ensinamento de Jesus relativo à vida de fé ou ao comportamento cristão. O fato narrado serve como comprovação da pessoa de Jesus e traz um ensinamento paradigmático. Apresenta o modelo para o crer e o agir cristãos. A palavra de Jesus é o ponto de chegada da narração. Exemplos: Mc 2,1-12; 2,23-28; 3,16; 14,3-9.
Uma forma especial de paradigma é a narrativa de vocação. Estruturada basicamente sobre o esquema chamado de Jesus e resposta ao chamado, indica o modelo da resposta que o cristão deve dar ao encontro com o Mestre (Mc 1,16-20; 2,14 e paralelos; Lc 5,1-11; 9,57-62).
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 Tipos de Narrativas
 Clique no botão acima.
Narrativa de milagre
Diferentemente do paradigma, é a narrativa de milagre, pois, nesta, o centro é o próprio milagre e não um ensinamento particular. Propõe-se a indicar o poder (de Jesus; ou de Deus, no caso dos apóstolos) sobre o mal e a morte, mostrar a compaixão divina para com a dor humana e a chegada do tempo de salvação (Is 35,5-6, citado em Mt 11,4-6). Geralmente seguem a mesma estrutura e podem ser distinguidas entre:
Curas e ressurreições
Aproximação entre taumaturgo e a pessoa;
Indicação da necessidade, descrição do doente / doença, constatação da morte;
Realização da cura ou ressurreição (por palavra e/ou gesto). Muitas vezes é precedida de diálogo e da menção da fé do doente ou dos circunstantes;
Constatação do milagre;
Consequências: admiração do povo, palavras de louvor ou observação do redator.
Exemplos: Mt 9,1-8; Mc 7,31-37; Lc 7,11-17; Jo 2,1-11; At 3,1-10.
Multiplicações e milagres sobre a natureza
Aproximação de Jesus e do povo/discípulos;
Indicação da necessidade;
Preparação da cena do milagre;
Realização do milagre;
Conclusão, em forma de constatação do milagre.
Exemplos: Mt 8,1-10; Mc 6,32-44; Lc 5,4-10.
Exorcismos
Apresentam em geral os seguintes elementos:
Encontro de Jesus com o endemoninhado;
Oposição do demônio ao exorcismo;
Ameaça da parte do exorcista;
Ordem de silêncio dada ao demônio;
Expulsão do demônio;
Saída do demônio;
Espanto dos circunstantes;
Difusão do acontecido.
Exemplos: Mc 1,23-28; 5,1-20 (e paralelos); 9,14-29 (e paralelos); Lc 4,31-37.
Narração de epifania
Toda narrativa de milagre pode ser considerada, em sentido largo, uma epifania. Há, no entanto, relatos propriamente epifânicos, nos quais a divindade é revelada na pessoa de Jesus (e não em seu agir em favor de outros). Em geral, apresentam também uma palavra de revelação. Dois exemplos, nos evangelhos, são a transfiguração de Jesus (Mc 9,2-8 e paralelos) e seu caminhar sobre o mar (Mc 6,45-52 e paralelos). O esquema seguido é semelhante nos dois casos:
	
	Mc 9,2-8
	Mc 6,45-52
	Preparação da cena
	v. 2
	v. 45-48a
	Epifania
	v. 3-4
	v. 48b
	Reação dos expectadores
	v. 5
	v. 49-50a
	Revelação pela palavra
	v. 7
	v. 50b
	Conclusão
	v. 8
	v. 51-52
Um gênero literário à parte chama-se apocalíptico. Está presente nos textos que, com descrições às vezes aterradoras, falam sobre o fim do mundo, em que reinam poderes contrários ao de Deus (Mc 13). A interpretação ao pé da letra desses textos até se tornou marca característica de algumas confissões cristãs ou afins (adventistas, Testemunhas de Jeová).
Na realidade, o gênero apocalíptico é uma maneira de expressar a decepção com a presente realidade, mas também a esperança de uma realidade melhor, escondida ainda. Diante do texto apocalíptico, o visionário, por ordem de Deus, serve para animar seu povo e fazê-lo resistir aos poderes idolátricos deste mundo que pretendem competir com Deus. O próprio escritor apocalíptico sabe que suas visões não são objeto de ciência profana, pois ninguém conhece o dia nem a hora da partida (Mc 13,32). A verdade do gênero apocalíptico não está nas imagens que ele usa, mas na atitude de firmeza e esperança que provoca.
O leitor moderno talvez preferisse colocar o termo históricos visto que a noção de história no universo bíblico (a historiografia bíblica) não é científica e menos ainda neutra. É uma história interpretada e não se interessa por informar, de modo objetivo, os acontecimentos. Antes, ao mesmo tempo em que reporta o fato, fornece critérios para dele colher significação. Nessas narrativas, portanto, encontramos um jogo linguístico, no qual aparecem elementos objetivos mesclados a elementos ideológicos ou teológicos (interpretação religiosa):
Elemento objetivo (1 Sm 18,10-16);
Elemento teológico (vv10b-12;1Rs 16,23-26). Dizemos que se trata de uma narrativa histórica.
"Christ in the Synagogue"
Atividade
1. Quais tipos de narrativas e exemplos que temos na bíblia?
Novela
Como qualquer relato histórico, o tempo da novela é o passado. Não se trata de um acontecimento isolado e sim de uma série deles. Além disso, não são acontecimentos públicos, mas fatos da vida pessoal e privada de um personagem, seus sentimentos e suas reações. Na realidade, tais fatos são importantes porque estão diretamente relacionados ao povo: O que significa tal personagem para a comunidade israelita? A trama se desenvolve em três tempos:
Início: uma situação de conflito ou tensão;
Meio: o conflito se complica cada vez mais;
Fim: resolução do conflito e esvaecimento das complicações.
Exemplo: José no Egito (Gn 37-50)
Dentre os vários tipos de saga, destacamos:
Clique nos botões para ver as informações.
a) Saga de uma tribo ou de um povo:
Narra a história de um ancestral, real ou fictício, cujos traços essenciais e destino se prolongam em seus descendentes. É muito comum nos relatos do período dos patriarcas. Dentre elas, podemos citar a bênção e a maldição dos filhos de Noé (Gn 9,20-27), bem como a adoção de Efraim e Manassés por Jacó (Gn 48);
b) Saga de um herói:
O centro do relato é um herói (personagem positivo) ou um vilão (personagem negativo). O contexto vital que fez surgir e se desenvolver esse tipo de saga parece ter sido o período dos confrontos de Israel com outros povos, desde a saída do Egito, passando pela conquista da Terra Prometida, até a consolidação do reino de Davi diante dos povos vizinhos:
Vitória sobre os amalecitas (Ex 17,8-16); Vitória sobre os reis amorreus (Js 10); Davi e Golias (1Sm 17,1-54);
Davi e Saul (1Sm 26);
c) Saga de um lugar:
Esse tipo de relato quer explicar a origem de um lugar, de uma cidade, de uma particularidade impressionante - tal como a cidade e a torre de Babel (Gn 11,1-9) ou a origem e a esterilidade do Mar Morto(Gn 19,1-29) e apresenta um caráter fortemente etiológico (explicam a origem e o nome de coisas e lugares). Mas, os estudiosos chamam a atenção para o seguinte: é necessário distinguir entre as narrativas compostas em seu todo como uma etiologia (tal como Gn 21,22-31: os
vv. 22-30 foram gerados a partir da etiologia presente no v. 31) e narrativas com
apêndices ou acréscimos etiológicos (Ex 2,1-10: no 10, a filha do Faraó egípcio conhece filologia hebraica).
Atividades
2. Qual livro bíblico que segue as genealogias?
a) Amós.
b) Juízes.
c) Mateus.
d) Mateus.
d) Cântico dos Cânticos.
3. Qual livro bíblico que nos remete o gênero de romance?
a) Apocalipse.
b) Provérbios.
c) Salmos.
d) Juízes.
Reef) eLirvêrondceiaRuste.
A BÍBLIA. Bíblia católica online. Disponível em: https://www.bibliacatolica.com.br/
N<ohtttapss://www.bibliacatolica.com.br/> . Acesso em: 15 maio 2019.
A BÍBLIA. Bíblia protestante online. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/
<https://www.bibliaonline.com.br/> . Acesso em: 15 maio 2019.
BACON, B. Estudos na Bíblia Hebraica: exercícios de exegese. São Paulo: Vida Nova, 1991.
CASTILLO, J. Jesus, a humanização de Deus. Petrópolis: Vozes, 2015. DE LA POTTERIE, I. et al. Exegese cristã hoje. Petrópolis: Vozes, 1996.
FRIESEN, A. Teologia bíblica pastoral na pós-modernidade. Curitiba: InterSaberes, 2016.
LIMA, M. L. C. Exegese Bíblica: teoria e prática. São Paulo: Paulinas, 2014.
MICHELETTI, G. As 12 parábolas de Jesus. Petrópolis: Vozes, 2014.
PEREIRA, S. Exegese do Antigo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2017. PEREIRA, S. Exegese do Novo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2018.
SILVA, C. M. D. Metodologia de exegese bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.
Próxima aula
Os Profetas;
Exegese do Antigo Testamento.
Explore mais
Leia o artigo a seguir e aprenda mais um pouco:
Literatura no mundo bíblico: os gêneros literários na bíblia.
<https://www.webartigos.com/artigos/literatura-no-mundo-biblico-os-generos- literarios-na-biblia/156155>
Teologia Sistemática III
Aula 6: A Igreja no Antigo Testamento
Apresentação
Nesta aula, apresentaremos a experiência de Israel como proto-Igreja de Deus.
Analisaremos de que maneira, a Igreja, em sua identidade coletiva de Salvação ofertada por Deus, está presente na vocação de Israel, como Povo de Deus.
Estudaremos alguns textos e questões que justifiquem a possibilidade de identificar um fenômeno evidente no Novo Testamento, a Igreja de Cristo, ao longo das páginas do Velho Testamento.
Bons estudos!
Objetivos
Analisar, no Antigo Testamento, as experiências e expressões da igreja (eclesiais), desde as promessas patriarcais até a mais refinada teologia dos profetas;
Explicar as expressões “Qahal” (hebraico) e “Laós” (grego da LXX) (povo ou assembleia) e de que maneira a Igreja de Cristo (conceito do Novo Testamento) está presente profeticamente no Antigo Testamento.
Eclesiologia
Anteriormente estudamos com afinco os diversos aspectos acerca da pneumatologia, isto é, da teologia do Espírito Santo e das implicações da compreensão da ação do Espírito Santo a partir de Pentecostes (At 2) na vida das igrejas, através das experiências pentecostais. Agora chegou o momento de estudarmos a igreja (ekklesia), isto é, a Eclesiologia.
 (
(Fonte:
 
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)Para começar, reflita sobre as questões:
De que maneira Deus quis a Igreja?
O que é a Igreja?
Qual é sua função no Plano de Deus?
Nesta aula, iremos conhecer de que maneira encontramos, no Antigo Testamento, uma série de indicações da realidade da Igreja, por meio da noção de Povo de Deus (‘Qahal Iaweh’), como uma forma de profecia da Igreja, segundo a lemos no Novo Testamento.
O estudo da Igreja, isto é, da sua identidade, configuração e mensagem teológica não é um campo restrito ao Novo Testamento, no qual está plenamente revelada e esmiuçada pela teologia das tradições apostólicas de Paulo, João, entre outros escritos.
Ao contrário, o Antigo Testamento, com sua revelação própria e indispensável, é o único horizonte válido para entendermos e avaliarmos as evoluções das diversas formas da Igreja de Cristo.
Desde as primeiras revelações a Abraão (Gn 12) até o auge da formação das Doze Tribos dos Filhos de Jacó, temos um longo percurso de formação prototípica da Igreja nas Escrituras veterotestamentárias.
A descendência de Abraão foi o primeiro embrião da Igreja?
 O início da Igreja
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O Eterno Pai, pelo libérrimo e insondável desígnio da Sua sabedoria e bondade, criou o universo, decidiu elevar os homens à participação da vida divina e não os abandonou, uma vez caídos em Adão, antes, em atenção a Cristo Redentor “que é a imagem de Deus invisível, primogênito de toda a criação” (Col 1, 15) sempre lhes concedeu os auxílios para se salvarem. Aos eleitos, o Pai, antes de todos os séculos os “discerniu e predestinou para reproduzirem a imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito de uma multidão de irmãos” (Rom 8, 29). E, aos que creem em Cristo, decidiu chamá-los à santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o princípio do mundo e admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na Antiga Aliança, foi constituída no fim dos tempos e manifestada pela efusão do Espírito, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos. Então, como se lê nos Santos Padres, todos os justos depois de Adão, “desde o justo Abel até ao último eleito”, se reunirão em Igreja universal junto do Pai.
Fonte: //www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat- ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html
Este texto acima foi publicado há mais de 50 anos, em um gigantesco movimento ecumênico, o
Concílio Vaticano II. Bispos, teólogos de diversas denominações cristãs (católica, protestantes, ortodoxa) reuniram-se por três anos em Roma para discutir diante dos desafios do século XX, os
rumos e os desafios que o Cristianismo deveria enfrentar e assumir.
Deste encontro surgiram não só inspirações para todas as igrejas, como também documentos, que até hoje, continuam a nortear um sadio diálogo e colaboração ecumênica entre as diversas igrejas no mundo.
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Saiba mais
Leia o texto “O Concílio Ecumênico Vaticano II ”.
Observe a citação a seguir.
E, aos que creem em Cristo, decidiu chamá-los à santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o princípio do mundo e admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na Antiga Aliança.
(LG 2)
Dois pontos destacam-se nesta questão quando se busca entender de que maneira a Igreja, que é um evento do Novo Testamento da Revelação de Cristo, pode ser vista ou concebida presente já na história de Israel e até mesmo antes. Vamos conhecê-los.
Primeiro:
A santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o princípio do mundo.
O Concílio entende aqui que o Desígnio de Salvação da Humanidade, da parte de Deus, não constitui um evento individual, como se os salvos fossem resgatados por Deus isoladamente uns dos outros.
O Mistério da Igreja, neste sentido, é a Decisão Divina de encerrar a todos, coletivamente, na esfera da Redenção.
Por isso, desde o início, a Teologia mais tradicional entendeu o pecado original como uma realidade que atingiu a todos os seres humanos e não somente o primeiro casal humano (Adão e Eva).
Em última instância, a Igreja está incoativa no destinatário da Salvação, a Humanidade, que, depois da queda do pecado original, torna-se objeto da Misericórdia Divina.
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Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador. Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
(1 Tim 2, 3-5)
Segundo:
(...) E admiravelmente preparada na históriado povo de Israel e na Antiga Aliança (LG 2)
O Mistério da Igreja, enquanto rede social de Salvação, corresponde ao gênero humano, gregário, social e comunitário em sua essência. Foi um desastre, com consequências atuais, o surgimento de ideologias do individualismo moderno que, a partir do século XVII, junto com os racionalismos e empirismo, dominou o pensamento e a cultura europeia, até o auge do Iluminismo.
Saiba mais
Assista aos seguintes vídeos:
O mundo pós-moderno e o mal-estar na civilização;
Rouanet define a Modernidade - Curso Livre de Humanidades;
Sérgio Paulo Rouanet: a Pós-modernidade.
O cristianismo na modernidade
Qual o sentido desta discussão para nossa disciplina?
Simples. A religião não é um fenômeno isolado do mundo, de suas reviravoltas culturais, suas ideologias, seus sistemas econômicos.
O Cristianismo teria sido alvo de um mundo de individualismo?
Quais são as consequências, com a suposta contaminação ideológica, para a autocompreensão e a prática cristã?
Existiu um pensamento cristão influenciado pela modernidade?
Em outros termos, um dos universais da modernidade ocidental é a suposição dominante de que o homem, em sua subjetividade, na sua constituição mais íntima, é o centro e o fundamento do mundo (TAYLOR, 1997 e GIDDENS, 2002).
Em texto antológico, Rouanet (O Mal-estar da Modernidade, 2001) propôs uma intensa reflexão sobre a modernidade do ponto de vista de sua crise ou mal-estar. Este projeto civilizatório da modernidade, que está em plena crise, na opinião de diversos autores, tem como ingredientes principais os conceitos de:
 (
1
)	 (
2
)
Universalidade
Significa “que ele visa todos os seres humanos, independentemente de barreiras nacionais, étnicas ou culturais” (ROAUNET, 2009, p. 9).
Individualidade
Significa “que esses seres são considerados como pessoas concretas e não como integrantes de uma coletividade e que se atribui valor ético à sua crescente individualização” (ROAUNET, 2009, p. 9).
 (
3
)
Autonomia
Significa “que esses seres humanos individualizados são aptos a pensarem por si mesmos, sem a tutela da religião, ou da ideologia, a agirem no espaço público e a adquirirem pelo seu trabalho os bens e serviços necessários à sobrevivência material” (ROAUNET, 2009, p. 9).
Estes temas parecem um excursus, um desvio de nossos objetos de aula, mas não se pode entender corretamente o Judeu-Cristianismo sem estudar os desafios do pensamento moderno e das ideologias que se aninham em torno de filósofos, políticos e agentes culturais.
Em particular, como se pode viver a fé fora da esfera da Cidade, da esfera Pública, do entorno da cultura e da vida social?
Por isso, a segunda Tese de Lumen Gentium afirma que a Igreja se funda já no Desígnio Comunitário do Povo de Israel é o fundamento de uma eclesiologia veterotestamentária!
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Saiba mais
Muitos autores se ocuparam destas reações filosóficas à modernidade, ainda nos séculos XVIII e
XIX. Leia os textos:
>MARTINS, A. et alii (org.). As Ilusões do Eu. Spinoza e Nietzsche. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
HABERMAS, J. O Discurso Filosófico da Modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
COMPAGNON, A. Os Antimodernos. De Joseph de Maistre a Roland Barthes. Belo Horizonte: EDUFMG, 2011.
Leia, ainda, sobre os seguintes pontos:
As relações entre Cristianismo e Modernidade ZILLES, U. A Crítica da Religião na Modernidade.
INTERAÇÕES - Cultura e Comunidade / v. 3 n. 4 / p. 37-54 / 2008.
O Protestantismo como uma forma de Cristianismo da Modernidade? Riesebrodt, M. A ética protestante no contexto contemporâneo. Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 24, n. 1, pp. 159-182, 2012.
Atividade
1. Diante do exposto sobre a questão do individualismo e a religião, responda às seguintes questões:
Como o individualismo que caracteriza a modernidade influencia o Cristianismo?
Quais são as consequências dessas influências?
O conceito de Povo da Aliança
"Em todos os tempos e em todas as nações foi agradável a Deus aquele que O teme e obra justamente (cfr. At 10, 35). Contudo, aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente. Escolheu, por isso, a nação israelita para Seu povo. Com ele estabeleceu uma aliança; a ele instruiu gradualmente, manifestando-Se a Si mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua história, e santificando-o para Si. Mas todas estas coisas aconteceram como preparação e figura da nova e perfeita Aliança que em Cristo havia de ser estabelecida e da revelação mais completa que seria transmitida pelo próprio Verbo de Deus feito carne. Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança... Porei a minha lei nas suas entranhas e a escreverei nos seus corações e serei o seu Deus e eles serão o meu povo... Todos me conhecerão desde o mais pequeno ao maior, diz o Senhor."
(Jer 31, 31-34; LG 9)
Deste cinquentenário texto surge a intuição a que nos referíamos ao ensejar dentro de uma aula de teologia uma reflexão sobre a individualismo na cultura moderna, que desde o século XVI vem influenciando a religião cristã:
Em todos os tempos e em todas as nações foi agradável a Deus aquele que O teme e obra justamente (cfr. At 10, 35). Contudo, aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente. Escolheu, por isso, a nação israelita para Seu povo. Com ele estabeleceu uma aliança; a ele instruiu gradualmente, manifestando-Se a Si mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua história, e santificando-o para Si.
Este texto demarca nosso objetivo de aula:
De um lado, as relações com Deus se estabelecem no modo interpessoal (“aquele que O teme e obra justamente”).
De outro, Deus estabelece o modo comunitário como forma ordinária da Revelação e da Salvação humana (“aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo”).
Em consequência, a escolha de Israel como Povo, pelos pactos e alianças, determinou o modus
operandi’ da Revelação e da Salvação, que de Israel, Povo de Deus, alcançará a Igreja de Cristo, no Novo Testamento, como poderemos estudar na próxima aula:
Escolheu, por isso, a nação israelita para Seu povo. Com ele estabeleceu uma aliança; a ele instruiu gradualmente, manifestando-Se a Si mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua história, e santificando-o para Si.
A igreja no período patriarcal
Em Gn 12-50 lemos as sagas patriarcais de Israel.
Nessas sagas fundadoras, Israel leu suas origens não à luz da mitologia, mas da intervenção histórica de Deus:
Abraão (Gn 12-25)
Destacam-se como dados da Eclesialidade veterotestamentária a forma de relação entre Deus e seu Povo.
O primeiro elemento é a escolha de um casal, em vista da formação de uma descendência, escolhida para celebrar uma forte aliança.
No núcleo da promessa (Gn 12), que será reiterada diversas vezes, encontram-se a terra, a descendência e a posteridade.
s
O Senhor disse a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bênçãos. Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; todas as famílias da terra serão benditas em ti”.
(Gn 12, 1-3)
O Senhor disse-lhe: “Sabe que teus descendentes habitarão como peregrinos numa terra que não é sua, e que nessa terra eles serão escravizados e oprimidos durante quatrocentos anos. Mas eu julgarei também o povo ao qual estiverem sujeitos, e sairão em seguida dessa terra com grandes riquezas. Naquele dia, o Senhor fez aliança com Abrão: “Eudou – disse ele – esta terra aos teus descendentes, desde a torrente do Egito até o grande rio Eufrates: a terra dos cineus, dos ceneseus, dos cadmoneus, dos heteus, dos ferezeus, dos amorreus, dos cananeus, dos gergeseus e dos jebuseus”.
(Gn 15, 13-14; 18-21)
E, por fim, com o nascimento de Isaac, completa-se um ciclo de estabelecimento de pactos, promessas e alianças. A circuncisão será o sinal físico de uma pertença coletiva:
Abrão tinha noventa e nove anos. O Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda em minha presença e sê íntegro; quero fazer aliança contigo e multiplicarei ao infinito a tua descendência”. Abrão prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse-lhe: “Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma multidão de povos. De agora em diante não te chamarás mais Abrão, e sim Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de povos. Tornarei a ti extremamente fecundo, farei nascer de ti nações e terás reis por descendentes. Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança eterna, de geração em geração, para que eu seja o teu Deus e o Deus de tua posteridade. Darei a ti e a teus descendentes depois de ti a terra em que moras como peregrino, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o teu Deus”. Deus disse ainda a Abraão: “Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu e tua posteridade nas gerações futuras. Eis o pacto que faço entre mim e vós, e teus descendentes, e que tereis de guardar: todo homem, entre vós, será circuncidado. Cortareis a carne de vosso prepúcio, e isso será o sinal da aliança entre mim e vós.
(Gn 17, 1-11)
A Igreja no período mosaico
Com Moisés, as relações e pactos entre Deus e o Povo abraamico, que se estruturará a partir das 12 tribos de Jacó, neto de Abraão, tornaram-se definitivas por meio da experiência da Páscoa.
Essa narração estende-se pelos outros quatro livros do Pentateuco, onde se destacam dois livros:
Êxodo e Deuteronômio
(Fonte: Masha Arkulis / Shutterstock)
A vocação de Moisés
De início, na história de Moisés, como lemos em Ex 2, sua iniciativa frustrada e desastrosa de assumir
responsabilidades diante do estado de opressão de Israel explica-se, seja pela atitude isolada do Plano de Deus, que ele não conhecia (Deus de Abraão, Isaac e Jacó), como também pela falta de conexão com o Povo de Israel (que o rejeita como libertador!):
Saindo de novo no dia seguinte, viu dois hebreus que estavam brigando. E disse ao culpado: “Por que feres o teu companheiro?”. Mas o homem respondeu-lhe: “Quem te constituiu chefe e juiz sobre nós? Queres, porventura, matar-me como mataste o egípcio?”. Moisés teve medo e pensou: “Certamente a coisa já é conhecida”.
(Ex 2, 13-14)
No relato de sua Vocação plena, não mais autoiniciativa, nem individualista, Deus se faz conhecer em sua novidade, ao mesmo tempo em que se apresenta como o Deus da memória dos Pais:
Eu sou – ajuntou ele – o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó”. Moisés escondeu o rosto, e não ousava olhar para Deus. O Senhor disse: “Eu vi, eu vi a aflição de meu povo que está no Egito, e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço seus sofrimentos. E desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir do Egito para uma terra fértil e espaçosa, uma terra que mana leite e mel, lá onde habitam os cananeus, os hiteus, os amorreus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus. Agora, eis que os clamores dos israelitas chegaram até mim, e vi a opressão que lhes fazem os egípcios”. Deus respondeu a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. E ajuntou: “Eis como responderás aos israelitas: (Aquele que se chama) ‘Eu sou’ envia-me junto de vós”.* Deus disse ainda a Moisés: “Assim falarás aos israelitas: É Javé, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, quem me envia para junto de vós. Esse é o meu nome para sempre, e é assim que me chamarão de geração em geração”. “Vai, reúne os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó apareceu- me. E disse-me: eu vos visitei, e vi o que se vos faz no Egito”.
(Ex 3, 6-9. 15-16)
Nesse momento crucial, além da identidade Divina, em duas disposições, no v. 6. 15.16 – Deus dos Pais e o novo Nome, v.14 – o “Eu Sou”, temos de relevante para a Eclesiologia do Antigo Testamento o conhecimento, o interesse e a compaixão de Deus não por indivíduos ou pelo próprio Moisés, mas pelo meu Povo, do qual ouviu clamores (“Eu vi, eu vi a aflição de meu povo que está no Egito, e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço seus sofrimentos.). Deus resgata a Promessa Abraamica da Terra, da nação e da Salvação.
O Deserto do Sinai: A Lei
No núcleo da vocação libertadora de Moisés, ao longo dos 40 anos pelo deserto, uma peregrinação purificou o Povo e constituiu uma aventura comunitária. As tribos, até então sem elos entre si, como veremos de certa maneira na terra prometida até Davi, que unifica Israel, na forma política do Reino, tiveram uma experiência de agrupamento.
Central, além da experiência da Páscoa, é o Encontro com o Decálogo no Sinai:
No terceiro mês depois de sua saída do Egito, naquele dia, os israelitas entraram no deserto do Sinai. Tendo partido de Rafidim, chegaram ao deserto do Sinai, onde acamparam. Ali se estabeleceu Israel em frente ao monte. Moisés subiu em direção a Deus, e o Senhor o chamou do alto da montanha nestes termos: Eis o que dirás à família de Jacó, eis o que anunciarás aos filhos de Israel: Vistes o que fiz aos egípcios, e como vos tenho trazido sobre asas de águia para junto de mim. Agora, pois, se obedecerdes à minha voz, e guardardes a minha aliança, sereis o meu povo particular entre todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós me sereis um reino de sacerdotes e uma nação consagrada. Tais são as palavras que dirás aos israelitas.
(Ex 14, 1-6)
A Eclesiologia judaica se estabelece nesta promessa, com suas condições. Trata-se de um solene comunicado à família de Jacó ou aos filhos de Israel e não a indivíduos isolados. A condição divina é a vivência dos preceitos de Deus (LEI): (se obedecerdes à minha voz e guardardes a minha aliança).
Como consequência, esta multidão será constituída como Povo (meu), separado (consagrado) entre todos os Povos da terra: (sereis o meu povo particular entre todos os povos.) E, por fim, terá uma missão cultual e um testemunho sobre Deus no mundo: (sereis um reino de sacerdotes e uma nação consagrada). Ex 20 é primeira fórmula de uma nova condição do Povo de Deus: O Decálogo é a constituição daquela Nação criada por Deus.
A Igreja no Período Profético
O auge da compreensão da Lei (Torah) ocorre no período profético, antes do Exilio da Babilônia, durante e mesmo no retorno. Destacam-se os grandes Profetas do Sul.
No Centro da Teologia ou do Anúncio Profética, está a relação de Israel com Deus, marcada pela infidelidade (idolatria) e pela injustiça social, judeus maltratam judeus. Eles foram os grandes teólogos da Aliança, da Fidelidade e da Observância social da Lei.
Eles atualizaram o conhecimento de Deus, pois não bastava mais conhecer a Deus através de uma experiência Enoteísta (Deus do Clã), mas era o momento de confessar o pleno Monoteísmo.
A crítica social dos profetas que atingia diretamente as instituições religiosas, como o Templo e o Culto, reclamava uma verdadeira identidade social da Fé judaica. Não bastava um culto tecnicamente ordenado se a social era marcada pela assimetria, a injustiça e a opressão da viúva, do órfão e do estrangeiro. Textos fortes sacodem a consciência religiosa e social de Israel:
Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra: De que me serve a mim a multidão das vossas vítimas? – diz o Senhor –. Já estou farto de holocaustos de cordeiros e da gordura de novilhos cevados. Eu não quero sangue de touros e de bodes. Quando vindes apresentar- vos diante de mim,quem vos reclamou isto: atropelar os meus átrios? De nada serve trazer oferendas; tenho horror da fumaça dos sacrifícios. As luas novas, os sábados, as reuniões de culto, não posso suportar a presença do crime na festa religiosa. Eu abomino as vossas luas novas e as vossas festas; elas me são molestas, estou cansado delas. Quando estendeis vossas mãos, eu desvio de vós os meus olhos; quando multiplicais vossas preces, não as ouço. Vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos. Tirai vossas más ações de diante de meus olhos. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido; fazei justiça ao órfão, defendei a viúva.
(Is 1, 10-17)
Muitos outros conceitos análogos, assim como uma imensa diversidade de experiências ao longo de toda a narrativa bíblica do Antigo Testamento, fundamentam a necessidade de reconhecer que, apesar de ser um evento da Fundação do próprio Cristo, a Igreja estava incoativa e modelar na experiência do chamamento de Israel, como Povo de Deus, seu Reino particular, pela Aliança e a vivência dos Mandamentos. Por uma forma social de vida na fraternidade baseada na justiça.
Atividade
2. Tomando as narrativas mosaicas, de que maneira nelas encontram-se os marcos da eclesialidade
(Igreja) no AT? Traga textos do Êxodo que exemplifiquem esta questão.
3. Que relações se podem estabelecer entre o Povo de Israel e a Igreja? Escolha a opção CORRETA:
a) Não há elos entre Israel no AT e a Igreja do NT.
b) O Povo de Israel é a versão falida da Igreja no NT.
c) A Igreja do NT anulou plenamente o Povo de Israel.
d) O Povo de Israel não pode ser comparado à Igreja do NT.
e) Ambos representam a Aliança de Deus com a Humanidade
Referências
LOEHRER, Magnus; FEINER, Johannes. Mysterium salutis: Compêndio de Dogmática histórico- salvífica. Vol. IV. Petrópolis: Vozes, 1975.
Morbiolo, R. G. A doutrina sobre a Igreja: aspectos gerais de evolução histórica. Revista de Cultura Teológica (18), 71, p. 61-78, 2010.ROL
O PROTESTANTISMO BRASILEIRO. Estudo de eclesiologia e de história, social. Disponível em:
//www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/34900/37636. Acesso em: 22 ago. 2019. PIÉ-NINOT, S. Introdução à Eclesiologia. São Paulo: Loyola, 1998.
Próxima aula
Fundação da Igreja, por Cristo e os diversos conceitos e experiências eclesiais no conjunto do Novo Testamento;
Evangelhos;
Cartas Paulina;
Apocalipse.
Explore mais
Leia os textos:
SANTOS, P. P. A. O Espírito e a Igreja: As perspectivas do Novo Testamento, em particular dos Escritos Joaninos. Atualidade Teológica 21, p. 73-93, 2002.
ROLOFF, J. A Igreja no Novo Testamento. São Leopoldo: Sinodal, 2005.
RABUSKE, J. I. A Igreja em suas origens: Revisitando os Atos dos Apóstolos. Teocomunicação 42/1, p. 5-18, 2012.

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