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Pneumologia Asma.pdf

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Página 1 de 7 
 
Priscila Hipólito | 2022 
 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
Um dos principais tópicos para discutir na asma é o 
diagnóstico e esse é o tipo de doença que tem diagnóstico 
clínico, ou seja, é feito a partir da conversa entre o médico e o 
paciente, na qual o paciente contará uma história compatível 
ou não com a asma. Então, diferentemente da hipertensão, por 
exemplo, que necessita aferir a pressão arterial do paciente e 
avaliar se ela está acima de um certo valor e da diabetes, que 
é necessário avaliar o valor do nível de "açúcar", a asma é uma 
doença de diagnóstico clínico, que basta o médico estar 
convencido de que a história do paciente é de um processo 
alérgico com sintomas respiratórios compatíveis com asma 
brônquica. 
• A inflamação crônica está associada à hiper-
responsividade das vias aéreas 
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, 
que não tem cura, cuja inflamação é geneticamente 
determinada, ou seja, o corpo do paciente asmático produz 
inflamação no pulmão e essa inflamação existe porque o 
código genético daquela pessoa programa essa inflamação. 
• Existem episódios recorrentes de sibilos, dispneia, 
opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no 
início da manhã. 
Por exemplo, um paciente não asmático ficaria normalmente 
em um ambiente com ar-condicionado ou exposto a poeira, 
gatos ou fumaça, já um paciente asmático pode manifestar 
sibilo, chiado no peito, dispneia, aperto no peito, falta de ar, 
tosse, geralmente à noite ou no início da manhã. 
• Esses episódios são uma consequência da obstrução ao 
fluxo aéreo intrapulmonar generalizado e variável, 
reversível espontaneamente ou com tratamento. 
É importante lembrar que é uma obstrução variável, que 
desaparece ou reverte, espontaneamente ou durante o 
tratamento. Então, se uma pessoa tem episódios de falta de 
ar/tosse em certos períodos específicos (Exemplo: o paciente 
fica 5 anos sem ter nenhum sintoma, e os sintomas voltam 
espontaneamente) ou que desaparecem quando ela está em 
tratamento, pode-se diagnosticar como asma. 
Assim, não são necessários nenhum dos exames, como teste 
alérgico, espirometria e resposta ao broncodilatador, pois, pelo 
Consenso Brasileiro de Asma, o diagnóstico é clínico, o 
paciente será diagnosticado se tiver uma história compatível. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
A asma é uma doença frequente, bem prevalente, em alguns 
países, acomete até 20% da população e, no Nordeste e no Sul, 
é a 3a causa de internamento hospitalar, então é uma doença 
que algumas vezes mata, não é comum, mas existe morte por 
asma, e causa muito atendimento em emergências 
(broncoespasmo, asma e nebulização são bem comuns). 
• Estudo ISAAC (International Study of Asthma and Allergies 
in Childhood) 
 
I. PREVALÊNCIA POR FAIXA ETÁRIA 
6-7 anos: 4,7 a 20,7% 
13-14 nos: 4,8 - 21,9% 
 
 
 
 
 
 
 
II. SERVIÇOS DE URGÊNCIA 
Pediátrica: 16% dos atendimentos 
Adulto: 12% dos atendimentos 
 
III. HOSPITALIZAÇÕES (BRASIL - 1996) 
4a causa de internamento hospitalar (Nordeste e Sul 3a causa): 
350.000 (2,3% dos casos) 
 
CUSTOS (SUS) 
• 1993-1996 60 milhões de reais (R$200,00/doente) 
• 1996: 76 milhões de reais (2,8% do gasto anual total) 
Um trabalho feito em Salvador-BA pelo grupo PROAR 
(Programa de Controle da Asma) demonstrou que houve uma 
queda (linha vermelha) no número de internamentos 
hospitalares por asma que iniciou a partir dos anos 2000 no 
Brasil e em Salvador, pois em 2000 o SUS começou a oferecer 
gratuitamente o tratamento para asma, assim, com um 
receituário comum o médico pode prescrever a bombinha 
com corticoide inalado e broncodilatador e o paciente pode 
pegar essa medicação em qualquer farmácia do Brasil sem 
custo. 
 
VISÃO MODERNA DA ASMA 
 
A asma, portanto, é um elo entre 2 processos, entre eles os 
fatores de risco e a hereditariedade (a pessoa nasce com essa 
condição), assim, ao questionar um asmático geralmente há 
familiares com asma ou com doenças alérgicas (rinite 
alérgica), pois o gene passa entre as gerações, por isso é 
importante questionar o histórico familiar na anamnese, este é 
um dado que será utilizado para o diagnóstico clínico.
 
RECRUTAMENTO DE EOSINÓFILOS NA ASMA 
 PNEUMOLOGIA 
asma 
 
Página 2 de 7 
 
Priscila Hipólito | 2022 
Essa inflamação é programada por vários genes da pessoa, e 
o gene que faz com que as células ajam em excesso, assim 
tem pacientes que são “pavio-curto” para asma, ou seja, 
qualquer poeira ou fumaça, ela inflama muito além do normal 
- normalmente, o corpo se defende da poeira ou ar frio, mas ter 
crises a ponto de atrapalhar a respiração é uma doença, que 
dá sintomas porque a passagem no brônquio está estreitada. 
Na visão anatômica, dentro do brônquio, observa-se que em 
cima há a luz do brônquio (buraco), as linhas da parede da 
membrana basal, as células epiteliais que possuem cílios do 
epitélio respiratório, e à esquerda há uma glândula mucosa 
que produz muco, e embaixo há o músculo liso e as linhas de 
inervação nervosa. Então observa-se que existem muitas 
células que são afetadas pelo alérgeno, que pode ser poeira, 
pelo do gato ou colchão empoeirado,que podem vir a causar 
broncoespasmo, ou seja, o alérgeno é alguma substância 
estranha que é inalada. Posteriormente, os macrófagos e 
mastócitos tentam fagocitá-la e destruir mas não conseguem, 
e então tentam chamar ajuda dos linfócitos e principalmente 
dos eosinófilos - os linfócitos agem como general, eles 
recrutam outras células e organizam a defesa através do 
mecanismo de resposta imunológica de reparação e dano - 
esse tipo de resposta imunológica é chamada de Th2 resposta 
alérgena, este modelo tem o linfócito Th2 que recruta as células 
que compõem uma inflamação alérgica e a asma é uma 
doença/inflamação alérgica. 
Existem outras doenças que estão associadas a asma, como 
rinite (quem tem rinite alérgica, comumente tem asma), 
esofagite eosinofílica, alergia a algum medicamento ou 
alimento, porque o sistema imunológica age em conjunto, 
então quando ele não está funcionando direito pode causar 
diferentes processos alérgicos. Por exemplo, existem pessoas 
que quando comem camarão podem ter edema de glote e 
morrer (extremo da alergia), então que tem essa inflamação 
alérgica pode ativar o músculo liso causando broncoespasmo, 
que dá sibilo, tosse e falta de ar que melhoram com remédio, 
ou que tem essa inflamação pode ter excesso de secreção de 
muco pela glândula mucosa na via aérea o que atrapalha a 
entrada e saída do ar, ou ainda há aumento da inflamação e 
do edema de vias aéreas, ou seja, começa a vazar líquido o que 
piora o espaço da saída do ar. 
Partindo da fisiopatologia, sabe-se que o corticóide inalado 
controla muito eosinófilos, assim, quando o paciente começa 
a usar corticoide, ele inibe essa inflamação (tratamento da 
asma), então o médico tem que saber porque ele está 
prescrevendo aquele remédio. Portanto, os linfócitos Th2 irão 
atrair os eosinófilos, principalmente com algumas 
interleucinas, que são substâncias que o linfócito produz e joga 
no sangue para que os eosinófilos sejam atraídos, como IL-5, 
IL-4, imunoglobulina E que produz IgE e outras, que aumentam 
a proliferação de eosinófilos, aumentam a ação de eosinófilos, 
ativam outras células e pioram o processo fisiopatológico 
(inflamação, broncoespasmo e muco). 
Atualmente, no tratamento para asma, existem medicamentos 
biológicos, que são anticorpos monoclonais contra IL-4, IL-5, 
receptor da IL-4 e receptor da IL-5, que são disponíveis 
gratuitamente no SUS, assim, no extremo da doença grave 
pode ser necessário usar o bloqueador de interleucinas e 
anticorpos monoclonais por não conseguir controlar o 
broncoespasmo com remédios comuns. 
ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS 
 
Em resumo, a fisiopatologia é composta por: 
1. Hipertrofia e hiperatividade das glândulas submucosas 
(frequentemente infiltradas por eosinófilos) 
2. Vasodilatação 
3. Hipertrofia da musculatura lisa 
4. Espessamento da membrana basal por deposição de 
colágeno e neoformaçãovascular 
5. Edema de mucosa e submucosa 
6. Infiltrado de eosinófilos (principal), macrófagos, linfócitos, 
plasmócitos e neutrófilos 
A imagem acima demonstra a diferença entre um brônquio 
normal e um brônquio com broncoespasmo, inflamação e um 
pouco de muco amarelado. 
 
FISIOPATOLOGIA 
Existe o padrão típico da inflamação, mas também existem 
várias nuances do dia a dia, então existe asma com IgE alta, 
asma sem IgE alta, a maioria tem muitos eosinófilos, algumas 
não tem eosinófilos mas tem neutrófilos - no entanto, o típico 
da doença é a presença de IgE e eosinófilos. 
1. Broncoconstrição aguda 
• IgE dependente (alérgenos) 
• IgE independente (AINH, exercício, inalação de ar frio/seco, 
irritantes 
2. Edema de vias aéreas 
• Aumento da permeabilidade microvascular (mediadores 
inflamatórios) 
3. Formação crônica de rolhas de muco 
4. Remodelamento de vias aéreas 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é clínico e os sintomas devem ser pesquisados 
na anamnese. 
I. SINTOMAS 
• Tosse 
• Sibilância 
• Dispneia 
• Aperto no peito ou desconforto torácico 
Obs.: os sintomas pioram à noite ou nas 1as horas da manhã 
porque ocorre baixa de cortisol, que é o corticoide endógeno, e 
se a glândula suprarenal produz o corticoide e a produção cai 
durante a noite, ele dá espaço para inflamação, então quando 
o paciente refere que acorda com o peito pesado sem 
conseguir respirar é um padrão típico de asma. 
II. OS SINTOMAS SÃO: 
• Episódicos 
• Respondem com terapia específica 
• Diagnósticos alternativos excluídos 
 
FENÓTIPOS DA ASMA BRÔNQUICA 
O GINA 2022 é um documento que abrange vários 
conhecimentos sobre asma. 
 
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Priscila Hipólito | 2022 
Como dito anteriormente, não existe apenas a asma alérgica, 
existem outras apresentações menos comuns que também 
são asma e são faladas no documento para que o médico 
entenda que existem outras apresentações que podem ser 
reconhecidas e diagnosticadas como asma. 
• Allergic asthma (asma alérgica) 
• Non-allergic asthma (asma não alérgica): não está 
relacionada a poeira e nenhum desses alérgenos. 
• Adult-onset (late-onset) asthma: higher doses of ICS: 
asma que começa na vida adulta, é o fenótipo de asma 
de início tardio, ou seja, não pode-se deixar de dar o 
diagnóstico de asma apenas por ter começado no 
paciente adulto. 
• Asthma with persistent airflow limitation 
• Asthma with abesity: some obese patients with asthma 
have prominent respiratory symptoms and little 
eosinophilic ariway inflammation (asma com obesidade): 
existem pacientes obesos que referem cansaço aos 
esforços e, apesar de surgir a suspeita de ICC, há ausência 
de sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca como 
hepatomegalia e edema de membros inferiores, nesse 
caso pode ser asma, pois a asma com a obesidade pode 
manifestar sintomas respiratórios como dispneia, falta de 
ar, cansaço aos esforços e broncoespasmo. 
Assim, existem algumas apresentações que não são as típicas, 
não são as alérgicas e também são asma. 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
Sintomas que sugerem asma 
Mais de um dos sintomas: sibilância, dispneia, 
desconforto torácico e tosse 
Principalmente se: 
Pioram à noite e no início da manhã 
Em resposta à exercicíos, exposição a alérgenos, poluição 
ambiental e ar frio 
Desencadeados por AAS ou betabloqueadores 
Melhoram com broncodilatadores e corticoides 
sistêmicos 
História de atopia 
História familiar de asma ou atopia 
Sibilância difusa, audível na ausculta torácica 
Eosinofilia não explicada 
Sintomas episódicos 
 
É importante identificar o que não é asma, como tabagismo 
(DPOC), cardiopatia, desnutrição que também dão cansaço 
mas não sugerem asma, e podem entrar como diagnóstico 
diferencial. 
Sintomas que NÃO sugerem asma 
Tosse crônica na ausência de sibilância e dispneia 
Desnutrição 
Exame físico normal quando sintomático 
Disfonia 
História de tabagismo moderado a intenso (>20 anos-
maço) 
Diagnóstico diferencial com cardiopatia, DPOC, 
bronquiolite e DRGE 
Espirometria ou PFE normais quando sintomático e 
ausência de resposta a BD 
 
PERGUNTAS A SEREM REALIZADAS 
No ambulatório, é importante lembrar de fazer as seguintes 
perguntas aos pacientes: 
• Você tem ataques ou episódios recorrentes de sibilância? 
• Você tem tosse persiste, particularmente à noite ou ao 
acordar? 
• Você acorda por tosse ou falta de ar? 
• Você tem tosse, aperto no peito ou sibilância após 
atividades físicas? (Exemplo: corre na esteira e escuta um 
piado no peito) 
• Você tem tosse, aperto no peito ou chiado após contato 
com mofo, poeira, animais ou irritantes (Exemplo: cigarro 
normal ou eletrônico)? 
• Você usa algum remédio quando os sintomas ocorrem? 
(Exemplo: injeção intramuscular de corticoide, bombinha) 
Pergunta: A tosse é seca ou com catarro? 
Resposta: Geralmente a tosse é seca, se tiver muita produção 
de catarro aponta para outras doenças como DPOC e 
teleangiectasias. Existe a possibilidade da glândula mucosa 
aumentar a produção de muco e gerar catarro por alergia, 
mas nesse caso surge a dúvida se existe infecção associada, 
mas se a expectoração for mais clara e ausência de febre é 
improvável que seja uma infecção bacteriana, já se o paciente 
começou com sibilo, 3 dias depois teve febre com catarro 
branquinho e purulento, é provável que seja uma infecção. 
 
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL 
Se o médico estiver em dúvida se é ou não asma, deve-se 
utilizar exames complementares. 
 
I. ESPIROMETRIA: 
Exame no qual o indivíduo respira, sopra em um tubo, o ar vai 
para um computador, que mede a velocidade e o quanto de ar 
saiu, depois, o paciente usa o remédio broncodilatador e sopra 
novamente para avaliar se melhorou a expiração após o uso 
do medicamento, o que seria uma resposta positiva ao 
broncodilatador. 
Assim, se o paciente melhora muito a sua função pulmonar 
com uma estimulação adrenérgica, isso não é normal, pois a 
resposta adrenérgica é fisiológica, por exemplo ao levar um 
susto em uma situação de perigo ocorre dilatação da pupila, 
aumenta a frequência cardíaca e a resposta adrenérgica 
broncodilata, então a broncodilatação é uma resposta 
adrenérgica normal/fisiológica, mas quando ocorre aumento 
de mais de 20% do curso não é normal.
 
Por exemplo, ao tomar um susto, a frequência cardíaca pode 
subir para 110 bpm, mas se esse susto causar uma taquicardia 
ventricular de 200 batimentos por minuto isso indica que o 
paciente tem um problema no coração. Assim, se o paciente 
usa uma estimulação adrenérgica (broncodilatador) que é um 
 
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Priscila Hipólito | 2022 
beta agonista é normal ter um pouco de broncodilatação até 
um limite fisiológico (200 mL de VEF1 ou variação de 12% - termo 
técnico para dar o laudo da espirometria), se passou desse 
limite é uma doença. 
Muitas pessoas associam resposta positiva ao broncodilatador 
na espirometria a doença asma, mas a asma tem diagnóstico 
clínico, então esse resultado não é condicional e essa resposta 
ao broncodilatador ocorre em outras doenças além da asma, 
como DPOC, bronquiectasia e bronquiolite, então não pode-se 
pegar um exame com resposta positiva e diagnosticar asma. 
Além disso, 20% da população normal sem doenças pode ter 
uma resposta positiva, assim, mesmo sem uma explicação, 
elas apresentam esse comportamento. 
Quanto ao COVID, tem-se que é uma doença nova e pouco 
conhecida mas sabe-se que qualquer infecção viral pode 
induzir a uma resposta broncodilatadora e a Covid é um vírus 
então muitas pessoas que foram infectadas apresentam essa 
resposta pós-viral, ou seja, não é asma. 
Para a asma, o resultado depende se a doença está em 
atividade ou não, pois a asma tem um “botão” que liga ou 
desliga a inflamação por motivos ainda não explicados nos 
livros médicos, assim, a asma tem períodos que a pessoa 
passa sem ter nada, mas depois passa a ter crises. Então 
quando o indivíduo tem resposta ao broncodilatador isso 
significa que ele está com uma condição anormal ativa (asma, 
DPOC, bronquiectasia, bronquiolite, pós-COVID,etc.) e só 
confirma diagnóstico para asma a partir pela anamnese 
(diagnóstico clínico), até porque o indivíduo pode passar muito 
tempo com a função normal mesmo tendo asma - esse 
período de normalidade não indica cura porque a asma é uma 
doença genética então não existe forma de curar asma, ela 
costuma desaparecer entre 20-60 anos e volta após os 60 
anos. 
 
II. TESTE DE BRONCOPROVOCAÇÃO: 
Queda de 20% no VEF1 após inalação de agentes. 
É possível provocar o broncoespasmo, bem como pode-se 
colocar o paciente em um esteira para mensurar a frequência 
cardíaca e pressão arterial ou provocar uma angina (teste 
ergométrico), pode-se em um teste de exercício tentar 
provocar a condição de broncoespasmo, que é sinal de asma, 
ou pode-se inalar uma substância (estaminas) que provocam 
e pessoas com asma um broncoespasmo. 
 
III. PICO DE FLUXO SERIADO: 
variabilidade <20% adultos e 30% crianças. 
 
IV. TESTE DE EXERCÍCIO: 
< 10% suspeita, < 15% diagnóstico de asma 
 
V. TESTES DE HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA: 
Há indivíduos com teste alérgico positivo para determinado 
alimento, mas que comem e não sentem nada, além disso, 20% 
da população normal sem doenças terá teste alérgico positivo 
para algum componente porque isso é uma característica do 
indivíduo, por isso que a clínica é o mais importante e o exame 
é complementar ao raciocínio clínico. O teste alérgico só deve 
ser solicitado quando o médico não está convencido da 
doença, mas o paciente refere sintomas alérgicos associados 
a determinada substância (Exemplo: camarão), assim, o teste 
alérgico compõe o diagnóstico. 
• Eritema ou pápula após 10 a 15 min de aplicação do 
alérgeno 
• + (> 3 mm) 
• Correspondência com a CLÍNICA! 
 
Pergunta: É normal com o tempo as alergias desaparecerem? 
Resposta: Sim, é normal que elas desapareçam. 
 
VI. OUTROS EXAMES SÃO COMUMENTE USADOS PARA 
COMPLEMENTAR O DIAGNÓSTICO: 
(1) Hemograma, (2) Dosagem de IgE sérica (alérgenos 
específicos); RAST - radioaergeosorbent - + caro, (3) Lavado 
nasal. 
Na asma os exames apenas complementa o diagnóstico 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Doença obstrutiva pulmonar: (1) Obstrução de vias aéreas 
centrais, (2) DPOC, (3) Bronquiolites, (4) Fibrose cística, (5) 
Bronquiectasias 
• Rinite, sinusite, refluxo gastroesofágico 
• ICC: Pode ter “piado” no peito, sibilo 
• Embolia pulmonar 
• Discinesia de laringe 
• Síndrome da hiperventilação, inibidor de ECA etc 
 
I. TESTE DE CONTROLE DA ASMA 
É sempre importante que saibamos se a asma está controlada 
(pois caso esteja, não se mexe na terapia), parcialmente 
controlada, ou se ela não está controlada. 
É importante saber a classificação da asma 
A doença quando leve se manifesta com pequenos sintomas, 
como por exemplo, tosse. 
Paciente em demais achados no teste terapêutico pode-se 
fazer teste terapêutico com 3 meses de corticoide inalável, 
caso os sintomas desapareçam o diagnóstico de asma se 
conclui. 
Estudo das síndromes: 
Síndrome hipertensiva: Pressão alta, taquicardia, taquipneia. 
Bronquite aguda: Tosse aguda até 14 dias, infecção viral, 
alergia. 
O quadro clínico da asma exige ter tosse aguda há mais de 15 
dias. 
Síndrome da bronquite crônica: DPOC, asma, telangectasias. 
Toda consulta com asma, seja na pediatria ou na clínica adulta 
deve-se aplicar o teste de controle da asma. 
São 5 perguntas simples que dão uma escala de 1 a 5 pontos. 
Sendo o seu máximo 25 pontos. 
O escore do questionário é calculado a partir da soma de 
valores de cada questão. 
 
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Priscila Hipólito | 2022 
TESTE DE CONTROLE DE ASMA (ACT): As pontuações variam de 
5 a 25 (mais alto é melhor). Escores de 20-25 são classificados 
como asma bem controlada; 16-19 como não bem controlado; 
e 5-15 como asma muito mal controlada. O ACT inclui quatro 
perguntas de sintomas/alívios, além de um nível de controle 
autoavaliado pelo paciente. A diferença mínima clinicamente 
importante é de 3 pontos. 
a pontuação e classificação abaixo são importantes para a 
prova 
• Questões valem de 1 - 5 pontos 
• Respostas que indicam maior controle de asma devem 
receber maior pontuação 
• Escore varia entre 5 e 25 pontos 
• Quanto maior o escore, mais a asma é controlada 
• Asma controlada: 20 - 25 pontos 
• Asma parcialmente controlada: 16 - 19 pontos 
• Asma mal controlada: 5 - 15 pontos 
• Diferença importante: 3 pontos 
• Escore varia entre 5 -25 
• Quanto maior o escore maior controlada é a asma 
 
TRATAMENTO DA ASMA 
A asma tem uma “escala” de tratamento, e para defini-la 
depende da aplicação do questionário “TESTE DE CONTROLE DE 
ASMA”. 
LEMBRE-SE: quem tem asma não pode fumar, ter animal 
doméstico (os animais liberam partículas do seu tecido 
epitelial que podem ser prejudiciais ao quadro de asma), 
tapete (a prioridade é um piso que se possa passar um pano 
úmido, não se varre casa de asmático pois varrer joga poeira 
para ar), não pode sacudir toalha de cama, usar detergente. 
 
OBJETIVOS DO TRATAMENTO: 
• Controlar os sintomas 
• Prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo 
• Permitir atividades normais (trabalho, escola, lazer) 
• Manter menor função pulmonar possível 
• Evitar crises, idas a serviços de emergência e 
hospitalizações 
• Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para 
alívio 
• Minimizar efeitos adversos dos medicamentos 
• Melhorar a qualidade de vida 
• Reduzir os riscos de morte 
 
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: 
• Abordagem educativa 
• Conhecimento da doença 
• Tabagismo e asma 
• Tipos de medicamentos 
• Como utilizar seu dispositivo inalatório 
• Como reconhecer os sintomas e a sua gravidade 
• Importância da equipe multiprofissional da asma 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ASMA: 
 
• FASE ESTÁVEL: Corticoides inalatórios, Broncodilatadores 
inalatórios, Antagonistas de leucotrienos, Teofilinas 
• FASE DE EXACERBAÇÃO (CRISE): Corticoides orais ou 
venosos, Broncodilatadores inalatórios (venoso ou 
subcutâneo na exceção), Teofilinas venosas na 
exacerbação 
• Inaladores utilizados no tratamento farmacológico da 
asma 
• O comprimido têm mg e os inaladores tem mcg, ou seja, o 
inalador tem doses 1000X menores do que o comprimido. 
 
GINA 2022 
CLASSIFICAÇÃO DA ASMA 
Menos que 5% de asma é asma grave 
O sus trabalha distribuindo corticoide inalado e 
broncodilatador, porque a maior parte dos quadros de asma 
(40 % -40% é asma leve, média e moderada). 
Há hospitais especializados para tratamento de asma grave, já 
que essa atologia não atinge grande parte da população. 
Há um determinado momento do quadro de asma no qual a 
inflamação desaparece e o paciente pode passar anos sem 
trata-la, pois os sintomas desaparecem. Por isso o paciente 
deve ser reavaliado a cada consulta. 
CICLO DO MANEJO DA ASMA 
 
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Priscila Hipólito | 2022 
 
PASSOS NO MANEJO DA ASMA 
 
 
 
A parte de cima é a via preferencial de tratamento e a debaixo 
é a via alternativa para tratamento. Apesar da segunda 
receber o nome de via alternativa, sabe-se que ambas são 
igualmente eficazes. 
 
I. VIA PREFERENCIAL: 
• Passo 1 e 2: Dado o diagnóstico de asma começasse a 
tratar com corticoide inalado, e formoterol (beta 2 
agonista de longa duração) quando tiver sintomas de 
tosse, falta de ar, chiado, aperto no peito. 
• Deve-se reavaliar o paciente em 3 meses. Caso melhora 
prescreve-se novamente corticoide e formoterol para uso 
apenas se sintomático. 
• (2) Passo 3: Uso continuo de corticoide e formoterol em 
dose fixa todo dia. 
• (3) Passo 4: Dose média de corticoide 
• (4) Passo 5: Dose alta de corticoide 
 
II. VIA ALTERNATIVA: 
• Passo 1: Dado o diagnóstico o medicamento de alívio é 
beta 2 de ação curta (dado de graça no SUS). Portanto, 
usa-se 1 jato de corticoide (clenil) e 1 jato de beta 2 de 
ação curta (aerolin) se sintomas. 
• (2) Passo 2: Usa-se corticoide baixa dose de forma fixa e 
beta 2 de curta duração para alívio. 
• A partir da parte 3 tanto na via preferencial quanto na 
alternativasão iguais, muda apenas a medicação de 
alívio. 
 
Pergunta: A nebulização é a mesma coisa que o spray 
Resposta: Não, para a nebulização coloca-se soro fisiológico e 
gotas de algum medicamento, tendo um uso antiquado, pois o 
seu uso é demorado, gasta energia, precisa de lavagem 
adequada, é “caro” e perde-se muito ar para o meio, 
necessitando de um uso maior da medicação. Enquanto isso, 
o uso do spray é instantâneo, como se o paciente ingerisse o 
comprimido. 
NEBULIZADORES UTILIZADOS NO TRATAMENTO 
FARMACOLÓGICO DA ASMA 
 
IMPACTOS DA ASMA GRAVE 
QUEM É O PACIENTE ASMÁTICO GRAVE, DE ACORDO COM O 
GINA 2021, PCDT DO SUS E ASN? 
• Paciente que requer dose alta de ICS/LABA (corticoide) 
para manter o controle ou se mantém sintomático apesar 
do uso de ICS/LABA em alta dose E precisou de corticoide 
oral para resgate de exacerbação no último ano. 
• Paciente refratário ao tratamento padrão com ICS/LABA. 
• Abordagem terapêutica alvo-específica 
 
SEGUNDO O GINA 2021, O QUE É DOSE ALTA? 
• Para adultos e adolescentes (maiores ou igual a 12 anos 
de idade) 
I. CORTICOIDE INALATÓRIO: 
• Budesonia (Inalador de pó seco ou aerosol dosimetrado) 
• Furoato de fluticasona (inalador de pó seco) 
• Propionato de fluticasona (inalador de pó seco) 
• Lembrar que qual quer fármaco existe o balanço entre 
aumentar a dose e consequentemente aumenta o efeito 
do fármaco.Em certos medicamentos um aumento 
significativo da dose não aumenta de forma eficaz o efeito, 
mas aumenta o efeito colateral. 
 
PACIENTE GRAVE 
• Este paciente é mais comum do que pensavamos, a cada 
100 pacientes que você atende, pelo menos 4 sofrem com 
asma grave e podem estar subtratados com ICS/LABA. 
• A maioria dos pacientes que exacerbam possuem asma 
grave: 93% dos pacientes apresentam 2 ou mais 
exacerbações por ano. 
 
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Priscila Hipólito | 2022 
• Foi visto que um estudo com 128 pacientes com asma 
grave não controlada em SP que subtratamento da asma 
grave no Brasil gera: > 90% de hospitalização por 
exacerbação, 63% maior ou igual a 5 hospitalizações, 50% 
internados em UTI e 38% necessitam de intubação. 
 
NOS CASOS DE ASMA GRAVE É IMPORTANTE SABER QUAL O 
DE INFLAMAÇÃO EST SENDO DESENCADEADA: 
• A maioria dos pacientes com asma grave tem inflamação 
tipo 2 desencadeada por eosinófilos. 
Para isso, costuma-se pedir o hemograma e contar o número 
de eosinófilos. Geralmente acima de 300 eosinofilos no 
hemograma temos a asma por um fenótipo eosinofílico da 
asma grave. 
Nem toda asma tem elevação de IgE, algumas pode ser 
exacerbação das interleucinas e outras partículas. 
• Os eosinófilos e a IL-5 têm papel central na asma grave, 
com ou sem envolvimento de IgE. A IL-5 é a principal 
citosina responsável pelo recrutamento, maturação, 
ativação e sobrevivência dos eosinófilos, enquanto que a 
EOS está associado à gravidade da doença, falta de 
controle clínico e à obstrução permanente da via aérea. 
• Segundo estudo realizado nos Estados Unidos ate 69% dos 
pacientes asmáticos graves são eosinofílicos (EOS > 150). 
A contagem de eosinófilos elevada está associada a taxas 
mais altas de exacerbação. Gina 2021 estabelece a 
contagem de eosinófilos como o biomarcador mais 
preditivo de resposta ao tratamento. 
• Em pacientes com asma grave o tratamento pode ser 
dado com biológicos, sendo os disponíveis no Brasil: (1) 
Anti IgE - Omalizumabe (sus); Anti IL5 - Mepolizumabe; Anti 
IL5R - Benzalizumabe (sus); Anti IL4R - Dupilumabe; Anti 
TSLP - Tezepelumabe. Linfopoietina tímica estrômica 
(TSLP). 
Transcrição da aula 
	DEFINIÇÃO
	EPIDEMIOLOGIA
	CUSTOS (SUS)
	VISÃO MODERNA DA ASMA
	RECRUTAMENTO DE EOSINÓFILOS NA ASMA
	ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS
	FISIOPATOLOGIA
	DIAGNÓSTICO
	FENÓTIPOS DA ASMA BRÔNQUICA
	DIAGNÓSTICO CLÍNICO
	PERGUNTAS A SEREM REALIZADAS
	DIAGNÓSTICO FUNCIONAL
	DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
	TRATAMENTO DA ASMA
	Objetivos do tratamento:
	Tratamento não farmacológico:
	Tratamento farmacológico da asma:
	GINA 2022
	Classificação da asma
	Ciclo do manejo da asma
	Passos no manejo da asma
	Nebulizadores utilizados no tratamento farmacológico da asma
	IMPACTOS DA ASMA GRAVE
	Quem é o paciente asmático grave, de acordo com o Gina 2021, PCDT do SUS e ASN?
	Segundo o Gina 2021, o que é DOSE ALTA?
	Paciente grave
	Nos casos de asma grave é importante saber qual o de inflamação est sendo desencadeada:

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