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Diretora: Maria das Neves. Coord. Ped.: Sângela Almeida de Oliveira Aluno(a): ____________________________________________ Turma: 6º ANO - U Data: Nota Obtida Curso: Ensino Fundamental ll Prova Outros Disciplina: ARTES Professor: Edilene de Sousa Dias Total Colégio Batista 4º Bimestre/2021 Atividade avaliativa de Artes Artes na Idade Média - Literatura de cordel A literatura de cordel tem origem na Idade Média, mas ganhou destaque em terras brasileiras com a vinda da corte portuguesa, no século 18. Atenção minha nobre amiga Que está aqui só para ler: Hoje o Colégio Batista Traz ensinamento para você. Da minha cultura nordestina Que nós já vamos prosear E do meu tão querido cordel Que você vai se apaixonar! (adaptado) Origem Inspirada nos menestréis medievais (cantores que declamavam textos e improvisavam rimas durante a Idade Média), a Literatura de Cordel que hoje conhecemos foi trazida na bagagem pelos portugueses e se instalou especialmente na região Nordeste brasileira. Trata-se de um folheto simples impresso em papel barato à venda em feiras, bancas de jornais ou mercados populares. Mas, apesar de "simples" esse pequeno folheto expressa ricamente nossa cultura popular brasileira. O nome "cordel" vem da maneira como os folhetos eram expostos antigamente: pendurados em cordas, como na imagem acima. Características do Cordel Um cordel deve ser feito para ser facilmente transportado, é o chamado literatura de bolso. Por isso, não deve pesar muito nem ser muito grande. Cada folheto mede 16 centímetros de altura por 11 centímetros de comprimento apenas. Além disso, a folha utilizada é fina e leve e, geralmente, não contém muitas páginas (em média de 5 a 10 páginas de miolo). Esse tipo de material faz com que o cordel tenha um preço bem acessível - cerca de 2 ou 3 reais apenas! As histórias são contadas em forma de poesia, em versos, normalmente rimados, e, dependendo do tamanho, divida em capítulos. Por isso o escritor desse tipo de literatura é chamado de poeta cordelista. Em comum essas histórias são curtas e divertidas. Trata-se de temas do nosso cotidiano, episódios corriqueiros com os quais qualquer pessoa se identificaria. Características A literatura de cordel possui algumas características bem peculiares, veja algumas das principais características desse gênero: · Suas ilustrações são feitas por xilogravuras; · Possui uma essência cultural muito forte, pois relata tradições culturais regionais e contribui bastante para a continuidade do folclore brasileiro; · São baratos e por isso atingem um grande público e isso acaba sendo um incentivo à leitura; · Quando os textos são considerados romances temos alguns recursos muito utilizados na narrativa, como: descrição de personagens, monólogos, súplicas, preces por parte do protagonista; · Suas histórias têm como ponto central uma problemática que deve ser resolvida com a inteligência e astúcia do personagem. · Sempre há um herói que sofre por não conseguir ficar com o seu amor, isso pode ser devido a uma proibição dos pais, noivados arranjados, coisas que impedem que o casal de ficar junto. · No final da história, o herói sempre sai ganhando, caso ele não consiga realmente o que queria há outra forma de equilibrar a história e fazer com que ele seja favorecido de alguma forma. A poética do cordel · Quadra – uma estrofe de quatro versos · Sextilha – uma estrofe de seis versos · Septilha – uma estrofe de sete versos, essa é a mais rara · Oitava – uma estrofe de oito versos · Quadrão – os três primeiros versos rimam entre si, o quarto com o oitavo e o quinto, o sexto e o sétimo também entre si · Décima – uma estrofe de dez versos · Martelo – estrofes formadas por decassílabos (estes são muito comuns em desafios e versos heroicos) Veja um trecho de P. B. Barja: O Cordel (P. B. Barja) O cordel é uma poesia altamente popular; no Brasil chegou faz tempo, no Nordeste foi morar; tem muita sonoridade e da na gente a vontade de em voz alta declamar Por ser curtinho e barato dá pra ler e pra guardar a leitura nos diverte e põe a gente a pensar Fala de tudo que é tema: vida, notícia, dilema - tudo se contar Dessa forma, qualquer pessoa pode escrever um cordel e essa é a graça desse tipo de literatura: é extremamente popular! Mas é claro que alguns cordelistas acabam se destacando. Artistas que têm o dom das palavras e sabem contagiar e envolver o público com histórias que falam da vida e da morte, do bem e do mal, da alegria e da tristeza, e assim por diante. O gênero textual é uma arte popular que combina a oralidade com a escrita, a música, a história e a técnica de xilogravura. Ela vem de uma época em que poucas pessoas sabiam ler, de forma que o acesso ao conhecimento se dava pela comunicação oral. Por isso, também é conhecida como jornal falado. A xilogravura no Cordel Como eu disse no começo, outra característica importante dos cordéis são as ilustrações da capa, geralmente feitas na técnica da xilogravura. Só pra relembrarmos, a xilogravura é uma técnica de reprodução de imagens e textos que utiliza uma chapa de madeira como matriz. Essa matriz então é talhada e, feito os altos e baixos relevos, passa-se a tinta a depois a impressão num papel. Um dos mais conhecidos xilogravurista, e também cordelista, brasileiro é J. Borges. Suas gravuras retratam cenas do folclore brasileiro, personagens comuns, personagens históricos e heróis nordestinos. Veja algumas de suas gravuras: A literatura de cordel faz parte do universo da cultura oral. O cordel remonta à tradição do trovadorismo e dos cantores itinerantes que, dentre outros temas, falavam das questões sociais, históricas, das realidades deles. Ariano Suassuna e a Literatura de Cordel E já que estamos falando sobre manifestação cultural brasileira, não poderia deixar de falar sobre o maior defensor da cultura brasileira. A tradição oral descontraída e engraçada de muitos cordéis influenciou a obra de uma mais importantes dramaturgos, romancistas e poetas brasileiros, Ariano Suassuna. Defensor ávido da literatura e da cultura nordestina brasileira, esse brilhante brasileiro, falecido em 2014, deixou obras célebres como Auto da Compadecida e A Pedra do Reino, obras fortemente influenciadas pela linguagem presente nos versos dos cordéis. Você também pode fazer um cordel! Vamos tentar?! Mas não pense que para fazer cordel é só sair criando rimas não, está bem? Esse tipo de literatura exige que a gente se preocupe muito com a forma, então se você quer fazer seu próprio cordel presta atenção nessas dicas que eu tenho para você: · Sua história precisa ter um início, um meio e um fim. · A métrica é muito importante então todos os versos. · Uso de estrofes em quadra, sextilha, septilha ou décima. Fora essas regras, o que vale mesmo para como fazer um cordel é a sua criatividade. Incorpore o cordelista que existe em você e tente escrever seus próprios versos. Pense na história que você deseja contar e coloque uma pitada de humor. O legal é que o cordel possibilita fazer folhetos com diversos temas, sejam eles de temas do cotidiano, românticos ou até mesmo voltado para o público infantil. Cabe ao autor decidir qual deseja fazer. Não esqueça de fazer um desenho de sua historia. Atividades de Artes. Prof. Edilene Dias/ Reg. Nº42637 4ºBimestre – 2021 Lic. Letras/Espanhol e respectivas literaturas
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