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A IMPORTANCIA DA LITERATURA DE CORDEL NA EDUCAÇÃO DOS JOVENS RESUMO O presente trabalho tem como objetivo informar como a literatura de cordel é importante para a formação dos jovens, as formas como o mesmo é abordado em sala de aula. A literatura de cordel chegou ao Brasil com a vida dos portugueses, abraçada pelo Nordeste brasileiro e que ainda nos dias de hoje é considerada uma literatura tradicional. Por ser considerado uma literatura regional local, a mesma fortalece o folclore da região. A literatura de cordel por sua simplicidade e por trazer relatos históricos, artísticos e folclóricos, se torna muito interessante para trabalhos em sala de aula. Promover eventos com os mais variados cordéis estimula o interesse pela literatura em si. Palavras-chave: Literatura, educação em suas formas. 1. INTRODUÇÃO Literatura de cordel é um poema popular, que são impressos em folhetos e expostos para venda em cordas ou cordéis. Assim, o que deu origem ao nome. Segundo ABREU (1999) “Não há, entre os estudiosos, um consenso quanto às origens de literatura de cordel no país e, particularmente seu desenvolvimento no nordeste brasileiro”. Diante do exposto, não temos certeza da origem dessa literatura popular, mais podemos dizer que a mesma surgiu inicialmente em Portugal, como entretenimento e meio de informação, ganhando força na região nordeste. Os primeiros cordéis eram recitados, todos de formar oral. Aos poucos foram sendo escritos em folhetos, pois os autores necessitavam registrar no papel o talento a eles concebidos. A Literatura de cordel, no Brasil, como a conhecemos, surgiu na Paraíba, há mais de cem anos. Leandro Gomes de Barros (1865- 1918) deu o impulso inicial e, ainda hoje, é considerado o maior autor do gênero. Poeta de muitos recursos, Leandro adaptou para o Cordel desde lendas sertanejas até histórias das Mil e uma noites. Definiu, assim, o caminho que outros poetas trilhariam. José Camelo de Melo Resende (1885-1964), seu discípulo, é autor do maior sucesso editorial do Cordel em todos os tempos, o Romance do pavão misterioso. (VIANA, 2008, p. 6). A literatura de cordel nem sempre teve o respeito merecido, devido ao linguajar popular e regional a ele dado nas elaborações dos textos. Totalmente diferente das outras literaturas, o cordel traz uma tradição oral, com uma diversidade de temas. 2 Foram dados vários nomes para literatura de cordel, entre elas: folhetos de feira, folhas soltas e literatura de cego. Por serem expostas em feiras que vendiam frutas, verduras, etc..., assim pendurados numa cordas e os cordelistas as cantavam os versos brancos. Percebi que o cordel foi e é uma ferramenta de fácil acesso, basta ter uma criatividade e usar a imaginação para a elaboração, assim sendo mais fácil apresentação aos jovens leitores. Os docentes ao inserir o cordel ao processo de ensino e aprendizagem, não só estimula a leitura, como também a produção da escrita. Fazendo com que o aluno leia e escreva de formas considerável. De acordo com Araújo (2009), a educação enfrenta muitos desafios para que haja qualidade no ensino e aprendizagem, buscando caminhos que possam contribuir na melhoria do mesmo. Assim os educadores buscam sempre novas formas de ensino para que suas aulas sejam produtivas, quanto o esperado; Araújo salienta que para alcançar esse objetivo, os docentes podem e devem utilizar a literatura de cordel em sala de aula. Um ponto muito importante é a formação de um leitor critico, pois, cordel desperta no aluno o interesse pela leitura por abordar diversos temas. E que podemos de uma forma entender o mundo em que vivemos e o modo como ele ajuda na oralidade dos jovens por ser recitado em voz alta. Segundo ANDRADE (2017, p.8), essa literatura desenvolve o recreativo em sala por se apresentar de forma mais fascinante e pratica por se tratar de uma atividade que pode ser mais prazerosa, divertida e que estimula as imaginações. Todo docente de língua portuguesa precisa saber trabalhar com as variedades de gêneros textuais e apresentar a seus alunos a finalidade de cada um de maneira simples. Tentando escolher temas que se encaixem no dia-a-dia deles e conectado ao mundo jovem. Paiva (2003), afirma que a literatura de cordel é um gênero textual que carrega consigo muitas características popular, narrando uma realidade social de uma população sofrida socialmente e economicamente. Assim, tornando-se um dos maiores meios de comunicação entre as classes mais populares. Segue um cordel: Literatura de Cordel Texto: Francisco Diniz Literatura de Cordel É poesia popular, É história contada em versos Em estrofes a rimar, Escrita em papel comum Feita pra ler ou cantar. A capa é em xilogravura, Trabalho de artesão, Que esculpe em madeira Um desenho com ponção Preparando a matriz Pra fazer reprodução. Mas pode ser um desenho, Uma foto, uma pintura, Cujo título, bem à mostra, Resume a escritura. 3 É uma bela tradição, Que exprime nossa cultura. Os folhetos de cordel Nas feiras eram vendidos Pendurados num cordão Falando do acontecido, De amor, luta e mistério, De fé e do desassistido. A minha literatura De cordel é reflexão Sobre a questão social E orienta o cidadão A valorizar a cultura E também a educação. Mas trata de outros temas: Da luta do bem contra o mal, Da crença do nosso povo, Do hilário, coisa e tal E você acha nas bancas Por apenas um real. O cordel é uma expressão Da autêntica poesia Do povo da minha terra Que luta pra que um dia Acabem a fome e a miséria, Haja paz e harmonia. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Sabemos que todo profissional precisa estar capacitado o suficientemente para os desafios das mudanças culturais e integração da globalização nos dias atuais. Não é diferente o universo da docência, pois o constante desenvolvimento dos meios de comunicação tem contribuído de maneira significativa para as transformações sociais, e esse meio social em transformação constante corresponde ao meio em que atua o docente. Toda essa transformação tem dirigido muitos estudiosos a dedicarem suas pesquisas para o âmbito da educação, na intenção de se chegar a formação de um profissional cada vez mais preparado a acompanhar as constantes transformações culturais as quais vivemos. Nesse sentido, pensar uma nova forma de ensinar a literatura para os jovens significa pensar no desenvolvimento do país considerando sua totalidade e respeitando a educação como espaço formador de profissionais e cidadãos. Nesse contexto o professor assume papel primordial, pois a postura enquanto educador terá reflexo tanto social quanto econômico no desenvolvimento ou atraso do país. Sabemos que o ensino da educação não existe sem a sociedade, porém a sociedade não existe sem o ensino. 4 Segundo Libâneo (1994): [...] a educação compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato de existirem socialmente; neste sentido, a prática educativa existe numa grande variedade de instituições e atividades sociais decorrentes da organização econômica, política e legal de uma sociedade, da religião, dos costumes, das formas de convivência humana. (LIBÂNEO,1994,p.17) Segundo Lima (1996), saber ouvir se faz necessário para entender a melodia interior e fazer com que esta melodia seja escutada pelo outro, pois a melodia está associada aos sentidos, estímulos. Freire (20 a L 08) afirma que devemos aproveitar o conhecimento adquirido ao longo da caminhada, pois assim o aprendizado terá mais significados. Nos dias atuais não é tão fácil inserir a literatura e suas formas para os jovens, vivemos num mundo globalizado e cheio de facilidade via internet. Ao relacionar os conteúdos estudados com o dia a dia dos alunos é fundamental para melhor aprendizado, é issoque a literatura cordel nos traz, com a linguagem fácil tende a chamar atenções. Cordel nos traz debates entre violeiros, com rimas cantadas e assim conquistam os alunos. Fonte:https://www.nexojornal.com.br A forma em versos facilita a memorização e o aprendizado, o debate em sala de aula é de suma importância para o aprendizado. Assim, ajuda a desenvolver a inteligência, o senso crítico, e a capacidade da oratória. Ao falar do cotidiano de maneira leve absorvemos mais conhecimentos, ao ouvir uma música nossa mente busca guardá-la de maneira mais rápida. Acontecimento esquecidos com o passar do tempo podem ser lembrados facilmente quando recitados pelos cantadores de cordel. Podemos citar a trágica morte de Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954, que forneceu material para elabora vários exemplares de cordel. Foram mais de 2 milhões de folhetos impressos, 5 que se tornou um meio de comunicação relatando as fases vivida por Vargas. A seguir um exemplo de folheto sobre Vagas: “ O GRANDE CHOQUE ” O negro manto da morte Envolve a nossa nação, Na mata o môcho sinistro Canta funérea canção, Tudo é silêncio e degrêdo Tristeza e desolação! O bronze dos velhos sinos Ressoa pausadamente, E o dobre de finados Com sua voz comovente Diz ao mundo que o Brasil Perdeu o seu Presidente. Morreu Getulio, morreu, Morreu nosso chefe amado Cujo coração em vida, Fôra ao povo devotado Hoje o mesmo coração, De balas está crivado! Que triste e cruel desfecho P´ra quem, desde a mocidade, Com um sorriso enfrentava O bem e a fatalidade Lutando contra a miséria, Traição, e perversidade. De DELARME MONTEIRO SILVA, A Morte e os funerais do Presidente Getúlio Vargas, pp. 1-2. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 6 A presente pesquisa tem caráter qualitativo e foi realizada por meio de levantamento bibliográfico sobre o tema em questão. Segundo GIL (2002), a pesquisa bibliográfica é aquela "desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos" (GIL, 2002, p. 44). Nesse sentido a pesquisa foi realizada através de levantamento em sites de busca, periódicos especializados e revistas acadêmicas. Leituras realizadas em canais influenciadores quanto ao tema. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A literatura de cordel não somente no Nordeste, como nas demais regiões são exemplos de suma importância para a aprendizagem da literatura. Proporcionam atividade para desenvolver o prazer da leitura, o aprendizado prazeroso, onde o professor com sua experiência e riqueza de conhecimento é fundamental no auxílio dos alunos. Por meio da leitura somos transportados para vários lugares, podemos sentir um misto de emoções, e a cima de tudo conhecer novo lugares. O habito da leitura precisa vim desde o início da jordana da vida, pois a mesma abre um leque de conhecimentos, Nos dias atuais não é nada fácil inserir a leitura aos jovens, porém é um processo pelo qual o aluno aprende as experiências do ensino do cotidiano. Levar a literatura de cordel para sala de aula significa apresentar um importante meio de comunicação e educação, através das poesias os alunos podem conhecer mais aprofundado a cultura nordestina. É levar o aluno a conhecer um modo de leitura fora do habitual, onde a rima é um dos elementos mais chamativos e interessantes, 5. CONCLUSÃO Podemos afirmar que não existe uma outra forma de poesia popular com tantas elaborações como a de cordel. O ensino da literatura em suas mais variadas formas é um desafio para a escola e os docentes, especialmente o ensino aos jovens, pois a literatura não ocupa um lugar merecido. A literatura de cordel nos possibilita a associar leitura, literatura e oralidade. A forma em versos facilita a aprendizagem, das formas orais e ligada ao cotidiano da sociedade em críticas e argumentos. Cordel leva os debates as salas de aula, onde há importância das colocações de opiniões, onde devemos aprender a escutar e falar sem medos. A escola deve incentivar sempre os trabalhos de literatura de cordel, e abraça todo o modo de literatura. 7 REFERÊNCIAS ANDRADE, Adélia Amorim de. Literatura de cordel: incentivo para a formação de leitores. 21.ed. Campina Grande, 2017. Disponível em: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/15664 . BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70,1979. BERELSON, B. Content analysis. In: Communication Research. New York: University Press, 1952. LUCAS, Zé. Origem da cantoria nordestina. Disponível em http://culturapopularetc.blogspot.com/2010/01/origem-da-cantoria-nordestina.html > Acesso em: 10 set. 2017. GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa, São Paulo, Editora Atlas S.A. 2002. Como trabalhar com a literatura de cordel nas escolas. Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/como-trabalhar-com-a-literatura-de-cordel-nas-escolas/ > 09 jan. 2019. ABREU, Márcia. Histórias de cordéis e folhetos. Campinas: Mercado de Letras: ALB, 1999. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=Jpbd1Y3dNYwC&oi=fnd&pg=PA221&dq=cordel&ots=4N_Q9WfONh&sig=IF_erG 6mv6uwn9PM-juylep3GG4&redir_esc=y#v=onepage&q=cordel&f=false
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