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SÍNDROMES ANSIOSAS

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SÍNDROMES ANSIOSAS 
Os transtornos de ansiedade são condições graves e de 
prejuízo relevante 
Baixas taxas de remissão a curto e médio prazo 
A ansiedade é um sintoma comum de acompanhamento 
a vários outros transtornos 
Nos primários não há déficits neurocognitivos, sintomas 
depressivos ou maníacos ou psicose 
O medo e a ansiedade fazem parte do sistema 
evolucionário útil 
FR – Mulheres, baixa escolaridade, história familiar de 
depressão, abuso sexual na infância, brancos, número de 
experiências traumáticas até os 21 anos, ambiente familiar 
conturbado, baixa autoestima 
PRINCIPAIS 
 TAG – generalizado 
 TEPT – estresse pós-traumático 
 Fobia social 
 Fobias especificas 
 Transtorno de pânico 
Prevalência no mundo de 4% e ao longo da vida de 29% 
Mais recorrente na adolescência, entre adultos jovens, 
pessoas divorciadas, desempregados e baixa condição 
socioeconômica 
 
CARACTERÍSTICAS 
Alta incidência, idade de início precoce, alta taxa de 
subdiagnóstico e não tratamento, associação com 
comorbidades psiquiátricas e clinicas 
ANSIEDADE FISIOLÓGICA 
Comum na maioria dos indivíduos 
Sensação difusa, desagradável e vaga de apreensão, 
muitas vezes acompanhada de cefaleia, perspiração, 
palpitações, aperto no peito, leve desconforto estomacal 
e inquietação – incapacidade de ficar sentado ou em pé 
por muito tempo 
MEDO X ANSIEDADE 
 
A ansiedade é uma resposta normal e adaptativa que 
tem qualidades salva-vidas e adverte sobre ameaças de 
dano corporal, dor, impotência, possível punição ou 
frustração de necessidades sociais ou corporais 
Acompanhada por aumento de atividade somática e 
autonômica controlada pela interação dos sistemas 
nervosos simpático e parassimpático 
SINTOMAS DE ANSIEDADE 
1. Percepção das sensações fisiológicas (palpitação 
e suor) 
2. Percepção do estar nervoso ou assustado 
Além dos efeitos motores e viscerais, a ansiedade afeta 
o pensamento, a percepção e o aprendizado 
 
Os indivíduos ficam predispostos a selecionar certos 
aspectos de seu ambiente e subestimar outros em seu 
esforço 
 
ANSIEDADE PATOLÓGICA 
Um dos grupos mais comuns de doenças psiquiátricas 
1-4 pessoas tem o diagnóstico de pelo menos 1 transtorno 
de ansiedade 
Mulheres tem maior probabilidade 
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA 
Ansiedade e preocupação excessiva com vários eventos 
ou atividades na maior parte dos dias durante um período 
de pelo menos 6 meses 
Pode apresentar sintomas somáticos – cefaleia, sintomas 
gastrointestinais – dores, náuseas, inquietação e tontura 
3-5% na população geral 
Frequentemente coexiste com outro transtorno mental 
Etiologia não bem estabelecida – fatores psicossociais e 
biológicos em conjunto 
Componente genético – difícil quantificação 
CLINICA 
Ansiedade e preocupação continuas e excessivas 
acompanhadas por tensão ou inquietação motora 
Interferência em outros aspectos da vida da pessoa 
Padrão deve ocorrer na maioria dos dias por pelo menos 
6 meses 
DIAGNOSTICO 
Critérios DSM-5 
 A – ansiedade E preocupação excessivas, por 
pelo menos 6 meses, com diversos eventos ou 
atividades 
 B – O indivíduo considera difícil controlar a 
preocupação 
 C – a ansiedade e a preocupação estão 
associadas com 3 ou mais dos seguintes = 
inquietação ou sensação de nervos à flor da 
pele, factibilidade, dificuldade em se concentrar 
ou “branco” na mente, irritabilidade, tensão 
muscular, perturbação do sono  apenas 1 para 
crianças 
 A ansiedade, a preocupação ou os sintomas 
físicos causam sofrimento significativo ou 
prejuízo no funcionamento do individuo 
 A perturbação não se deve aos efeitos 
fisiológicos de uma substancia ou outra condição 
medica 
 Não é mais bem explicada por outro transtorno 
mental 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
Transtorno depressivo maior – indivíduos com TAG não 
costumam ter oscilações significativas de humor ao longo 
do dia, não perdem capacidade de sentir prazer nem 
manifestam ideação suicida / perda do apetite 
Transtorno afetivo bipolar – a aceleração do 
pensamento no TAG se deve a ruminações ansiosas, no 
TAB – são mais intensas alterações de humor 
Transtorno de pânico = preocupações relacionadas a 
possibilidade de ataques de pânico 
Transtorno de ansiedade social – indivíduos com 
preocupações excessivas direcionadas as avaliações 
negativas dos outros 
Transtorno de estresse pós-traumático – sintomas de 
hiperexcitação e ansiedade relacionados especificamente 
aos elementos do evento estressor 
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – 
normalmente não apresentam preocupações frequentes 
e excessivas 
 
TRATAMENTO 
Psicoterapia e farmacoterapia 
 Farmacoterapia – medicações de primeira linha 
 ISRS e ISRN; devem ser iniciadas e retiradas 
de forma gradual – não devem ser considerados 
inefetivos até atingirem a dose minimamente 
adequada e serem continuados por 4-8 semanas 
 Medicação escolhida deve ser mantida por 1 ano 
após estabilização dos sintomas 
 
A pregabalina mostra-se útil no tratamento  1° ou 2° 
linha; quetiapina é indicada como 2° 
BZDs – efetivos na redução dos sintomas ansiosos, 
porem tem uma relação dose-resposta associada a 
tolerância terapêutica, risco de dependência, sedação, 
sintomas cognitivos e aumento da mortalidade; quando 
em combinação com antidepressivos – podem acelerar 
melhora dos sintomas depressivos, mas devem ser 
usados por curto tempo e apenas em crises 
ADT – eficazes e menor custo – efeitos colaterais 
Buspirona – 60-80% dos pacientes  mais eficaz na 
redução de sintomas cognitivos 
 
 
TRANSTORNO DO PÂNICO 
Ataque intenso agudo de ansiedade acompanhado por 
sentimentos de desgraça iminente 
Ansiedade – períodos distintos de medo intenso que 
podem variar de poucos ataques durante um ano 
Os pacientes apresentam uma série de condições 
comorbidas, mais comumente agorafobia, que se refere 
a medo ou ansiedade em relação a lugares dos quais a 
saída poderia ser difícil 
Fator biológico – os sintomas estão relacionados a 
anormalidades biológicas na estrutura e na função do 
cérebro 
A maioria dos trabalhos utilizou estimulantes biológicos 
para induzir ataques de pânico 
Regulação anormal dos sistemas noradrenergicos 
também está envolvido 
O SNA de alguns pacientes exibe aumento do tônus 
simpáticos – adapta-se lentamente a estímulos repetidos 
e responde de maneira excessiva a estímulos moderados 
EPIDEMIOLOGIA 
Mulheres tem 3 vezes mais probabilidade de serem 
afetadas 
História recente de divórcio ou separação – único fator 
social associado 
Costuma surgir em jovens adultos – 25 anos; tem sido 
relatado em crianças e adolescentes 
91% tem pelo menos outro transtorno psiquiátrico 
 
 
Fator genético 
Vários estudos verificaram que parentes em 1° grau de 
pacientes com transtorno de pânico tem risco 4-8x 
maior para o transtorno que parentes de outros 
pacientes psiquiátricos 
Fatores psicossociais 
Origem em uma defesa malsucedida contra impulsos 
provocadores de ansiedade; os pacientes têm uma 
incidência mais alta de acontecimentos de vida 
estressantes nos meses anteriores 
Cerca de 60% das mulheres com ataques de pânico 
apresentam história de abuso sexual 
Psicodinâmica 
 
ATAQUE DE PANICO 
Período súbito de intenso medo ou apreensão que pode 
durar de minutos a horas 
Ataques inesperados ocorrem a qualquer momento e 
não estão associados a um estimulo situacional 
identificável 
Pacientes com fobia social e especifica – costumam ser 
esperados ou indicados por um estimulo especifico 
reconhecido; podem ou não ocorrer quando o paciente 
é exposto a um gatilho 
CLINICA 
O 1° ataque é espontâneo – embora muitos se 
relacionem com excitação, esforço físico, atividade sexual 
ou trauma emocional moderado 
Atividades que podem preceder = álcool, uso de cafeína, 
nicotina ou outras; padrões incomuns do sono e 
alimentação; situações ambientaisespecificas – 
iluminação desagradável no trabalho 
Começa com período de 10 minutos de sintomas 
rapidamente crescentes 
Medo extremo e sensação de morte e tragédia 
iminentes 
Pacientes não conseguem designar a fonte de seu medo 
geralmente; podem se sentir confusos e ter problemas 
para concentração 
Exame formal do estado mental – pode ter ruminação, 
dificuldade de fala e comprometimento da memória; 
possível depressão ou despersonalização 
Sintomas podem desaparecer de forma rápida ou 
gradual 
Preocupações somáticas de morte por problemas 
cardíacos ou respiratórios – principal foco da atenção do 
indivíduo durante o ataque 
DIAGNÓSTICO 
DSM-5 
Ocorrência de 4 ou mais sintomas 
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia 
2. Sudorese 
3. Tremores ou abalos 
4. Sensação de falta de ar ou sufocamento 
5. Sensação de asfixia 
6. Dor ou desconforto torácico 
7. Náusea ou desconforto abdominal 
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou 
desmaio 
9. Calafrios ou ondas de calor 
10. Parestesias ou sensação de formigamento 
11. Desrealização ou despersonalização 
12. Medo de perder o controle ou enlouquecer 
13. Medo de morrer 
Podem ser vistos sintomas específicos da cultura – dor 
na nuca, cefaleia, gritos ou choro – não devem contar 
como um dos quatro sintomas exigidos 
Pelo menos um dos ataques foi seguido de 1 mês (ou 
mais) de uma ou de ambas as características: 
1. Apreensão ou preocupação acerca de ataques 
de pânico adicionais ou sobre suas 
consequências 
2. Uma mudança desadaptativa significativa no 
comportamento relacionada aos ataques 
A perturbação não é consequência dos efeitos 
psicológicos de uma substancia ou de outra condição 
medica 
A perturbação não é mais bem explicada por outro 
transtorno mental 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
Ataques de pânico ocorrem em muitos transtornos de 
ansiedade – fobia social e especifica, TEPT e TOC 
TRATAMENTO 
Longo prazo – a fluoxetina é um agente eficiente para 
o transtorno de pânico com depressão comórbida 
Conservadora – iniciar tratamento com paroxetina, 
sertralina, citalopram ou fluvoxamina no transtorno de 
pânico isolado 
Se o controle rápido de sintomas graves for desejado – 
tratamento breve com alprazolam deve ser iniciado junto, 
seguido pela redução gradativa do BZDs 
 
 
 
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (FOBIA) 
Envolve o medo de situações sociais, incluindo aquelas 
que envolvem escrutínio ou contato com estranhos 
Reflete a diferenciação entre transtorno de ansiedade 
social e fobia especifica, que é o medo intenso e 
persistente de um objeto ou uma situação 
As pessoas com esse transtorno temem se embaraçar 
em situações sociais 
Podem ter medos específicos de realizar determinadas 
atividades – comer ou falar em publico 
Mulheres são mais afetadas que os homens 
Pico da ansiedade na adolescência – comum dos 5 aos 
35 anos 
ETIOLOGIA 
Algumas crianças possivelmente tenham um traço 
caracterizado por um padrão consistente de inibição 
comportamental 
1. Filhos de pais com transtorno de pânico 
2. Podem ter exibido inibição comportamental 
durante a infância 
3. Menos carinho e mais superproteção dos pais 
Fatores genéticos 
Parentes em 1° grau tem 3x mais chance de ser afetados 
do que parentes de 1° grau de indivíduos sem transtornos 
mentais 
Gêmeos monozigóticos – maior frequência do que 
dizigoticos 
CLINICA 
Medo, ansiedade, transtorno do pânico e transtorno 
dismorfico 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
Ansiedade antecipatória, timidez e transtorno de 
personalidade esquiva; mutismo seletivo; transtorno do 
pânico; agorafobia; transtornos depressivos; transtorno 
do espectro autista 
 
 
TRATAMENTO 
Determinado pelo transtorno ansioso em especifico e 
pela necessidade de efeitos ansiolíticos agudos 
Objetiva a remissão dos sintomas 
 
Tempo de latência – 2 a 4 semanas 
Vantagem – bom perfil de tolerabilidade e segurança, 
tratamento de sintomas depressivos comórbidos 
Efeitos colaterais 
 
FOBIA ESPECIFICA 
Medo excessivo de objeto, circunstancia ou situação 
especifica 
Medo intenso e persistente de um objeto ou de uma 
situação 
O diagnóstico requer o desenvolvimento de ansiedade 
intensa, mesmo a ponto de pânico, quando da exposição 
ao objeto temido 
 
ETIOLOGIA 
Evidencias de que alguns medos surgem por 
acondicionamento ou outras formas de aprendizado, 
enquanto outros surgem de forma espontânea ou não 
associativa 
Forma não associativa – considerada como indicação de 
que certas fobias teriam origem inata 
DIAGNOSTICO 
 Tipo animal 
 Tipo ambiente natural 
 Tipo sangue-injeção-ferimentos 
 Tipo situacional 
 Outro tipo 
 
TRATAMENTO 
Terapia de exposição 
Antagonistas de receptores-beta-adrenérgicos  
quando fobia associada com ataques de pânico 
Farmacoterapia (BZDs), a psicoterapia ou terapia 
combinada dirigida aos ataques também podem ser 
benéficas 
OUTROS TRANSTORNOS DE ANSIE DADE 
Presença de sintomas de ansiedade decorrente de 
outras condições medicas 
Caracterizar se o transtorno é por sintomas 
generalizados ou crises de pânico 
CLINICA 
Sintomas idênticos aos transtornos primários; destaca-se 
o pânico (miocardiopatas) 
TRATAMENTO 
Tratar a condição subjacente; se o tratamento não 
reverter – seguir as diretrizes para transtorno mental 
especifico 
TRANSTORNO INDUZIDO POR SUBSTANCIAS 
Ansiedade devido ao abuso de drogas, medicamentos, 
venenos e álcool 
Condição comum – advento das drogas recreativas e 
utilização de medicamentos prescritos 
Simpatomiméticos (cocaína) e serotonérgicos (LSD)

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