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ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 110 CAPÍTULO 5- PERDAS DE PROTENSÃO AO LONGO DO TEMPO 5.1 INTRODUÇÃO Da mesma forma como durante a operação de protensão a tensão ao longo de um cabo se altera, em geral, diminuindo devido às perdas imediatas, também devido aos fenômenos reológicos que estão sujeitos tanto concreto como o aço a tensão na armadura de protensão diminui, ao longo do tempo, mesmo quando se considera uma seção em particular. A tensão em um ponto do cabo depende da seção que está sendo considerada e também da idade do concreto nesta seção. As características mecânicas e elásticas do concreto assim como a do aço variam ao longo do tempo quando solicitados seja por esforço ou por deformação. A partir de agora todos os raciocínios aqui desenvolvidos se aplicam a protensão com aderência, supondo-se assim que a deformação do aço de protensão e do concreto em sua superfície de contato é a mesma. Desta forma a primeira expressão a ser considerada é a que indica esta igualde de deformação específica: pici εε = (5.1) Com ciε - deformação específica do concreto junto a armadura no ponto i cpε - deformação específica da armadura de protensão no ponto i Os principais fenômenos reológicos do concreto endurecido são: a retração e fluência que se somam a relaxação da armadura. A armadura de protensão adquire a maior parte de seu esforço a partir de seu estiramento que é mantido através da sua ancoragem à estrutura de concreto ou através a aderência à mesma (armadura estrutura de concreto). Assim se a estrutura de concreto se deforma (se encurta no caso) ao longo do tempo, parte do estiramento da armadura desaparece, ou seja, há uma perda de protensão da armadura. Estas perdas se dão, portanto devido à retração e à fluência do concreto. Já quando a armadura é estirada e mantida desta forma há uma tendência da tensão da mesma diminuir com o tempo o que causaria a perda por relaxação do aço. Conceituando de forma simplista a retração é a variação volumétrica (com diminuição de volume) que o concreto sofre depois de endurecido. Na verdade a retração começa ocorrer logo após o lançamento do concreto, porém para determinar a perda de protensão causada só interessa a parte do fenômeno que ocorre depois da atuação da mesma (protensão). De uma maneira geral a retração é devida principalmente devido à saída da água que não reage com o cimento (água em excesso). Desta forma pode-se perceber que além do tempo as variáveis que interferem no processo são a temperatura e umidade do ambiente além da espessura da peça e a quantidade de água (em geral avaliada pela plasticidade do concreto). Lembrar que todo concreto é poroso porém há também outras propriedades tais como a comunicação entre os poros que afetariam a questão da permeabilidade e portanto da saída da água. Da maneira como é definida a retração ela não depende da introdução de ações. O fenômeno ocorre mesmo que o concreto esteja com estado de tensão, devido às ações externas, nulo, porém a armadura existente na peça de concreto armado ou protendido impede a retração livre da peça embora na maioria das vezes este efeito seja desprezado. Desta forma quando se considera a retração ocorrendo sem que ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 111 haja impedimento às deformações provocadas diz-se tratar de retração livre e são estes valores que, em geral, as experiências apresentam chamando-se a atenção que, na prática, é praticamente impossível isto ocorrer. Para entender a fluência pode-se, entre outros modelos, associar-se um elemento linear de concreto como sendo um conjunto, colocado em série, de uma mola associada a um pistão com líquido viscoso dentro e com pequenos furos na outra extremidade. Introduzindo um carregamento (força axial P ver figura 5.1) ocorrerá uma deformação imediata (a0), devida a deformação da mola, e uma deformação que vai ocorrendo com o escape do fluído pressionado dentro do pistão através dos pequenos orifícios. Devido a viscosidade do fluído e a pequena dimensão dos furos está deformação cresce lentamente com o tempo chegando até a∞. ∞ Figura 5.1 Modelo teórico de analogia do concreto para explicar a fluência do concreto armado e a variação do deslocamento ao longo do tempo. Assim como no caso da retração livre a fluência pura é aquela devida a uma ação introduzida no tempo t0 e mantida constante ao longo do tempo. Lembrar porem a protensão devido à própria perda por fluência e à retração varia e diminui ao longo do tempo, assim a fluência (decorrente da protensão) na prática não é a pura embora os valores desta possam ser considerados a favor da segurança, pois são maiores que a relativa à fluência não pura. Outro detalhe importante é que as ações que provocam a fluência têm caráter permanente, ou seja, as ações acidentais têm curta duração e não provocaram a deformação ao longo do tempo, porem para edificações residenciais e comercias pode-se considerar a combinação quase permanente da NBR6118:2003 como a causadora da fluência e portanto os efeitos de p (protensão) g1 (ação de pesos próprio), g2 (sobrecarga permanente) e cerca 40% (ver capítulo 7) de q (carga acidental). Quando a armadura é estirada surge a tensão de protensão que com o tempo irá diminuindo pela propriedade da relaxação do material. Se o alongamento for mantido constante tem-se a relaxação pura que como no caso da fluência é maior da que ocorre com a variável. A perda por relaxação depende fundamentalmente da tensão em que está estirada a armadura porem assim como no caso da fluência decresce devido às outras perdas e inclusive a própria. Considerando a relaxação pura ocorre uma perda maior que a devida a relaxação não pura que ocorre na prática. Por último como todas as perdas dependem de deformação do concreto e do aço a aderência entre eles tem muita importância e, por exemplo, no caso de cordoalhas engraxadas as perdas seriam calculadas para a seção da ancoragem e a favor da segurança considerada a mesma para as demais seções. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 112 No quadro 1 dado a seguir resume-se alguns dos conceitos simplificados aqui introduzidos. QUADRO 1 – Considerações sobre efeitos reológicos concreto e aço Fenômeno Atuação -origem Causa efeito no concreto Efeito no aço Retração Concreto Variação de volume encurtamento perda de tensão Fluência Concreto Tensão permanente encurtamento perda de tensão Realação Aço deformação permanente ------------ perda de tensão Antes de prosseguir o estudo das perdas é preciso frisar que a fluência do concreto ocorre tanto para a parte comprimida quanto na parte tracionada do mesmo em uma seção como pode ser visto com detalhes na bibliografia apresentada no final deste capítulo principalmente em GALI e FAVRE (1986). Ainda em relação a fluência e relaxação eles são fenômenos afins que guardam uma relação entre eles e portanto pode-se através da determinação da relaxação, por exemplo, obter os valores de fluência como é mostrado em CASTRO (1982). Nos itens seguintes são descriminadas as expressões que permitem calcular as perdas devidas à retração fluência do concreto e a relaxação da armadura. 5.2-Deformações O cálculo das deformações específicas, tanto do aço como a do concreto, e depois a sua compatibilazação é o ponto fundamental do equacionamento das perdas ao longo do tempo. Nos próximos itens são mostrados os valores das deformações específicas que podem ocorrer nestes materiais.5.2a Deformações do Concreto Há dois casos a considerar: um que a tensão se mantém constante no intervalo e outro em que há variação de tensão no intervalo. 5.2a1- Tensão constante Quando não há impedimento à livre deformação do concreto, e a ele é aplicada, no tempo to, uma tensão constante no intervalo t - to sua deformação total, no tempo t, vale: ec (t)= ec (to) + ecc (t) +ecs (t) (5.2) onde: ec (to) = σc (to) / Ec (to) = deformação específica imediata do concreto, por ocasião do carregamento considerado, com Ec (to) (neste caso módulo de elasticidade do concreto tangente) calculado pela equação 5.3, dada a seguir para j = to. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 113 1/2cjct f5.600E ⋅= (unidades em MPa) (5.3) ecc (t) = [σc (to) / Ec28] ϕ (t, to)= deformação por fluência, no intervalo de tempo (t, to), com Ec28 calculado pela mesma equação (5.3) para j = 28 dias. ϕ (t, to) = coeficiente de fluência no período t0 até t ecs (t) = deformação por retração, no intervalo de tempo (t, to) Vale agora lembrar pelo que se escreveu que: ϕ (t, to) =ecc (t)/ ecc (t0) (5.4) 5.2a2- Tensão Variável no intervalo Quando há variação de tensão ao longo do intervalo, induzidas por ações externas ou agentes de diferentes propriedades reológicas (incluindo-se armadura, concretos de diferentes idades, etc), a deformação total no concreto pode ser calculada por: ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) τ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ τϕ+τ∂ σ∂∫+ε+ϕσ+σ=ε τ=τ d E t, E 1 t,t t,t E t tE t c28 o c c t t ocso 28c oc oc oc tc o (5.5) em que os três primeiros termos representam a deformação não impedida e a integral, os efeitos da variação de tensões ocorridas no intervalo. Permite-se substituir a expressão (5.5) por ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ αϕ+σΔ+ε+⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ϕ+σ=ε 28c o oc ococs 28c o oc octc E t,t tE 1 t t,t E t,t tE 1t (5.6) em que: Δσc (t, to) = variação total de tensão no concreto, no intervalo (t, to), e α= coeficiente característico que tem valor variável conforme o caso e resulta da integração do último termo da expressão (5.5). No cálculo de perdas de protensão de casos usuais onde a peça pode ser considerada como concretada de uma só vez e a protensão como aplicada de uma só vez, pode-se adotar α=0,5 e admitir Ec(to) = Ec28, como é feito em 5.7. Observar que aquele item considera que o coeficiente de fluência do concreto ϕ = ϕa + ϕf + ϕd é um coeficiente de deformação lenta irreversível com as propriedades definidas para ϕf . Nos outros casos usuais pode-se considerar α = 0,8, mantendo Ec(to) ≠ Ec28 sempre que significativo. Essa aproximação tem a vantagem de tratar ϕ como uma única função, sem separar ϕa, ϕf, e ϕd. É possível separar ϕa, ϕf, e ϕd , mas para isso é necessário aplicar a equação integral 5.5 ao problema em estudo. A equação 5.6 não se aplica nesse caso. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 114 Especial atenção deve ser dada aos casos em que as fundações são deformáveis ou parte da estrutura não apresenta deformação lenta, como o caso de tirantes metálicos. 5.2 b Deformações na armadura Assim como no caso do concreto neste caso há duas situações a considerar: quando há uma deformação mantida constante e outra em que há variação da deformação. 5.2 b1 Deformação constante - Quando a armadura é solicitada em situação análoga à descrita em A.2.1.1, sua deformação vale: ( ) ( ) ( ) ( )o s os s os s t,t E t E t t χσ+σ=ε (5.7) onde: σs (to) / Es = deformação imediata, por ocasião do carregamento [σs (to) / Es] χ (t, to) = deformação por fluência, ocorrida no intervalo de tempo (t, to) e considerada sempre que σs (to) > 0,5 ftpk 5.2 b2 Deformação variável - Quando a livre deformação por fluência é impedida, em situação análoga à descrita em 52b1 para o concreto, a deformação total pode ser calculada por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) [ ])t(t, 1 E t,t t,t E t E t t o s os o s os s os s χ+σΔ+χσ+σ=ε (5.8) onde: Δσs (t, to) =variação total de tensão na armadura, no intervalo (t, to). 5.3 Perdas de protensão: Considerações e simplificações a serem feitas. Em muitas situações em que as variações de tensões no concreto e na armadura é pequena pode-se fazer uma série de simplificações. A primeira delas é considerar que as perdas podem ser consideradas de forma isolada, ou seja, que cada uma é independente da outra. Assim vale a seguinte expressão: Δσp,c+s+r(t,to)= Δσpc(t,to) + Δσps(t,to)+Δσpr(t,to) (5.9) Com Δσp,c+s+r(t,to) – perda total de protensão devido fluência, retração e relaxação Δσpc(t,to) - perda de protensão devido fluência (considerando-a isolada) Δσps(t,to) - perda de protensão devido retração Δσpr(t,to) - perda de protensão devido a relaxação (considerando-a isolada) Ainda após esta simplificação com será visto posteriormente há duas possibilidades aconsiderar: uma em que se usa os valores característicos superiores da deformação específica de retração e fluência do concreto e deoutra maneira um cálculo mais detalhado ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 115 das deformações específicas calculadas usando o anexo A de NBR6118:2003 mostrados nos itens posteriores. Finalmente no item 5.10 será mostrada como pode ser feita a interação dos diversos fenômenos reológicos no cálculo das perdas. 5.4 Valores característicos superiores da deformação específica de retração e de fluência Em casos onde não é necessária grande precisão, os valores finais do coeficiente de fluência ϕ(t∞,to) e da deformação específica de retração ∈cs(t∞,to) do concreto, submetido a tensões menores que 0,5fc quando do primeiro carregamento, podem ser obtidos, por interpolação linear, a partir da Tabela 5.1. Esta tabela fornece o valor do coeficiente de fluência ϕ(t∞,to) e da deformação específica de retração εcs(t∞,to) em função da umidade ambiente e da espessura equivalente 2Ac/u, onde Ac é a área da seção transversal e u é o perímetro desta seção em contato com a atmosfera. Os valores desta tabela são relativos a temperaturas do concreto entre 10 e 20°C, podendo-se, entretanto, admitir temperaturas entre 0 e 40°C. Esses valores são válidos para concretos plásticos e de cimento Portland comum. Tabela 5.1 - Valores característicos superiores da deformação específica de retração ∈ cs(t∞,to)e do coeficiente de fluência ϕ(t∞,to). Umidade Ambiente (%) 40 55 75 90 Espessura Equivalente 2Ac/u (cm) 20 60 20 60 20 60 20 60 to(dias) 5 4,4 3,9 3,8 3,3 3,0 2,6 2,3 2,1 ϕ(t∞,to) 30 3,0 2,9 2,6 2,5 2,0 2,0 1,6 1,6 60 3,0 2,6 2,2 2,2 1,7 1,8 1,4 1,4 ∈cs(t∞,to) to(dias) 5 -0,44 -0,39 -0,37 -0,33 -0,23 -0,21 -0,10 -0,09 (por mil) 30 -0,37 -0,38 -0,31 -0,31 -0,20 -0,20 -0,09 -0,09 60 -0,32 -0,36 -0,27 -0,30 -0,17 -0,19 -0,08 -0,09 Deformações específicas devidas à fluência e à retração mais precisas deverão ser calculadas segundo indicação dos itens posteriores e presentes no Anexo III da NBR6118:2003. 5.5 Cálculo da deformação específica de retração do concreto O valor da retração do concretodepende da: umidade relativa do ambiente, consistência do concreto no lançamento e espessura fictícia da peça. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 116 Entre os instantes to e t a retração é dada pelos valores superiores indicados na tabela 5.1 do item anterior ou de maneira mais detalhada por: εcs (t, to) = εcsoo [ βs (t) - βs (to) ] (5.10) Onde: εcsoo = ε1s . ε2s = valor final da retração ε1s = coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente e da consistência do concreto (Tabela 5.2) ε2s = coeficiente dependente da espessura fictícia da peça fic fic s2 h38,20 2h 33 + +=ε (5.11) em que hfic é a espessura fictícia definida adiante e empregada nesta fórmula em centímetros βs (t) ou βs (to) = coeficiente relativo á retração, no instante t ou to (Figura 5.2) t = idade fictícia do concreto no instante considerado, em dias (a idade fictícia será definida também) to = idade fictícia do concreto no instante em que o efeito da retração na peça começa a ser considerado, em dias A espessura fictícia do elemento dada pela seguinte expressão: ar c fic u 2A h γ= (5.12) Onde: γ = coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente U% (Tabela 5.2) sendo γ = 1 + exp (-7,8 + 0,1U) Ac = área da seção transversal da peça Uar = parte do perímetro externo da seção transversal da peça em contato com o ar Tabela 5.2 - Valores numéricos usuais para a determinação da fluência e da retração FLUÊNCIA φ1C (1) RETRAÇÃO 104 . εls (2) AMBIENTE UMIDADE U Abatimento de acordo com a NBR-7223 (em cm) (3) γ ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 117 0 - 4 5 – 9 10 - 15 0 - 4 5 - 9 10 - 15 (4) Na água - 0,6 0,8 1,0 +1,0 +1,0 +1,0 30 Em ambiente muito úmido imediatamente acima da água 90% 1,0 1,3 1,6 - 1,0 - 1,3 - 1,6 5,0 Ao ar livre, em geral 70% 1,5 2,0 2,5 - 2,5 - 3,2 - 4,0 1,5 Em ambiente seco 40% 2,3 3,0 3,8 - 4,0 - 5,2 - 6,5 1,0 (1) φ1c = 4,45 - 0,035U para abatimentos 5-9 e U ≤ 90; (2) 1590 U 484 U - 6,16 - . 10 2 ls 4 +=ε para abatimentos de 5-9 e U < 90 (3) Os valores para U ≤ 90 e abatimentos 0-4 são 25% menores e para abatimento 10-15 são 25% maiores (4) γ = 1 + exp (-7,8 + 0,1U) para U ≤ 90. Nota: Para efeito de cálculo, as mesmas expressões e os mesmos valores numéricos podem ser empregados no caso de tração. 100 . 100100 100100100 (t) 23 23 s EtDtCt tBtAt +⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛⋅+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛⋅+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛⋅+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ =β A=40; B=116h3-282h2+220h-4,8; C=2,5h3-8,8h+40,7; D=-75h3+585h2+496h-6,8; E=-196h4-88h3+584h2-39h+0,8; h é a espessura fictícia em metros; para valores h fora do intervalo de 0,05 e 1,6m usam-se os valores extremos. t é o tempo em dias Figura 5.2 - Variação βs(t) ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 118 Para cálculo dos diversos valores envolvidos é preciso considerar a idade fictícia α. tef em dias, quando o endurecimento se faz à temperatura ambiente de 200C e, nos demais casos, quando não houver cura a vapor, a idade a considerar é a idade fictícia dada por: i t . 30 10 T t ef,i i Δ+∑α= (5.13) Onde: t = idade fictícia, em dias α = coeficiente dependente da velocidade de endurecimento do cimento; na falta de dados experimentais permite-se o emprego dos valores constantes da Tabela 5.3. Ti= temperatura média diária do ambiente (0C) Δtef,i = período em dias, durante o qual a temperatura média diária do ambiente, Ti, pode ser admitida constante . Tabela 5.3- Valores da fluência e da retração em função da velocidade de endurecimento do cimento α Cimento Fluência Retração De endurecimento lento AF 250, AF 320, POZ 250, POZ 320, MRS, ARS 1 De endurecimento normal CP 250, CP 320, CP 400 2 1 De endurecimento rápido ARI 3 AF- alto forno; ARI- alta resistência inicial; ARS- alta resistência a sulfatos; C- cimento portland; RS- moderada resistência a sulfatos; POZ- pozolânico 5.6 Cálculo da deformação específica de fluência do concreto A deformação por fluência do concreto (εcc) compõe-se de duas partes, uma rápida e outra lenta. A fluência rápida (εcca) é irreversível e ocorre durante as primeiras 24 horas após a aplicação da carga que a originou. A fluência lenta é por sua vez composta por duas outras parcelas: a deformação lenta irreversível (εccf) e a deformação lenta reversível (εccd). εcc = ε cca + εccf + εccd (5.14) εc′ total = εc + εcc = εc (1 + ϕ) ϕ = ϕa + ϕf + ϕd Onde: ϕa = coeficiente de fluência rápida (irreversível) ϕf = coeficiente de deformação lenta irreversível ϕd = coeficiente de deformação lenta reversível Para o cálculo dos efeitos da fluência, quando as tensões no concreto são as de serviço, admitem-se as seguintes hipóteses: a) a deformação por fluência εcc varia linearmente com a tensão aplicada; ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 119 b) para acréscimos de tensão aplicados em instantes distintos, os respectivos efeitos de fluência se superpõem; c) a fluência rápida produz deformações constantes ao longo do tempo; os valores do coeficiente φa são função da relação entre a resistência do concreto no momento da aplicação da carga e a sua resistência final; d) o coeficiente de deformação lenta reversível ϕd depende apenas da duração do carregamento; o seu valor final e o seu desenvolvimento ao longo do tempo são independentes da idade do concreto no momento da aplicação da carga; e) o coeficiente de deformação lenta irreversível ϕf depende de: - umidade relativa do ambiente (U) - consistência do concreto no lançamento - espessura fictícia da peça hfic (ver 5.19) - idade fictícia do concreto (ver 5.20) no instante (to) da aplicação da carga - idade fictícia do concreto no instante considerado (t) f) para o mesmo concreto, as curvas de deformação lenta irreversível em função do tempo, correspondentes a diferentes idades do concreto no momento do carregamento, são obtidas, umas em relação às outras, por deslocamento paralelo ao eixo das deformações conforme a Figura 5.3. Figura 5.3- Variação εccf (t) Assim valor da deformação específica do concreto total é dada por )t(t, . E )t,t( o c28 c ccdccaocc ϕσ=ε+ε=ε (5.15) No instante t a deformação devida á fluência é dada por: com Ec28 calculado conforme equação 5.3 para j=28 dias. O coeficiente de fluência ϕ (t,to), válido também para a tração, é dado por: ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 120 ϕ (t,to) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd (5.16) Onde: t = idade fictícia do concreto no instante considerado, em dias to = idade fictícia do concreto ao ser feito o carregamento, em dias ϕa = coeficiente de fluência rápida, determinado pela expressão ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= ∞ )( )(18,0 0 tf tf c c aϕ (5.17) )t(f )t(f ooc oc = função de crescimento da resistênciado concreto com a idade, que pode ser obtida usando a expressão de 1β do capítulo 3 que correlaciona a resistência do concreto em um tempo t com o valor de fck que é a resistência a 28 dias ck cj 1 f f =β (5.18) com ( )[ ]{ }2/11 t/281exp −×= sβ (3.4) onde: t é a idade efetiva do concreto, em dias. Assim basta aplicar (3.4) para t=to e para t=10.000 (considerado infinito) para obter-se relação )t(f )t(f ooc oc . Tabela 5.4- Valores da relação )( )( 28tf tf c ooc considerando 000.10=oot dias para concreto de cimento Valor de s )( )( 28tf tf c ooc CPIII e IV; 0,38 1,433 CPI e II; 0,25 1,267 CPV-ARI; 0,20 1,208 O valor de ϕfoo = ϕ1c.ϕ2c = valor final do coeficiente de deformação lenta irreversível ϕ1c = coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente U% e da consistência do concreto dado pela tabela 5.2. ϕ2c = coeficiente dependente da espessura fictícia hfic da peça, definida por ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 121 fic fic c2 h 20 h 42 + +=ϕ (5.19) com hfic em centímetros βf(t) ou βf(to) = coeficiente relativo à deformação lenta irreversível, função da idade do concreto (Figura 5.3) ϕdoo = valor final do coeficiente de deformação lenta reversível que é considerado igual a 0,4 βd = coeficiente relativo à deformação lenta reversível função do tempo (t - to) decorrido após o carregamento 70 t - t 20 t - t o o d + +=β (5.20) (t) 2 2 f DtCt BtAt +⋅+ +⋅+=β A=42h3-350h2+588h+113; B=768h3-3060h2+3234h-23; C=-200h3+13h2+1090h+183; D=7579h3-31916h2+35343h+1931; h é a espessura fictícia em metros; para valores h fora do intervalo de 0,05 e 1,6m usam-se os valores extremos. t é o tempo em dias Figura 5.4 – Gráfico da variação βf(t). 5.7 Perda por retração do concreto (consideração do efeito isolado) Imaginando inicialmente que se tem a retração livre e desta forma o encurtamento que o concreto de uma seção estudada será igual a εc,c(t0,∞) (neste caso o s subscrito ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 122 corresponde a abreviação da palavra shrinkage significando retração em inglês) e que havendo a aderência entre o concreto e a armadura (εp=εcs (t, to)) corresponderá a um encurtamento na armadura e assim uma perda de tensão dada por Δσp,s(t, t0)= εcs (t, to). Ep (5.21) EXEMPLO 5.1 Calcular a perda por retração que um cabo sofrerá atuando em uma viga que tem bw=0,86 m h=2 m, foi protendida com o concreto com 5 dias de idade e em um ambiente de Ur=75%. Considerar Ep = 2,0 .105 MPa. Considerando a expressão (5.21) Δσp,s(t, t0)= εcs (∞, to). Ep e ainda o valor aproximado de εcs (∞, to) dado em 5.1 com 2Ac/u= =+⋅ ⋅⋅ )286,0(2 286,02 0,60 m obtêm-se εcs (∞, to)= 2,1.10-4 Δσp,s(t, t0)= 2,1.10-4 . 2,0 .105 = 42 MPa. EXEMPLO 5.2 Calcular a perda por retração do cabo do problema anterior decorrido 12 meses. Considerar como dados adicionais concreto com abatimento entre 5 e 9 cm, e temperatura média de 200C. Considerando a expressão (5.21) Δσp,s(t, t0)= εcs (t, to). Ep e agora o valor de εcs (t, to) dado por εcs (t, to) = εcsoo [ βs (t) - βs (to) ] (5.10) ar c fic u 2A h γ= = 1,5 x 0,60 = 0,90 m =90 cm (o valor de g=1,5 obtido na tabela 5.2) fic fic s2 h38,20 2h 33 + +=ε = =+ + 9038,20 2x90 33 x 0,73 tem-se εcsoo = ε1s . ε2s = 3,2 x 0,73=2,33 ε1s =3,2 coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente e da consistência do concreto (Tabela 5.2) βs (t) ou βs (to) = coeficiente relativo á retração, no instante t ou to (Figura 5.1) Em se tratando de temperatura de 200C as idades, para a retração, são as mesmas e assim resulta βs (∞) = 0,98 e βs (5)=0 εcs (∞, to) = 2,33 [ 0,92 - 0 ]= 2,15 Δσp,s(∞, t0)= 2,15.10-4 . 2,0 .105 = 43 MPa. Para 12 meses apenas mudará o valor de βs (360) = 0,11 εcs (360, to) = 2,33 [ 0,11 - 0 ]=0,25 ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 123 Δσp,s(360, 5)= 0,25.10-4 . 2,0.105 = 5,0 MPa. Observar que por se tratar de peça bastante espessa em um ano praticamente só 10 % da retração ocorreu. Verificar a diferença encontrada no exemplo anterior e neste para o valor no tempo infinito que se deve basicamente ao caráter de simplificação da primeira tabela (tabela 5.1). Notar também que qualquer variação em umidade e consistência do concreto pela tabela 5.1 o valor obtido de perda é o mesmo. 5.8 Cálculo da perda de protensão por fluência do concreto (consideração do efeito isolado). Supõe-se inicialmente, como foi feito no estudo da retração, que a fluência que ocorre seja a pura assim, a ação causadora da deformação se mantem constante. Considerando que as ações de caracter permanente provoquem compressão (e desta forma o encurtamento) em uma fibra do concreto, no nível do centro de gravidade da armadura, devido ao efeito da fluência tem-se, no tempo infinito, a deformação específica de εc,c(t0,∞) (neste caso o segundo c subscrito corresponde a abreviação da palavra creep significando fluência em inglês). Assim, considerando a aderência entre o concreto e a armadura (εp=εc,c (t, to)) há um encurtamento correspondente na armadura de protensão e portanto uma perda de tensão dada por Δσp,c(∞, t0)= εc,c (t, to). Ep (5.22) que vale também para um tempo t qualquer Δσp,c(t, t0)= εc,c (t, to). Ep (5.22a) ou ainda Δσp,c(t, t0)= εc,0 φ(t, to). Ep e Δσp,c(t, t0)= c cgp E σ φ(t, to). Ep com finalmente Δσp,c(t, t0)= cgpσ . φ(t, to). αp (5.23) A tensão cgpσ é a tensão que ocorre no concreto no nível do centro de gravidade da armadura de protensão e devido à ação das cargas permanentes inclusive a protensão sendo dada pela expressão: e I M I eN A N i gi p c p cgp ∑ −+= 2.σ (5.24) ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 124 Com os valores de Np a força de protensão total, I- inércia da seção transversal e excentricidade dos cabos de protensão. ∑ i giM = Mg1+ Mg2+.......+Mgn Mg1 – momento fletor devido a carga permanente estrutura Mg2 – momento fletor devido a sobrecarga permanente estrutural, ou outra carga de caráter permanente. Chama-se a atenção que parcela da carga acidental q (correspondente a ψ2) também tem caráter permanente e assim deve ser considerada na expressão 5.24. Deve-se ter o cuidado quando se considera diversas ações de caráter permanente que o tempo inicial a ser considerado por cada uma destas ações pode ser bem diferente, ou seja, o peso próprio estrutural entra em ação, pelo menos em parte, junto com a ação de protensão no tempo t=t0 e a parcela da carga acidental pode entrar cerca de um mês ou mais depois. Como a protensão, em geral, é a única ação que provoca ação de compressão no concreto próximo ao cg dos cabos as demais ações estão provocando tração, ou seja, diminuindo a perda de protensão. Ao se considerar portanto todas as ações permanentes atuando no mesmo tempo t=t0 esta se calculando uma perda inferior a que pode ocorrer. Também ao se considerar na expressão 5.24 apenas Mg1 pode-se avaliar a perda de protensão com excesso. EXEMPLO 5.3 Calcular a perda por fluênciado concreto que um cabo sofrerá atuando em uma viga que tem bw=0,86 m h=2 m, foi protendida com o concreto com 5 dias de idade e em um ambiente de Ur=75%. Considerar Ep = 2,0 .105 MPa, fck=30 MPa, e σcg,p=4 MPa. Considerando a expressão (5.22) Δσp,s(t, t0)= c cgp E σ φ(t, to). Ep o valor aproximado de ϕ(∞, to) é dado em 5.1 com 2Ac/u= =+⋅ ⋅⋅ )286,0(2 286,02 0,60 m obtêm-se ϕ(∞, 5)= 2,6 Ec=5600. 30 =30.672 MPa Δσp,s(t, t0)= 30672 4 2,6. 2,00x105=67,8 MPa EXEMPLO 5.4 Calcular a perda por fluência do concreto do cabo do problema anterior decorrido 12 meses. Considerar como dados adicionais concreto com abatimento entre 6 e 9 cm, temperatura média de 200C e cimento Portland. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 125 A perda é calculada da mesma forma mudando-se apenas o valor do coeficiente de fluência dado agora por: ϕ (t,to) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd (5.16) Necessário inicialmente considerar a idade fictícia em dias dada por i t . 30 10 T t ef,i i Δ+∑α= (5.13) com α-2 (cimento normal e tabela 5.3) , Ti= 200C. Assim para 5 dias tem-se 10 dias, para 360 tem-se 720 dias de idade fictícia. de (5.18) tem-se ckc ftf .)( 10 β= e de (3.4) ( )[ ]{ }2/11 t/281exp −×= sβ = ( )[ ]{ }2/15/28125,0exp −× =0,71 assim ckc ftf .71,0)( 0 = Como da tabela 5.4 ckc ftf .26,1)( =∞ )t(f )t(f ooc oc = 26,1 71,0 =0,564 [ ] =−=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= ∞ 5647,018,0 )( )(18,0 0 tf tf c c aϕ 0,351 Para cálculo de γ usa-se γ = 1 + exp (-7,8 + 0,1U) γ = 1 + exp (-7,8 + 0,1.0,75)=1,74 Com (5.12) ar c fic u 2A h γ= = 104 86)(2002 86)2(200 74,1 =+⋅ ⋅⋅ cm φ1c = 4,45 - 0,035U= 4,45 - 0,035.75=1,825 =+ +=+ += 104 20 104 42 h 20 h 42 fic fic 2cϕ 1,177 ϕfoo = ϕ1c.ϕ2c = 1,825 x 1,177 =2,14 βf(∞)=0,92 βf(10) = 0,2 βf(720)=0,6 coeficiente relativo à deformação lenta irreversível, função da idade do concreto (Figura 5.3) ϕdoo = 0,4 βd = 70 10-720 20 10 - 720 70 t-t 20 t-t o o + +=+ + =0,935 ϕ (360,5) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd=0,351+2,14x(0,6-0,2)+0,4x0,935= 1,581 ϕ (∞,5) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd=0,351+2,14x(0,92-0,2)+0,4x1= 2,291 Δσp,s(360,5)= ⋅30672 4 1,581. 2,00x105=41,2 MPa Δσp,s(∞,5)= ⋅30672 4 2,291. 2,00x105=59.8 MPa ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 126 Verificar a diferença encontrada no exemplo anterior e neste para o valor no tempo infinito que se deve basicamente ao caráter simplificado do uso da tabela 5.1. EXEMPLO 5.5 Calcular a tensão que teria uma armadura de protensão usando o aço comum CA25 considerando as perdas por fluência e retração do concreto com as condições dos problemas 5.1 e 5.3. Considerar ainda uma tensão inicial de protensão de 0,5 fyd. Se as condições forem mantidas a perda devidas aos dois efeitos será igual a soma de cada um deles: Δσp,c+s(∞,5)= Δσp,s (∞,5)=+ Δσp,c(∞,5) = 42+67,8≅ 110 σp(∞)= Δσp,i-Δσp,c+s(∞,5)= 0,5 x 250 –110= 125 –110 = 15 Mpa. A tensão atuante que sobraria no aço é muito pequena e nem compensaria efetuar a protensão com um aço deste tipo. Foi avaliando corretamente as perdas que Eugene Freyssinet na década de 30 conseguiu perceber que seria preciso usar aços com valores de tensão de escoamento e de ruptura altos. 5.9 Perda por relaxação da armadura (consideração do efeito isolado) A intensidade da relaxação pura do aço (deformação constante) é determinada pelo coeficiente ψ(t, to) definido por: ψ(t, to) = pi opr )t(t, σ σΔ (5.25) onde: Δσpr(t, to)= perda de tensão por relaxação pura (com comprimento constante) desde o instante to do estiramento da armadura até o instante t considerado σpi= tensão da armadura de protensão no instante de seu estiramento A relaxação de fios e cordoalhas, após 1000h a 20°C (Ψ1000) e para tensões variando de 0,5 a 0,8 fptk, obtida em ensaios descritos na NBR 7484, não deve ultrapassar os valores dados na NBR 7482 e na NBR 7483,respectivamente. Para efeito de projeto, os valores de Ψ1000 da Tabela 5.4 podem ser adotados. Tabela 5.4 - Valores de Ψ1000, em % Cordoalhas Fios Barras Tensão inicial RN RB RN RB 0,5 fptk 0 0 0 0 0 0,6 fptk 3,5 1,3 2,5 1,0 1,5 0,7 fptk 7 2,5 5 2 4 0,8 fptk 12 3,5 8,5 3 7 Os valores correspondentes a tempos diferentes de 1.000 horas, sempre a 200C, podem ser determinados a partir da seguinte expressão: ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 127 ψ(t, to) = ψ1000 . t t o−⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟41 67 0 15 , , para (t, to) em dias (5.26) • para tensões inferiores a 0,5 fptk admite-se que não haja perda de protensão por relaxação; • Para valores intermediários dados na tabela 5.4 pode ser feita uma interpolação linear; • Para tempo infinito pode-se considerara ψ (∞, t0) = 2,5 . ψ1000 EXEMPLO 5.6 Calcular a perda por relaxação de um cabo que na seção em que esta sendo analisado tem uma tensão no tempo zero (após as perdas iniciais) 1247 MPa. Considerar aço CP190RB. Calculando inicialmente o nível de tensão que ocorre no cabo tem-se: R= 1900 1247 =0,656 Consultando a tabela 5.4 tem-se a situação indicada e o valor desejado é k 0,6 fptk 1,3 0,656 fptk k 0,7 fptk 2,5 60,070,0 6,0656,0 3,15,2 3,1 − −=− −k Ψ1000= k =1,972 Ψ∞= 2,5 xΨ1000=4,93 Como ψ(t, to) = pi opr )t(t, σ σΔ então prσΔ =0,0493 x 1247= 61,4 MPa 5.10 Perdas ao longo do tempo considerando a interação entre elas ou Perdas progressivas Os valores parciais e totais das perdas progressivas de protensão, decorrentes da retração e fluência do concreto e da relaxação do aço de protensão, devem ser determinados levando-se em conta a interação dessas causas, podendo ser utilizados os processos indicados em a, b e c. Nesses processos admite-se que exista aderência entre a armadura e o concreto e que a peça permaneça no estádio 1. a) Método simplificado para o caso de fases únicas de operação (Cálculo das perdas progressivas quando se consideram fases únicas de concretagem, de carregamento permanente e de protensão). Este caso é aplicável quando são satisfeitas as condições seguintes: ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 128 A - A concretagem da peça, bem como a protensão são executada, cada uma delas, em fases suficientemente próximas para que se desprezem os efeitos recíprocos de uma fase sobre a outra; B - Os cabos possuem entre si afastamentos suficientemente pequenos em relação à altura da seção da peça, de modo que seus efeitos possam ser supostos equivalentes ao de um único cabo, com seção transversal de área igual à soma das áreas das seções dos cabos componentes, situado na posição da resultante dos esforços neles atuantes (cabo resultante). Nesse caso, admite-se que no tempo t as deformações progressivas do concreto e do aço de protensão, na posição do cabo resultante, sejam dadas por: Δεct= )t,t( + E )t,t( + )t(t, E o cs28c oc co 28c pog,c εσΔχϕσ (5.27) Δεpt= p p op o p po E )t,t( + )t(t, E χσΔχσ (5.28)onde: σc,pog = tensão no concreto devida à protensão e à carga permanente ϕ (t,to)= coeficiente de fluência do concreto no instante t para protensão e carga permanente aplicadas no instante to σpo= tensão na armadura ativa devida à protensão e à carga permanente mobilizada no instante to χ(t,to)= coeficiente de fluência do aço = - ln [ 1 - ψ (t, to)] εcs(t,to)= retração no instante t, descontada a retração ocorrida até o instante to ψ(t,to)= coeficiente de relaxação do aço no instante t para protensão e carga permanente mobilizada no instante to χc= 1 + 0,5 ϕ (t, to) χp= 1 + χ (t, to ) Δσc(ct,to)= variação da tensão do concreto adjacente ao cabo resultante entre to e t Δσp(t,to)= variação da tensão no aço de protensão entre to e t ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 129 A expressão da perda de tensão é obtida igualando-se as variações de deformações do concreto e do aço, ou seja, considerando Δεct= Δεpt (as equações (5.27) e (5.28)) . Antes de fazer a igualdade é preciso dizer que a variação de tensão no concreto cσΔ se dá com a variação da protensão. Assim e I eAtt A Att tt pp c pp c ⋅ ⋅⋅Δ+⋅Δ=Δ ),(),(),( 000 σσσ De outra forma ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ⋅⋅+⋅Δ=⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ⋅⋅ ⋅⋅+⋅Δ=Δ I eA tte AI eAA A A tttt cppp c pc c p pc 2 000 ),(),(),( ρρσσσ ηρσρσσ ⋅⋅Δ=⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ⋅+⋅⋅Δ=Δ ppcppc ttI eAtttt ),(1),(),( 0 2 00 Com ρp= taxa geométrica da armadura de protensão = Ap /Ac η= 1 + ep2 . Ac / Ic e= excentricidade do cabo resultante em relação ao baricentro da seção do concreto Ap= área da seção da armadura de protensão Ac= área da seção transversal do concreto I= momento central de inércia na seção do concreto Igualando as deformações (5.27) e (5.28) )t,t( + E )t,t( + )t(t, E o cs28c oc co 28c pog,c εσΔχϕσ = p p op o p po E )t,t( + )t(t, E χσΔχσ ),( + ),( + )t(t, cs 28 o 28 , o c pop c c pogc tt E tt E εηρσχϕσ ⋅⋅Δ = po ),( + )t(t, χσχσ p op p po E tt E Δ Isolando o termo ),( op ttσΔ ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 130 + )t(t, ),( o 28 , cs ϕσε c pogc o E tt + )t(t, oχσ p po E = +Δ p ),( χσ p op E tt ),( 28c pop c E tt ηρσχ ⋅⋅Δ e multiplicando ambos os membros da equação por Ep e considerando αp= E p Ec28 ajustando- se os sinais chega-se a: Δσp(t,to)= ppcp opoopogc,ppo cs ρηαχ + χ )t(t, χ σ + )t(t, φ σ α E )t(t,ε ⋅⋅⋅ ⋅⋅+⋅ (5.29) b) Método geral de cálculo (cálculo para perdas progressivas quando não são satisfeitas as condições estabelecidas em a) Quando as ações permanentes (carga permanente ou protensão) são aplicadas parceladamente em idades diferentes, é preciso considerar a fluência de cada uma das camadas de concreto e a relaxação de cada cabo, separadamente. Permite-se as substituições das seções transversais compostas de diferentes camadas, por prismas equivalentes que se comportam como camadas discretas. Permite-se a consideração isolada da relaxação de cada cabo independentemente da aplicação posterior de outros esforços permanentes. Exemplo numérico 5.7 Calcular a perda de tensão no tempo “infinito” do cabo representante que atua na seção dada na figura 5.5 considerando os seguintes dados: • Geométricos: Seção de concreto: Ac=4,845 m2, I=1,15 m4, h=1,30m, yi=0,76, Ws=2,13m3, Seção de aço: Ap= 11,15 cm2, er=0,53m (excentricidade do cabo representante) • Esforços: momentos atuantes Mg1=8090 kN.m; Mg2=210 kN.m; Mq=4.000 kN.m; ψ2=0,4 Força normal, na seção de concreto, provocada por cada cabo após perdas imediatas na seção Np=1240 kN, número de cabos atuantes na seção 16. • Dados sobre a história da protensão: efetuada aos 30 dias após a concretagem • Condições climatológicas: Umidade relativa média no ano Ur =70%, Nos primeiros 20 dias após a concretagem a temperatura média foi de 250 C nos outros 10 dias a temperatura média caiu para 100C. • Materiais: Concreto - fck = 30 MPa , cimento Portland comum, abatimento 8 cm, Aço: CP176-RN, Ep=2x105 MPa ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 131 Figura 5.5 Seção transversal a ser considerada no exemplo numérico Resolução : 1) Cálculo da retração: Com os valores dados de u=70% e abatimento de 8 cm entrando na tabela 5.2 tem-se ε1s= -3,2 x 10-4. O valor de ε2s é função da espessura fictícia que é calculada considerando todo o perímetro da seção (interno e externo) em contato com o ar. Esta hipótese é bastante discutível pois, passado algum tempo, a superfície superior da ponte receberá pavimentação e a parte interior da estrutura (região que não está achureada) provavelmente estará em contato com um ambiente em que o ar não circula e portanto as condições de evaporação e saturação serão diferentes. Apesar disto considera-se toda a superfície interna e externa da estrutura para fazer o cálculo do perímetro. Despreza-se a inclinação das paredes ou quaisquer elementos, pois não se justifica tamanha precisão. Desta forma e uar=2x1150+2x130+2(650-70+130-25-15)=3900 Onde: γ = coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente U% (Tabela 5.2) sendo γ = 1 + exp (-7,8 + 0,1U)= 1 + exp (-7,8 + 0,1x70)=1,5 ar c fic u 2A h γ= = 4 845 2 39 , ⋅ .1,5=0,372 m ε2s = 2,378,20 2,3733 + + =1,21 Os valores de βs deverão ser tomados respectivamente para o tempo infinito (que pode ser considerado 10.000 dias) e para a época em que o concreto é protendido, considerando porém que a idade do concreto deve ser a fictícia: t0 = 1. 25 10 30 20 10 10 30 10+ ⋅ + + ⋅⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟ = 30 dias Coincidentemente, neste caso a idade fictícia correspondeu a real do concreto, mas foi apenas coincidência. Consultando o gráfico da norma chega-se a: βs (t=∞) = 0,98 βs (t=t0=30 dias) = 0,02 ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 132 Desta forma a deformação do concreto devido à retração dos trinta dias de idade ao tempo infinita é dada por εc,s(∞,t0) = - 3,2 x 10-4 x 1,21 x ( 0,98 - 0,02) = - 3,171 x 10-4 Assim, se a retração ocorresse livremente a perda de tensão sofrida nos cabos que passam na seção são. sp,σΔ = EP . εc,s(∞,t0) = 2,0 x 10 5 x (-3,171 x 10-4)= 74,3 MPa 2) Cálculo da fluência: Ações a considerar: Protensão: Np =16x1.240=19.840 kN Mp= Npxe= 19.840x0,53=10.515 kN.m Ações permanentes Mg1=8.090 kN.m Mg2=210 kN.m ψ2xMq=0,4x4.000 kN.m; =1.600 kN.m Tensão no concreto junto ao cg dos cabos Δσp(t,to)= 7,161102,1 28,178 206,31004,174,66,2 +0439,1 58,4970,8795,40 3 ==⋅⋅⋅⋅ ++ − =⋅+=⋅⋅+= 53,0 15,1 1600-210-8090-10.515 4,845 19.480 M-M-M-M A N σ q2g2g1pppogc, eIc ψ =pogc,σ 4020+283=4303 kN/m2=4,3 MPa Cálculo do coeficiente de fluência daddo por (5.16): ϕ (t,to) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd t0=30 dias de (5.18) tem-se ckc ftf .)( 10 β= e de (3.4) ( )[ ]{ }2/11 t/281exp −×= sβ = ( )[ ]{ }2/103/28125,0exp −× ≅ 1 assim ckc ftf =)( 0 Como da tabela 5.4 ckc ftf .26,1)( =∞ )t(f )t(f oococ = 26,1 1 =0,7936 [ ] =−=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= ∞ 793,018,0 )( )(18,0 0 tf tf c c aϕ 0,165 ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 133 ar c fic u 2A h γ= = 4 845 2 39 , ⋅ .1,5=0,372 m φ1c = 4,45 - 0,035U= 4,45 - 0,035x70=2,0 =+ +=+ += 37,2 20 37,2 42 h 20 h 42 fic fic 2cϕ 1,3846 ϕfoo = ϕ1c.ϕ2c = 2,0 x 1,3846 =2,769 βf(∞)=0,96 βf(t0=60) = 0,45 função da idade do concreto (Figura 5.3) ϕdoo = 0,4 βd = 70 60-10.000 20 60 - 10.000 70 t-t 20 t-t o o + +=+ + =0,995 ϕ (∞,60) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd=0,165+2,769x(0,96-0,45)+0,4x0,995= 1,97 Δσp,s(∞,5)= ⋅30672 3,4 1,97. 2,00x105=55,2 MPa 3) Cálculo da retração: Calculando inicialmente o nível de tensão que ocorre no cabo tem-se: σpi= =45,11 1240 1112 MPa R= 1700 1112 =0,63 Consultando a tabela 5.4 tem-se a situação indicada e o valor desejado é k 0,6 fptk 3,5 0,63 fptk k 0,7 fptk 7,0 60,070,0 6,063,0 5,30,7 5,3 − −=− −k Ψ1000= k =4,55 Ψ∞= 2,5 xΨ1000=11,375 Como ψ(t, to) = pi opr )t(t, σ σΔ então prσΔ =0,11375 x 1112= 126,5 MPa Usando (5.9) Δσp,c+s+r(t,to)= Δσpc(t,to) + Δσps(t,to)+Δσpr(t,to) Δσp,c+s+r(t,to)= 74,3 + 55,2+126,5 =256 MPa ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 134 ∞=tp,σ = 1112-256= 856 MPa 4) Perdas progressivas: σc,pog = tensão no concreto devida à protensão e à carga permanente ϕ (t,to)= 1,97; σpo= 4,3 Mpa ψ(t,to)= 0,11375 χ(t,to)= - ln [ 1 - ψ (t, to)]= - ln [ 1 – 0,11375]=0,1207 εcs(t,to)= 3,17x10-04 χc= 1 + 0,5 ϕ (t, to)=1+0,5x1,97=1,985; χp= 1 + χ (t, to )=1,1207 Ap= 16x11,15 cm2 Ac= 48540 cm2 ρp = Ap /Ac =16x11,15/48450=3,682x10-03 e= 0,53 m I= 1,15 m4 η= 1 + 2e . Ac / I=1+0,532x4,8540/1,15=2,183 Aplicando (5.29) Δσp(t,to)= ppcp opoopogc,ppo cs ρηαχ + χ )t(t, χ σ + )t(t, φ σ α E )t(t,ε ⋅⋅⋅ ⋅⋅+⋅ Δσp(t,to)= 206224,1 68,252 10682,3182,252,6985,11207,1 1207,011122,553,74 3 ==⋅⋅⋅⋅+ ++ − x MPa 5.11 Comentários finais sobre perdas ao longo do tempo. Como pode ser visto através dos exemplos o cálculo das perdas de protensão na verdade faz parte do que se costuma chamar de “verificação”, pois para efetuar seus cálculos é preciso ter definida todas as características estruturais inclusive a quantidade de armadura longitudinal. Talvez esta seja a razão em que vários calculistas e projetistas prefiram apenas estima-las ao efetuar os cálculos de “dimensionamento” da armadura longitudinal. Esta é uma boa conduta de projeto porém existe teoria e experimentos suficientes para permitir que as verificações sejam feitas ao final do projeto com boa precisão. Para tanto além do já relatado aqui se indica a leitura da bibliografia relacionada no final deste capítulo. Quadro Resumo das expressões usados no capítulo 5 Significado Expressão num. Deformação aço concreto pici εε = (5.1) ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 135 Deformação concreto ec (t)= ec (to) + ecc (t) +ecs (t) (5.2) Módulo de deformação concreto 1/2 cjct f5.600E ⋅= (5.3) Deformação concreto tensão variável ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) τ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ τϕ+τ∂ σ∂∫+ε+ϕσ+σ=ε τ=τ d E t, E 1 t,t t,t E t tE t c28 o c c t t ocso 28c oc oc oc tc o (5.4) Deformação concreto tensão variável integrada ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ αϕ+σΔ+ε+⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ϕ+σ=ε 28c o oc ococs 28c o oc octc E t,t tE 1 t t,t E t,t tE 1t (5.5) Coeficiente de fluência concreto ϕ (t, to) =ecc (t)/ ecc (t0) (5.6) Deformação aço tensão variável ( ) ( ) ( ) ( )o s os s os s t,t E t E t t χσ+σ=ε (5.7) Deformação aço tensão variável integrada ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) [ ])t(t, 1 E t,t t,t E t E t t o s os o s os s os s χ+σΔ+χσ+σ=ε (5.8) Perda de tensão sem interação Δσp,c+s+r(t,to)= Δσpc(t,to) + Δσps(t,to)+Δσpr(t,to) (5.9) Deformação concreto retração εcs (t, to) = εcsoo [ βs (t) - βs (to) ] (5.10) parcela da deformação de retração fic fic s2 h38,20 2h 33 + +=ε (5.11) espessura fictícia ar c fic u 2A h γ= (5.12) idade fictícia i t . 30 10 T t ef,i i Δ+∑α= (5.13) Deformação concreto εcc = ε cca + εccf + εccd (5.14) Deformação concreto )t(t, . E )t,t( o c28 c ccdccaocc ϕσ=ε+ε=ε (5.15) Coeficiente de fluência concreto ϕ (t,to) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd (5.16) coeficiente de fluência rápida (irreversível) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= ∞ )( )(18,0 0 tf tf c c aϕ (5.17) Relação de resistências do concreto ck cj 1 f f =β (5.18) parcela de ϕf coeficiente de deformação lenta irreversível fic fic c2 h 20 h 42 + +=ϕ (5.19) Significado Expressão num. parcela de ϕd coeficiente de deformação lenta reversível 70 t-t 20 t-t o o + +=dβ (5.20) ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 136 Perda de protensão devido a retração isolada Δσp,s(t, t0)= εcs (t, to). Ep (5.21) Perda de protensão devido a fluência isolada Δσp,c(∞, t0)= εc,c (t, to). Ep (5.22) Perda de protensão devido a fluência isolada Δσp,c(t, t0)= cgpσ . φ(t, to). αp (5.23) tensão no concreto ao nível do cg da armadura devido ações permanentes e I M I eN A N i gi p c p cgp ∑ −+= 2.σ (5.24) coeficiente de relação do aço ψ(t, to) = pi opr )t(t, σ σΔ (5.25) coeficiente de relação do aço ψ(t, to) = ψ1000 . t t o−⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟41 67 0 15 , , (5.26) Variação de deformação no aço Δεct= )t,t( + E )t,t( + )t(t, E o cs28c oc co 28c pog,c εσΔχϕσ (5.27) Variação de deformação no concreto Δεpt= p p op o p po E )t,t( + )t(t, E χσΔχσ (5.28) Perda progressiva de protensão Δσp(t,to)= ppcp opoopogc,ppo cs ρηαχ + χ )t(t, χ σ + )t(t, φ σ α E )t(t,ε ⋅⋅⋅ ⋅⋅+⋅ (5.29) BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6118:2003 Projeto de estruturas de concreto – Procedimento – Abril de 2004 – São Paulo. CARVALHO, R. C.; Contribuição ao cálculo de pontes em Balanços progressivosarmado. Dissertaçãode Mestrado, EESC-USP, São Carlos (1986). CARVALHO, R. C.; FILHO, J. R. F. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto armado. 3ª edição, EdUFSCar, São Carlos (2007). CASTRO, N. Função de fluência do concreto obtida por ensaio direto por relaxação. Tese de doutorado UFRI Editora da Universidade de Goiás 1985. CEB “Manual on estructural effects of time dependent behavior o concrete” Bolletin n.153. Paris, Francem, 1982. GHALI A.; FAVRE R.. Concrete Structures: Stress and Deformations . Chapman and Hall Ltda London, Britain 1986. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 137 KATAOKA L. T. Estudo Experimental da deformação ao longo do tempo de lajes contínuas e simplesmente apoiadascom vigotas pré-moldadas de concreto. Dissertação de Mestrado. PPGCiv –UFSCar São Carlos 2005. MACHADO, C. P. Tensões e deformações em estruturas de concreto armado e protendido. Dissertação de Mestrado. EPUSP São Paulo 1989. MEHTA, P. K., MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Estrutura , Propriedade e Materiais. PINI. São Paulo 1994. EXEMPLO 5.3 Considerando que a evolução ao longo do tempo da flecha em uma viga pode ser dada pelo coeficente de fluência pede-s para obter a deformação no tempo infinito da viga e as deformação após 30, 90, 360 dias. Considerar os seguintes dados: Seção retangular com bw=0,86 m h=2 m, protensão com o concreto com 5 dias de idade e em um ambiente de Ur=75%. Considerar Ep = 1,95 .105 MPa, fck=30 MPa, e flecha no tempo zero dada por ag+p(t0)=1 cm. com 2Ac/u= =+⋅ ⋅⋅ )286,0(2 286,02 0,60 m obtêm-se ϕ(∞, 5)= 2,6 Assim a deformação devido a fluência é dada por: ag+p,c(∞)=ag+p(t0)xϕ(∞, 5)=1x2,6=2,6 cm. a deformação final é dada por: ag+p(∞)=ag+p(t0)x(1+ϕ(∞, 5))=1x(1+2,6)=3,6 cm. Para calcular a evolução da flecha ao longo do tempo é preciso conhecer oo valor do coeficiente de fluência para um tempo t genérico dado por: ϕ (t,to) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd (5.16) Também agora é necessário considerar a idade fictícia em dias dada por i t . 30 10 T t ef,i i Δ+∑α= (5.13) com α-2 (cimento normal e tabela 5.3) Ti= 200C, t tficticia Coeficiente ϕ(∞, 5) 5 10 +ϕ(∞, 5) 30 60 60 120 90 180 360 720 10 000 10000 +ϕ(∞, 5) Assim para 5 dias tem-se 10 dias, para 30 tem-se 60 dias , 90, 360360 )t(f )t(f ooc oc = 507,0 )6110).(4010.9( )4210.(10.9 =++ + ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DATALHAMENTO Cap. 5. Perdas de protensão ao longo do tempo ROBERTO CHUST CARVALHO 138 [ ] =−=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= ∞ 507,018,0 )( )(18,0 0 tf tf c c aφ 0,394 ϕ1c = 2,5 (tabela 5.2) =+ +=+ += 90 20 90 42 h 20 h 42 fic fic 2cϕ 1,2 ϕfoo = ϕ1c.ϕ2c = 2,5 x 1,2 =3 βf(∞)=0,92 βf(10) = 0,2 βf(720)=0,6 coeficiente relativo à deformação lenta irreversível, função da idade do concreto (Figura 5.3) ϕdoo = 0,4 βd = 70 10-720 20 10 - 720 70 t-t 20 t-t o o + +=+ + =0,935 ϕ (360,5) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd=0,394+3x(0,6-0,2)+0,4x0,935= 1,968 ϕ (∞,5) = ϕa + ϕfoo [βf (t) - [βf (to)] + ϕdoo βd=0,394+3x(0,92-0,2)+0,4x1= 2,954
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