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Educação formal e não formal Do direito à educação aos espaços educativos formais e não formais Profª. Drª. Dayse de Souza Lourenço Simões Contextualização • O conceito de educação. • As características da Educação Formal, não Formal e Informal. • Espaços de formação para a Educação Formal e não Formal. • Educação e política. Conceito de educação Direito à educação “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (Art. 205, C.F. 1988) Direito à educação Educação é um direito reconhecido e consagrado na legislação brasileira e de quase todos os países do mundo. É requisito fundamental para que os indivíduos possam acessar o conjunto de bens e serviços disponíveis na sociedade. A educação Processo aberto e permeado por elementos que interferem e dialogam na interiorização dos conteúdos pelos indivíduos. Pode assumir formas múltiplas e realizar-se no campo social, cultural e psicológico. Educação formal, não formal e informal A educação formal Apresenta um caráter intencional, regulamentada por uma legislação específica, planejada com objetivo de formar o sujeito para integrá-lo aos processos sociais, políticos e culturais - Prática social. “Escola: espaço de contradições e conflitos” Fonte: https://bit.ly/2TvlJSr A educação não formal Existe intencionalidade em sua organização. A prática pedagógica segue um planejamento e organização específica. Com menor grau de estruturação e sistematização o trabalho complementa a formação escolar. Acontece fora do âmbito oficial, ou seja, a escola. A educação informal Auxilia na interiorização das primeiras normas, valores, formas de relacionamentos, laços afetivos, segurança, entre outros. Primeiro grupo social: família. Fonte: https://bit.ly/2TvlJSr Educação no espaço escolar Características • Ambientes pouco atrativos.Infraestrutura • Controla, normatiza, vigia, classifica e pune. Atitude • Classificatória, competitiva e excludente. Avaliação Espaço de adestramento, conflitos e contradições. Caracteriza ensino e aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados em ordem sequencial Educar para quê: subsistência X consumismo, alienação X libertação – autonomia, criticidade, transformação da realidade? Função social da escola Contribuir para ampliação de oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento do aluno, assegurando-lhe formação para o exercício da cidadania, além de procurar fornecer-lhe meios, para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Fonte: https://bit.ly/2TgOIJr Declaração Mundial sobre Educação para Todos • A Declaração Mundial sobre Educação para Todos, aprovada pela ONU em março de 1990, apresenta algumas informações sobre a realidade, dentre elas: ➢ mais de 100 milhões de crianças não têm acesso ao ensino primário; ➢ mais de 960 milhões de adultos são analfabetos; ➢ o analfabetismo funcional é um problema significativo em todos os ➢ países industrializados ou em desenvolvimento. Problematizando a situação problema 1 A declaração foi aprovada no ano de 1990, então, já se passaram muitos anos. Posto isto, reflita: • Você consegue identificar situações parecidas com a realidade atual que vivemos? • Quais são os retratos encontrados nesse processo de mudança política que estamos enfrentando? Problematizando a situação problema 1 • Depois de muitos anos da declaração, muitos problemas apontados permanecem e situações que impedem os esforços no sentido de satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem voltam a acontecer. Resolução da situação problema 1 • [...] o aumento da dívida de muitos países, a ameaça de estagnação e decadência econômicas, o rápido aumento da população, as diferenças econômicas crescentes entre as nações e dentro delas, a guerra, a ocupação, as lutas civis, a violência [...] (ONU, 1990) Educar para quê? Novos espaços de formação Novos espaços e novos aprendizados Aprendizagem política dos direitos dos indivíduos, à formação para o trabalho, à aprendizagem de habilidades, ao exercício de práticas para organização de objetivos comunitários voltados à solução de problemas coletivos, ao conhecimento de conteúdos que possibilitam a leitura do mundo, entre tantas outras formas de aprendizagem. Espaços diferentes para promoção da educação Projeto social ONG Museu Centro comunitá rio As possibilidades da educação não formal Aprender uma profissão. Desenvolvimento de valores. Desenvolvimento social. Práticas sociais. Cultura e política A relação entre educação e política A educação deve fornecer aos indivíduos elementos necessários para uma leitura crítica da realidade a fim de fazê-lo tomar posição sobre as questões políticas, sociais e econômicas. Isso nem sempre ocorre porque a própria educação submete-se a um sistema de poder ou exerce uma violência simbólica sobre os indivíduos, os quais não conseguem alcançar, em sua formação, uma visão crítica de mundo. A cultura política Possui relação direta com o processo de formação educacional dos indivíduos, e também com as experiências vivenciadas individual e coletivamente (históricas). Representa a influência dessas crenças, sentimentos e valores políticos na sociedade como um todo. A cultura política Não é possível falar em educação neutra em relação à formação política já que a própria noção de neutralidade carrega em si um posicionamento político. A educação é entendida como um princípio de formação crítica de indivíduos para mudança da realidade o que impõe-nos uma intermediação direta com a formação política do sujeito. Pensadores e as relações políticas no âmbito educacional A violência simbólica de Pierre Bourdieu e a Educação Para Bordieu (2001), há uma distribuição desigual de oportunidades entre os indivíduos e, no caso da educação, o sistema escolar representa um mecanismo de distinção social e de reprodução da hierarquia social. Os indivíduos, ao partirem de condições de existência desiguais, não conseguiriam ter as mesmas condições de aprendizagem. As relações simbólicas As relações simbólicas e não simbólicas existentes no seio familiar têm impacto no processo do conhecimento e da linguagem, a qual promove uma produção diferenciada com relação ao saber. Fonte: https://bit.ly/2TgOIJr As relações de poder em Michel Foucault e a Educação • Foucault (1999) mostra que o poder está em toda parte e é proveniente de todos os lugares. • O poder não é uma instituição e nem uma estrutura. • É o nome dado a uma situação estratégica complexa em uma sociedade determinada. As relações de poder em Michel Foucault e a Educação • Foucault aponta, como pano de fundo, o disciplinamento, a vigilância, os exames, as autonarrativas e outras práticas de controle e poder. • Essas práticas são destinadas à construção do sujeito moderno, cidadão capaz de autogoverno. • O poder é executado por meio dos discursos e pelo disciplinamento no ambiente escolar. Fechamento de escolas • Fechamento de 37 mil escolas do campo e mais a tentativa do governo paulista de fechar 94 escolas. • No caso específico, o governo de São Paulo justifica o fechamento com o argumento de reorganização do ensino no estado. • Diante desse cenário, qual o papel do professor? Problematizando a situação problema 2 • O professor tem o papel de se colocar no debate social e informar à sociedade sobre acontecimentos para promover uma reflexão. • Promoção de discussões e intervenções no cenário do fechamento das escolas. • Formar alunos para a cidadania, de modo que eles também possam não reproduzir as desigualdades e os discursos de poder impostos em todos os âmbitos da sociedade. Resolução da situação problema 2 Qual o papel da educação não formal? ❖ O conceito de educação. ❖ Ascaracterísticas da Educação Formal, não Formal e Informal. ❖ Espaços de formação para a Educação Formal e não Formal. ❖ Educação e política. Recapitulando... Referências BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1981. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988. FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA – UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. Tailândia: Unesco, 1990.