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AN02FREV001/REV 4.0 57 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE SALÃO DE BELEZA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 58 CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE SALÃO DE BELEZA MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 59 MÓDULO III 3 ASPECTOS FINANCEIROS 3.1 CONTROLES FINANCEIROS USADOS: ORÇAMENTO E FLUXO DE CAIXA Dentro do contexto de planejamento financeiro, um detalhe que é muito utilizado, e que auxilia muito a gestão financeira, consta do chamado orçamento e controle de gestão, que nada mais é do que uma maneira formal e explícita de poder visualizar todas as ações que acontecem com o aspecto financeiro da empresa, ou da pessoa, e os impactos causados por esses movimentos. Assim sendo, o orçamento consta de um plano financeiro onde são registradas antecipadamente todas as fontes de receitas e despesas de acordo com o momento em que acontecem, com o intuito de obter-se o saldo financeiro nesses períodos e o saldo final do período todo, que pode ser um ano, dois anos, cinco anos, um mês, etc. A seguir, são expostos dois modelos de orçamento, nas figuras 42 e 43. AN02FREV001/REV 4.0 60 FIGURA 42 - PLANILHA ELETRÔNICA SIMPLES DE ORÇAMENTO E CONTROLE DE GESTÃO Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho TOTAL RENDA FAMILIAR 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 21.000,00 HABITAÇÃO 1.480,00 1.575,00 1.713,00 1.658,00 1.635,00 1.610,00 1.480,00 11.151,00 SAÚDE 130,00 130,00 130,00 130,00 130,00 130,00 130,00 910,00 DESPESAS COM SALÁRIO - - - - - - - - AUTOMÓVEL 220,00 - - - - - - 220,00 DESPESAS PESSOAIS 200,00 - - - - - - 200,00 LAZER 200,00 - - - - - - 200,00 INVESTIMENTOS - - - - - - - - DEPENDENTES 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 8.400,00 TOTAIS Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho TOTAL Rendimentos 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 21.000,00 Gastos 3.430,00 2.905,00 3.043,00 2.988,00 2.965,00 2.940,00 2.810,00 12.681,00 Saldo do Mês (430,00) 95,00 (43,00) 12,00 35,00 60,00 190,00 8.319,00 Saldo Acumulado (430,00) (335,00) (378,00) (366,00) (331,00) (271,00) (81,00) 42.000,00 FONTE: Acervo pessoal do autor. AN02FREV001/REV 4.0 61 FIGURA 43 - EXEMPLO DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL FONTE: Disponível em: <http://office.microsoft.com/pt-pt/templates/orcamento-empresarial-mensal- TC103458075.aspx>. Acesso em: 5 abr. 2013. O fluxo de caixa é uma ferramenta financeira de utilização com grande importância, visto que é um controle financeiro muito eficiente e que consegue produzir uma quantidade considerável de informações para o empresário, de maneira rápida, em tempo real e de forma abrangente, demonstrando como está o negócio da empresa. É uma ferramenta extremamente simples de ser construída e utilizada e que produz resultados muito importantes nos aspectos de controle financeiro e da tomada de decisões empresariais. AN02FREV001/REV 4.0 62 Basicamente, o fluxo de caixa registra as movimentações que ocorrem no caixa da empresa, como as entradas de dinheiro e outros recursos, e as saídas de capital para o pagamento de obrigações. Dessa maneira, o empresário consegue visualizar por meio do fluxo de caixa, quais são as entradas e saídas de recursos financeiros do caixa da empresa, e quais ainda irão acontecer no futuro, podendo, assim, tomar as decisões pertinentes a esses aspectos, pois o fluxo de caixa oferece os saldos financeiros que são produzidos na análise das entradas e saídas de dinheiro do caixa, expondo qual o saldo que é produzido naquele momento. A figura 44 é um exemplo de Fluxo de Caixa. FIGURA 44 - EXEMPLO DE UM FLUXO DE CAIXA JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL RECEITAS 23.000 16.000 19.000 22.500 19.800 25.000 32.300 Vendas 23.000 16.000 19.000 22.500 19.800 25.000 32.300 DESPESAS 20.700 14.400 20.520 22.019 17.820 22.500 29.070 Salários 8.280 5.760 8.550 9.550 7.128 9.000 11.628 Fornecedores 10.350 7.200 10.260 10.125 8.910 11.250 14.535 Impostos 2.070 1.440 1.710 2.344 1.782 2.250 2.907 SALDO 2.300 1.600 - 1.520 481 1.980 2.500 3.230 FONTE: Acervo pessoal do autor. 3.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE CURTO E LONGO PRAZOS O planejamento financeiro consta de uma importante ferramenta de gestão financeira, onde as empresas, e até mesmo as pessoas, conseguem alcançar os seus objetivos financeiros. Assim como outros tipos de planejamento, o planejamento financeiro deve conter alguns aspectos, como: a. descrição de todas as fontes de receitas, ou entrada de capital, e os seus respectivos valores, discriminados de acordo com o período em que ocorrem, seja diário, mensal, quinzenal, semestral, etc.; b. descrição de todas as fontes de despesas e custos, ou seja, as obrigações que a empresa necessita realizar o pagamento, ou a saída de AN02FREV001/REV 4.0 63 dinheiro do caixa da mesma, também exposto de acordo com os períodos que ocorrem e os valores respectivos; c. cálculos confrontando as receitas e despesas nos mesmos períodos, para obter-se os saldos e poder analisá-los, como sendo positivos ou negativos; d. objetivos a ser alcançados, ou seja, no planejamento financeiro devem ser expostos os objetivos que se deseja alcançar com o mesmo, isto é, a real intenção da construção do planejamento financeiro; e. estratégias, ou seja, o que deverá ser realizado para poder alcançar os objetivos que foram traçados; f. implementação das estratégias, ou seja, como, quando, onde e quem irá realizar e desenvolver as estratégias que foram planejadas; g. controle do planejamento financeiro, ou seja, a análise permanente do que fora exposto no mesmo e como está sendo efetivamente executado o plano, corrigindo assim os desvios de rotas e as saídas que ocorrem fora do que foi planejado. 3.3 COMO GERENCIAR CONTAS A PAGAR A atividade de Contas a Pagar é muito importante para a perfeita gestão de um salão de beleza. Assim sendo, a relação com os fornecedores deve se manter por meio do perfeito cumprimento das obrigações financeiras da empresa com os mesmos, ou seja, do perfeito pagamento dos valores referentes às compras efetuadas pela empresa. Essa é a tarefa primordial do setor, quefica incumbido de realizar todas as etapas e tarefas para que o salão de beleza cumpra todas as suas obrigações de forma correta, seja na pontualidade dos pagamentos, seja na perfeita execução dos mesmos, nos valores corretos, e com a devida comprovação dos pagamentos para que o processo seja concluído. Assim sendo, o setor Contas a Pagar deve desempenhar algumas atividades e tarefas que são de extrema responsabilidade dos executores dessa função, como por exemplo, manter os AN02FREV001/REV 4.0 64 registros de programação de pagamentos atualizados, evitando surpresas desagradáveis, entre outras. Assim sendo, para que às atividades da função Contas a Pagar possam ser perfeitamente executadas, torna-se fundamental que algumas tarefas sejam planejadas e realizadas, conforme é exposto pela Figura 45: a) programação de pagamentos de contas fixas mensais. b) alinhamento com o planejamento estratégico. c) programação de contas a pagar através das compras. FIGURA 45 - ASPECTOS DA ATIVIDADE DE CONTAS A PAGAR NAS ORGANIZAÇÕES Alinhamento com o Planejamento Estratégico Programação de Contas Fixas Mensais Nota Fiscais de Compra Faturas de Compras Contas a Pagar Salários Encargos e Impostos Orçamento Programação através das Compras Baixas e Arquivamento de documentos Pagamentos de Títulos FONTE: Acervo pessoal do autor. AN02FREV001/REV 4.0 65 3.3.1 Programação de pagamentos de contas fixas mensais O início do processo de Contas a Pagar necessita da correta programação dos pagamentos, para que a empresa possa ter o devido controle dessa atividade. Assim, torna-se necessário que a organização possua algum tipo de programação de pagamentos a serem realizados, como forma de gerenciar os mesmos. Esse controle, ou programação, pode ser feito com o auxílio de softwares de gestão, os chamados ERPs, que possuem a função de Contas a Pagar em seu portfólio, já totalmente integrado com as demais funções, como Compras, Estoques, Financeiro e Vendas, onde assim que um desses setores dispara alguma ordem no sistema geral, já é criado o devido lançamento no Contas a Pagar. Dessa forma, o gestor apenas faz o acompanhamento dos pagamentos a serem realizados, por meio de relatórios específicos emitidos pelo sistema ERP. Esse processo auxilia muito a tomada de decisão e o gerenciamento do processo de Contas a Pagar. No entanto, não são todas as empresas e organizações que possuem um sistema desse tipo e podem utilizar-se dessas ferramentas, visto que a utilização desses exige certo conhecimento técnico, treinamentos específicos para os funcionários utilizarem a plataforma de forma correta, além de um desembolso financeiros considerável, que deve ser pago inicialmente, na aquisição do programa, e, mensalmente, devem ser pagas tarifas pelo uso da licença do fabricante. O investimento nesse tipo de ferramenta, na maioria das vezes, traz o retorno esperado para a empresa, pois automatiza grandes centros de processamento de informações e fornece grandes modelos de relatórios gerenciais que auxiliam a rápida tomada de decisão. Por consequência, muitas empresas não podem, ou não desejam, utilizar- se dessas ferramentas, seja pelo investimento financeiro necessário, seja pela complexidade de funções, operações e atividades que o software possibilita e que não conseguem ser utilizadas pela empresa. Assim sendo, algumas empresas, incluindo-se os salões de beleza, optam por fazer esse controle do AN02FREV001/REV 4.0 66 Contas a Pagar por outros métodos e ferramentas, como por exemplo, a construção de ferramentas em Planilhas Eletrônicas, usando o MS OFFICE – MS EXCELR ou programas semelhantes, ou até mesmo, esse controle possa ser executado em livros caixas, facilmente adquiridos em papelarias, ou até mesmo em cadernos ou outro tipo de impressos. Assim sendo, a empresa, após determinar a forma de fazer o controle de suas contas a serem pagas, deve determinar a rotina desses pagamentos e como ocorrerão, para que ocorra a devida programação de pagamentos em fluxo contínuo. As empresas utilizam diversas formas de programação, sendo que algumas optam por realizarem pagamentos diários, outras optam por pagamentos semanais e assim por diante. O importante é que a empresa determine um prazo adequado para que possa realizar os pagamentos de forma correta, sem atraso e com a perfeita realização desse processo. Assim, um método prático seria determinar, por exemplo, que os pagamentos sejam realizados a cada 15 dias, sempre nos dias 15 e 30 de cada mês, por exemplo. Podem-se modificar as datas, em função da programação, como por exemplo, nos dias 10, 20 e 30, ou nos dias 5, 15 e 25, etc. Dessa forma, a empresa inicia a sua programação de pagamentos obedecendo sempre essa data limite e essa informação deve ser passada para todos os setores da empresa e para todos os fornecedores, pois todos necessitam identificar que os pagamentos somente ocorrerão nessas datas específicas. Após essa definição, se a programação for feita por meio de planilhas eletrônicas, deve-se construí-las em separado para cada período de pagamento, ou seja, uma planilha para o dia 15 e outra para o dia 30, por exemplo. Assim, todos os compromissos de pagamentos que a empresa possui serão lançados nessas duas planilhas, que deverão ser abastecidas diariamente. Um detalhe importante dessa programação é que os valores totais a serem pagos devem aparecer nessa planilha, podendo ser, ainda, separados os valores totais por fornecedor, por exemplo. Outro detalhe importante é que a planilha deve ser “fechada” um ou dois dias antes da data prevista para pagamento, como forma de poder-se realizar as AN02FREV001/REV 4.0 67 demais atividades após essa programação, como por exemplo, o preenchimento de cheques, ou liberação de ordens de pagamentos, etc. Dessa forma, a pessoa responsável pelos lançamentos das contas produzidas pela empresa, seja pelo setor de Compras, ou por outro, deve fazê-lo nesta programação, efetuando os lançamentos por meio dos documentos que são entregues à empresa, como notas fiscais de vendas, duplicatas, boletos e outros que possam ser utilizados. Assim, a pessoa responsável deve inserir nessa programação algumas importantes informações, como o nome do fornecedor ao qual será feito o pagamento, a identificação da nota fiscal de venda, o título correspondente, a forma de pagamento, a data de vencimento original (pois podem ocorrer datas diferentes do programado), o CNPJ da empresa fornecedora e outros que se fizerem importantes. Esses lançamentos devem ser realizados diariamente e deve-se ao final do dia emitir um parecer sobre os valores totais que deverão ser pagos em cada período, pois o processo é contínuo e dinâmico, e, no momento do lançamento, a pessoa responsável faz o mesmo para documentos que serão pagos no dia 15, mas também para aqueles que serão pagos no dia 30, por exemplo, e também, no dia 15 do mês seguinte, dia 30 do mês seguinte e assim por diante, pois como o sistema é dinâmico, a empresa está a todo o tempo realizando compras, negociando com os seus fornecedores, parcelando pagamentos, etc., e essas informações devem ser compiladas nessa programação. Após os lançamentos terem sido realizados, a pessoa responsável emite um relatório com os totais a serem pagos para os gestores, os quais farão algumas análises, como a integração dessas contas com o orçamento financeiro anual, a fonte de recursos para que se possa realizar esses pagamentos, etc. Ao final do período, ou um dia antes, ou mais dependendo da empresa, o responsável pelo setor faz o fechamento dos valores totais a serem pagos e envia para o setor financeiro, o qual deverá ter os recursos financeiros à disposição para a concretização dos mesmos. A partir daí, deverãoser processados os documentos necessários para o devido pagamento, sejam cheques, ou boletos, ou ordens de pagamentos, bem como recibos, etc., que estarão disponíveis no momento do pagamento aos AN02FREV001/REV 4.0 68 fornecedores e que se tornarão em documentos oficiais para a elaboração dos processos contábeis, e como comprovantes de que aqueles pagamentos foram realizados, no caso de algum questionamento dos fornecedores. Além disso, a empresa necessita realizar as programações que são fixas, ou seja, todo mês elas existirão, sendo obrigações que durante todo o ano a empresa deverá cumprir, onde o perfeito processo de pagamento deverá ser realizado. Entre esses custos estão àqueles relacionados com o trabalho das pessoas que estão na empresa, como o pagamento de salários, encargos, impostos sobre os salários, além de pagamentos de férias, décimo terceiro salário, comissões, gratificações, etc. Esses pagamentos são de extrema importância para a empresa, visto que são os rendimentos de seus funcionários, os quais, qualquer erro, atraso, ou outra forma de empecilho nesses recebimentos pelos funcionários, se transformará em insatisfação dos mesmos perante a empresa, e essa insatisfação repercutirá no desempenho operacional dos mesmos, que podem diminuir o seu comprometimento com a empresa, aumentando, de certa forma, os custos para o proprietário. Desse modo, se a empresa opta pela programação quinzenal, sempre nos lançamentos da programação do dia 30 devem estar incluídos os valores relacionados à folha de pagamentos, de forma completa, incluindo os valores de salários, encargos, impostos, comissões, férias, horas extras, etc. Mesmo que esses pagamentos não possuam algum comprovante, como as notas fiscais de compra, o seu lançamento no processo de programação deve ser realizado, pois os funcionários têm desejos de receber os seus salários no início do mês seguinte. AN02FREV001/REV 4.0 69 3.3.2 Alinhamento com o planejamento estratégico Nessa etapa, a função Contas a Pagar necessita estar totalmente integrada com o planejamento estratégico, basicamente com o Orçamento Financeiro desenvolvido no planejamento, visto que é através do orçamento que a organização consegue visualizar todos os seus gastos financeiros previstos para o referido ano fiscal. Dessa forma, no momento da realização dos pagamentos, é necessário que os pagamentos que serão realizados estejam previstos no orçamento, como forma de desenvolver o controle com o planejamento, onde a empresa demonstra que está seguindo o que fora planejado, e como forma de obter os recursos financeiros para tais pagamentos. Assim, a incidência de imprevistos financeiros, ou situações de emergência podem ser evitadas, preservando os recursos da empresa e evitando a busca por empréstimos e financiamentos não previstos, que podem interferir no alcance dos objetivos empresariais e financeiros da organização. 3.3.3 Programação de contas a pagar por meio das compras Esta etapa é de fundamental importância no processo, visto que tudo o que for comprado necessita ser inserido na programação de pagamentos, como fora descrito anteriormente. Assim sendo, todos os documentos que forem emitidos e utilizados no processo de compra, como notas fiscais, faturas, títulos, entre outros, devem ser direcionados ao setor de Contas a Pagar para serem inseridos na programação de pagamentos, como forma de se evitar o não pagamento dos mesmos, por falta de programação e conhecimento de seus vencimentos. Um detalhe importante nessa etapa é o que ocorre após o pagamento ter sido realizado, quando a empresa necessita ter um processo organizado de AN02FREV001/REV 4.0 70 arquivamento de recibos, comprovantes de pagamentos, duplicatas pagas, etc., como forma de se prevenir de cobranças inadequadas feitas por seus fornecedores e como atendimento aos setores contábil e fiscal, para o perfeito desenrolar de suas atividades junto ao Governo. 3.3.4 Como gerenciar contas a receber O setor de Contas a Receber desempenha importantes atividades para que a empresa atinja seus objetivos organizacionais. A grande importância dessa atividade é que, por intermédio dela, a empresa recebe os recursos financeiros produzidos pela venda dos produtos e serviços disponíveis no salão de beleza. Sendo que, com esses recursos, a empresa pode cumprir as suas obrigações, seja com fornecedores, com funcionários, ou com o governo, e obter o lucro, que é o objetivo principal da mesma, além de poder utilizar esses recursos para outras finalidades, como investimentos estratégicos e operacionais, por exemplo. Analisando a Figura 46, pode-se perceber que os recebimentos que a empresa tem direito podem ser realizados nas formas à vista ou a prazo. Os pagamentos à vista são de imediato, ou seja, assim que acontece a venda do produto ou serviço já é realizado o faturamento e é feito o pagamento pelo consumidor, que pode optar por pagar em dinheiro em espécie ou com cheques. A destinação desses recursos será feita pelo setor Contas a Receber, geralmente por meio de depósitos bancários. AN02FREV001/REV 4.0 71 FIGURA 46 - OS ASPECTOS DA ATIVIDADE DE CONTAS A RECEBER NAS ORGANIZAÇÕES Pagamentos A Prazo Alinhamento com o Planejamento Estratégico Pagamentos À Vista Direta Conferência e Arquivo de Documentos Contas a Receber Recebimento em Dinheiro Recebimentos em Cheques Depósitos Bancários Controles dos Pagamentos dos Clientes Cobrança Descontos Bancários Títulos Diretos Análise de Faturamento Utilização dos Recursos Indireta Judicial Vendedor Telefone FONTE: Acervo pessoal do autor No caso do salão de beleza, pode-se perceber que a grande maioria dos pagamentos realizados pelos clientes é à vista, ou então, por meio de cartão de crédito, não gerando grandes problemas com pagamentos a prazo. No entanto, pode acontecer de determinados clientes realizarem pagamentos com cheques pré- datados, ou em alguns casos, em que os serviços do salão são contratados por empresas de eventos, por exemplo, os pagamentos serão feitos pelas empresas, ocorrendo assim o processo de recebimento com prazos maiores. Assim sendo, descreveremos também o processo de recebimento a prazo. O maior trabalho do setor diz respeito aos pagamentos que são realizados na forma a prazo, pois, nesse tipo, diversas ações necessitam ser realizadas. Assim sendo, no momento do faturamento, são emitidos os títulos correspondentes à AN02FREV001/REV 4.0 72 compra efetuada pelo cliente e com as diversas informações relacionadas a este processo, como data de vencimentos, por exemplo. Portanto, o setor necessita estar acompanhando esse processo e realizar a devida programação de recebimentos, como é feito pelo setor de Contas a Pagar. Dessa forma, além de ter o controle desses recebimentos, a empresa alinha essa atividade com o planejamento estratégico, onde as informações irão constituir as receitas que foram estimadas no orçamento planejado inicial para o ano fiscal em questão. Dessa maneira, o setor precisa acompanhar os diversos vencimentos desses títulos, como forma de receber de seus clientes no respectivo vencimento, podendo usufruir desses recursos, bem como estar em contato com o cliente em caso do mesmo não haver feito o devido pagamento na data de vencimento por razões de falta de planejamento ou esquecimento, por exemplo. Também é necessário ter esse controle no caso de o cliente desejar antecipar o pagamento, caso em que é possível conceder descontos pela antecipação. Outra técnica utilizada pelo setor é o desconto de duplicatas por intermédio de bancos que concedem esse serviço. Essa atitude é feita onde a empresa entrega as suas duplicatas com os devidosaceites pelos clientes, ao banco, que realiza o pagamento das mesmas à empresa, no momento em que as duplicatas são entregues. Dessa forma, a empresa consegue obter liquidez desses títulos, visto que não precisa aguardar o seu vencimento para obter o recurso. O setor de Contas a Receber também necessita desempenhar uma tarefa que, em muitos casos, se torna onerosa: a cobrança. Em muitos casos, o cliente antecipa os seus pagamentos, ou se dirige à mesma, ou aos bancos, para realizar os pagamentos, não trazendo nenhum dano à empresa. Porém, outros, os pagamentos não são realizados e o setor necessita contatar o cliente para efetuar a cobrança. As cobranças podem ser feitas de duas formas: a) direta – quando a empresa utiliza seus próprios meios e estratégias para fazer as cobranças, como por exemplo, por intermédio do vendedor que atendeu aquele cliente. O vendedor faz o contato e organiza os procedimentos para que o pagamento aconteça como visitar o cliente para buscar cheques, dinheiro, etc. Outra forma é utilizar-se de contato telefônico, AN02FREV001/REV 4.0 73 bem como de recursos da internet, como e-mails, para efetuar a cobrança. Na grande maioria dos casos, com essas ações de cobrança os pagamentos são realizados; b) indireta – essa é talvez a forma que causa maiores desgastes na empresa e nas pessoas que estão envolvidas. Essa forma, geralmente, é consequência da forma direta de cobrança, quando a empresa não consegue obter o pagamento pelo seu cliente e necessita recorrer a mecanismos judiciais para que o mesmo seja realizado. Na grande maioria das vezes, a empresa possui um departamento jurídico que fica encarregado dessa cobrança, e os respectivos títulos são protestados em juízo, por meio de procedimentos judiciais, e o cliente é comunicado por oficial de justiça que deve fazer o pagamento. Em muitos casos, somente com o aviso judicial, o pagamento é feito. Em outros, são necessários outros procedimentos de maior profundidade para que o mesmo aconteça. Essa forma acarreta grandes desgastes emocionais, físicos e financeiros ao cliente e à empresa, podendo gerar o fim do relacionamento entre as partes. Por fim, a empresa necessita realizar o controle dos pagamentos recebidos pelos seus clientes, com a adequada destinação dos documentos que comprovem o pagamento, que devem ser entregues aos clientes, bem como o arquivamento dos documentos relacionados, com vistas a servirem de subsídios para os departamentos contábil e fiscal. 3.3.5 Como gerenciar o capital de giro O capital de giro é um tipo de ferramenta financeira que nem sempre é desejada pelos empresários, mas que se faz necessária para a consecução das atividades empresariais da mesma e o atingimento de seus objetivos. O capital de giro surge nas organizações como sendo os recursos financeiros necessários para preencher algumas lacunas que acontecem no fluxo de caixa, em virtude principalmente da forma dos pagamentos que a empresa realiza AN02FREV001/REV 4.0 74 com seus fornecedores e outros atores, e da forma como a empresa recebe os seus recursos dos clientes, pelas vendas. Dessa forma, se a empresa adquire bens e serviços de um fornecedor e faz o pagamento dessas obrigações de forma à vista, ou seja, no ato da compra – e a mesma vai comercializar o seu produto após determinado tempo, podendo ainda receber do cliente de forma parcelada, ou com prazos maiores, durante esse tempo entre a compra dos bens e o recebimento dos recursos dos seus clientes –, a empresa fica com uma lacuna, “um buraco” no fluxo de caixa, que é preenchido pelo capital de giro. Por isso que recebe esse nome, em razão de ser um capital que serve para a empresa fazer o giro de seus negócios. A utilização desse capital incorre em dois problemas principais: 1) quando o capital de giro é próprio – ou seja, a empresa possui esse dinheiro e coloca-o à disposição da empresa para realizar o giro e preencher a lacuna produzida. O problema que surge é que esse capital poderia estar sendo investido em outros projetos, ou até mesmo no mercado financeiro, gerando ganhos e retornos para a empresa, enquanto está sendo usado apenas para cobrir os espaços da lacuna do tempo de recebimento e pagamentos, sem agregar nenhum valor financeiro adicional; 2) quando o capital de giro não é da empresa – ou seja, a empresa não dispõe de capital necessário para fazer a cobertura da lacuna produzida entre a data de pagamento dos compromissos e os recebimentos dos clientes, então, torna-se necessário que a mesma adquira esses recursos de terceiros, realizando empréstimos, seja em bancos, seja em outras instituições financeiras, incorrendo no pagamento de taxas e juros sobre esse capital emprestado. Essa situação acaba reduzindo os lucros e ganhos da empresa, visto que é um capital que não é investido, ou aplicado em algo produtivo que vai produzir algum tipo de retorno financeiro, mas sim, é um dinheiro que apenas cobre a movimentação do fluxo de caixa. Dessa forma, quando se busca esse capital no mercado, o pagamento de taxas e juros acaba impactando diretamente no lucro da empresa, que se torna reduzido em função destes pagamentos. AN02FREV001/REV 4.0 75 Outra análise importante dentro desse contexto refere-se aos chamados ciclo de caixa e ciclo operacional, que são duas formas de desenvolver análises financeiras relacionadas aos aspectos de gestão de fluxo de caixa. O ciclo operacional é aquele que é obtido considerando-se o prazo médio de estocagem das mercadorias pela empresa e o prazo médio de recebimento dos clientes. Dessa forma, o ciclo operacional é obtido somando-se o tempo médio que as mercadorias ficam em estoque, ou seja, o tempo entre a aquisição das mercadorias e a sua saída pelo processo de vendas, e o prazo médio de recebimentos, isto é, o tempo médio para os clientes fazerem o pagamento de suas compras. Já o ciclo de caixa corresponde ao tempo do ciclo operacional subtraído o prazo médio de pagamentos a fornecedores, ou seja, o tempo médio que a empresa leva para pagar as suas obrigações perante os fornecedores. Assim sendo: Ciclo Operacional = Prazo Médio de Estocagem (PME) + Prazo Médio de Recebimento (PMR) Ciclo de Caixa = Ciclo Operacional - Prazo Médio de Pagamento (PMP) Vamos supor um exemplo: A empresa CaiCai possui um prazo médio de estocagem de suas mercadorias de 30 dias e um prazo médio de recebimento dos clientes de 35 dias. Além disso, o prazo médio de pagamentos é de 25 dias. Calcule o ciclo operacional e o ciclo de caixa. Ciclo Operacional = Prazo Médio de Estocagem (PME) + Prazo Médio de Recebimento (PMR) Ciclo Operacional = 30 +35 Ciclo Operacional = 65 dias Ciclo de Caixa = Ciclo Operacional - Prazo Médio de Pagamento (PMP) Ciclo de Caixa = 65 – 25 Ciclo de Caixa = 40 dias AN02FREV001/REV 4.0 76 Nesse caso, a empresa irá pagar os seus fornecedores com 25 dias, irá receber dos clientes com prazo médio de 65 dias, o que gerará uma lacuna no seu caixa de 40 dias, ou seja, a empresa precisará utilizar capital de giro por 40 dias. Assim sendo, pode-se expor que quanto menor for o ciclo de caixa, melhor a atuação da empresa, pois evitará a utilização de capital de giro. 3.4 ASPECTOS RELACIONADOS À COMPRA DE PRODUTOS E POLÍTICA DE ESTOQUES 3.4.1 Como realizar compras O processo de compras se torna importante em virtude de ser uma atividade de suporte ao processo de vendas, visto que a empresa necessita obter o produto, ou os insumos, para entregar ao cliente que efetuou a compra na empresa. Assim, como demonstra a Figura 47, o processo de compras inicia-se com a seleção de fornecedores, passa pelo processo de compras efetivamente e termina com a análise estratégica do processo como um todo.AN02FREV001/REV 4.0 77 FIGURA 47 - OS ASPECTOS DA ATIVIDADE DE COMPRAS NAS ORGANIZAÇÕES Seleção de Fornecedores Alinhamento com o Planejamento Estratégico Processo de Compra Planejamento Financeiro Políticas de Estoques Compras Necessidades de Compra Disparo de Ordens Recebimento de Cotações Negociações e Fechamento Entrega das mercadorias Contas a Pagar FONTE: Acervo pessoal do autor Para iniciar-se a discussão sobre o processo de compras é essencial que a empresa tenha realizado a perfeita seleção de seus fornecedores, visto que o sucesso das compras pela empresa, em parte se deve ao tipo de relacionamento que se mantém com os fornecedores. Dessa maneira, a empresa precisa definir alguns critérios para efetuar a seleção e cadastramento de seus fornecedores, como forma de desenvolver atitudes parceiras com os mesmos, fato que acaba gerando certo diferencial no processo de compra e abastecimento da empresa por produtos, ou insumos por meio de seus fornecedores, produzindo vantagens competitivas no mercado para atender ao cliente cada vez mais exigente. AN02FREV001/REV 4.0 78 Após a seleção e cadastramento de fornecedores, a empresa passa a gerenciar o processo de compras, que se inicia pela criação de alguma necessidade de compra. Essa necessidade pode ser gerada pelo faturamento do produto que a empresa comercializa, ou dos insumos que fazem parte da constituição do produto que a empresa fabrica ou vende, como matérias-primas, por exemplo. Assim sendo, quando acontece o faturamento é disparada uma ordem para que o produto que o cliente adquiriu seja entregue e este, em diversas situações, necessita ser comprado. Assim, os responsáveis pelas compras necessitam receber esta ordem de compra, que foi gerada pelo faturamento, e iniciar o processo de aquisição do produto junto aos seus fornecedores. Dessa forma, os responsáveis pela compra estarão selecionando os fornecedores em seu cadastro que disponibilizem o produto que é fruto da necessidade gerada, realizando uma primeira seleção para esse processo de compra. Assim sendo, após esta seleção, é enviada para todos esses fornecedores selecionados uma ordem contendo todas as informações relevantes para a aquisição do produto, como quantidade, especificação técnica, formato, tamanho, cor, etc. De posse desta ordem, o fornecedor irá elaborar uma cotação de preços, onde são descritas todas essas informações, bem como os preços de venda do fornecedor para a empresa, além de enviar, também, as condições de pagamento, recebimento e entrega da mercadoria. Com essa cotação, o responsável pela compra seleciona todas as cotações recebidas dos diversos fornecedores e realiza uma pré-separação dos fornecedores que melhor atendem a essa compra, seja em quantidade, em preço, em condições de entrega ou de pagamentos. De posse dessa primeira triagem, o responsável pelas compras entra em contato com os fornecedores selecionados para realizar uma nova negociação, por qualquer tipo de critério, seja preço, entrega, condições de pagamento, etc., e após essa fase, segue-se para a aprovação do responsável pelo fechamento da compra, que geralmente é feito por algum cargo gerencial na empresa. Após essa aprovação, o responsável pela compra faz a emissão do pedido de compra, que é um documento que possui numeração sequencial, onde estão disponíveis todos os dados do fornecedor, como CNPJ, Inscrição Estadual, endereço, telefone, nome do responsável pela venda, além das informações AN02FREV001/REV 4.0 79 relativas ao produto que está sendo comprado, como quantidade, especificações técnicas, preço unitário, preço total, prazo de entrega, responsabilidade pela entrega e pagamentos de frete e seguros, condições de pagamento e prazos de pagamento. Com esse pedido de compra, é definido o fechamento da compra, onde o fornecedor irá executar o faturamento dos produtos comprados pela empresa. Após o fechamento da venda, os fornecedores devem comunicar o seu cliente sobre a entrega das mercadorias, nas condições que foram acertadas e acordadas no momento da negociação e fechamento. Ao receber os produtos do fornecedor, a empresa realiza a conferência dos produtos e dispara uma ordem para o setor de Contas a Pagar, para que se efetuem os devidos pagamentos para o fornecedor. Por fim, o processo de compras deve estar alinhado com o planejamento estratégico, seja por meio da ligação com o planejamento financeiro, seja por meio de uma perfeita política de estoques. Com o plano financeiro, a política de compras deve estar alinhada no que diz respeito aos desembolsos financeiros que são necessários para efetuar essas compras, principalmente no tocante às contas a pagar, visto que esses pagamentos devem ter a devida programação para que não haja falhas no cumprimento pela empresa de suas obrigações. No momento do fechamento da compra com o fornecedor, o responsável pela compra deve informar o setor financeiro a respeito das provisões de pagamentos que deverão ser realizadas, como forma da empresa poder arcar com esses compromissos. Outro detalhe importante nesse contexto é que as compras devem estar relacionadas no orçamento geral que é elaborado pela empresa no início do ano fiscal. Se a compra estiver programada no orçamento, o trâmite desse processo fica mais claro e elaborado. Caso a compra não esteja no orçamento, será necessário justificá-la aos setores responsáveis para que se obtenha a aprovação de gerências superiores para que a mesma possa ser realizada. Por fim, outro aspecto importante para o processo de compras visando o perfeito funcionamento da função faturamento diz respeito à política de estoques. O alinhamento das compras com a política de estoques é muito importante devido ao fato de que se os estoques forem mal dimensionados, ou mal controlados, pode-se ter AN02FREV001/REV 4.0 80 grandes perdas com compras que talvez sejam desnecessárias, pois com o mau controle, pode acontecer de a mercadoria fruto da compra já estar no estoque, ocorrendo perdas financeiras pela compra, pelo transporte, pelo armazenamento, etc. 3.4.2 Como controlar o estoque: principais técnicas utilizadas De acordo com a Figura 48, quando os estoques são abastecidos, seus níveis estão no máximo, ou seja, existe uma grande quantidade de produtos, materiais e outros insumos, sendo armazenados nos almoxarifados esperando o momento ideal para cumprir a sua função, seja na produção ou no processo de vendas. Este ponto chama-se nível máximo de estoque. No decorrer do processo de produção ou de vendas, as mercadorias que estão nos estoques vão sendo utilizadas, ou seja, saem do almoxarifado e vão atender à produção ou às vendas, dependendo do setor empresarial ao qual a empresa pertence. Com o passar do tempo, esse consumo vai se tornando constante e a quantidade de mercadorias que está nos estoques vai sendo diminuída, em virtude da saída dos produtos para atender à produção ou às vendas. FIGURA 48 - A DINÂMICA DOS ESTOQUES FONTE: Acervo pessoal do autor. AN02FREV001/REV 4.0 81 Conforme o consumo vai acontecendo, os níveis de estoques vão diminuindo até chegar ao esgotamento total dos produtos em estoque, ou seja, os produtos acabam. Nesse momento, o estoque recebe o nome de nível mínimo de estoque, ou nível zero, quando se percebe que não existem estoques. Então, em virtude desse nível mínimo de estoques, a empresa necessita reabastecê-lo, realizando negociações de compra com os seus diversos fornecedores para que os mesmos entreguem os produtos, ou demais mercadorias para a reposição dos estoques. Dessa maneira, ao término desse processo de negociação, os estoques são recompostos e o nível de estoque volta a ser máximo. Ou seja, o almoxarifado volta a estar repleto de mercadorias, queficam à disposição dos processos de fabricação e vendas. Quando os processos de fabricação e vendas são realizados e desenvolvidos, acontece novamente o consumo desses itens e o estoque vai sendo diminuído, voltando a ter o nível mínimo ou nível zero de estoques, quando novamente é necessário o processo de reposição, por meio da negociação com fornecedores e o estoque é abastecido novamente. Deste modo, esse processo transforma-se em um ciclo virtuoso de reposição e consumo de produtos e demais mercadorias que estão nos estoques, sempre tendo as duas variáveis (reposição e consumo) oscilando entre os dois extremos dos estoques, ou seja, os níveis máximo e mínimo de estoques. No entanto, esse processo torna-se falho, pois existe um tempo necessário para que aconteça a reposição dos estoques. Com raras exceções, não é possível acontecer a reposição imediata dos estoques, ou seja, assim que o processo de consumo vai acontecendo, os estoques vão sendo diminuídos, reduzindo-se a quantidade de produtos ou mercadorias disponível no almoxarifado, até o momento em que o estoque fica zerado. Dessa maneira, se a empresa adotasse a metodologia de realizar a reposição somente quando o estoque ficasse zerado – fazendo o contato com os fornecedores, a negociação e todo o processo de compra para, então, depois de tudo isso, receber as mercadorias dos mesmos e alocá-las nos almoxarifados –, inevitavelmente aconteceriam graves perdas em função dessa reposição, visto que todo esse processo de seleção de fornecedores (bem como a negociação e a AN02FREV001/REV 4.0 82 compra, além da entrega pelos mesmos até que o produto chegue aos almoxarifados novamente) leva um tempo necessário para ocorrer. É o chamado tempo de reposição ou lead time. Assim, ao observarmos a Figura 49, vemos como o processo dinâmico dos estoques vai acontecendo. Os estoques iniciam o processo com o nível máximo e, conforme vai acontecendo o consumo, os estoques vão diminuindo até chegarem ao nível mínimo, ou até zerarem. O processo natural, como descrito anteriormente, expõe que acontece a reposição com o estoque atingindo o nível máximo novamente e assim por diante. Porém, se o estoque chegar ao nível mínimo para que a empresa inicie o processo de reposição, com o processo de compra, como falamos anteriormente, essa reposição irá acontecer em um momento maior de tempo, e não imediatamente, como fora mostrado na Figura 48 (anterior), mas com algum atraso, em virtude do tempo de reposição ou lead time. FIGURA 49 - REPOSIÇÃO E CONSUMO NOS ESTOQUES T A M A N H O D O L O T E NÍVEL MÁXIMO DE ESTOQUE NÍVEL MÍNIMO DE ESTOQUE REPOSIÇÃO CONSUMO TEMPO DE REPOSIÇÃO FONTE: Acervo pessoal do autor. AN02FREV001/REV 4.0 83 Por exemplo, vamos considerar que uma fábrica de calçados mantenha mantas de couro em estoque e que essas mantas são necessárias para a fabricação dos sapatos finos que a mesma fabrica e exporta para os países da Europa. Imaginemos que cada manta é usada na fabricação de cem pares de sapatos e que a empresa decidiu que o nível máximo de estoque é de cem mantas, o que representa um estoque suficiente para a fabricação de 10 mil pares. A empresa comercializa mensalmente aproximadamente 45 mil pares com os países da Europa e a entrega deve ser pontual, sempre no dia 25 de cada mês, em virtude dos operadores logísticos que fazem todo o processo de despacho, transporte, seguro, etc. dos sapatos do Brasil até a Europa. Se os lotes não estiverem no porto até o dia 23 de cada mês, as mercadorias não conseguem ser embarcadas, ficando armazenadas no porto até o mês seguinte, no mesmo dia, gerando taxas de armazenamento para a fábrica de sapatos. A empresa mantém um relacionamento muito próximo com seus fornecedores de mantas de couro, que são dois curtumes. Cada curtume entrega para a fábrica de calçados cerca de 250 mantas mensais, o que representa a produção de 50 mil pares de calçados, se for necessário. Como a empresa comercializa aproximadamente 45 mil pares mensais, ainda fica sobrando um adicional de matéria-prima em estoque, para cobrir riscos e incertezas da demanda ou falhas de produção. No entanto, o fornecedor A está localizado a uma distância de cerca de 40 km da fábrica de calçados, sendo um curtume tradicional, com capacidade de produção totalmente ocupada, e raramente consegue aumentar os pedidos de compra da fábrica. Por estar próximo da fábrica de sapatos, o tempo de reposição, ou lead time, é de cerca de cinco dias, desde o momento em que a fábrica dispara o pedido de compra até a entrega das mantas na empresa. Este fornecedor consegue entregar pedidos de até 50 mantas por lote. O fornecedor B está a cerca de 150 km distante da empresa de sapatos. É uma empresa de grande porte, com capacidade de produção em crescimento, podendo aumentar a sua capacidade de produção para atender seus clientes em momentos de aumento da demanda. Como está a maior distância, o tempo de AN02FREV001/REV 4.0 84 reposição total é de no mínimo 12 dias. Este fornecedor consegue entregar lotes por pedido de até cem mantas. Vamos imaginar que a empresa inicia a produção de janeiro, no dia 2, em virtude do feriado de réveillon. É sabido que no dia 23 todos os 45 mil sapatos devem estar no porto, para embarque, evitando aumento nos custos e perda de vendas aos clientes exigentes europeus. O estoque da empresa de mantas de couro está no nível máximo, com 200 mantas em estoque. Com a produção, inicia-se o consumo do estoque, que vai diminuindo gradativamente. Se a empresa não possui algum tipo de gerenciamento para a reposição dos estoques, um novo pedido ao fornecedor irá ocorrer somente no dia 11, pois o estoque de 200 mantas dará para atender a produção de dez dias de trabalho. Estamos no dia 11 e a empresa tem 21 mil pares de sapatos prontos para serem enviados ao porto e o estoque de mantas acabou, interrompendo a produção, visto que é a matéria-prima primordial para a confecção dos sapatos. O pedido aos fornecedores é feito, porém o fornecedor A levará cinco dias para entregar as mantas e o fornecedor B levará 12 dias. E agora? A empresa realiza um pedido para cada fornecedor, ou seja, 50 mantas para o fornecedor A e 100 mantas para o fornecedor B. As mantas do fornecedor A chegarão no dia 16 de janeiro e as do fornecedor B no dia 23 de janeiro. Dessa forma, nesses cinco dias até as mantas chegarem, a empresa não terá como realizar a produção, visto que não possui a matéria-prima prioritária para tal. Vamos imaginar que a empresa receba as mantas do fornecedor A no dia 16 e reinicie a produção. Porém, como são somente 50 mantas, atenderá a produção por apenas três dias, voltando o estoque ao nível mínimo novamente, ou seja, as mantas chegam no dia 16 e terminam no dia 19, onde a produção é novamente interrompida até o dia 23, quando chegam às mantas do fornecedor B. Vejam o tamanho do problema que a empresa teve para poder desenvolver a sua produção e atender aos seus clientes, em virtude de um mau planejamento de reposição de estoques. AN02FREV001/REV 4.0 85 Ao observar a Figura 50, pode-se perceber que, para evitar esses imprevistos e erros na gestão dos estoques, além de aumento de custos e a insatisfação do cliente pela falta da mercadoria ou outros aspectos, torna-se essencial a utilização dos chamados estoques de segurança. O estoque de segurança nada mais é do que o dimensionamento de um valor para o estoque em que o pedido de reposição é disparado, fazendo com que o mesmo seja feito enquanto ainda se mantêm estoques das mercadorias e produtos no almoxarifado, evitando-se assim que a empresa seja obrigada a interromper a sua produção, ou comercialização, por não ter produtos, insumos e outras mercadorias em estoque. FIGURA 50 - ESTOQUESDE SEGURANÇA LEAD TIME E S T O Q U E D E S E G U R A N Ç A T A M A N H O D O L O T E ESTOQUE ZERADO FONTE: Acervo pessoal do autor. A empresa determina uma quantidade de mercadorias em estoque, firmado como estoque de segurança, e quando os níveis de estoques atingem esse valor, é iniciado o processo de compra junto aos fornecedores, como forma de evitar que os AN02FREV001/REV 4.0 86 estoques cheguem ao nível mínimo, ou seja, que os estoques acabem para se iniciar esta reposição. Desse modo, a reposição dos estoques, com a adoção dos estoques de segurança, é feita enquanto se possui mercadorias no almoxarifado, e quando o pedido é entregue pelo fornecedor, os níveis de estoque ainda estão com os produtos, evitando-se que os mesmos sejam zerados. Dessa maneira, a empresa não interrompe o seu processo produtivo por falta de mercadorias nos estoques. A determinação do valor dos estoques de segurança deve ser realizada com base nos lead times dos fornecedores e no consumo dos produtos pela empresa, calculando-se a necessidade em função dessas duas variáveis. Alguns produtos terão valores de estoques de segurança maiores, outros menores, porém, o que importa é que o estoque não fique zerado. Por exemplo: imaginemos a mesma fábrica de sapatos citada antes. Como ela produz 45 mil sapatos por mês, entre os dias 1º e 22 de cada mês (no dia 23 os sapatos devem estar no porto), então se pode deduzir que ela produza, em média, 1.960 pares por dia, contando todos os dias da semana, pois não sabemos se a empresa trabalha sábados e domingos, e nem se faz turnos de 24 horas ou apenas o horário comercial, apenas para exemplificar a estimativa de estoques de segurança. Logo, se ela produz 1.960 pares por dia e cada manta de couro serve para fabricar cem pares de sapatos, pode-se deduzir que são usadas 20 mantas por dia (1.960 dividido por 100 = 19,60 mantas; que equivale a 20 mantas). Dessa forma, se o fornecedor A leva 5 dias para poder repor os estoques, a empresa necessita fazer o pedido quando o estoque estiver com cem mantas, pois quando as mantas chegarem à fábrica daqui a 5 dias, o estoque ainda terá a matéria-prima e a produção não é interrompida. Como consequência, o estoque de segurança nesse caso é de cem mantas de couro. Outro detalhe importante nesse processo diz respeito a como é realizada essa reposição dos estoques. Existem três maneiras de se repor os estoques: AN02FREV001/REV 4.0 87 1. reposição contínua – a empresa faz compras de todos os produtos que mantém nos estoques de forma ininterrupta, ou seja, a reposição é contínua, realizada a todo momento; 2. reposição periódica – a empresa faz análises periódicas de seus estoques e faz os pedidos em função dos níveis de estoques nesses momentos; 3. reposição por ponto de pedido – em determinado ponto do nível dos estoques são realizados os pedidos de reposição. É realizada como forma de prevenir as paradas na produção, utilizando-se ainda dos estoques de segurança. Vamos abordar a forma de realizar a reposição de estoque por ponto de pedido, método em que a empresa determina em que momento o almoxarife deverá realizar o pedido de reposição junto aos fornecedores. Essa determinação deverá levar em consideração algumas variáveis, como o lead time, o consumo diário de materiais que estão nos estoques e a demanda média, entre outras. Após a determinação desse valor, o almoxarife deverá realizar os pedidos no exato momento em que os níveis de estoque atingirem este valor. Perceba que o ponto de pedido não considera o valor do estoque de segurança, mas sim, o valor do estoque que será necessário manter para não comprometer o processo empresarial e nem utilizar os estoques de segurança, como é descrito na Figura 51. AN02FREV001/REV 4.0 88 FIGURA 51 - PONTO DE PEDIDO LEAD TIME E S T O Q U E D E S E G U R A N Ç A T A M A N H O D O L O T E PONTO DE PEDIDO ESTOQUE ZERADO FONTE: Acervo pessoal do autor. Outra importante atividade que os responsáveis pelo salão de beleza necessitam desempenhar diz respeito à organização dos estoques, ou seja, como o almoxarifado é arrumado e organizado em termos de disposição das mercadorias, limpeza, iluminação, entre outros detalhes e aspectos que são importantes para a função estoque e para a atividade profissional do almoxarife, visto que todos esses detalhes estarão relacionados ao seu trabalho, seja em aspectos positivos ou negativos. A perfeita arrumação dos produtos, dispostos de acordo com o layout que a empresa define, com cada produto colocado exatamente no local que é designado para ele, com identificação dos produtos, prateleiras, corredores, etc., é de grande importância para a organização dos estoques. Além disso, a limpeza e ordem em todas as rotinas do almoxarifado são de grande importância, pois nenhuma pessoa consegue desempenhar suas atividades em ambientes sujos, cheios de poeira, terra, areia, serragem, restos de materiais como estopas velhas, sacos plásticos, papelão, sucatas, pneus, etc. AN02FREV001/REV 4.0 89 Dessa maneira, todos esses materiais que não são usados na dinâmica do processo de estocagem devem ser retirados do almoxarifado, sendo descartados, ou então, alocados em outros locais. O mesmo acontece com produtos que já foram utilizados em algum momento nos processos de produção dos serviços, e voltaram para os estoques, como por exemplo, sobras de materiais, produtos químicos, etc. Todos esses materiais devem ser alocados em locais apropriados para eles, ou então, descartados. Dentro da movimentação dos estoques, existem algumas ferramentas que podem orientar e direcionar a tomada de decisão relacionada aos produtos e mercadorias em estoque. As principais são: a) método FIFO; b) método LIFO. 3.4.2.1 Método FIFO O método FIFO (do inglês first in first out – primeiro que entra, primeiro que sai) consiste em estipular uma sequência de movimentação dos estoques onde o lote de produtos (sejam insumos, matérias-primas ou demais mercadorias) que chega primeiro no almoxarifado, ou seja, que entra no estoque em uma data antecipada aos demais é o que deve ser comercializado, ou enviado para a produção, primeiro. Sendo assim, o lote que entra no estoque antes deve sair do estoque antes também. Nesse contexto, as técnicas de armazenamento, de arrumação dos estoques e colocação dos produtos nas prateleiras, ou outra forma de organização interna, deve privilegiar a forma do FIFO; por exemplo, na arrumação de prateleiras, onde os produtos que entram no estoque primeiro deverão permanecer em primeiro lugar na fila de exposição, ou de saída, a fim de serem os primeiros produtos a serem enviados para a venda ou produção. AN02FREV001/REV 4.0 90 Dessa forma, se os produtos que chegarem por último forem colocados nas prateleiras logo a frente da exposição, serão os primeiros a serem entregues no momento do consumo, ou da saída, descaracterizando essa técnica. Além desse controle de arranjo dos produtos, faz-se necessário, também, o controle da movimentação dos estoques, como forma de visualizar as situações física e financeira dos mesmos, expondo as quantidades de materiais, das mais diversas formas, como já descrito nesse curso, que estão disponíveis no almoxarifado, além da ocorrência dinâmica do processo de estoques, demonstrando as entradas de produtos nos estoques, por meio da aquisição com os fornecedores, e as saídas de mercadorias dos estoques, no momento em que estas se dirigem para a produção ou para as vendas. Assim, com o uso desse controle, pode-se perceber como estão os níveis de estoques e os valores financeiros respectivos desses produtos que estão nos estoques, possibilitando realizar análisesde custos e investimentos nos estoques e o seu respectivo retorno financeiro, se existir. Na Figura 52, é demonstrada uma ficha básica de controle de estoques, onde são demonstradas algumas características do uso da ferramenta FIFO. No entanto, esse modelo não descreve detalhadamente como se faz o efetivo controle dos estoques, o que será realizado no módulo IV. Nesse momento, serve apenas como ilustração da técnica FIFO. AN02FREV001/REV 4.0 91 FIGURA 52 - MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE Ficha de Controle de Estoque Mercadoria: Bota de Couro Masculina tam. 37-44 - ref. 123456 Data Entrada Saída Saldo 2012 Quanti dade Valor Unitário (R$) Total (R$) Quanti dade Valor Unitário (R$) Total (R$) Quantid ade Valor Unitário (R$) Total (R$) 01/nov 10 125 1.250 03/nov 8 125 1.000 2 125 250 09/nov 8 125 1.000 3 7 125 875 14/nov 7 0 125 0 15/nov 12 125 1.500 6 6 125 750 19/nov 5 1 125 125 21/nov 9 125 1.125 10 0 125 0 24/nov 11 125 1.375 6 125 750 5 125 625 Soma 40 5.000 45 14.000 FONTE: Acervo pessoal do autor Nesse modelo de controle de estoque, são lançados as entradas de mercadorias nos estoques, nas suas datas respectivas, e o valor financeiro que fora pago por ele na negociação com os fornecedores, onde pode-se estipular o valor total financeiro que está em estoque. No exemplo, percebe-se que, no dia 9 de novembro, entraram nos estoques oito peças, que custaram R$ 125,00 cada, o que produz um valor total financeiro em estoques de R$ 1.000,00. Da mesma maneira, conforme vão ocorrendo as saídas de produtos do almoxarifado, elas são registradas e abatidas do saldo de estoque. Perceba que no dia 1º de novembro, a empresa detinha dez peças como saldo de estoque e, no dia 3 de novembro, saíram do estoque oito peças, deixando um saldo de duas peças. Se analisarmos financeiramente, a empresa tinha dez peças com valor unitário de R$ 125,00, que proporcionava um saldo financeiro em estoque de R$ 1.250,00. Com a saída de oito peças, o valor financeiro de saída foi de R$ 1.000,00, o que deixou em estoque apenas R$ 250,00. E essa dinâmica segue no seu ciclo AN02FREV001/REV 4.0 92 normal de registro, conforme as situações de consumo e reposição dos estoques vão acontecendo. Nota-se, pela Figura 53, que os lançamentos na ficha de controle são realizados de forma um pouco diferente, em que se devem realizar as saídas e baixas no estoque considerando-se a metodologia FIFO, ou seja, o primeiro que entra é o que sai primeiro. FIGURA 53 - MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE COM O MODELO FIFO Ficha de Controle de Estoque Mercadoria: Bota de Couro Masculina tam. 37-44 - ref. 123456 Data Entrada Saída Saldo 2012 Quantid ade Valor Unitário (R$) Total (R$) Quantid ade Valor Unitário (R$) Total (R$) Quantid ade Valor Unitário (R$) Total (R$) 01/nov 0 30 125 3750 03/nov 8 132 1056 22 125 2750 09/nov 8 140 1120 3 148 2516 19 125 2750 0 8 140 700 14/nov 17 148 740 2 125 625 0 8 140 700 15/nov 6 148 888 0 125 0 0 4 140 560 16/nov 12 145 1740 0 4 140 560 0 12 145 1740 19/nov 5 157 785 0 140 0 11 145 1595 21/nov 9 146 1314 10 157 1570 1 145 145 9 146 1314 24/nov 11 150 1650 6 160 0 0 145 0 4 146 584 11 150 1650 Soma 40 55 0 FONTE: Acervo pessoal do autor. AN02FREV001/REV 4.0 93 Independente de entrarem novos produtos, enquanto aquele lote não estiver acabado, ele continua atendendo a demanda, e os novos lotes vão ficando nos estoques, até chegar o momento de seu efetivo consumo. Assim sendo, utilizando-se a técnica FIFO, vê-se que no dia 1º de novembro, a empresa possuía em estoque 30 peças ao valor unitário de R$ 125,00. No dia 3 de novembro, ocorreu uma saída de oito peças, que foi vendida por R$ 132,00, sendo abatida do saldo total de estoques, ficando o estoque com 22 peças ao valor de R$ 125,00, que é o preço de aquisição pela empresa junto ao seu fornecedor, o que estipula um saldo financeiro em estoque de R$ 2.750,00. Perceba que o valor de venda de R$ 132,00, que é maior que o valor de compra do produto, não entra nesse raciocínio, visto que nesse preço de venda está adicionada a margem de lucro da empresa. Seguindo a análise, vimos que no dia 9 de novembro, entram no estoque oito peças, que foram adquiridas por R$ 140,00 cada. No almoxarifado já tinham 22 peças ao preço de R$ 125,00. E, nesse mesmo dia, são vendidas três peças ao preço de R$ 148,00. E agora? Como lançar na ficha de controle? É simples. Deve-se fazer o lançamento separadamente de cada evento, observando o FIFO. Assim, se tínhamos 22 peças no estoque e saíram três, fica o saldo de 19 peças do lote original de R$ 125,00. E o novo lote de oito peças é lançado como outro saldo, de 08 peças ao valor de R$ 140,00. Assim sendo, o estoque possui 19 peças com valor de R$ 125,00 e oito peças com valor de R$ 140,00. E assim segue-se o processo. No dia 14 de novembro, saem 17 peças do estoque, que são vendidas a R$ 148,00. Essas 17 peças são abatidas do saldo de 19 peças que estavam em estoque do primeiro lote ainda, do valor de R$ 125,00, restando duas peças desse valor, ou desse lote, no estoque. No dia 15 de novembro, saem deis peças, das quais duas peças são do lote de R$ 125,00 e quatro peças do lote seguinte, do valor de R$ 140,00, pois nesse momento o lote de valor de R$125,00 acabou, sendo que o próximo lote é o que deve sair primeiro. AN02FREV001/REV 4.0 94 3.4.2.2 Método LIFO O segundo tipo de movimentação de produtos e mercadorias em estoque é o chamado LIFO (last in first out – último que entra, primeiro que sai), que difere do método FIFO, pois considera que não existe a regra de sempre ser a lógica de entrada no estoque para a saída, mas o inverso. Assim, os produtos e mercadorias que entram por último são aqueles que saem dos estoques primeiro. Isso não é vantajoso em estoques que possuem giro muito longo, pois os produtos que entraram primeiro terão a tendência de se deteriorarem-se, ou no mínimo, perderem a data de validade, não podendo ser comercializados e gerando perdas para a empresa. Essa metodologia LIFO se justifica em estoques que giram muito rapidamente, em períodos de no máximo um mês, ou alguns meses, pois não oferecem o risco de perda. Desta forma, quando os produtos chegam ao estoque já são direcionados para os seus locais de armazenagem, que podem ser prateleiras, por exemplo, e ficam expostos “na frente” dos produtos que já estavam na prateleira. E são esses produtos que serão consumidos primeiro, ficando os anteriores para depois até que se acaba todo o estoque. Da mesma forma, devem-se registrar as movimentações nas fichas de controle, porém com algumas diferenças entre a metodologia FIFO. Por exemplo, usaremos a mesma ficha de controle do produto demonstrado anteriormente no método FIFO. Perceba que existem 30 peças no estoque, ao valor unitário de R$125, o que gera um saldo de estoque de R$ 3.750,00. No dia 3 de novembro, são vendidas oito peças e o estoque permanece com 22 peças ao valor unitário de R$ 125,00. No dia 9 de novembro, entram no estoque oito peças, ao valor unitário de R$ 140,00 e são vendidas três peças ao valor de R$ 148,00. Assim sendo, o estoque fica com 27 peças de saldo ao valor unitário de R$ 140,00, relacionado ao último lote que entrou no almoxarifado. AN02FREV001/REV 4.0 95 Da mesma forma, no dia 21 de novembro, entram no estoque 09 peças ao valor de R$ 146,00 cada e são vendidas dez peças. Dessa maneira, o saldo em estoque, nesse dia, é de dez peças ao valor unitário de R$ 146,00, conforme é exposto pela Figura 54. FIGURA 54 - MODELODE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE COM O MODELO LIFO Ficha de Controle de Estoque Mercadoria: Bota de Couro Masculina tam. 37-44 - ref. 123456 Data Entrada Saída Saldo 2012 Quantid ade Valor Unitário (R$) Total (R$) Quantid ade Valor Unitário (R$) Total (R$) Quantid ade Valor Unitário (R$) Total (R$) 01/nov 0 30 125 3750 03/nov 8 132 1056 22 125 2750 09/nov 8 140 1120 3 148 2516 27 140 3780 14/nov 17 148 740 10 140 1400 15/nov 6 148 888 4 140 560 16/nov 12 145 1740 0 16 145 2320 19/nov 5 157 785 11 145 1595 21/nov 9 146 1314 10 157 1570 10 146 1460 24/nov 11 150 1650 6 160 0 15 150 2250 Soma 40 55 0 FONTE: Acervo pessoal do autor. Diversos modelos de fichas de estoque existem disponíveis e cada empresa pode utilizar aquele que melhor se aprouver. A seguir, as Figuras 55 e 56 mostram alguns modelos dessas fichas de estoque. AN02FREV001/REV 4.0 96 FIGURA 55 - MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE FONTE: Disponível em: <http://wellingtoncontabilidade.blogspot.com.br/2010/03/modelos- contabil_04.html>. Acesso em: 3 abr. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 97 FIGURA 56 - MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE FONTE: Disponível em: <http://www.portaladm.adm.br/CI/ci63.htm>. Acesso em: 3 abr. 2013. 3.5 MARKETING – CAPTANDO CLIENTES E PROSPECTS O marketing, ou o setor de marketing da empresa possui uma influência muito importante para os negócios de um salão de beleza, visto que a grande maioria das compras efetuadas pelos clientes deriva, de alguma maneira, de ações de marketing. Portanto, o marketing se torna um influenciador da compra, o que pode fazer aumentar o processo de vendas. Segundo Kotler e Keller (2010, p. 4), “o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Para defini-lo de uma maneira bem simples, podemos dizer que ele supre necessidades lucrativamente”. Dessa maneira, os gestores e outros profissionais que estejam desenvolvendo ações de marketing ou vendas, ou a integração das ações que busquem contribuir para o AN02FREV001/REV 4.0 98 processo de faturamento, precisam conhecer as necessidades humanas, bem como os desejos e demandas do mercado em que atuam. Ainda segundo Kotler e Keller (2010, p. 22), “necessidades são os requisitos humanos básicos”. As pessoas possuem diversos tipos de necessidades, como a de alimentação, sono, água, descanso, ar, roupas, abrigo, proteção, recreação, instrução, conhecimento, lazer e diversão. No entanto, as necessidades se transformam em desejos quando são direcionadas a alguns produtos, ou bens e serviços, que sejam específicos e que possam proporcionar a devida e esperada satisfação. Para que o desejo se transforme em demanda é necessário que exista o desejo por tal produto ou serviço, e que o cliente possua a disponibilidade para comprá-lo, possuindo os recursos financeiros para adquirir o produto (KOTLER; KELLER, 2010). A função do marketing é entender e interpretar as necessidades e desejos dos consumidores para que esses sejam transformados em demandas, de onde ocorrerá o processo de venda e de faturamento. O ponto importante nesse contexto é que o marketing não cria as necessidades, pois as necessidades existem sem a influência do marketing ou de qualquer outro setor. Para Kotler e Keller (2010, p. 22), “o marketing, juntamente com outros fatores sociais, influencia os desejos”. Assim sendo, esse processo todo exige um grande esforço do setor de marketing, visto que os consumidores possuem diferentes desejos, diversos níveis de necessidades e demanda, sendo que em muitas vezes, o cliente não tem a convicção de que possui essas necessidades e desejos. De acordo com Kotler e Keller (2010, p. 22), “muitos clientes não sabem o que querem em um produto”. Dessa forma, a empresa necessita desenvolver ações e atitudes que possam influenciar os desejos dos clientes, como também levantar as necessidades existentes, transformando-as em demandas, para que o cliente possa vir a comprar o produto na empresa. Desse modo, de acordo com a Figura 57, o setor de marketing necessita elaborar um correto planejamento de marketing, que juntamente com o planejamento de vendas, será o delimitador para que a empresa possa atingir as AN02FREV001/REV 4.0 99 metas e objetivos de vendas, realizando o perfeito faturamento e alcançando os objetivos empresariais que foram definidos no planejamento estratégico. FIGURA 57 - OS ASPECTOS DO PLANEJAMENTO DE MARKETING NAS ORGANIZAÇÕES Estratégias de Marketing Estudo dos ClientesEstudo do Mercado Comportamento de Compra Perfil do Cliente Produto Precificação e Valor Propaganda Distribuição Planejamento De Marketing Posicionamento da Empresa Políticas de 4P’s e 4 C’s Mercado Alvo Público Alvo FONTE: Acervo pessoal do autor. O plano de marketing possui diversas etapas que necessitam ser analisadas e executadas para que consiga atingir os seus objetivos, sendo subdividido em três aspectos principais: AN02FREV001/REV 4.0 100 3.5.1 Estratégias de marketing As estratégias que o marketing utiliza para poder produzir as devidas demandas para as empresas, baseado nos desejos e necessidades dos clientes, são inúmeras. Porém, vamos detalhar apenas duas estratégias principais: o posicionamento da empresa no mercado; e as políticas relacionadas ao chamado “mix de marketing”, ou “4Ps” ou “4Cs”. Dessa forma, a estratégia básica que o setor de marketing necessita avaliar e desenvolver no planejamento de marketing, visando o faturamento, relaciona-se com o mix de marketing. A perfeita descrição do composto de marketing e o conhecimento pela empresa desses fatores podem ser decisivos para o perfeito funcionamento do planejamento de marketing e alcance dos objetivos em termos de realizar as vendas, concretizando o faturamento. O composto de marketing é formado pelos conceitos de Produto, Preço, Promoção e Distribuição, ou ponto de venda. Daí o nome “4 Ps”, como referência às iniciais da palavras; em inglês, a função distribuição é adotada como “Place”. Assim, a empresa necessita adotar estratégias de marketing relacionadas ao produto em si (o qual a mesma comercializa), definindo as especificações que são necessárias do produto para que o mesmo possa atender e satisfazer plenamente o seu cliente. Nesse contexto, estão todos os aspectos relacionados à qualidade do produto, como ausência de defeitos, fabricação dentro das especificações técnicas do produto, etc. além de outros aspectos como inovação técnica e tecnológica. Da mesma maneira, a empresa necessita atender aos aspectos do preço do produto e como será feita essa definição. Existem diversas e diferentes formas de realizar a precificação de produtos e serviços, sendo que a mais utilizada é aquela que é baseada no mercado de atuação da empresa. Muitas empresas adotam a forma de precificação baseada na concorrência; “imitam” o preço que o concorrente AN02FREV001/REV 4.0 101 atribui a seus preços. Em outras, o preço é definido em função dos custos totais para o produto, acrescido da margem bruta de lucro esperado. Todas essas formas de precificação possuem vantagens e desvantagens, porém torna-se necessário para a empresa criar formas que possibilitem a diferenciação de seus produtos no mercado, pois, de regra, será o próprio mercado consumidor que definirá os preços que serão atribuídos aos produtos homogêneos e semelhantes. Por isto, a empresa necessita definir claramente a sua estratégia de preços para os seus produtos como forma de poder agregar valor ao produto no mercado e auxiliando o processo de faturamento. De nada adianta definir preços altos para os produtos,se eles não forem vendidos. O terceiro aspecto relacionado ao mix de marketing refere-se aos aspectos de promoção que a empresa irá desempenhar para expor ao cliente os seus produtos e serviços e, como forma de atender aos desejos e necessidades dos consumidores. As principais técnicas de promoção são a propaganda, a publicidade, o merchandising e as promoções efetivas, entre outras. A propaganda é aquela ação de marketing que é vinculada em meios de comunicação em massa como televisão, rádio, internet, etc. e que visa despertar no cliente o desejo por algum produto ou serviço. Talvez seja o meio mais utilizado pelo marketing para alcançar os objetivos de vendas, visto que é um meio eficiente de comunicação dos produtos e serviços da empresa, pois possui grande abrangência de atuação agindo tanto em nível local, quanto regional e até nacional e internacional. As atividades de promoção efetivas são aquelas em que a empresa oferece alguma vantagem adicional ao cliente no momento da compra, com algum prêmio ou sorteio, brindes e ganhos adicionais, como por exemplo, as promoções tipo “leve três e pague dois”. Por fim, as estratégias de marketing devem contemplar o ponto de venda e a distribuição dos produtos, com políticas de como o ponto de venda, ou a loja propriamente dita, irá comercializar os produtos, como serão feitas as entregas e a reposição de estoques, como será desenvolvida a exposição dos produtos na loja, etc. Enfim, essas técnicas de marketing no ponto de venda e a distribuição acabam sendo um grande influenciador do processo de vendas e do AN02FREV001/REV 4.0 102 faturamento em si, visto que influenciam o processo de compra pelo cliente, despertando nele o desejo. Outro detalhe importante que é necessário dentro do planejamento de marketing refere-se ao mix de marketing sob a visão do cliente. São os chamados “4 Cs” (Cliente–Criação de Valor, Custo, Conveniência e Comunicação) em que, diferente da forma como a empresa realiza o seu composto de marketing, por meio da perspectiva de “4 Ps”, o cliente enxerga esse mix de outra maneira. Comparativamente, ao falar-se em produto para o cliente vê-se que a percepção do mesmo se torna como a criação de valor para si, ou seja, como aquele produto ou serviço que está sendo ofertado vai criar valor para o cliente. Ao falar-se em preço, o consumidor enxerga como sendo um custo para ele, visto que necessitará pagar, ou realizar algum desembolso financeiro para tal finalidade. Deste modo, o consumidor sempre desejará pagar o menor preço possível, ou o menor custo que é perceptível para ele (cliente). A respeito da promoção, o cliente vê como sendo a forma de comunicação que melhor lhe satisfaz. E, sobre o ponto de venda, o consumidor enxerga como sendo uma forma de conveniência para ele, onde ele percebe valor se a distribuição for conveniente para ele, seja em qual aspecto o mesmo analisar. Sobre o conceito de satisfação das necessidades e desejos do consumidor, Kotler e Keller, (2010, p. 142) afirmam que “a satisfação do comprador após a realização da compra depende do desempenho da oferta em relação às suas expectativas”. Portanto, o consumidor estará satisfeito se a sua sensação observada pelo desempenho do produto ou serviço for maior do que aquela esperada, ou seja, a expectativa do consumidor perante o produto ou serviço. Se o desempenho for igual, ou maior, que a expectativa do consumidor, então este ficará satisfeito. Do contrário, terá a sensação de insatisfação. Esse processo é demonstrado na Figura 58. AN02FREV001/REV 4.0 103 FIGURA 58 - AS DIFERENTES PERCEPÇÕES DO COMPOSTO DE MARKETING VISÃO DA EMPRESA VISÃO DO CONSUMIDOR •Produto •Preço •Praça •Promoção •Cliente (valor para o) •Custo •Conveniência •Comunicação 2 FONTE: Acervo pessoal do autor. A respeito do posicionamento, a empresa pode definir as suas estratégias em função de alguns aspectos, como por exemplo, as chamadas “Estratégias Genéricas de Porter”, em que o autor de mesmo nome expõe três diferentes formas de posicionamento estratégico: liderança em custo, diferenciação e foco. A liderança em custo é a estratégia em que a empresa procura obter os menores custos possíveis de produção para os seus produtos, como forma de oferecer preços menores no mercado, disputando com os seus concorrentes em função do preço do produto. A vantagem que a empresa oferece consta apenas do preço baixo, e com essa estratégia a empresa busca forte participação no mercado. A estratégia de diferenciação é aquela onde a empresa se concentra em oferecer ao consumidor algum tipo de diferenciação, seja no produto ou serviço, seja em agregar benefícios extras para os clientes, como forma de produzir alguma vantagem competitiva que seja percebida pelo cliente e que os seus concorrentes não possuam. Assim sendo, a empresa passa a oferecer algum benefício exclusivo, que o cliente enxergue como valor. Essa diferenciação pode ser produzida por inovação tecnológica, assistência técnica, serviços especializados, etc. AN02FREV001/REV 4.0 104 Para a estratégia de posicionamento baseado no foco, a empresa concentra- se em um ou poucos segmentos de mercado, como forma de especializar-se nestes, conhecendo-os intimamente, buscando alcançar vantagens competitivas. (KOTLER; KELLER, 2010). 3.5.2 Estudo do mercado O próximo passo para a realização do planejamento de marketing refere-se ao estudo do mercado consumidor, definindo claramente onde a empresa atua e atuará, como forma de desenvolver as estratégias para o alcance dos objetivos organizacionais. Percebe-se que essa definição de mercado consumidor fornecerá subsídios para as demais definições que se fazem necessárias para o perfeito planejamento. Para realizar o estudo de mercado, a empresa necessita definir o seu mercado alvo de atuação e o seu público-alvo, pois os mercados não são iguais, e uma empresa não consegue atender a todos os clientes em um mercado, ainda mais se esse mercado for amplo e diversificado, visto que os consumidores diferem entre si, quanto aos desejos e satisfação das necessidades. Para tal, a empresa precisa estudar e buscar atender o seu mercado alvo, onde com essa separação, alcance a eficácia organizacional (KOTLER; KELLER, 2010). Para realizar essa definição, a empresa pode utilizar-se da segmentação de mercado. Segundo Kotler e Keller (2010, p. 237), “um segmento de mercado consiste em um grande grupo de consumidores que possuem as mesmas preferências”. Raramente uma empresa consegue entregar um produto ou serviço da mesma forma em todos os mercados existentes. Por este motivo, torna-se necessário a divisão dos mercados consumidores em mercados menores, ou segmentos de mercado, onde a empresa consegue desempenhar eficazmente a sua atuação. A segmentação pode ser realizada de quatro formas: segmento de mercado, mercado de nicho, mercado local e customerização. No segmento de mercado, os profissionais que realizam o planejamento de marketing, visando obter o faturamento AN02FREV001/REV 4.0 105 na empresa, necessitam identificar e decidir em qual segmento do mercado irão atuar, e essa identificação pode ser feita de diversas formas, como por exemplo, utilizando-se de critérios geográficos (onde a segmentação do mercado é realizada por meio da divisão do mercado pelas localização geográfica, como países, cidades, estados, etc.), ou por critérios demográficos (que utilizam como referência a divisão do mercado segundo parâmetros como idade dos consumidores, constituição da família e seu tamanho, renda total da família e renda per capita por período, grau de formação acadêmica, raça, cor, religião, nacionalidade, etc.), ou ainda por critérios psicográficos (relacionados aos estilo de vida e personalidade) ou ainda por meio dos
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