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Educação Continuada em Enfermagem

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO CONTINUADA EM ENFERMAGEM 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
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Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842e Educação continuada em enfermagem / Portal Educação. - Campo Grande: 
Portal Educação, 2012. 
 166p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-152-9 
 1. Educação em saúde. 2. Enfermagem – Educação continuada. 3. 
Enfermagem – Estudo e ensino. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 362.1 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL .................................................................. 4 
2 CONCEITO E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE EDUCAÇÃO ......................................... 15 
3 INSERÇÃO DO TRABALHO NA VIDA DO HOMEM E A EDUCAÇÃO DE ADULTOS ........... 22 
4 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................. 30 
5 LIDERANÇA EM ENFERMAGEM – BUSCA POR UM SERVIÇO DE EDUCAÇÃO 
CONTINUADA EFICIENTE ................................................................................................................ 40 
6 IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PESSOAS NAS 
ORGANIZAÇÕES ............................................................................................................................... 54 
7 IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO PESSOAL DA 
ENFERMAGEM NAS ORGANIZAÇÕES ............................................................................................ 60 
8 EDUCAÇÃO EM SERVIÇO ..................................................................................................... 68 
9 EDUCAÇÃO EM SAÚDE ......................................................................................................... 73 
10 EDUCAÇÃO PERMANENTE ................................................................................................... 76 
11 EDUCAÇÃO CONTINUADA ..................................................................................................... 78 
12 O ENFERMEIRO NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO ................................................................ 92 
13 FORMAÇÃO DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA ............................................. 98 
14 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA ....................................... 102 
15 RECURSOS PARA A REALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO CONTINUADA.................................. 106 
16 TIPOS DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO CONTINUADA .................................................... 115 
17 PLANEJAMENTO DO SERVIÇO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA ........................................ 132 
 
 
3 
 
ANEXOS ............................................................................................................................................ 140 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 153 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 
 
 
Compreendendo a educação como uma manifestação social capaz de tornar uma 
sociedade mais justa e com igualdade é importante que todos ao estudarem sobre o tema 
obtenham conhecimento de sua inserção e evolução desde o descobrimento do Brasil até os 
dias atuais, visto que muitas vertentes utilizadas advêm de escolhas passadas. 
Para Silva (2008) a educação é entendida hoje como a principal via de acesso a uma 
sociedade mais justa e igualitária, passando a ser o foco de discussão entre os diferentes grupos 
sociais; analisar as perspectivas da educação na atualidade é também iniciar uma busca por 
suas raízes. 
Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, a educação era praticada pelo povo 
indígena. Esta educação baseava-se na maneira de criação dos índios e não envolvia sistemas 
formais. Com a descoberta do Brasil e a chegada dos portugueses a educação começou a 
adquirir traços do modelo de educação europeu. 
Em 1500 quando os portugueses chegaram ao Brasil a sociedade indígena era 
organizada em tribos, que viviam da caça, da pesca e da agricultura, sendo que um dos 
principais cultivos na agricultura era a mandioca. A plantação era realizada por meio da 
derrubada da mata e queimada para preparar o local para o plantio, sistema esse denominado 
de técnica de coivaria. 
Os índios se assustaram ao entrar em contato com os portugueses principalmente pelo 
fato de serem de culturas muito diferentes. Os relatos da Carta de Pedro Vaz de Caminha 
descrevem algumas questões como: os índios domesticavam animais de pequeno porte, e até 
então não conheciam as galinhas; utilizavam materiais da natureza para construir objetos; 
relacionavam-se entre tribos em ocasiões especiais como casamento, enterro, guerras e 
alianças com inimigos em comum. 
O Brasil fazia parte das chamadas terras do “Novo Mundo”, e como foi descoberto 
pelos portugueses, estes detinham o poder. Era importante para eles a produtividade nessas 
 
 
5 
 
terras uma vez que a partir disso, Portugal se tornaria um país mais rico. Desta forma, um dos 
principais objetivos dos colonizadores era doutrinar os habitantes da colônia para que vivessem 
conforme os preceitos da cultura europeia. 
Na conquista por território existem muitos relatos na história do Brasil de violência 
contra os índios, morte e disseminação de doenças. Com a expedição de Tomé de Souza em 
1549 os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil o que marca uma inserção de métodos 
pedagógicos na educação do povo indígena. Segundo Bello (2001) a chegada dos jesuítas ao 
Brasil foi marcada pela inserção de moral, costumes e religiosidade europeia como também pela 
introdução de métodos pedagógicos. 
Os jesuítas eram padres da igreja católica que formavam a denominada Companhia de 
Jesus. A Companhia de Jesus foi uma ordem religiosa fundada em 1534 por Inácio de Loyola e 
reconhecida pelo Papa Paulo III em 1540, que se constituía em um movimento da Contra 
Reforma Católica. Alguns dos jesuítas que estiveram presentes no Brasil no século XVI foram os 
Padres Manoel da Nóbrega, Padre José de Anchieta e Padre Antônio Vieira. 
Após a chegada ao Brasil os jesuítas construíram a primeira escola que se 
fundamentava em estudo elementar, principalmente por entenderem que seria impossível 
catequizar os indígenas sem que os mesmos tivessem noções de alfabetização, como ler e 
escrever. 
O primeiro plano de estudos elaborado pelos jesuítas foi diversificado e começava com 
o português, após vinha o ensino da doutrina cristã e as escolas de ler e escrever. Mais adiante, 
havia a aprendizagem de canto orfeônico e música instrumental sendo ambos opcionais, por fim 
o ensino profissional e agrícola e a gramática latina. (SILVA, 2008). 
As escolas formadas durante o período Jesuítico seguiam as bases preconizadas por 
um documento escrito por Inácio de Loyola denominado “Ratio Studiorum”. Este documento 
fundamentava descritivamente e regulamentava a educação dos colégios jesuíticos; ordenava as 
atividades, funções e métodos de avaliação das escolas. 
A Companhia de Jesus possuía uma sólida formação cultural, sendo os jesuítas 
disciplinadose devotos, atribuíam grande importância a educação, monopolizando as 
instituições de ensino de diversas regiões com o objetivo principal de difundir a ideologia católica 
 
 
6 
 
romana, tornando-se braço forte da igreja no movimento de expansão marítima das nações 
modernas. (TEIXEIRA & CORDEIRO, 2008). 
Ao chegarem ao Brasil os jesuítas perceberam a necessidade de mudança frente às 
práticas adotadas até então em outras regiões, pois além da dificuldade de linguagem entre os 
colonizadores e os indígenas havia a necessidade de inovação para que o objetivo de converter 
os pagãos fosse realmente alcançado. 
Sempre centrados no objetivo principal de fazer os pagãos se tornarem cristãos da 
religião católica, os jesuítas necessitavam aprender a língua nativa dos indígenas, para que 
pudessem então iniciar o processo de catequização. Isto foi feito principalmente com o contato 
junto às crianças indígenas. 
Outra questão que se tornava de certa forma um problema para os jesuítas, era o fato 
da grande mobilidade das tribos, assim quando os jesuítas queriam voltar a um local por onde já 
haviam passado muitas vezes aquela tribo já não estava mais ali, ocasionando uma falta de 
continuidade do trabalho. 
Para resolver isso em 1556 o chefe da expedição jesuíta no Brasil Manuel da Nóbrega 
concebeu a política do aldeamento que concentrou povos indígenas em determinados locais. 
Além disso, os jesuítas começaram a introduzir alguns ritos de sacramentos da igreja na vida 
dos indígenas, bem como a formação de uma língua geral para se conseguir estabelecer 
comunicação; a língua geral era uma mescla entre o tupi e o português. 
Nos espaços delimitados após o aldeamento, os jesuítas seguiam seu objetivo de 
catequizar os índios, bem como introduziam o ensino profissional e o ensino elementar, 
constituído de classes para ler, escrever, soletrar, rezar em latim e contar. (TEIXEIRA & 
CORDEIRO, 2008). 
Os aldeamentos administrados pelos inacianos concentravam a mão de obra indígena 
o que teve como consequência conflitos e revoltas dos colonos contra os jesuítas. (SILVA; 
PAPALI [s.d.]). O alvo do sistema educacional dos jesuítas eram as crianças, e como modelo 
metodológico, conforme Teixeira & Cordeiro (2008) os principais recursos utilizados foram: 
 A música. 
 O Teatro 
 
 
7 
 
 A dança. 
Esses recursos foram utilizados como forma de repassar as informações necessárias 
ao povo indígena da época e principalmente fazer com os mesmos aderissem ao sistema 
educacional e culminassem no objetivo principal dos jesuítas que era a catequização. 
A escolarização se tornou um elemento fundamental para o processo de catequização 
do povo indígena, uma vez que era preciso instituir uma unidade linguística e cultural na colônia. 
(SILVA, 2008). 
O método educacional dos jesuítas vigorou no Brasil no período de 1549 a 1759; 
devido aos conflitos entre os colonos e os jesuítas em 1759 o Marques de Pombal expulsou a 
Companhia de Jesus, alterando consequentemente a vida social, política e educacional das 
aldeias. 
As aldeias até então administradas pelos jesuítas tornaram-se a maioria vilas. O 
período denominado Pombalino pensava principalmente em organizar uma educação que 
servisse aos interesses do estado e não apenas a fé como era o objetivo principal dos jesuítas. 
Segundo Silva (2008) mesmo sendo um dos projetos fundamentais da colonização a 
instrução dos índios, na observação histórica percebe-se que ela não se concretizou, visto que 
os índios ficaram limitados a aulas de catequese sendo que os que se beneficiaram da educação 
escolarizada foram os filhos da pequena nobreza. 
Com a expulsão dos jesuítas do Brasil foi necessário de alguma maneira continuar o 
projeto educacional na colônia, uma vez que houve o crescimento populacional e era necessário 
dar continuidade a formação dos habitantes para estruturar social e administrativamente o local. 
Diante disso, foram criadas as denominadas Aulas Régias. 
Em 1759 por meio de um projeto de Portugal o qual criava o Estado Secular, a 
educação passou a ser responsabilidade do estado, assim foram instituídas as Aulas Régias. 
Cada aula régia era isolada e autônoma, tendo um professor único e uma aula não se articulava 
com as demais. (BELLO, 2001). 
Segundo Silva (2008) a instituição das aulas régias demonstra a influência do 
iluminismo na educação da época, uma vez que se buscava um saber diferenciado baseado 
 
 
 
8 
 
principalmente no saber racional e científico e ainda com privilégios de participação aos 
integrantes da nobreza. 
O projeto político de Marquês de Pombal tinha como objetivo um aparelho burocrático 
mais eficiente e para tanto era necessário preparar e instruir a população potencializando com 
isso o funcionamento administrativo, assim não era preciso educar toda a população, mas sim 
aqueles que iriam exercer cargos de administração nas colônias, ou seja, os filhos da nobreza. 
(SILVA, 2008). 
As aulas régias eram constituídas por aulas de primeiras letras e aulas de humanidade; 
segundo o projeto as aulas deveriam ser ministradas por um professor público, e o Cargo de 
Diretor de Estudos foi criado para acompanhar e controlar os professores. Entretanto, não houve 
muito sucesso na implementação deste projeto e em 1772 com o objetivo de reformular e 
melhorar os planos de educação no Brasil foram estimulados: o subsídio literário (taxação sobre 
alguns produtos – imposto para educação), reforma dos chamados estudos maiores e criação de 
novas escolas de estudos menores nas principais cidades do Brasil. 
No cenário educacional a época de expulsão dos jesuítas culminou em uma 
desestruturação dos modelos educacionais que só veio a iniciar sua reestruturação quando a 
Família Real transferiu o reino para o Brasil. A preparação para a vinda da Família Real foi feita 
por D.João VI e ocasionou a abertura de academias militares, escolas de direito e medicina, 
biblioteca real, o jardim botânico e uma das iniciativas mais marcantes, a Imprensa Régia. 
(BELLO, 2001). 
A vinda da Família Real de Portugal ao Brasil se deu devido à possível invasão de 
Napoleão a Portugal, que tinha como principal objetivo ser Imperador de toda a Europa. A 
embarcação da Família Real ocorreu no ano de 1807 e a chegada ao Brasil em 1808. 
A Imprensa Régia ou Impressão Régia (denominada por alguns autores) foi criada em 
13 de maio de 1808 constituiu-se na primeira casa impressora do Brasil, permitindo a publicação 
de diversas obras em concordância com a censura da época. Os resultados após a edição das 
primeiras impressões foram a estimulação e um aumento da leitura. 
Apesar do aumento do estímulo à educação com a vinda da Família Real ainda assim 
o Brasil estava para trás de outras colônias como, por exemplo, a espanhola que já possuía 
 
 
9 
 
ensino superior no século XVI. Contudo, a partir do século XX no Brasil surgiram as primeiras 
Universidades. 
Durante o período Imperial houve a Proclamação da Independência do Brasil, por Dom 
Pedro I no ano de 1822. Após em 1824 foi outorgada a primeira Constituição Brasileira, sendo 
que o item XXXII do artigo 179 da lei estipulava que a instrução primária era gratuita a todos os 
cidadãos. 
Mesmo assim, havia a falta de professores para atuar no setor público e a realidade 
era que a maioria das pessoas pagava os professores de forma particular, tornando-se dessa 
forma, a educação, um privilégio aos que tinham condições de pagar. Para suprir as 
necessidades de professores e diante da lei de 1827, foi instituído e oficializado o Método 
Lancanster ou ensino mútuo. 
Neste método de ensino cada grupo de alunos (denominado de decúria) era dirigido 
por um deles (denominado decurião). O decurião era vigiado pelo professor que o explicava 
sobre os conteúdos, o decurião por sua vez repassava as informações para o grupo de alunos. 
Nas escolas desta época havia certa diferençaaos estudos repassados aos meninos e 
as meninas. Nas escolas dos meninos o professor ensinava a ler, escrever, principais operações 
da aritmética, noções gerais de geometria, gramática da língua nacional, princípios morais e 
cristãos da religião católica, já nas escolas das meninas não era ensinado a geometria e a 
aritmética (apenas deixando as quatro operações) enquanto se acrescentava os ensinamentos 
sobre habilidades domésticas. 
Em 1834 ocorreu adição de ato na Constituição Brasileira, como consequência as 
províncias seriam responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. O ano de 
1835 marcou a abertura da primeira Escola Normal do Brasil situada em Niterói. 
Em 1889 foi proclamada a República no Brasil e se instalou o Sistema Presidencialista. 
A partir disso alguns acontecimentos influenciaram o sistema educacional no país durante a 
Primeira República período compreendido entre os anos de 1889 a 1929, dentre eles estão: 
 Reforma da Instrução Pública de 1890 por Benjamim Constant Botelho de 
Magalhães: com a proclamação da República e consequentes mudanças políticas, sociais e 
 
 
 
10 
 
econômicas foi criado em 1890 o Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos 
(dedicado a educação) que teve como ministro Benjamim Constant. 
A primeira reforma decretada após a Proclamação da República no Brasil foi a 
denominada Reforma Benjamim Constant. O principal desejo advindo dessa reforma era efetivar 
a instrução popular no país, os princípios da reforma eram a liberdade, a gratuidade e laicidade 
do ensino. SCHELBAUER (2003). 
Segundo Bello (2001) um dos principais objetivos da Reforma de Benjamin Constant 
era modificar o ensino, de preparador de alunos para formador de alunos para os cursos 
superiores e também substituir a predominância literária pela científica. 
 Código Epitácio Pessoa (1901). 
 Reforma Rivadávia Correa (1911). 
As mudanças no sistema educacional caminharam juntamente com as transformações 
sociais e inovação de pensamentos, isso é percebido durante a história da educação brasileira, 
as ascensões e conquistas culturais, econômicas e sociais modificaram aos poucos os 
instrumentos pedagógicos existentes, nem sempre resultando em sucesso. No período que 
antecedeu a primeira república, por exemplo, houve a abolição da escravatura em 1888 e logo 
após a queda do império, migrando o Brasil de um sistema monarquista para um sistema 
presidencialista, copiado em partes do sistema americano. 
O período da Segunda República (1930-1936) teve como característica principal a 
entrada do Brasil na era capitalista, com ênfase na produtividade, sendo a busca pela mão de 
obra especializada uma constante. Em 1930 houve a criação do Ministério da Educação e Saúde 
Pública proporcionando uma busca pela educação profissionalizante. 
Por meio da nova Constituição lançada em 1934 a educação é descrita como um 
direito de todos devendo ser ministrada pela família e Poderes Públicos. A partir disso houve a 
criação de universidades organizadas segundo normas e estatutos regulamentados. 
O período de 1937 a 1945 também denominado de Estado Novo teve como 
característica a formulação da Constituição de 1937 que modificou alguns quesitos sobre o 
sistema educacional, contudo ainda enfatizando a especialização da mão de obra e tornando 
obrigatória a aprendizagem de trabalhos manuais em todas as escolas normais, primárias e 
secundárias. As bibliografias estudadas descrevem que esta transição entre uma constituição e 
 
 
11 
 
outra priorizou o ensino intelectual as classes mais favorecidas, enquanto que o ensino 
profissional estava direcionado às classes menos favorecidas da população. 
As Leis Orgânicas do Ensino foram estabelecidas no ano de 1942 e constituíram-se 
como uma reforma no ensino, a valorização do ensino profissionalizante é enfatizado por meio 
da criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI. 
No período da Nova República que compreendeu os anos de 1946 a 1963 com a 
criação da nova Constituição volta a descrição de que a educação é direito de todos. 
Determinando a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dando competência à União 
para legislar sobre as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Neste contexto, ao mesmo tempo em que se organizava a iniciativa pública para 
pleitear a educação deixava-se livre a educação particular na forma de iniciativa privada. Vários 
foram os decretos que modificaram e inovaram o sistema educacional nesse período, no ano de 
1946, por exemplo, houve por meio de Decretos-Lei 8.621 e 8.622 a criação do Serviço Nacional 
de Aprendizagem Comercial – SENAC. 
Em 1953 o Ministério da Educação e Saúde Pública passa a se chamar Ministério da 
Educação e Cultura. Mesmo com várias mudanças no setor educacional ainda nesse período e 
mesmo após a eleição do presidente Juscelino Kubitschek em 1955 a educação abrangia pouco 
a população brasileira, o Censo de 1960 (final do mandato do Presidente Juscelino Kubitschek) 
mostrou que existiam 39.25% de pessoas analfabetas com idade superior a 15 anos no Brasil. 
Em 1961 é promulgada a Lei 4.024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. O ano de 1964 foi marcado pelo Golpe Militar e consequente instalação do 
Regime Militar que compreendeu o período de 1964 a 1985; nesse período várias repressões 
são identificadas na história do Brasil, incluindo a proibição de funcionamento da União Nacional 
dos Estudantes (UNE), prisão de professores e estudantes e confrontos com policiais. 
Segundo ASSIS ([s.d.]) o período do Regime Militar foi um dos mais significativos da 
história da educação no Brasil, sendo caracterizado pela intervenção militar, burocratização do 
ensino público, teorias e métodos pedagógicos que coibiam a crítica do aluno e do professor, e 
cercado de repressões inclusive físicas frente a atos contra a política vigente. 
 
 
 
12 
 
A intenção nesse período não era formar um aluno crítico, muito pelo contrário, o que 
se buscava instigar nas pessoas era o individualismo, sem ideias sociais e muito menos 
mudanças que coibissem a política da época a atingir seus objetivos. 
Em 1971 foi instituída a Lei 5.692 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
sendo caracterizada pela tentativa de incrementar a formação educacional um cunho 
profissionalizante. (BELLO, 2001). 
Ao término do Regime Militar em 1985, a educação já estava inserida mais em 
mecanismos políticos do que pedagógicos. Era necessário discutir a educação não somente 
diante do caráter escolar, mas num sentido mais amplo. O período de 1986 a 2003 é 
denominado de Período da Abertura Política e segundo Peroni (2008) esse período foi centrado 
principalmente na democratização da escola, mediante a universalização do acesso e a gestão 
democrática centrada na formação do cidadão. 
Esta questão é visualizada no estudo da história do Brasil, uma vez que com o final da 
Ditadura Militar houve o aumento da participação popular política e socialmente, o povo começou 
a exigir e entender os seus direitos, a autonomia de pensamento individual e coletiva cresceu e 
disseminou-se, a democratização expandiu. 
É possível identificar uma caminhada da educação evoluindo ou retroagindo conforme 
as políticas sociais adotadas, a evolução da educação está, portanto, diretamente relacionada a 
ampliação de conceitos do próprio ser humano, na busca por mudanças em sua vida e na vida 
da coletividade. 
Cecagno e Siqueira (2006) citam a defesa de um processo de transformação na 
maneira de aprender e ensinar da equipe de enfermagem, sendo necessário a inserção de 
aspectos políticos educacionais interligados à saúde, onde as lutas pela democratização da 
sociedade, envolva a participação de seres humanos aptos a pensar e repensar, refletir e agir 
com a realidade em busca de uma modificação, constituindo-se em agente de mudança. 
Osistema educacional brasileiro está organizado segundo Pierro e Graciano (2003): 
 Por dois grandes níveis: a Educação Básica e a Educação Superior; 
 Educação Básica: é subdividida pela Educação Infantil (constituída por creches 
para as crianças até 3 anos e pré-escola para as crianças de 4 a 6 anos), pelo Ensino 
 
 
13 
 
Fundamental (com oito anos de duração) e pelo Ensino Médio (com no mínimo 3 anos de 
duração). 
 Educação profissional é opcional e complementa a educação básica. 
Mesmo assim, e nos dias atuais, frente a tantos avanços da era da educação cita-se 
aqui: avaliação como o ENEM, Bolsa Família (programa social que incentiva a frequência 
escolar), capacitação de professores, funcionamento de universidades públicas estaduais e 
federais, regulamentação do EAD - Educação a Distância, incentivo de cursos técnicos e de 
qualificação profissional, enfim regulamentações, LDB, decretos, etc. O número absoluto de 
analfabetos adultos no Brasil segundo dados do Pnad no ano de 2008 é de 14.247 milhões. 
É importante ter conhecimento sobre o termo alfabetização funcional que consiste 
naquela capaz de proporcionar à pessoa a utilização da leitura, da escrita e do cálculo para fazer 
frente às demandas de seu contexto social, usando as habilidades para continuar o processo de 
aprendizagem e desenvolvendo-se ao longo da vida. (PIERRO; GRACIANO, 2003). 
Segundo Pierro; Graciano (2003 pag.7): 
 
[...] a redução no número absoluto de analfabetos é um fenômeno bastante recente 
que não resulta de políticas públicas educacionais abrangentes, contínuas e 
adequadas para a população jovem e adulta, mas sim do esforço realizado em 
direção à universalização do ensino fundamental para crianças e adolescentes, 
acompanhada por programas de correção de fluxo escolar e aceleração de estudos 
para estudantes com defasagem na relação entre idade e série cursada. 
 
Diante do exposto e pensando na atuação diária do enfermeiro, o objetivo prioritário do 
histórico abordado neste capítulo, não foi demarcar todas as questões que envolveram a história 
do Brasil e da educação, mas sim instigar no enfermeiro a visão ampliada da questão 
educacional que percorre vínculos estreitos sociais, econômicos e culturais desde o 
descobrimento do Brasil até os dias de hoje. 
Torna-se oportuno utilizar a visão de como está a educação atualmente, sem dúvida 
progrediu em evolução organizacional, contudo os dados sobre o analfabetismo, são uma 
constante preocupação e demonstram que mesmo diante das mudanças no sistema educacional 
e pedagógico nem sempre os resultados satisfatórios são alcançados. 
 
 
14 
 
Ao enfermeiro que trabalha constantemente com educação, quer seja, na formação 
profissional ou acadêmica, ou mesmo na atuação cotidiana com sua equipe de trabalho, cabe 
compreender porque por muitos autores a educação é tida como “caminho para uma sociedade 
melhor” e pensar principalmente na educação não apenas em sua formalidade escolar 
necessária, mas também como forma de crescimento do ser humano e busca por modificações 
em sua vida individual e coletiva. 
Complementando com Cecagno; Siqueira (2006 pág. 15): 
 
Ao longo da história, o ser humano, por si um ser complexo, dotado de razão e 
inteligência, desafiou sua sobrevivência, modificou seu existir e, utilizando-se de sua 
capacidade mental, acompanhou e acompanha a evolução tecnológica e científica. 
Ele aprendeu e aprende, criou e cria, desafiou e desafia, enfim, tornou-se e é o 
centro de todo o processo de desenvolvimento socioeconômico e cultural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2 CONCEITO E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE EDUCAÇÃO 
 
 
No cotidiano de atuação da enfermagem nas mais diversas especificidades, a palavra 
educação vem a tona cada vez mais, principalmente pensando na capacitação dos profissionais 
na atuação em organizações, bem como na própria formação acadêmica e técnica, como 
maneira de manter-se no mercado de trabalho prestando um serviço de qualidade técnica e 
individual com resultados expressos por um assistência de qualidade ao paciente. 
A sociedade atual está em constante transformação, onde a economia, a tecnologia e 
a informação crescem sem fronteiras esta situação acarreta uma instabilidade mundial; a 
demasiada ênfase ao sistema capitalista se concentra na alta competitividade do mercado de 
trabalho, e consequentemente exige dos trabalhadores uma constante atualização, aptidão para 
criar, inovar e realizar a tomada de decisão diante dos conflitos do dia a dia. (CECAGNO; 
SIQUEIRA 2006). 
Contudo, para melhor compreender sobre o tema tratado neste curso, Educação 
Continuada em Enfermagem, é necessário ampliar a compreensão frente ao termo educação. 
Expandindo de um sentido de formação de conceitos para, inclusive, transformação de pessoas. 
Na busca por uma melhor política de trabalho nas organizações, utiliza-se a educação 
como estratégia que conduz a qualificação pessoal e profissional. O processo educativo é 
observado como um valioso sistema que assegura a evolução do homem, conduzindo-o a um 
estado de aptidão, dando-lhe capacidade de aproveitar as possibilidades de fornecer valores à 
construção de sua vida. (NUÑEZ; LUCKESI, 1980). 
A palavra educação, deriva do latim, educatione e significa ato de criar. Em um 
processo criativo, a educação transcende o instruir, a transmissibilidade do conhecimento 
estabelecido de informações e de adestramento. Desta forma é o instruir, o dar início, que indica 
o primeiro passo para um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral 
do ser humano, na tentativa de superar as necessidades pessoais e profissionais que vão surgir 
diariamente, em especial diante dos desafios advindos da contínua necessidade de 
aperfeiçoamento (PIMENTEL, 1991). 
 
 
16 
 
Pensando no significado educatione como ato de criar, e reportando esta questão aos 
níveis organizacionais, cabe o questionamento e reflexão, em qual momento dentro das 
organizações é oportunizada aos colaboradores a criação? Se a educação em sua derivação 
significa a criação, como os gestores dentro das empresas utilizam mecanismos para instigar a 
criação de seus colaboradores? 
Na prática diária da enfermagem muitas são as ocasiões em que os enfermeiros 
encontram-se diante de dilemas para resolver problemas que envolvem toda a equipe de 
enfermagem, questões operacionais, de processos que evoluem em resultados não satisfatórios. 
Diante disso, são impostas rotinas e ideias aos funcionários operacionais visando à 
busca pela adequação do processo ineficiente, sendo que na maioria das vezes, a própria falta 
de adesão dos profissionais ocasiona mais resultados insatisfatórios. 
Então, diante da prática vivenciada e da “criação” citada como educação, um dos 
pontos primordiais é, ouvir o profissional, instigando-o a criação, já que nessas situações 
poderão surgir ideias mais eficientes para o desenvolvimento do processo e principalmente a 
adesão maior por aqueles que criaram a rotina. 
Segundo Cecagno; Siqueira (2006 pág.35): 
 
Todos os processos ligados à educação e mudança exigem o desenvolvimento e a 
aplicação de novas ideias. Essas novas ideias podem ser visualizadas como um 
meio de aprendizado, que permita a aquisição de conhecimentos. A necessidade de 
criar, implementar, fazer a diferença na trajetória profissional pode transformar o 
indivíduo em um dos principais valores de uma instituição, quando essa o reconhece 
como o principal patrimônio. 
 
Freire, ao ser citado por Cadete e Villa (2000), expõe que a educação implica em uma 
busca constante do homem em ser mais. Para tanto é desta forma, que a educação é 
essencialmente uma atividade humana e é por meio dela que o homem adquire compreensão do 
mundo e de tudo que nele existe, bem como aptidão para lidar com seus problemas, superando-
os a cada dificuldade. 
 
 
 
17 
 
A citaçãoacima menciona o sentido amplo que a educação possui na vida das 
pessoas, educação como forma de viver individualmente e em sociedade, antes mesmo de ser 
específica a uma atribuição (profissão), sendo essencial na vida dos homens condiz com a 
realidade pela qual o mesmo verifica seu modo de vida e o desenvolve. Transcreve a 
importância da educação como um modo de vida, um planejamento e uma procura por algo 
melhor para si e para outros. 
Para Mariotti (1995), a educação teve origem da palavra exducere (ex + ducere), onde 
ex indica o lugar do qual alguém se afasta e ducere indica conduzir. Diante disso, exducere 
originada do latim, significa levar para fora valores que já existem nas pessoas em forma de 
potencial. Então, educar quer dizer, conduzir alguém para outra forma de existência. O autor 
ainda lembra que a educação é um processo de idas e vindas, para tanto ensinar e aprender 
permanecem o tempo todo interligados; sendo a educação um elemento da cultura. 
Educação, segundo o Ministério da Educação (INEP) é: 
 
O processo contínuo de integração à sociedade e reconstrução de experiências, a 
que estão condicionados todos os indivíduos, por todo o decurso de suas vidas, 
mediante a própria vivência difusa de situações do cotidiano, participação 
compulsória ou voluntária em instituições responsáveis pela transmissão da herança 
social. Todas as ações e influências destinadas a desenvolver e cultivar habilidades 
mentais, conhecimentos, perícias, atitudes e comportamentos, de tal modo que a 
personalidade do indivíduo possa ser desenvolvida o mais extensamente possível e 
ser de valor positivo para a sociedade em que ele vive. Processo globalizado que 
visa à formação integral da pessoa, para o atendimento a aspirações de natureza 
pessoal e social. (DBE - 1986) 
 
O objeto da Educação, segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 em seu 
artigo 1° “abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência 
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e 
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. 
Pode-se dizer que os processos educacionais são: formais, quando ocorre a intenção 
de promover a educação e a maneira de realizar a interação se explicitam em normas que tratam 
da definição de objetivos, seleção de conteúdos e critérios de avaliação; não formais, quando 
estão presentes a intenção e interação, mas o processo não se pauta de normas específicas 
definidoras da ação pedagógica; informais processos independentes de intenção e interação são 
situações ocasionais do convívio social, participação de eventos, sem previsão ou formalização 
de procedimentos. 
 
 
18 
 
Para Grácio (1995), a fragilidade do ser humano imaturo e a lentidão do processo de 
desenvolvimento apresentam uma exigência que são também de ordem cultural, pois quanto 
mais evoluída a comunidade mais se percebe que o aprendizado e a educação são processos 
infinitamente conclusos. Percebe-se que o processo educativo encontra-se sempre presente em 
todas as pessoas, principalmente quando elas se desenvolvem e se aperfeiçoam. Pode-se dizer 
que a educação parte de um princípio de relação das pessoas e delas com a humanidade que as 
rodeia. 
Segundo o autor citado anteriormente o processo educativo tem início na família, 
quando os pais ensinam aos seus filhos o que acreditam ser certo e errado, como devem agir e 
comportar-se diante das outras pessoas e da sociedade. Em segundo plano entra em ação a 
escola, na qual se tem a fase onde a criança passará por uma etapa de instruções, adquirindo 
conhecimentos referente às áreas do saber. Então, a escola entra num processo de continuidade 
da educação iniciada dentro do ambiente familiar, educando a criança, o jovem e o adulto para 
enfrentar a vida, com disciplina, responsabilidades e estímulos ao desenvolvimento de exercícios 
de cidadania. 
Cecagno; Siqueira (2006) descrevem o processo de educação como um contínuo de 
aquisição de saberes e habilidades, competências e aptidões que possibilitam ao ser humano, 
por meio da reflexão crítica diante da realidade, melhorar sua condição de existir, bem como das 
pessoas que fazem parte de sua vida. As autoras complementam descrevendo que no momento 
em que a organização possui o comprometimento com a educação e aprendizado de seu cliente 
interno, igualmente ela colabora na melhoria das condições de vida pessoal e profissional do 
trabalhador e consequentemente da instituição. 
Cliente interno citado neste estudo como os próprios colaboradores, profissionais que 
desenvolvem suas atividades dentro das organizações. É importante pensar em como está 
sendo a interação e a preocupação dos enfermeiros em relação a sua equipe de trabalho. 
Melhorar os resultados de produtividade e qualidade da equipe de enfermagem requer esta visão 
de comprometer-se com o treinamento, a educação e o aprendizado. 
Neto et al. (2000), diz que sempre será preciso ter em mente que o processo 
educacional será plenamente alcançado quando a pessoa a ser educada corresponder com as 
expectativas do educador resultando em uma transformação. Sendo que para os educadores o 
 
 
19 
 
compromisso diante da educação é importante, pois o sujeito mostrando-se interessado 
garantirá uma grande perspectiva em tornar-se um sujeito com grande qualidade e 
possibilidades de adquirir um vasto conhecimento durante a sua vida. 
Mais um ponto importante a ser discutido. Qual é a validade de um serviço de 
educação continuada sem a motivação dos profissionais frente à realização do mesmo? Como 
realizar a educação continuada em um hospital e proporcionar consequentemente a adesão dos 
funcionários, o envolvimento e o engajamento no processo como um todo, alcançando 
resultados satisfatórios para o próprio funcionário em sua vida profissional e pessoal e 
consequentemente para a empresa? 
As respostas para essas perguntas talvez estejam na maneira com que o enfermeiro 
se porta frente ao serviço de educação continuada, não só aquele enfermeiro que está 
designando sua função para este fim, como também todos os enfermeiros que fazem parte da 
empresa. É impossível então não remeter a importância do enfermeiro na atuação de liderança 
da equipe de enfermagem, agente influenciador de resultados positivos ou negativos. Por isso, 
adiante será abordado o tema liderança em enfermagem. 
Segundo Padilha (1991) a educação é uma importante forma de globalização e 
integração ao meio social no qual o indivíduo encontra-se inserido. Para Waldow (1993) a 
educação requer um ensino definido e libertador, com o propósito de ativar e libertar o raciocínio, 
a partir de uma base formada e adquirida na realidade da qual a pessoa está inserida. Ele 
também descreve que o processo educativo é utilizado no âmbito da saúde visando mudanças 
na forma de agir, pensar e definir algum propósito, portanto aprender significa mudar 
comportamentos e experiências. 
Visto que o homem se modifica a cada fase da vida e por viver numa era de constantes 
mudanças é de suma importância que seja sempre buscado, adquirido, revisto e atualizado seus 
conhecimentos. Nuñez e Luckesi (1980) descrevem que as escolas fornecem aos profissionais 
as mais diferentes formas de pensar quanto ao conhecimento, habilidade e atitudes necessárias 
para complementar as atividades propostas no seu dia a dia de serviço, sempre em busca de um 
desempenho eficiente de suas funções. Todos estes objetivos poderão ser alcançados mediante 
um processo educativo permanente do ensino e aprendizagem, aplicado a qualquer faixa etária 
em qualquer período da vida do ser humano. 
 
 
20 
 
Para Cunningham (1975) a educação pode ser vista como um processo designado por 
dois pontos de vista; o social e o individual. A sociedade procura entender a educação como um 
processo de aquisição das diversas culturas, partindo do princípiodas gerações, obtendo assim 
informações de representações passadas e que atualmente ainda a sociedade procura seguir, 
de maneira, muitas vezes, rigorosa. No processo individual a educação procura ser estimulada 
por meio do crescimento e do desenvolvimento da pessoa. É preciso entender que estes dois 
aspectos da educação não se opõem, mas se completam, em ambos, a educação é vista como 
um processo de transformação perante a sociedade e o mundo. 
O conhecimento é um fator primordial do processo educativo. Para Mariotti (1995), o 
conhecimento pode ser adquirido por meio do estudo, pesquisa e observação das tarefas 
desenvolvidas pela pessoa ou por quem a rodeia. Pode-se dizer que o conhecimento é 
acumulável e controlado pelo indivíduo, tornando-se uma herança e um capital adquiridos pelos 
antepassados. 
A construção e evolução do conhecimento ao longo da história do homem foram 
influenciadas pela forma de vida dos homens, bem como seu pensar e agir. O homem é 
percebido no centro do processo da construção do conhecer/saber em todas as épocas. 
Contudo, ele foi influenciado por determinações de poder e por questões políticas. (CECAGNO; 
SIQUEIRA, 2006). 
A partir do surgimento constante de novas tecnologias, diferentes formas de educação 
e conhecimento aparecem, resultando nas aplicações de trabalhos mais qualificados. Quando 
tais técnicas ocorrem de forma contínua, o ato de saber evolui para um instrumento de 
transformação e de dominação das tarefas desenvolvidas e com isso, empresas evoluem 
continuamente e com qualidade. 
Com o avanço da tecnologia a educação, o conhecimento e a sabedoria formam um 
tripé sólido em constante aperfeiçoamento. Mariotti (1995) diz que a sabedoria não é obtida por 
meio do estudo, mas adquirida pelas experiências vivenciadas no dia a dia. Com isso, o 
conhecimento nos diz o que fazer, a sabedoria nos ensina como e quando fazer, e com esse 
processo a educação faz parte desta atividade a partir da forma de como ela será conduzida 
perante os valores preexistentes em cada pessoa. 
 
 
 
21 
 
Na educação o aprender é uma constante decisória. E aprender segundo Carvalho 
(1999 apud Cecagno; Siqueira, 2006) constitui-se em um processo contínuo e dinâmico, onde o 
indivíduo enfrenta a realidade de maneira criativa, movimentando-se em busca de um propósito 
estabelecido, gerando com isso, novas maneiras de perceber o ambiente em que vive. Sendo 
que o processo de aprendizado requer uma mudança de comportamento, é indispensável 
aprender a aprender (CARVALHO 1999;SENGE 2002 apud Cecagno;Siqueira, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
3 INSERÇÃO DO TRABALHO NA VIDA DO HOMEM E A EDUCAÇÃO DE ADULTOS 
 
 
A educação continuada é uma atividade destinada principalmente aos profissionais, e 
consequentemente às pessoas adultas que entram no mercado de trabalho. Desta forma, torna-
se oportuno compreender a maneira de condução da educação de pessoas adultas como 
embasamento para o trabalho do enfermeiro em educação continuada. 
A sociedade atual está estruturada sobre uma busca constante pela sobrevivência. 
Para tal, o trabalho torna-se um dos meios pelo qual o indivíduo consegue manter suas 
necessidades atendidas; junto a isso há a evolução dos meios de produção em praticamente 
todas as áreas, ampliação dos modos de pensar de dirigentes e administradores de empresas 
visando o aumento de produção, seja ela qual for, como meio de manutenção do negócio. 
O trabalho, hoje em dia, ocupa um espaço muito importante na vida de todos. Ou seja, 
quase todo mundo trabalha e uma grande parte da vida de cada pessoa é passada dentro das 
organizações. Mas, será que o trabalho sempre ocupou uma posição importante na vida dos 
homens? 
Marx (1980 p.86), em suas bases teóricas acerca do trabalho afirma: 
 
Antes de tudo o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, 
processo em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla 
seu intercâmbio material com a natureza. Neste processo, participam elementos 
essenciais, a atividade, a matéria, o objeto de trabalho e o instrumental, sendo que 
estes elementos apresentam-se de forma abstrata independentemente de estrutura 
social. 
 
A trajetória de evolução do homem compreende o desenvolvimento do trabalho desde 
as comunidades pré-industriais até as sociedades pós-industriais. Por isso, é impossível falar do 
trabalho sem incluir a evolução do próprio ser humano que é responsável pelas modificações 
ocorridas no decorrer dos séculos ao se tratar do binômio homem-trabalho. 
 
 
23 
 
Nos milhões de anos que precederam à mesopotâmia, o progresso foi muito lento. Em 
uma primeira longa fase, o homem dedicou suas energias principalmente a colocar em 
funcionamento as técnicas elementares para sua sobrevivência por meio da defesa e ataques 
contra agruras da natureza e outros seres vivos hostis. 
Mais tarde, a partir do então homem de Neanderthal, o homem consegue elaborar 
sistemas culturais mais refinados e abstratos, com o objetivo de compensar as frustrações, 
dores e inseguranças por meio de ilusões como o culto aos mortos e a magia, o erotismo 
desvinculado da procriação e o acúmulo de bens de qualidade. 
No final dessa fase evolutiva, o homem aprendeu a caminhar em posição ereta, 
transformando os membros superiores em ágeis utensílios e produtores de utensílios; aprendeu 
a cultivar a terra, em vez de esperar a disponibilidade dos frutos; aprendeu a dominar o fogo; 
facilitou o transporte, aprendendo a desfrutar do menor atrito dos corpos redondos quando giram 
em torno de um eixo. 
O desenvolvimento psíquico do ser humano teve como consequência o impulso 
gerador de invenções materiais, organizações de comunidades e avanços tecnológicos que 
surgiram basicamente para suprir anseios do homem de antigamente. Foram fundadas as 
primeiras cidades e as primeiras escolas e inventada a escrita, a matemática e a astronomia; 
atingindo-se um nível de progresso científico que permaneceria praticamente imutável por 
dezenas de séculos. 
Com o surgimento das cidades houve uma modificação organizacional, segundo Masi 
(2000 p.62): 
 
Na base desta transformação houve obras de irrigação, agricultura intensiva, artes 
especializadas como a cerâmica e a metalúrgica e o controle de uma burocracia, 
uma magistratura e um sacerdócio letrados. A civilização exigia uma hierarquia social 
e economia estratificada. 
 
Daí em diante, a supremacia da cidade sobre o campo se afirma com prepotência. As 
atividades do homem nesse período restringiam-se a política, ao estudo e a ginástica, enquanto 
o trabalho braçal era destinado às mulheres que viviam em casa e aos 300 mil escravos que 
compunham o cenário daquele tempo. 
As invenções tecnológicas como o relógio, a bússola, o moinho d’água, os modernos 
arreios de cavalo, a pólvora, a vela moderna e a imprensa, substituíram a mão de obra 
ocasionando a libertação de boa parte dos escravos; aliados a esse progresso, o crescimento 
demográfico e o êxodo rural favoreceram o surgimento das indústrias. 
 
 
24 
 
No final do século XVIII surge a indústria, milhões de camponeses e artesãos se 
transformam em trabalhadores “subordinados”, os tempos e os locais de trabalho passam a não 
depender mais da natureza, mas das regras empresariais e dos ritmos da máquina. “Durante 
este período a preocupação residia na racionalização do trabalho a partir de métodos científicos, 
onde o objetivo maior era a elevação da produtividade e consequentemente maiores ganhos aos 
detentores do capital” (RODRIGUES, 1999 p.35). 
Malthus (1946 p.45) descreve que: 
 
(...) o trabalhador do século XVIII vivia em condições desumanas, as jornadas de 
trabalho chegavam a 18 horas diárias, o trabalhador possuía aversão ao trabalho; o 
trabalhador tinha assim uma vida no trabalho, onde suas necessidades básicas não 
eram consideradas.Após a Guerra Civil de 1968, o mercado e a expectativa para o consumo de produtos 
industrializados, interna ou externamente, existiam. A mão de obra não especializada era 
abundante e barata. Mas havia um grande problema: os processos produtivos. “A arte de fazer 
não era propriedade da indústria. Os artesãos, que também eram chamados de trabalhadores 
profissionais, tinham o conhecimento total do fazer e constituíam um grupo dominante da 
indústria.” (CORIAT, 1980 p. 56). 
Foi durante o período de crise na produtividade mundial que Frederick Winslow Taylor, 
encontrou o cenário ideal para aplicar suas ideias sobre produtividade de produção. A filosofia 
proposta era a racionalização da produção, trazendo como produtos finais a produtividade e a 
motivação econômica do trabalhador. 
A respeito da prosperidade do trabalhador, na administração científica, diz Taylor 
(1987 p.32): 
 
Prosperidade para o empregado significa, além de salários mais altos do que os 
recebidos habitualmente pelos obreiros de sua classe, o aproveitamento dos homens 
de modo mais eficiente, habituando-os a desempenhar os tipos de trabalhos mais 
elevados, para os quais tenham aptidões naturais e atribuindo-lhes, sempre que 
possível esses gêneros de trabalhos. 
 
A partir desses conceitos o homem começa a ser visto não somente como meio de 
produção, mas também como um ser integrado que possui uma vida fora do seu local de 
trabalho e onde sua satisfação e motivação estão relacionadas diretamente com a sua 
produtividade. 
Em síntese, a industrialização interveio em toda milenária ordem rural e artesanal da 
 
 
25 
 
sociedade; do trabalho à família, da fábrica à cidade; o que permanece até os dias atuais e com 
mais veracidade, pois o atual cenário de industrialização e tecnologia avançadas ocasiona uma 
maior preocupação do ser humano em relação ao trabalho. 
Milhões de pessoas se desesperam por estarem excluídas do exercício de alguma 
atividade da qual, não gostam, que às vezes até detestam, mas que as estatísticas oficiais 
consideram como “trabalho”. Estas pessoas têm bons motivos para se desesperar, porque a 
organização social atual faz depender mesmo do exercício do trabalho, ou seja, o direito de viver 
de um modo decente e independente, ter uma casa e filhos, ser bem aceito no convívio social. 
Pode-se verificar que, no conjunto das transformações que chamamos de progresso 
permanecem, segundo Masi (2000 p. 69): 
 
Oito percursos a que o gênero humano se mantém fiel na sua obstinada tentativa de 
domesticar a natureza por meio da cultura: da operação manual, ao emprego da 
tecnologia; da simplicidade à complexidade; da casualidade à planificação 
intencional de curto e, depois de longo prazo; da aproximação à precisão 
profissional; da mera execução à criação. 
 
Com o rápido desenvolvimento tecnológico e a constante corrida pela subsistência 
vivenciada nos dias de hoje por trabalhadores e organizações, cresce a necessidade de uma 
profunda reformulação na maneira de ver a pessoa humana, que constitui o principal agente na 
estratégia para garantir a sobrevivência das organizações em meio aos desafios da nossa 
época. 
Weil (2000) caracteriza o fator humano nas organizações podendo ser entendido em 
três partes principais: adaptação do homem ao trabalho, adaptação do trabalho ao homem e 
adaptação do homem ao homem. Sendo que o ideal deve ser expresso quando o indivíduo 
aumenta a sua satisfação e motivação e, consequentemente sua produtividade por meio de uma 
adaptação ao trabalho e a si próprio. 
Conforme Masi (2000) o desafio do século XXI é inventar e difundir uma nova 
organização, que tenha como objetivos principais o aumento da produtividade com elevação da 
qualidade de vida e do trabalho, e, consequentemente favorecendo a expressão de desejo e 
felicidade do ser humano. 
Graziano (2000) afirma que nas duas últimas décadas, tem aumentado o número de 
empresas que investem no bem-estar e na satisfação de seus funcionários beneficiando 
amplamente o delicado campo dos relacionamentos e adaptação as funções e, por 
consequência a produtividade. 
 
 
26 
 
A preocupação com o fator humano dentro das organizações ocasiona uma seleção 
restrita por parte de administradores no momento das contratações, segundo Goleman (1999 
p.15) “(...) já não importa apenas o quanto somos inteligentes ou o nosso grau de 
especialização, mas também a maneira como lidamos com nós mesmos e com os outros.” 
Por meio dessa descrição, percebe-se que a inserção do trabalho na vida do homem 
foi entendida primeiramente como a capacidade de se produzir com esforço físico e 
cumprimento de horários, o que permanece até hoje, porém aprimora-se a cada dia quando o 
trabalhador passa a ser visto como um ser pensante e passível de adaptação. 
Apesar de existir uma preocupação com o fator humano, nos países subdesenvolvidos 
é difícil unir a teoria à prática, uma vez que a crise econômica, por vezes, restringe a escolha do 
homem por seu trabalho, transformando a adaptação em algo irreal, pois alguns indivíduos 
trabalham para sobreviver. 
A contratação de funcionários não está apenas voltada para a formação básica, técnica 
ou superior, mas sim a identificação do indivíduo como pessoa possuidora de qualidades 
essenciais para o desenvolvimento do serviço em determinado local. As exigências do mercado 
de trabalho propiciam ao indivíduo adulto a característica de competitividade e um dos caminhos 
encontrados para permanecer forte no mercado de trabalho é a educação. 
As mudanças contínuas que o ser humano é submetido na própria condição de 
existência no mundo atual incluem a realidade tecnológica da informática, políticas sociais, 
culturais, religiosas, educacionais, entre outros. Assim, a evolução do mundo globalizado exige 
das pessoas um aprender diferenciado e novo, que se caracteriza pela conquista por 
conhecimentos e uma constante transformação de comportamentos frente à realidade vivida 
(CECAGNO;SIQUEIRA, 2006). 
Para Oliveira (1999), o indivíduo adulto é a construção de uma psicologia atrelada a 
fatores socais e culturais com características diferenciadas da criança e do adolescente, sendo 
que na fase adulta o indivíduo encara esta, como um período de estabilidade e ausência de 
mudanças. 
Freire (1979) citado por Cecagno; Siqueira (2006) sobre a mudança e a educação diz 
ser necessária a conscientização para que a mudança de fato ocorra e como meio para se 
alcançar este objetivo a utilização da educação é a principal ferramenta tornando o indivíduo um 
agente de mudança. 
 
 
27 
 
Sobre a formação de adultos, Pierro; Graciano (2003 p. 2) descrevem ser: “[...]uma 
multiplicidade de processos formais e informais de aprendizagem e educação continuada ao 
largo da vida, tornou particularmente complexo o monitoramento das políticas educativas.” 
Pierro; Joia; Ribeiro (2001 p. 58) citam: 
 
A educação de jovens e adultos é um campo de práticas e reflexão que 
inevitavelmente transborda os limites da escolarização em sentido estrito. 
Primeiramente, porque abarca processos formativos diversos, onde podem ser 
incluídas iniciativas visando à qualificação profissional, ao desenvolvimento 
comunitário, à formação política e uns cem números de questões culturais pautadas 
em outros espaços que não o escolar. 
 
Segundo Leite e Pereira (1991), o processo de ensino e aprendizagem no indivíduo 
adulto se diferencia da criança e do adolescente, devido as mais variadas formas e diferenças 
dos mecanismos perceptivos, pela diferença em interpretar, pensar, agir com o que está sendo 
proposto naquele instante e a motivação e o incentivo que receberá naquele momento em favor 
dos objetivos a serem alcançados. 
Para Leite e Pereira (1991), o indivíduo adulto encontra-se numa fase da vida com um 
saber já adquirido sendo que esse não pode ser desprezado, pois na sua jornada de trabalho as 
experiências poderãofazer parte de sua personalidade e conhecimentos. Isso retrata esta fase 
que é rica em transformações dando continuidade ao desenvolvimento do indivíduo, com base 
no desenvolvimento cognitivo relacionado à aprendizagem e interação com o meio sociocultural. 
Para o indivíduo adulto, a educação e o aprendizado terão significados diferenciados 
enquanto parte de uma experiência e também uma necessidade levando a pessoa a rever a sua 
forma de aprendizado e o seu conhecimento para um aumento na sua produtividade expandindo 
os seus conhecimentos; isto tudo funciona como uma forma de incentivo positivo para um 
crescimento decorrente de esforços para uma carreira de conquistas e valorizações. (NETO et 
al, 2000). 
Partindo da ideia de que os profissionais inseridos nas instituições constituem grupos 
heterogêneos, cada qual com uma formação inicial diferenciada, pelas diferentes escolas que 
fornecem o ensino na área da saúde, DAVIM (1999) diz ser fundamental o desenvolvimento de 
 
 
28 
 
programas de Educação Continuada que contribuam para a melhoria da qualidade do cuidado 
prestado na área da saúde, mediante a prestação de serviços dos profissionais capacitados e 
treinados para darem suas contribuições perante a sociedade na qual estão inseridos. 
Complementando a ideia Cadete e Villa (2000) apontam à necessidade de um trabalho inserido 
para cada realidade onde as pessoas vão estar envolvidas e argumentando para com os 
diferentes locais sendo exigidas diferentes propostas educativas, de acordo com a demanda da 
população envolvida. 
Segundo Leite e Pereira (1991), a OMS recomenda a aplicação de alguns princípios 
que podem auxiliar na educação de adultos como: 
 Fazer com que ocorra a participação dos educandos nos programas de 
elaboração, execução e avaliação das atividades desenvolvidas dentro de uma organização. 
 Proporcionar a expressão das necessidades dos educandos permitindo 
caminhos e ritmos individuais. 
 Favorecer as trocas de experiências entre profissionais estimulando a 
participação e discussão de todos os membros do grupo. 
 Estimular a realização uma avaliação individual e coletiva proporcionando a 
geração de novos conhecimentos e definição de novos assuntos para os próximos encontros. 
Os profissionais devem estar inseridos no processo contínuo de educação, de maneira 
que desenvolvam uma visão crítica da realidade e que se tornem conscientes de seu papel. Silva 
e Saupe (2000) relatam que a Educação Continuada vem confrontar relações entre os sistemas 
formais e não formais de educação, dar lugar a criatividade e flexibilidade e desestabilizar a 
maneira como está sendo executada a forma de educar. 
Para Silva (2000) em se tratando da área da saúde, e principalmente a enfermagem, a 
formação não deve apenas gerar profissionais que possam ser absorvidos pelos postos de 
trabalho do setor, bem como aqueles que desenvolvam a capacidade de interação com o 
usuário. Deste modo se faz necessário que esses profissionais tenham acesso a novos 
conhecimentos técnicos e habilidades interpessoais, é com esse objetivo que a educação 
permanente e continuada deve ser vista, como uma forte aliada e um veículo de comunicação 
para o alcance da qualidade e objetivos organizacionais. 
 
 
 
29 
 
Para a formação de indivíduos adultos, deverão estar relacionadas a aquisição de 
diferentes conhecimentos, a compreensão destes; os profissionais precisam receber motivação 
para aprender e aplicar estes novos ensinamentos que a eles foram ofertados no ambiente de 
trabalho e a si próprios. As experiências enriquecedoras podem provocar no indivíduo adulto, 
tomadas de consciência e novas motivações para a aprendizagem frente a construção de novos 
conhecimentos (SILVA, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
4 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
Com o passar dos anos como foi visto no módulo anterior, o trabalho se insere na vida 
do homem como uma forma de sobrevivência devido à evolução social, política e econômica. 
Toda a evolução cultural e educacional do ser humano trouxe as modificações na maneira de 
viver e consequentemente aprimorou as tecnologias. 
Ao enfermeiro que trabalha com educação continuada cabe compreender todo o 
contexto que envolve os profissionais (empregados) dentro das organizações, visto que este 
conhecimento engrandece e contribui para o desenvolvimento de um serviço de educação 
continuada eficiente e com resultados. 
Para tal, cabe fazer referência as teorias da administração proporcionando ao aluno 
subsídios para entender melhor as maneiras de administração de cada empresa em que está 
inserido e identificar meios para implantar neste processo a educação. 
Abaixo serão citadas resumidamente as principais teorias da administração, bem como 
o enfoque dado a cada uma delas. 
 
 Teoria da Administração Científica: 
 
As principais características da administração científica iniciada por Frederick Winslow 
Taylor no período de 1856 a 1915 estavam baseadas principalmente no aumento da 
produtividade. Para isso, segundo Matos; Pires (2006) os métodos e sistemas propostos eram 
de racionalização do trabalho e disciplina do conhecimento operário, sendo este colocado sob o 
comando de uma gerência, também a seleção rigorosa dos trabalhadores mais aptos para 
realização de uma determinada tarefa, a fragmentação e hierarquização do trabalho. 
 
 
 
 
31 
 
Segundo Kurcgant (1991) nesta teoria o trabalhador sabia cada vez menos do todo 
que constituía o seu trabalho restringindo e focando seu saber somente na tarefa que lhe cabia. 
Ainda nesta teoria se propunha o incentivo salarial e o prêmio compatível com a produção. 
A Teoria da Administração focava uma questão mecanicista muito evidente, quando 
pressupõe que o trabalhador é motivado apenas por seu salário e prêmios, instigando-o assim a 
aumentar a produção para que em contrapartida receba mais. Outra questão que chama a 
atenção é o fato do trabalhador estar inserido apenas no contexto de sua atividade e não do 
todo. 
Segundo Matos; Pires (2006 p.509) alguns dos principais efeitos negativos da 
organização do trabalho baseada na administração científica são: 
 
[...] a fragmentação do trabalho com separação entre concepção e execução, que 
associada ao controle gerencial do processo e à hierarquização rígida tem levado a 
desmotivação e alienação de trabalhadores, bem como a desequilíbrios nas cargas 
de trabalho. 
 
Segundo Kurcgant (1991 p. 05) um dos aspectos criticados na implantação da teoria 
científica foi: 
 
O ponto mais crítico da teoria científica é o seu aspecto mecanicista explicitado pela 
caracterização do homem como uma peça de engrenagem e não como ser humano. 
Outro aspecto também criticado foi a ênfase na especialização do operário como 
fator de produção. Pesquisas posteriores provaram que a especialização do operário 
não significa aumento de produção. [...] 
 
Ao se pensar no contexto da teoria científica e na atuação diária da enfermagem nas 
organizações é possível perceber algumas semelhanças ainda, uma vez que há de se atentar 
para as formas de atendimento ao cliente, ou seja, na prestação da assistência de enfermagem. 
Ainda existem locais que utilizam a divisão de tarefas na realização do cuidado em detrimento ao 
atendimento integral. 
 
 
 
32 
 
Em ambos as situações o enfermeiro tem papel norteador, ou seja, de direcionar sua 
equipe o mais complacentemente possível focando em quaisquer uns dos casos de prestação de 
cuidado (parcial ou integral) para o resultado do trabalho como um todo e não apenas na 
atividade desenvolvida naquele momento pelo profissional. 
Cabe lembrar aqui a importância dos grupos de estudos e da avaliação dos resultados 
no atendimento ao paciente, como no tratamento de feridas, por exemplo, onde os enfermeiros 
da equipe juntamente com os técnicos de enfermagem acompanhama evolução da ferida frente 
à prestação do cuidado, avaliam o resultado e buscam adaptações quando necessário em 
conjunto visando a uma maior discussão e adesão dos funcionários. 
É possível afirmar que, diante da atual situação das organizações, é arriscado não 
envolver o profissional no conhecimento coletivo, ou seja, no todo da organização, visto que o 
entendimento do trabalhador frente a toda questão que envolve o objeto da empresa, missão e 
objetivos, contribui para uma maior participação do mesmo no alcance por resultados. 
 
 Teoria Clássica: 
 
Uma das principais características dessa teoria estabelecida por Henry Fayol era a 
divisão do trabalho em órgãos, não havia uma preocupação da divisão individual, mas sim 
organizacional. A partir disso que surgiu a divisão horizontal do trabalho que pressupunha o 
agrupamento por atividades e a divisão vertical estabelecendo uma hierarquia (KURCGANT, 
1991). 
Fayol descrevia a empresa segundo seis funções: técnicas, comerciais, financeiras, de 
segurança, contábeis e administrativas. 
Segundo Matos; Pires (2006) a maior preocupação de Fayol era com a direção da 
empresa dando principalmente ênfase a todas as funções e operações que compunham o 
interior da mesma. 
Para Kurcgant (1991 p. 07) as críticas à Teoria Clássica relacionam-se principalmente: 
 
 
 
33 
 
[...] se deve ao seu caráter prescritivo e normativo por determinar com regras e 
normas o comportamento do administrador. Outra crítica é o fato de que essa teoria 
se preocupou, unicamente, com a estrutura formal da organização, não admitindo a 
existência da estrutura informal, que é constituída pelas pessoas e suas relações. 
 
Remetendo aos dias atuais nas empresas onde a enfermagem atua observa-se a 
estruturação de segmentos ou órgãos que atuam individual e hierarquicamente de maneira 
distinta. Nesta concepção da teoria clássica a divisão por departamentos e consequentemente 
por autoridades responsáveis deve servir para organizar o serviço da empresa em sua totalidade 
e não separá-lo de seus objetivos. 
Pensando no cotidiano dos hospitais que em sua maioria trabalham com 
organogramas onde há a divisão vertical e horizontal das atividades e gerências, cabe enfocar 
os tantos conflitos vivenciados entre um setor e outro, uma gerência e outra, ocasionando uma 
falta de resolutividade e consequentemente desmotivação do funcionário ao trabalho. 
Com isso, os resultados se refletem na empresa, por meio do não alcance de metas e 
objetivos propostos. Organizar é importante, tanto atividades como responsabilidades, 
entretanto, além disso, é primordial que todos caminhem buscando o mesmo objetivo e não em 
percursos individuais, já que todos os setores compõem a mesma empresa. 
 
 Teoria Burocrática: 
 
Na teoria burocrática idealizada por Max Weber ao redor dos anos de 1940 a principal 
característica era organização das empresas em normas e regulamentos escritos e 
preestabelecidos para seu funcionamento. É como se cada empresa tivesse sua própria 
legislação para operacionalizar suas funções. 
Kurcgant (1991p. 08) descreve: 
 
A proposta burocrática visa à eficiência organizacional como objetivo básico, e para 
tanto detalha pormenorizadamente como as coisas deverão ser feitas, ou seja, prevê 
em detalhes o funcionamento organizacional. Desse modo, mantém um caráter 
racional e uma sistemática divisão de trabalho. Caracteriza-se ainda pela 
 
 
34 
 
impessoalidade nas relações humanas, considerando os indivíduos apenas em 
função dos cargos e funções que exercem na organização. [...] 
 
Na organização do serviço de enfermagem nas instituições hospitalares ou mesmo nos 
postos de saúde, há a regulamentação dos procedimentos de enfermagem por meio da 
descrição de normas e rotinas como forma de programar um serviço de melhor qualidade. 
Para tanto, é necessário sempre repensar que tais manuais de normas e rotinas 
devem ser adaptados a realidade de cada local e principalmente de cada equipe, seguindo a 
legislação dos órgãos competentes e não excluindo a inter-relação com o fator humano tanto do 
trabalhador como do próprio paciente que recebe o cuidado, lembrando que na saúde trabalha-
se com um produto subjetivo e como tal, sujeito a modificações. 
 
 Teoria das Relações Humanas: 
 
A teoria das relações humanas possui como característica principal a visão do homem 
como social e não apenas um ser econômico como vinha sendo suposto pelas teorias científica 
e clássica. Não se opõe totalmente ao modelo da teoria de Taylor, entretanto engloba fatores 
como a motivação humana e o trabalho grupal para se atingir o nível de produção esperada pela 
empresa. 
Essa visão foi idealizada em 1930 e adveio juntamente com o desenvolvimento de 
algumas ciências humanas, cita-se psicologia e sociologia. A liderança é um aspecto que 
começa a ser trabalhado por esta teoria e emprega aos dirigentes a maneira pela qual irá se 
relacionar com os empregados. 
Entretanto, uma das maiores dificuldades encontradas é a manutenção de uma 
liderança não paternalista, que consiga demonstrar os erros, sem, contudo, ferir a pessoa 
humana. Na época de sua iniciação essa era uma das dificuldades, visualizada até hoje, liderar, 
sem omitir erros. 
Segundo Matos; Pires (2006 p.509): 
 
 
35 
 
O Movimento das Relações Humanas combate o formalismo na administração e 
desloca o foco da administração para os grupos informais e suas inter-relações, 
oferecendo incentivos psicossociais, por entender que o ser humano não pode ser 
reduzido a esquemas simples e mecanicistas. [...] 
 
 Teoria Comportamentalista: 
 
Esta teoria teve como base principal a inserção de uma preocupação nos processos 
organizacionais e não na estrutura. Enfocou a motivação humana por meio do conhecimento da 
teoria da Motivação de Maslow e a Teoria sobre os dois fatores de Hertzberg. 
Segundo Kurcgant (1991 p. 10): 
 
A Terapia Comportamentalista evidenciou os diferentes estilos com que os 
administradores dirigiam seu pessoal, e uniu a escolha do estilo às convicções que 
os administradores tinham a respeito do comportamento humano. 
 
A implantação desta teoria nas organizações proporciona uma resolução mais 
democrática frente aos problemas, nesta caracterização a variável pessoa é vista como 
fundamental para alcance dos objetivos. É uma concentração em busca de mecanismos de 
motivação dos trabalhadores e estudo dos comportamentos para alcance dos objetivos 
propostos. 
Abraham Maslow, psicólogo norte-americano que viveu durante o período de 1908 a 
1970, tentou identificar o que sustenta o comportamento humano. Propôs que a motivação do 
ser humano está relacionada a uma hierarquia de necessidades humanas. 
Dentro das necessidades propostas por Maslow o ser humano não busca a 
necessidade seguinte sem a anterior estar satisfeita. Foi definido na Teoria de Motivação 
descrita por Maslow um conjunto de cinco necessidades, são elas: 
 Necessidades fisiológicas, tais como a fome, sede, sexo, excreções; 
 Necessidades de segurança que vão desde a simples necessidade de estar 
seguro dentro de uma casa às formas mais elaboradas de segurança, como um emprego, uma 
 
 
36 
 
religião, a ciência, dentre outras; 
 Necessidades de amor, afeição e sentimentos como o afeto, o carinho entre 
outros; 
 Necessidade de estima: o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e 
o reconhecimento dos outros em face de nossa adequação frente às funções que 
desempenhamos. Neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa tem 
que ser coerente com aquilo que é na realidade. 
Pode-se afirmar que neste contexto abordado por Maslow há um Ciclo Motivacional, 
onde o ser humano ora satisfaz uma necessidade e parte para a outra, em uma determinada 
escala de importância. Diante disso, por exemplo, as pessoas que não possuem suas 
necessidades fisiológicas satisfeitas não procurarãosatisfazer suas necessidades de autoestima 
ou autorrealização, segundo o que Maslow descreve sobre motivação. 
A partir destes conjuntos de necessidades, surgiu a representação gráfica que forma a 
Pirâmide das Necessidades Humanas de Maslow descrita abaixo. 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.suamente.com.br/a-piramide-de-maslow/>. Acesso em 10 jan. 
2009. 
 
 
 
 
37 
 
A interpretação da Pirâmide das Necessidades Humanas, por Maslow, faz entender 
que o ser humano precisa que suas necessidades fisiológicas básicas sejam atendidas 
primeiramente, aquelas que estão na parte mais inferior da pirâmide para após buscar satisfazer 
as demais necessidades da pirâmide. 
 
 Teoria dos Sistemas: 
 
A Teoria dos Sistemas possui como principal característica a visão de que os sistemas 
interagem entre si, sendo que a falha nesta interação ocasiona uma modificação. Segundo 
Kurcgant (1991 p.11) “foi desenvolvida em 1960 e fundamentou-se em três premissas básicas: 
os sistemas existem dentro de sistemas; os sistemas são abertos; e as funções de um sistema 
dependem de sua estrutura.” 
A mesma autora acrescenta (1991 p.11): 
 
A teoria dos Sistemas baseia-se no conceito do “homem funcional” que se 
caracteriza pelo relacionamento interpessoal com as outras pessoas como um 
sistema aberto. Ainda segundo esta teoria, as organizações são consideradas um 
sistema de papéis, e os indivíduos constituem os atores que desempenham esses 
papéis. 
 
As organizações constituem-se de um sistema inseridas em um meio ambiente onde 
existem recursos para o desenvolvimento da atividade proposta e consequentemente dos 
resultados almejados; os elementos fundamentais para a realização do objetivo da empresa são: 
a entrada, os processos e as saídas,cada um sofrendo influências do meio ambiente provocando 
mudanças afetando com isso o sistema como um todo. 
 
 Teoria Contingencial: 
 
Nesta teoria se enfatiza o fato do ambiente externo ocasionar as modificações de 
estruturação e organização de uma empresa. Também enfoca a tecnologia como um alicerce 
 
 
38 
 
que influencia nos resultados da empresa. A empresa deve ser ajustada e adaptada ao ambiente 
e à tecnologia, assim como seus processos regulamentadores, como meio de se manter ativa e 
eficiente. 
Segundo Matos; Pires (2006 p.510): 
 
[...] este modelo, dotado de grande flexibilidade, descentralização e 
desburocratização, é colocado como opção para ambientes em constante mutação e 
condições instáveis, contrapondo-se, de certa forma, ao modelo mecanicista que 
prevalece em situações e ambientes relativamente estáveis. 
 
A abordagem contigencial enfatiza que não existe um único e exclusivo modelo para 
organização da empresa e nem mesmo para que se atinja a eficiência e eficácia, sendo que 
tanto a estrutura e o funcionamento das empresas estão dependentes da relação com o 
ambiente e a tecnologia. 
Diante do estudo das teorias da administração e reportando o cotidiano da 
enfermagem nas organizações é possível identificar preceitos de teorias diversas sendo 
aplicadas por administradores e consequentemente ao pessoal de enfermagem que integra o 
grupo de colaboradores. 
É importante obter conhecimento frente as teorias da administração para que na 
aplicação do trabalho diário de enfermagem, se utilize os meios mais adequados para o 
funcionamento. Nesta percepção a educação continuada deve ser vista como parte geradora de 
todo um sistema e focalizada igualmente na motivação profissional. 
Pois, como já foi citado anteriormente, apenas a especialização não confere a empresa 
um aumento de produtividade; então ao inserir um programa de educação continuada aos 
profissionais de saúde é imprescindível que os mesmos estejam interagindo de maneira 
motivadora, para obtenção de resultados. 
E resultados em saúde, diferentemente de muitas empresas, não se constitui 
basicamente em lucros, mas sim em um aumento de produtividade eficiente, que na 
 
 
 
39 
 
enfermagem significa uma prestação de cuidado com qualidade, de baixo custo, organizada e 
com benefícios ao cliente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
5 LIDERANÇA EM ENFERMAGEM - BUSCA POR UM SERVIÇO DE EDUCAÇÃO 
CONTINUADA EFICIENTE 
 
 
O papel de líder do enfermeiro em sua atuação diária está incumbido mediante as 
responsabilidades assumidas sobre sua equipe de trabalho. As questões legais que norteiam o 
desenvolvimento da enfermagem, por si só, delegam ao enfermeiro o papel de gerenciamento 
das equipes e consequentemente o transportam às questões de liderança como mecanismo 
para atingir os objetivos comuns propostos. 
Segundo Kurcgant (1991 pag. 165) liderança é entendida: 
 
[...] como um dos processos que concretiza a administração de pessoal nas 
organizações, trata basicamente da condução ou coordenação de grupos. Nas 
organizações, os significados atribuídos à liderança, aos líderes e ao grupo refletem, 
mais do que qualquer outro processo da administração de pessoal, a filosofia da 
instituição, a política de pessoal adotada e as propostas de trabalho desenvolvidas 
nessas organizações. 
 
Segundo Cerqueira (2010) diante do enfoque contemporâneo sobre liderança há a 
inclusão de habilidades de orientação, integração e inspiração. Sendo considerado o líder eficaz 
aquele que provê a orientação para sua equipe sem impor caminhos rígidos e estreitos. 
Pode-se perceber que a figura do líder com o passar dos anos foi evoluindo em sua 
significação, ou seja, atualmente não é mais tida como um sujeito que está apenas no comando 
gerencial e hierárquico de um determinado grupo, mas sim com características expressas que 
desenham sua personalidade e suas ações. É necessário compreender a diferença existente 
entre administrar e liderar. 
Barreto; Pereira (2007 pag. 12) descrevem as principais diferenças entre administrar e 
liderar como: 
 
 
 
41 
 
Enquanto a administração diz respeito ao enfrentamento da complexidade, a 
liderança diz respeito ao enfrentamento da mudança. Os líderes estabelecem 
direções por meio do desenvolvimento de uma visão de futuro; depois, engajam as 
pessoas comunicando-lhes essa visão e inspirando-as a superar os obstáculos. Até 
o início do século XX, dizia-se que havia cinco funções gerenciais: planejar, 
organizar, comandar, coordenar e controlar. Hoje, foram condensadas em quatro: 
planejar, organizar, liderar e controlar. 
 
Sousa; Barroso (2009) afirmam que diante dos princípios de formação da enfermeira, é 
quase inevitável que a mesma desenvolva habilidades de liderança como consequência das 
funções que lhe são estabelecidas. 
Há de se pensar nos objetivos comuns da enfermagem como englobando questões 
assistenciais e administrativas. O cuidado ao ser humano em quaisquer áreas de atuação da 
enfermagem é, sem dúvida, o alicerce de todos os pressupostos da profissão, segundo Sousa; 
Barroso (2009 p. 183) “A essência da enfermeira está no cuidado, seja com o outro ou com a 
gerência de quem cuida do outro, a equipe de enfermagem.” Contudo, é inevitável que diante da 
inserção do enfermeiro nas diferentes áreas de atuação e organizações, o mesmo tenha papel 
norteador frente às metas da empresa. 
Santos (2005) ressalta que a enfermagem acorda para diferentes formas de cuidar, 
sendo assistencial e gerencial. As duas maneiras de cuidar são compreendidas como 
mecanismos para um único fim que se constitui na promoção do cuidado ao paciente a partir da 
expressão de liderança. 
Diante disso, além de um cuidado eficiente e eficaz ao cliente, o enfermeiro gerencia a 
continuidade das ações de saúde. No momento em que gerencia o custo e os gastos com 
materiais colabora com a promoção da realização do procedimento em outros pacientes. No 
mundo capitalista e de busca pela sobrevivência, cabe lutar pela sobrevida da própria 
enfermagem que está, na maioria das vezes, submetida a serviços

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