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APRESENTAÇÕES EM PÚBLICO Autor Dr. Sidelmar Alves da Silva Kunz Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano Torres Edição Gráfica e Revisão UNIASSELVI APRESENTAÇÕES EM PÚBLICO 1 INTRODUÇÃO Falar em público pode levar muitas pessoas ao desconforto. No en- tanto, essas pessoas precisam buscar a habilidade da comunicação, pois, atualmente, é impossível não usarmos a comunicação. Sendo assim, o que precisamos é aprimorá-la, para, assim, desenvolvê-la cada vez mais, visando torná-la mais natural. A habilidade de comunicar-se é essencial em muitas situações, como: reuniões de trabalho, entrevistas de emprego, encontro com os amigos, apresentação de trabalho na faculdade, enfim, nos diversos ambientes e contextos. Dessa forma, é preciso enfrentar esse tema e constituir novas formas de comunicação para alcançarmos outro patamar nessa dimensão. Lembre-se: a melhor técnica é você respeitar o seu estilo pessoal e a sua forma de se comunicar. Aprimorar as habilidades de falar em público amplia as possibilidades de reconhecimento, além de promover contribuições efetivas para o públi- co, independente da audiência (corporativa, acadêmica, religiosa). Por meio do privilégio de poder expor as suas ideias e alargar as possibilidades de impactar cada vez mais pessoas, falar em público traz visibilidade. A cone- xão do público com o palestrante gera engajamento e, para conquistar essa realização, quanto maior a preparação e o conhecimento adquirido a esse respeito, maior a chance de torná-la real. 2 O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO Como lidar com a dificuldade de se expor às outras pessoas? Na verdade, o problema em si não é o medo de falar em público, mas os comportamentos de evitação adotados pelas pessoas que limitam a exposição a experiências amplificadoras. A evitação é uma tática que tem efeito prejudicial. Lembrando que a literatura pertinente assinala que “A fobia social é muitas vezes con- fundida pelos leigos com a timidez, porém ela é muito mais do que isto. É um transtorno mental grave que traz sofrimento e perdas de oportunidades para seu portador” (D’EL REY; PACINI, 2005, p. 237). FIGURA 1 – MEDO DE FALAR EM PÚBLICO FONTE: Adaptada de <https://conteudo.solutudo.com.br/botucatu/curso-traz-dicas-valiosas-para-vencer-o-medo- de-falar-em-publico/>. Acesso em: 28 set. 2021. Quando a pessoa evita falar em público para não correr o risco de par- ticipar por meio da fala, isso reduz drasticamente as oportunidades que lhe podem ser ofertadas em suas relações sociais. De fato, os prejuízos podem ser enormes, pois o ser humano interage o tempo todo e a comunicação é a base para isso. Então, é “[...] passível de acarretar prejuízos graves em diferentes áreas da vida do indivíduo como trabalho, atividades sociais, es- colaridade, relacionamento familiar etc.” (D’EL REY; PACINI, 2005, p. 237). A única maneira de romper esse quadro é nos lançando em situações que nos proporcionem essas vivências e experiências de fala. Pontuamos que, de acordo com estudos neste campo, “[...] o medo grave de falar em público constitui ainda um subtipo pouco reconhecido da fobia social em amostras comunitárias, assim como o impacto no funcionamento pessoal que este tipo de ansiedade social pode causar na vida do indivíduo” (D’EL REY; PACINI, 2005, p. 237). FIGURA 2 – FOBIA SOCIAL FONTE: <https://i2.wp.com/opas.org.br/wp-content/uploads/2018/08/20161201-fobial-social-1. jpg?resize=696%2C298&ssl=1>. Acesso em: 28 set. 2021. Até mesmo no exercício da docência se nota que o medo de falar em público é um dos principais desafios enfrentados pelo futuro professor, uma vez que, dentre as principais dificuldades encontradas para a atuação docente vivenciada pelo estagiário durante a sua faculdade de licenciatura, o medo de falar em público assume grande relevância. Assim, falar em público é substancialmente desafiador, competindo com os domínios da metodologia de ensino e do conhecimento teórico. GRÁFICO 1 – DOCÊNCIA E O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO FONTE: <http://www.abq.org.br/simpequi/2015/trabalhos/90/imagens/6701-ee2e56bb60.jpg>. Acesso em: 28 set. 2021. À medida que se avança no exercício de falar em público, o medo passa a ser controlado e isso repercute em canalizações a favor do palestrante de modo a qualificar cada vez mais as suas participações. A normalização da experiência nos ajuda a entender e a perceber novas estratégias que cada vez mais cativa o público e se desenvolve um modo próprio resultante da prática e do conhecimento adquirido. A repetição gera fluência e a eficiência melhora. Em estudo sobre a temática do medo de falar em público, pesqui- sadores chegaram a conclusões interessantes para nossa reflexão. Neste estudo, 32% das pessoas entrevistadas apresentaram medo excessivo de falar diante de um grande público. Além disso, 13% dos entrevistados relataram que o medo de falar em público resultou em grande interferência em suas vidas e/ou causou sofrimento acentuado. Apenas 11% das pessoas com medo excessivo de falar em público associado a cognições fóbicas e interferência e sofrimento estavam recebendo tratamento profissional para o medo. Este estudo apoia a inclusão de formas graves do medo de falar em público, tais como aquelas que interferem no trabalho, na vida social, na escolaridade ou cause sofrimento acentuado no constructo diagnóstico da fobia social, para que as pessoas acometidas por essa forma de ansiedade social possam receber a atenção necessária e consequentemente o trata- mento adequado (D’EL REY; PACINI, 2005, p. 241). Para que a pessoa vença o medo de falar em público, é preciso ter cons- ciência de suas limitações, mas somente saber o que precisa ser vencido não é suficiente para avançar na construção da autonomia para falar em público. No próximo tópico, trabalharemos o planejamento das apresentações para que se possa potencializar as chances de sucesso da performance. 2 PLANEJAMENTO DE APRESENTAÇÕES Primeiramente, recomendamos o bem-estar no dia da apresentação. Sorrir é uma importante estratégia para facilitar o gerenciamento das tarefas, além de gerar mais confiança e cooperação. Preparar-se para estar disponível integralmente para a situação proposta. Estar inteiramente dedicado colabora para se incorporar ao ambiente e isso melhora o nosso desempenho. Sair, conversar e se expor é fundamental, independentemente da situação. Sem a prática fica difícil aprender a falar bem, haja vista que, quanto mais nos damos oportunidades, mais conseguimos organizar melhor nossas ideias e apresentá-las aos outros com maior clareza e entusiasmo. FIGURA 3 – PLANEJANDO APRESENTAÇÕES FONTE: <https://monkeybusiness.com.br/wp-content/uploads/2013/07/2_imgpost_post4.jpg>. Acesso em: 28 set. 2021. Assinalamos que o sentimento mais presente na hora da apresentação é a ansiedade. Esse sentimento resulta em grande sofrimento; e repercute em prejuízos para a vida funcional. Esse sentimento envolve faces relacionadas ao medo e à apreensão de modo a acumular inquietações antecipadas em razão de algo incontrolável ou desconhecido. Essa desordem afeta direta- mente o campo emocional do indivíduo, portanto, o ato de se apresentar em público deve ser acompanhado seriamente, a fim de se evitar sofrimentos psíquicos graves. FIGURA 4 – ANSIEDADE FONTE: <https://www.formularium.com.br/inform/wp-content/uploads/2018/12/025.png>. Acesso em: 28 set. 2021. Algumas estratégias podem ser eficientes para a missão de fazer apre- sentações em público. Uma delas é a prática de exercícios físicos antes da submissão à exposição de falar em público. O ideal seria fazer uma atividade física de uma a duas horas antes da palestra. A prática de atividade física di- minui tremores, inquietação e falta de ar. Além disso, proporciona um maior equilíbrio e controle emocional, evitando alteração de humor repentina. Du- rante a prática de exercício físico, o corpo libera a endorfina e a dopamina,os quais geram efeitos analgésicos e tranquilizadores e, assim, a pessoa con- segue lidar com mais maturidade diante das situações ameaçadoras externas. FIGURA 5 – EXERCÍCIOS FÍSICOS DIMINUEM A ANSIEDADE FONTE: <https://uniasselvi.me/3ESN7Qf>. Acesso em: 29 set. 2021. No planejamento, o domínio do conteúdo é essencial, pois é muito mais fácil falar de um tema que você tenha maior conhecimento. Tomita (1999) nos esclarece que quanto menor for o estreitamento da distância entre teoria e prática, maiores são os potenciais de bons resultados. Nesse sentido, pontua que “o alcance de um bom resultado parte de um planejamento criterioso, domínio de conteúdo e da técnica a ser aplicada” (TOMITA, 1999, p. 13). Desse modo, pesquise bastante acerca do conteúdo, sempre se inteire profundamente sobre o tema de modo a te dar mais segurança na hora da apresentação. Quanto maior for o seu domínio, maior será a sua probabi- lidade de agir com naturalidade na hora da exposição. O desenvolvimento do tema depende muito disso, uma vez que essa é a razão pela qual você está se apresentando. Nessa perspectiva, Tomita (1999, p. 14) nos ensina que se “[...] deve conhecer as técnicas de condução e, principalmente, ter bom domínio do conteúdo e reforçar a teoria através de uma atividade prática”. Preocupar-se com a imagem ou impressão que você transmitirá ao seu público é muito importante. A imagem deve ser aderente ao contexto inserido. Lembrando que chegar com antecedência em um evento é sempre crucial para a sua imagem, além de evitar problemas circunstanciais, que podem prejudicar a sua apresentação em função do inesperado; pois lhe proporciona o controle da sua atuação, permitindo uma maior satisfação. FIGURA 6 – OS MOMENTOS DA APRESENTAÇÃO FONTE: <https://miro.medium.com/max/4000/1*hE5bPnYHaQKVAw35w9-rHA.png>. Acesso em: 6 out. 2021. Na organização da apresentação, é necessário constar no planejamento a noção de início (introdução), meio (desenvolvimento do assunto e ligação dos pensamentos) e fim (conclusão com fechamento das ideias centrais). Não se esqueça de conhecer o seu público, dado que é central pensar em quem vai ouvir (nível de conhecimento, idade, objetivos). A coerência da apresentação com o público permite ajustar o modo de falar e o direciona- mento para o público, considerando o vocabulário e o tom. Logo no início de sua fala, lembre-se de deixar explícito quais são os tópicos que serão tratados; e, ao encerrar, fazer um fechamento de modo que o público leve a sua mensagem de modo contundente, podendo fazer uma grande citação, indicar uma mudança de hábitos, estimular atividades, recomendar pontos para aprofundamento ou de modo vigoroso fazer o en- cerramento com uma fala que reverberará no público que assistiu o discurso. Na criação do roteiro da apresentação, o planejamento é essencial. Faz-se relevante assinalar que toda a apresentação em si compõe uma deter- minada narrativa, que será apresentada para o público. Independentemente dos caminhos que se opte, o planejamento é peça-chave para o sucesso. Lembrando que é cada vez mais relevante ter em mente que a acumu- lação de saberes não é o central para a formação de um sujeito na contem- poraneidade, então, vale a pena considerar nas reflexões aspectos como os apresentados a seguir: onde pretendemos chegar com esse conhecimento oferecido? Qual é o conhecimento prévio dos participantes? Quais são os objetivos propostos? Como conduzir as atividades para a obtenção de su- cesso na empreitada formativa? Quais são os conteúdos centrais que são necessários ter domínio? Quais são as áreas de conhecimento que esses conteúdos pertencem? Quais são as técnicas que envolvem esses conteú- dos? Quais são os detalhes relacionados à apresentação? A audiência está preparada para as abordagens que se pretende fazer dos temas? Quais são as formas de pensar e de agir que se espera do público? Como a aprendi- zagem será avaliada? FIGURA 7 – ACUMULAÇÃO DE SABERES FONTE: <https://pt-static.z-dn.net/files/d23/27c2de6ce7b9a362314bfd37e1050cd3.jpeg>. Acesso em: 12 out. 2021. Na criação de um roteiro de apresentação, o palestrante deve obter o máximo de informações acerca do público ao qual o seu discurso se destina. Saber quais são as percepções que a audiência costuma ter acerca do tema colabora para a construção de um roteiro que seja capaz de atender às ex- pectativas com o encontro. Esse diagnóstico do público envolve saber a faixa etária, se é um público feminino ou masculino, o grau de escolaridade, gostos pelo tema, região geográfica predominante, dentre outros aspectos relevantes. Ter a clareza do contexto da fala e da tecnologia mais apropriada para onde se falará são pontos relevantes na preparação, pois saber o local, os recursos e o tempo disponíveis influenciam nos resultados alcançados. Com um foco específico a ser perseguido na apresentação, é possível pensar nos conceitos, nas explicações e nos exemplos mais adequados para dar conta da proposta assumida. Na apresentação, deve-se informar ao público com quem eles dialogam. O lugar de fala do palestrante proporciona maior proximidade e interativi- dade, sem perder de vista que o conteúdo de qualidade é o ponto central e principal responsável pelo êxito da apresentação. Ressaltamos que a fala está associada a uma situação concreta e es- pecífica que deve ser refletida e compreendida pelo palestrante, uma vez que a fala reporta a um lugar construído por intermédio do discurso em um dado contexto. Sendo assim, “A Fala não é simplesmente uma tomada de posições num espaço neutro. Nela está implícito o modo de ver a realidade na qual a posição é tomada” (AMARAL, 2002, p. 4). Logo, as opções de fala repercutem as tomadas de posição e as concepções envolvidas em interação com a cultura e com os valores inerentes a cada escolha. Feito isso, o próximo passo é estruturar o esboço conforme a ordem ou sequência da apresentação. Testar o roteiro por meio da simulação da apresentação colabora para repensar o formato e para enxugar pontos em excesso. Na hora que se ler em voz alta, se torna mais perceptível os pontos críticos que demandam um pouco mais de preparação para evitar insegu- rança na hora da apresentação. Um outro vilão do apresentador é a falta de tempo para tratar todos os aspectos sinalizados para a palestra. Nesse sentido, a preparação em voz alta ajuda a rever o tempo necessário para o desenvolvimento equilibrado que permita a exposição das ideias da melhor forma possível. Em caso de apresentação em eventos científicos, é crucial se atentar para as regras do evento que, geralmente, são publicadas na chamada de trabalhos. Essas regras são publicadas com o objetivo de padronizar os for- matos das apresentações e, dessa maneira, viabilizar a troca e a construção de conhecimentos na temática do evento. Feito isso, o roteiro é um forte aliado, pois permitirá enfatizar os pontos centrais da pesquisa realizada. FIGURA 8 – EVENTOS CIENTÍFICOS FONTE: <https://www.nuvent.com.br/wp-content/uploads/2019/12/EVP_0141-1536x841.jpg>. Acesso em: 12 out. 2021. Como se trata de trabalhos extensos, a organização proporcionará uma exposição melhor sistematizada e, assim, não deixando de detalhar os ele- mentos essenciais e os achados da investigação. Basicamente, o caminho da apresentação nesse tipo de evento se constitui em uma breve apresentação inicial na qual o pesquisador se apresenta, informa os motivos que levaram a conduzir o estudo, externa de modo sucinto a sua trajetória profissional e acadêmica e comunica o título do trabalho e os envolvidos. 3 A LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E OS TIPOS DE APRE- SENTAÇÕES É importante cuidar do modo de falar, pois isso pode colaborar ou pre- judicar a nossa comunicação. Alguns parâmetros merecem a nossa atenção, uma vez que a pronúncia correta das palavras permite um melhor entendi- mento. A velocidade da fala também interfere no entendimento das palavras e, por conseguinte,da mensagem. E a ênfase a trechos-chaves potencializa um melhor entendimento e compreensão do que o palestrante considera importante no discurso. Cuidar dos gestos e da postura agrega uma ideia de conjunto e, as- sim, colabora para o convencimento. Quando tentamos transmitir algum pensamento, o nosso corpo deve estar em sintonia com o que está sendo tratado. O gesto, a expressão facial e o contato visual complementam o que estamos falando e nos ajudam a alcançar o público. Quando falamos sobre determinadas questões, como a emoção e o interesse, o repertório também compõe uma boa comunicação e apresentações em público. FIGURA 9 – LINGUAGEM CORPORAL FONTE: <https://i1.wp.com/www.significadodossonhosonline.com/wp-content/uploads/2019/01/Linguagem- Corporal-.jpg?resize=1024%2C613&ssl=1>. Acesso em: 12 out. 2021. Ter um objeto na mão para que o palestrante se apoie pode trazer maior confiança e desenvoltura, desempenhando o papel de modo mais natural. Se você tem dificuldade de falar em público, pode fazer a interpretação de um personagem que você acredita que sairia bem naquela situação que você vai viver, lembrando que é preciso continuar sendo você. Assumir um perso- nagem ajuda muito na criação da coragem que você precisa para enfrentar tais situações de exposição. Vencer o medo de falar em público atribui maior qualidade na sua co- municação. Pondera-se que não temos como eliminar esse medo, mas é relevante ter o controle para que não incorra na situação de “branco” ou de “tremedeiras”. Na realidade, é importante praticar para que se desenvolva conhecimentos e posturas relevantes para se falar em público. O apresentador, a voz, o vocabulário, a expressão corporal e o discurso são fundamentais para a qualidade e a naturalidade da fala. O jeito natural é crucial para manter uma relação qualificada com a plateia. E isso implica expressar a emoção inerente ou relacionada ao tema. A fala não pode ser acelerada, nem lenta, então é necessário encontrar a velocidade que colabora para a dicção e para o estabelecimento de uma certa musicalidade que torna agradável para os que estão assistindo. A voz não pode ser “morta”, haja vista que não traduz adequadamente a emoção envolvida, assim como a conduta de quem fala precisa ser coerente com o que está sendo propagada. O uso das pausas agrega maior dramaticidade diante da plateia, sem exageros. O controle da respiração é essencial, sendo funcional e fazendo parte da fala e do nosso discurso. A respiração mais rápida gera um sentimento de desespero e de afobação, e isso acaba desestabilizando a condução da fala. Não se tem problema fazer pequenas paradas na fala para respirar e re- tornar para um conforto e controle dos raciocínios em curso. Notem que é importante formular o raciocínio para evitar afirmações sem consistência. A sua fala controlada vai refletir o conteúdo estudado devidamente. A anotação por pontos e palavras-chave tornam efetivas as costuras de ideias. FIGURA 10 – CONTROLAR A RESPIRAÇÃO FONTE: <https://organomix.com.br/blog/wp-content/uploads/2013/01/respirando.jpg>. Acesso em: 12 out. 2021. A expressividade na voz muda a compreensão do que está sendo dito. A tonicidade pode ser em uma das palavras ou das frases. Esse tipo de recurso altera a compreensão da frase, pois realça a importância de determinados trechos da fala. A dicção é nevrálgica para proporcionar uma boa impressão com aqueles com quem convivemos. A preocupação com a dicção deve ser constante em todos os momentos de nossas vidas. Um exercício interessan- te é colocar uma caneta entre os dentes e realizar a leitura de determinado texto e, em seguida, retirar a caneta entre os dentes e realizar novamente o mesmo texto. Essa situação nos dá clareza do quanto a melhora da dicção é importante para quem fala em público. A preocupação com o vocabulário para o público a que se destina a fala transmite conhecimentos, haja vista que cada vez mais é valorizado o palestrante que usa palavras mais simples para comunicar os conhecimentos tratados. A adequação vocabular e gramatical evita ruídos na informação. O palestrante pode ter um bom conteúdo, no entanto, a sua postura corporal deve ser adequada ao ambiente e à temática. Haja vista que uma temática de grande seriedade não pode ser desenvolvida em uma postura torta e desequilibrada dificulta a coerência com o seu papel na fala. A ges- ticulação deve acompanhar a fala, mantendo a mão, sempre que possível, na altura da cintura e de modo leve e confortável. Apoiar uma mão sobre a outra pode ser uma estratégia interessante. Além disso, a expressão facial é de suma importância, pois construir um clima agradável envolve apresentar um semblante conquistador. Para tanto, olhar para as pessoas durante a apresentação por alguns segundos e fazer isso com os diferentes ângulos da plateia. Esse comportamento atribui maior segurança para o público. 4 MUDANÇA DO MINDSET Os nossos modelos mentais também identificados como mindsets interferem nos nossos resultados. Esses modelos são crenças e ideias que impactam as nossas pretensões e podem nos impulsionar ou nos limitar. Precisamos mudar as crenças limitantes para conseguirmos alcançar novos estágios e, para isso, identificamos, a seguir, algumas crenças que atrapalham o sucesso na fala em público. FIGURA 11 – CONTROLAR O NOSSO MODELO MENTAL FONTE: <https://www.jornalcontabil.com.br/wp-content/uploads/2019/10/mindset-conceito-como-utiliza-lo-seu- favor-730x487.jpg>. Acesso em: 12 out. 2021. Acreditar que não precisa falar em público porque não fala muito. Isso é um equívoco de pensamento, haja vista que falar em público pode ser uma entrevista ou até mesmo uma conversa, então, todos os profissionais preci- sam melhorar a comunicação independente do ofício ou profissão. Entender que por ser tímido é melhor não se expor é uma perspectiva distante do razoável, uma vez que assumir essa direção limita as possibilida- des de crescimento. A timidez pode ser trabalhada, para que mesmo sendo tímida, a pessoa pode falar em público com segurança e tranquilidade, po- dendo falar bem. Por outro lado, é enganoso a pessoa pensar que pelo fato de ser extro- vertido não precisa trabalhar as habilidades de fala em público. E, na verda- de, a pessoa pode ser sem medo de falar, mas a sua fala não é qualificada e não repercute em uma comunicação estruturada e lógica. A fala pode ser aprimorada, evitando exageros ou ausência de conexões. Ter o mindset – a forma de pensar –, que sedimenta a compreensão de que falar em público é essencial para a vida (e que não existe fórmula pronta), apresenta-se como crucial para o sucesso da atuação como apre- sentador. É preciso entender que existem estilos comunicativos distintos; e que isso reflete na nossa forma de falar. Por exemplo, algumas pessoas são mais retóricas e detalhistas; enquanto outras são mais expansivas, persuasi- vas e improvisadoras. FIGURA 12 – ENTENDENDO O MINDSET FONTE: Adaptada de <https://ead.unisc.br/blog/o-que-e-mindset>. Acesso em: 12 out. 2021. Ressaltamos que o respeito ao estilo também demanda reconhecer que podemos aprender novas técnicas e que isso nos permite reconstruir e melhorar nossas apresentações com base em combinações interessantes de técnicas aplicáveis em distintos estilos. A adaptação a diferentes contextos exige não se prender a uma única técnica, pois diferentes audiências implicam distintas técnicas. A experiência com o assunto permite adequar a realidade enfrentada e assim agregar maior naturalidade e fluência no tratamento do assunto. O público e o ambiente repercutem demandas específicas e, por conseguinte, técnicas próprias. A prática é a base para o sucesso de todas as técnicas. O treinamento e a pre- paração nos aproximam cada vez mais do patamar que pretendemos chegar em termos de transmissão da mensagem. Destarte, a mudança de mindset ajuda no falar em público e impulsiona a obtenção de melhores resultados, pois permiteaprofundamento na gerên- cia dos pensamentos que colaboram para a adaptação dos comportamentos diante de um exercício de fala perante determinada audiência. O mindset transformado em prol de uma fala consistente em público se traduz como uma atitude aberta para o desenvolvimento e o aprendizado a longo prazo, ancorada em visão sistêmica e de valorização dos potenciais e ampliação das habilidades. FIGURA 13 – MINDSET SEGUNDO NIGEL HOLMES FONTE: <http://www.linharescoach.com.br/wp-content/uploads/grafico-de-nigel-holmes-500x500.jpeg>. Acesso em: 13 out. 2021. Esse horizonte diverge do pensamento defensivo e imobilizador, que evita tarefas desafiadoras, as quais suscitam qualquer sinal de mudança ou transformação. Desse modo, evidenciamos que é preciso estruturar e sedi- mentar o entendimento de que as mudanças e os desafios são fundamentais para o desenvolvimento humano e condição essencial para a transformação de atitudes que não contribuem para o crescimento das pessoas, em espe- cial, para falar em público que demanda segurança e acreditar em si mesmo e no seu potencial. Com base em Santos et al. (2021), a mudança de mindset que se espe- ra implica alguns pontos, como: ultrapassar a ideia de bloqueio e trauma e assumir o desejo de adquirir maior conteúdo cognitivo e perceptivo; sair do medo e do pavor e adentrar no campo da gratidão e da crença em si mes- mo; superar a noção de talento e perceber que o esforço é mais potente e pode ser articulado com a experiência consciente, podendo obter excelentes resultados; deixar de evitar questionamento e entender que os questiona- mentos colaboram para o crescimento; parar de desistir frente às primeiras dificuldades e assumir a persistência como um valor essencial; superar o entendimento de erros como falhas; perceber os erros como pontos que devem ser resolvidos; deixar de se comparar com os outros, passando a ver no outro novos ângulos para aumentar o próprio conhecimento; parar de se indagar “por quê?” e começar a pensar “para quê?”; não perder tempo com inveja e buscar inspirações no sucesso dos outros; deixar de ter preguiça de se capacitar e perceber a capacitação como fundamental para conseguir superar novos desafios; deixar de se boicotar e passar a se valorizar. REFERÊNCIAS AMARAL, M. F. Fontes jornalísticas: o lugar de fala do cidadão. In: XXV Congresso Anual em Ciência da Comunicação. Trabalho apresentado no Núcleo de Pesquisa em Jornalismo. 2002. Salvador. Anais [...] Salvador, 2002, p. 1-16. D’EL REY, G. J. F.; PACINI, C. A. Medo de falar em público em uma amos- tra da população: prevalência, impacto no funcionamento pessoal e tra- tamento. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 21, p. 237-242, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ptp/a/PR8KQhhs585nSfM4mG7T6FG/?forma- t=pdf&lang=pt. Acesso em: 28 set. 2021. SANTOS, T. S. et al. Mindset de crescimento e os alunos de empreende- dorismo no ensino médio técnico. Revista Científica Acertte, v. 1, n. 3, p. 1-18, 2021. Disponível em: https://www.acertte.org/index.php/acertte/arti- cle/view/30/20. Acesso em: 13 out. 2021. TOMITA, L. M. S. Trabalho de campo como instrumento de ensino em Geografia. Geografia (Londrina), v. 8, n. 1, p. 13-15, 1999. Disponível em: https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/view/10199. Acesso em: 28 out. 2021. https://www.scielo.br/j/ptp/a/PR8KQhhs585nSfM4mG7T6FG/?format=pdf&lang=pt https://www.scielo.br/j/ptp/a/PR8KQhhs585nSfM4mG7T6FG/?format=pdf&lang=pt
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