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Comunicação Empresarial 1 Comunicação Empresarial Eliane Alves de Moura 2ª e di çã o Comunicação Empresarial 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Marcio Barros Dutra DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Eliane Alves de Moura Revisão: Lívia Antunes Faria Maria e Walter P. Valverde Júnior Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus Ilustração: Leonardo Siebra, Tatiana Galliac e Eduardo Bordoni Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói M929c Moura, Eliane Alves de. Comunicação empresarial / Eliane Alves de Moura ; revisão de Lívia Antunes Faria Maria e Walter P. Valverde Júnior. – 2.ed. - Niterói, RJ: UNIVERSO, 2010. 146 p.; il. 1. Comunicação empresarial. 2. Comunicação na administração. 3. Comunicação interpessoal. 4. Administração de empresas. I. Maria, Lívia Antunes Faria. II. Valverde Júnior, Walter P. III. Título. CDD 658.45 Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Comunicação Empresarial 3 Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora Comunicação Empresarial 4 Comunicação Empresarial 5 Sumário Apresentação da disciplina ................................................................................................. 7 Plano da disciplina ............................................................................................................... 9 Unidade 1 – A comunicação humana................................................................................ 11 Unidade 2 – Técnicas de comunicação ............................................................................. 31 Unidade 3 – A comunicação interpessoal......................................................................... 65 Unidade 4 – Comunicação interna..................................................................................... 83 Unidade 5 – Comunicação de marketing ......................................................................... 103 Unidade 6 – Comunicação institucional e gestão de crises ........................................... 125 Considerações finais ............................................................................................................ 139 Conhecendo a autora .......................................................................................................... 140 Referências ............................................................................................................................ 141 Anexos ................................................................................................................................... 143 Comunicação Empresarial 6 Comunicação Empresarial 7 Apresentação da Disciplina Caro aluno, Seja bem-vindo à disciplina Comunicação Empresarial. Você acaba de receber o Livro de Estudo da disciplina Comunicação Empresarial. Mais um semestre se inicia. Vamos juntos, durante este percurso, discutir o melhor modo de construir a comunicação empresarial dentro das organizações, sejam elas de grande, médio ou pequeno porte e de qualquer segmento de atuação. O sucesso da construção desse conhecimento dependerá da sua participação efetiva junto a sua comunidade virtual e do compromisso com você mesmo. Vamos combinar aqui que você vai, em cada unidade, doar 10% a mais do seu tempo e entusiasmo para atingir um grau de excelência no aprendizado. Esta disciplina foi elaborada com o intuito de oferecer material que possa agregar valor ao conhecimento que você já adquiriu até aqui, no curso de administração, e motivá-lo a estudar e a se envolver em um conteúdo estimulante sobre comunicação, comunicação interpessoal, comunicação interna, comunicação de marketing e comunicação institucional. É um grande prazer estar ao seu lado nessa caminhada, seja bem-vindo! Esperamos que o seu desempenho beire a excelência. Não esqueça de se organizar! Reserve um horário para leituras complementares, fazer seus exercícios, garantindo assim um ótimo desempenho. Desejamos que você tenha um excelente estudo e alcance o sucesso! Comunicação Empresarial 8 Comunicação Empresarial 9 Plano da Disciplina OBJETIVOS GERAIS Possibilitar aos alunos a compreensão dos aspectos básicos da comunicação interpessoal e organizacional como um processo de humanização do indivíduo, da comunidade e da sociedade harmoniosa e pacífica. O conteúdo programático foi dividido em seis unidades que abordarão as questões relativas ao contexto da Comunicação Empresarial. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: UNIDADE 1: A COMUNICAÇÃO HUMANA 1.1. Fundamentos da comunicação humana 1.2. Conceito de comunicação 1.3. Modelos de comunicação 1.4. Tipos de comunicação humana UNIDADE 2: TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO 2.1. A importânciada comunicação para o administrador 2.2. Teoria e prática da audição 2.3. Oratória 2.4. Participação em reuniões UNIDADE 3: A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL 3.1. A comunicação em grupos e organizações 3.2. Barreiras à comunicação 3.3. A comunicação entre homens e mulheres 3.4. A comunicação orientada para uma cultura de paz Comunicação Empresarial 10 UNIDADE 4: COMUNICAÇÃO INTERNA 4.1. Comunicação empresarial 4.2. Comunicação interna 4. 3. Endomarketing 4.4. Técnicas de comunicação interna 4.5. Propostas de etapas para um plano de comunicação UNIDADE 5: COMUNICAÇÃO DE MARKETING 5.1. Conceitos centrais de marketing 5.2. Ferramentas do composto de comunicação 5.3. Estrutura do departamento UNIDADE 6: COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E GESTÃO DE CRISES 6.1 - A Comunicação institucional 6.2. Gestão de crises Comunicação Empresarial 11 A comunicação humana Fundamentos da comunicação humana Conceito de comunicação Modelos de comunicação Tipos de comunicação humana 1 Comunicação Empresarial 12 Nesta primeira unidade, iremos trabalhar numa visão inicial sobre os conceitos relativos à comunicação humana, buscando fazer uma análise dos seus elementos básicos como: fundamentos da comunicação, conceito de comunicação, modelos de comunicação e tipos de comunicação humana. OBJETIVOS: Oportunizar ao aluno o desenvolvimento de competências comunicacionais que o habilite a analisar e atuar de forma eficiente na produção e gestão da comunicação humana, reconhecendo a importância e as características do processo de comunicação nas relações interpessoais e grupais. PLANO DA UNIDADE 1.1. Fundamentos da comunicação humana 1.2. Conceito de comunicação 1.3. Modelos de comunicação 1.4. Tipos de comunicação humana Bem vindo à primeira Unidade de Estudo. Sucesso! Comunicação Empresarial 13 1.1 - Fundamentos da Comunicação Humana A comunicação humana é um processo complexo. Transmitir uma mensagem para outra pessoa e levá-la a agir coerentemente com esta mensagem, parece algo muito simples, mas é um processo que pode ser influenciado em vários momentos e por diversos motivos, visto que nele intervêm habilidades e competências técnicas, sistemas de comunicação, atitudes e emoções dos interlocutores envolvidos. Sendo a comunicação um importante instrumento para as relações interpessoais, faremos nesse módulo um estudo específico sobre a comunicação humana, uma vez que ela é o instrumento para todas as atividades dos administradores em todos os níveis e circunstâncias. Em todos os momentos de nossas vidas convivemos com pessoas: na escola, na universidade, na família, nas festas e nas empresas. A partir do momento que nos relacionamos com outras pessoas, estamos praticando atos comunicativos que podem ser verbais ou não-verbais, pois comunicar é um processo em que se transmite ideias entre indivíduos. Etimologicamente, comunicação significa tornar comum, acessível a todos, estabelecer ligação, ligar, unir e estabelecer Comunicação Empresarial 14 um elo entre as partes. Quando esse elo transforma-se em uma ação comum, ou seja, ambas as partes entendem o que a outra transmite, consegue-se traçar estratégias comunicativas para atingir objetivos pessoais e empresariais. A vida em sociedade requer o uso de meios linguísticos para que o homem entenda e seja entendido, se expresse e se relacione com seus pares. Assim, podemos afirmar que a linguagem é um dos mais importantes fenômenos humanos e possibilita a interação do indivíduo na sociedade em que vive. Trocando experiências com o grupo social com o qual se comunica ao longo da sua existência, constrói significados que representam o mundo, compartilhando informações na formação da sua identidade. Para Penteado(1993), o nível de progresso nas sociedades humanas pode ser atribuído à capacidade de comunicação entre as pessoas. Assim sendo, houve uma evolução da comunicação humana desde os mais primitivos estágios da civilização, dando origem à sociedade moderna. Segundo Pereira (2007), cinco grandes etapas marcaram a evolução da comunicação humana: 1ª. Etapa – Comunicação corporal: os nossos ancestrais se comunicavam como os outros animais através da expressão facial, gestos, postura, vocalizações. A esse conjunto de meios denominamos comunicação corporal ou expressiva, usada até hoje, como por exemplo, a mímica, a dança etc. Comunicação Empresarial 15 2ª. Etapa – Comunicação oral: o primeiro grande salto na história da comunicação humana veio a se tornar também a principal diferença entre o homem e o animal, o que chamamos de aquisição da linguagem. 3ª. Etapa – Comunicação manuscrita: bem relatados pela história com as gravuras e pinturas através do homem paleolítico. A escrita deu ao homem o poder de comunicar seu conhecimento e pensamento através de registros. 4ª. Etapa – Comunicação impressa: essa era começou em meados do século XVI, quando o Alemão Johann Gutenberg usou tipos móveis de chumbo para imprimir uma bíblia. Com a revolução da tipografia, a escrita à mão deixou de ser a única forma de registro, acelerando o progresso científico e cultural. Comunicação Empresarial 16 5ª. Etapa – Comunicação eletrônica: essa etapa começou com o advento do rádio, no início do século XX. Chegando até nossos dias com a televisão, a Internet e teleinformática. VAMOS REFLETIR! O corpo, a fala, a escrita, a imprensa e as telecomunicações resumem a evolução da comunicação humana, que ocorreu de maneira cumulativa e integrativa e não substituta: cada estágio permanece no seguinte estágio, se ajustando a ele. 1.2 - Conceito de comunicação A comunicação está presente em cada conversa, gesto, cada página de um livro e cada imagem. Mas, afinal, o que é Comunicação? Existem várias definições válidas para a palavra, mas vamos começar pelo latim communicare, que significa participar, fazer saber, tornar comum a todos. No dicionário, encontramos: comunicação_ “Ato, efeito ou meio de comunicar”, ou ainda: ato de comunicar (algo) ou de comunicar-se (com alguém). Megginson et ali (1998) define comunicação como “o processo de transferir significado sob a forma de ideias ou informações de uma pessoa para outra”. Todo intercâmbio entre os seres humanos, só acontece através da comunicação. No entanto, é necessário que essas pessoas sejam detentoras de algumas habilidades que compreendem: falar, escrever, ler, escutar, fundamentais para que o intercâmbio de significado seja efetivo e obtenha sucesso. Comunicação Empresarial 17 Para Penteado (1993), “a comunicação humana compreende uma variedade de formas, através das quais as pessoas transmitem e recebem ideias, impressões e imagens de toda ordem”. Para o autor, “comunicação é o intercâmbio compreensivo de significações através de símbolos”. O processo de comunicação humana se assemelha ao processo do comportamento. A determinado estímulo corresponde uma resposta. A comunicação é uma resposta a um estímulo interno ou externo. O estímulo leva a uma associação que conduz a uma ideia ou imagem representadas por um símbolo. Para o receptor, o processo começa quando este tem sua atenção despertada por alguns sons que lhe chegam ao ouvido. Inicialmente, a comunicação depende da atenção. A atenção do receptor é uma resposta despertada por um estímulo: os sons, articulados ou emitidos pelo emissor. O aparelho auditivo do receptor capta a emissão do aparelho fonador transmissor. Atingindo este aparelho, os sons impressionam os condutos que levam ao cérebro, onde, por um novo processo de estímulo-resposta, os sons adquirem significados, transformando-se em palavras. Estabelece-se a compreensão, ou seja, a comunhão do significado e, desta forma, o receptor reageapresentando a sua resposta. Ao pôr-se “em comum” o significado do emissor para o receptor, através de símbolos (palavras), completa-se o circuito da Comunicação Humana e, assim, chega-se à compreensão. A compreensão, através da comunhão do “significado”, não implica necessariamente um acordo. Pode-se compreender uma ideia sem concordar com ela. IMPORTANTE: A comunicação é uma mensagem que envolve transmissão de conteúdos emocionais ou intelectuais (na maioria dos casos, ambos estão presentes). Ela é um fluxo de mão-dupla, com um emissor e um receptor. Por consequência, também é transmitir uma mensagem do ponto A ao ponto B, do emissor ao receptor, do anunciante ao cliente. Comunicação é o que o outro entende, não o que você diz. Ter clareza com as palavras faz a comunicação fazer sentido. Outros conceitos são associados ao conceito da comunicação, também chamados de elementos da comunicação. São eles: Comunicação: intercâmbio de informação e transmissão de significado é a própria essência de um sistema social ou de uma organização. Comunicação Empresarial 18 Emissor/fonte/remetente É o portador da mensagem a ser transferida Receptor/destinatário É aquele a quem se destina a mensagem Mensagem É o conteúdo que se deseja transferir Discurso É a exteriorização, a atualização das potencialidades do código que veicula a mensagem, que porta a mensagem. Código É o sistema que possibilita a construção do discurso formado por uma gramática e um léxico. Léxico/Repertório É o conjunto de signos que pertence ao código. Signo É a exterioridade convencionalmente portadora de significado. É um símbolo de seu significado. Gramática É o conjunto de regras com as quais os signos do léxico se relacionam e se constroem os discursos. Domínio/background/ competência É a parte do código que o receptor domina. Contexto É a situação que circunda o ato comunicativo. Codificação É a concepção do discurso. Emissão É a realização, a atualização, a exteriorização do discurso. Canal/Meio É o suporte físico da transmissão do discurso. Transmissão É a jornada do discurso da emissão à recepção. Recepção É a interiorização do discurso pelo receptor. Decodificação É a passagem do discurso interiorizado para a mensagem. É formado pela decifração e compreensão. Decifração É o reconhecimento do signo como tal e de suas funções gramaticais no discurso. Comunicação Empresarial 19 Compreensão É a extração da mensagem do discurso decifrado. Contato É o estabelecimento da atenção mútua entre o emissor e o receptor. Sintonia É a preservação da atenção mútua entre emissor e receptor durante a transmissão da mensagem. Ruído É uma ocorrência externa à comunicação que surge na fase da transmissão ou recepção e leva à perda, total ou parcial, da mensagem ou sua deformação. O Ruído pode ser deformante, concorrente ou supressivo. Deformante: se alterar o discurso e, consequentemente, a mensagem. Concorrente: se disputar com o discurso a atenção do receptor. Supressivo: se eliminar o discurso em parte ou totalmente. Tradução É feita, eventualmente, durante a transmissão. Um tradutor recebe a mensagem, decodifica, recodifica-a num novo código e novo discurso e o emite dando continuidade à transmissão. O tradutor é um emissor e não um codificador primário. 1.3 - Modelos do processo de comunicação Existem vários modelos de comunicação apresentados pelas diversas correntes teóricas. Tomasi et ali(2007) apresenta em sua obra quatro contribuições sobre o estudo da comunicação, que são apresentados abaixo: a) Modelo mecanicista – foi desenvolvido por C.F. Sannon e Weaver, em 1949. É um modelo físico, mecanicista e não humano. É também conhecido como a teoria da informação. Elaborada por engenheiros, traz uma sistematização do processo comunicativo a partir de uma perspectiva puramente técnica, com ênfase Comunicação Empresarial 20 nos aspectos quantitativos. Ele considera que, de um lado da comunicação, há uma fonte e do outro lado o destinatário. A fonte transmite um sinal que é captado pelo receptor. O sinal pode ser impedido por um ruído e a mensagem chegar distorcida ao destinatário. O modelo ocupa-se do ato de codificar e decodificar mensagens, expresso pelo esquema abaixo: “Fonte de informação=>Transmissor=>Canal=>Receptor=>Destino” A comunicação humana é muito mais complexa e pode envolver diversos outros elementos, no entanto, no esquema apresentado acima abriga um emissor e um receptor, divididos em dois compartimentos estanques que separam a codificação e a decodificação da emissão e da recepção. Comporta, ainda, um canal e uma mensagem que é o resultado da decodificação. Quando há problemas relacionados com o canal, acontecem os ruídos. Segundo Tomasi et ali (2007), “não passa a comunicação de transferência de mensagens de um emissor para um receptor, organizadas segundo um código e transformadas em sequência de sinais”. Uma vez que a comunicação envolve duas ou mais pessoas que participam na criação de um sentido, precisa causar reação ou resposta no receptor, caso contrário, não estabeleceu comunicação, isto é, essa informação não tornou-se comum às partes envolvidas (emissor e receptor). Uma vez que esse modelo considera a comunicação de um ponto de vista neutro, ela seria, segundo Tomasi et ali(2007), “sem intencionalidade manifesta e sem relação com o contexto social em que é processada”. Portanto, não apresenta a retroalimentação do processo de comunicação, também chamado de feedback, sendo passiva a posição do receptor. Imagine um ambiente organizacional onde apenas um grupo fala e os outros obedecem, sem nenhum direito de manifestar sua opinião. Fica claro, nessa teoria, um modelo linear, onde os elementos são encadeados e não podem ser modificados, havendo dessa forma um enrijecimento no processo comunicativo. b) Modelo circular de comunicação: se o modelo mecanicista não se preocupa com a reciprocidade da comunicação, o modelo circular volta sua atenção para a realimentação do processo, também chamado de feedback ou retroalimentação, processo onde o receptor da mensagem tem a oportunidade de tornar-se também emissor, realimentando a comunicação. Esse modelo parte do Comunicação Empresarial 21 pressuposto de que a comunicação jamais pode ser pensada “como um fenômeno de mão-única, mas como um sistema interacional.” (Tomasi et ali, 2007. p. 9). Dessa forma, a retroalimentação da comunicação garante o equilíbrio de poder entre os interlocutores do processo de comunicação. Como exemplo da falta dessa reciprocidade, temos as atitudes autoritárias. Na comunicação como interação entre os interlocutores, os seguintes aspectos são relevantes: No processo de comunicação, o texto é produto dos falantes que se constroem enquanto constroem juntos o texto; A imagem ou simulacros que os interlocutores constroem na interação (a imagem que o emissor faz de si, a imagem que o emissor faz do receptor, a imagem que o receptor faz dele mesmo, a imagem que o receptor faz do emissor); Caráter contratual (aceitação das ideias do outro) e polêmico da comunicação; Não é possível considerar a mensagem apenas como expressão de conteúdos; Ampliação do dizer na sociedade (às vezes, nos dirigimos a uma audiência, mas outros também participam de uma comunicação, manifestando sua opinião; imagine-se o caso de alguém que repreende alguém na frente de outra pessoa e esta, embora estivesse inicialmente envolvida na comunicação, faz observações de que não se deveria falar assim...). (TOMASI et ali, 2007. p. 9-10). c) Modelos psicológicos de comunicação: nesse modelo, o receptor é estimulado pela mensagem a processar uma interpretação e considera todos os aspectos das experiências, das atitudes, do conhecimento, da cultura da fonte eda situação social do receptor, pois disso depende a interpretação da mensagem que é um complemento necessário da decodificação, tornando-se necessária a atenção do receptor e sua capacidade de dar significado aos sinais que recebe e disposição para aceitar e compreender a mensagem recebida. Comunicação Empresarial 22 d) Modelo sociológico da comunicação: no contexto da comunicação, essa teoria considera a influência das estruturas sociais sobre as pessoas e, consequentemente, sobre a sua comunicação. Dessa forma, o grupo social do qual o indivíduo faz parte tem grande responsabilidade na construção de significados e sentidos da comunicação. e) Modelo antropológico da comunicação: nesse modelo, os sujeitos da comunicação precisam ser competentes, possuidores de qualidades que permitem um processo de comunicação entre eles. Dessa forma, é visto como um fazer-saber do destinador (emissor) e um adquirir saber (destinatário). O destinador e o destinatário, utilizam sua competência semântica constituída de sentimentos, crenças, valores e conhecimentos. Devem saber persuadir e esta, varia de acordo com a cultura, de sujeito para sujeito, de classe social para classe social. f) Modelo sistêmico de comunicação: busca integrar a descrição dos elementos e dos processos da comunicação, buscando a compreensão da funcionalidade da mesma de acordo com o contexto. Segundo Tomasi et alo(2007), “É o enfoque sistêmico que traz a dimensão estratégica das comunicações humanas”. Nesse contexto, há o interesse pelos objetivos da comunicação, da percepção da mensagem e dos resultados obtidos. Desta forma, a composição da comunicação necessita escolher os signos, as palavras, os desenhos, os sinais, os ícones, os símbolos, o canal entre outros. Na composição da comunicação, o emissor transforma dados em mensagens, atribui signos ao conteúdo de sua intenção e envolve a codificação de uma mensagem que por sua vez deve ser persuasiva para que haja a interpretação, ou seja, o processo pelo qual o destinatário compreende a mensagem que pode ser valorizada por ele ou não, dependendo da percepção de cada indivíduo. Nesse momento, é importante a escolha do canal adequado, caso contrário, a comunicação fica prejudicada. Em um processo de comunicação, é também muito importante ganhar a confiança do interlocutor e esta deve ser recíproca. Em relação à mensagem, os estudiosos da comunicação afirmam que para uma comunicação eficaz é necessário conhecer ao máximo o receptor. Se, por exemplo, vamos fazer o lançamento de um novo shampoo, é necessário conhecer o máximo a respeito de seus usuários, levantar dados geográficos, demográficos, psicológicos e comportamentais. É preciso identificar o que o público-alvo espera encontrar naquele produto para criar o posicionamento do mesmo no mercado, identificar qual o canal mais adequado para a mensagem (televisão, rádio, outdoor, jornais, folhetos etc). Comunicação Empresarial 23 g) Modelo Lasswelliano – é impossível falar de todas as contribuições dos modelos de comunicação e não mencionar as contribuições desse modelo na formalização do processo comunicativo. Esse modelo foi elaborado nos anos 30 e proposto em 1948. Denominado Modelo Lasswell, propõe um conjunto de questionamento que, se forem feitos e respondidos adequadamente durante a construção de uma comunicação, poderão colaborar para a eficácia do ato comunicativo. Quem? Na comunicação devemos precisar, inicialmente, quem toma a iniciativa da comunicação. Ora, se sou eu que vou comunicar-me com alguém, quem faz a comunicação, logicamente, sou eu. Será? A questão não é tão simples assim. Pois o eu pode assumir vários papéis em um grupo social. Se falamos com nossos filhos, somos pais. Se conversamos em um ônibus, somos passageiros. Se damos uma ordem a um subordinado, somos chefes. Para a efetividade da comunicação humana, cumpre a definição inicial de quem é o transmissor e qual seu papel. Diz o Quê? Sobre a mensagem na comunicação é oportuno lembrar: se cada pessoa pensasse antes no que vai comunicar, reduziria a cinquenta por cento as suas comunicações. O que comunicar depende, para a significação, de palavras bem escolhidas, organizadas em frases; palavras e frases que devem traduzir com clareza o sentido do que se procura transmitir. Infelizmente, na comunicação humana, a regra é o excesso. Comunicação Empresarial 24 Deve existir um domínio comum dos Significantes e dos Significados. A Quem? A forma da comunicação humana deve ser condicionada pelo receptor. É a capacidade do receptor que condiciona a maneira da apresentação da comunicação humana pelo emissor. Sendo o receptor o condicionante, o emissor deve ater-se ao vocabulário e preferir as expressões que lhe são familiares. No entanto, na prática, nem sempre acontece que o transmissor e o receptor falem a mesma língua (comunguem dos mesmos significantes e significados) e coloquem- se no mesmo plano. Através de que meio? A escolha do meio (canal) pelo qual o ato comunicativo se processará também deve considerar o receptor como determinante. Devemos também entender que o domínio do meio da comunicação é condição essencial à sua efetividade. O emissor que não consegue organizar em frases os seus pensamentos, tem as mesmas dificuldades daquele que não sabe lidar com o aparelho telefônico ou de fax, por exemplo. A comunicação humana é prejudicada porque o emissor não seleciona o meio mais eficiente à clareza e transmissão da mensagem e, sim, o que pessoalmente lhe convém. Com que finalidade? A finalidade da comunicação humana deve ser evidente para prevenir distorções e mal-entendidos. Nas cartas comerciais modernas coloca-se, antes mesmo do início formal da carta, o assunto de que se tratam. Isto se faz para clareza do objetivo, para evitar-se os desagradáveis “por quês”. Significante: Código/símbolo. Significado: Entendimento/interpretação que se faz do Significante. Comunicação Empresarial 25 1.4 - Tipos de Comunicação Humana Classificação 1: de um lado, existe a comunicação do dia-a-dia, a comunicação espontânea e informal entre as pessoas, através da fala, do gesto, da carta. Você não pensa nela, apenas usa. E de outro lado, existe a comunicação profissional, a atividade do jornalista, do publicitário, do escritor etc. A diferença é que esta última exige aprendizado técnico e teórico. Deve ser muito consciente. Há quatro formas distintas de comunicação profissional no mercado. Cada uma é uma especialidade, requer especialização técnica e teórica. São elas: a) comunicação persuasiva - representada pela propaganda, publicidade, pelo discurso do político, advogado. Seu objetivo é persuadir, vender uma ideia. b) comunicação artístico-cultural - representada pelo cinema, pelo teatro, pela novela, pela programação musical do rádio, pelo show, pelo circo. Seu objetivo é o entretenimento, a cultura e a arte. c) comunicação jornalística – representada pelo jornal, pela revista, pelo rádio, cujo objetivo é a informação. d) comunicação educativa – representada pelos livros didáticos, pelos telecursos, pelas aulas, palestras, cursos de língua etc. Esse tipo de comunicação tem como objetivo ensinar, transmitir conhecimento. Classificação 2 - segundo o órgão sensorial usado pelo receptor para captar a mensagem, existem cinco categorias de comunicação humana: a) comunicação visual – sinalização, gestos, desenhos, fotografia, pintura etc. b) comunicação sonora – fala, música, cornetas, alarmes, sinos, buzinas, gritos etc. c) comunicação tátil – escrita braile, aperto de mão, tapinha nas costas, abraços, beijos etc. Comunicação Empresarial 26 d) comunicação olfativa – odores (como perfume), e) comunicação gustativa – sabores (como bombons) Classificação 3 – Segundo a quantidade de pessoasenvolvidas no processo da comunicação, desde a menor até a maior, a comunicação humana pode ser: a) Intrapessoal – uma pessoa se comunica consigo mesma (agenda , diário, lembretes) b) Interpessoal – quando a pessoa se comunica com outra (conversa entre duas pessoas) c) Intragrupal – A mensagem circula dentro de um grupo (eleição de representante de turma na universidade) d) Comunicação de massa – quando a mensagem é dirigida para um grande público através do rádio, televisão, cinema, jornal, revista etc. Classificação 4 – A comunicação humana também pode ser direta e indireta. Na primeira, o emissor e o receptor estão na presença um do outro. Na segunda, estão distantes. Classificação 5 – Para que haja a comunicação não é necessário que o receptor responda imediatamente ao receptor. Você pode mandar um e-mail e não obter resposta. Quando a comunicação é de mão-única, temos a comunicação unidirecional. Já na comunicação bidirecional, acontece a mão-dupla, onde a participação do emissor e do receptor é equivalente, como por exemplo, pessoas em uma sala de reunião ou um debate. Classificação 6 – A comunicação humana pode também ser dividida em particular ou fechada (conversa entre pai e filho) e pública (comício na praça). Comunicação Empresarial 27 É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Nesta unidade, você aprendeu sobre a comunicação humana, os modelos e sua evolução até os dias de hoje, bem como os tipos de comunicação. Agora, prepare-se para entrar no próximo módulo com conceitos, técnicas e dicas de audição e oratória. SUGESTÃO DE FILME: Obrigado por Fumar. Uma comédia cínica e cheia de sátiras. Nick Naylor (Aaron Eckhart) é o porta-voz chefe de uma fábrica de cigarros. Ao mesmo tempo em que deve passar uma imagem benéfica do cigarro, ele tenta posar de modelo adulto para seu filho de 20 anos. Referências Bibliográficas do Conteúdo da Unidade 1 MEGGINSON, Leon C. Administração. Conceitos e Aplicações. São Paulo: Harbra, 1998. PEREIRA, José Haroldo. Curso Básico de Teoria da Comunicação. Rio de Janeiro: Quartet, 2007. PENTEADO José Roberto Whitaker. A Técnica da Comunicação Humana. São Paulo: Pioneira, 1993. TOMASI, Carolina et al. Comunicação Empresarial. São Paulo: Atlas, 2007. Comunicação Empresarial 28 Exercícios – unidade 1 1. É o instrumento para todas as atividades dos administradores em todos os níveis e circunstâncias. Estamos falando de: a) planejamento da comunicação. b) emissão e recepção da mensagem. c) comunicação humana. d) feedback. e) nenhuma das anteriores. 2. Em todos os momentos de nossas vidas convivemos com pessoas: na escola, na universidade, na família, nas festas e nas empresas. A partir do momento em que nos relacionamos com outras pessoas, estamos praticando um ________________________. a) ato comunicativo. b) exercício de ordem física. c) feedback contínuo. d) canal de comunicação. e) nenhuma das anteriores. 3. Para Penteado(1993), o nível de progresso nas sociedades humanas pode ser atribuído à : a) relação social que se firma. b) troca de experiência. c) capacidade de comunicação entre os povos. d) formação da sociedade. e) nenhuma das anteriores. Comunicação Empresarial 29 4. A mímica e a dança são exemplos de comunicação: a) corporal. b) Interativa. c) de relacionamento. d) oral. e) nenhuma das anteriores. 5. A etapa da ________________ começou com o advento do rádio, no início do século XX. Chegando até nossos dias com a televisão, a Internet e teleinformática. a) comunicação imprensa b) comunicação escrita c) comunicação eletrônica d) comunicação verbal e) nenhuma das anteriores 6. A _________________________do receptor é uma resposta despertada por um estímulo. a) comunicação b) habilidade c) empatia d) atenção e) nenhuma das anteriores 7. A _____________________ é uma mensagem que envolve __________________ de conteúdos emocionais ou intelectuais, na maioria dos casos ambos estão presentes: a) oratória/feedback b) comunicação/transmissão c) exposição/clareza d) transmissão/oratória e) nenhuma das anteriores Comunicação Empresarial 30 8. O(A)________________________, intercâmbio de informação e transmissão de significado, é a própria essência de um sistema social ou de uma organização. a) comunicação b) oratória c) fala d) escrita e) todas as alternativas anteriores estão erradas. 9. Outros conceitos são associados ao conceito da comunicação, também chamados de elementos da comunicação. Fale um pouco sobre alguns deles. (pelo menos 5 conceitos). ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Identifique uma situação rotineira de comunicação onde aconteceram ruídos e o emissor não conseguiu sucesso junto ao receptor, e onde o feedback também ficou comprometido. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Comunicação Empresarial 31 Técnicas de comunicação A importância da comunicação para o administrador Teoria e prática da audição Oratória Participação em reuniões 2 Comunicação Empresarial 32 Esta segunda unidade apresenta aspectos indispensáveis para a habilidade essencial da administração de empresas e do administrador que é o domínio das técnicas de comunicação. Após o estudo dessa unidade, você irá apresentar uma melhoria imediata na sua performance como comunicador. Trabalharemos conceitos relativos à qualidade e aos cuidados com a comunicação e as suas variantes: a comunicação oral (oratória), a comunicação escrita, a comunicação não-verbal, entrevistas e reuniões. Seja bem vindo a esta unidade! OBJETIVO: Oportunizar o aluno a desenvolver sua habilidade de se comunicar, seja em uma reunião de trabalho, uma apresentação, discurso, memorando, e-mail ou apenas numa conversa profissional ou entre amigos, contribuindo para sua imagem pessoal e profissional. PLANO DA UNIDADE 2.1 A importância da comunicação para o administrador 2.2 Teoria e prática da audição 2.3. Oratória 2.4. Participação em reuniões Bem vindo à segunda Unidade de Estudo. Sucesso! Comunicação Empresarial 33 2.1 - A importância da comunicação para o administrador Sem uma boa comunicação é impossível conseguir uma administração eficiente. Não é por acaso que é criteriosa a avaliação da capacidade do administrador com relação à comunicação interpessoal e expressão correta nos documentos técnicos específicos e de interpretação da realidade. Uma pesquisa entre os assinantes da Harvard Business Review colocou a capacidade de comunicar como o principal requisito a ser examinado para se promover um executivo. Um dos maiores problemas que as pessoas têm hoje, incluindo os executivos, é a insegurança no ato de escrever e de falar em público. A capacidade de escrever e falar bem é uma qualidade muito bem valorizada pelas empresas. Segundo Jack Welch, um dosexecutivos mais bem sucedidos do século XXI, o administrador precisa saber que: É preciso investir na comunicação. Tempo e dinheiro investidos na comunicação com os funcionários são os melhores investimentos a curto e longo prazo no desempenho empresarial; A comunicação é o caminho direto para a inovação; A comunicação clara cria expectativas claras. A clareza da comunicação é refletida na clareza das expectativas; A comunicação torna a vida mais simples; A comunicação honesta é sempre a melhor atitude. Segundo Pimenta (2002), “um administrador trabalha com pessoas e necessita comunicar-se quase todo o tempo”. Portanto, um bom administrador também precisa ser um bom comunicador. O administrador tem por atribuição a gestão de recursos. Não é possível, em uma organização, tomar decisões sem embasamento e informações. A informação sempre será de extrema importância na tomada decisões e, consequentemente, é de fundamental importância para o administrador. Agora, o futuro traz, além desta realidade, uma verdade inexorável: todo administrador tem consciência da importância da informação para a decisão; Comunicação Empresarial 34 logo, se destacarão pela rapidez na tomada de decisão! A questão, então, é a forma. A comunicação é a forma de fazer uma informação chegar e ser compreendida por um receptor. Eis aí uma boa medida da importância! Todas as pessoas, em qualquer profissão, devem reunir conhecimentos sobre comunicação, adquirindo técnicas que podem melhorar a comunicação oral, a comunicação escrita, as negociações e suas participações em eventos como entrevistas, reuniões, debates etc. Algumas qualidades são fundamentais para melhorar a nossa capacidade de comunicação, dentre elas podemos destacar: organização, honestidade, criatividade, entusiasmo, conhecimentos gerais, atualização profissional através de um plano de desenvolvimento bem estruturado e um bom network. São necessários também alguns cuidados tais como: estabelecer objetivos claros e buscar a melhor forma para atingi-los, saber lidar com a mudança, enfrentar os conflitos naturais e estar o tempo todo buscando uma auto-avaliação. É importante, ainda, reconhecer a importância da comunicação no processo de liderança, uma vez que agrega pessoas em torno de objetivos comuns, lidando com suas emoções. Segundo Corrado(1994), muitos administradores ainda não valorizam a comunicação. Isso acontece, segundo o autor, porque: Não acreditam em sua relação com o sucesso; Consideram que o investimento em comunicação não produz retorno quantificável; Comunicação Empresarial 35 Subestimam sua abrangência, ou seja, consideram a comunicação como “habilidade técnica” (localizada, parcial, individual, particular) e não como “ atividade estratégica” (geral, coletiva, agregadora organizadora, direcionadora); Evitam conflitos, preferem um pouco de acomodação. Essa postura é muito perigosa tanto para o profissional quanto para a empresa, tendo em vista os aspectos competitividade e imagem institucional. Com todos os avanços tecnológicos, os clientes internos e externos têm total e rápido acesso às informações e criam uma demanda por uma comunicação em tempo real, cobrando decisões rápidas e assertivas. “O cuidado com a comunicação no exercício da liderança é que vai permitir ao administrador conhecer a visão e os valores dos funcionários e articulá-los com os seus” (PIMENTA, 2002, p. 134). IMPORTANTE: Outro aspecto importante na comunicação para os administradores é o domínio dos termos técnicos específicos da profissão, bem como o domínio de línguas estrangeiras, principalmente, inglês e espanhol. 2.2 - Teoria e prática da audição Você se considera um bom ouvinte? Como você desenvolveu suas habilidades para isso? Na primeira unidade falamos da importância do receptor no processo da Comunicação Empresarial 36 comunicação e das suas condições favoráveis para receber a mensagem, uma vez que deve ser uma via de mão-dupla. Um desses aspectos é a capacidade que o receptor tem de ouvir e escutar. E, por falar nisso, você sabe a diferença entre essas duas palavras? Observe: Podemos estar olhando para uma pessoa que fala, aparentemente interessados no que ela diz, balançando a cabeça aqui e ali, até sorrindo nos momentos apropriados sem, contudo, escutar realmente o que está dizendo. Existem, neste contexto, diferenças entre Ouvir e Escutar: Ouvir é um processo meramente fisiológico. Escutar é um processo mental que envolve prestar atenção e procurar o sentido do que está sendo dito. Ouvir e escutar atentamente é essencial para a excelência da comunicação. É, provavelmente, a melhor maneira de enriquecer o seu repertório a respeito dos conhecimentos que envolvem o seu trabalho, quer no plano das informações, quer no dos processos inerentes ao desenvolvimento do mesmo. Quando ouvimos acontece um processo de absorção das palavras e seleção de significados. Já consegue responder à pergunta se você é um bom ouvinte? Esperamos que a resposta tenha sido positiva. No entanto, se chegou à conclusão de que precisa melhorar, lembramos que o bom ouvinte não nasce feito. Ouvir é uma habilidade que pode e deve ser desenvolvida por todos nós. Basta ter disciplina, determinação, autoconsciência e concentração. Assim, o emissor terá a certeza de que você está ouvindo atentamente o que ele está dizendo e criando um vínculo positivo. Vamos fazer um teste? Pegue caneta e papel e responda aos questionamentos abaixo para saber como está a sua concentração. Abaixo segue uma lista de verificação de concentração e uma classificação dos pontos numa escala de 0 a 3. Assim que classificar as declarações, totalize a pontuação. Veja a seguir: 0 – sem problemas 1 – um problema sem importância 2 – um problema com alguma importância 3 – um grande problema Comunicação Empresarial 37 As declarações básicas para classificação ao verificar sua concentração são: Estou com pressa Distraio-me com o que acontece à minha volta Tenho autoconfiança Estou entediado Estou pensando no que vou dizer a seguir Estou fora da minha zona de conforto Já sei o que o orador vai dizer Estou acostumado às repetições Na maior parte do tempo, sinto sobrecarga mental Não sou responsável pelas informações prestadas Estou cansado Estou confuso por causa do tema e do orador Estou devaneando Se você marcou: 0 – 5 : você é um excelente comunicador 5 – 10 : sua habilidade em concentrar-se precisa melhorar 11 - ou mais: você precisa colocar em prática um plano de ação específico para melhorar suas habilidades. É preciso ser um ouvinte que entenda o que está sendo dito e os motivos do que está sendo dito. Observar a linguagem corporal e os sinais não-verbais é uma boa contribuição para essa comunicação. As expectativas dos ouvintes também são um aspecto relevante. Somos, em algumas ocasiões, melhores ouvintes do que em outras, porque o interesse governa nosso comportamento. Ouvimos melhor quando temos nossa atenção estimulada. Esse estímulo variará de acordo com os nossos interesses. Ouviremos melhor sempre que: Comunicação Empresarial 38 a) Precisarmos compreender o assunto; IMPORTANTE: Será sempre a atitude mental, a nossa predisposição, que irá dar maior ou menor eficiência à audição. Não se pode comunicar sem ouvir. Este ouvir, visto até aqui, envolve escutar, entender e absorver. É o mesmo que afirmar que não podemos apenas ouvir as palavras ditas pelo nosso interlocutor, mas, acima de tudo, a mensagem implícita. Quando se ouve, efetivamente, é possível processar as informações recebidas e fazer uma seleção do que realmente é importante, o que deve ser utilizado futuramente e o que deve ser descartado. Podemos dizer que existem osouvintes passivos e os ativos. Este último é aquele que não ouve apenas com os ouvidos, mas também com todo o resto do seu corpo (voz, emoção, gestos etc), ouvindo não só as palavras, mas, acima de tudo, a mensagem. Segundo Martinelli et alli (1997), “um bom ouvinte deve buscar suas áreas de interesse, deve ser flexível, trabalhar intensamente como ouvinte, usar a velocidade do pensamento para, mentalmente, sumarizar, pesar e antecipar o que o transmissor irá dizer”. A predisposição ao ato de ouvir também depende de fatores físicos e fatores mentais, conforme pode ser observado abaixo: Fatores Físicos: 1) A Temperatura: o calor e o frio excessivos prejudicam a audição e a concentração. 2) O Ruído: experiências realizadas nos Estados Unidos indicam não existir grande diferença no rendimento do estudo realizado em ambientes silenciosos ou barulhentos. No entanto, em nosso dia-a-dia, percebemos a dificuldade de concentração que algumas pessoas sentem quando se encontram em ambientes com variados ruídos. Escutar – estar atento para ouvir. Entender – interpretar, perceber, alcançar o sentido da ideia. Absorver – guardar, ampliar, concentrar. Comunicação Empresarial 39 3) A Iluminação: excesso ou carência de luz perturba a expressão facial e os gestos de um orador, concorrendo para prejudicar a audição e a concentração. 4) O Meio-ambiente: o ambiente interfere de formas variadas na audição e na concentração. Caso reúna condições favoráveis, pode potencializar a comunicação. 5) As Condições de Saúde: todo o complexo processo da Comunicação pode ser embaraçado por uma simples indisposição física. A doença e a fadiga concorrem para causar danos à comunicação humana. 6) As Deficiências Auditivas: a deficiência auditiva inconsciente exerce influência sobre o sistema nervoso. Quem ouve mal e não sabe que ouve mal, irrita-se com facilidade ‘porque as pessoas falam baixo’, ou então predispõem-se a denunciar as legiões de pessoas que não sabem falar, ‘porque eu não compreendo o que dizem’. 7) A Forma da Apresentação: deve harmonizar-se com o interesse dos receptores em receber a comunicação. A predisposição para ouvir é seletiva e depende da forma da apresentação. Fatores Mentais: 1) A Indiferença: o ouvinte desinteressado não ouve e não ouve porque não está interessado. Um dos problemas da audição é despertar a atenção, estimulando o interesse individual. 2) A Impaciência: a percepção de disponibilidade de tempo é essencial para ouvir-se com eficácia. Tenha tempo para ouvir. Se não dispõe de tempo agora, ouça depois. 3) O Preconceito: é preciso um esforço no sentido de educar o ouvinte, alertando-o a não se deixar empolgar emocionalmente, resistindo na medida de suas forças, a fim de deixar abertos os canais de recepção. Quando tiver de ouvir, ouça e não se disponha contra ou a favor, em excesso – perguntas, dúvidas, questões devem ser postergadas até o fim da comunicação oral. Tome consciência dos seus preconceitos, para não se acorrentar a eles. Comunicação Empresarial 40 4) A preocupação: a palavra preocupação significa ‘ocupação antecipada’. Preocupar é prender a atenção. Com a atenção presa a uma ocupação antecipada não será possível ouvir. A audição é uma ocupação interna e exige atenção total. 5) A Posição: o ‘status’ social afeta a audição. Se o emissor é de nível hierárquico ou social mais alto, o receptor pode perturbar-se pelo desejo de agradar, vontade de mostrar-se inteligente e ativo, medo de errar, receio de contradizer o chefe etc. Se o receptor é de nível mais alto, a audição pode perturbar-se por outros motivos - desconfiança de que o subordinado não esteja dizendo toda a verdade, dúvida sobre sua inteligência e habilidades etc. 6) A oportunidade: ouve melhor quem ouve no momento certo. Falta ao homem moderno oportunidade de ouvir, aqueles momentos em que possa entregar-se aos prazeres e às surpresas do grande laboratório de experiência humana, que é a audição concentrada e atenta. Assim, grande parte das pessoas acredita que ouve bem, quando na realidade, a habilidade de saber ouvir corretamente é um dos grandes problemas da comunicação humana, quer seja no trabalho ou na vida pessoal. As pessoas estão negligenciando o ato de ouvir, causando grandes transtornos. No caso do administrador, não podemos dissociar o líder de um bom ouvinte. Entre as diversas fontes de informações para a liderança, poder conhecer e avaliar com precisão seus liderados é ouvir cada um atentamente e minuciosamente. Isso faz parte de suas atividades no dia-a-dia. Não podemos deixar de mencionar, também, a importância de saber ouvir no momento da negociação. A habilidade de negociar bem é essencial para sua sobrevivência no disputado mundo de negócios de hoje. Com a globalização, downsizing, reengenharia e outras tendências, todos os recursos são muito disputados e vence quem negociar melhor. O processo de negociação pode ser angustiante para quem não conhece as técnicas, mas é extremamente envolvente e apaixonante para os negociadores bem preparados. Negociadores são como detetives. Eles fazem perguntas e depois calam a boca. Na maioria das vezes, seu oponente vai lhe falar tudo o que você precisa saber – contando que você fique calado. Aliás, muitos conflitos poderiam ser resolvidos se os negociadores ouvissem melhor. O grande problema é que nunca fomos treinados a ouvir, e sim a Comunicação Empresarial 41 falar. Temos uma grande ansiedade em expor nossos pontos de vista, e não conseguimos nos concentrar no que nosso oponente está falando. Duvida? Faça você mesmo um teste. Em sua próxima conversa com alguém, veja quanto tempo consegue ficar calado, sem pensar em suas respostas e sem interromper o outro lado. Você ficará surpreso! Infelizmente, poucas pessoas são boas ouvintes. E administradores que não sabem ouvir perdem inúmeras oportunidades de fazer melhores negócios. As estatísticas mostram que o ouvinte normal só consegue entender e se lembrar de 50% de uma conversação. Esta porcentagem, que já é bem baixa, cai ainda mais – para 25% - 48 horas mais tarde. Isto quer dizer que o que lembramos de uma conversa é algo impreciso e incompleto. Muitos problemas de comunicação podem ser atribuídos à falta de treinamento específico para se ouvir bem. Para ouvir bem, é preciso ser objetivo. Isto quer dizer que você tem que entender as intenções do seu oponente, o que ficou nas entrelinhas, e não somente aquilo que você quer ouvir. A cada nova frase dele você deve se perguntar: “Por que ele me disse aquilo? Como ele pensou que seria minha reação? Ele estava sendo honesto?” e daí por diante. Os melhores comunicadores invariavelmente são os melhores ouvintes. Por que existe esta correlação? Quando eles estão comunicando, prestam muita atenção à entonação, ritmo, altura e demais detalhes da voz. Observam atentamente os sinais não verbais, e analisam se os mesmos são condizentes com o que está sendo falado. São características de um bom ouvinte: Comunicação Empresarial 42 Postura atenta. Não demonstrar inquietação nem ansiedade. Olha para o transmissor o tempo todo. Ocasionalmente acena com a cabeça. Utiliza alguns movimentos faciais que se adaptam bem à história, como sorrisos apropriados. Dá a impressão de que está entendendo o que o transmissor está sentindo. Usa o tom de voz adequado. Ocasionalmente apresenta questões altamente pertinentes. Diz uma palavra aqui e ali para encorajar o transmissor a continuar. De vez em quando faz uma recapitulação com suas próprias palavras daquilo que o transmissor disse. São características de um mau ouvinte: Interromper a fala do outro antes que ele conclua: impaciência, descortesia, arrogância ou prepotência. Antecipar ou querer adivinhar o que o outro vai falar: ansiedade, impaciênciaou bajulação. Não prestar atenção às mensagens não ditas: ingenuidade ou inabilidade. Distrair-se facilmente com ruídos, objetos ou outros detalhes: baixa concentração. Desinteressar-se ou parar de prestar atenção quando o assunto não é de seu interesse ou é desagradável: baixa concentração, descortesia e inabilidade (tudo o que o emissor diz deve ser de seu interesse). Desligar-se da fala do outro se não estiver de acordo e já começar a pensar no argumento com que irá rebater. Desinteressar-se quando o tema tratado não é de sua área ou não faz parte de suas atribuições. Comunicação Empresarial 43 Para finalizarmos, como você se sentiria em uma consulta médica descrita abaixo? - Eu estou com uma dor meio estranha no estômago. - Pode tomar esse remédio. Em dois dias você vai estar melhor... - Mas... Eu ainda nem expliquei direito o que estou sentindo... Você sentiria confiança num médico que prescrevesse uma receita antes de ouvir cuidadosamente seus sintomas e queixas? Acreditaria em seu diagnóstico se ele o formulasse depois de oito minutos de consulta, com duas ou três perguntas apressadas, olhando para o relógio o tempo todo e interrompendo suas respostas antes de você completá-las? Pois é exatamente isso que muitos comunicadores fazem, sobretudo muitos administradores, vendedores, professores, pais, filhos, maridos, esposas etc. Reflita sobre isso e começe desde já a buscar técnicas que vão ajudá-lo a melhorar sua comunicação, independentemente das atitudes do interlocutor. Sucesso! 2.3 - Oratória Mesmo sem perceber, você está constantemente falando algo para alguém. Com sua família, seus amigos, com o manobrista do seu carro ou o cobrador do ônibus. No seu trabalho, então, você fala o tempo todo, principalmente se sua Comunicação Empresarial 44 atividade está relacionada a compras, atendimento ao cliente, vendas, telefonia ou gestor que exerça a liderança. O que faz a diferença no momento de falar em público é a sua atitude, agindo cegamente ou se preparando para falar de maneira metódica e planejada. De nada adianta uma pessoa saber para si, mas não saber transmitir aos outros o seu conhecimento, sua ideia, sua vontade. Vamos continuar o nosso estudo entendendo o que é oratória: Para Pimenta(2002), oratória é a arte de falar em público. A mesma definição é dada nos mais diversos dicionários da Língua Portuguesa. Segundo a autora, existem dúvidas quanto à origem da oratória, mas muitos estudiosos atribuem a Corax e Tísias a fundamentação de seus princípios, na Sicília, no século V a.C. No entanto, foi em Atenas que a arte da oratória foi disseminada. Os sofistas, filósofos contemporâneos de Sócrates, foram os primeiros a dominar com facilidade a palavra, com o objetivo de serem capazes de julgar, falar e agir. Consta nos livros que eles praticavam muito esta técnica através da leitura em público e promovendo debates. Assim como os pioneiros na arte de falar em público, devemos também exercer a prática cotidiana da comunicação, incorporando toda e qualquer técnica absorvida em leituras e treinamentos. Assim, a prática da oratória ocorrerá de forma natural e de acordo com o estilo de cada um. Existe uma variedade de fatores que tornam uma apresentação bem-sucedida, informativa e interessante, e um desses fatores é a linguagem corporal. Portanto, reflita sobre as seguintes questões: Pernas e braços cruzados podem refletir o estado de espírito de alguém? O modo como cruzamos nossas pernas sinaliza nossos sentimentos? Comunicação Empresarial 45 Para essa reflexão, não existe uma única resposta, ou seja, a forma como cruzamos nossas pernas pode significar o seu estado emocional no momento, como também pode não ter significado nenhum. Portanto, quando você está fazendo uma avaliação, antes de julgar, deve analisar os indícios dentro de um contexto maior e não só em gestos isolados. Como a linguagem corporal é determinante em várias situações, o orador deve também preocupar-se com a sua própria postura diante de sua plateia. Volte seu olhar para sua personalidade interior e suas emoções. Entretanto, essas emoções muitas vezes são muito sutis e podem transmitir diferentes significados. Fique atento! De acordo com o livro “O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal”, o corpo humano é dividido em três partes: Águia - Representa a cabeça, que é o controle. Leão - Representa o tórax, que são as nossas emoções. Boi - Representa o abdômen, que são nossos desejos instintivos. Portanto, uma pessoa com a cabeça (controle) baixa, curvada para frente (tórax e abdômen reprimidos), passa uma imagem de submissão total. Ao contrário, cabeça ereta e coluna reta mostram que você é seguro de si. Se você estiver atento enquanto fala poderá notar alguns sinais que indicam mudanças na linguagem corporal da outra pessoa, revelando o que está acontecendo. Veja abaixo alguns indicadores de aceitação ou rejeição ao que se está sendo dito. Indicadores de aceitação do que está sendo dito. Existem sinais de atenção? Existe aumento de contato visual? A pessoa se aproxima de você? A pessoa participa da conversa? A pessoa descruza as pernas? A pessoa fica mais tempo que o previsto? Comunicação Empresarial 46 Indicadores de resistência ao que se está sendo dito. A pessoa se afasta de você? A pessoa dá sinais de que quer ir embora? Existem silêncios incômodos? Existem sinais de aborrecimento? A pessoa desvia os olhos de você? Portanto, fique atento em seus gestos quando estiver exercendo a oratória. Eles devem estar em perfeita sintonia com o que você quer dizer. A gesticulação deve acontecer de forma natural à medida que pensamos na mensagem. Cuidado com: 1) Mãos Quando estiver falando, mantenha as mãos onde possam ser vistas, pois é sinal de confiança. Gesticular demais atrai mais atenção para as mãos do que para o que se está sendo dito. Não falar com as mãos nas costas, com braços cruzados ou nos bolsos. Mão abaixo do queixo ou entrelaçadas abaixo dele indicam que você aceita o que estão lhe falando. Mãos abertas significam concordar com a situação. Mãos fechadas geralmente indicam raiva, insegurança e resistência quando segura o pulso contrário. Mão na boca significa que a pessoa quer falar algo, mas não está tendo oportunidade ou não sabe ao certo o que é. Polegares para cima indicam sinal positivo ou de aprovado, mas cuidado, pois em algumas culturas esse gesto pode ser ofensivo. Comunicação Empresarial 47 2) Posição Mantendo as costas eretas, o queixo ligeiramente erguido, ombros para trás. Assim você passa uma imagem de autoconfiança. Postura curvada para frente indica excesso de humildade. Postura desleixada e andar preguiçoso denotam atitudes descuidadas. Sente-se numa postura ereta, porém natural. Para as mulheres é sinal de elegância cruzar as pernas ao lado na altura dos tornozelos Recostar na cadeira e estar com o botão do terno ainda abotoado indica estar pouco à vontade. 3) Respiração A respiração é muito importante durante uma conversação. Se a pessoa estiver irritada ou preocupada um sinal será uma respiração ofegante. Uma dica é entrar em sintonia com a respiração de seu interlocutor. Dica: a melhor respiração não é pelos pulmões e sim pelo baixo ventre. Inspire profundamente, prenda a respiração, transfira o ar para o baixo ventre e solte lentamente pela boca. Uma boa respiração ajuda a corrigir a postura e dá amplitude à voz. 4) Corpo Corpo inclinado na direção do falante indica atenção e interesse. Pernas e pés apontados para a saída indicam resistência. A pele é um tecido que manifesta as emoções, portanto: ruborizamos quando nos envergonhamos; pavor e medo nos levam à palidez; um fatoassustador nos provoca arrepios; medo e vergonha provocam contração muscular natural; quando mentimos, ocorre uma mudança espontânea no tecido da mucosa que reveste o nariz. Comunicação Empresarial 48 5) Aperto de mãos Um aperto de mão deve der firme e gentil. É um gesto que demonstra estima, confiança e competência. Um aperto de mão muito leve sugere uma personalidade hesitante e indiferente, com características de insegurança, timidez ou desatenção. O aperto com duas mãos, embora expresse afetividade, é inadequado num primeiro encontro. Alguns definem isso com uma demonstração de poder seguida de sutil intenção de intimidar a pessoa cumprimentada. Não dê um aperto mão ‘esmaga ossos’, revelando excesso de entusiasmo. São as palmas das mãos que devem ser apertadas, não os dedos. 6) Contato visual: Olhar o interlocutor nos olhos transmite autoconfiança e credibilidade. Os olhos e as pupilas se dilatam inconscientemente quando estamos vendo algo agradável ou interessante. O olhar crítico demonstra recriminação de algo ou alguém, mesmo sem a pessoa fazer qualquer comentário. Se estiver interado no que a pessoa está dizendo, saberá sua hora de falar pela movimentação dos olhos dela. Nenhum contato visual ou olhares de soslaio demonstram pouca ou nenhuma receptividade Comunicação Empresarial 49 7) Sorriso Um sorriso sincero é como um elogio: deixa feliz quem dá e quem recebe. Revela sentimento de satisfação quando expressado no canto da boca, com o lábio ligeiramente levantado, mas cuidado para não sorrir de uma forma debochada ou irônica. Em um contato breve com uma pessoa um sorriso será uma boa impressão para a formação de sua imagem perante ela. Manter a mesma simpatia expressada pelo sorriso do começo de um atendimento ou contato com outra pessoa para não se tornar uma simpatia artificial no final. 8) Voz Conforme a entonação, algumas maneiras de falar podem ter um tom mais imperativo ou amistoso. Podemos mudar completamente o sentido do que estamos falando dependendo do ritmo e tom da nossa voz. Cada ambiente e situação pedem um volume de voz. Falar alto faz parecer que você quer se sobrepor ao outro. Além de denotar insensibilidade, incomoda as pessoas. Quanto mais baixo falar, mais credibilidade e respeito você adquire, além de ser mais eficaz para prender a atenção. Geralmente quem fala muito rápido avalia e julga rápido, tirando conclusões precipitadas. 9) Distância A distância entre as pessoas também tem significado. Numa reunião, a disposição dos lugares define as relações espaciais e o tipo de relacionamento estabelecido entre os participantes. As pessoas preservam os espaços de alguém considerado mais importante ou superior a elas. Comunicação Empresarial 50 Respeitar o espaço do outro é um sinal de consideração e respeito. Chegar perto demais pode demonstrar intimidade. Ficar muito distante, indiferença ou exibicionismo. Uma boa distância é entre 45 cm a 90 cm de do outro. Cotovelos apoiados fazem delimitação de espaço quando a pessoa sente-se invadida ou intimidada. 10) Toque Muitas pessoas têm o costume de tocar a outra enquanto falam, mas alguns se sentem incomodados por este hábito. Um aperto de mão é o máximo permitido. Evite, portanto, beijos e abraços, principalmente em situações profissionais. Num ambiente de trabalho, as pessoas tendem a tocar as outras no cotovelo ou dar tapinhas nas costas. Esteja atento à linguagem corporal para saber se deve ou não tocar a pessoa. Na dúvida, evite! Lembre-se de que, por causa dos casos de assédio sexual, a política das empresas está mais rígida. Por fim, você chegou até aqui com esse estudo e deve estar fazendo a seguinte pergunta: o que é uma apresentação de sucesso? E a resposta é simples: basta falar corretamente, sem inibições, sobre um assunto que você domina e que seja de interesse para o seu público-alvo. Polito(2006) afirma que a fala é natural, então, o importante é ter consciência de que você já sabe falar e o que terá que aprender é usar a palavra em situações em que talvez não esteja tão acostumado ou que exija um certo improviso. O mesmo autor afirma que é importante agir sendo você mesmo e colocar em prática as técnicas de oratória, como as que seguem abaixo. 1. Identificar o tipo de apresentação Conferência Mesa redonda Simpósio Debate Reunião de trabalho Apresentação de um projeto Apresentação de trabalhos acadêmicos Comunicação Empresarial 51 2. Definir o objetivo O que eu quero dizer Qual o objetivo daquilo que eu vou dizer 3. Apresentar a relevância do assunto Sua apresentação deve ser relevante, simples e ir direto ao assunto. Deve ter consistência e profundidade. A convicção, a energia e o entusiasmo pelo assunto são fundamentais. 4. Vencer o medo e a insegurança Antes de qualquer apresentação, é necessário você aprender a controlar os seus medos e inseguranças. O medo é um mecanismo de defesa que foi aperfeiçoado pelo ser humano desde os tempos mais primitivos. Quando temos medo, ocorre uma grande descarga de adrenalina que aumenta a pressão sanguínea, fortalece os músculos e causa sensações tais como: pernas moles, mãos suando, coração disparado, voz trêmula, garganta seca e confusão mental, fazendo desaparecer momentaneamente tudo que sabíamos. No entanto, se você domina o assunto, tem praticado o uso da palavra e possui autoconhecimento, siga em frente. Veja, abaixo, os medos mais frequentes e como vencê-los: Nervosismo excessivo: Prepare-se ensaiando diante de um espelho e, se possível, no local da apresentação. Tenha anotações claras para consultá-las, respire fundo e sorria! Plateia entediada: Assegure-se de que o assunto é de relevância para o público-alvo. Seja entusiasmado. Varie o tom de voz e olhe nos olhos nas pessoas. Pessoas hostis: Mantenha-se educado, seguro, olhando nos olhos das pessoas e demonstrando muita segurança e domínio do assunto. Falha nos recursos audiovisuais: Procure evitar usar qualquer tecnologia, deixe tudo preparado antes e teste sempre com muita antecedência. Tenha sempre o plano “B”. Comunicação Empresarial 52 5. Desenvolver qualidades para falar melhor São muitas as qualidades que precisamos desenvolver para melhorar a nossa performance de falar em público, dentre elas temos : Memória: Você vai precisar muito da sua memória para recordar e ordenar as ideias enquanto fala. Porém, não confie totalmente nela e prepare-se bem. Ensaie de maneiras diferentes, mudando as palavras, a ordem, os tópicos. Associe sua fala a exemplos. Leve também um pequeno roteiro e escreva frases que possam orientá-lo. Hoje você pode utilizar os recursos visuais para isso (datashow, projetor de slides, retroprojetor etc.). Mas se esquecer de alguma coisa, não fique se desculpando. Fale para os ouvintes que mais à frente falará sobre o assunto. Humor: Pratique o bom humor. Tenha brilho nos olhos e expressões tranquilas. Mas controle o impulso de fazer piadas indelicadas, pois existe uma linha tênue que separa o humor da vulgaridade. Jamais use humor que aborde raça, sexo, religião e preferências sexuais. Inspiração: A inspiração é, segundo Polito(2006) “a forma como você cria e produz o seu discurso: a soma das energias para encontrar as melhores ideias”. A inspiração do orador pode tornar sua apresentação muito mais atraente e interessante. Criatividade: É a capacidade de fazer o que já foi feito de maneira diferente, atrativa. A criatividade do orador evita o tédio da plateia, através de artimanhas que levam o público a sorrir, chorar, vibrar. Entusiasmo: Para falar em público é preciso contar com técnicas, recursos, planejamento, mas de nada resolverá se não contar com a força do entusiasmo.É importante falar de forma entusiasmada com o público e não somente para o público. É preciso vibrar a cada afirmação, ser convincente no que fala, envolver o público em um ambiente de emoção plena. Determinação: Nunca desistir de fazer e dar o melhor de si em uma apresentação em público mesmo que você encontre obstáculos. E tenha certeza: eles existem. Um exemplo disso é enfrentar uma plateia hostil ou problemas com os recursos audiovisuais. Comunicação Empresarial 53 Audição: Já falamos anteriormente sobre a importância de saber ouvir. Tem um ditado popular que diz que “o pior surdo é aquele que não quer ouvir”. Escutar as pessoas muitas vezes não é tarefa muito agradável, mas é necessária. Você terá muitos benefícios aprendendo a ouvir. Teatralização: Esse assunto é controverso e difícil. Teatralizar significa interpretar a mensagem, dar vida a ela. No entanto, tome cuidado para ser verdadeiro. Síntese e objetividade: Cuidado para não estender os limites de tempo nem cansar os seus ouvintes sendo muito prolixo. Falar com objetividade não é falar pouco, mas falar o necessário para passar a informação planejada. Portanto, analise antes o assunto, saiba até que ponto os ouvintes estão preparados para ouvir a mensagem e saiba exatamente o que vai dizer. Sua fala deve ter início, meio e fim. Ritmo: O ritmo é a musicalidade da fala, é a entonação mais ou menos prolongada das vogais, a pronúncia correta das palavras, a alternância do volume da voz e da velocidade. O ritmo da voz e sua entonação são de suma importância para o ouvinte. Voz: A voz transmite nosso estado de espírito e humor. Faz parte da nossa personalidade. Para melhorá-la é preciso cuidar de aspectos como respiração, dicção, velocidade, volume, ritmo e expressividade. Vocabulário: Ler e escrever é a melhor maneira de aumentar o vocabulário. Aliado a isso, aprenda a usar um vocabulário mais ativo, fuja da vulgaridade, cuidado com o vocabulário muito rebuscado, restrinja o vocabulário técnico para as ocasiões que pedir o mesmo, atente para os termos estrangeiros, e use palavras que estão relacionadas com sua mensagem e com o seu público. Expressão corporal: Estudada anteriormente, é necessário naturalidade e agir de acordo com a circunstância e a mensagem. Comunicação Empresarial 54 6. Conhecer o público-alvo e o local Todo o seu planejamento só será bem implementado se tiver o cuidado de conhecer bem os seus ouvintes. Não fale pensando apenas na mensagem que preparou, leve em conta o que as pessoas querem e precisam ouvir. Analise com detalhes o terreno por onde você irá caminhar, avaliando cada possibilidade de obstáculo que deverá transpor, cada fato existente a seu favor e escolha a linha de atuação. Faça a adequação da sua fala às características do seu público. Saiba, portanto, qual a idade média do público, qual a proporção entre homens e mulheres, se o público veio espontaneamente, qual o nível sociocultural e se você já é conhecido pelo público, principalmente, para não se tornar repetitivo. Tão importante quanto conhecer o seu ouvinte, é saber exatamente como é o local onde você fará a sua apresentação. Esteja atento a todos os detalhes. Visite o local ou peça para alguém fazer isso, fazendo uma checagem localizando interruptores, tomadas, fiação. Verifique o espaço físico, posição dos equipamentos de audiovisual, iluminação, posição da plateia, entre outros detalhes relevantes para uma boa apresentação. LEMBRE-SE: No final da apresentação o público deve sentir-se informado. Você deve falar sempre “com” e não “para” o público, e conhecendo o mesmo, essa tarefa fica muito mais fácil. 7. Preparar bem a sua fala Somente inspiração não é suficiente para uma boa apresentação em público: é importante fazer improvisos. No entanto, lançar-se ao público sem planejamento é um grave erro. Preparar o que vai falar não significa perder a espontaneidade. Algumas características devem ser observadas na preparação do que se vai falar: Interdependência: cada uma das partes da sua fala deverá ter interdependência com o conjunto. Proporcionalidade: Divida sua fala em três partes: início, corpo e conclusão, sendo que todas devem ser proporcionais, no tamanho e no tempo. Comunicação Empresarial 55 Elucidação: A elucidação serve para manter acesa a chama da reciprocidade do público com você. Tenha sempre uma fala esclarecedora, que realmente informe o público e prenda a sua atenção. 8. Uso dos recursos audiovisuais Os recursos audiovisuais são importantes para que os ouvintes compreendam melhor a mensagem e guarde a informação por mais tempo, desde que usados de forma adequada. Além disso, são importantes para o ordenamento da mensagem coerentemente. Sempre que for utilizar um recurso audiovisual, faça as seguintes perguntas: Em quê esse recurso vai ajudar? O que ele vai reforçar na informação? Portanto, cuidado com o seu uso. Veja alguns casos em que o recurso visual ajuda: a) fazer comparações numéricas b) apresentar dados estatísticos c) destacar informações essenciais d) expor dados técnicos ou científicos e) Ampliar a retenção da informação f) Possibilitar a visualização de pessoas e objetivos Veja também algumas regras para produzir um bom slide (apresentação visual): a) Coloque um título, sempre com letras maiores e destacadas. b) Faça legendas. c) Escreva o corpo do slide com letras legíveis. d) Limite a quantidade de tamanho das letras (uniformidade). e) Componha frases curtas. f) Use poucas linhas. Comunicação Empresarial 56 g) Use cores (mas de acordo com o fundo do slide e local da projeção). h) Use apenas uma ideia em cada slide. i) Utilize apenas uma ilustração em cada slide. j) Retire tudo que prejudicar a compreensão da mensagem. Veja, abaixo, alguns recursos importantes classificados de acordo com a complexidade: a) Tipo: Baixa complexidade A vantagem desse recurso é a simplicidade. Exemplo: Folhetos. Distribua-os antes da sua apresentação, dando um propósito concreto aos mesmos. b) Tipo: Média Complexidade Este grupo contém alguns recursos muito utilizados e que alcançam bons resultados. Exemplo: Projetor de slides, retroprojetor. Organize o material com antecedência. c) Tipo: Alta complexidade Mais envolventes, maior tecnologia, porém mais sensíveis... Exemplo: Datashow Cuidados na instalação e na preparação dos slides. Comunicação Empresarial 57 9. Vestimentas Segundo Polito (2006), ao se decidir por qual roupa vai usar, leve em conta os seguintes aspectos: A atividade profissional das outras pessoas que participarão como ouvintes. A época, não aparecendo com roupas de modelo e corte ultrapassados. A formalidade. Vá vestido formalmente. Mulheres de terninho e homens de terno. Acrescentando à opinião de Polito (2006), atentar também para: A higiene, limpeza e conservação da roupa. As condições climáticas. O conforto. Para os homens, cuidados especiais com cabelo, barba e sapato; e para as mulheres, sapatos, bolsas, unhas, maquiagem e acessórios. 2.4 - Participação em reuniões Você sabe verdadeiramente o que de fato é uma reunião? Já participou de alguma? Reunião é uma maneira de divulgar informações que favoreçam a produção criativa de ideias, permitindo que as pessoas realizem uma tomada de decisão em equipe. Portanto, é necessário usar todas as técnicas aprendidas até o momento para obtenção de êxito. Quando bem planejadas e com objetivos claros, as reuniões são extremamente produtivas e eficazes. O tamanho de uma reunião vai depender não da quantidade de pessoas, mas sim da qualidade dos participantes. Serão convocados somente aqueles que ajudarão a atingir a finalidade da reunião. Em média, os executivos gastam um quarto de seu tempo com reuniões.
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