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FACULDADE ESTÁCIO UNIJIPA DE JI-PARANÁ BACHARELADO EM DIRETO ALESSANDRA VENANCIO DE SOUZA GENIVALDO JORGE BRASIL GISLAINE MAGGIONI DA PAIXÃO SILVA HELOÍSA HELLEN DE ARAÚJO SAMPAIO LEILA ELER DE AGUIAR LUCAS GABRIEL SILVA RIBEIRO RAFAEL ANDREOLA DE SOUZA RHAIZA CRISTINA SÁ COSTA ROGÉRIO DA SILVA BARBOSA SARA CAROLINE ALVES SIMONE DE LIMA TRISTÃO STHEFANY CYNTHIA DE SOUZA VICENTE CASAMENTO JI-PARANÁ – RO 2022 ALESSANDRA VENANCIO DE SOUZA GENIVALDO JORGE BRASIL GISLAINE MAGGIONI DA PAIXÃO SILVA HELOÍSA HELLEN DE ARAÚJO SAMPAIO LEILA ELER DE AGUIAR LUCAS GABRIEL SILVA RIBEIRO RAFAEL ANDREOLA DE SOUZA RHAIZA CRISTINA SÁ COSTA ROGÉRIO DA SILVA BARBOSA SARA CAROLINE ALVES SIMONE DE LIMA TRISTÃO STHEFANY CYNTHIA DE SOUZA VICENTE CASAMENTO Trabalho avaliativo apresentado ao curso de Direito, destinado à disciplina de Direito das Famílias e Sucessões, como requisito para obtenção de nota da respectiva disciplina. Professor (a): Estela Máris Anselmo Savoldi. JI-PARANÁ – RO 2022 3 1 SITUAÇÃO PROBLEMA: MARIANA E ANDRÉ DECIDIRAM SE CASAR. O CASAL CONSULTOU UM ADVOGADO PARA SABER QUAIS OS PROCEDIMENTOS DEVERIAM ADOTAR PARA FINS DE PLANEJAMENTO TANTO EM RELAÇÃO ÀS FORMALIDADES LEGAIS, QUANTO AOS EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO. Atualmente, o casamento é conceituado como “(...) a união legal de duas pessoas, com diversidade ou igualdade de sexos, em razão da Resolução CNJ n. 175/2013, com o intuito de constituir família, vivendo em plena comunhão de vida e em igualdade de direitos e deveres.” (CARVALHO, 2020). Todavia, não foi sempre assim, no âmbito jurídico esse conceito foi bastante remodelado nas ultimas décadas. Diante das renovações ao longo dos anos, no âmbito da constituição familiar e do casamento como vínculo afetivo, embasado na premissa inclusiva reconhecida pela adequação social, Flávio Tartuce apresenta três correntes que apontam a natureza jurídica desse fato social: (I) Teoria institucionalista – casamento como instituição, alicerçado em preceitos morais e religiosos; (II) Teoria Contratualista – contrato entre pessoas de sexo opostos para a comunhão de uma vida. (III) Teoria Mista ou eclética – instituição quanto ao conteúdo e contrato especial por sua formação. Notoriamente, é a terceira corrente doutrinária que evidencia a melhor conceituação do casamento, como o próprio autor discorre: “constitui um negócio jurídico especial, com regras próprias de constituição e princípios específicos que, a priori, não existem no campo contratual”. (TARTUCE, 2021, p. 2046). Logo, possui possibilidades de impedimento expressos, resguardo da autonomia da vontade das partes e princípio de igualdade e comunhão da vida plena. Entretanto, salienta-se que para a efetivação dessa relação no ordenamento jurídico alguns pressupostos são essenciais, e sendo concluso, algumas consequências também surgem. Além disso, Costa Silva (2021) em referência ao que dispõe Dias (2021, p. 492), pondera que “a família constituída pelo casamento passa a desfrutar de proteção especial do Estado, produzindo eficácia erga omnes, para ir além dos cônjuges e operar efeitos perante toda a sociedade”. 1.1 Efeitos Jurídicos 4 Inicialmente, seguindo-se o rito formal exigido para o casamento, este produz efeitos no “mundo” jurídico, isto é, sendo válido algumas implicações surgem para o recém-casados e para a própria sociedade. Com isso, subtende-se que “Os efeitos jurídicos do casamento podem ser classificados em efeitos sociais, efeitos pessoais e efeitos patrimoniais.” (TRILHANTE). Apresentam-se como sociais, quando a entidade do casal goza de oposição erga omnes, advinda da proteção do Estado, garantindo que a sociedade não possa intervir diretamente no planejamento e gerenciamento legal da família. Logo, também determina que as consequências advindas do matrimônio devam ser compreendidas e respeitadas por todos os cidadãos. Nesse viés, como exemplos disso no ordenamento, tem-se a emancipação dos maiores de 16 anos casados (art. 5°, paragrafo único, II do Código Civil), o surgimento dos vínculos de afinidade (art. 1595, CC) e a presunção de paternidade dos dependentes nascidos na relação. Os pessoais, “(...) são os direitos e deveres próprios e recíprocos entre os cônjuges e dos pais em relação aos filhos que não permitem auferir valor econômico. A CF/88 estabeleceu a igualdade de direitos e obrigações entre homem e mulher (independendo o gênero), o que foi mantido no direito de família (arts. 5º, I, e 226, § 5º).” (CARVALHO, 2020, p. 259). São apontadas como representações desses efeitos, a comunhão plena com igualdade de direitos e deveres (art. 1511, CC), como essas elencadas no artigo 1.566 do Código Civil. Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - Fidelidade recíproca; II - Vida em comum, no domicílio conjugal; III - Mútua assistência; IV - Sustento, guarda e educação dos filhos; V - Respeito e consideração mútuos. (BRASIL, 2002). O casamento ainda tem efeitos patrimoniais para os cônjuges e para terceiros, atingindo os bens do casal sob diferentes aspectos. Primordialmente, devem ser entendidos os regimes de bens, pois influenciam nos reflexos do patrimônio, sendo os principais a comunhão parcial de bens, a comunhão universal de bens, a separação convencional de bens e a separação absoluta de bens. Assim, como primeiro dever patrimonial, surge a outorga uxória ou marital, isto é, nos negócios jurídicos que importem redução do patrimônio conjugal será preciso autorização do outro cônjuge, exceto na separação absoluta de bens. 5 Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. (BRASIL, 2002). Contudo, algumas movimentações patrimoniais escapam dessa exigência como as arroladas no artigo 1.642 do Código Civil de 2002: Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647; II - administrar os bens próprios; III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial; IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos; VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente. (BRASIL, 2002) Seguindo ainda o viés patrimonialista, é obrigação dos cônjuges administrar os bens comuns em favor da família que constituíram, como preceituam os artigos 1.565, §2° e 1.567 caput, ambos do Código Civil. Além disso, se um dos genitores da família falecer essa administração, e a transferência será regulada de forma especial no direito sucessório. Destarte, se o regime de bens não for separação absoluta, o cônjuge sobrevivente e os descendentes têm direito de receber partes da herança deixada, seguindo um exemplo, metade será sempre do companheiro em caso de comunhão universal de bens. Entretanto, independente do regime de bens, direitos básicos, como o da moradia, sempre serão asseguradosao cônjuge restante. Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. (BRASIL, 2002) Seguidamente, é vedado aos cônjuges constituir sociedade empresarial entre si, quando estes tiverem comunhão universal de bens. Todavia, se um deles possuir empresa, a ausência de outorga do outro cônjuge não afeta a gerência dos bem destinados ao exercício empresarial. 6 Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. [...] Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. (BRASIL, 2002) Por fim, “O dever de socorro está previsto no art. 1.566, III, do Código Civil ao tratar da mútua assistência, importando na incumbência de cada cônjuge em relação ao outro de ajudá-lo economicamente, na assistência pecuniária de um a outro consorte, tratando-se de uma obrigação de dar, abrangendo o sustento e outras prestações econômicas” (CARVALHO, 2020, p. 271) 1.2 Formalidades Por seguinte, tratando-se de formalidades do casamento, independentemente do tamanho da cerimônia, alguns requisitos formais devem ser cumpridos para efetiva consolidação matrimonial. Dentre essas: (I) casamento civil será realizado no dia, local e horário designados pela autoridade que o presidirá, com publicidade anterior do ato para manifestação sobre impedimentos, (II) possibilitando o acesso ao público com as portas abertas, além disso, (III) a cerimônia acontecerá na casa das audiências, se outro local não houver sido previamente acertado, (IV) bastando ainda a presença de duas testemunhas. Por fim, verificando a autoridade que efetuou o casamento que a vontade dos nubentes é livre, concluirá com a seguinte fórmula solene: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher (essa parte pode ser alterada visando os gêneros presentes no casal), eu, em nome da lei, vos declaro casados.” Por fim, ocorrerá, então, a lavratura do livro de registros de casamento, sendo assinado pelo presidente do ato, os cônjuges, as testemunhas e o oficial do registro. Contudo, ressalta-se que o ordenamento também permitiu a eficácia do casamento religioso, sendo alterada a figura da autoridade nas formalidades supracitadas, e obrigando o casal a levar o termo de casamento em até 90 dias para registrá-lo em cartório. 7 2 COM O ADVENTO DA LEI 13.811/19 ESTÁ VEDADO O CASAMENTO DO MENOR DE 16 ANOS DE IDADE E FICA ALTERADO O ART. 1.520 DO CC/02, QUE PASSA A TER A SEGUINTE REDAÇÃO: "NÃO SERÁ PERMITIDO, EM QUALQUER CASO, O CASAMENTO DE QUEM NÃO ATINGIU A IDADE NÚBIL". ASSIM, É CORRETO AFIRMAR: a) É possível o casamento do menor de 16 anos em caso de gravidez. b) A idade núbil é de 16 (dezesseis) anos, prescindindo de autorização de um dos pais, sob pena de anulação. c) O casamento do menor de 16 anos é nulo. d) Pode ocorrer o casamento do menor de 16 anos para evitar imposição de pena criminal. e) O casamento do menor, regularmente celebrado, não é hipótese de cessação da incapacidade 3 OS EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO DIVIDEM-SE EM EFEITOS PESSOAIS, EFEITOS SOCIAIS E EFEITOS PATRIMONIAIS. DIANTE DISSO, LEIA AS ASSERTIVAS ABAIXO: I. efeitos pessoais englobam a projeção do casamento entre os cônjuges, efeitos que materializam a comunhão plena de vida, como a atribuição do estado civil de casado. II. efeitos sociais são a projeção do casamento a terceiros, como a formação da família constitucionalmente protegida. III. efeitos patrimoniais se configuram na delimitação do impacto econômico do casamento entre os cônjuges e face a terceiros, como o regime de bens. Está correto somente o que se afirmar em: a) apenas na afirmativa I. b) apenas na afirmativa II. c) apenas na afirmativa III. d) nas afirmativas I, II e III. 8 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. LEI N o 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Código Civil, 2002. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm>. Acesso em: 27 agosto 2022. CARVALHO, D. M. D. Direito das familias. 8ª. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. TARTUCE, F. Manual de Direito Civil: Volume Único. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Metodo, 2021. TRILHANTE. Casamento e União Estável. TRILHANTE. Disponivel em: <https://trilhante.com.br/curso/casamento-e-uniao-estavel-1/aula/efeitos-juridicos- decorrentes-do-casamento-1>. Acesso em: 27 agosto 2022.
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