Buscar

UNIDADE 06 - CONTORNOS CONTEMPORANEOS - CONCEITO AMPLIADO DE FAMÍLIA 3

Prévia do material em texto

License-516912-60121-0-2
CONTORNOS CONTEMPORÂNEOS: 
CONCEITO AMPLIADO DE FAMÍLIA
DIREITO 
CIVIL E DIREITO 
DE FAMÍLIA E 
SUCESSÕES
Ainda dentro do direito de família, no presente capítulo, veremos especificações 
da tutela jurídica no Estado Democrático de Direito.
License-516912-60121-0-2INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITODIREITO CIVIL E DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES
O Estado de Direito é uma qualidade jurídica de um determinado Estado, pela qual 
os cidadãos devem obediência às normas e aos direitos fundamentais nele esta-
belecidos. Sob a égide do Estado de Direito, todos são iguais perante a lei. Em outra 
formulação, no Estado de Direito, a igualdade significa o tratamento legal iguali-
tário. Ademais, contudo, visa, especialmente, à proteção ao direito da propriedade, 
fomentando, assim, o individualismo e se afastando do sentido da fraternidade.
Por meio de estudos e análises sociais, percebeu-se que a mera garantia legal de 
igualdade não foi capaz de efetivar esse direito, na busca da paz social.
 
Adiante, com a evolução do liberalismo e seu anseio de igualitarismo legal, surgiu 
uma nova configuração jurídica estatal: o Estado Democrático de Direito. Este 
supera o Estado de Direito, na medida em que não defende apenas o direito à pro-
priedade, mas também o princípio da dignidade humana.
O Direito de Família, em face do Estado Democrático de Direito, passa a entender a 
família como um “pilar” para o bom desenvolvimento dos indivíduos e a boa manu-
tenção das relações sociais.
 
O estudo do Estado Democrático de Direito, em relação à família, deve estar separa-
do de valores religiosos ou costumeiros de determinados grupos, alinhando-se, 
ao contrário, com a necessidade de se fomentar a isonomia social, 
dentro da individualidade de cada um.
O artigo 1.513 do Código Civil traz à tona a proibição de 
qualquer pessoa, seja de direito público ou privado, in-
tervir na comunhão de vida instituída pela família. Nessa 
toada, com base no princípio que protege as liberdades 
individuais, não pode o Estado intervir nas relações in-
ternas de um ambiente familiar. Podemos chamar esse 
fenômeno de “Estado não interventor”. 
Se nem mesmo o Estado pode interferir nas relações pes-
soais, até que ponto a não intervenção estatal é correta? O que 
traz liberdade não pode acabar sendo tóxico para a sociedade?
License-516912-60121-0-2INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITODIREITO CIVIL E DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES
Como no Direito nem tudo é absoluto, essa regra comporta exceções. Para as 
atividades consideradas ilícitas em nosso direito, não só poderá como deverá intervir 
para fazer cessar o que está sendo produzido contra a lei.
A ideia do “Estado não interventor” deve ser entendida como um instrumento 
regulador da vida social que respeita a intimidade e a vida privada. Nesse sentido, O 
Estado deve ser acionado apenas quando houver a violação de algum direito.
 
Logo, sendo lícitas as ações, não devem ser elas objeto de perseguição ou inter-
venção do Estado. Os direitos sobre a individualidade familiar, conseguintemente, 
devem gozar de proteção constitucional. Ora, como a família resulta da vontade 
de pessoas capazes, não pode sofrer qualquer impedimento ou constrangimento por 
parte do Estado. Este deve, pelo contrário, exibir mecanismos de proteção aos 
integrantes.
Contando com o explicitado acima, vemos a importância que possui o Estado 
no tratamento da evolução e melhora do ambiente social para a família, vez que, 
baseado nos princípios da isonomia e do respeito à vida privada, os cidadãos 
possuem oportunidade de evoluir social, financeira e intelectualmente, de acordo 
com as suas convicções e costumes sobre o mundo afora. Restrições ou impe-
dimentos devem incidir sobre o cidadão apenas quando do cometimento de um 
ilícito, seja ele civil ou penal.
Concluímos, então, que cabe ao Estado Democrático de Direito a proteção tanto para 
a formação quanto para manutenção do ambiente familiar, por meio do princípio 
da não intervenção sobre as liberdades individuais. Qualquer atitude do Estado que 
restrinja tais direitos significará uma afronta aos direitos humanos expostos na Cons-
tituição da República Federativa do Brasil.

Continue navegando