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Hilário Oliveira T29 S4 - @hilarioof 1 ABORDAGEM DA DOR A dor é um sintoma que serve como exemplo no trabalho médico e na semiologia, isso pois esta contempla todos os aspectos de um sintoma. TERMOS RELACIONADOS A DOR: Dor → a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tal dano. O aspecto sensorial se dá através das sinapses que ocorrem por meio dos nociceptores e a dor emocional pode se dar por inúmeros motivos. Existem também, muitas síndromes dolorosas em que não se identifica o componente real, existindo também um elemento psicossomático. Parestesia → uma sensação anormal, seja espontânea ou evocada. Um exemplo é o formigamento. Disestesia → é uma sensação anormal desagradável, seja espontânea ou evocada. Alodínia → dor recorrente de um estímulo que normalmente não provoca dor (Ex. dor ao toque). Hiperalgesia → dor aumentada a partir de um estímulo que normalmente provoca dor (Ex. uma pessoa com o pé inflamado que bate seu pé sente uma dor bem mais forte que uma pessoa com o pé em estado normal, ou seja, uma dor maior que o estímulo). Serve como um mecanismo de proteção ao membro afetado. Hiperestesia → aumento da sensibilidade a estímulos, excluindo os sentidos especiais (é uma hiperexcitabilidade). Hipoestesia → diminuição da sensibilidade à estimulação, excluindo os sentidos especiais (um exemplo são pacientes acometidos por hanseníase e tem seu estímulo a dor diminuído). Analgesia → ausência de dor em resposta a um estímulo que normalmente seria doloroso (Ex. paciente se machuca e não sente). Anestesia → ausência de todas as modalidades sensoriais. Anestesia dolorosa → dor em uma área ou região que é anestesiada (associada ao neurológico). O paciente sente dor em uma área que normalmente deveria estar anestesiada. Um exemplo é um paciente que não tem mais o nervo do dedo do pé, mas sente dor no local, pois o corpo identifica. Limiar de dor → é a intensidade mínima de um estímulo que é percebido como doloroso (é o momento que a intensidade começa a causar dor → como colocar a mão em um ferro de passar e liga-lo, ao começar a sentir dor aquilo é o limiar da dor). O limiar de dor de algumas pessoas acometidas com algumas patologias pode ser menor. Nível de tolerância a dor → a intensidade máxima de um estímulo doloroso que um indivíduo está disposto a aceitar em uma dada situação. Este pode variar de pessoa para pessoa ou até na mesma pessoa em circunstâncias diferentes. Dor neuropática → a dor causada por uma lesão no sistema nervoso somatossensorial. Desde um receptor até o encéfalo que essa sensação será detectada → em algum momento do caminho, alguma área será lesada e causará dor. ou seja, o problema é uma lesão do nervo. Dor central → dor iniciada ou causada por uma lesão primária ou disfunção do sistema nervoso central. É uma lesão causada em qualquer parte do SNC (encéfalo e medula)→ essa lesão causa dor. Neuralgia → dor na distribuição de um nervo ou nervos. Um exemplo é a neuralgia trigêmeo → a passagem do nervo pode sofrer compressão por uma artéria e lesar o nervo, causando a dor. Outro exemplo é a síndrome do túnel do carpo. Dor nociceptiva → dor que surge a partir de um dano real ou potencial de tecido não neural e é devido a ativação de nociceptores. Aqui o sistema nervoso funciona de maneira sadia, respondendo ao estímulo que lhe foi dado, um exemplo é um abcesso. Dor mista → nociceptiva + neuropática. Um exemplo é o câncer renal, que ao crescer de forma rápida pode causar dor (nociceptiva) e se esse crescimento acometer um nervo, causa dor neuropática. Outro exemplo é a hérnia de disco, que pode acometer nervos por compressão e a ruptura característica nociceptiva também é presente. DE MANEIRA FISIOPATOLÓGICA: Sensibilização → o aumento da capacidade de resposta dos neurônios nociceptivos a estímulos normalmente subliminares. Hilário Oliveira T29 S4 - @hilarioof 2 Sensibilização periférica → o aumento da capacidade de resposta e diminuição do limiar de neurônios nociceptivos da periferia para os estímulos dolorosos. O aumento de resposta inflamatória aumenta o processo de resposta de nociceptores, mesmo com pequeno estímulo. Sensibilização central → o aumento da capacidade de resposta dos neurônios nociceptivos no SNC para estímulos aferentes normais ou limítrofes. A DOR RELACIONADA AO TEMPO: Dor aguda → dor provocada por lesão dos tecidos e ativação de transdutores nociceptivos. Dor crônica → dor que persiste ou recorre por mais de 3 meses. Esta persiste além da sensibilização que a estava causando. A sensibilização central está mais relacionada com este tipo de dor. A DOR GERADA POR OUTROS MEIOS: Dor psicogênica → toda dor tem componente emocional, mas na dor psicogênica não há substrato orgânico. Ela é gerada por mecanismos puramente psíquicos. Este tipo de dor tende a ser difusa, imprecisa e variável. As características podem não ter correlação anatômica ou sindrômica com as doenças conhecidas. Dor visceral → decorrente do estímulo à nociceptores viscerais. É caracterizada como profunda, mal localizada e difusa. Dor referida → dor superficial cuja origem é somática profunda ou visceral. Suas causas são as vias viscerais podendo ser bilaterais; um mesmo nervo inerva várias vísceras; chegada de aferentes de uma víscera em vários segmentos; maior representação cortical da superfície. O paciente pode ter um estímulo visceral e sentir de forma superficial. Dor irradiada → a dor sentida à distância. Ocorre em estruturas inervadas pela mesma raiz nervosa. COMO ABORDAR O PACIENTE COM DOR É importante que se faça a avaliação adequada para que o tratamento seja efetivo → identificar se é uma dor nociceptiva ou neuropática. É um processo global, multifatorial e complexo. O QUE AVALIAR? As características são importantes, sendo características individuais → idade, sexo, ocupação, situação socioeconômica. Aspecto emocional → ansiedade, depressão, catastrofização; Impacto → o que o sintoma está fazendo com a vida do paciente, ajudando como medidor da intensidade de dor. Aspectos semiológicos são muito importantes: ANAMNESE → • Provocativo • Paliativo • Qualidade • irRadiação • Severidade • Sintomas associados • Tempo Provocativo → é o que desencadeia a dor e o que agrava a dor (ex. trabalho causa dor de cabeça e luminosidade piora). Paliativo → o que alivia ou passa a dor. Qualidade → é o aspecto da dor (pontada, aperto, choque, queimação, peso, pressão, pulsátil, cólica); para diferenciação de dor neuropática e dor nociceptiva existem as escalas de LANSS e DN4. Escala DN4 – dor neuropática: Após essa sequência, inicia-se o exame físico: Hilário Oliveira T29 S4 - @hilarioof 3 Irradiação → diz respeito a localização e irradiação (dor irradiada; dor referida) da dor; Severidade → Esta mensura a severidade da dor. Pode ser feita de várias maneiras: Observação comportamental: usada na impossibilidade de autorrelato, criança neonato... Existem também parâmetros para avaliar pessoas que não sabem caracterizar a sua dor: Escala de faces de Wong-baker: Escala de Stewart (observacional):Mensuração de parâmetros fisiológicos: Autorrelato: unidimensionais – multidimensionais Limitação de atividades. Sintomas associados → são relativos à intensidade da dor – (náuseas, vômitos, palidez, sudorese, insônia, tristeza, palpitação, medo, ansiedade). Pode estar relacionado à causa da dor (a depender do sistema envolvido; Interrogatório por órgãos e aparelhos) Tempo → Início do quadro: horas, dias, meses, anos; Foi abrupto ou progressivo. Evolução: piora progressiva, estável ou não, melhora progressiva. É importante saber se o sintoma é continuo ou intermitente, sua duração, frequência, periodicidade e hora do dia. EXAME FÍSICO: Geral → Somatoscopia: expressão facial, posição, estado geral. Da região dolorida → Inspeção; Palpação: começar por área não dolorida; atenção a expressão de dor do paciente; cautela. Referência: Aula ministrada pelo professor Pedro, no dia 31/08/2022 de 19;00 às 21:00h.
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