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1 SEMIOLOGIA- SEMIOLOGIA DA DOR DANIEL DUARTE MED79 Dor é uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual (existente ou potencial) ou relatada como se uma lesão existisse. INTRODUÇÃO A dor tem uma função importante, a de funcionar como mecanismo de DEFESA, ou seja, fazer com que os indivíduos EVITEM possíveis situações dolorosas. Entretanto, há alterações na sensação dolorosa, pessoas que possuem um limiar para dor mui alto (necessitam sofrer estímulos intensos para sentir) estão sujeitos a um maior risco. A ausência de sensibilidade dolorosa é um limitante a vida. Há uma exceção da dor como mecanismo de defesa, que é a dor crônica. A cronicidade da dor traz prejuízo para o organismo e deixa de funcionar como uma advertência. Um exemplo desse caso é a dor do membro fantasma, a qual ocorre após a amputação de uma parte do corpo algum tempo depois. Além disso, deve-se ter a noção de que a sensibilidade dolorosa muda de pessoa para pessoa (uma dor que é insuportável para alguém pode ser suportável para outro), devido ao histórico particular de cada. Da mesma forma, há alterações entre diferentes populações/civilizações. ANATOMIA FUNCIONAL DA DOR O mecanismo da dor inicia-se com a TRANSDUÇÃO do sinal. Há um estímulo (mecânico, térmico ou químico) no nociceptores para gerar o potencial de ação, Há alguns tipos de nociceptores: Nociceptores Mielínicos A-delta ou III Estímulo Mecânica ou térmica. o Fibras Cutâneas: Dor em pontada; o Fibras Musculares: Dor em cãibra. Nociceptores Amielínicos C ou IV Estímulos mecânico, térmico e Químico. o Fibras cutâneas: Dor em queimação. o Fibras Musculares: Dor em cãibra. Nociceptores C polimodais Estímulos Químicos. Os estímulos mecânicos e térmicos estão bastante associados a possíveis lesões teciduais. A lesão leva a uma série de modificações e liberações de substâncias, como Hidrogênio, potássio, prostaglandinas, cininas, serotonina, histamina, leucotrienos e substância P. Na qual, cada uma dessas vai atuar sobre terminações sensíveis a elas, a fim de promover sua estimulação e a transmissão do sinal. Isso é a transdução do sinal. Vale ressaltar que cada órgão/tecido apresenta uma sensibilidade específica a determinados estímulos, como o musculo ao estiramento e à isquemia, enquanto as articulações a processos inflamatórios e a movimentos extremos. A TRANSMISSÃO é a etapa relacionada com a transmissão do impulso nervoso gerado no nociceptor específico até o sistema nervoso central. Cada nociceptor vai apresentar um tipo de fibra. Esse tipo de fibra (simpática ou parassimpática) depende do local em que está. CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA DA DOR DOR NOCICEPTIVA: São as dores resultante de estímulos sobre os nociceptores e transmitidas até o sistema nervoso central. Exemplos: Dor secundária a agressões externa (Picada de inseto, Fraturo de um osso, Corte na pele), Dor visceral (cólica nefrítica, apendicite), nevralgia do trigêmeo, dor da artrite e da invasão neoplásica no osso. DOR NEUROPÁTICA: Também chamada de dor por lesão neural, dor por desafrentação ou dor central. É resultado de lesões ao sistema nervoso central e periférico podendo ser de origem inflamatória, desmielinizante, vasculares, infecciosas, traumáticas ou neoplásicas. Os mecanismos dessa dor ainda não estão bem esclarecidos, mas, de modo geral, ele é resultado de distúrbios funcionais dos nervos, 2 SEMIOLOGIA- SEMIOLOGIA DA DOR DANIEL DUARTE MED79 por exemplo: substituições de sinapses inibitórias por excitatórias, aumento da eficácia das sinapse ou sinapse anteriormente inativas agora ativas. Isso torna as fibras hipersensíveis (células explosivas). A dor neuropática pode ser constante, intermitente ou evocada. Constante: Praticamente em 100% dos casos, está relacionada com a sensação de queimação ou formigamento. Trata-se de disestesia (sensação anormal desagradável). Interrupção da via da dor acentuam essa sensação. Intermitente: Está relacionado com estímulos nociceptivos, os quais acabam estimulando vias sensíveis desencadeando a dor neuropática. Evocada: Exemplos: dor do membro fantasma, a dor pós traumática raqui-medular, dor das neuropatias (polineuropatia diabética), a dor pós-acidente vascular cerebral. DOR MISTA: É decorrente tanto de estímulos nociceptivos quanto de destruição das fibras nervosas, exemplos: Neoplasias malignas. DOR PSICOGÊNICA: Dor de origem emocional, a qual se agrava com o estado emocional do paciente. A dor psicogênica é de carácter difusa, generalizada e sem segui trajeto de algum nervo ou dermátono. Entretanto, há casos em que essa dor é localizada, devido a paciente acreditar que aquela região está o incomodando. Os exames não mostram alterações. TIPOS DE DOR Há alguns tipos de dores, as quais estão relacionadas com a localização do corpo de origem da dor e de sua propagação. Além disso, é importante termos noção sobre o conceito de DOR REFERIDA: Que é a dor percebida na superfície da pele, devido ao caminho do nervo. Essa dor tem origem em um órgão e essa localização superficial é próxima ao local de órgão. DOR SOMÁTICA SUPERFICIAL: DOR SOMÁTICA PROFUNDA: DOR VISCERAL: DOR IRRADIADA: Dor que é sentida em um local diferente daquele onde é o estimulo doloroso. Esse deslocamento da dor é devido ao trajeto do nervo relacionado com o local de origem do incomodo. DOR DE ORIGEM CENTRAL: É decorrente de alterações em regiões cefálicas (tálamo, áreas corticais, etc) o que pode promover dor em diversas partes do corpo. Isso e comum em acidentes vasculares encefálicos. CARACTERISTICAS SEMIOLÓGICAS DA DOR Na anamnese da dor, há uma série de perguntas/condutas a serem feitas ao paciente. Esses questionamentos ficaram conhecido como Decágulo da dor (L I Q I D E R F A M). 1- LOCALIZAÇÃO: Consiste no local em que o paciente diz-se sentir a dor, é importante pedir para ele indicar (Apontar) para o local. Esse gesto feito pelo paciente pode lhe induzir se a dor é localizada (Dor somática superficial) ou se é difusa/ Referida (Dor somática profunda e visceral). Atente-se também a outra questões, como a sensibilidade alterada do local, uma vez que pode ter a presença de Hipoestesia (Dormência) -que pode ser sinal de alterações nos nervos- ou hiperestesia (Aumento da sensibilidade). Há questões como a alodinia e a hiperpatia. 2- IRRADIAÇÃO: As dores pode não apresentar irradiação, podem irradiar ou pode ser referidas. O processo de irradiação consiste na capacidade da em transpor o local de sua etiologia. Dor irradiada: São dores que estão relacionadas com o comprometimento também de nervos e de raízes nervos. Assim, elas tendem a se propagar pela área de 3 SEMIOLOGIA- SEMIOLOGIA DA DOR DANIEL DUARTE MED79 extensão desse nervo. Nesse tipo de dor, é importante saber reconhecer o mapa dermatomérico, uma vez que ele vai lhe indicar o nível do nervo acometido. A Dor referida: Consiste em uma dor difusa e é resultado de uma dor secundária ao órgãos e porções orgânicas (como o ureter) acometido. Essa dor será difundida para as regiões superficiais, as quais nem sempre são próximas. 3- QUALIDADE OU CARÁTER: Nesse tópico devemos se ater a três pontos de questionamento (Como é a dor, Ao tipo [evocada ou espontânea] e a Constância da dor). Então, há uma série de designação usadas pelos pacientes na tentativa de demostrar comoé a dor, podendo ser em aperto (constritiva), em queimação, ou formigamento e entre outros. Há dois tipos de qualidades da dor, as dores que necessitam de estímulos para se manifestarem (EVOCADA) e as que são espontâneas. a. Dor evocada: É manifestada após algum estímulo (provocação). Há alguns termos que devemos ter conhecimento, são eles: i. Alodinia ii. Hiperpatia iii. Hiperalgesia (primária ou secundária). b. Dor espontânea: É aquela que não necessita de uma provocação para ser manifesta. Ela aparece de modo espontâneo. Essa dor pode ser constante ou intermitente (facada, fisgada, pontada, choque, aguda). É necessário saber diferencias os picos de uma dor constante de uma dor intermitente. 4- INTENSIDADE: É a queixa mais relevante para o paciente e também possui uma importância para o médico. Há uma série de escalas que auxiliam os médicos na obtenção desse dado (Escalas numeradas de 1 a 10, escalas com figuras, escalas de dor ausente, leve, moderada, alto ou insuportável). Cada uma dessas escalas está relacionada com grupos específicos (idosos, crianças, nível intelectual e sociocultural).Para auxilias a obtenção da intensidade, você pode questionar o quão esse incômodo está dificultando as atividades cotidiana/habituais dele (andar, sono, sexo, relações familiares ...) 5- DURAÇÃO: Está relacionado com a questão cronológica da dor. Desde seu surgimento até a duração de cada episódio dessa sensação. A ponderações a serem feitas dependendo de qual seja o caráter da dor, na Dor contínua, deve-se perguntar o tempo desde o início até o momento. Na dor intermitente, deve-se perguntar a quanto tempo ele está sentindo, a data e a duração de cada episódio doloroso, a frequência de ocorrência desse episódio. Além disso, Há a questão da dor crônica e da dor aguda, dores agudas são mecanismos orgânicos para a advertência, enquanto dores crônicas (que estão presentes a 6 semanas ou mais) são estados prejudiciais (morbidade). A dor crônica deve ser analisada além do aspecto semiológico da dor. 6- EVOLUÇÃO: Consiste no acompanhamento da dor desde seu início até o momento da anamnese. Um dos primeiros pontos a ser analisado é como surgiu a dor (súbita ou insidiosa). Esse caráter pode direcionar o diagnóstico, além disso as manifestações dolorosas podem apresentam uma alteração quanto a sua forma de manifestação. Há também a relação do fator causal e o aparecimento da dor, uma vez que há divergências entre as dores neuropáticas e as dores neciceptivas. As dores neuropáticas aparecem muito tempo depois do fator causal, enquanto as dores nociceptivas surgem rapidamente após o fator causal. 7- RELAÇÃO COM FUNÇÕES ORGÂNICAS: Essa parte está relacionada no modo como as funções orgânicas podem influenciar nas sensações dolorosas. Com já foi falado, há 4 SEMIOLOGIA- SEMIOLOGIA DA DOR DANIEL DUARTE MED79 localização tem grande importância na análise da dor, uma vez que ela nos direcionas para as possíveis regiões acometidas. Além disso, há o direcionamento para as possíveis funções orgânicas que possam está comprometidas ou que podem potencializar a dor, como a ingestão de comidas gordurosas em casos de colecistite ou o aumento da sensação dolorosa em problemas musculares/articulares com a movimentação, etc. Dores abdominais: é importante perguntar a respeito das excreções (fezes e urina), a fim de diferenciar problemas orgânicos dos funcionais. Exemplo: o fato de acordar com uma dor difusa no abdômen, afasta a possibilidade de apendicite. 8- FATORES AGRAVANTES / DESENCADEANTES : São os fatores responsáveis por desencadear a dor quando ela está ausente ou agravar essa sensação quando ela já está presente. Os questionamentos 7(R.F. orgânicas) e 8 (F. agravantes) possuem uma semelhança. Exemplos: 9- FATORES ATENUANTES: Ingestão de alimentos ácidos e picantes, Bebidas alcóolicas e anti- inflamatórios Na Esofagite, na Gastrite e na Úlcera peptídica. Flexão da Nuca Meningite e na Hemorragia subaracnoidea. Movimentos que aalonguem as raízes nervosas ou aumentem a pressão Intrarraquidiana Na Hérnia distal Lombo- sacral.
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