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Resenha - Ensaio sobre a Cegueira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
Departamento de Ciências Administrativas 
ADM01009 – Filosofia e Ética na Administração 
Turma C - Período 2022/1 - ERE - Prof. Dra. Rosana Cordova Guimarães 
 
 
 
Resenha: Ensaio sobre a Cegueira 
Nome: Lauren Fernandes Rodrigues 
Matricula: 00324426 
 
O trabalho presente tratará sobre os principais pontos do filme “Ensaio sobre a 
Cegueira” do autor José Saramago e o texto “O mito da Caverna” de Marilena Chaui se 
relacionam, provocando reflexões entre as ideias de Platão e a obra que conta sobre uma 
epidemia de cegueira branca. A fim de explorar as relações humanas e seus 
comportamentos diversos, busca-se por meio dessa resenha compreender o duplo sentido 
da “cegueira” projetado pelo filme, provendo um mundo de pessoas que misteriosamente 
ficaram literalmente cegas e em contrapartida, o sentido figurado proposto pelo texto, de 
libertação de ideias e conhecimento do novo inexplorado. Além disso, buscou-se analisar 
como as relações entre as pessoas e o Estado são definidas diante do caos do ponto de 
vista socioeconômico, ético e filosófico. 
O filme, que foi dirigido por Fernando Meirelles e incluiu atores internacionais 
notáveis como Julianne Moore, Mark Ruffalo e Danny Lebern Glover, foi produzido em 
2008 com incentivo e investimento de países no qual inclui-se Canadá, Japão e Brasil. A 
história inicia com a cena de um rapaz que causa um congestionamento na cidade após 
ficar repentinamente cego. Ele consulta um oftalmologista, que é incapaz de determinar 
o que está causando sua súbita perda de visão e logo a seguir, aqueles que tiveram contato 
com o mesmo, incluindo o jovem médico, começam a ter os mesmos sintomas e se 
descreveram presos em uma "névoa branca e leitosa". O governo classifica essa nova 
doença como uma epidemia e trabalha para isolar os pacientes em uma instituição 
anteriormente abandonada depois de perceber o quão altamente contagiosa é, no entanto, 
apesar da vigilância militar contínua que os impede de sair e traz constantemente novos 
indivíduos infectados, os internados lutam com a falta de recursos e o aumento da 
violência e brutalidade dentro de seus limites, demonstrando uma drástica mudança 
comportamental com um cenário de limitações apresentado. 
É perceptível, de uma maneira similar, o contexto pandêmico do COVID-19 que 
no ano de 2019 trouxe mudanças com o isolamento social e restrições direcionadas pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS) com a história do filme. Haverá uma análise da 
situação atual no cenário do filme, juntamente com uma correlação entre as ações 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
Departamento de Ciências Administrativas 
ADM01009 – Filosofia e Ética na Administração 
Turma C - Período 2022/1 - ERE - Prof. Dra. Rosana Cordova Guimarães 
 
 
 
institucionais e governamentais e as necessidades e direitos individuais. Além do mais, 
pensando no conceito de mundo sensível proposta por Platão, apesar de toda tecnologia 
e informação, ficamos presos em nossas “cavernas” observando a réstia de luz daquilo 
que era proposto sobre toda mudança que estava acontecendo, acreditando nas coisas que 
eram relatadas pelo externo, que seriam as sombras, na espera da luz plena que ilumina o 
mundo inteligível e provém a busca pelo conhecimento, pois “Conhecer é um ato de 
libertação e de iluminação”.1 A mesma comparação pode ser feita no filme de Saramago, 
a cegueira também leva ao sistema de isolamento social e a falta de respostas e certezas 
provoca o pânico às pessoas assim como no cenário atual, da mesma forma que os mais 
afetados são aqueles com menos recursos, pois a mudança coloca em risco seus planos de 
sobrevivência e investimentos, atrapalha suas rotinas diárias e os obriga a enfrentar 
circunstâncias terríveis. 
É notável que, mesmo que não houvesse muitos recursos destinados à recuperação 
das pessoas afetadas pela situação pandêmica, aqueles que não foram afetados pela 
cegueira também ansiavam que as coisas voltassem ao normal. Demonstrando que a falta 
de empatia com a situação do vulnerável também é comum à obra cinematográfica. Além 
do mais, pensando em um contexto organizacional, o filme retrata uma forma de 
constituição de comunidade com seus altos e baixos que reflete o comportamento humano 
diante de um cenário caótico de dificuldades. Alguns demonstraram violência e egoísmo 
retratando um “extinto de sobrevivência”, outros mantiveram a bom senso comum e 
solidariedade prevalecentes. Mudanças na sociedade no que diz respeito ao atendimento 
dos vulneráveis e a criação de mecanismos e ações rápidas e eficazes para garantir que 
haja real igualdade na distribuição de recursos e na prestação de serviços essenciais. Por 
fim, o filme e o texto relatam uma maneira de ver o mundo, de lidar com o que é exposto, 
na necessidade de libertação e principalmente o não ocultamento da realidade e verdade. 
Referências: 
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA. Direção Fernando Meirelles. Roteiro: Dom McKellar. Intérpretes: 
Julianne Mcore, Mark Ruffallo, Alice Braga, Yusuke Iseya, Yoshino Kimura. 
A ALEGORIA da Caverna: A Republica, 514a-517c. In: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de 
Filosofia: dos Pré-socráticos a Wittgenstein. 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. 
CHAUI, Marilena. O mito da caverna. 2003. 
 
1 CHAUI, Marilena. O mito da caverna. 2003.

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