sas enem

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1o DIA 1o DIA1o DIA 1o DIA 1o DIA
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
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ESULTLTL ATAT DO NO
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1. Verifique, no CARTÃO-RESPOSTA, se os seus dados estão registrados corretamente. Caso haja divergência, 
comunique-a imediatamente ao aplicador da sala.
2. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da 
seguinte maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões 
relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no seu CARTÃO-RESPOSTA.
3. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as 
instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique 
ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
4. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
5. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
6. Reserve tempo suficiente para preencher o CARTÃO-RESPOSTA e a FOLHA DE REDAÇÃO. 
7. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
8. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
9. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o 
CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO.
10. Você não poderá se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES antes do prazo estabelecido 
e/ou o CARTÃO-RESPOSTA a qualquer tempo.
ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA,
com sua caligrafia usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase:
Primeiro viver, depois filosofar
Período de aplicação: 06/05/2023 a 08/05/2023
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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção: inglês)
QUESTÃO 01
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A presença da expressão “step out” na fala do primeiro 
quadrinho da tira revela uma
  necessidade de procurar algo fora da cena.
  explicação sobre a razão para desabafar. 
  intenção de ausentar-se por um momento.
  proposta realizada ao interlocutor.
  reflexão sobre o que será dito.
QUESTÃO 02
I'm Nobody! Who are you?
Are you — Nobody — too?
Then there's a pair of us!
Don't tell! they'd advertise — you know!
How dreary — to be — Somebody!
How public — like a Frog —
To tell one's name — the livelong June —
To an admiring Bog!
DICKINSON, Emily. I'm Nobody! Who are you?.
Disponível em: https://poets.org. Acesso em: 6 dez. 2022.
Nesse poema, o eu lírico manifesta o pensamento de
que o(a) 
  felicidade depende da notoriedade alcançada.
  interatividade das relações cotidianas é inoportuna. 
  equilíbrio entre público e privado deve ser almejado.
  vivência de forma discreta e reservada é uma virtude. 
  admiração pública é propícia para a vida em sociedade.
QUESTÃO 03
The price seemed reasonable, location
Indifferent. The landlady swore she lived
Off premises. Nothing remained
But self-confession. “Madam,” I warned,
“I hate a wasted journey — I am African.”
Silence. Silenced transmission of
Pressurized good-breeding. Voice, when it came,
Lipstick coated, long gold-rolled
Cigarette-holder pipped. Caught I was foully.
“HOW DARK?”... I had not misheard... “ARE YOU 
 [LIGHT
OR VERY DARK?” Button B, Button A. Stench
Of rancid breath of public hide-and-speak.
Red booth. Red pillar box. Red double-tiered
Omnibus squelching tar. It was real! Shamed
By ill-mannered silence, surrender
Pushed dumbfounded to beg simplification.
Considerate she was, varying the emphasis —
“ARE YOU DARK? OR VERY LIGHT?” Revelation
 [came.
“You mean — like plain or milk chocolate?”
Her assent was clinical, crushing in its light
Impersonality. Rapidly, wave-length adjusted,
I chose. “West African sepia” — and as afterthought,
“Down in my passport.” Silence for spectroscopic
Flight of fancy, till truthfulness clanged her accent
Hard on the mouthpiece. “WHAT'S THAT?” conceding
“DON'T KNOW WHAT THAT IS.” “Like brunette.”
“THAT'S DARK, ISN'T IT?” “Not altogether.”
[…]
About my ears — “Madam,” I pleaded, “wouldn't you
 [rather
See for yourself?”
SOYINKA, Wole. Telephone conversation.
Disponível em: https://www.k-state.edu. Acesso em: 20 set. 2022.
Nesse poema publicado em 1963 como crítica a um 
traço cultural, há referência a outro gênero textual para 
evidenciar uma
  atitude de racismo ocorrida em uma situação do 
cotidiano.
  denúncia contra a sutileza do racismo estrutural da 
sociedade.
  particularidade das ligações telefônicas que gera 
desentendimentos.
  reflexão sobre a luta por moradia digna para as
pessoas mais pobres.
  discussão sobre as diversas etnias não brancas que 
habitam a Inglaterra.
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LC – 1o dia | 2o Simulado SAS ENEM
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Exame Nacional do Ensino MédioExame Nacional do Ensino Médio
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QUESTÃO 04
A big challenge 
when it comes to 
gender diversity is 
our unconscious 
biases.
We are wired to 
think a certain way, 
based on the world 
we grew up in. 
To achieve gender 
diversity, we 
need to confront 
and question our 
biases. 
Now imagine a world where 
gender makes no diff erence. 
is it a 
woman?
imagine
someone
leaving early
to pick up
their kids.
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O pôster da campanha tem a finalidade de
  ilustrar a necessidade de reconhecer as conquistas 
femininas.
  criticar a falta de igualdade de gênero no mercado 
de trabalho.
  comparar pensamentos sexistas comuns ao 
imaginário coletivo.
  promover uma reflexão a respeito dos papéis de 
gênero na sociedade.
  conscientizar os pais a respeito da divisão de 
responsabilidades com os filhos.
QUESTÃO 05
For more than a century, the burnt wreck of the 
Clotilda, the last known ship to have transported enslaved 
Africans to America, lay somewhere in the straits near 
Mobile, Alabama. But it was through the oral histories of 
the descendants of those freed slaves, rather than the 
history books, that the legend persisted. Margaret Brown's 
fascinating film deals not only with the rediscovery of the 
ship by a team of marine archaeologists, but also with 
its impact on a community that has rallied together and 
has finally managed to establish a key element of their 
collective history. And while the past has a tendency to be 
claimed and reshaped by those in power, the residents 
of Africatown, Alabama, are not about to let that happen 
again.
WENDY, Ide. Descendant review: fascinating documentary about a lost slave ship.
The Guardian. Disponível em: https://www.theguardian.com. Acesso em: 6 dez. 2022.
Na resenha sobre o documentário Descendant, 
destaca-se o(a)
  núm ero de narrativas fantasiosas acerca de um fato 
histórico.
  importância de historiografias construídas por grupos 
não dominantes.
  ameaça representada pelas diferentes versões de um 
mesmo fato.
  relevância de ter acesso à história documentada de 
eventos importantes.
  apresentação de controvérsias e distintas visões de 
mundo dos entrevistados.
Questões de 01 a 05 (opção: espanhol)
QUESTÃO 01
Cuando se hizo experto en el uso y manejo de 
sus instrumentos, tuvo una noción del espacio que le 
permitió navegar por mares incógnitos, visitar territorios 
deshabitados y trabar relación con seres espléndidos, sin 
necesidad de abandonar su gabinete. Fue esa la época 
en que adquirió el hábito de hablar a solas, paseándose 
por la casa sin hacer caso de nadie, mientras Úrsula y 
los niños se partían el espinazo en la huerta cuidando el 
plátano y la malanga, la yuca y el ñame, la ahuyama y la 
berenjena. De pronto, sin ningún anuncio, su actividad 
febril se interrumpió y fue sustituida por una especie 
de fascinación. Estuvo varios días como hechizado, 
repitiéndose a sí mismo en voz baja un sartal de 
asombrosas conjeturas, sin dar crédito a su propio 
entendimiento. Por fin, un martes de diciembre, a la 
hora del almuerzo, soltó de un golpe toda la carga de 
su tormento. Los niños habían de recordar por el resto 
de su vida la augusta solemnidad con que su padre se 
sentó a la cabecera de la mesa, temblando de fiebre, 
devastado por la prolongada vigilia y por el encono de su 
imaginación, y les reveló su descubrimiento. 
GARCÍA-MÁRQUEZ, Gabriel. Cien años de soledad. Madrid: Cátedra, 2017.
No texto, os termos “hechizado” e “fascinación” são 
usados para
  descrever a reação da família diante da doença da 
personagem.
  indicar o estado de êxtase em que a personagem se 
encontrava.
  justificar o motivo pelo qual a personagem agia de 
forma pouco comum.
  explicitar que a personagem havia sido tomada por 
uma febre inexplicável.
  apresentar o ato cerimonioso por meio do qual a 
personagem revela algo à família.
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LC – 1o dia | 2o Simulado SAS ENEM
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QUESTÃO 02
NORRIS, Alex. Violado. Oh no - Webcomicname.com. 
Disponível em: https://www.boredpanda.es. Acesso em: 23 out. 2022.
A tirinha apresenta uma reflexão sobre fatores 
socioemocionais que afetam as relações humanas. 
Essa problemática é visualmente retratada por meio 
da personificação de um comportamento interpessoal, 
evidenciando o(a)
  necessidade que os sujeitos têm de preservar a sua 
individualidade.
  incapacidade humana de compreender os problemas 
do próximo. 
  desgaste das relações sociais causado pela ausência 
de diálogo. 
  dependência emocional que afeta a autonomia dos 
indivíduos. 
  egocentrismo humano como fomentador dos conflitos 
sociais. 
QUESTÃO 03
Una sociedad multicultural solo es intercultural si cada 
sujeto cultural está en condiciones de intervenir en situación 
de igualdad en los espacios públicos de comunicación, 
participación y decisión, esto es, si sostiene un vínculo 
simétrico con respecto a otros sujetos culturales. No hay 
interculturalidad alguna si nuestras pertenencias culturales 
suponen ventajas sociales e institucionales significativas.
Sin el reconocimiento del otro como sujeto 
comunicacional y político simétrico lo que tenemos 
es la cordial indiferencia delmulticulturalismo. Por 
tanto, lo específico de un proceso de construcción 
de interculturalidad no es la presencia simultánea de 
diferentes sistemas de valores, significaciones y prácticas 
sino el tipo de vínculo entre esos sistemas.
BORRA, Arturo. Más allá del multiculturalismo: la pregunta por el otro. El salto.
Disponível em: https://www.elsaltodiario.com. Acesso em: 23 out. 2022.
Considerando os desafios relacionados à diversidade 
cultural na modernidade, o texto discute a interculturalidade 
por meio de uma argumentação que
  apoia uma preservação cultural subjetiva ao 
desvalorizar as influências externas. 
  generaliza o multiculturalismo enquanto fenômeno 
adverso e imposto globalmente. 
  idea liza uma multiculturalidade utópica e ainda não 
experienciada no mundo globalizado.
  defende a busca por um intercâmbio cultural prático 
que valorize equitativamente as culturas. 
  promove a segmentação da multiculturalidade em 
favor de um exercício cultural individualizado.
QUESTÃO 04
La mayoría de las personas adultas mayores pueden 
realizar algún tipo de actividad física y beneficiarse de ello. 
El caminar a paso rápido, andar en bicicleta o pedalear en 
bicicleta fija, nadar, levantar pesas y trabajar en el jardín 
son actividades sin riesgo si se las comienza lentamente. 
Si no está acostumbrado al ejercicio activo o si tiene 
enfermedades crónicas como diabetes, cardiacas, es 
recomendable que consulte antes con su médico. Si se 
trata de una persona mayor frágil los ejercicios adaptados 
a su nivel de movilidad también serán positivos. […]
Algunos consejos para mantenerse activos:
 Comi ence en forma progresiva, paso a paso, 
especialmente si ha estado inactivo. Aumente la 
intensidad de las actividades también lentamente, 
paso a paso.
 Utilice calzado adecuado con suela de goma 
antideslizante y ropa holgada.
 Asegúrese de tomar suficientes líquidos. Recuerde 
que muchos adultos mayores no sienten sed 
incluso cuando necesitan del agua.
 Si realiza la actividad física al aire libre y 
especialmente en verano, hágalo en horarios 
adecuados, no se exponga al sol intenso y use filtro 
solar. […]
 Pedalear tiene beneficios circulatorios, mantiene 
el tono y fuerza muscular. Al final de cada sesión 
es conveniente realizar ejercicios de elasticidad. 
El pedaleo en bicicleta estática es útil en personas 
con vértigo o con dificultades de la marcha.
GUÍA de cuidados de la salud para un envejecimiento activo y saludable. 
Disponível em: https://www.gub.uy. Acesso em: 23 out. 2022.
O texto, produzido pelo Ministério da Saúde do governo 
do Uruguai, tem a função social de
  incentivar a incorporação progressiva de atividades 
físicas na rotina dos idosos. 
  orientar quanto aos tipos de esportes mais 
recomendados aos mais velhos.
  alertar sobre a necessidade de combater o sedentarismo 
entre os adultos.
  prescrever uma rotina ideal para promover qualidade 
de vida na velhice.
  listar os benefícios da prática de atividades físicas para 
as pessoas.
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LC – 1o dia | 2o Simulado SAS ENEM
20232023
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QUESTÃO 05
Llegué a Z mediada la primavera, una noche de mayo, 
proveniente de Barcelona. Apenas me quedaba algo 
de dinero, pero no estaba preocupado porque en Z me 
esperaba un trabajo. Remo Morán, a quien no veía desde 
hacía muchos años pero de quien constantemente había 
tenido noticias, salvo aquel tiempo en que de él nada se 
supo, me ofreció, por mediación de una amiga común, 
un trabajo de temporada desde mayo hasta septiembre. 
Debo aclarar que yo no pedí el trabajo, que ni entonces 
ni antes intenté ponerme en contacto con él, y que nunca 
tuve intención de venir a vivir a Z. Es cierto que habíamos 
sido amigos pero hacía mucho tiempo de eso y yo no soy 
de los que piden caridad. Hasta entonces vivía en un piso 
compartido con otras tres personas, en el barrio chino, y 
las cosas no me iban tan mal como se pudiera imaginar. Mi 
situación legal en España, salvo los primeros meses, era, 
por decirlo de una forma suave, desesperada: no tengo 
permiso de residencia, no tengo permiso de trabajo, vivo 
en una especie de purgatorio indefinido a la espera de 
conseguir dinero suficiente para ahuecar el ala o pagar un 
abogado que arregle mis papeles.[…]
BOLAÑO, Roberto. La pista de hielo. Barcelona: Anagrama, 2009. p. 11.
O fragmento do romance possibilita uma reflexão sobre 
contextos comuns à contemporaneidade ao explicitar a(s) 
  dificuldades vivenciadas por imigrantes estrangeiros.
  diferenças culturais enfrentadas por imigrantes latinos.
  condição dos refugiados que vivem ilegalmente na 
Europa.
  precarização do trabalho realizado por imigrantes na 
Espanha.
  adversidades e afastamentos que afetam a amizade 
entre imigrantes.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 
Questões de 06 a 45
QUESTÃO 06
TEXTO I
[...] é preciso lembrar que os primeiros contatos com 
tecnologias e conhecimentos aconteceram de forma 
unilateral e com violência, com objetivo de dominação e 
exploração. Indígenas foram mortos para que renegassem 
suas tecnologias e saberes e aceitassem ferramentas e 
saberes dos não indígenas. O que tento mostrar hoje é 
uma reviravolta nesse caminho. Se antigamente fomos 
obrigados a deixar nossas culturas e aceitar ferramentas 
e conhecimentos ocidentais, hoje pegamos esses 
conhecimentos e ferramentas e usamos para fortalecer 
nossas culturas. Como uma certa antropofagia moderna, 
onde o que é ocidental não significa renegar quem somos, 
mas sim uma forma de aumentar nosso alcance cultural.
BANIWA, Denilson; GONZATTO, Camila. Conversa com Denilson Baniwa – 
“Um celular ou um laptop não te tornam menos indígena”. C&América Latina. 
Disponível em: https://amlatina.contemporaryand.com. Acesso em:15 nov. 2022.
TEXTO II
BANIWA, Denilson. Cunhatain, antropofagia musical, 2018.
Em suas produções, o artista contemporâneo Denilson 
Baniwa busca desconstruir visões cristalizadas da 
sociedade sobre os povos indígenas. Com base no 
texto I, percebe-se que, na obra reproduzida no texto II, o 
autor demonstra essa busca ao
  representar a integração digital dos povos indígenas.
  atribuir ao indígena o papel de produtor de informação.
  retratar o processo de aculturação dos jovens indígenas. 
  demonstrar o domínio do capitalismo nos territórios 
originários.
  expor a vulnerabilidade do indígena diante das 
ameaças digitais.
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LC – 1o dia | 2o Simulado SAS ENEM
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Exame Nacional do Ensino MédioExame Nacional do Ensino Médio
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QUESTÃO 07
Sou uma mulher que não se atrapalha com a solidão ‒ 
gosto de ficar sozinha. Minha parceria comigo funciona, o 
que não impede que eu valorize os momentos com amigos 
e familiares. Aliás, é justamente por isso que os amo tanto: 
eles são meu ponto dentro da curva, me fazem sentir 
“normal”. Sei lá por que, é considerado anormal a pessoa 
se contentar com a própria companhia, algum problema 
a criatura deve ter.
Devo ter. Gosto de flanar pelas ruas, ir ao cinema, 
assistir a séries, sem me sentir incompleta por não haver 
alguém ao lado. Não por acaso, elegi a literatura como 
profissão: não há como exercê-la em equipe. Sou uma 
loba solitária e debato sobre isso com meu terapeuta uma 
vez por semana ‒ nos outros dias, me trato por escrito, no 
abandono do meu escritório, onde estou agora, sozinha e 
ao mesmo tempo com você, que me lê. [...] 
MEDEIROS, Martha. Ausências.
Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 29 jan. 2023. 
No trecho da crônica, percebe-se que a função da linguagem 
predominante é responsável por dar enfoque ao(à)
  contexto, destacando informações sobre a profissão 
de escritor.
  interlocutor, utilizando-se de recursos para evocar e 
reconhecer o leitor.
  código, ressaltando a escrita literária como um tema 
de reflexão no texto.
  enunciador, expressando-se uma visão subjetiva sobre 
certo sentimento.
  mensagem, trabalhando-a como um objeto artístico 
atrelado à estética poética.
QUESTÃO 08
HEINE, Ben. Marilyn Monroe. Disponível em: https://benheine.com. Acesso em: 24 out. 2022.
Softwares gráficos foram usados na criação dessa obra 
de Ben Heine, artista belga idealizador do conceito 
Digital Circlism. A relação dessa expressão artística 
contemporânea com o pontilhismo e a Pop Art ocorre por 
meio do(a)
  aparência dinâmica da imagem ao sugerir movimento.
  uso do retrato de uma celebridade da cultura de massa. 
  efeito tridimensional gerado pelo contraste entre luz e 
sombra. 
  delimitação do fenômeno óptico em favor de uma 
técnica sistemática. 
  justaposição e decomposição tonal de círculos ao 
retratar um rosto icônico.
QUESTÃO 09
O que mudou no Instagram em 2021: fim do 
“arrasta para cima”, retorno das curtidas e mais
Fim do “arrasta pra cima” – O Instagram anunciou em 
agosto que acabaria com a opção “arrasta para cima”, 
que até então era usada para acessar links nos stories. 
A opção era oferecida apenas para contas que 
cumprissem alguns requisitos, como ter mais de 10 mil 
seguidores ou ter o perfil verificado pela rede social. O 
fim do recurso não acabou com a possibilidade de levar 
usuários dos stories para outro site. Em vez disso, ele deu 
lugar à figurinha de link, que foi liberada em outubro para 
todos os usuários – sem requisitos. 
Retorno do número de curtidas – Há dois anos, o 
Instagram decidiu ocultar o número de curtidas de fotos 
e vídeos. Na ocasião, a rede social disse que o objetivo 
era fazer os usuários se concentrarem “mais nas fotos e 
vídeos que são compartilhados do que na quantidade de 
curtidas que recebem”. Em 2021, foi a vez da plataforma 
fazer o caminho inverso: os usuários voltaram a ter a 
opção de exibir o número de curtidas, mas também podem 
manter essa informação escondida.
Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 27 nov. 2022. (adaptado)
O texto menciona novidades quanto a recursos de 
determinada rede social. Mudanças frequentes nas 
dinâmicas de uso, como as citadas, demonstram que as 
tecnologias de comunicação intensificam seu impacto 
pelo fato de
  atenuarem regras de uso das redes visando atrair um 
público maior.
  promoverem relações de interação social para além do 
espaço virtual.
  reduzirem recursos periodicamente após certo tempo 
de uso das redes.
  adaptarem as ferramentas a comportamentos sociais 
de um grupo específico.
  oferecerem possibilidades de utilização que atendam 
a anseios dos usuários.
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QUESTÃO 10
TEXTO I 
Quais as condições de vida das pessoas em 
situação de rua? Geralmente, temos as condições mais 
precárias possíveis. Pessoas nessas populações ficam 
expostas à violência, a doenças, ao convívio com animais, 
à falta de higiene e à falta de alimentação e de outros 
direitos básicos. Apesar disso, elas têm direitos humanos 
como todos nós, assegurados pela Declaração Universal 
dos Direitos Humanos. São pessoas que não desfrutam de 
uma vida com o mínimo de conforto devido à sua condição. 
Muitas vezes por estarem desempregadas e terem perdido 
o vínculo familiar. 
Como vivem: Mesmo com a situação difícil, algumas 
pessoas conseguem encontrar condições de sobrevivência. 
[...] Existe uma parcela que mantém sua higiene e é capaz 
de se envolver em outras atividades. Por isso, é importante 
entender que esse grupo não é homogêneo: várias 
situações complexas levam os moradores a esse cenário. 
É fundamental considerar a dinâmica e as nuances.
MORADOR de rua e pessoa em situação de rua: quais as diferenças? Observatório do terceiro setor, 
11 maio 2022. Disponível em: https://observatorio3setor.org.br. Acesso em: 23 nov. 2022. (adaptado) 
TEXTO II
Acesso a alimentação e serviços
Local onde dormem
Local usado para 
necessidades fisiológicas
Local usado para tomar banho
31,4%
Albergues e 
abrigos
79,6%
Conseguem fazer ao 
menos uma refeição 
por dia
69,6%
Dormem na 
rua 8,3% Alternam 
entre rua e 
albergues46,5%Preferem 
dormir na 
rua
20,6%
Preferem dormir na rua pela 
liberdade proporcionada
22,1%
Dormem em 
albergues ou 
outras instituições
25,2% 
Albergues e 
abrigos
32,5%
Rua
2,7% 
Casa de parentes 
ou amigos
9,4% 
Estabelecimentos 
comercias
Fonte: Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua, Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2008.
21,3% 
Banheiros públicos
27,4% 
Compram a comida 
com o próprio dinheiro
32,6%
Rua
14,2%
Banheiros públicos
5,2%
Casa de parentes 
ou amigos
SASSE, Cintia; OLIVEIRA, Nelson. Invisível nas estatísticas, população de rua demanda 
políticas públicas integradas. Disponível em: https://www12.senado.leg.br.
Acesso em: 23 nov. 2022.
Ambos os textos apresentam informações sobre a 
população em situação de rua. No entanto, diferentemente 
do texto I, o texto II 
  mostra que há heterogeneidade nesses grupos.
  especifica a diversidade de condições dos indivíduos.
  indica precariedades normativas dos direitos humanos.
  revela as condições de subsistência de uma parcela 
social.
  aponta concepções gerais acerca da vivência dessa 
população.
QUESTÃO 11
A ginasta americana Simone Biles, de 24 anos, 
encantou o mundo ao conquistar cinco medalhas, quatro 
delas de ouro, nos Jogos do Rio em 2016. Na expectativa 
de vê-la brilhar em Tóquio, a atleta chamou a atenção 
do mundo para outro tema, a saúde mental. A pergunta 
que fica é até quando será necessário chegarmos ao 
extremo para entender que o cuidado com a saúde mental 
e emocional é prioridade em todos os âmbitos? Ao desistir 
de parte das apresentações, Simone Biles expõe o olhar 
limitado da sociedade diante das capacidades mentais e 
emocionais para alcançar resultados. Ao longo do ciclo 
olímpico – e este foi de cinco em vez de quatro anos e 
com uma pandemia no meio –, os atletas sofreram com 
pressão, lesões, dor, perdas e renúncias. 
Mais do que abraçar e entender a saúde mental, 
precisamos focar a prevenção. É fundamental que o atleta 
receba um acompanhamento especializado contínuo na 
escola, em seu clube, em sua seleção. Assim como os 
treinos e competições, o acompanhamento psicológico 
precisa fazer parte da rotina do atleta de todas as 
modalidades. O objetivo é possibilitar que o bem-estar 
emocional impacte positivamente em sua qualidade de 
vida e isso vai se refletir, inclusive, no rendimento nos 
torneios. 
CUNHA, Isabel Azambuja da; CANCELA, Ingrid. O legado e a medalha simbólica de Simone 
Biles nas Olimpíadas. Veja Saúde, 28 ago. 2021. Disponível em: https://saude.abril.com.br. 
Acesso em: 13 nov. 2022. (adaptado)
O texto indica que a situação vivida pela ginasta Simone 
Biles deu visibilidade a uma questão primordial para 
as diversas modalidades esportivas, ressaltando a 
necessidade de 
  reduzir a pressão psicológica sobreposta a atletas de 
alto rendimento.
  combater o preconceito contra atletas com transtornos 
mentais.
  garantir apoio psicológico aos esportistas após derrotas 
em competições. 
  promover um cuidado constante com o bem-estar 
psicológico dos atletas.
  compartilhar com a sociedade informações sobre a 
saúde mental dos atletas.
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QUESTÃO 12
O jongo, ou caxambu, é um ritmo que teve suas 
origens na região africana do Congo-Angola. Chegou ao 
Brasil-Colônia com os negros de origem bantu trazidos 
como escravos para o trabalho forçado nas fazendas [...]. 
A influência da nação bantu foi fundamental na formação 
da cultura brasileira. Para acalmar a revolta e o sofrimento 
dos negros com a escravidão e distrair o tédio dos brancos, 
os donos das isoladas fazendas de café permitiam que 
seus escravos dançassem o jongo nos dias dos santos 
católicos. Para esses negros africanos e seus filhos, o 
jongo era um dos únicos momentos permitidos de trocas 
e confraternização. O jongo é uma dança profana, para o 
divertimento, mas uma atitude religiosa permeia a festa. 
[...] O jongo é uma dança dos ancestrais [...] e, por isso, 
pertence à “linha das almas”. [...]
CIDADE DAS ARTES. Jongo, a dança profana. Rio Prefeitura, 3 nov. 2014. 
Disponível em: http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br. Acesso em: 22 nov. 2022.
O texto descreve o caráter artístico e religioso do jongo, 
evidenciando a inter-relação que essa dança africana 
estabelece com a
  celebração da memória histórica e da resistência 
simbólica do povo bantu.
  representação poética e documental das opressões 
impostas aos escravizados. 
  produção estrangeira e a prática artística da devoção 
ao ser executada em dias santos.
  apropriação da cultura europeia e a superação da 
marginalização dessa arte na colônia.
  diversificação e a imersão cultural do Período Colonial, 
que incentivava os ritos tradicionais.
QUESTÃO 13
TEXTO I
Escrita por uma jovem com Asperger e alta capacidade 
intelectual, e ilustrada por uma talentosa desenhista, esta 
HQ mostra a protagonista, Marguerite, no trabalho, em 
casa, com o seu namorado e depois com seus amigos 
aspies; ela retrata seus interesses e paixões, suas 
particularidades sensoriais e seus problemas sociais, 
suas dificuldades em se enturmar, em ser compreendida 
e aceita como ela é; narra o reconhecimento de sua 
síndrome, que a alivia e muda sua vida. Diversos “pedaços 
da vida” que permitirão que os leitores, envolvidos direta 
ou indiretamente, visualizem claramente o que é vivido 
por centenas de mulheres aspies. Ao final da HQ, o anexo 
“O que é autismo?” oferece um pequeno apanhado muito 
rico de algumas noções a se ter em mente. Mas esta 
história em quadrinhos é também um sopro refrescante 
de tolerância e respeito pelos outros, todos os outros, e um 
grande exemplo de espaço que todos devem conseguir 
encontrar na sociedade.
CAROLINE, Mademoiselle; DACHEZ, Julie. A diferença invisível. Prefácio. 
São Paulo: Nemo, 2017. p. 5.
TEXTO II
CAROLINE, Mademoiselle; DACHEZ, Julie. A diferença invisível. São Paulo: 
Nemo, 2017. p. 15.
O texto I indica que a HQ dá aos leitores uma maior 
visibilidade sobre as vivências contemporâneas de 
mulheres aspies, que são diagnosticadas com a Síndrome 
de Asperger, um dos espectros do autismo. As cenas 
retratadas no texto II fortalecem essa ideia ao
  listar informações sobre o Transtorno do Espectro 
Autista (TEA). 
  focalizar uma disfunção sensorial tátil de algumas 
pessoas autistas.
  questionar a inabilidade de pessoas aspies para o 
mercado de trabalho.
  apresentar as experiências e os desafios cotidianos de 
uma jovem autista.
  criticar o subdiagnóstico e a invisibilidade de mulheres 
aspies no contexto social.
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LC – 1o dia | 2o Simulado SAS ENEM
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Exame Nacional do Ensino MédioExame Nacional do Ensino Médio
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QUESTÃO 14
Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas 
por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões 
trabalhando até a estafa. Não notam sequer que são 
facilmente substituíveis e que tanto existiriam como não 
existiriam. Poucas se queixam e ao que eu saiba nenhuma 
reclama por não saber a quem. Esse quem será que 
existe? 
[...] limito-me a contar as fracas aventuras de uma 
moça numa cidade toda feita contra ela. Ela que deveria 
ter ficado no sertão de Alagoas com vestido de chita e sem 
nenhuma datilografia, já que escrevia tão mal, só tinha 
até o terceiro ano primário. Por ser ignorante era obrigada 
na datilografia a copiar lentamente letra por letra – a tia 
é que lhe dera um curso ralo de como bater à máquina. 
[...] Quero antes afiançar que essa moça não se conhece 
senão através de ir vivendo à toa. Se tivesse a tolice de se 
perguntar “quem sou eu?” cairia estatelada e em cheio no 
chão. É que “quem sou eu?” provoca necessidade. E como 
satisfazer a necessidade? Quem se indaga é incompleto.
A pessoa de quem vou falar é tão tola que às vezes 
sorri para os outros na rua. Ninguém lhe reponde ao 
sorriso porque nem ao menos a olham.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Nesse fragmento, a caracterização da personagem revela 
um perfil humano que
  opta por experienciar uma vida sem privilégios.
  conf igura-se como socialmente relegado à 
invisibilidade.
  manifesta-se em uma postura reflexiva ante as 
adversidades.
  simboliza a revolta dos retirantes em meio à opressão. 
  realiza o próprio apagamento psíquico intencionalmente.
QUESTÃO 15
A fala é a realização, por parte do indivíduo, das 
possibilidades que lhe são oferecidas pela língua. É, 
portanto, um ato individual e momentâneo em que interferem 
muitos fatores extralinguísticos e no qual se fazem sentir a 
vontade e a liberdade individuais. Apesar de reconhecer a 
interdependência entre língua e fala, o linguista Saussure 
considerava como objeto da linguística a língua (por seu 
caráter homogêneo), procurando entendê-la e descrevê-la 
do ponto de vista de sua estrutura interna. […]
SOUZA-E-SILVA, Maria Cecília P. de; KOCH, Ingedore Villaça. Linguística aplicada ao 
português:morfologia. São Paulo: Cortez, 2011. (adaptado)
A norma linguística aplicada nesse texto visa contribuir 
com o objetivo de
  transmitir conceitos por meio de uma linguagem padrão.
  promover reflexão sobre controvérsias linguísticas.
  construir uma valorização da oralidade.
  tornar didáticas as regras gramaticais.
  induzir os leitores ao estudo da fala.
QUESTÃO 16
Disponível em: https://scontent.fplu18-1.fna.fbcdn.net. Acesso em: 27 out. 2022.
No cartaz, os recursos verbais e não verbais utilizados 
apresentam o objetivo de
  criticar a utilização de animais marinhos em 
experimentos científicos.
  expor o aumento percentual da quantidade de plásticos 
nos oceanos.
  incentiva r a consciência ambiental quanto ao descarte 
incorreto de lixo.
  evidenciar as espécies marinhas que estão em extinção 
devido à poluição.
  diminuir o consumo de garrafas PET no dia a dia e em 
estabelecimentos.
QUESTÃO 17
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A estratégia argumentativa usada pela mulher no segundo 
quadrinho da tirinha consiste na
  comoção, utilizando argumentos de autoridade para 
que a criança adote um ponto de vista. 
  sedução, evidenciando imagens positivas para 
convencer o interlocutor.
  provocação, assinalando que amizades são pautadas 
em interesses. 
  intimidação, indicando as qualidades do cachorro as 
quais o sapo não tem. 
  chantagem, reafirmando que o cão é o melhor amigo 
do ser humano.
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Exame Nacional do Ensino MédioExame Nacional do Ensino Médio
9
QUESTÃO 18
A espera estendida por uma cura ou vacina fez 
com que se adaptassem à nova vida como provisória. 
Com o tempo em suspensão, o provisório se tornou 
natural, perene, não o resultado da ameaça mortal que 
os encurralava. A falta de perspectiva excita o medo, 
e ninguém sobrevive com medo. Assim, passaram a 
viver o paradoxo da negação. Foram mais de dois anos, 
entre períodos de flexibilização, às vezes espontânea e 
inconsequente (por duvidar do que não viam, por negar 
o que não correspondesse ao espelho das redes sociais, 
muitos logo se sentiam imunes e cansavam de esperar), 
e eventuais retomadas compulsórias de confinamento, 
para tentar remediar os estragos da inconsequência, 
até a descoberta de uma vacina aparentemente segura 
trazer de volta não a ilusão de normalidade em que 
muitos já vivam, mas uma possibilidade mais concreta 
e confiável de futuro. É claro que nada disso traria de 
volta a vida nos termos passados. De repente tudo era 
exagero. As ruas se encheram de gente que se reunia, 
se abraçava e se beijava em desafio ao perigo invisível, 
supostamente vencido.
CARVALHO, Bernardo. O último gozo do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
O fragmento da novela de Bernardo Carvalho constitui uma 
representação ficcional de um contexto de crise sanitária 
global. A situação é caracterizada por um olhar narrativo
  carregado de esperança, que enxerga no surgimento 
da vacina um meio de retornar à normalidade.
  marcado pela criticidade, que desaprova posturas de 
negação diante do contexto catastrófico em curso.
  alheio à gravidade dos acontecimentos narrados, que 
descreve a situação de forma isenta e distanciada. 
  desprovido de empatia, que ironiza as ações daqueles 
que buscam superar suas perdas e seguir adiante.
  permeado por uma visão contraditória, que vê, ao 
mesmo tempo, beleza e prejuízo nas reações otimistas.
QUESTÃO 19
Disponível em: https://www .sigas.pe.gov.br. Acesso em: 22 nov. 2022.
A associação entre os elementos visuais e verbais 
do anúncio se configura como um recurso expressivo 
que busca
  fomentar a discussão sobre o conceito educacional de 
trabalho infantil.
  gerar desconforto ao comparar um objeto do cotidiano 
infantil a uma ferramenta.
  tornar o leitor capaz de identificar situações de 
exploração de crianças.
  apontar a educação de qualidade como um substituto 
ao trabalho infantil.
  persuadir a sociedade a denunciar o trabalho infantil.
QUESTÃO 20
Cavalo Preto
Eu tenho um cavalo preto
Por nome de ventania
Um laço de doze braças
Do couro de uma novilha
Tenho um cachorro bragado
Que é pra minha companhia
Sou um caboclo folgado
Ai eu não tenho família
No lombo do meu cavalo
Eu viajo o dia inteiro
Vou dum estado pro outro
Eu não tenho paradeiro
[...]
Adeus que eu já vou partindo
Vou pousar noutra cidade
Depois de manhã bem cedo
Quero estar em Piedade
Deus me deu esse destino
E muita felicidade
Quando eu passo com o meu pingo
Deixo um rastro de saudade 
ROSAS JR., Anacleto. Cavalo Preto. Intérprete: Sérgio Reis. In: REIS, Sérgio. Pantaneiro.
[S.l.]: Sony MG Music, 1990. Faixa 7. 
No fragmento da letra da canção, o vocabulário empregado 
e a sequência de fatos narrados são relevantes para o 
patrimônio linguístico e identitário do país, na medida 
em que
  representam um modo de vida peculiar existente no 
interior do país.
  apresentam a vida de um brasileiro sob um olhar 
pitoresco e caricato.
  singularizam os processos de colonização ocorridos 
no interior do Brasil.
  ressaltam a transmissão entre gerações de 
conhecimentos sobre uma profissão.
  servem como campanha de divulgação de uma 
linguagem regional brasileira.
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Exame Nacional do Ensino MédioExame Nacional do Ensino Médio
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QUESTÃO 21
Os custodiados do Sistema Prisional do Pará têm 
praticado técnicas de meditação e respiração da yoga para 
ajudar na qualidade de vida. […] Por estarem privados da 
liberdade e seguindo o procedimento padrão das unidades, 
muitos internos sofrem com dores, principalmente no 
pescoço e na coluna, além da questão mental por estarem 
reclusos, segundo a terapeuta ocupacional do Centro 
de Recuperação do Coqueiro, Ana Helena Brasil. [...] 
Há três meses praticando a yoga no Presídio Estadual 
Metropolitano 3, S.W., de 28 anos, revela que está 
sendo muito positiva a participação nas aulas. “Tem sido 
maravilhoso pra mim. A yoga tem me ajudado bastante no 
meu viver no cárcere. Eu vivia deprimido, angustiado, e 
a yoga trouxe uma mudança de vida”, concluiu o interno.
RESPIRANDO a Liberdade: [...]. G1, 27 out. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com. 
Acesso em: 23 nov. 2022. (adaptado)
O texto relaciona a yoga às necessidades dos indivíduos 
ao enfatizar a contribuição dessa prática para o(a) 
  alívio de dores crônicas que prejudicam a reabilitação.
  diminuição do uso de terapias médicas não naturais.
  autoidentificação de transtornos mentais crônicos.
  desenvolvimento da adaptabilidade corporal. 
  cuidado com a saúde física e psicológica.
QUESTÃO 22
Disponível para as plataformas Android e iOS, o 
aplicativo WhatsCine oferece acessibilidade no cinema 
para surdos e cegos. O programa coloca na tela de 
tablets e smartphones tanto um intérprete de libras 
(língua brasileira de sinais) quanto legendas, além de 
emitir audiodescrição via fones de ouvido. Desenvolvido 
na Espanha, o aplicativo tem no Brasil parcerias. Para 
que ele funcione, os representantes do WhatsCine 
se associam a produtoras, distribuidoras e a salas de 
cinema. As produtoras precisam autorizar a adaptação 
do conteúdo, para então serem criad as as legendas, 
a interpretação em libras e a audiodescrição do filme. 
Já as salas de cinema têm de oferecer uma rede 
Wi-Fi específica, que fornece acesso ao conteúdo de 
acessibilidade – os recursos não funcionam via dados 
móveis (3G e 4G). Na rede do WhatsCine, só trafegam 
dados fornecidos pelo aplicativo (os frequentadores 
da sala não poderão usá-la para navegar na internet, 
por exemplo).
Disponível em: https://www.uol.com.br. Acesso em: 27 out. 2022. (adaptado)
Um desdobramento dessa inovação tecnológica que 
contribui diretamente para a experiência do público-alvo 
do aplicativo é o(a)
  possibilidade de se realizarem remakes inclusivos
com baixo custo de construção.
  facilidade de uso da ferramenta em plataformas que 
se adaptam aos usuários.
  acesso a recursos que ampliam as possibilidades 
de apreciação estética.
  envolvimento de pessoas com deficiência em
produções audiovisuais.
  parceria entre empresas para o aprimoramento do 
enredo de filmes. 
QUESTÃO 23
Vejam que charme. Holdemar chega ao sítio, dá bom-dia 
a Isauro, respira avidamente o verde da propriedade, 
detém-se um pouco em algumas generalidades da 
existência, as condições do tempo, o desnaturado 
corre-corre de turistas e banhistas na estrada, depois 
quer saber como vão indo as coisas por ali. Indaga ao fiel 
amigo se ele deu aquele tal remédio para a égua Mimosa, 
que andava meio enfastiada. “Dei-lo”, responde o sempre 
atento feitor. E plantou aquelas mudas de caqui, manga 
e cajá-manga trazidas outro dia? “Plantei-las, doutor, 
plantei-las.” E a patroa melhorou da gripe? “Melhorou-la, 
graças a Deus, melhorou-la”.
Ninguém vai pensar, é claro, que Holdemar Menezes, 
ao divulgar fora dos muros de seu refúgio da Vargem 
Pequena essas peculiaridades de linguagem do auxiliar, 
cultive o gosto mórbido de rir delas, rir por achá-las 
simplesmente merecedoras de riso. Rir assim por rir se 
ri da oratória pedante e manquitola de tantos figurões, de 
tantos políticos e causídicos, do seu vazio enfeitado, das 
suas lorotas cravejadas de solecismos.
Num caso como o do Isauro, o que ocorre ao escritor 
é o sorriso cúmplice, uma alegria diante da invenção 
saborosa e sem impurezas, da imprevista poesia que 
brota do inusitado. Holdemar não me disse que disse, mas 
não duvido que, satisfeito com as melhoras da mulher do 
Isauro, lhe tenha dito: “Melhorou-la? Que bom, que bom!”.
A verdade é que falar tem muito, muito mesmo a ver 
com o coração. Como diria Isauro, sempre teve-lo.
CARDOZO, Flávio José. Uns papéis que voam. São Paulo: FTD, 2003.
Ao atribuir poeticidade à fala da personagem, o cronista 
expressa uma compreensão da língua que
  privilegia formas linguísticas rebuscadas.
  estimula o uso da linguagem não padrão.
  estigmatiza variantes de comunidades rurais.
  satiriza o descumprimento de regras gramaticais.
  aprecia as diversas formas de expressão da linguagem.
QUESTÃO 24
Monólogo com a sombra
Não adianta me seguir. Estou tão perdido quanto você.
AUGUSTO, Rogério. Monólogo com a sombra. In: FREIRE, Marcelino (org.). 
Quarenta microcontos. São Paulo: Ateliê editorial, 2004. p. 29. 
O que caracteriza o texto essencialmente como um 
microconto é o(a)
  existência de humor com base em um enredo simples 
e objetivo.
  papel do leitor na construção de significados para as 
expressões.
  presença de um olhar crítico sobre um acontecimento 
cotidiano.
  fato de haver uma narrativa concisa que abre espaço 
para reflexão.
  ausência de elementos descritivos sobre os cenários 
e as personagens.
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LC – 1o dia | 2o Simulado SAS ENEM
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QUESTÃO 25
TEXTO I
Na produção de Kerry James Marshall, as perguntas 
sobre questões raciais e sobre a pintura são recíprocas, 
num entrelaçamento entre experiências pessoais, 
sociais e históricas. O questionamento sobre a ideia de 
representação e a crítica à história da arte são formulados 
ao mesmo tempo em que as pinturas discutem como os 
negros foram representados e tratados na história social. 
Na própria construção das obras, há um nexo com a 
discussão social que interessa ao artista: Marshall utiliza 
diversos tons de preto na construção das figuras, não 
apenas como sombra ou fundo, mas como uma “cor ativa”. 
Além disso, há toda uma retórica no uso da palavra “preto” 
no movimento negro norte-americano: black power, Black 
Panthers, black is beautiful, black aesthetics. [...] O foco da 
produção de Marshall na pintura nos leva a pensar sobre 
os limites das narrativas sobre os negros nessa mídia – 
seja pelo número reduzido de pintores negros ao longo da 
história, seja pelas imagens reiteradas de subalternidade 
dos negros na tradição pictórica (obviamente como reflexo 
da vida social). Sua obra propõe imagens de sociabilidade, 
afeto e autonomia que não foram produzidas sobre os 
negros ao longo do tempo.
MUNIZ, Leandro. Kerry James Marshall: Uma escola de beleza. Arte que acontece, 9 jul. 2018. 
Disponível em: https://www.artequeacontece.com.br. Acesso em: 23 nov. 2022.
TEXTO II
MARSHALL, Kerry James. Sem título. 2009. 1 acrílico sobre painel de PVC.
O texto I, que trata das produções de Kerry James 
Marshall, faz referência ao caráter representativo da 
coloração empregada em suas obras. No texto II, o uso 
da cor preta no tom de pele da mulher na pintura desse 
artista evidencia, acerca de seu trabalho, o(a)
  subversão de um cânone ocidental que privilegia 
determinados grupos.
  crítica a técnicas artísticas que destacam diferentes 
nuances da pele.
  associação entre uma expressão de arte abstrata e 
uma figurativa.
  adensamento da invisibilização dos povos negros 
escravizados.
  produção moderna com o foco em temas 
metalinguísticos.
QUESTÃO 26
Eu resolvi a lhe escrever a última carta
Para pedir mais uma vez a sua volta
Com sua ausência eu sofro tanto
E não consigo acreditar
Que você já me esqueceu e não quer voltar
Se você sentisse a saudade que eu sinto agora
Mandaria a carta que eu espero logo, sem demora
Nossa casa sem você é triste, não é mais aquela
Mas posso dizer que a felicidade ainda aqui te espera
Compositores: Vicente Dias Da Costa e Marcos Roberto Dias Cardoso. 
Letra de A última carta © Editora Musical Beverly Ltda.
A função da linguagem predominante nesse texto se 
caracteriza por
  persuadir o receptor a rever as atitudes em momentos 
difíceis.
  discutir o papel da escrita na expiação do sofrimento 
amoroso. 
  destacar os aspectos formais utilizados na composição 
da canção. 
  expor os sentimentos do eu lírico acerca de uma 
relação amorosa.
  focalizar o canal de comunicação recíproco com o 
interlocutor.
QUESTÃO 27
Aí, Orelha?
Aí!
Beleza, mano?
Cabeça!
Beleza!
O que 
achou do 
Orelha?
Só!
Só!
ANGELI. Luke & Tantra – Sangue bom. São Paulo: Devir/Jacaranda, 2000. p. 17.
No diálogo apresentado na tira, o uso de gírias se justifica 
principalmente pelo(a)
  grau de escolaridade dos falantes no diálogo.
  valorização de um aspecto linguístico moderno.
  objetivo de subverter a norma-padrão da língua.
  situação comunicativa em um meio social específico.
  época vivida pelos indivíduos de uma região do país.
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QUESTÃO 28
Ele s se julgam com o direito de impor o seu amor ou 
o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam 
muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é 
que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto 
esses tais noivos assassinos querem tudo que é de mais 
sagrado em outro ente, de pistola na mão. [...]
Todas as considerações que se possam fazer, 
tendentes a convencer os homens de que eles não têm 
sobre as mulheres domínio outro que não aquele que 
venha da afeição, não devem ser desprezadas.
Esse obsoleto domínio à valentona, do homem sobre 
a mulher, é coisa tão horrorosa, que enche de indignação. 
O esquecimento de que elas são, como todos nós, 
sujeitas, a influências váriasque fazem flutuar as suas 
inclinações, as suas amizades, os seus gostos, os seus 
amores, é coisa tão estúpida, que, só entre selvagens 
deve ter existido. Todos os experimentadores e 
observadores dos fatos morais têm mostrado a inanidade 
de generalizar a eternidade do amor. Pode existir, existe, 
mas, excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de 
revólver, é um absurdo tão grande como querer impedir 
que o sol varie a hora do seu nascimento.
Deixem as mulheres amar à vontade.
Não as matem, pelo amor de Deus!
BARRETO, Lima. Não as matem. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 20 nov. 2022.
No fragmento, o cronista contrapõe-se à generalização 
segundo a qual todo amor é eterno, indicando que essa 
ideia pode levar a
  condutas irrefletidas das mulheres, que se sentem 
dependentes dos seus relacionamentos.
  acessos frequentes de ciúmes, o que pode culminar em 
crimes praticados por homens e mulheres.
  crises conjugais frequentes, influenciadas pela busca 
por manter aparências de felicidade nos meios sociais.
  demonstrações de autoridade realizadas por mulheres, 
que geram irritação e violência nos relacionamentos.
  atitudes de violência contra a mulher, praticadas 
por homens que se recusam a aceitar o fim de um 
relacionamento.
QUESTÃO 29
Hi n o Nacional
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil.
[...]
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas...
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta 
 [solidão
no pobre coração já cheio de compromissos...
se bem que seja difícil compreender o que querem 
 [esses homens,
por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de 
 [seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os 
 [brasileiros?
ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião: 23 livros de poesia – volume 1. 
Rio de Janeiro: BestBolso, 2010.
O poema convoca o povo brasileiro a realizar a própria 
descoberta de seu país, a despeito daquela já atribuída 
historicamente ao colonizador. Nesse contexto, 
considerando o sentido global do texto, evidencia-se na 
fala do eu lírico um discurso predominantemente
  irônico, que busca desconstruir uma ideia acrítica e 
idealizada de nação.
  partidário, que promove ideias favoráveis a determinada 
parcela da população.
  ufanista, que ressalta a importância social de se 
louvarem as riquezas regionais.
  radical, ao usar termos que incentivam a concretização 
de ideais revolucionários.
  utópico, ao utilizar a primeira pessoa do plural para 
sugerir a ideia de um povo unido.
QUESTÃO 30
BANKSY. Borodyanka. Ucrânia, 2022.
A produção em grafitti de Banksy, feita na Ucrânia em 
2022, apresenta uma ginasta equilibrando-se sobre os 
escombros de um prédio bombardeado pelas tropas 
russas. Trata-se de um exemplo de como a arte de rua 
pode ser um(a)
  instrumento de crítica social e política.
  provocação ao conceito tradicional de arte. 
  recurso de promoção de valores nacionalistas.
  mecanismo de representação do poder político.
  forma de propagação do humor em contextos difíceis.
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LC – 1o dia | 2o Simulado SAS ENEM
20232023
Exame Nacional do Ensino MédioExame Nacional do Ensino Médio
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QUESTÃO 31
A ex periência remete à de Nina, personagem de A 
cidade dos animais, do autor e ilustrador catalão Joan 
Negrescolor. Do alto da torre, a menina enxerga uma 
selva inofensiva, seu lugar secreto, cujas trilhas e cheiros 
conhece bem. Ao transitar pelas páginas ultracoloridas, 
encontra plantas, amigos bichos e uma série de objetos 
perdidos, de fios a carros submersos. É que muito 
sobrou na cidade antigamente habitada pelos humanos, 
hoje ocupada pela natureza e pelos olhos de Nina, uma 
contadora de histórias recebida com entusiasmo pelos 
animais. Nesta fábula sobre a natureza, os animais 
retratam nossa sociedade e, portanto, as relações 
distópicas do mundo contemporâneo. Trata-se de um 
livro imaginativo sobre as histórias que os macacos, as 
serpentes e os flamingos gostam de ouvir, mas também 
de uma crítica: com tamanha destruição, chegará o dia em 
que o bicho-homem irá sumir do mapa e as histórias serão 
contadas por outros animais? E que histórias contariam se 
estivéssemos dispostos a escutá-los? [...] O livro convida 
a um tipo de utopia: olhar a natureza não como objeto 
de curiosidade e domínio, mas lugar de pertencimento 
e cuidado. Oferece, portanto, uma possibilidade de 
vínculo emocional e cultural por meio da leitura estética 
de situações cotidianas e que precisam ser verbalizadas. 
Em um momento de crise ambiental, em que cresce o 
distanciamento das crianças em relação à natureza, o livro 
chega como uma experiência indireta capaz de sensibilizar 
o olhar para criar conexões, fazendo pontes necessárias 
para reflexões e construções de vivências amorosas com 
a terra.
CARAMICO, Thais H. O ponto de vista dos animais. Quatro cinco um, 26 ago. 2022. 
Disponível em: https://quatrocincoum.folha.uol.com.br. Acesso em: 20 nov. 2022. 
Para induzir o leitor a ler o livro resenhado, utiliza-se como 
estratégia argumentativa uma referência à crise ambiental, 
com o objetivo de
  exemplificar uma das problemáticas discutidas na obra.
  demonstrar uma implicação da leitura na realidade das 
crianças.
  convencer os pais de que o livro