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Principais Correntes Teóricas do 
Desenvolvimento: Inatismo, 
Ambientalismo, Interacionismo no 
Contexto Escolar 
 
 
A importância desta unidade reside da aprendizagem das grandes correntes teóricas 
do desenvolvimento cognitivo. 
 
 
Objetivo 
 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Discutir as características de cada corrente teórica do 
desenvolvimento e como a apreensão do desenvolvimento 
infantil pode ser fundamental para algumas áreas do trabalho 
pedagógico. 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: 
• Tema 1 - Desenvolvimento e aprendizagem 
• Tema 2 - Principais correntes teóricas do 
desenvolvimento humano: inatismo, comportamentalismo 
e interacionismo 
• Tema 3 - As teorias do desenvolvimento humano e a 
dinâmica escolar 
 
 
 
 
 
 
A tirinha nos leva a refletir o porquê de uma criança, que é curiosa e gosta de 
aprender, não se interessar pelos conteúdos trabalhados na escola. 
 
Certamente, muitos fatores podem contribuir para isso, no entanto, conhecer um 
pouco sobre as teorias do desenvolvimento e da aprendizagem pode ajudar a 
compreender melhor o que se passa na escola e contribuir para uma prática mais 
adequada. 
 
 
Tema 1 
Desenvolvimento e aprendizagem 
 
 
Por que estudar teorias do desenvolvimento e da 
aprendizagem? 
 
O tema do desenvolvimento e aprendizagem na escola sempre gerou muita discussão. 
 
Afinal, o que é o desenvolvimento e a aprendizagem? 
 
A resposta não é simples e há muita divergência entre os teóricos. 
 
Atualmente, há consenso de que crianças 
diferem dos adultos em seu modo de pensar e 
que, portanto, o pensamento se modifica ao 
longo da vida, desenvolvendo-se. 
 
 
Assim, é possível afirmar que o desenvolvimento implica mudanças qualitativas e 
quantitativas no pensamento, e a maioria dos pesquisadores concorda que essas 
mudanças são consequência da interação dos processos de maturação e de 
aprendizagem. No entanto, alguns atribuem um peso maior aos fatores hereditários, 
enquanto outros, aos fatores ambientais. 
 
A aprendizagem, por sua vez, geralmente é vista como uma mudança relativamente 
estável no pensamento. Vale ressaltar que, embora diferentes, desenvolvimento e 
aprendizagem são processos complementares: um influencia o outro. Por isso, 
trataremos de teorias do desenvolvimento e da aprendizagem aqui. 
 
A aprendizagem é muito importante para os seres humanos. A cultura de uma 
sociedade é a expressão da aprendizagem de muitas gerações. 
 
 
O homem fala, tem consciência do tempo e 
do espaço e é um ser cultural, construindo 
seu passado de forma seletiva. Além disso, o 
homem interage com os seus semelhantes e 
é capaz de ir além da concretude do mundo, 
operando com o mundo simbólico em nível 
imaginativo. 
 
Desde a Antiguidade, o homem quis saber como se aprende, mas é a partir do século 
XVII que as teorias do desenvolvimento e da aprendizagem passaram a surgir 
sistematicamente. 
 
Geralmente, uma teoria demora em torno de 25 a 75 anos após o seu aparecimento 
para ser incorporada à prática escolar. Além disso, ela não substitui simplesmente a 
anterior, as duas vão passando a conviver, criando um amálgama cada vez mais 
confuso, pois muitas vezes reúnem teorias do desenvovimento e da aprendizagem 
contraditórias. 
 
Saiba mais 
 
Amálgama: Mistura de elementos diversos que, embora diferentes, 
contribuem para formar um todo. 
 
 
 
Curiosidade 
 
Desde a Antiguidade que os filósofos gregos se perguntavam sobre a 
origem do conhecimento. 
 
 
Platão, que era um racionalista (ratio = razão), 
postulava que o conhecimento estava dentro do 
homem e, para descobri-lo, era necessário o uso da 
razão e da reflexão. 
 
Diferentemente, Aristóteles defendia que o 
conhecimento é alcançado por meio da experiência, 
pelo contato com o mundo externo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aprendizagem: Cotidiano x Escola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As práticas escolares, explícita ou implicitamente, contêm uma teoria sobre o 
desenvolvimento e a aprendizagem, ou seja, um corpo teórico que se apoia em um 
conjunto de ações determinadas por um objetivo, consciente ou não. 
 
É importante poder analisar as práticas escolares sob o aspecto das teorias do 
desenvolvimento e da aprendizagem, pois essa análise poderá fornecer dados para 
reorientar todo o processo, especialmente quando se pergunta: 
 
Quais os fins que se deseja atingir? 
Que tipo de sujeito queremos formar? 
 
Quando o educador se faz essas perguntas, nota-se que adotar uma ou outra teoria 
do desenvolvimento vai fazer diferença. 
 
Por que desenvolvimento e aprendizagem podem ser entendidos como 
processos complementares? 
 
 
Ampliando o Foco 
 
Para aprofundar seus conhecimentos sobre desenvolvimento e 
aprendizagem, leia as páginas 9 - 14 do livro da disciplina Mendes, Leila 
de Carvalho. Psicologia da aprendizagem. 4. ed. Rio de Janeiro: UVA, 
2016. 
 
 
 
 
Tema 2 
Principais correntes teóricas do 
desenvolvimento e da aprendizagem: inatismo, 
comportamentalismo, interacionismo 
 
 
Quais as principais correntes teóricas do 
desenvolvimento humano? 
 
As teorias do desenvolvimento e da aprendizagem são de várias ordens e podem ser 
classificadas de diferentes maneiras. Optamos por apresentar as correntes que mais 
influenciam as práticas escolares: 
 
• o inatismo; 
• o comportamentalismo; 
• o interacionismo. 
 
 
 
O que o provérbio sugere? Pense um pouco antes de continuar. 
 
 
Inatismo 
 
Podemos relacionar o provérbio citado à teoria inatista, pois o inatismo, como o nome 
indica, postula que as ideias são inatas, isto é, determinadas por fatores biológicos e 
hereditários, anteriores à experiência. Assim, nessa corrente, também conhecida como 
Apriorista ou Nativista, as capacidades (comportamento, personalidade, potencial, 
formas de pensar e conhecer) são herdadas de pai para filho e o conhecimento é pré- 
formado. 
 
Logo, desconsidera as interações socioculturais na formação do sujeito, sendo o 
desenvolvimento pré-requisito para o desenvolvimento mental e cognitivo desde o 
nascimento. 
 
 
 
 
Dessa forma, o ensino consiste em assegurar as condições para que a criança se 
desenvolva naturalmente, pois cada pessoa já nasce com um determinado potencial 
de inteligência, servindo o ambiente apenas para possibilitar o desenvolvimento dessa 
capacidade. 
 
Essa tese fundamenta a teoria do déficit cognitivo, 
que tenta explicar a dificuldade que algumas 
pessoas apresentam para aprender como sendo 
uma falta de capacidade inata. 
 
Na mesma linha, o conceito de “dom” também refere-se a capacidades inatas para 
desenvolver determinada atividade. 
 
Ainda é comum ouvirmos os seguintes comentários: 
 
"Fulano tem dom para 
desenhar!" 
"Beltrano não tem dom para 
jogar bola..." 
 
 
RENÉ DESCARTES: Filósofo, matemático e fisiologista, o 
francês René nasceu em La Haye (em 1802, a cidade 
passou a ser chamada de La Haye-Descartes), província 
de Touraine, no dia 31 de março de 1596. Para ele, que 
era um racionalista (corrente filosófica que priorizava a 
razão e contribuiu para fundamentar as ideias INATISTAS), 
a mente era vista como um dom de Deus; as ideias, inatas; 
e o conhecimento verdadeiro era alcançado pela 
introspecção. 
 
 
 
 
 
E esse provérbio, o que sugere? Uma ação insistente ao longo do tempo? 
 
Comportamentalismo 
 
Se na primeira corrente os teóricos colocavam toda a carga do desenvolvimento nos 
fatores hereditários, nessa outra extremidade temos os que acreditam que a única 
fonte de conhecimento é a experiência. 
 
Nessa linha podemos agrupar os chamados Comportamentalistas e os Ambientalistas. 
 
 
Para essa corrente, 
fundamentada no Empirismo, 
de empeiria = conhecimento 
empírico, experiência, não há 
nada na mente que não tenhapassado pela experiência. 
 
Daí a expressão tábula 
rasa (quadro em branco) para 
se referir à mente humana. 
 
Os pesquisadores atribuem um peso exclusivo ao ambiente e consideram, por sua 
vez, um sujeito da aprendizagem passivo, que deve apreender o conhecimento que, 
desde sempre, está no ambiente externo. 
 
Assim, aprender é apresentar uma mudança no comportamento, e ensinar é modificar 
o ambiente, desenvolver estratégias para operar as mudanças desejadas. 
 
Comumente, os estudiosos dessa corrente tentaram explicar as dificuldades para 
aprender com a teoria do déficit social e também da linguagem. Também, ainda hoje, 
é comum ouvirmos dizer: 
 
 
 
"Fulano não consegue 
aprender porque foi criado 
desta ou daquela maneira." 
"Fulano não consegue 
aprender porque os pais não 
sabem falar direito." 
 
 
 
Interacionismo 
 
A terceira corrente abordada é a interacionista. Como o provérbio sugere, há uma 
troca, uma interação, pois nela são levados em conta tanto os fatores hereditários 
(inatos) quanto os fatores externos (ambientais), sendo o desenvolvimento visto como 
uma evolução. 
 
A aprendizagem, portanto, é uma construção realizada pelo sujeito ao 
longo da vida. 
 
Nessa linha, podemos citar tanto Piaget quanto Vygotsky, já que os dois consideraram 
o conhecimento como fruto da interação do sujeito com o meio que o circunda, não 
desconsiderando, contudo, os fatores hereditários, como dissemos. 
 
No entanto, cada qual vai entender de uma forma o desenvolvimento e a 
aprendizagem, pois enquanto Piaget fundamenta sua teoria em um modelo “biológico”, 
Vygotsky vai atribuir o desenvolvimento à cultura e as relações sociais. 
 
 
 
 
Curiosidade 
 
 
Jean Piaget nasceu no ano de 1896, em Neuchâtel, na 
Suíça. Piaget interessou-se pelas Ciências Naturais, 
trabalhando como malacólogo e formando-se em 
Biologia. Posteriormente, Piaget começa a voltar-se 
para a problemática da evolução da vida, chegando ao 
seu grande projeto que era elaborar 
uma Epistemologia Genética (teoria do 
conhecimento). Piaget faleceu em 1980, aos 84 anos, 
deixando uma vasta obra sobre o pensamento 
humano. 
 
Vygotsky também nasceu no ano de 1896, em Orcha, 
na Bielo-Rússia, e formou-se em Direito, História e 
Filosofia. Inicialmente Vygotsky foi um crítico da 
literatura, interessando-se pela Psicologia da Arte, daí 
passando para o estudo da psicologia geral. Vygotsky 
trabalhou como psicólogo, defectologista e pedólogo. 
Sua busca maior era entender o desenvolvimento dos 
processos psicológicos. 
 
Veja também 
 
1) Skinner, o mais radical dos behavioristas: no site da Revista Nova 
Escola. 
2) O filme “O garoto selvagem” oferece uma ótima oportunidade para 
se discutir as grandes correntes teóricas do desenvolvimento cognitivo. 
 
 
 
 
Ampliando o Foco 
 
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o inatismo, 
comportamentalismo e interacionismo, leia as páginas 14 - 25 do livro da 
disciplina Mendes, Leila de Carvalho. Psicologia da aprendizagem. 4. ed. 
Rio de Janeiro: UVA, 2016. 
 
 
 
https://novaescola.org.br/conteudo/1917/b-f-skinner-o-cientista-do-comportamento-e-do-aprendizado
https://novaescola.org.br/conteudo/1917/b-f-skinner-o-cientista-do-comportamento-e-do-aprendizado
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-29716/
 
Tema 3 
As teorias do desenvolvimento e da 
aprendizagem e a dinâmica escolar 
 
 
Qual a relação entre as teorias do desenvolvimento 
humano e a dinâmica escolar? 
 
As teorias do desenvolvimento e da aprendizagem relacionam-se diretamente às 
práticas escolares. 
 
É possível que o professor não saiba qual a teoria que orienta sua prática, ainda 
assim, há uma teoria fundamentando-a. 
 
Tomar consciência da teoria da aprendizagem adotada é de fundamental importância, 
especialmente para que o professor possa comparar suas ações às suas propostas 
teóricas, pois algumas teorias da aprendizagem não se prestam a determinados fins e 
objetivos, como, por exemplo, a formar um cidadão crítico, lançando mão de uma 
teoria comportamentalista. 
 
A criticidade só pode ser construída por um processo reflexivo. 
 
 Vídeo 
Para saber mais sobre teorias do desenvolvimento e da aprendizagem e 
a dinâmica escolar, assista ao vídeo Teorias da aprendizagem e suas 
implicações na prática escolar, publicado na unidade da disciplina no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
 
O Inatismo na escola 
 
O Inatismo, como vimos, acredita que cada pessoa herda uma determinada 
capacidade, um dom. Assim, basta que se propicie um ambiente favorável que o 
desenvolvimento seguirá seu curso normal, sendo inibido, apenas, quando houver 
nutrientes insuficientes, a não inserção no meio cultural ou forte pressão emocional. 
 
Baseados nas premissas inatistas de que os indivíduos nascem dotados de 
determinadas capacidades, os pesquisadores resolveram medir a inteligência, 
 
surgindo, então, os primeiros testes de inteligência (Qi) elaborados pelos 
franceses, Alfred Binet, psicólogo e pelo médico Theodore Simon. 
 
Esses testes terminaram por dar origem às pesquisas que tentavam explicar o porquê 
do baixo desempenho principalmente das crianças das camadas menos favorecidas. 
Daí surgiu a tese do déficit cognitivo e da privação cultural. 
 
 
A tese do déficit cognitivo explicava o 
baixo desempenho pela falta de 
nutrientes necessários ao 
desenvolvimento. 
 Já a tese da privação cultural, como diz 
o nome, sugeria uma carência de 
estímulos ambientais diversos, entre 
eles, a linguagem. 
 
Além dessas teses, não podemos esquecer o conceito de prontidão, que tem como 
fundamento que a maturação é um pré-requisito para a aprendizagem, tendo 
influenciado, principalmente a aprendizagem da leitura e da escrita. 
 
A partir dessas considerações, não é difícil estabelecer relações da teoria Inatista e a 
prática pedagógica. A educação quase nada pode alterar as determinações inatas, na 
medida em que as aptidões já estão lá desde o nascimento. Dessa forma, o 
desenvolvimento é pré-requisito para o aprendizado, e o desenvolvimento cognitivo é 
alcançado de forma introspectiva. 
 
As práticas espontaneístas, pouco desafiadoras, que subestimam tanto a capacidade 
intelectual do indivíduo quanto a força da educação, podem ser explicadas por essa 
corrente, pois, como dissemos, as características do sujeito estão lá desde sempre e, 
portanto, poucas chances de se modificarem. 
 
O Comportamentalismo na escola 
 
Também conhecido como Ambientalismo ou Behaviorismo, o Comportamentalismo é a 
crença de que a aprendizagem se centra apenas nos comportamentos objetivamente 
observáveis, negligenciando as atividades mentais. O comportamento pode ser 
modificado através da seleção prévia de experiência e da manipulação do meio. 
 
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Os procedimentos didáticos e os conteúdos não 
precisam ter nenhuma relação com o cotidiano do 
aluno e, muito menos, com as realidades sociais. 
Na postura pedagógica, que supervaloriza a 
“cultura geral” (a que se estabeleceu e que deve 
ser transmitida hegemonicamente), cabe ao 
educando apenas ouvir passivamente e executar 
prescrições que lhes são fixadas por autoridades 
externas. 
 
 
A prática pedagógica comportamentalista, para garantir a apreensão do conhecimento, 
valoriza o trabalho individual, a concentração, o esforço pessoal e a disciplina. 
 
A comunicação entre os alunos e as dúvidas são vistas como falta de respeito, 
bagunça, dispersão, indisciplina e “conversas paralelas”. Portanto, privilegia-se a 
interação unilateral adulto-criança, sendo aquele visto como modelo perfeito que deve 
ensinar e moldar o caráter, o comportamento e o conhecimento. 
 
Para alcançar a eficiência no ensino e na aprendizagem, o ensino, centrado no 
professor, deverá ser rigoroso e exigente na tarefa de direcionar, punir, treinar,vigiar, 
organizar conteúdos e recursos de ensino. 
 
O professor (elemento central e único detentor do 
conhecimento) é quem corrige, avalia e julga os 
resultados e comportamentos dos alunos. Ele 
prioriza seus “erros e dificuldades” para que 
ambos sejam eliminados. 
 
A aprendizagem se confunde com a memorização de um conjunto de conteúdos 
desarticulados, através da repetição de exercícios de fixação e cópia, estimulados por 
elogios e recompensas (reforço positivo) ou notas baixas, castigos etc. (reforço 
negativo). 
 
O método se baseia na exposição verbal, 
análise e conclusão do conteúdo, por 
parte do professor, e a verificação da 
aprendizagem se dá através de avaliações 
periódicas, que são utilizadas como 
instrumentos de controle. 
Assim, nesta concepção, é exclusivamente através das relações que os alunos 
estabelecem de forma controlada com os objetos de seu meio físico que a construção 
de conhecimento se dá. Dessa forma, compreende-se que um ambiente rico de 
estímulos proporcionará por isso desafios e aprendizagens. 
 
 
Determinismos inatos ou sociais… 
 
Tanto a concepção inatista como a comportamentalista reforçam a ideia de 
um determinismo prévio, por razões inatas ou adquiridas, causando um 
grande impacto sobre as práticas pedagógicas. 
 
Por outro lado, provocam, também, uma espécie de perplexidade e 
imobilismo no sistema educacional, pois desvaloriza as práticas escolares, 
na medida que a aprendizagem já está determinada ou por fatores inatos 
ou adquiridos. 
 
O Interacionismo na escola 
 
Tanto para Piaget quanto para Vygotsky, o desenvolvimento das estruturas mentais 
não é inato e nem está no meio. Ele faz parte de uma construção a ser feita pelo 
sujeito na interação com o meio. 
 
No entanto, apesar dos dois autores serem interacionistas, eles divergem quanto à 
forma como se opera esse processo. 
 
 
 
Para ambos, é importante destacar que: 
 
• o desenvolvimento não está desde sempre no sujeito, nem é dado somente por 
fatores ambientais. 
• os dois pesquisadores reconhecem fatores hereditários e fatores ambientais, 
mas acreditam que o desenvolvimento não se dá apenas por eles. É preciso 
que haja uma atividade do sujeito. É essa atividade que vai torná-lo o 
protagonista do processo de aprendizagem. 
• com os dois teóricos é possível atribuir um peso maior ao processo 
pedagógico. 
 
Diferentemente do inatismo e do comportamentalismo, onde estavam pré-
determinadas as condições do desenvolvimento e da aprendizagem, no 
Interacionismo, os fatores do meio e as características do sujeito se mesclam à 
atividade do sujeito. 
 
Assim, é possível entender a prática pedagógica como fator preponderante ao 
desenvolvimento e a aprendizagem, embora esses processos sejam entendidos de 
forma distinta para os autores. Nas próximas aulas, estudaremos detalhadamente 
cada um. 
 
Ampliando o Foco 
 
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a teoria do desenvolvimento e 
as práticas escolares, leia as páginas 25 - 30 do livro da disciplina Mendes, 
Leila de Carvalho. Psicologia da aprendizagem. 4. ed. Rio de Janeiro: 
UVA, 2016. 
 
 
 
 
 
 
Encerramento 
 
 
Por que estudar teorias do desenvolvimento e da 
aprendizagem? 
 
Devemos estudar as teorias do desenvolvimento humano para tomarmos consciência 
de qual teoria norteia nossa prática. Conscientes da teoria adotada, podemos 
reorientá-la, de acordo com nossas escolhas e propósitos educativos. 
 
Quais as principais correntes teóricas do 
desenvolvimento humano? 
 
As principais correntes teóricas do desenvolvimento humano são o Inatismo, o 
Comportamentalismo e o Interacionismo. No Inatismo, há a crença de que o 
conhecimento é inato e que o desenvolvimento ocorrerá desde que sejam 
possibilitadas as condições propícias. No Comportamentalismo, temos o extremo 
oposto: o conhecimento provém do meio. Por fim, no Interacionismo, o conhecimento 
é fruto das interações. 
 
Qual a relação entre as teorias do desenvolvimento 
humano e a dinâmica escolar? 
 
A relação entre as TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM E A 
DINÂMICA ESCOLAR refere-se à possibilidade do reconhecimento de que a teoria da 
aprendizagem adotada, consciente ou não, implicará em uma prática pedagógica, e 
que cada teoria do desenvolvimento se presta a determinados objetivos educacionais. 
Por isso, é de fundamental importância que o professor se pergunte que teoria está 
seguindo, e se sua prática é condizente com o seu discurso, de forma que atenda aos 
fins propostos. 
 
Resumo da Unidade 
 
Nessa unidade, você estudou as Teorias do desenvovimento e da 
aprendizagem: inatismo, comportamentalismo e interacionismo. 
 
Vimos que no Inatismo os fatores inatos são determinantes para o 
desenvolvimento e a aprendizagem e que, portanto, nada resta à escola, a não ser 
oferecer um ambiente propício para que o sujeito se desenvolva. 
 
Já no Comportamentalismo, ao contrário, é o meio que determina o 
desenvolvimento e a aprendizagem. Se, no Inatismo, o determinismo se deve a 
fatores hereditários, no Comportamentalismo o determinismo é social. 
 
 
Por fim, estudamos o interacionismo de Piaget e Vygotsky. Para os autores, o 
conhecimento é uma construção que se deve tanto a fatores inatos quanto a 
fatores do meio. Assim, a escola assume um papel importante para o 
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, pois, não havendo determinação, há 
muito a se fazer. 
 
 
Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos 
abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências 
bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de 
ensino publicado na página inicial da disciplina.

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