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TEMA 2-A prática da Educação Ambiental

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01/09/2022 20:23
A Prática da Educação Ambiental
A Prática da Educação Ambiental
Prof. Arthur Rodrigues Lourenço
Descrição
Aspectos teóricos e metodológicos da prática da educação ambiental em diferentes ambientes.
Propósito
Proporcionar um entendimento da dimensão da educação ambiental nas mais variadas esferas da vida humana.
Objetivos
Módulo 1
A Educação Ambiental no Ambiente
Urbano
Analisar a educação ambiental no ambiente urbano.
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Módulo 2
A Educação Ambiental no Ambiente Rural e
em Populações Tradicionais
Analisar a educação ambiental no ambiente rural e em populações tradicionais.
Módulo 3
A Educação Ambiental em Unidades de
Conservação
Analisar a educação ambiental em Unidades de Conservação.
Módulo 4
Projetos de Educação Ambiental
Descrever a construção de projetos de educação ambiental.
A prática da educação ambiental (EA) é um processo contínuo e permanente que deverá ser realizado em conjunto com diferentes instituições parceiras, sempre buscando a construção colaborativa e a minimização de impactos ambientais.
Este conteúdo irá elucidar particularidades da prática da educação ambiental em diferentes contextos, como no ambiente urbano e em Unidades de Conservação, por exemplo. Ao final, serão
pontuadas questões importantes para a elaboração e a execução de um projeto de educação ambiental.
Introdução
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1 - A Educação ambiental no Ambiente Urbano
Ao nal deste módulo, você será capaz de analisar a educação ambiental no ambiente urbano.
Características e componentes do ambiente urbano
As cidades são fruto do desenvolvimento do homem em determinado território, o que muitas vezes está
relacionado às oportunidades que o território oferece. Temos como exemplo das diferentes oportunidades
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de cada localidade os seres humanos que migram de áreas rurais para áreas urbanas em busca de melhores condições de trabalho.
Um ambiente com qualidade de vida só é possível se todas as pessoas que vivem e contribuem para o seu desenvolvimento estiverem satisfeitas nas várias dimensões da vida humana. A paisagem urbana também pode refletir os vários tipos de uso do território, se considerado o contexto histórico, cultural, social,
econômico e ambiental em que o meio urbano está inserido.
O que você imagina quando pensa em urbano?
Quando nos deparamos com a palavra urbano, seja qual for o contexto, logo imaginamos um local com muitas pessoas, intensa movimentação de veículos, cores acinzentadas ou enegrecidas, muitas lojas, luzes e cartazes de propagandas.
A cidade de Mumbai, uma das mais populosas da Índia.
O fato é que a definição do que é urbano ou não vai levar em consideração principalmente a quantidade de pessoas que existem em determinado local, sendo assim, os ambientes considerados urbanos são densamente populosos.
Entre os componentes do ambiente urbano, destacam-se:
Grandes e contínuas edi cações
Prédios, avenidas, praças.
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Muitas habitações
Casas, condomínios, ocupações irregulares e favelizações.
Urbanização e infraestrutura
Iluminação pública, calçadas, serviços de saúde, educação, cultura e lazer.
Uma vez que o meio urbano é constituído pelas modificações que os seres humanos realizam no ambiente natural, torna-se evidente que tais modificações acarretarão algum tipo de impacto ambiental.
Os impactos ambientais, em geral negativos, são diversificados e podem passar despercebidos devido à sua constância no cotidiano dos habitantes. É possível ainda que esses impactos sejam agravados por desinformação, preconceitos e ideologias.
Historicamente, a forma como as áreas urbanas foram construídas e organizadas, na maioria dos casos, não consideraram a degradação ambiental ocasionada para o seu surgimento e consequente
crescimento. Dessa maneira, um futuro modo de vida saudável e em
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harmonia entre os seres humanos e o meio ambiente, urbano ou não, é diretamente afetado.
Impactos ambientais nos ambientes urbanos
Os impactos e problemas ambientais encontrados no ambiente urbano são inúmeros e diversos, podendo variar de acordo com a geografia local, com a infraestrutura para sobrevivência proporcionada pelo governo, com os níveis de escolaridade e poder aquisitivo dos habitantes, entre muitas outras variáveis. Por isso, para se trabalhar a educação ambiental no ambiente urbano, é preciso estar muito atento às questões sociais
que permeiam a problemática ambiental.
Deve-se destinar atenção não só para a mitigação dos impactos ambientais, mas também para as causas dos problemas sociais, o que pode tornar as ações com intuito de promover a conscientização ambiental mais complexas.
Resíduos e poluição
Um dos grandes problemas ambientais relacionados às questões sociais é a geração e o descarte inadequado de resíduos, que podem ser classificados como:
Resíduos líquidos
Popularmente chamados esgoto ou chorume, oriundos do estilo de vida urbano, são também chamados de efluentes. Podem ser de origem doméstica, provenientes das
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casas, prédios e moradias em geral, ou industriais, oriundos de fábricas, refinarias e outros.
Despejo de esgoto.
Esse tipo de resíduo, na maioria das regiões urbanizadas do Brasil, é lançado sem
tratamento em rios, lagoas e outros mananciais, ocasionando odor fétido (poluição do ar), visual desagradável (poluição visual) e até a disseminação de doenças. Em
grandes metrópoles brasileiras, é comum encontrarmos algum rio que se tornou tão poluído ao ponto de atualmente só ter a função de receber e transportar os efluentes para outros locais.
Existem também os resíduos líquidos provenientes de lixões e aterros sanitários, que podem contaminar o lençol freático e causar sérios problemas ambientais.
Resíduos sólidos
Popularmente chamado de lixo — também são um dos problemas ambientais mais comuns no meio urbano. São gerados por praticamente qualquer atividade humana e, se não forem destinados corretamente após o uso, esses resíduos podem se deslocar a grandes distâncias por meio do vento, da correnteza de rios ou da movimentação das marés. É possível encontrar tais resíduos até mesmo em locais não habitados por humanos, como no interior de florestas, no meio do oceano, entre outros.
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Eco barreira para contenção de resíduos sólidos em rio poluído por efluentes.
A presença do lixo em áreas urbanas ainda pode resultar em problemas mais graves, por exemplo, enchentes, obstrução do trânsito e até a disseminação de doenças como dengue e leptospirose, entre outras.
A poluição também é um dos mais comuns problemas ambientais presentes no ambiente urbano e pode ser de diferentes tipos e origens, a saber:
Poluição do ar
Está entre os mais graves tipos de poluição, pois interfere diretamente na saúde e no bem-estar da
população, e ainda pode passar despercebido, demandando ações de conscientização para aumentar a percepção da população para esse impacto. Os gases provenientes da queima de combustíveis fósseis,
emitidos por veículos ou por indústrias em números cada vez mais crescentes nos grandes centros urbanos, são exemplos clássicos de poluição do ar.
O ar poluído podegerar problemas respiratórios na população ou ocasionar o fenômeno das chuvas ácidas, que está relacionado à degradação de monumentos públicos (ex. estátuas e construções históricas), além
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de contribuir para a formação das ilhas de calor. É possível atenuar esse impacto por meio do uso de
veículos elétricos e bicicletas ou apenas pela escolha do transporte público em vez da utilização de veículos particulares.
Poluição sonora
É o excesso de ruídos acima dos níveis aceitáveis para o bem-estar da população. Esse tipo de poluição afeta a saúde mental e física das pessoas, além de ser considerado um crime ambiental.
Áreas com tráfego intenso tem altos índices de poluição sonora.
A poluição sonora pode ser originada por construções, trânsito de veículos, eventos (ex. casas de shows e templos religiosos), propagandas, entre outros. É dever do
poder público fiscalizar e punir os geradores de ruídos acima dos aceitáveis, mas também é necessária a conscientização das pessoas sobre os males da poluição sonora e sobre a existência de órgãos públicos responsáveis por fiscalizar esse impacto.
Poluição visual e luminosa
A poluição visual é ocasionada, em geral, pelo excesso de propagandas de empresas ou pela própria população, devido à depredação e à vandalização das áreas comuns
com pichações, vandalismo, lixo, entre outros.
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Esse impacto pode influenciar a qualidade de vida nos centros urbanos, uma vez que interfere na mobilidade urbana, na descaracterização da arquitetura original e de
patrimônios históricos, e ainda pode causar acidentes automotivos.
Monumento vandalizado por pixação.
O caso da pan etagem e os resíduos sólidos
Uma prática muito comum nos centros urbanos é a panfletagem — o ato de distribuir panfletos. Em geral,
esses panfletos são utilizados para divulgação de alguma coisa, como produtos ou serviços encontrados na região. Essa também pode ser uma forma de informar a população sobre algum problema ambiental que
pode ser evitado.
O ato de distribuir pedaços de papel aleatoriamente, entretanto, pode resultar em problemáticas ambientais, como o lixo nas ruas ou o manejo inadequado de resíduos. É muito comum as pessoas pegarem os
panfletos por “educação” ou por simples comportamento condicionado, no entanto, também é bastante comum as pessoas, em seguida, jogarem o panfleto no chão ou mesmo no lixo, gerando resíduos sólidos.
No período de eleições, normalmente, é maior o impacto ambiental relacionado à panfletagem.
É possível reduzir os impactos provocados por essa
prática?
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A prática da panfletagem deve ser realizada com muita cautela e existem formas de atenuar os problemas ambientais gerados por ela. Uma dessas formas é utilizar menos tinta no panfleto e produzi-lo apenas com as informações realmente relevantes para divulgação. Pode-se optar pelo uso de papel reciclado e carimbo com tinta biodegradável, em vez de folhetos extremamente coloridos produzidos em gráficas com materiais tóxicos.
Outra forma de mitigar essa problemática é destinar os folhetos apenas aos que realmente estão interessados em receber a informação, e não os distribuir
aleatoriamente para qualquer um que passe. Esse tipo de atitude pode ser bem-vista pelo consumidor, que irá considerar o compromisso do anunciante, empresa ou
organização com a sustentabilidade. Isso gera valor agregado e seria uma forma de lobby ambiental.
Panfletagem acontecendo na cidade de Salvador, Bahia.
As causas desses impactos no ambiente urbano
São praticamente comuns a todas as regiões urbanas os resíduos e impactos gerados pelo estilo de vida urbano e industrializado, como a poluição do ar, da água e do solo, a ocupação irregular do solo, a criminalidade e os acidentes.
Fatores como as elevadas taxas de densidade demográfica, o crescimento das áreas construídas, a pavimentação do solo e o desenvolvimento de indústrias nas proximidades dos centros
urbanos podem resultar em alterações significativas na qualidade do
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clima local, tornando, por exemplo, a temperatura do ar mais elevada e desagradável.
Existem também a poluição sonora, a poluição visual e os problemas de circulação relacionados ao elevado número de pessoas circulando, seja em calçadas ou em veículos.
Comentário
Quando se trata de educação ambiental urbana, outros problemas ambientais — ou socioambientais — não podem ficar de fora: os fatores sociais relacionados à má
gestão e à fiscalização do poder público que ocasiona a ocupação de áreas, seja pela iniciativa privada ou pelo domínio de criminosos e grupos paramilitares. Nessas áreas, os impactos ambientais são agravados, já que a ausência de fiscalização abre
margem para a ocupação irregular de áreas preservadas, a poluição de mananciais, entre outras atitudes danosas.
Objetivos da educação ambiental nos diferentes componentes do ambiente urbano
O objetivo geral da educação ambiental é promover a conscientização das diferentes partes integrantes de determinado sistema ou sociedade (população, empresas, poder público, entre outros) sobre os malefícios de condutas geradoras de impactos ambientais. Busca-se promover a mudança de hábitos e
comportamentos condicionados que são considerados normais por muitos, para assim alcançar o bem- estar geral e a garantia de um modo de vida em harmonia entre o ser humano e o ambiente que o cerca.
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Dito isso, os objetivos da educação ambiental no ambiente urbano vão estar relacionados diretamente aos impactos e problemas ambientais presentes e futuros. Visto que esses problemas podem ser diferentes em função da cultura, localização geográfica e práticas locais, trataremos aqui de algumas problemáticas ambientais mais comuns das grandes cidades.
Nas cidades em geral, existem muitos prédios, avenidas e áreas urbanizadas, portanto, as edificações e a infraestrutura urbana são alguns dos componentes mais característicos do meio ambiente urbano. A urbanização, apesar de oferecer melhores condições de vida para os habitantes e para os que a acessam, seja por motivo de trabalho, lazer ou comércio, pode gerar problemas como a poluição do ar, das ruas, das águas, entre muitos outros.
Ações de educação ambiental que mobilizem as empresas, o poder público e outras partes integrantes do sistema podem ser uma alternativa importante para prover informação para as pessoas sobre os problemas ambientais existentes.
Exemplo
No âmbito da educação ambiental informal, eventos tratando da sustentabilidade, como o Dia Mundial da Limpeza de Praias, Rios e Mares, são uma forma de mobilizar a população para atuar diretamente na redução dos resíduos sólidos em tais ambientes. Nesse tipo de evento, é dada visibilidade ao problema dos resíduos sólidos e busca-se a participação dos frequentadores e comerciantes que utilizam o espaço, seja em busca de lazer e entretenimento, seja para obtenção de renda. Ao tornar essas informações acessíveis em locais onde existe um intenso trânsito de pessoas, ocorre a educação ambiental de forma passiva.
Embora essa modalidade seja pouco custosa financeiramente, é difícil medir a sua efetividade. Nesse
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sentido, a educação ambiental informal é uma importante aliada na promoção da conscientização nos espaços urbanos,mas se associada à educação ambiental formal poderá ser mais efetiva e proveitosa.
No caso do Dia Mundial de Limpeza de Praias, além de promover a retirada de
resíduos das praias, também é realizada a quantificação e classificação do que foi coletado, gerando dados que podem ser destinados a plataformas globais de monitoramento de resíduos. Ainda, essa data pode ser motivadora para que
universidades e projetos de pesquisa exponham material científico nesses locais ou até mesmo palestras e aulas podem ser fundamentadas nesse evento e proferidas para alunos nos diferentes níveis de ensino, bem como podem ser realizadas ações sociais, culturais e comerciais.
Folheto informativo sobre o “Dia Mundial de Limpeza de Praias e Rios”, realizado na cidade de Niterói, RJ.
Cartaz informativo sobre o impacto dos resíduos e a preservação de espécies ameaçadas.
Outra forma de conscientizar e informar é pela utilização de placas e letreiros informativos em áreas onde ocorrem os impactos. Tais informações são apreciadas pela população que faz uso desses espaços e também pode atingir aqueles que não procuram ou não se interessam por esse tipo de informação.
E como podemos medir a efetividade das ações de educação ambiental (e g : palestras oficinas cursos pesquisa-ação entre outras)?
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Uma ação de educação ambiental, formal ou não, pode ter sua efetividade mensurada por meio da aplicação de questionários, da avaliação por
profissional qualificado e até pelo feedback (opinião) dos participantes. A
efetividade da ação em EA é uma importante aliada na construção de ações
futuras, já que possibilita o alinhamento e a calibração de determinada prática de conscientização ou mostra a necessidade de tratar de outros assuntos,
relacionados ou não.
Pesquisa-ação na educação ambiental urbana
Neste vídeo, o especialista apresenta a metodologia de pesquisa-ação, e sua relação com os trabalhos de educação ambiental realizados no ambiente urbano, inclusive no contexto escolar.
A educação ambiental no contexto
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escolar
O meio ambiente é definido pela Constituição brasileira como um bem comum e essencial para a qualidade de vida e para a saúde. O Ministério da Educação trata o meio ambiente como um tema comum a diversas disciplinas e reconhece a educação ambiental como essencial e permanente em todo o processo
educacional, sendo incluída pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Base Nacional Comum Curricular
Documento normativo que define as competências e habilidades que se espera dos alunos da Educação Básica no país.
Uma vez incluída como assunto transversal no currículo das escolas, a educação ambiental pode ser tratada em todas as disciplinas, seja do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio. Embora a lei brasileira determine que a educação ambiental deve ser tratada em todas as matérias ministradas em salas de aula, na realidade escolar brasileira, os assuntos relativos à problemática ambiental são abordados geralmente nas disciplinas de Ciências e ou Geografia. A educação ambiental não é uma tarefa fácil para os educadores brasileiros, que sempre estão sobrecarregados pelo sistema educacional, e até mesmo para os alunos que enfrentam aulas lotadas de conteúdo.
Ilustração didático-pedagógica apresentando o papel do educador ambiental no contexto escolar.
A partir da criação da educação ambiental e de sua inclusão no currículo das escolas, os educadores devem contribuir para a formação de cidadãos conscientes pelo desenvolvimento de reflexões e debates sobre
questões ambientais, potencializando nos alunos a capacidade crítica acerca de problemas socioambientais e contribuindo para a formação de valores, o ensino e a aprendizagem.
Para o desenvolvimento desse trabalho em sala de aula, o tema deve ser incluído em situações do dia a dia dos alunos, correlacionando-o ao meio em que vivem, debatendo e trazendo reflexões que visam estimular o
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raciocínio e a visão crítica, alcançada com base nos conteúdos aprendidos nas disciplinas.
Assim, torna-se possível a disseminação do aprendizado em casa, na escola e na própria vizinhança, fazendo com que mais pessoas conheçam a importância das questões ambientais e da sustentabilidade.
Crianças aprendem sobre plantio de árvores.
Atenção
É importante que o educador esteja atento aos problemas ambientais da atualidade e que fazem parte do cotidiano dos alunos, buscando a melhor forma de abordá-los.
Deve-se considerar, nesse processo, a localização da escola, os aspectos culturais dos alunos, o contexto socioeconômico, entre outras particularidades que só podem ser observadas pelo educador em sala de aula ou no caminho para a escola.
Educação Física e educação ambiental
Para muitos educadores, pode parecer uma tarefa impossível relacionar suas disciplinas à educação ambiental, no entanto, com criatividade e boa vontade, essa situação pode ser revertida e até contribuir para melhorar o interesse dos alunos na aula.
Vamos imaginar agora um professor de Educação Física que deseja trabalhar a educação ambiental e, ao mesmo tempo, fazer com que os alunos se interessem por atividades físicas essenciais para a manutenção da saúde. Uma opção para utilizar o tempo destinado para atividade física no trabalho de educação ambiental pode ser a
realização de gincanas, jogos e desafios que envolvam os princípios
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de educação ambiental aprendidos em outras disciplinas, como Ciências, Biologia, Geografia.
Exemplo
Imagine uma atividade que relacione a reciclagem e a coleta seletiva em uma competição de corrida, na qual o aluno é estimulado a aplicar os conhecimentos sobre reciclagem ao retirar ou sortear um determinado resíduo comum do seu cotidiano (ex. garrafa PET) e levá-lo em uma curta corrida até a lixeira correta, aplicando também os conceitos de coleta seletiva. No final, vencerá o aluno ou a equipe que não só tenha o melhor tempo — que corra mais rápido — mas também que destine os resíduos à
lixeira correta.
Esse é um exemplo de como pode ser promovida a educação ambiental em disciplinas que não são diretamente correlacionadas. O profissional de educação física utiliza o conceito de reciclagem e coleta
seletiva das aulas de Ciências para realizar uma competição física e mental. Isso mostra como a educação ambiental pode ser transversal e interdisciplinar.
Crianças em atividade envolvendo a coleta seletiva.
As problemáticas ambientais são cada vez mais frequentes no dia a dia das pessoas e a educação ambiental se faz necessária em todos os níveis sociais, mas principalmente no contexto da educação escolar e com os alunos dos anos iniciais.
É mais fácil conscientizar crianças do que adultos, e elas são importantes transmissoras dos conhecimentos aos adultos que, futuramente, também serão bem informados.
Desse modo, as escolas têm papel fundamental na disseminação de ideias e conhecimentos sobre a melhoria do relacionamento dos seres humanos com o meio ambiente, formando pessoas com pensamento
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crítico e conscientes dos impactos ambientais. Essas pessoas, quando fora do ambiente escolar, levarão os conhecimentos aprendidos na escola para o seu bairro, o seu prédio, a sua família e a sua casa.
Recomendação
Para que isso aconteça, é necessário que os profissionais da educação estejam atentos à proposta pedagógicada educação ambiental formal e informal,
promovendo, mediante ações práticas ou não, a conscientização e a reflexão ambiental, e buscando sempre a correlação dos conceitos com as vivências dos alunos.
Podcast
Neste podcast, entenderemos o que é o lobby ambiental e como esse pode ser um importante aliado na promoção da educação ambiental.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
“A panfletagem vem sendo uma estratégia de marketing cada vez mais utilizada pelos empreendedores do município de Feira de Santana para promover bens ou serviços
que oferecem visando ao lucro. Os panfletos são de diferentes modelos, tamanhos, espessuras e gramaturas. Diversos setores do comércio utilizam deste tipo de
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marketing, setor de festas e eventos, setor de prestação de serviços, de produtos de consumo, imobiliário, setor eleitoral, científico, dentre outros.”
(Adaptado de LAUTON, D. C. R.; NUNES, V. de J.; LIMA, D. P. de. 2020, p. 509).
Quais das opções abaixo representam formas de atenuar o impacto ambiental da panfletagem?
A
Utilizar papel reciclável e tinta biodegradável.
B
Produzir folhetos extremamente coloridos e de alta qualidade gráfica.
C
Recolher os panfletos após o uso e destiná-los para incineração.
D
Entregar os panfletos no horário de maior trânsito de pessoas.
E
Utilizar panfletos de material plástico, como o PVC ao invés de papel.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Entre as estratégias possíveis para se atenuar o impacto que a panfletagem pode causar nas grandes cidades, pode-se utilizar papel reciclável de rápida degradação, assim como optar pela utilização de menos tintas ou de tinta
composta de elementos menos tóxicos para o meio ambiente. Os folhetos produzidos por gráficas utilizam papéis duráveis com muitas cores e tintas
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Sempre será uma opção melhor utilizar o papel em vez de plástico, pois o
papel é um resíduo biodegradável e o plástico não.
que podem agredir o meio ambiente de diversas formas e agravar o impacto ambiental que a panfletagem tem no meio urbano. Recolher os folhetos após o uso é uma forma de reduzir os resíduos sólidos, entretanto, após recolhidos, esses folhetos devem ser destinados para a cadeia de reciclagem, pois a incineração desse material é poluente para a atmosfera. A panfletagem quase sempre ocorre nos horários de maior movimentação de pessoas, o que agrava o impacto ambiental gerado por ela, já que mais panfletos serão distribuídos
em menor tempo e talvez para pessoas desinteressadas na informação.
Questão 2
O ambiente urbano é caracterizado por possuir grandes e contínuas edificações, alta concentração de habitações e desenvolvida infraestrutura. A educação ambiental voltada para o ambiente urbano se faz necessária por diversos motivos, que incluem
A
a conscientização sobre os benefícios da utilização de automóveis particulares.
B
a conscientização sobre os malefícios da poluição do ar e da água.
C
a conscientização sobre os malefícios da alimentação orgânica.
D
a conscientização sobre os benefícios das extensas áreas de cultivo de soja em substituição à vegetação nativa.
E
a conscientização sobre os benefícios das estradas, grandes centros comerciais e parques urbanos.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A educação ambiental voltada para o ambiente urbano se faz necessária por motivos que incluem a conscientização sobre os malefícios da poluição do ar e da água. O ar e a água são diretamente impactados pelos resíduos da atividade industrial e das atividades de subsistência da população em geral. A utilização de transportes coletivos em vez de automóveis particulares é
preferida quando se trata de gerar menor impacto ambiental. O consumo de alimentos orgânicos não impacta nossa saúde e não polui os solos e corpos d'água com agrotóxicos. O cultivo de soja é uma das grandes ameaças à
vegetação nativa, quando o primeiro tem prioridade sobre o segundo por motivações econômicas. A construção de estradas e centros comerciais impacta o meio ambiente por resultar em perda de habitat natural e por estar ligada a outros tipos de poluição, como a poluição do ar, do solo e da água, bem como as poluições sonora e visual.
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2 - A Educação Ambiental no ambiente rural e em populações tradicionais
Ao nal deste módulo, você será capaz de analisar a educação ambiental no ambiente rural e em comunidades tradicionais.
Características e componentes do ambiente rural
O ambiente rural é caracterizado principalmente em função de sua densidade demográfica, que difere do ambiente urbano por ser uma área menos populosa, menos construída e mais preservada ambientalmente.
Densidade demográ ca
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Densidade populacional.
Ambiente tipicamente rural no estado de Minas Gerais, Brasil.
As características e os componentes do ambiente rural são:
Baixa densidade populacional – relação entre população e superfície do território.
Urbanização escassa ou ausente – estradas de terra, ausência de rede de água e esgoto, iluminação pública e outros.
Predominância de áreas destinadas à agropecuária em larga escala – cultivo de vegetais, criação de animais, entre outras.
Pouca área construída – fazendas, sítios, chácaras e casas esparsamente distribuídas em meio a grandes porções de terra descampada.
Pouca infraestrutura – pequenas escolas, ausência de hospitais, comércios e outros serviços básicos como coleta de lixo, água encanada, sistema de esgoto e até luz elétrica.
Predomínio de atividades econômicas do setor primário de produção – agricultura, pecuária, silvicultura, extrativismo.
População com baixa escolaridade – em geral, são pessoas que vivem de serviços rurais de baixa demanda técnica, predominando o trabalho braçal, o que é agravado pelo difícil acesso a centros educacionais ou culturais.
Elementos naturais preservados – áreas florestadas, rios com água limpa e ar puro.
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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o território brasileiro pode ser classificado de acordo com o grau de urbanização, que demostra a proporção de áreas rurais e urbanas no território brasileiro. Para alcançar essa classificação, é necessário quantificar o número de habitantes para definir a densidade populacional de cada área e se obter o percentual de áreas densamente ocupadas, sendo definido como área densamente ocupada aquela que apresente mais de 300 habitantes por
quilômetro quadrado.
Mapa demostrando o grau de urbanização do território brasileiro.
Desse modo, foi definido pelo IBGE:
Regiões com alto grau de urbanização
Quando mais de 75% da população resida em áreas de ocupação densa.
Regiões com moderado grau de urbanização
Quando entre 50% e 75% da população resida em área de ocupação densa.
Regiões com baixo grau de urbanização
Quando 50% da população resida em área de ocupação densa.
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A educação ambiental no ambiente rural
Para trabalhar a educação ambiental, deve-se ter noção dos impactos ambientais que as atividades humanas podem ocasionar no meio ambiente. Diferentemente do ambiente urbano,o modo de vida rural está mais relacionado aos elementos da natureza. Por vezes, isso torna mais palpável o trabalho de EA nesses ambientes, pois a população tende a ser mais dependente do meio natural para sua sobrevivência.
Tanques com água captada das chuvas para a irrigação de plantações.
Em comunidades que possuem como principal fonte de renda a agricultura, por
exemplo, seja ela com fins comerciais ou apenas de subsistência, existe a consciência coletiva do quanto a disponibilidade de água pode ser importante para a manutenção dos cultivos e da vida como um todo.
Para o trabalho de educação ambiental, deve-se atentar aos problemas ambientais na área de atuação e adaptar os projetos e seus objetivos para a realidade das pessoas a serem conscientizadas.
A seguir, veremos alguns dos impactos ambientais no ambiente rural.
Resíduos
Como qualquer atividade humana tende a gerar algum tipo de resíduo, no meio rural não é diferente. É comum que regiões rurais sejam afastadas dos grandes centros
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urbanos e o serviço de coleta de lixo público seja deficiente ou até ausente. Nesse sentido, uma prática comum no ambiente rural é o despejo de resíduos sólidos em áreas naturais ou periféricas. Tal prática tende a oferecer “alimento” inadequado para fauna natural que por vezes adentra propriedades ou distritos rurais em busca de alimento.
Outro agravante é a queima dos resíduos sólidos, que também é uma prática comum nesses locais. Esse comportamento tem influência direta na qualidade do ar local e na emissão de poluentes.
Queima de resíduos da agricultura.
Os resíduos líquidos (efluentes) também estão presentes nos vilarejos e nas fazendas e por vezes são despejados sem tratamento prévio em córregos nas proximidades, contribuindo para degradação de toda a rede hidrográfica regional.
Agricultura
Entre as atividades econômicas das regiões rurais, a agricultura é a mais
predominante e é uma prática que ocasiona variados impactos ambientais. A utilização de agrotóxicos pode contaminar o lençol freático e ocasionar danos a toda a população do entorno. Especialmente em locais que, em geral, não possuem abastecimento de água por rede pública, a obtenção de água é feita de nascentes, córregos e poços.
O uso de agroquímicos é um inimigo silencioso dos seres humanos, já que seus danos geralmente não são observados no curto prazo. Essas substâncias podem também
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contaminar o solo e influenciar os seres vivos dos ecossistemas naturais.
O uso frequente de agrotóxicos pode contaminar o lençol freático e oferecer riscos à saúde da população.
Outro agravante é o risco direto a que estão sujeitos os trabalhadores que aplicam essas substâncias e a população próxima às plantações. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde, a intoxicação por agrotóxicos pode ocasionar
problemas cardíacos, renais, alérgicos e doenças crônicas como Parkinson e câncer.
Dica
Uma alternativa para amenizar os efeitos da agricultura no meio ambiente pode ser o incentivo à utilização de técnicas de cultivo com menor impacto ambiental, como a
permacultura e a agroecologia, por exemplo.
Podcast
Neste podcast, abordaremos as técnicas de agroecologia e permacultura e como se relacionam com o desenvolvimento de uma agricultura sustentável e com os objetivos da educação ambiental no ambiente rural.
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Queimadas e incêndios florestais
A prática de queimadas pode causar grandes incêndios florestais.
No meio rural, é muito comum e até cultural a utilização do fogo para preparar áreas de plantio ou para lidar com os resíduos. Apesar disso, queimar lixo e até produzir
fogo intencional em propriedade privada é considerado crime ambiental, passível de multa e prisão.
O crime se agrava quando o fogo intencional em propriedade privada perde o controle e atinge áreas naturais preservadas, como áreas florestais ou com vegetação natural preservada, unidades de conservação, reflorestamentos e até propriedades e
plantações vizinhas.
Caça, pesca e extrativismo
A população residente em áreas rurais possui o costume de obter alimentos não convencionais de áreas naturais preservadas, sendo uma prática comum nesses locais a caça de animais silvestres, a domesticação, a retirada de vegetais nativos (ex. palmito, frutos, madeira, entre outros) e a pesca, seja para alimentação ou comercialização. Tais atividades podem resultar em sérios danos à biodiversidade
regional.
Espécies como o tatu (Euphractus sexcinctus) e a paca ( Cuniculus paca) são alguns dos animais silvestres mais utilizados para alimentação por populações rurais. Outros
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animais, como a anta (Tapirus terrestris) e a tartaruga tracajá (Podocnemis unifilis ), são ameaçados de extinção e também são muito apreciados por populações rurais para alimentação.
A paca (Cuniculus paca) é um animal muito utilizado para alimentação.
Existe também a caça de animais para domesticação e comercialização. A arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), por exemplo, é um animal que atualmente se encontra ameaçado de extinção e até extinto em alguns locais devido à captura para comercialização com fins de domesticação. A jiboia (Boa constrictor), apesar de não
ter sido enquadrada em alto grau de ameaça para extinção, cada vez mais é capturada e mantida em cativeiro como animal de estimação.
Saiba mais
No caso da jiboia, apesar de ser considerada de fácil manutenção em cativeiro,
diversos problemas surgem em decorrência dessa prática, por exemplo, a transmissão de doenças para o homem, como a salmonelose que é causada por bactérias do
gênero Salmonella. Ainda, esses animais podem viver até 30 anos em cativeiro e alcançar alguns metros de comprimento, sendo muitas das vezes abandonados pelos criadores em áreas inadequadas.
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Indivíduos de Callithrix jacchus vivendo livremente no Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro.
Um exemplo clássico de animal selvagem capturado e mantido como animal doméstico é o do sagui (Callithrix jacchus). Esse caso tem íntima relação com o êxodo da população rural para grandes centros urbanos. O sagui, nativo do Nordeste do Brasil, foi introduzido nas áreas preservadas do Sudeste, causando danos ambientais como a predação de aves nativas.
Uma das prováveis causas dessa introdução foi a migração da população rural do
Nordeste para o Sudeste do Brasil. As pessoas que vinham para as cidades em busca de melhores oportunidades de vida traziam consigo os costumes e as práticas culturais de sua região, entre elas, a criação do sagui como animal doméstico. Por
vezes, esses animais eram acidentalmente ou até intencionalmente soltos na natureza.
Hoje em dia, existe a consciência de que a presença desse animal nessas áreas causa impactos ambientais, principalmente porque os ovos de pássaro fazem parte da sua alimentação. Em algumas áreas como o Parque Nacional da Tijuca, foi constatada a significativa redução de aves devido à predação do sagui. Um dos trabalhos de educação ambiental realizado pela Unidade de Conservação é promover a
conscientização das pessoas para que não alimentem esses animais, além de realizar ações de castração de indivíduos com objetivo de reduzir a densidade populacional deles e possibilitar a reprodução das aves nativas.
Objetivos da educação ambiental em áreas rurais
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O meio ambiente rural possui muitas possibilidades para realização do trabalho de educação ambiental,
principalmente da educação ambiental informal, já que existe a possibilidade de sair da sala de aula para o ambiente natural. Esse trabalho tende a valorizar os recursos naturais e reaproximar os seres humanos da natureza.
Desde a década de 1970, a “revolução verde” traz práticas agrícolas que objetivam a exploração extrema dos recursos naturais e a utilização de agroquímicos. Contudo, sabe-se hoje que esse modelo é insustentável para o meio ambiente e para pequenos produtores que desempenham a agricultura familiar.
Avanço de área agrícola sobre vegetação natural.
Em outro sentido, a modernização agrícola favoreceu o avanço das áreas agrícolas sobre áreas de vegetação natural, o que resultou em desemprego e diminuição da qualidade e da quantidade de recursos naturais, assim como a perda de
conhecimentos tradicionais sobre modos de produção mais harmoniosos com o meio ambiente.
Em meio a tantos impactos, existem também as escolas do campo, como são chamadas as poucas instituições formais de ensino que estão localizadas na área rural. Nesses locais, trabalha-se mais a
educação ambiental no contexto cultural das comunidades rurais. Em 2009, o Ministério do Meio Ambiente assumiu o compromisso de iniciar a construção de um programa de educação ambiental no contexto da agricultura familiar. O Programa de Educação e Agricultura Familiar (PEAAF) foi instituído em 2012 e tem entre suas diretrizes:
Articular a educação ambiental em seu caráter formal e não formal, incorporando o componente de educação ambiental não formal em projetos e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural e inserindo os espaços formais de educação nos processos pedagógicos a serem propostos.
(BRASIL, 2012, p. 4)
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Cada vez mais fica explícita a desconexão do ser humano com o meio natural e isso também está presente no contexto rural. Por isso, a educação ambiental é um instrumento para enriquecer o conhecimento, sensibilizar a comunidade rural e promover a reconexão com a natureza.
Dica
Dentro do contexto da educação ambiental no meio rural, existe o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), que disponibiliza, em algumas localidades, capacitação e materiais didáticos para professores de escolas rurais.
Turismo no ambiente rural
Atividades turísticas são cada vez mais comuns no ambiente rural e podem fornecer importantes alternativas econômicas para a população rural. Se realizadas da maneira certa, também podem contribuir para a preservação no espaço e para a valorização dos recursos naturais. Ainda assim, deve-se observar
que tais práticas também podem agredir a natureza e agravar os impactos ambientais, bem como proporcionar o surgimento de outros impactos anteriormente não observados nessas regiões.
O turismo, quando realizado com respeito à natureza e fundamentado nos conceitos de educação e sustentabilidade, torna-se ecoturismo sendo, portanto, uma forma de praticar a educação ambiental em áreas rurais e preservadas.
Ecoturismo
Atividade turística que utiliza do patrimônio natural e cultural para incentivar a conservação de áreas preservadas.
Algumas das práticas de ecoturismo são a observação de fauna, flora, formações geológicas, visitação de cavernas e locais de interesse antropológico (ex. pinturas rupestres), trilhas, caminhadas e safaris
fotográficos.
Curiosidade
No Brasil, estima-se que a prática de ecoturismo fature anualmente 70 milhões de dólares, além de ser um dos segmentos do turismo que mais cresce globalmente.
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Nesse contexto, existe ainda o que tem sido denominado como turismo rural ou agroturismo, uma modalidade turística que tem o objetivo de proporcionar às pessoas, geralmente residentes de grandes metrópoles, um contato direto com a natureza, a agricultura e as tradições locais.
Esse tipo de turismo é fundamentado em hospedagens domiciliares e familiares de áreas rurais, onde, em geral, são desenvolvidas atividades agrícolas nas quais os visitantes se envolvem. Algumas dessas atividades podem ser impactantes para o meio ambiente, enquanto outras podem ser úteis como ferramenta de promoção da educação ambiental.
Exemplo
Entre as atividades encontradas nessa modalidade de turismo, estão os passeios a cavalos ou em veículos 4x4, a pesca esportiva, as trilhas e os acampamentos.
Uma alternativa para algumas propriedades rurais é a transformação de terras anteriormente utilizadas para agricultura e pecuária em locais para a promoção da conservação ambiental, como é o caso das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), por exemplo. O número de RPPNs cresce progressivamente no Brasil.
O Santuário do Caraça, em Minas Gerais é uma das grandes Reservas Particulares de patrimônio Natural do país.
Em geral, é realizado o reflorestamento da área anteriormente desmatada para o desenvolvimento de cultivos de espécies exóticas, entre outras atividades, como a educação ambiental. Nesses locais, podem
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ser estimulados o ecoturismo, a utilização do espaço para realização de aulas de campo, eventos e oficinas para a população do entorno ou para o público visitante.
Vamos conhecer um projeto de educação ambiental na zona rural?
Neste vídeo, visitamos um centro de educação ambiental, para ver de perto como pode ser praticada a educação ambiental com os dados de trabalhos de monitoramento de impactos ambientais em uma rodovia, no ambiente rural.
A educação ambiental em comunidades tradicionais e aldeias indígenas
De acordo com a legislação brasileira, as comunidades tradicionais são definidas como grupos culturalmentes diferenciados que possuem formas próprias de organização social, sendo característica comum dessas populações a utilização de conhecimentos, inovações e práticas geradas e transmitidas pela tradição ancestral.
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Inicialmente, eram reconhecidas como comunidades tradicionais os povos indígenas e os quilombolas, no entanto, esse conceito foi ampliado com a criação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT) pelo Ministério do Meio Ambiente. A partir daí, são compreendidas como comunidades tradicionais, além dos indígenas e quilombolas, as populações de matriz africana e terreiro (umbandistas e candomblecistas), ribeirinhos e comunidades extrativistas (ex. seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco) e pescadores tradicionais (ex. caiçaras), entre outros.
Algumas das características das comunidades tradicionais são:
Dependência da natureza
As moradias, os costumes e os modos de vida são organizados de acordo com os ciclos da natureza e a disponibilidade de recursos naturais.
Apego territorial
Constroem e mantêm suas moradias em locais específicos por várias gerações.
Exploração da natureza
Principalmente para a manutenção de subsistência, como a agricultura familiar, a coleta, a caça e a pesca.
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O modo de vida dos povos tradicionais, quando comparado com o da sociedade moderna que os cerca, mostra uma vivência muito mais harmoniosa com o meio ambiente, considerando o baixo impacto ambiental que essas comunidades provocam nas áreas naturais que as cercam.
Utilizando imagens de satélite, fica evidente a diferençada degradação ambiental ao comparar uma área urbana, uma área rural e uma reserva indígena.
Área urbana.
Área rural.
Utilização de tecnologias tradicionais para o extrativismo
Uso de equipamentos para plantio, artes de pesca e caça, por vezes artesanais — feitos à mão nessas comunidades, com a matéria-prima ali encontrada — o que reduz o impacto ambiental.
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Reserva indígena.
Impactos ambientais das comunidades tradicionais e práticas de educação ambiental
Embora possuam uma relação menos depredatória do meio ambiente quando comparadas à sociedade urbana ou rural, as comunidades tradicionais não são isentas de provocarem impactos ambientais negativos. A agricultura desempenhada por essas comunidades é realizada em uma escala bem menor do que o modelo industrial tão presente no ambiente rural, mas também tem consequências negativas como o desmatamento e a exclusão de espécies naturais.
Religiões de matriz africana, por exemplo, têm o costume cultivar plantas exóticas, como espada de São Jorge, comigo-ninguém-pode e dendezeiro, em áreas de
vegetação natural. Ainda, costumam deixar os resíduos das atividades ritualísticas em ruas, avenidas, florestas, praias e Unidades de Conservação, que podem se tornar,
entre outras coisas, alimento inadequado para a fauna silvestre.
Para as religiões de matrizes africanas, é eminentemente necessária a realização de
trabalhos de educação ambiental que incentive o uso de materiais biodegradáveis em
vez de plásticos, cerâmicas e vidros, além de estimular a retirada dos resíduos após a realização das suas atividades ritualísticas.
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Alguns povos tradicionais praticam o cultivo de espécies de animais (ex. suinocultura, avicultura) dentro de suas propriedades que são destinadas para esse fim. O problema surge da proximidade entre muitos dos
territórios reservados para as comunidades tradicionais e as Unidades de Conservação, pois, eventualmente, esses animais podem fugir dos cultivos e adentrar as áreas preservadas.
Outra atividade muito comum em algumas comunidades tradicionais do Brasil é a produção de artesanato, que pode gerar alguns impactos ambientais se não for respeitado o tempo de regeneração da natureza.
Quando realizada no contexto de manutenção dos costumes e cultura, essa atividade utiliza matérias-
primas de forma substancial, o que não afeta o processo regenerativo de espécies das quais são extraídos frutos e sementes, considerando também partes de animais (ex. penas, dentes) e minerais (ex. argila, rochas, pedras preciosas).
Recomendação
Em muitas comunidades, a venda de artesanato para turistas representa uma das principais fontes de renda e esse fato deve ser observado e talvez trabalhado em projetos de educação ambiental, com o intuito de amenizar alguns dos impactos,
tornando a atividade de produção de artesanato ainda mais valorizada do ponto de vista da preservação ambiental.
As comunidades tradicionais indígenas e caiçaras utilizam atividades de caça, pesca e coleta para obtenção de proteína em sua alimentação. Algumas espécies caçadas e
pescadas, já tão predadas pelo “homem moderno”, encontram-se ameaçadas de extinção, como a onça, a anta e certas espécies de pescado.
A onça-pintada é uma espécie ameaçada de extinção por conta da caça predatória.
Nesse contexto, cabe realizar ações de educação ambiental nessas comunidades, a fim de conscientizá-las das espécies que estão em risco de extinção ou não, buscando o direcionamento da atividade para uma
exploração menos degradante.
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Compreende-se, portanto, que a educação ambiental deve considerar não só as questões ambientais, mas também as particularidades sociais, culturais e políticas em que estão imersas as comunidades
tradicionais do Brasil.
A metodologia aplicada ao trabalho de educação ambiental nessas comunidades pode ser fundamentada em estudos de caso, como a observação detalhada das práticas, dos costumes e da sua inter-relação com os recursos naturais circundantes.
Exemplo
Entrevistas formais ou informais são meios de se atingir tal objetivo: aplicar
questionários oralmente para professores, alunos, moradores e demais integrantes dessas comunidades é uma forma de conhecer o pensamento das partes e identificar as problemáticas ambientais a serem abordadas em palestras, oficinas e outras ações no âmbito da educação ambiental.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
“Nesse trabalho, proponho uma definição integradora de paisagem como sendo "um mosaico heterogêneo formado por unidades interativas, sendo esta heterogeneidade existente para pelo menos um fator, segundo um observador e numa determinada
escala de observação". Esse "mosaico heterogêneo" é essencialmente visto pelos olhos do homem, na abordagem geográfica, e pelo olhar das espécies ou comunidades estudadas na abordagem ecológica. O conceito de paisagem proposto evidencia ainda que a paisagem não é obrigatoriamente um amplo espaço geográfico ou um novo nível hierárquico de estudo em ecologia, justo acima de ecossistemas,
pois a escala e o nível biológico de análise dependem do observador e do objeto de estudo. A ecologia de paisagens vem promovendo uma mudança de paradigma nos
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estudos sobre fragmentação e conservação de espécies e ecossistemas, pois permite a integração da heterogeneidade espacial e do conceito de escala na análise
ecológica, tornando esses trabalhos ainda mais aplicados para resolução de problemas ambientais” (METZGER, J. P. 2001, p. 1).
Analisando as alternativas abaixo, marque a que melhor representa a paisagem do ambiente rural.
A
Casas construídas sobre a água, na margem de grandes rios amazônicos, pequenas canoas utilizadas para a pesca de subsistência e vegetação aquática circundante.
B
Grandes construções verticais, intercaladas por movimentadas avenidas asfaltadas com intenso trânsito de veículos motorizados,
lojas, shoppings e comércio variado, com vegetação esparsamente distribuída ao longo das calçadas, em geral antigas árvores e
pequenos canteiros.
C
Casas de pau-a-pique em meio a uma densa vegetação florestal circundante, com acesso dificultado por estradas de terra em
péssimas condições, trilhas ou caminhos só acessados com a ajuda de guias locais.
Casas distribuídas esparsamente, circundadas de quintais com árvores, com pequenos cultivos de hortaliças e criações de
D
subsistência, próximas de verdejantes descampados, protegidas por
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cerca de arame farpado, acessadas por estradas sem calçamento.
E
Casas rústicas de alvenaria, construídas sobre a areia fina de praias, pequenos barcos de pesca, criação de animais e cultivo de alguns
poucos animais para subsistência, isolados, acessados apenas mediante barco ou trilha em meio a áreas florestadas circundantes.
Parabéns! A alternativa D está correta.
caracterizadas a paisagem do ambiente urbano e de comunidades
tradicionais, como os ribeirinhos amazônicos e caiçaras.
A paisagem rural é composta por pequenas propriedades esparsamente distribuídas ao longo de trechos de estradas de terra, intercaladas por grandes áreas descampadas utilizadas para agricultura ou pecuária em larga escala.
As casas do ambiente rural em geral são circundadas de quintais onde são plantadas árvores frutíferas e na maioria deles são criados animais com fins alimentar para subsistência familiar.Nas outras alternativas, são
Questão 2
Qual das alternativas abaixo melhor caracteriza uma comunidade tradicional?
A
Uso de técnicas ancestrais de caça, pesca e extrativismo de subsistência.
B
Ausência de urbanização.
C
Baixa densidade populacional.
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D
Predominância de áreas destinadas à agropecuária.
E
Pouca área construída.
Parabéns! A alternativa A está correta.
As comunidades tradicionais são caracterizadas principalmente em função dos costumes tradicionais no modo de viver, como a utilização de técnicas ancestrais para a obtenção de alimento, técnicas essas que são passadas entre as gerações e estão intimamente relacionadas com a área em que a comunidade está localizada. As demais alternativas, apesar de também
poderem caracterizar algumas comunidades tradicionais brasileiras, também são comuns ao ambiente rural.
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3 - ¨A Educação Ambiental em Unidades de Conservação
Ao nal deste módulo, você será capaz de analisar a educação ambiental em Unidade de Conservação.
O que é uma Unidade de Conservação?
De acordo com a Constituição Federal de 1988, no Brasil:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
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(BRASIL, art. 225, 1988)
Nesse sentido, as Unidades de Conservação (UC) são áreas naturais de relevante interesse ecológico que merecem ser protegidas por suas características especiais e os aspectos naturais relevantes para a preservação da natureza e manutenção da vida, incluindo territórios com inegável beleza cênica e recursos ambientais em abundância, como aquíferos, espécies ameaçadas, formações geológicas, entre outros.
Existem, ainda, as unidades de conservação de uso sustentável, que são áreas protegidas com o objetivo não só de preservar a natureza, mas também de conciliar a presença humana e a exploração dos recursos naturais.
Reserva Particular do Patrimônio Natural Salto Morato (PR).
As unidades de conservação são criadas pelo poder público mediante a realização de estudos técnicos sobre a importância ecológica da área e, em alguns casos, mediante consulta pública. Esses locais ficam sujeitos a normas e regras especialmente criadas para cada caso, que só podem ser alteradas ou descumpridas a partir de medidas legislativas. As unidades de conservação são classificadas como
Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável. A seguir, apresentamos as principais características de cada uma.
Unidades de Conservação de Proteção Integral
Seu principal objetivo é preservar a natureza. As ações realizadas preveem apenas o uso indireto do espaço e dos recursos naturais, não sendo permitida a coleta, o dano e a extração de recursos naturais para
consumo. Nessa modalidade de UC, são desenvolvidas atividades de recreação, turismo ecológico, práticas esportivas, pesquisa científica, atividades de educação e interpretação ambiental, entre outras.
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Alguns exemplos de UC de Proteção Integral são:
Atividades turísticas nas cachoeiras do PARNA Chapada dos Veadeiros, Goiás.
Parque Nacional (PARNA)
Objetivam preservar os ecossistemas naturais de inquestionável relevância ecológica e beleza cênica.
Entre as atividades realizadas nessa área protegida, estão a pesquisa científica, a recreação, o turismo e também a educação ambiental.
Atividade recreativa com crianças no MONA Morros do Pão de Açúcar e da Urca, no Rio de Janeiro.
Monumento Natural (MONA)
Objetivam preservar locais naturais raros, únicos e de reconhecida beleza cênica e apego popular, como cachoeiras, formações rochosas, arquipélagos, entre outros. A visitação pública e a pesquisa científica são permitidas, porém, de forma mais restrita e de acordo com as regras estabelecidas pelo órgão administrador e seu plano de manejo.
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A Prática da Educação Ambiental
Atividade de observação de fauna e contemplação da natureza na REBIO União, no Rio de Janeiro.
Reserva Biológica (REBIO)
Busca a preservação integral de toda a biota da área delimitada e outros atributos naturais existentes. Não são permitidas interferência humana direta e modificações ambientais, com exceção para medidas de recuperação e manejo de áreas impactadas pela ação humana. Nessa área, ficam previstas normas mais restritas de utilização, em geral, sendo permitida apenas a pesquisa científica e a visitação com objetivo educacional.
Biota
Conjunto de seres vivos de uma determinada região.
Têm como objetivo principal promover o uso sustentável dos recursos naturais de forma compatível com as premissas da preservação ambiental. Nessas áreas, é permitida a presença humana e atividades como coleta de produtos florestais (ex. frutos, sementes e madeira) e animais (ex. pesca e cultivo de organismos), sempre realizadas de acordo com o plano de manejo e nos modelos especificados, para manter os recursos naturais em constante renovação e não interferir em processos ecológicos.
Alguns exemplos de UC de Uso Sustentável são:
Unidades de Conservação de Uso Sustentável
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A Prática da Educação Ambiental
Placa informativa sobre os regulamentos da pesca artesanal na APA Delta do Parnaíba, no Piauí.
Área de Proteção Ambiental (APA)
Áreas onde existe grau elevado de ocupação humana, mas ainda estão presentes atributos naturais e aspectos culturais que merecem proteção e organização. Nesses locais, além da proteção da diversidade biológica, existe o objetivo de organizar o processo de ocupação humana e assegurar a sustentabilidade no uso dos recursos naturais.
Atividade de resgate de animais agregados aos resíduos submersos no evento “Dia Mundial de Limpeza de Praia e Rios” realizado na RESEX
Marinha de Itaipu, no Rio de Janeiro.
Reserva Extrativista (RESEX)
Locais utilizados pela população da região para o extrativismo de subsistência, agricultura e criação de animais. Nas áreas delimitadas, objetiva-se proteger os modos de vida e a cultura — principalmente de populações tradicionais — além de utilizar conscientemente os recursos naturais.
Letreiro informativo utilizado para promover a EA na RPPN Reserva Ecológica Guapiaçu, no Rio de Janeiro.
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
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Áreas privadas criadas a partir da vontade do proprietário, não havendo a desapropriação de terra. Têm como objetivo principal a conservação da diversidade biológica e dos recursos naturais. São permitidas pesquisas científicas e manejo de recursos naturais, bem como atividades recreativas, turísticas e de
educação ambiental.
Você conhece uma RPPN?
Neste vídeo, iremos visitar uma RPPN para ver de perto como é realizado o projeto conservacionista da preservação e como este se relaciona com os objetivos da EA, com a pesquisa científica e com a
preservação da biodiversidade.
Quem são os responsáveis por gerir a prática da educação ambiental nas Unidades de Conservação?
A Lei 9.985, de 18 de julho de 2000, instituiu o Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC), o qual regulamenta a criação e manutenção dasUCs por esferas governamentais (federal, estadual, municipal) ou iniciativa privada.
Alguns dos objetivos da SNUC são:
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contribuir para a conservação de espécies e recursos genéticos;
proteger espécies ameaçadas de extinção;
promover a preservação e restauração da diversidade ecossistêmica em ambientes degradados;
promover o desenvolvimento sustentável, regulando o uso de recursos naturais;
proteger características geomorfológicas, arqueológicas e culturais relevantes;
incentivar e proporcionar condições para o desenvolvimento de pesquisas científicas, estudos de monitoramento ambiental e projetos de educação ambiental.
As unidades de conservação federais são administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), já as unidades estaduais e municipais são de responsabilidade de sistemas
estaduais ou municipais de Unidades de Conservação.
Parques Nacionais (PARNA) por exemplo, são administrados pelo ICMBio, isto é, são de responsabilidade do poder público federal, enquanto os Parques Estaduais são de responsabilidade do poder público estadual.
Da mesma forma, os Parques Municipais são de responsabilidade das respectivas prefeituras e seus órgãos subordinados.
Exemplo
No estado do Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) é o responsável pela administração dos Parques Estaduais, como o Parque Estadual da Pedra Branca, localizado na capital. Já no município de Niterói, existe o Parque Natural Municipal de Niterói, que é gerido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS), vinculada à prefeitura municipal.
Como são responsáveis por criar, gerir e manter a UC, essas entidades públicas também são responsáveis por promover a educação ambiental nesses locais.
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A Prática da Educação Ambiental
Pedra do Ponto, localizada no ponto mais alto do Parque da Estadual da Pedra Branca, no Rio de Janeiro.
A educação ambiental formal em Unidade de Conservação
Mediante a educação ambiental formal, podem ser elaborados projetos articulando gestores e técnicos da unidade de conservação, instituições privadas, secretarias municipais de educação e seus subordinados.
A partir de um levantamento prévio das necessidades escolares nas proximidades e até dentro da UC, torna- se possível utilizar as vivências dos professores, diretores e gestores escolares para a construção de ações direcionadas e adaptadas para a realidade na região. Por outro lado, as UCs conseguem o espaço para o desenvolvimento de um projeto fundamentado nas problemáticas ambientais enfrentadas, sendo possível, ao final, realizar o acompanhamento da efetividade do processo educacional por meio do relacionamento com os visitantes.
Exemplo
Se em determinada UC a problemática a ser trabalhada é a caça, devido à constância da caça na UC, será possível observar, ao final do processo, se a atividade de caça tem alguma diminuição após realizada a conscientização ambiental formal.
Educação ambiental informal em Unidades de Conservação.
A educação informal é aquela que acontece fora do contexto da sala de aula, utilizando, em vez da escola, as praças, as ruas, as trilhas, entre outros espaços “informais”. Nesse sentido, as unidades de conservação, como áreas de natureza preservadas, são verdadeiros laboratórios a céu aberto para praticar EA. A
possibilidade de explorar exemplos práticos para construção da consciência ambiental traz para perto do educando a realidade da interferência dos seres humanos na natureza.
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Pôr do sol entre as Ilhas Cagarras, Rio de Janeiro.
As UCs, por si só, já tendem a ser um instrumento de sensibilização. Quem não gosta de sentir o ar puro? Aproveitar a sombra das árvores ou ver um belíssimo pôr do sol? É nesse momento que uma ação educacional pode ser ainda mais efetiva.
O visitante, no agradável ambiente de uma área preservada, torna-se mais suscetível à conscientização dos danos que o ser humano pode causar para o ambiente e para si próprio. Soma-se a isso o fato de que a
educação ambiental informal, quando realizada em uma UC, pode atingir diferentes faixas etárias e estratos sociais.
Algumas ações no âmbito da educação informal nas UCs são a utilização de placas informativas,
apresentado as qualidades, expondo processos e/ou problemáticas ambientais, visitas guiadas com intuito recreativo e educacional ou até mesmo ações diretas na fonte da problemática ambiental.
Podcast
Discutiremos, neste podcast, como o ecoturismo pode ser utilizado para a educação ambiental em unidades de conservação, bem como os impactos negativos e positivos que essa atividade pode ter no meio ambiente.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Criado em 1937, o Parque Nacional do Itatiaia é a primeira Unidade de Conservação do Brasil. Sobre o PARNA Itatiaia, é correto afirmar que
A
é uma UC de Uso Sustentável.
B
nessa área é permitida a extração de minerais e seres vivos.
C
é uma instituição de ensino e pesquisa.
D
é uma área destinada apenas ao trabalho de EA.
E
é uma área administrada pelo governo federal.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O PARNA Itatiaia é uma área administrada pelo governo federal e, como todo parque nacional, é uma UC de proteção integral, onde não é permitida a
exploração de recursos naturais. Essa área destina-se principalmente à conservação da natureza e à preservação de espécies e recursos naturais,
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ensino e pesquisa, contudo, muitas instituições desse tipo utilizam a sua
infraestrutura para tais fins.
mas também pode ser usada para outros fins, como a pesquisa científica e a educação ambiental. O PARNA não se configura como uma instituição de
Questão 2
De acordo com o texto, qual das opções abaixo é um exemplo de UC de Proteção integral?
A
RESEX Rio Xingu.
B
RPPN Fazenda Boa Esperança.
C
MONA dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca.
D
APA Ibirapuitã.
E
RPPN Pico do Barbado.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Unidades de Conservação de Proteção Integral são áreas protegidas da União, ou seja, não são particulares e possuem o objetivo de preservação ambiental. Nessa modalidade de UC, não são permitidas atividades extrativistas, como a coleta de produtos vegetais, a pesca, a caça e a extração mineral. São
exemplos de UC de Proteção Integral, Parques Nacionais (PARNAs), Reservas Biológicas (REBIOs), e Monumentos Naturais (MONAs).
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4 - Projetos de Educação Ambiental
Ao nal deste módulo, você será capaz de descrever a construção de projetos de educação ambiental.
O que é um projeto de Educação Ambiental?
O trabalho dos educadores ambientais pode ter um caráter informal, no qual os princípios e as práticas
ligados aos fundamentos da EA são trabalhados durante o processo de socialização — no cotidiano, no dia a dia, no bairro, em casa, em atividades recreativas etc. E há também a educação ambiental formal, que é o
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trabalho em ambiente escolar, universidades, centros de pesquisa e outras instituições de ensino. Dito isso, veremos resumidamente como é feito o processo de criação, aplicaçãoe avaliação de um projeto de
educação ambiental.
Devemos deixar claro, primeiramente, que não há um modelo único, a construção de um projeto de EA é um processo que busca atender a alguma demanda de determinada comunidade ou grupo de pessoas. Então, é sempre importante ter consciência das diversidades e complexidades regionais, sociais e políticas na hora de aplicar os conhecimentos básicos para construção de um projeto.
Em sentido amplo, quando falamos em projeto educacional, estamos nos referindo a um plano, uma intenção, ao desejo de realizar algo no futuro. Nesse projeto, teremos de descrever em detalhes o que motiva a elaboração desse plano, como ele será
realizado e quais resultados queremos alcançar, entre outras coisas.
Um projeto de educação ambiental pode ser de dois tipos diferentes:
Caráter empreendedor
Com o projeto, busca-se consolidar um produto, bem de consumo ou atividades com fins financeiros.
Caráter extensionista
O educador irá se fundamentar em experiências e ideias promissoras, com o objetivo de encontrar soluções para a problemática ambiental.
Nesse contexto, os projetos podem ser realizados nos diversos setores da sociedade, por exemplo,
empresas podem realizar ações de sustentabilidade que busquem a conscientização sobre os danos de
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determinada prática humana e ainda agregar valor à sua marca ou ao seu produto. Quando falamos em valor, entretanto, não nos referimos ao valor monetário propriamente dito, mas ao valor dado pelos
consumidores que compactuam dos princípios de um modo de vida mais harmonioso e respeitoso com o meio ambiente. Imagine que, para o público que consome o produto, além do produto comprado, também é adquirido o conhecimento, a contribuição ou a benfeitoria que o consumo desse determinado produto trará para o meio ambiente em que vive.
Exemplo
Uma empresa que decide trocar suas embalagens plásticas por embalagens de papel pode conquistar o consumidor que, consciente dos problemas dos resíduos, irá optar pela opção menos danosa ao meio ambiente.
Professores podem utilizar do ambiente integrador de uma escola ou organização local (ex. ONG, associação de moradores, cooperativas etc.) para a criação e o desenvolvimento de um projeto de educação ambiental que busque a resolução de problemas ambientais locais ou regionais.
O projeto pode ser encarado como um projeto de extensão, com o objetivo de levar os alunos para além dos muros da escola.
Projetos de extensão podem fazer parte do compromisso de instituições, cursos ou profissionais que atuem em Ciências Ambientais. E claro, todos os cidadãos podem desenvolver projetos extensionistas caso sejam apreciados pela sociedade em que se enquadra. Por exemplo, os gestores e funcionários de uma Unidade de Conservação podem adentrar o ambiente escolar nas proximidades da UC para trabalhar as questões ambientais que são enfrentadas na área protegida.
Experiências em EA na graduação
Neste vídeo, o professor Arthur Rodrigues Lourenço irá contar um pouco da sua atuação em projetos de educação ambiental ao longo do período de graduação. Veremos como a EA pode estar presente em
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diferentes contextos, como em universidades, centros de pesquisa, trabalhos voluntários, unidades de conservação e no dia a dia.
Por quê? Para quem? Com o quê? Passos para a construção de um projeto de EA
A primeira aproximação será a sugestão das possibilidades e prioridades do projeto em determinado contexto. Pode ser feita a análise do contexto social interagindo com uma problemática ambiental
específica (“Por que realizar o projeto?”). É nesse momento que o educador pode incorporar os grupos sociais envolvidos, buscando a construção coletiva do projeto. Isso ajudará no reconhecimento das demandas da comunidade e possibilitará compreender qual dessas deve ser priorizada no desenvolvimento do projeto.
Existem vários métodos para o reconhecimento das demandas trabalháveis em EA. Pode ser realizada a
pesquisa bibliográfica, que irá considerar, além da fundamentação teórica dos livros e artigos científicos, as reportagens de jornais e os trabalhos técnicos, como relatórios de órgãos ambientais, empresas e
organizações não governamentais. Outra forma de reconhecer as demandas é por meio da observação do educador. Para isso, é possível utilizar protocolos e modelos (Quadro 1) com os dados importantes.
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Quadro 1. Modelo de caderno de campo preenchido com dados fictícios.
Em seguida, deve-se realizar o contato com os órgãos educacionais possivelmente interessados no projeto. É importante respeitar hierarquias e fazer boas articulações, obedecendo o planejamentos e as normas institucionais. No caso das escolas, pode-se verificar, por meio do Projeto Político Pedagógico (PPP), se já existe especificada alguma demanda de educação ambiental.
A partir da definição dos objetivos, da equipe técnica e do público-alvo (para quem será realizado o projeto?), pode-se iniciar a construção de uma ação educativa. Então, elabora-se um plano de trabalho ou plano de ação (com o que será realizado o projeto?), que poderá ter diferentes abordagens: oficinas, cursos, visitas orientadas, pesquisas interativas, questionários (Quadro 2), entrevistas, entre outros, sempre valorizando o contexto, a cultura, os saberes e os valores locais.
Quadro 2. Exemplo de questionário tratando o problema dos resíduos sólidos em uma comunidade.
Após um planejamento, é iniciada a execução da ação de educação ambiental. Recomenda-se que o
processo de execução também seja participativo, em conformidade com as atividades planejadas e com o cronograma de execução.
Passos para a construção de um projeto de Educação Ambiental em Unidades de Conservação.
Atenção
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É importante monitorar continuamente as atividades executadas, considerando as possibilidades de ajustes, se necessário. Esse monitoramento deve ser realizado
durante o processo de implementação e execução do projeto; ao fim, considerando os resultados, buscando avaliar as mudanças obtidas após as ações de educação ambiental; e posteriormente à conclusão do projeto, buscando qualificar e quantificar as alterações na comunidade em que o projeto foi desenvolvido.
Comunicação e divulgação
A comunicação dos resultados obtidos com a realização do projeto irá fortalecer a ação de educação ambiental. Essa comunicação deve sempre levar em consideração a inclusão, a cooperação e a longevidade; além de pensar no que deve ser comunicado, para quem quer comunicar e a melhor forma de comunicar os dados obtidos, entre outros aspectos que podem nortear a estratégia de comunicação.
Pode ser interessante incluir esse tópico ainda na etapa de elaboração do projeto, tornando-o parte do plano de trabalho, dessa forma, a comunicação e a divulgação pode ser pensada desde o início do projeto. Essa comunicação pode ser feita:
Internamente, por exemplo, na comunidade, escola ou empresa em que a ação foi executada.
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Externamente, em reportagens de jornais, redes sociais, sites especializados, revistas e eventos acadêmicos.
Podcast
Neste podcast, discutiremos como um projeto de educação ambiental pode articular com o setor privado, mostrando como leis e normas ambientais podem estimular o desenvolvimento de projeto de EA e o que é preciso levar em consideração na hora de apresentar um projeto para empresas.
Falta

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