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Distúrbios hemodinâmicos: edema e hiperemia Distúrbio hemodinâmicos: alterações circulatórias A hiperemia nem sempre é patológica ● Aumento do volume sanguíneo nos vasos ● Dilatação arteriolar e aumento do influxo sanguíneo Congestão acontece por comprometimento da saída do sangue venoso de um tecido (ficam com uma coloração vermelho-azulada - cianose) Vasos linfáticos têm a capacidade de absorver o líquido que os vasos sanguíneos não conseguiram drenar Abertura dos esfíncteres capilares em situações de rubor (ex: exercício físico) Edema Acúmulo de líquido no interstício e cavidades Patogênese ➔ Pressão hidrostática intravascular - faz o líquido sair para o interstício ➔ Pressão coloidosmótica/oncótica intravascular - faz o líquido voltar para o capilar ◆ Alteração nessas pressões pode ter acúmulo de líquido ➔ Permeabilidade vascular impacta no acúmulo de líquido ➔ Vasos linfáticos - bloqueio dos vasos linfáticos levam a menor drenagem Etiologias Pressão hidrostática aumentada ● Retorno venoso comprometido ○ Insuficiência cardíaca congestiva ○ Pericardite constritiva - diástole diminuída ○ Ascite ○ Obstrução ou compressão venosa (trombose, pressão externa…) ● Dilatação arteriolar ○ Calor, desregulação neuro-humoral Pressão oncótica plasmática reduzida ● Diminuição de proteínas circulantes ● Não produzindo ou perdendo proteína (principalmente albumina) Obstrução linfática Inflamação Classificação de acordo com a composição Transudato: extravasamento de líquido para o interstício ● Situações de aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão oncótica ● Endotélio normal ● Edema mole Exsudato: extravasamento de líquido, de células e proteínas ● Inflamação (aumento de permeabilidade vascular) @biancasabbag_ ● Edema firme Localizado ● Hidrotórax ● Hidroperitôneo (ascite) ● Hidropericárdio Generalizado ● Anasarca Morfologia microscópica do edema ● Ampliação da MEC Pontos roxos: linfócitos Redução da drenagem linfática ● Paniculites bacterianas (erisipela) ● Neoplasias malignas ○ Podem se espalhar para linfonodos ○ Dificuldade de drenagem linfática ○ Retirada de linfonodos (cirurgia) ○ Radioterapia - causa fibrose que comprime os vasos linfática ● Infecções parasitárias ○ Filariose (elefantíase) - entopem vasos linfáticos devido a sua proliferação Aspecto de casca de laranja - câncer de mama: falta de drenagem linfática devido ao comprometimento dos vasos pelas células malignas Edema pulmonar ● Aumento da pressão nas veias pulmonares ● Aumento da permeabilidade capilar Insuficiência cardíaca esquerda - edema pulmonar crônico Falência cardíaca aguda - ex: IAM Ascite Acúmulo de líquido na cavidade peritoneal → hipertensão portal Ex: trombose da veia hepática, cirrose e neoplasia Nos casos de cirrose, o fígado fibrótico compromete os capilares sinusóides, fazendo com que haja uma congestão da veia porta ➔ Aumento da pressão hidrostática O fígado não consegue produzir a albumina, levando a diminuição da pressão oncótica ➔ Além de contribuir com a ascite, pode causar edema generalizado (albumina não afeta apenas essa região, mas o corpo todo) Tratamento: transplante hepático e paracentese Insuficiência cardíaca esquerda ● Edema pulmonar ● HAS causa hipertrofia do ventrículo esquerda levando a situação de insuficiência. Dilata o átrio esquerdo e veias pulmonares pela presença de sangue congestionado causando edema pulmonar ● Pode começar a ter congestão das artérias pulmonares com o avanço da IC → edema generalizado Insuficiência cardíaca direita ● Alteração no ventrículo direito ● Aumento da pressão da veia cava ● Aumento da pressão hidrostática de forma generalizada pela dificuldade do retorno venoso ● O extravasamento de líquido dos vasos reduz o retorno venoso, o débito cardíaco e, consequentemente, a pressão de pulso ● A pressão nas arteríolas aferentes dos glomérulos quando reduzida, ativa o sistema renina-angiotensina- aldosterona ○ Aldosterona atua nos túbulos renais aumentando a reabsorção de sódio ○ O aumento da osmolaridade leva a secreção do ADH ○ Este atua nos túbulos adicionando aquaporinas na membrana basolateral ● Com isso, o organismo agrava o edema na tentativa de melhorá-lo ● Edema de MMII, inicialmente ● Pode gerar edema generalizado, conhecido como anasarca Hipoproteinemia Diminuição da pressão osmótica, causada, principalmente, por hipoalbuminemia Pode ser causada por: ● Cirrose ● Glomerulopatias perdedoras de proteína (síndrome nefrótica) ● Desnutrição ● Infecções intestinais ○ Perda de proteínas nas fezes, pois não são absorvidas Pode ativar o sistema renina-angiotensina- aldosterona como tentativa de melhora, mas acaba agravando (assim como no caso da insuficiência cardíaca) O edema será generalizado Hiperemia Excesso de sangue nos vasos sanguíneos Hiperemia passiva (congestão) ● Não há sinais para que as células endoteliais dilatem ● Diminuição de retorno venoso ● Há o aumento da pressão hidrostática por excesso de sangue que não está sendo drenado, podendo ser causada por: ○ Bloqueio do vaso ou aumento da viscosidade (local) ○ Redução do retorno venoso sistêmico ou pulmonar (sistêmico) ● Ex: hipertensão, presença de trombos… Hiperemia ativa ● Vasodilatação dos vasos sanguíneo ● Aumenta a quantidade de sangue naquele local, deixando-o vermelho ● Influência nas células endoteliais por meio do envio de sinais (vasodilatação) ● Inflamação - rubor devido a ação da histamina ○ Seguida de hiperemia passiva, tornando-se uma hiperemia mista ● Estímulo neurogênico ○ Ex: vergonha, exercício (liberação de ADP) ● Metabólico ○ Liberação de ADP e adenosina no exercício físico ● Pode ser fisiológica ou patológica Congestão - insuficiência cardíaca ● Direita: causa hiperemia passiva em todo o organismo ○ Hepatomegalia ● Esquerda: hiperemia passiva nos pulmões Congestão - fígado Alteração na veia cava que gera congestão da veia hepática A veia central e os capilares sinusóides começam a ficar congestos Passagem do sangue pelas zonas do parênquima hepático está diminuído → diminui oxigênio Hepatócitos da zona 3 sofrem mais ➔ Fígado de noz moscada ◆ Excesso de sangue na veia centro lobular ◆ Hepatócitos da zona 3 sofrem degeneração e morrem ◆ Zona 1 e 2 começa a sofrer processos degenerativos (hidrópica e gordurosa) - região amarelada ◆ Na região próxima a veia centro lobular fica mais avermelhado ◆ Centro dos lóbulos mais escuros e a periferia mais clara ➔ No centro dos lóbulos podem ser vistos hemorragia por diapedese e macrofagos contendo hemossiderina Congestão - pulmão ● Capilares cheios de sangue ● Pode levar ao edema pulmonar e hemorragia por diapedese ● Leva a uma secreção rosada (escarro ou lavado broncoalveolar) ● Presença de hemácias e macrófagos cheios de hemossiderina Vermelho vivo: áreas congesta Hipertensão portal ● Coloração vermelho-azulado ● Cirrose causa uma hiperesplenomegalia ○ Retenção de sangue ○ Macrofagos vão intensificar a hemocaterese ○ Causam citopenia (anemia) ● Áreas de congestão - áreas mais escuras ● Baço com a coloração avermelhada e com uma cápsula espessa (maior atrito com a parede abdominal → fibrose) ● Além do aumento do tamanho e o aumento de peso ● O fígado congesto começa a ter drenagem por vasos colaterais devido a um desvio do sangue portal para a circulação sistêmica → varizes esofágicas ● Toda a drenagem da região fica comprometida devido a congestão Membros inferiores Insuficiência das válvulas venosas Forma as varizes - acúmulo de sangue nesses vasos o deixa dilatado O fluxo de sangue que era unidirecional começa a não ser mais Se há a congestão, começa a ter hemorragia por diapedese - hemácia para o tecido conjuntivo começa a degradar em hemossiderina que serão fagocitado pelos macrófagos ● Deixa mais escurecido devido ao acúmulo de hemossiderina A dilatação venosa e a lentidão do fluxo favorecem o desenvolvimento de trombos nas veias profundas Referência Kumar, Vinay. Robbins Patologia Básica. Disponível em: Minha Biblioteca,(10th edição). Grupo GEN, 2018. Filho, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 2016.
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