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Caderneta Odontológica

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CADERNETA 
ODONTOLÓGICA 
Autora: Laryssa Hillary 
@odontostudyy 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1.1. Ácido Acetilsalicílico ............................................................ 4 
1.2. Ibuprofeno ............................................................................. 5 
1.3. Diclofenaco ........................................................................... 6 
1.4. Nimesulida............................................................................. 7 
1.5. Coxibes (Celecoxib e Etoricoxib) ....................................... 8 
2. ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (AIES) – 
GLICOCORTICÓIDES .................................................................... 8 
2.1. Betametasona e Dexametasona ....................................... 9 
3. ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES ........................................... 10 
3.1. Dipirona ............................................................................... 10 
3.2. Paracetamol ........................................................................ 11 
4. ANALGÉSICOS OPIÓIDES ..................................................... 13 
4.1. Codeína e Tramadol .......................................................... 13 
5. ANSIOLÍTICOS .......................................................................... 14 
5.1. Diazepam, Lorazepam, Midazolam ................................. 15 
6. ANTIBACTERIANOS ................................................................ 16 
6.1. Penicilinas (Amoxicilina, Ampicilina e Penicilina V) ...... 18 
6.2. Clindamicina ....................................................................... 20 
6.3. Claritromicina e Azitromicina ............................................ 21 
6.4. Metronidazol ....................................................................... 22 
7. ANTIVIRAIS ............................................................................... 24 
8. ANTIFÚNGICOS ....................................................................... 25 
 
3 
 
9. ANTISSÉPTICOS ...................................................................... 26 
9.1. Solução de iodopovidona (PVPI) ..................................... 27 
9.2. Clorexidina .......................................................................... 27 
10. ANESTÉSICOS LOCAIS ....................................................... 28 
10.1. Sais anestésicos .............................................................. 28 
10.2. Vasoconstritores .............................................................. 32 
10.3. Escolha da solução anestésica ..................................... 34 
10.4. Observações importantes ............................................... 35 
11. TÉCNICAS ANESTÉSICAS: MAXILA ................................. 38 
11.1. Nervo Alveolar Superior Posterior ................................. 38 
11.2. Nervo Alveolar Superior Médio ...................................... 39 
11.3. Nervo Alveolar Superior Anterior ................................... 40 
11.4. Nervo Infraorbital ............................................................. 41 
11.5. Nervo Palatino Maior ....................................................... 42 
11.6. Nervo Nasopalatino ......................................................... 43 
12. TÉCNICAS ANESTÉSICAS: MANDÍBULA ......................... 44 
12.1. Nervo Alveolar Inferior .................................................... 44 
12.2. Nervo Bucal ...................................................................... 45 
12.3. Nervo Lingual ................................................................... 46 
12.4. Nervos Mentoniano e Incisivos ...................................... 47 
13. BÔNUS: RECEITUÁRIO ........................................................ 48 
14. REFERÊNCIAS ....................................................................... 48 
 
 
4 
 
1. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS 
(AINES) 
 
1.1. Ácido Acetilsalicílico 
1.1.1. Efeitos terapêuticos: reduz a temperatura de forma 
rápida e eficaz; alívio da dor de baixa e média 
intensidade, originada de estruturas músculo-
esqueléticas; é o medicamento padrão para o tratamento 
da artrite reumatóide, em doses maiores; usado na 
profilaxia de doença cardioembólica (100 mg/dia). 
1.1.2. Efeitos adversos: salicismo (intoxicação – zumbido, 
tontura, diminuição da audição, náuseas, vômitos), 
distúrbios gastrointestinais, hipersensibilidade cutânea, 
alterações metabólicas, síndrome de Reye (não 
administrar em crianças com infecção viral). 
1.1.3. Observações: não é indicado em pacientes com 
asma, não tem bom efeito anti-inflamatório. Não é 
utilizado na Odontologia, devido ao risco de 
sangramento. Atentar-se aos pacientes que fazem o uso 
desse medicamento, principalmente em procedimentos 
cirúrgicos. 
1.1.4. Posologia: 500 mg – 4/4h. 
1.1.5. Marcas comuns: aspirina, melhoral. 
 
5 
 
 
 
 
 
 
1.2. Ibuprofeno 
1.2.1. Efeitos terapêuticos: efeito analgésico, antipirético 
e anti-inflamatório significativos. Indicado para tratamento 
da dor e da inflamação, inclusive causados por 
procedimentos cirúrgicos. 
1.2.2. Efeitos adversos: distúrbios gastrintestinais 
indesejados. 
1.2.3. Posologia: 
Adultos: comprimidos 300 ou 600 mg – 6/6h por 1 a 3 
dias. 
Crianças: 5 a 10 mg/kg, de 6/6h, dose máxima 40 
mg/kg/dia. 
1.2.3.1. Apresentação: comprimidos 300 e 600 mg; 
suspensão oral 30 mg/ml e 100 mg/5 ml; cápsulas 400 
mg; envelopes com grânulos de 400 e 600 mg. 
1.2.4. Marcas comuns: alivium, advil, ibupril. 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
1.3. Diclofenaco 
1.3.1. Efeitos terapêuticos: promove efeito analgésico, 
antipirético e anti-inflamatório bastante significativos. 
Indicado para o tratamento da dor e da inflamação. 
1.3.2. Efeitos adversos: apresenta efeitos gastrintestinais 
indesejados; pode aumentar o efeito dos anticoagulantes 
orais; interfere na ação de medicamentos anti-
hipertensivos. 
1.3.3. Posologia: 
Adultos: comprimidos 50 mg – 8/8h por 1 a 3 dias. 
Crianças: não administrado na Odontologia. 
1.3.4. Marcas comuns: voltarén (diclofenaco sódico) e 
cataflan (diclofenaco potássico). 
 
 
 
 
7 
 
1.4. Nimesulida 
1.4.1. Efeitos terapêuticos: efeito analgésico, antipirético 
e anti-inflamatório significativos; inibe geração de 
citocinas inflamatórias; inibe a infiltração de 
polimorfonucleares e formação de edema no local 
inflamado; inibe contrações uterinas. 
1.4.2. Efeitos adversos: não apresenta efeitos 
gastrintestinais adversos, por ser seletivo da COX-2 e 
não exerce efeitos tóxicos cardiovasculares. 
1.4.3. Observação: fármaco bastante indicado em 
Odontologia. 
1.4.4. Posologia: 
Adultos: comprimidos 100 mg – 1 a 2 vezes ao dia de 1 a 
3 dias. 
Crianças: 5 mg/kg/dia (suspensão oral 10 mg/ml), ou 1 
gota/kg (solução 50 mg/ml) duas vezes por dia. 
Marca comum: nisulid, nimelit 
 
 
 
 
 
8 
 
1.5. Coxibes (Celecoxib e Etoricoxib) 
1.5.1. Efeitos terapêuticos: são potentes em reduzir dor 
moderada a intensa, como a que se segue a exodontias. 
1.5.2. Efeitos adversos: a incidência de efeitos 
gastrintestinais é baixa, porém aumentam o risco de 
eventos tromboembólicos (infarto agudo do miocárdio e 
AVC isquêmico). 
1.5.3. Observações: pouco utilizado na Odontologia. São 
fármacos sujeitos a controle especial, com retenção de 
uma via da receita na farmácia. 
1.5.4. Posologia: celecoxib – cápsulas 100 mg – 1 a 2 
vezes ao dia; etoricoxib – comprimidos 60 a 120 mg – 1 a 
2 vezes ao dia. 
1.5.5. Marcas comuns: arcoxia (etoricoxib) e celebra 
(celecoxib). 
 
 
 
 
 
2. ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (AIES) – 
GLICOCORTICÓIDES 
 
 
9 
 
2.1. Betametasona e Dexametasona 
2.1.1. Efeitos terapêuticos: são potentes anti-
inflamatórios, inibem eritema, edema, calor, dor. Em 
Odontologia, são indicados no controle de processos 
inflamatórios agudos, como traumas pós-cirúrgicos e 
ulcerações bucais auto-imunes.2.1.2. Efeitos adversos: comuns em terapia em longo 
prazo, como: úlceras pépticas, hipertensão arterial, 
aumento da gordura abdominal, síndrome de Cushing, 
catarata, glaucoma. 
2.1.3. Observações: a corticoterapia só deve ser utilizada 
após tentativas com medicamentos de menor risco; 
empregam-se as menores doses eficazes, pelo menor 
tempo possível; descontinuação do tratamento 
prolongado deve ser lenta e gradual, a fim de permitir 
reativação funcional progressiva do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal. 
2.1.4. Posologia: dexametasona – comprimido 4 mg – 1 
ao dia; betametasona – comprimido 2 mg – 12/12h. Na 
Odontologia, geralmente usado 1h antes do 
procedimento. Após, receitar um anti-inflamatório não 
esteroidal. 
 
10 
 
2.1.5. Marcas comuns: decadron (dexametasona) e 
celestone (betametasona). 
 
 
 
 
 
 
3. ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES 
 
3.1. Dipirona 
3.1.1. Efeitos terapêuticos: são potentes agentes 
analgésicos e antipiréticos; analgésico muito útil para 
modular a dor já estabelecida, após o estímulo álgico. 
3.1.2. Efeitos adversos: toxicidade gastrintestinal e 
reações cutâneas. 
3.1.3. Observações: possui fraca ação anti-inflamatória. 
Deve ser evitado na gravidez e lactação. 
3.1.4. Posologia: 
Adultos: expectativa de dor leve a moderada após o 
procedimento – comprimidos 500 mg – 6/6h por 1 a 2 
dias; expectativa de dor moderada, procedimentos mais 
 
11 
 
invasivos – 1g de dipirona logo após o término do 
procedimento + doses de manutenção de 500 mg por até 
2 dias. 
Crianças: com mais de 3 meses e acima de 5 kg – 10 a 
25 mg/kg/dose, de 6/6h, máximo 500 mg. Supositório – 3 
a 7 anos – 300 mg, 1 a 4 vezes ao dia; 12 a 14 anos – 
600 mg, 1 a 4 vezes ao dia. 
3.1.4.1. Apresentação: gotas 500 mg/ml (usa-se 1 gota 
por kg; 1ml de solução gotas equivale a 20 gotas), 
comprimidos 500 mg, solução oral 50 mg/ml, supositório 
infantil 300 mg. 
3.1.5. Marcas comuns: novalgina, anador, dorflex. 
 
 
 
 
 
 
3.2. Paracetamol 
3.2.1. Efeitos terapêuticos: utilizado como analgésico e 
antipirético. 
3.2.2. Efeitos adversos: poucos e raros em doses ideais 
– reações cutâneas, náuseas, vômitos. 
 
12 
 
 3.2.3. Observações: substituto eficaz da aspirina; 
fármaco de escolha em caso de dengue; alternativa 
quando a dipirona não for indicada; pode ser utilizado 
durante a gravidez. Atividade anti-inflamatória fraca. 
3.2.4. Posologia: 
Adultos: expectativa de dor leve a moderada após o 
procedimento – comprimidos 500 a 750 mg – 6/6h por 1 
a 2 dias; expectativa de dor moderada, procedimentos 
mais invasivos – 750 mg logo após o término do 
procedimento + doses de manutenção de 500 mg por até 
2 dias. 
Crianças: via oral – 10 a 15 mg/kg de 6/6h, dose máxima 
– 5 doses ao dia. Supositório – 10 a 20 mg/kg/dia, 
máximo 60 mg/kg/dia. 
3.2.4.1. Apresentação: suspensão oral 100 mg/ml; gotas 
200 mg/ml (usa-se 1 gota por kg; 1ml de solução gotas 
equivale a 20 gotas); comprimidos 500 e 750 mg; líquido 
em suspensão 160 mg/5 ml. 
3.2.5. Marcas comuns: tylenol, piremol. 
 
 
 
 
13 
 
4. ANALGÉSICOS OPIÓIDES 
 
4.1. Codeína e Tramadol 
4.1.1. Efeitos terapêuticos: efeito analgésico significativo; 
reduz componente afetivo da dor, causa euforia e bem 
estar. Indicado para tratar dores moderadas, que não 
responderam bem a outros analgésicos, ou em caso de 
intolerância aos AINES. 
4.1.2. Efeitos adversos: causa dependência e tolerância 
ao ser usado por muito tempo. Induz náusea e vômitos, 
provoca depressão respiratória. 
4.1.3. Posologia: codeína – 15 a 30 mg – 4/4h por 2 a 3 
dias; tramadol – 50 mg – 4/4h por 2 a 3 dias. 
Em Odontologia, comumente emprega-se a associação 
de analgésicos não-opióides e opióides em doses fixas, 
por 2 a 3 dias, período em que as dores pós-operatórias 
são mais intensas. 
- Fosfato de codeína + paracetamol (uso oral de 30 mg + 
500 mg, a cada 4 horas); 
- Fosfato de codeína + diclofenaco sódico (uso oral de 50 
mg + 50 mg, a cada 8 horas); 
- Tramadol + paracetamol (uso oral de 37,5 mg + 325 
mg, a cada 4 ou 6 horas). 
 
14 
 
4.1.4. Marcas comuns: tylex (paracetamol + fosfato de 
codeína) e tramacet (paracetamol + tramadol). 
 
 
 
 
 
 
5. ANSIOLÍTICOS 
 
Os benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais 
empregados em Odontologia para se obter sedação 
mínima por via oral, devido à sua grande eficácia, relativa 
seletividade de efeitos, baixa toxicidade e pouca 
capacidade de produzirem dependência. Os 
medicamentos ansiolíticos estão indicados no tratamento 
da ansiedade aguda, resultante de estresse transitório, 
não controlado por métodos não farmacológicos. Essa 
classe de medicamentos não cura, apenas trata os 
sintomas da ansiedade, permitindo que o paciente se 
adapte melhor à situação clínica. 
 
 
15 
 
5.1. Diazepam, Lorazepam, Midazolam 
5.1.1. Efeitos terapêuticos: reduz a ansiedade, reduz a 
agressividade, sedação, indução do sono, redução do 
tônus muscular, efeito anticonvulsivante. 
5.1.2. Efeitos adversos: sonolência (mais frequente com 
midazolam), efeitos paradoxais (efeitos contrários ao que 
seria esperado; lorazepam dificilmente produz efeitos 
paradoxais), amnésia anterógrada (esquecimento dos 
fatos que se seguem ao uso do medicamento; mais 
comum em midazolam e lorazepam), pode ocorrer 
discreta redução da pressão arterial e da frequência 
respiratória, pode provocar alucinações e fantasias. 
5.1.3. Posologia: via oral, com uso de um comprimido em 
torno de uma hora antes do procedimento odontológico 
e, quando necessário, um comprimido na noite anterior. 
Adultos: midazolam – 7,5 mg – 30 minutos antes; 
diazepam – 5 a 10 mg – 1 hora antes. 
Idosos: lorazepam – 1 mg – 2 horas antes. 
5.1.4. Cuidados adicionais: o paciente deve comparecer 
à consulta acompanhado; não dirigir ou operar máquinas 
após uso do medicamento; não ingerir bebidas 
alcoólicas, pelo risco de potencializar o efeito depressor 
no SNC. 
 
16 
 
5.1.5. Observação: para prescrição, deve-se utilizar 
notificação da receita B (azul). 
 
 
 
 
 
 
6. ANTIBACTERIANOS 
 
Uso terapêutico: a principal conduta frente a uma 
infecção é a remoção da causa, geralmente de origem 
endodôntica ou periodontal, através da remoção de 
placa, cálculos, descontaminação do sistema de canais 
radiculares, drenagem de abscessos, etc. Então, na 
prática odontológica, no tratamento de processo 
infeccioso bacteriano localizado, delimitado, sem sinais 
de disseminação ou manifestações sistêmicas, o uso 
coadjuvante de antibióticos não é necessário. Essa 
recomendação é válida para infecções bacterianas 
agudas de origem endodôntica ou periodontal. Quando a 
descontaminação do local, por si só, não surte efeito 
desejado, e há sinais e sintomas que indicam 
 
17 
 
disseminação da infecção (edema pronunciado, trismo, 
linfadenite, febre, falta de apetite, disfagia, mal estar 
geral), o uso de antibióticos é recomendado, como 
auxiliar na terapêutica das infecções. 
Obs.: Recomenda-se iniciar o tratamento com uma dose 
de ataque (geralmente o dobro da dose de manutenção), 
para atingir concentrações eficazes no sangue 
rapidamente. 
 
Uso profilático: consiste no uso de antibióticos em 
pacientes que não apresentam sinais de infecção, com o 
objetivo de prevenir a colonização por bactérias e suas 
complicações, no pós operatório. É utilizado em 
procedimentos mais invasivos, como nas exodontias de 
terceiros molares mandibulares inclusos, cirurgias 
periodontais e inserção de implantes dentários, mas há 
muita controvérsia quanto a necessidade de seu uso; em 
pacientes imunocomprometidos (diabetes 
descompensado, pacientes em tratamento 
quimioterápico contra câncer, pacientes que receberam 
transplante de medula óssea, pacientes com leucemias), 
mas deve-se avaliar cada caso; em pacientes que 
apresentam cardiopatias que podem predispor à18 
 
endocardite infecciosa, por ocasião de intervenções 
odontológicas (manipulação de tecido gengival ou região 
periapical de dentes ou perfuração da mucosa bucal) que 
causem bacteremia transitória (pacientes com histórico 
prévio de EI, pacientes com cardiopatias congênitas, 
valvopatias adquiridas, portadores de prótese cardíaca 
valvar); portadores de próteses ortopédicas que 
apresentam algum imunocomprometimento ou que 
colocaram a prótese nos dois anos anteriores ao 
procedimento. 
 
6.1. Penicilinas (Amoxicilina, Ampicilina e Penicilina 
V) 
6.1.1. Indicações: penicilinas semissintéticas de primeira 
escolha para tratamento de infecções bucais bacterianas. 
São ativas contra cocos gram positivos e cocos e bacilos 
gram negativos. 
6.1.2. Efeitos adversos: tontura, dor abdominal, náuseas, 
vômitos, diarréia. Muitos interpretam esses sinais como 
alergia à penicilina, sendo que nem sempre são sinais de 
hipersensibilidade. 
6.1.3. Observações: algumas bactérias resistentes 
produzem enzimas betalactamases, que conseguem 
 
19 
 
destruir o anel betalactâmico das penicilinas, inativando-
as. Nesses casos, deve-se associar o uso com 
clavulanato de potássio. A amoxicilina é a primeira 
escolha entre as penicilinas e entre os antibacterianos 
em geral, por ser mais bem absorvida por via oral, ter um 
tempo de meia vida maior e ser bem tolerada. 
6.1.4. Posologia: 
6.1.4.1. Uso terapêutico: 
Adultos: amoxicilina – 500 mg – 8/8h por 7 dias; 
ampicilina e penicilina V – 500 mg – 6/6h por 7 dias; 
amoxicilina + clavulanato de potássio – 500 mg + 125 mg 
– 8/8h por 7 dias. 
Crianças: amoxicilina – suspensão oral 250 mg/5 ml – 
dose de manutenção 20 mg/kg – 8/8h por 7 dias. 
6.1.4.2. Uso profilático: 
Adultos: amoxicilina – 2 g (4 cápsulas de 500 mg) – 1 
hora antes do procedimento. 
Crianças: amoxicilina - suspensão oral 250 mg/5 ml – 
dose de manutenção 50 mg/kg – 1 hora antes do 
procedimento. 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
6.2. Clindamicina 
6.2.1. Indicações: usada para tratamento de infecções 
mais avançadas. Atualmente é o fármaco de primeira 
escolha para tratamento de infecções em pacientes 
alérgicos à penicilina em infecções graves ou profilaxia 
de endocardite infecciosa. 
6.2.2. Efeitos adversos: diarreia. Complicação mais 
importante é a colite pseudomembranosa, caracterizada 
por diarreia com sangue. 
6.2.3. Observações: possui espectro de ação semelhante 
às penicilinas, porém atingem bactérias produtoras de 
betalactamases e atua contra bacilos aeróbios gram 
negativos. É o fármaco de escolha em pacientes 
alérgicos as penicilinas. 
6.2.4. Posologia: 
6.2.4.1. Uso terapêutico: 
Adultos: clindamicina – 300 mg – 8/8h por 7 dias. 
6.2.4.2. Uso profilático: 
 
21 
 
Adultos: clindamicina – 600 mg – 1 hora antes do 
procedimento. 
 
 
 
 
6.3. Claritromicina e Azitromicina 
6.3.1. Indicações: espectro de ação semelhante às 
penicilinas, são eficazes no tratamento de abcessos 
periapicais agudos. Também são alternativas para 
tratamento de pacientes alérgicos à penicilina. 
6.3.2. Efeitos adversos: a claritromicina inibe enzimas 
hepáticas, aumentando o efeito de anticonvulsivantes, 
opióides, midazolam, etc; azitromicina não possui 
interações clínicas relevantes com outras drogas. 
6.3.3. Posologia: 
6.3.3.1. Uso terapêutico: 
Adultos: claritromicina – 500 mg – 12/12h por 5 a 7 dias; 
azitromicina – 500 mg – 1 vez ao dia por 3 dias. 
Crianças: claritromicina – suspensão oral 250 mg/5 ml – 
dose de manutenção 7,5 mg/kg – 12/12h por 5 a 7 dias; 
azitromicina – suspensão oral 200 mg/5 ml – dose de 
manutenção 10 mg/kg – 1 vez ao dia por 3 dias. 
 
22 
 
6.3.3.2. Uso profilático: 
Adultos: claritromicina – 500 mg – 1 hora antes do 
procedimento; azitromicina – 500 mg – 1 hora antes do 
procedimento. 
Crianças: claritromicina – suspensão oral 250 mg/5 ml – 
dose de manutenção 15 mg/kg – 1 hora antes do 
procedimento; azitromicina – suspensão oral 200 mg/5 ml 
– dose de manutenção 15 mg/kg – 1 hora antes do 
procedimento. 
 
 
 
 
 
6.4. Metronidazol 
6.4.1. Indicações: muito eficazes contra bacilos 
anaeróbios gram negativos, em infecções agudas como 
pericoronarite, abscessos periapicais, periodontites 
agressivas, associado a amoxicilina. 
6.4.2. Efeitos adversos: gosto metálico na boca, dor 
estomacal, náuseas, vômitos. Pode potencializar o efeito 
de anticoagulantes. 
 
23 
 
6.4.3. Observação: não deve ser usado com álcool. Para 
Odontologia, deve ser usado associado a amoxicilina. 
6.4.4. Posologia: 
6.4.4.1. Uso terapêutico: 
Adultos: metronidazol – 250 ou 400 mg – 8/8h ou 12/12h 
por 7 dias. 
 
 
 
 
 
Observação: exemplo de cálculo para antibióticos 
usados por via oral em crianças. 
Amoxicilina – suspensão oral 250 mg/5 mL; dose de 
manutenção 20mg/kg 
Idade: 6 anos 
Peso = idade x 2 + 8 
P = 6 x 2 + 8 = 20kg 
20 kg x 20 mg/kg = 400 mg 
 
5ml ----- 250mg 
X -------- 400mg 
X= 8ml 
 
24 
 
7. ANTIVIRAIS 
 
A infecção pelo herpes simples humano é muito comum 
na boca, cujo agente etiológico principal é o HSV-1, 
sendo adquirido geralmente na primeira infância. 
Costuma manifestar-se em duas formas, manifestação 
primária e manifestação recorrente. 
 
Estomatite herpética primária: afeta geralmente 
crianças de 1-6 anos, produz manifestações bucais nos 
lábios, gengivas, língua, mucosa, com vesículas e feridas 
doloridas, febre, perda de apetite dificuldade de 
deglutição. Geralmente é autolimitada, cicatrizando entre 
10-14 dias. 
Tratamento: analgésico para dor, dieta líquida ou 
pastosa, repouso. 
 
Herpes labial recorrente: não há cura, mas podem-se 
reduzir os sintomas e a duração com uso de 
medicamentos administrados no início das 
manifestações. Começa com uma coceira, até formar 
bolhas com líquido altamente contagioso, essas bolhas 
estouram e formam úlceras no local. 
 
25 
 
Tratamento: aciclovir creme dermatológico 5% – aplicar 5 
vezes ao dia por 5 dias; aciclovir – comprimidos 200 mg 
– administrar, por via oral, 5 vezes ao dia por 5 dias. 
Observação: caso o paciente esteja com herpes labial 
deve-se adiar a consulta, pois pode causar transferência 
do vírus para outros lugares da cavidade bucal, além da 
sensação dolorosa e desconfortável para o paciente e o 
risco de contaminação cruzada. 
 
 
 
 
 
8. ANTIFÚNGICOS 
 
As candidoses bucais são infecções fúngicas que afetam 
a mucosa bucal, geralmente oportunista, com variadas 
manifestações clínicas. O Candida albicans é o agente 
etiológico mais comum. Possui como característica 
lesões esbranquiçadas na mucosa e pontos 
avermelhados no palato. 
Fatores predisponentes: uso de próteses, redução do 
fluxo salivar, idade avançada, distúrbios metabólicos, 
 
26 
 
imunossupressão, tratamento com antibiótico de largo 
espectro. 
Tratamento: remoção da causa, higienização da boca, 
higienização da prótese. 
- Nistatita: suspensão oral 100000 UI/ml – frasco com 50 
ml – uso tópico. Bochechar com 5 ml 4 vezes ao dia por 
14 dias. Reter a solução na boca por 2 minutos. Pode 
deglutir. 
- Cetoconazol: comprimidos 200 mg – uso oral – 1 
comprimido por dia por 7-14 dias. 
- Miconazol: gel em bisnaga de 40 g – uso tópico – 
aplicar sobre a prótese 4 vezes ao dia por 7-14 dias. 
 
 
 
 
 
9. ANTISSÉPTICOS 
 
Antissepsia consiste na utilização de produtos sobre a 
pele ou mucosa com o objetivo de reduzir os micro-
organismos em sua superfície. 
 
27 
 
9.1. Solução de iodopovidona (PVPI) 
Solução de iodopovidona 10% em solução aquosa com 
1% de iodo ativo (PVPI) é empregado na antissepsia das 
mãos e braços da equipe e antissepsia extra bucal do 
paciente, com gaze estéril embebida na solução, por 10 
minutos, antes de retirar o excesso. É removido 
facilmente com água, é seguro, pode provocar manchas 
nos dentes e tecidosbucais. 
 
 
 
 
 
9.2. Clorexidina 
Muito utilizado para uso bucal tópico, por ser solúvel em 
água. Empregada no controle químico da placa 
bacteriana supra e subgengival e na assepsia extra e 
intrabucal previamente a intervenções cirúrgicas 
odontológicas. 
9.2.1. Solução tópica para bochechos diários: digluconato 
de clorexidina 0,12%. 
9.2.2. Solução para antissepsia pré-operatória intra oral: 
digluconato de clorexidina 0,2% 
 
28 
 
9.2.3. Solução para antissepsia extra bucal: digluconato 
de clorexidina 2%. 
 
 
 
 
 
 
10. ANESTÉSICOS LOCAIS 
 
Os anestésicos locais são agentes que causam redução 
da sensibilidade, através do bloqueio reversível da 
condução nervosa, quando aplicados a uma região 
circunscrita do corpo, sem perda da consciência. Após 
sua remoção, há retorno completo e espontâneo da 
transmissão. 
 
10.1. Sais anestésicos 
10.1.1. Lidocaína: anestésico padrão em Odontologia. 
Encontrada comercialmente nas concentrações de 2%. 
Possui ação vasodilatadora, por isso, não há indicação 
de seu uso sem vasoconstritor. Início da ação de 2 a 3 
min. Quando associada a vasoconstritor, proporciona em 
 
29 
 
torno de 60 min de anestesia pulpar e até 180 min em 
tecidos moles. Dose máxima: 7,0 mg/kg, até o máximo 
de 500 mg (Malamed 2013). 
 
 
 
 
10.1.2. Prilocaína: potência anestésica pouco menor que 
o da lidocaína e um início de ação por volta de 2 a 4 min. 
Duração de 60 min (pulpar) e 180 min (tecidos moles). 
Encontrado na concentração de 3% tendo a felipressina 
como vasoconstritor. Menos tóxica que a lidocaína e 
mepivacaína, mas em caso de superdosagem, pode 
aumentar os níveis de meta hemoglobina no sangue 
(cuidado com pacientes com deficiência de oxigenação). 
Dose máxima: 8,0 mg/kg, até o máximo de 600 mg 
(Malamed 2013). 
 
 
 
 
10.1.3. Mepivacaína: amplamente utilizada no campo 
odontológico. Apresenta potência e toxicidade duas 
 
30 
 
vezes maior que a lidocaína, tendo seu início de ação por 
volta de 1 ½ a 2 min. Duração de 60 min (pulpar) e 2 a 4h 
(tecidos moles). Produz pouca ação vasodilatadora, 
então consegue ter um tempo maior de anestesia do que 
os outros anestésicos sem o uso do vasoconstritor. A 
concentração eficaz é 2% (com vasoconstritor) e 3% 
(sem vasoconstritor). Dose máxima: 6,6 mg/kg, até o 
máximo de 400 mg (Malamed 2013). 
 
 
 
 
10.1.4. Articaína: início rápido de ação (1-3 min). 
Potência 1,5 maior que a lidocaína. Toxicidade 
semelhante à lidocaína. Duração média de 180 min 
(pulpar). Adequada para idosos e pacientes com 
disfunção hepática ou renal, pois é metabolizada no 
plasma e rapidamente eliminada pelos rins. 
Concentração ideal: 4%. Dose máxima: 7,0 mg/kg, até o 
máximo de 500 mg (Malamed 2005). 
 
 
 
 
31 
 
10.1.5. Cloridrato de Bupivacaína: apresenta potência 
quatro vezes maior que a lidocaína. Encontrado na 
concentração de 0,5% (com ou sem vasoconstritor). 
Início de ação de 6 a 10 min. É anestésico de longa 
duração, e a anestesia pode persistir de 4 a 9 horas. Não 
é recomendada para menores de 12 anos pelo risco de 
mordedura nos lábios e língua. Útil para controle da dor 
pós operatória apenas nas primeiras horas, pois aumenta 
a intensidade da dor no local da aplicação 24h após o 
procedimento. Dose máxima: 1,3 mg/kg, até o máximo de 
90 mg (Malamed 2005). 
 
 
 
 
 
10.1.6. Benzocaína: único anestésico do grupo éster 
disponível no Brasil. Empregado apenas como 
anestésico tópico. Na concentração 20% promove 
anestesia da mucosa superficial após 2 min, diminuindo a 
dor à punção da agulha. Não é muito utilizada, pois pode 
provocar reações alérgicas. 
 
32 
 
 
 
 
 
10.2. Vasoconstritores 
Todos os anestésicos locais possuem ação 
vasodilatadora, que promove sua rápida absorção para a 
corrente sanguínea, limitando o tempo de duração da 
anestesia e aumentando o risco de toxicidade. A 
associação de vasoconstritores a anestésicos locais 
possibilita que o sal anestésico permaneça por mais 
tempo no local na injeção, em contato com as fibras 
nervosas, prolonga a duração da anestesia, reduz o risco 
de toxicidade e ainda produz hemostasia, pela redução 
do calibre dos vasos, reduzindo o sangramento em 
procedimentos cirúrgicos. 
10.2.1. Epinefrina (adrenalina): primeira escolha para a 
maioria dos procedimentos odontológicos na maioria dos 
pacientes, incluindo crianças, gestantes e idosos. Em 
pacientes com doenças cardiovasculares a dosagem de 
epinefrina deve ser reduzida. Concentração: 1:100000 
(1g: 100000ml) – mais indicada. Dose máxima segura: 
em pacientes saudáveis – 0,2 mg por sessão (equivale a 
 
33 
 
11 tubetes de 1,8 ml); pacientes com doença cardíaca 
(ASA III ou ASA IV) – 0,04 mg (equivale a 2 tubetes). 
Pode elevar a glicemia. Evitar em pacientes diabéticos 
descompensados. 
Cálculo epinefrina 1:100000 
1 g de epinefrina em 100.000 ml de solução 
1000 mg ----------------- 100.000 ml 
1 mg ---------------------- 100 ml 
0,01 mg/ml -------------- 0,018 mg/tubete (1,8 ml) 
10.2.2. Norepinefrina (noradrenalina): não apresenta 
nenhuma vantagem sobre a epinefrina e a maioria dos 
relatos de reações adversas a vasoconstritores ocorre 
com o uso da noradrenalina, como cefaléias intensas, 
elevação da pressão arterial, necrose e descamação 
tecidual. Em função disso, seu uso em Odontologia está 
sendo abolido. 
10.2.3. Corbadrina (levonordefrina): possui menor 
atividade vasopressora e não apresenta nenhuma 
vantagem sobre a epinefrina. Dose máxima: 1 mg por 
consulta para qualquer paciente (11 tubetes). 
Concentração disponível: 1: 20000 (1 g: 20000 ml). 
10.2.4. Fenilefrina: vasoconstritor sintético. Na 
concentração empregada, promove vasoconstrição 
 
34 
 
prolongada. Os efeitos adversos, quando na 
sobredosagem, também são mais duradouros. Não 
apresenta vantagem sobre a epinefrina. Dose máxima: 4 
mg por consulta para pacientes saudáveis (5,5 tubetes) e 
de 1,6 mg para pacientes ASA III e ASA IV (2 tubetes). 
Concentração disponível: 1:2500 (1 g: 2500 ml). 
10.2.5. Felipressina (octapressina): vasoconstritor 
sintético análogo da vasopressina (ADH). Por sua 
semelhança com a ocitocina, pode induzir contrações 
uterinas, sendo contra indicada para grávidas. Presente 
em soluções em que o sal anestésico é a prilocaína. 
Dose máxima: 0,27 UI por consulta para pacientes ASA 
III e ASA IV (5 tubetes). Em pacientes saudáveis, a dose 
máxima é maior. Concentração disponível: 0,03 UI/ml. 
 
10.3. Escolha da solução anestésica 
10.3.1. Procedimentos de curta e média duração que 
demandem anestesia > 30 minutos: 
• Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000. 
• Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100000. 
• Articaína 4% com epinefrina 1:100000. 
• Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/ml. 
 
35 
 
10.3.2. Procedimentos mais invasivos ou de maior tempo 
de duração (tratamento endodôntico, exodontias, 
implantes, enxertos, etc): 
• Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000. 
• Articaína 4% com epinefrina 1:100000 ou 
1:200000. 
• Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200000. 
10.3.3. Na contra indicação absoluta ao uso de 
epinefrina, em procedimentos de curta e média duração 
que demandem anestesia pulpar de até 30 minutos: 
• Mepivacaína 3% sem vasoconstritor – promove 
anestesia pulpar de 20 a 40 minutos. 
10.3.4. Na contra indicação absoluta ao uso de 
epinefrina, em procedimentos que demandem de 
anestesia pulpar com duração > 30 minutos: 
• Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/ml. 
 
10.4. Observações importantes 
10.4.1. É muito importante que o profissional conheça as 
doses máximas dos sais anestésicos, realize a injeção 
somente após aspiração negativa e de forma lenta (1 
ml/minuto), ou seja, aproximadamente 90s para cada 
tubete. 
 
36 
 
10.4.2. O fator limitante para a dose máxima é o sal 
anestésico, e não o vasoconstritor. 
10.4.3. Situações especiais:10.4.3.1. Pacientes com problemas cardíacos e 
hipertensão controlada: utilizar no máximo 2 tubetes de 
mepivacaína com epinefrina (1:100000) que é menos 
vasodilatador, ou prilocaína com felipressina (influencia 
menos na PA). 
10.4.3.2. Casos de hipertensão severa (PAS > 180 
mm/HG): não tratar no consultório, encaminhar para 
atendimento hospitalar. 
10.4.3.3. Se houver contra indicação absoluta ao uso de 
vasoconstritores, usar mepivacaína 3% sem 
vasoconstritor. 
10.4.3.4. Lembrar que o mais importante em pacientes 
saudáveis e com comprometimento sistêmico é controlar 
a dor e ansiedade e o uso de anestésicos sem 
vasoconstritor reduz a duração da anestesia, requer 
suplementação, aumenta o estresse e a toxicidade. 
10.4.3.5. Gestantes: preferência para lidocaína 2% com 
epinefrina 1:100000, no máximo 2 tubetes. Evitar 
prilocaína e mepivacaína (risco de metahemoglobina) e 
felipressina (induz contrações uterinas). 
 
37 
 
10.4.3.6. Diabéticos: dar preferência para prilocaína 3% + 
felipressina. Evitar o vasoconstritor epinefrina pelo risco 
de aumento da glicemia. 
10.4.3.7. Idosos e pacientes com disfunção renal ou 
hepática: a articaína é metabolizada no plasma gerando 
metabólitos inativos e inertes, eliminados pelos rins. É o 
anestésico ideal para esses pacientes. 
10.4.3.8. Crianças: preferência por lidocaína 2% com 
epinefrina 1:100000. O maior cuidado deve ser em 
relação à dose, para não provocar sobredosagem, em 
função do peso corporal. 
10.4.4. Exemplo de cálculo de dose máxima e número de 
tubetes de solução lidocaína 2%, por sessão, para 
adultos e crianças ASA I: 
 
LIDOCAÍNA 2% 
2g do sal ------------------- 100 ml solução 
2000mg -------------------- 100 ml 
20 mg/ml 
Em 1 tubete há 1,8 ml 
Então: 20 mg x 1,8 = 36 mg de lidocaína em 1 tubete. 
 
Dose máxima para criança de 20 kg: 20 x 7,0 = 140 mg 
 
38 
 
140 ÷ 36 = 3,88 tubetes 
 
Dose máxima para adulto de 60 kg: 60 x 7,0 = 420 mg 
420 ÷ 36 = 11,66 tubetes 
 
Dose máxima para adulto de 80 kg: 80 x 7,0 = 560 mg 
(dose máxima é 500 mg), então 500 ÷ 36 = 13,88 tubetes 
 
Obs.: usar sempre a mínima dose clinicamente eficaz. 
 
11. TÉCNICAS ANESTÉSICAS: MAXILA 
 
11.1. Nervo Alveolar Superior Posterior 
11.1.1. Áreas anestesiadas: molares superiores, exceto a 
raiz mesiovestibular do primeiro molar; tecido periodontal, 
osso, periósteo, tecido conjuntivo e a mucosa vestibular 
adjacente à região. 
11.1.2. Técnica: inserir a agulha no fundo do saco 
vestibular, na altura da raiz distovestibular do segundo 
molar, em ângulo de 45° com a linha média e o plano 
oclusal, avançando a agulha lentamente para dentro, 
para trás e para cima. Introduzir aproximadamente 16 
 
39 
 
mm da agulha, e injetar 0,9 a 1,8 ml de solução 
anestésica. 
 
 
 
 
 
 
 
11.2. Nervo Alveolar Superior Médio 
11.2.1. Áreas anestesiadas: primeiro e segundo pré-
molares, raiz mesiovestibular do primeiro molar superior; 
tecido periodontal, osso, periósteo, tecido conjuntivo e a 
mucosa vestibular adjacente à região. 
11.2.2. Técnica: inserir a agulha até que alcance o ápice 
do segundo pré-molar superior, semelhante a uma 
anestesia supraperióstea. Injetar o anestésico 
lentamente, na quantidade de aproximadamente 0,9 a 
1,2 ml de solução anestésica. 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.3. Nervo Alveolar Superior Anterior 
11.3.1. Áreas anestesiadas: incisivo central, incisivo 
lateral, canino, maxilar, tecidos periodontais, osso, 
periósteo, mucosa vestibular adjacente à região e lábio 
superior. 
11.3.2. Técnica: introduzir a agulha até que alcance uma 
posição acima do ápice do canino superior, além da 
possibilidade de anestesia supraperióstea da região. 
Injetar o anestésico lentamente, na quantidade de 
aproximadamente 0,9 a 1,2 ml de solução anestésica. 
Obs.: as fibras desse ramo podem cruzar o plano 
mediano, então deve-se anestesiar também o lado 
oposto, para anestesiar incisivo central. 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
11.4. Nervo Infraorbital 
11.4.1. Áreas anestesiadas: incisivo central, incisivo 
lateral, canino, primeiro e segundo pré-molares e raiz 
mesiovestibular do primeiro molar superior; tecido 
gengival vestibular, osso alveolar da região, periósteo, 
pálpebra inferior, asa do nariz e lábio superior. 
11.4.2. Técnica: introduzir a agulha na prega muco-jugal, 
de preferência, no primeiro pré-molar superior. Avançar a 
agulha lentamente até tocar suavemente o osso, sendo o 
ponto de contato a borda superior do forame infraorbital e 
a profundidade de penetração da agulha de 16 mm. 
Injetar o anestésico lentamente, na quantidade de 
aproximadamente 0,9 a 1,2 ml de solução anestésica. 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.5. Nervo Palatino Maior 
11.5.1. Áreas anestesiadas: porção posterior do palato 
duro e tecidos moles sobrejacentes, limitando-se 
anteriormente a área do primeiro pré-molar e 
medialmente pela linha média. 
11.5.2. Técnica: introduzir a agulha na região do forame 
palatino maior, localizado entre os segundos e terceiros 
molares superiores, aproximadamente a 1 cm da 
margem gengival palatina, no sentido da linha média. 
Posicionar a agulha de forma que faça um ângulo reto 
com a região palatina, com o corpo da seringa 
direcionado do lado oposto ao que será anestesiado. 
Introduzir a agulha na profundidade de 4 mm e injetar o 
anestésico lentamente, na quantidade de 0,25 a 0,5 ml. 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.6. Nervo Nasopalatino 
11.6.1. Áreas anestesiadas: porção anterior do palato 
duro desde a face medial do primeiro pré-molar superior 
esquerdo ao primeiro pré-molar superior direito. 
11.6.2. Técnica: introduzir a agulha lateralmente à papila 
incisiva, em um ângulo de aproximadamente 45° com a 
linha média, em direção à papila palatina. Penetrar a 
agulha na profundidade de 5 mm e injetar o anestésico 
lentamente, na quantidade de 0,3 a 0,4 ml de solução. 
 
 
 
44 
 
12. TÉCNICAS ANESTÉSICAS: MANDÍBULA 
 
12.1. Nervo Alveolar Inferior 
12.1.1. Nervos anestesiados: nervo alveolar inferior e 
seus ramos, nervo mentoniano e nervo incisivo, além do 
nervo lingual. 
12.1.2. Áreas anestesiadas: todos os dentes 
mandibulares do hemiarco até a linha média, corpo da 
mandíbula e porção inferior do ramo mandibular (nervo 
alveolar inferior), mucosa vestibular anterior ao primeiro 
molar inferior (nervo mentoniano), dois terços anteriores 
da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual|). 
12.1.3. Técnica: o ponto de introdução da agulha situa-se 
a três quartos da distância ântero-posterior da incisura 
coronóide até a rafe pterigomandibular, a 1 cm acima do 
plano oclusal. O corpo da seringa deve estar posicionado 
na direção contralateral à injeção, aproximadamente ao 
nível do segundo pré-molar do lado oposto ao que será 
anestesiado. Deve-se usar agulha longa e penetrá-la até 
que toque levemente o osso (20 a 25 mm, em torno de 
2/3 da agulha). Ao tocar o osso, recuar 1 mm e injetar 
aproximadamente 1 ml da solução anestésica 
lentamente. Assim, o nervo alveolar inferior estará sendo 
 
45 
 
anestesiado. Depois, recuar 1/3 da agulha e injetar mais 
0,5 ml da solução. Assim, será anestesiado o nervo 
lingual. 
 
 
 
 
 
 
 
12.2. Nervo Bucal 
12.2.1. Áreas anestesiadas: o nervo bucal é um ramo da 
divisão anterior do nervo mandibular e não é anestesiado 
quando se realiza a técnica direta de anestesia do nervo 
alveolar inferior. Portanto, após essa técnica, geralmente 
deve-se anestesiar o nervo bucal quando se deseja 
realizar procedimentos envolvendo tecidos moles 
vestibulares da região de molares inferiores. 
12.2.2. Técnica: introduzir a agulha no fundo da região 
vestibular do último molar, na profundidade máxima de 4 
mm. Injetar o anestésico lentamente, na quantidade 
aproximada de 0,3 ml da solução. 
 
 
4612.3. Nervo Lingual 
12.3.1. Observação: essa anestesia é geralmente obtida 
durante a técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior. 
Nos casos em que se pretende anestesiar apenas o 
nervo lingual, utiliza-se os mesmos parâmetros, 
entretanto a profundidade em que será injetada a 
solução será menor, pois o nervo lingual se posiciona 
mais superficialmente. 
12.3.2. Áreas anestesiadas: dois terços anteriores da 
língua e assoalho da cavidade oral. 
12.3.3. Técnica: deve-se introduzir a agulha no mesmo 
local da técnica do nervo alveolar inferior, na 
profundidade de aproximadamente 10 mm (1/3 da 
agulha) e injetar de 0,5 a 1 ml da solução anestésica 
lentamente. 
 
 
47 
 
 
 
 
 
 
 
12.4. Nervos Mentoniano e Incisivos 
12.4.1. Áreas anestesiadas: dentes entre o primeiro pré-
molar e incisivo central, mucosa vestibular, lábio inferior e 
mento. 
12.4.2. Técnica: deve-se introduzir a agulha no fundo do 
saco do vestíbulo, na direção do primeiro pré-molar, 
orientando a seringa para o forame mentoniano. Penetrar 
aproximadamente 5 mm e injetar de 0,5 a 1 ml da 
solução anestésica, lentamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
13. BÔNUS: RECEITUÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14. REFERÊNCIAS 
 
Material de apoio cedido pela professora da disciplina. 
 
ANDRADE, E. D. Terapêutica Medicamentosa em 
Odontologia. 3. Ed. São Paulo: Artes Médicas, 2014. 
 
MALAMED, S. F. Manual de Anestesia Local. 5. Ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2005. 
 
 
49 
 
MALAMED, S. F. Manual de Anestesia Local. 6. Ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2013. 
 
TEIXEIRA, L. M. S., et al. Anatomia Aplicada à 
Odontologia. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2015.

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