Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ CURSO – ESPECIALIZAÇÃO EM SOCIOLOGIA JOSÉ MARQUES FERREIRA PRÁTICA DO PROFESSOR DE SOCIOLOGIA FRENTE AO PRECONCEITO DA SEXUALIDADE NA ESCOLA ESTADUAL LOURIMAR SIMÕES PAES Macapá - AP 2019 JOSÉ MARQUES FERREIRA PRÁTICA DO PROFESSOR DE SOCIOLOGIA FRENTE AO PRECONCEITO DA SEXUALIDADE NA ESCOLA ESTADUAL LOURIMAR SIMÕES PAES Trabalho apresentado ao curso de graduação em Especialização em Sociologia pela Universidade Federal do Amapá, como requisito parcial Para obtenção do título de Licenciatura em Sociologia. Orientador: Prof. Antônio Carlos Sardinha. Macapá - AP 2019 SUMÁRIO 1 - DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO .......................................................... 6 2 – PROBLEMA ........................................................................................................ 7 3 - HIPÓTESE ............................................................................................................ 8 4 – OBJETIVOS ........................................................................................................ 9 4.1. Objetivo Geral ................................................................................................. 9 4.2. Objetivos Específicos .................................................................................... 9 5 – JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 10 6 - REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 11 7 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................ 13 8 – CRONOGRAMA ................................................................................................ 14 9 - REFERÊNCIAS .................................................................................................. 15 “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais...” (ALVES, 1994, p. 1) RESUMO Este trabalho monográfico aborda a questão do Papel do Professor Frente ao Preconceito da Sexualidade no Espaço Escolar e principalmente a importância do papel do professor no enfrentamento da mesma. No decorrer deste estudo foram desenvolvidos capítulos referentes ao conceito e um breve histórico da homofobia, focalizando os pressupostos da educação inclusiva; conteúdos sexistas e discriminatórios existentes na prática pedagógica, apontando a importância da sexualidade como tema transversal do currículo; também foi realizado estudo de campo em uma escola pública da Secretaria de Estado de Educação do Amapá na cidade Cutias e por fim análise de dados colhidos em uma entrevista semi- estruturada. Após a análise e discussão dos resultados, conclui-se que os professores estão tomando novas posturas em relação a inclusão de seus alunos e alunas independente de sua etnia, condição social, sexo, orientação sexual e credo. Porém, constatou-se que a homofobia ainda é uma realidade e que acontece de forma velada por parte de alguns professores. A nova visão que o educador deve ter de seus alunos e alunas tornam o trabalho educativo mais ousado, com quebras de paradigmas impostos pela sociedade de normalidade. A escola deve ser espaço para socialização, respeito a opiniões, ou seja, professores e professoras devem ter em seu dia-a-dia em sala de aula propostas de trabalhos pedagógicos com leituras para uma vida critica e inclusiva. Palavras-chave: homofobia, sexualidade, sexista, inclusão, professor. 6 1 - DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO Este projeto de pesquisa delimitou-se em colher informações sobre o papel do professor frente ao preconceito da sexualidade, de que forma pode influenciar na qualidade de vida dos alunos, tendo como referência a Escola Estadual Lourimar Simões Paes, no qual atende alunos do ensino fundamental e médio, situada no município de Cutias do Araguari. 7 2 – PROBLEMA O problema central da presente pesquisa abrange as dificuldades dos professores em saber lidarem e reconhecer os direitos das minorias sociais homoafetivas no âmbito escolar. Muitos já foram os avanços nesta área, a lei dá garantias a estas pessoas, porém vive-se em uma sociedade heteronormativa, da qual foi estabelecido um padrão para todos os indivíduos. Qual prática adotada foi recebida durante a graduação dos professores da Escola Estadual Lourimar Simões Paes para lidar com esses assuntos? 8 3 - HIPÓTESE É preciso que os educadores construam práticas que desconstruam a heteronormatividade valorizando a pluralidade, e então será possível que apareçam mudanças. A escola não só recria em seu interior preconceitos de gênero como também prepara os alunos para posições mais competitivas no mercado de trabalho, bem como estimula alunos para assumirem funções de provedores de cuidado. Portanto, é papel da escola e de seus educadores promover uma mudança significativa dessa desigualdade entre meninos, meninas e principalmente ao preconceito a sexualidade, trabalhando de forma corajosa as diferenças que unem e não separam pessoas pela opção sexual. Dessa maneira, o trabalho pedagógico construirá condições entre o masculino, feminino e sua pluralidade de gêneros. 9 4 – OBJETIVOS 4.1. Objetivo Geral Investigar a importância do professor com a sexualidade no espaço escolar. 4.2. Objetivos Específicos Apresentar o conceito e um breve histórico da homofobia, focalizando os pressupostos da educação inclusiva; Identificar conteúdos sexistas e discriminatórios existentes na prática pedagógica, apontando a importância da sexualidade como tema transversal do currículo; Investigar a atuação do professor frente aos casos de homofobia, considerando as interações dos alunos em escola pública de ensino médio da cidade de Cutias-AP. 10 5 – JUSTIFICATIVA A justificativa para a pesquisa foi motivada pela dificuldade em tratar do tema sexualidade nas aulas que é causada por motivos culturais, pois percebem-se nos alunos uma barreira em relação ao assunto, uma vez que as famílias têm cada vez menos tempo para ajustar a luta pela sobrevivência com a educação dos jovens. Os jovens aprendem a demonstrar a sua identidade sexual com os amigos e muitas atitudes aprendem sozinho, tendo experiências a sua vivência e a construção de sua identidade sexual fora do lar. Assim, conversar sobre sexualidade na escola deve ser uma realidade cada vez mais próxima dos jovens, pois vivemos um tempo de mudanças em que as pessoas necessitam estarem abertas às informações do mundo contemporâneo. Diante disso, o problema da pesquisa é investigar quais os conhecimentos e práticas adotadas pelos professores diante do assunto, além de obter informações referentes aos valores, conceitos e preconceitos ligados à educação sexual, de que forma influenciam na formação dos alunos da referida escola, tendo como objetivos identificar os conceitos, preconceitos e valores dos participantes deste estudo, esclarecer os mitos e tabus que permeiama educação sexual por meio de conhecimentos dos conteúdos científicos, sensibilizar os alunos a respeito dos seus preconceitos sobre educação sexual, conscientizar os alunos sobre a necessidade de se realizar prevenção sexual. 11 6 - REFERENCIAL TEÓRICO Como foi dito anteriormente, a sexualidade na escola é discutida como reprodução humana e os sistemas genitais femininos e masculinos, esquecendo-se que sexualidade é muito mais do que isso. Sayão (2008, p. 45), afirma que “a sexualidade refere-se aos sentimentos, desejos, relacionamentos entre as pessoas, sejam homens, sejam mulheres, e incluímos nesse contexto, as crianças”. A sexualidade, as identidades de gênero e as identidades sexuais são questões que precisam ser problematizadas nas escolas, uma vez que o silenciamento das questões sobre a diversidade sexual é uma forma de contribuir para o aumento da homofobia. Os profissionais da educação devem ter plena abertura para ouvir dos seus alunos e alunas relatos de seu dia-a-dia. Sua linguagem deve ter a eficácia pedagógica, e para isso deve se adequar a faixa etária e as especificidades culturais de sua clientela. A homofobia é a forma de preconceito de discriminação direcionada contra os homossexuais. Esse termo surgiu nos Estados Unidos no fim da década de setenta, mas somente no final dos anos noventa é que esse termo espalhou-se pelo mundo. Como toda forma de exclusão, a homofobia não se limita a constatar uma diferença: ela a interpreta e tira conclusões. Assim, se o homossexual é culpado por sua opção sexual, sua condenação moral aparece como necessária, e sua natural. Se seus atos sexuais e afetivos são tidos quase como crimes, então sua exclusão é natural, e na pior das hipóteses o pior, seu extermínio, como acontece em alguns países do oriente (BORILLO, 2009). Quanto à questão da sexualidade, como foi dito, ela não deve ser vista pela escola apenas na visão biológica. Já suas várias formas de manifestação estão presentes o tempo todo ―nas conversas dos estudantes, nos grafites dos banheiros, nas piadas e brincadeiras, nas aproximações afetivas, nos namoros‖ (LOURO, 1997, p. 131). Assim sendo, cabe a todos educadores e educadoras terem a consciência de que as questões de gênero, sexualidade e homofobia estão dentro da escola e devem ser discutidas. Devem-se trabalhar as múltiplas vivências sociais, históricas e culturais. Também é necessário repensar as identidades, entendendo que todos e todas são constituídos por múltiplas identidades — classe, etnia, gênero, orientação sexual, credo etc. — e que essas se interrelacionam posicionando-os nos diversos contextos. 12 As concepções dos autores, filosóficas, históricas e sociológicas deixam presente a questão da barreira que há no contexto da sexualidade dentro das escolas. Sexualidade, identidade de gênero, identidade sexual, gênero... São aspectos relacionados e discutidos por muitos autores para entender a exclusão de pessoas, suas sexualidades e suas normas sexuais. Estes estudos reforçam que as sociedades atuais precisam e se utilizam normas e sanções para estabelecer uma sexualidade conjugal e não- conjugal, suas variações e ações, a fim de que os indivíduos se comportem da maneira esperada para cada sociedade. Por isso se faz necessário conhecer o posicionamento dos indivíduos frente a essas normas ao contexto da sociedade e da sexualidade dos grupos sociais. 13 7 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O desenvolvimento do projeto teve caráter qualitativo e se preocupou com a potencialidade oferecida pelo contato direto do investigador com as situações estudadas através da pesquisa explicativa. Esta é bastante flexível, tendo, também, um caráter socializador, além de buscar realizar uma síntese entre o envolvimento do pesquisador e do grupo pesquisado, na dinâmica do processo de mudança social a começar dentro da escola. A pesquisa explicativa tem como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. 14 8 – CRONOGRAMA ETAPAS DA MONOGRAFIA (palestras) Março Abril Maio Junho Agosto Setembro Homofobia X O professor e a prática X Discriminação de gênero X Os Grupos LGBT X A Diversidade de gênero X A Tolerância X 15 9 - REFERÊNCIAS ABRAMOVAY, Mirian (coord.). Revelando tramas, descobrindo segredos: violência e convivência nas escolas. Brasília: Rede de Informação Tecnológica Latino-americana – RITLA, Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF, 2009. ALVARENGA, Luís Fernando Clage & IGNA, Maria Cláudia Dal. Corpo e Sexualidade na Escola: as possibilidades estão esgotadas? In SOARES, Dagmar Meyer Rosângela (Org.). Corpo, Gênero e Sexualidade, p.62-72, Porto Alegre: Mediação, 2004. BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística aplica às Ciências Sociais. 5.ed., Florianópolis: UFSC, 2002. BORRILLO, Daniel. A homofobia. In: LIONÇO, Tatiana & DINIZ, Debora (Organizadoras). Homofobia & Educação – Um desafio ao silêncio. Brasília: Letras Livres: EdUnB, 2009. p.15-46.