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Geovana Sanches, TXXIV MAUS TRATOS NO IDOSO INTRODUÇÃO Definição “Ato único ou repetido, ou ainda, como ausência de ação apropriada que cause dano, sofrimento ou angústia, e que ocorra dentro de um relacionamento de confiança.” (OMS) Prevalência Os maus tratos ocorrem de igual forma nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos. No Brasil, são poucos os dados estatísticos sobre os maus tratos em idosos, pois muitas vezes a própria população é omissa. Embora seja o menos prevalente, os maus tratos físicos apresentam maior destaque. Entretanto, faz-se necessário atentar-se para outros tipos de violência, como a psicológica, financeira, entre outros. POLÍTICAS NACIONAIS DO IDOSO Dentre os anos de 1980 e 1990, as causas violentar se apresentaram como a 6ª causa de óbito na população com maior de 60 anos. A partir desses dados, iniciou-se a discussão sobre o assunto e, em 1996, foi promulgada a Política Nacional do Idoso, um documento que organiza a forma de atenção à população envelhecida no âmbito na saúde pública. Entretanto, foi apenas em 2003 que o Estatuto do Idoso foi estabelecido e os casos suspeitos ou confirmados de maus tratos aos idosos passaram a ser objeto de notificação compulsória. Punições ao agressor • Violência que resulta em morte o 4 a 12 anos de prisão • Violência com dano grave, mas que não evolui com óbito o 1 a 4 anos de prisão • Violência que resulta em dano leve o Multa CARACTERÍSTICAS DOS MAUS TRATOS Tipos de maus tratos • Negligência o É o mais frequente o Consiste na recusa ou omissão em exercer responsabilidade no ato de cuidar do idoso o Geralmente denunciado pela equipe médica que acompanha o paciente • Psicológicos o É o segundo mais frequente • Físicos • Financeiro ou material • Abandono • Autoabandono ou autonegligência o Quando o próprio idoso ameaça sua saúde ou segurança, com recusa ou fracasso de prover a si próprio o cuidado adequado • Sexual o É uma das principais causas de violência em instituições de longa permanência Incidência Principais locais de violência • Domicílio o Dentre os idosos que evoluem à óbito como vítimas de agressão, o maior número ocorreu em seu próprio domicílio • Instituições de longa permanência o Segundo local em que mais ocorre violência contra o idoso o Atenção para o abuso sexual CARACTERÍSTICAS DA VÍTIMA Fatores de risco • Déficit cognitivo (demência) • Alterações de personalidade • Privação sensorial • Incapacidade física exigindo alto grau de cuidado (imobilidade, distúrbios do sono, incontinência) • Problemas mentais (depressão) • Controle financeiro-patrimonial feito por outra pessoa que não o idoso Perfil da vítima • Predominância no sexo feminino Geovana Sanches, TXXIV • Idade superior a 75 anos • Viúva • Portadores de doença crônica • Dependência física e emocional o Dependente para as atividades cotidianas • Reside com familiares • Menor nível de escolaridade • Perfil solitário que não busca ajuda ou suporte social Comportamento do idoso vítima Nem sempre a vítima relata os maus tratos que vem sofrendo, mas pode escrever sobre isso. Alguns sinais para que suspeitemos que o idoso está sendo vítima de maus tratos são: • Comportamento passivo e retraimento • Tristeza, desesperança, depressão • Ansiedade, agitação e medo • Estado nutricional precário o Perda de peso o Desnutrição e Desidratação o Palidez • Faltas frequentes em consulta médica • Administração incorreta de medicamentos • Medo de falar livremente • Más condições de higiene e vestimenta descuidada • Imposição de contato físico • Acidentes e lesões recorrentes inexplicáveis o Marcas, hematomas, queimaduras, lacerações, escaras, feridas, úlceras de pressão CARACTERÍSTICAS DO AGRESSOR Fatores de risco • História de violência familiar • Dependência o Idoso dependente e frágil o Agressor dependente da vítima • Incapacidade funcional e alto grau de dependência de cuidados • Estresse do cuidador • Isolamento social • Problemas de saúde mental e/ou consumo abusivo de álcool ou de drogas Perfil do agressor • Homem • Relação de dependência financeira do agressor e vítima • Familiar da vítima o Principalmente filho, neto e genro • Idoso previamente com personalidade dominadora e controladora sobre os filhos o Inversão da posição após o envelhecimento o O agressor pode já ter sofrido maus tratos pela vítima enquanto jovem • Uso e abuso de substâncias (drogas, álcool ou medicamentos) • Doenças mentais • Sobrecarga do cuidador INSTRUMENTOS DE DETECÇÃO Caregiver Abuse Screen (CASE) • Formulário canadense • Autopreenchimento • Avaliação de aspectos o Físicos o Psicossociais o Negligência Hwalek Sengstock Elder Abuse Screen Test (H-S / EAST) • Formulário estadunidense • Avalia o Risco de abuso psicológico e físico o Violação dos diretos pessoais o Isolamento o Abuso financeiro Avaliação geriátrica ampla (AGA) • Única utilizada no Brasil • Avaliação da presença de sinais de maus tratos • Associa-se com avaliação clínica e psíquica do paciente DENUNCIA Na suspeita de maus tratos, acionar: • Serviço social do local (hospital) • CREAS mais próximo o CREAS: Centros de referência especializados de assistência social o PAEFI: Serviços de proteção e atendimento especializados a famílias e indivíduos • Denúncia anônima (Disque 100) • Delegacia especializada ou geral
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