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Adenomas hipofisários Definição Classificação Diagnóstico São considerados os tumores mais comuns que afetam o hipotálamo. Os aspectos morfofuncionais devem ser levados em conta para estabelecer o diagnóstico e definir a conduta a ser tomada (morfologia = tamanho /extensão do tumor – se ultrapassar a sela túrcica pode gerar alterações visuais por compressão do quiasma óptico). Tamanho do tumor: extensão do tumor (intrasselar, suprasselar e parasselar) Micro (< 10mm) macro (>10mm) e macro com extensão extraselar Compressão de estruturas adjacentes: hipófise, quiasma óptico, nervos cranianos, carótidas e outras estruturas SNC. Adenomas secretores hormônios: quadro clínico típico Clinicamente não funcionante Compressão da hipófise: pan- hipopituirarismo Anatômicos: Fisiologia: A RM do crânio, especialmente com imagens coronais e administração de gadolínio, é capaz de delinear completamente o tumor hipofisário e estruturas neurais adjacentes. Tratamento Tratamento clínico da doença causada pelo adenoma hipofisário. Todos os macroadenomas e alguns microadenomas podem ser tratados cirurgicamente pela via transesfenoidal. Hipoprolactinemia A deficiência de prolactina é rara e ocorre principalmente no contexto de deficiências hormonais combinadas. A única consequência reconhecida da deficiência de PRL é a ausência de lactação pós parto: esse cenário pode ser descoberto no infarto da hipófise decorrente da hemorragia obstétrica (síndrome de Sheehan). Não foi descrito nenhum efeito sobre o desenvolvimento das mamas ou outros tecidos na deficiência de PRL. Quando presença de prolactinomas - Diminuição do tamanho do tumor: Compressão quiasma / alteração visual / cefaleia / hipopituitarismo Galactorreia e oligo/amenorreia. Diminuição da libido, ressecamento da vagina e dispareumia. Infertilidade Osteoporose. Redução da libido Impotência Infertilidade Raramente ginecomastia ou galactorreia Gerais: Em mulheres: a hiperprolactinemia provoca: Em homens, a hiperprolactinemia provoca hipogonadismo com supressão do dos níveis de LH e FSH e baixos níveis de testosterona: Hiperprolactinemia DiagnósticoEtiologia Manifestações clínicas Tratamento Consequência de alterações farmacológicas nas vias que controlam a secreção de PRL. Efeitos fisiológicos e metabólicos sobre a produção e depuração da PRL. Compressão de pedículo hipotalâmico ou hipofisário. Presença de condição neoplásica: Prolactinomas (Tipo mais comum de adenoma de hipófise). Deve se excluir possibilidade de gravidez e insuficiência renal (que são causas fisiológicas de aumento da PRL) Deve-se excluir a possibilidade de hipotireoidismo primário como causa de hiperprolactinemia leve. Obter um cuidadoso histórico farmacológico em todos os pacientes com hiperprolactinemia. TC ou RM para distinguir prolactinomas de hiperprolactinemia idiopática. Tratar a causa base Prolactinomas: Diminuição dos Níveis Séricos de Prolactina: Cabergolina e a bromocriptina. Receptores dopaminérgicos (D1 a D5) Ligam-se aos receptores de dopamina do subtipo D2, inibindo a secreção dos lactotrofos e causando a redução do tumor. 1. 2. Doença de Cushing DiagnósticoFisiopatologia Manifestações clínicas Tratamento Resulta de um adenoma hipofisário, que provoca produção excessiva de ACTH. É responsável por 60 - 70% dos casos de síndrome de Cushing. Obesidade (distribuição centrípeta) Fácies de lua cheia e proptose leve. Gordura supraclavicular aumentada e giba cervical. Hipertensão. Hiperpigmentação; Pletora facial; Acne; Edema; Hirsutismo Fraqueza muscular; Osteoporose e dor nas costas. Libido diminuida; Oligomenorreia e amenorreia. Geral Pele Musculo esquelética Reprodutiva Neuropsiquiátrico: Depressão; Irritabilidade e labilidade emocional; Psicose. Metabólica: Hipocalemia e alcalose; Hipercalciúria e pedras renais; Intolerância a glicose ou diabetes melito Efeitos expansivos de tumores: Cefaleia; Perda de campo visual; Hipopituitarismo Teste de supressão com dexametozona Cortisol plasmático ou salivar à meia noite Elevação do cortisol livre na urina de 24 horas Se estiver baixo é ACTH independente. Se estiver alto é ACTH dependente. ACTH dependente: RM da sela túrcica é o exame de imagem padrão-ouro para visualizar os adenomas. ACTH independente: TC das adrenais. 1º: Confirmar o hipercortisolismo: 2º: Dosagem do ACTH 3º: Etiologia Cirurgia Transesfenoidal Tratamento Clínico da Síndrome de Cushing Pasireotide Cabergolina Acido Retinóico Cetoconazol Metirapona Etomidato Mitotato 1. 2. Ação no Tumor: Inibidores da Esteroidogênese: Excesso do hormônio de crescimento DiagnósticoFisiopatologia Manifestações clínicas Tratamento Os tumores hipofisários produtores de GH representam de 10 - 15% dos tumores da hipófise. Os tumores produtores de GH são frequentemente tumores mistos que secretam mais de um hormônio (ocorre produção de prolactina em cerca de 40% dos adenomas somatotróficos). Acromegalia no adulto Aumento do tamanho de mãos, pés e alterações face, espaçamento dentário, prognatismo e macroglossia. Gigantismo nas crianças, nas quais Os tumores secretores de GH provocam: 1. 2. ocorre excesso de GH antes do fechamento das epífises. Dosagem de IGF-1 elevados são consistentes com a acromegalia quando interpretados no contexto de idade, sexo e estado nutricional. Dosagem de GH (secreção pulsátil) Teste oral de tolerância a Glicose (TOTG) com 75g de Glicose GH tempos: zero, 30’, 60’, 90’ e 120’ GH < 1mcg/L em pessoas normais. Ressonância Magnética de Sela Túrcica com contraste 1. 2. 3. 4. Ressecção transefenoidal do tumor Tratamento Clínico Análogos de Somatostatina: Octreotide, Lanreotide e Pasereotide Pegvisomanto: Análogo Biossintético do GH que se liga nos receptores promovendo diminuição dos níveis de GH Radioterapia: Risco de hipopituitarismo 1. 2. 3. Hipopituitarismo Congênito Definição Etiologia Adquirido Exames laboratoriais Deficiências hormonais: GH, TSH, ACTH, LH, FSH, Prolactina, ADH. As deficiências de hormônios hipofisários podem ser causadas pela perda da estimulação do hipotálamo ou pela perda direta da função hipofisária. Genética; Orgânica; Idiopática Apresentação Defeitos genéticos dos hormônios hipofisiotróficos. Defeitos genéticos do receptor dos hormônios hipofisiotróficos. Defeito do receptor de GHRH; GnRH; TRH Defeitos genéticos: Compressão tumoral prejudica o suprimento sanguíneo hipofisário prejudicando ação dos hormônios hipotalâmicos Hiperprolactinem ia (<200mg/dl) Principal causa de hipopituitarismo: Adenoma Hipofisário: Manifestações clínicas Atraso na velocidade de crescimento, baixa estatura, micropênis, implantação anômala de dentes, hipoglicemia, hipotrofia muscular e depressão. Fraqueza, astenia, perda ponderal, hipotensão postural, náuseas e vômitos, diarreia, mialgias. Fraqueza, astenia, constipação intestinal e depressão. Atraso puberal, amenorreia, diminuição da libido, hipotrofia testicular, infertilidade. GH (crianças): deficiência de GH ACHT: Insuficiência Adrenal Secundária TSH: Hipotireoidismo Central ou Secundário Gonadotrofinas - LH e FSH: Hipogonadismo Hipogonadotrófico A terapia depende da natureza e da gravidade das deficiências hormonais, bem como dos objetivos clínicos finais almejados. Os objetivos são repor os hormônios de modo fisiológico, procurando evitar as consequências da reposição excessiva Tratamento Deficiência de GH Manifestações clínicasDefinição Causas Tratamento Incidência de DGH em torno de 6.000 casos por ano. Pode estar presente na infância e na fase adulta Infância: Baixa estatura Fase Adulta: fadiga, alteração da composição corpórea e diminuição de massa muscular Tratamento de DGH Medicamento = somatropina Fase adulta ainda é controverso quanto a diminuição de mortalidade. Melhora da qualidade de vida Hipogonadismo hipogonadotrófico DiagnósticoDefinição Manifestações clínicas Tratamento A hiperprolactinemia presente decorrente desconexão dahaste hipofisário contribui também como causa do hipogonadismo. Caracterizado pela falência da função gonadal secundária à deficiência na secreção de gonadotrofinas Pode ocorrer em até 95% dos paciente com tumores selares, principalmente, após realização de cirurgia ou radioterapia. Homens: perda de pelos corporais, redução volume testicular, disfunção sexual, queda da libido, alteração da massa óssea e muscular e alteração da eritropoiese. Mulheres: oligo ou amenorreia, infertilidade, secura vaginal, dispaurenia, osteoporose, aterosclerose prematura Dependem do momento da instalação do hipogonadismo (antes ou após inicio da puberdade). Após a puberdade Os níveis de LH e de FSH devem estar elevados nas mulheres pós menopáusicas, e níveis normais podem indicar deficiência. Os baixos níveis de testosterona nos homens, sem qualquer elevação dos níveis de LH e de FSH são compatíveis com comprometimento da reserva hipotalâmico-hipofisária. Opções: cipionato de testosterona, pripionato de testosterona, undecanoato de testosterona, testosterona em gel (tópico) Contraindicação: PSA elevado, câncer de próstata ou mama, hematócrito >50%, Insuficiência cardíaca C classe funcional III e IV Opções: Estrógenos (sintéticos e naturais) e Progestógenos. Vias de administração: oral, transdérmico, implantes, tópicos vaginais Contraindicações: fenômenos tromboembólicos, câncer de mama, câncer de endométrio, cardiopatia grave, hepatopatias, sangramento uterino sem causa. Consiste em manter os caracteres secundários, restabelecimento da libido, melhora da disfunção sexual, induzir a fertilidade e prevenção de doenças como osteoporose e doenças cardiovasculares prematuras. Homens: terapia de reposição androgênica Mulheres: terapia de reposição hormonal (TRH) Diabetes insípidos Diabetes insípidos central O DI é uma patologia incomum, que cursa com a excreção de grandes volumes de urina, caracteristicamente diluída, hipotônica e insípida, daí a origem do nome da doença. Decorre da: Falta de ação do ADH, pela falta de secreção. Pela resistência ao seu efeito biológico. Diabetes insípidos nefrogênico Primário: não há lesão identificável aos exames de imagem. Muitas vezes, é de fundo genético e pode ser esporádico ou familiar, quando costuma ser de herança autossômica dominante e relacionado a mutações no gene da própria vasopressina -gene AVP; Secundário: mais comum do que o primário, decorre de dano ao hipotálamo que leve à destruição dos neurônios produtores de vasopressina, provocado por várias patologias possíveis: adenomas hipofisários, outras neoplasias da região, metástases, encefalopatia anóxica, trauma cranioencefálico, cirurgia, radioterapia, sarcoidose, histiocitose X.infecções (tuberculose, sífilis, encefalite), hipofisite linfocítica e alterações vasculares (acidente vascular cerebral, aneurismas). Após cirurgia sobre a região hipotalâmico-hipofisária, é frequentemente observado um DI transitório em 30 a 60% dos casos, com evolução trifásica: poliúria com urina hipotônica nos primeiros 4 a 5 dias de pós-operatório, seguido de oligúria com urina hipertônica e risco de hiponatremia nos próximos 5 a 7 dias, com retorno à normalidade ou evolução para DI permanente a seguir. Considera-se permanente o que dura mais de 15 dias, no pós-operatório. O DI é provocado por doenças que acometem o hipotálamo. O acometimento isolado da hipófise posterior não causa DI, uma vez que o ADH é sintetizado pelos corpos celulares dos neurônios hipotalamicos, portanto sua deficiência clínica só acontece quando há a destruição deles - lesão hipotalâmica. As etiologias podem ser divididas em 2 grupos: 1. 2. Congênito: mais de 90% correspondem a mutações no gene AVPR2, com herança ligada ao X. É um quadro grave, que se manifesta desde o nascimento, pela expressão defeituosa do V2R, um receptor do ADH normalmente presente nos túbulos coletores renais. Cerca de 8% dos casos de DI nefrogênico congênito devem-se a mutações do gene da aquaporina 2, um canal de água presente nos túbulos coletores renais, sensível à ação do ADH; Tem padrão de herança autossômica recessiva; Adquirido: mais comum; pode ser encontrado em várias situações, como: Pielonefrite, amiloidose renal, mieloma múltiplo, hipocalemia, síndrome de Siögren, anemia falciforme, hipercalcemia crônica e uso de medicações como corticoides, diuréticos, demeclociclina, lítio e foscarnete. É determinado por defeito dos túbulos renais que diminui sua resposta ao ADH e, assim, a reabsorção de água livre. Os pacientes têm secreção normal de ADH, mas não apresentam resposta ao hormônio endógeno ou à administração de ADH exógeno. A etiologia do DI nefrogênico pode ser: 1. 2. Diabetes insípidos Quadro clínico Poliúria (3 a 18 L/d). Enurese noturna Sede intensa, principalmente por líquidos gelados Hipernatremia, nos casos mais graves, onde não há acesso/capacidade de ingesta de água livre. Adultos podem apresentar hiperuricemia. Diagnóstico Requer a quantificação do volume de diurese e da ingestão hídrica, a determinação da osmolaridade urinária (menor do que a do plasma) e da densidade urinária (<1.010) e a exclusão de outras causas de poliria e polidipsia: diabetes mellitus descompensado,polidipsia primária, hipercalcemia etc. O diagnóstico já pode ser estabelecido com segurança se o paciente apresentar osmolaridade plasmática elevada (> 300 mOsm/L) e osmolaridade urinária inferior à do plasma (urina hipotônica), o que indica que os rins não estão sendo capazes de reter água para corrigir a hiperosmolaridade plasmática. Caso isso não ocorra espontaneamente, deve-se realizar o teste de privação hídrica: Mantém-se o paciente em jejum, sob observação, e seu peso, diurese, osmolaridade/densidade urinária e natremia/osmolaridade plasmática são avaliados de hora em hora, durante 4 a 8 horas O teste é interrompido quando o paciente perde, pelo menos, 3% do peso corpóreo ou a osmolaridade plasmática atinge valores >300 mOsm/L. Nesse momento, administra-se DDAVP, um análogo sintético do ADH, por via nasal (10 ug) ou subcutânea (1,2 ug), libera-se a ingesta de fluidos, e observam-se o débito urinário, a osmolaridade/densidade urinária e a natremia/osmolaridade plasmática por mais algumas horas. A administração de DDAVP no fim do teste visa diferenciar os quadros neurogênicos e nefrogênicos de DI. Caso haja resposta ao DDAVP, com aumento de 50% ou mais da osmolaridade urinária, bem como redução da diurese e aumento da densidade urinária, trata-se de uma etiologia neurogênica; o nefrogênico não apresenta resposta ao DDAVP. Nos casos centrais, deve-se realizar estudo por imagem da região selar, que pode evidenciar lesões expansivas ou, nos casos primários, a perda do ponto brilhante correspondente à neuro-hipófise na ressonância magnética em T1 1. 2. 3. Tratamento Envolve adequada reposição hídrica, que pode ser o único tratamento necessário nos casos leves ou parciais. Nos pacientes com DI central ou gestacional, utiliza- se o DDAVP, geralmente por via nasal - solução ou spray -, na dose de 5 a 20 ug em 2 a 3 vezes por dia. Também há apresentações para uso oral - comprimidos de 100 ug, 1 a 12 comprimidos/d - ou subcutâneo. Clorpropamida, carbamazepina e clofibrato também podem ser úteis. O DI nefrogênico completo é de difícil tratamento, pois não responde ao DDAVP. Nos casos de DI nefrogênico parcial, podem-se usar doses altas de DDAVP, associadas à dieta hipossódica. Uma alternativa é utilizar hidroclorotiazida, 50 a 100 mg/d, ou amilorida, além de anti-inflamatórios não hormonais - ibuprofeno, indometacina
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