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APG05-Pan-Hipopituitarismo

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APG05 – PAN-HIPO/HIPERPITUITARISMO 
“A VIDA NÃO PRESTA” 
 
Objetivos: 
 Revisar a anatomofisiologia da hipófise. 
 Entender as principais alterações que acometem a hipófise (Etiologia e 
Fisiopatologia). 
 Compreender as manifestações clínicas e complicações do pan-
hipo/hiperpituitarismo. 
 Explicar o diagnóstico e manejo clínico do pan-hipo/hiperpituitarismo. 
 
 
Revisar a anatomofisiologia da hipófise. 
TORTORA, G. J., DERRICJSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14ª ed. 
Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2016. 
 A glândula hipófise é uma estrutura em forma de ervilha com 1 a 1,5 cm de diâmetro 
e que se localiza na fossa hipofisial da sela turca do esfenoide. Fixa-se ao hipotálamo 
por um pedículo, o infundíbulo, e apresenta duas partes anatômica e funcionalmente 
separadas: a adenohipófise (lobo anterior) e a neurohipófise (lobo posterior). A 
adenohipófise representa cerca de 75% do peso total da glândula e é composta por 
tecido epitelial. No adulto, a adenohipófise consiste em duas partes: a parte distal, 
que é a porção maior, e a parte tuberal que forma uma bainha ao redor do 
infundíbulo. A neurohipófise é composta por tecido neural. Também consiste em 
duas partes: a parte nervosa, a porção bulbosa maior, e o infundíbulo. Uma terceira 
região da glândula hipófise, chamada de parte intermédia, atrofia-se durante o 
desenvolvimento fetal humano e deixa de existir como um lobo separado nos adultos 
(ver Figura 18.21B). Entretanto, algumas de suas células migram para partes 
adjacentes da adenohipófise, onde persistem. 
 
ADENO-HIPÓFISE 
o A adenohipófise secreta hormônios que regulam uma ampla variedade de 
atividades corporais, desde o crescimento até a reprodução. A liberação de 
hormônios da adenohipófise é estimulada por hormônios liberadores e 
suprimida por hormônios inibidores do hipotálamo. Sendo assim, os 
hormônios hipotalâmicos constituem uma ligação importante entre os 
sistemas nervoso e endócrino. 
 Tipos de células da adenohipófise e seus hormônios 
o Cinco tipos de células da adenohipófise – somatotrofos, tireotrofos, 
gonadotrofos, lactotrofos e corticotrofos – secretam sete hormônios. 
 Os somatotrofos secretam hormônio do crescimento (GH), também conhecido 
como somatotrofina. O hormônio do crescimento, por sua vez, estimula vários 
tecidos a secretarem fatores de crescimento insulinosímiles (IGF), hormônios que 
estimulam o crescimento corporal geral e regulam aspectos do metabolismo. 
 Os tireotrofos secretam hormônio tireoestimulante (TSH), também conhecido como 
tireotrofina. O TSH controla as secreções e outras atividades da glândula tireoide. 
 Os gonadotrofos secretam duas gonadotrofinas: hormônio foliculoestimulante 
(FSH) e hormônio luteinizante (LH). O FSH e o LH atuam nas gônadas; estimulam a 
secreção de estrogênios e progesterona e a maturação de ovócitos nos ovários, 
além de estimularem a produção de espermatozoides e a secreção de testosterona 
nos testículos. 
 Os lactotrofos secretam prolactina (PRL), que inicia a produção de leite nas 
glândulas mamárias. 
 Os corticotrofos secretam hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), também 
conhecido como corticotrofina, que estimula o córtex da glândula suprarrenal a 
secretar glicocorticoides como cortisol. Alguns corticotrofos, remanescentes da parte 
intermédia, também secretam hormônio melanócitoestimulante (MSH). 
 
 
 
 
NEURO-HIPÓFISE 
 Embora não sintetize hormônios, a neurohipófise armazena e libera dois hormônios. 
Os corpos celulares das células neurossecretoras se encontram nos núcleos 
paraventricular e supraóptico do hipotálamo; seus axônios formam o trato 
hipotálamohipofisial. Esse trato começa no hipotálamo e termina perto de capilares 
sanguíneos na neurohipófise (Figura 18.8). Os corpos das células neuronais dos 
dois núcleos paraventricular e supraóptico sintetizam o hormônio ocitocina (OT) e 
o hormônio antidiurético (ADH), também chamado de vasopressina. Os terminais 
axônicos na neurohipófise são associados à neuróglia especializada chamada de 
pituitócitos. Essas células apresentam uma função de suporte similar a dos astrócitos 
Após sua produção nos corpos celulares das células neurossecretoras, a ocitocina 
e o hormônio antidiurético são envolvidos em vesículas secretoras, que se 
movimentam por transporte axônico rápido até os terminais axônicos na 
neurohipófise, onde são armazenados até que impulsos nervosos desencadeiam a 
exocitose e a liberação hormonal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entender as principais alterações que acometem a hipófise (Etiologia e 
Fisiopatologia). 
 Principais distúrbios 
o Tumores benignos (adenomas) são o problema mais comum da hipófise. 
Outros distúrbios resultam de defeitos hereditários, alterações congênitas, 
traumatismos, problemas de suprimento sanguíneo ou sequelas de 
tratamentos cirúrgicos ou radioterápicos de distúrbios anteriores dessa 
glândula. São raros os tumores malignos da hipófise. 
 Exemplos de distúrbios mais frequentes da hipófise 
o Tumores da hipófise: podem produzir hormônios ou não. A maioria é 
benigna (adenomas). Quando comprimem os tecidos vizinhos, podem 
provocar distúrbios visuais e dor de cabeça. Com frequência, produzem um 
hormônio em excesso, com deficiência de outros. 
o Deficiência de hormônio do crescimento: diversas causas. Em crianças, 
provoca retardo do crescimento e baixa estatura. É rara em adultos, mas pode 
causar fraqueza muscular, diminuição da massa óssea e obesidade. 
o Hipopituitarismo: diminuição geral dos hormônios hipofisários, resultante de 
tumores, traumatismos, redução do suprimento sanguíneo para a hipófise, 
infecção, sarcoidose, autoimunidade, irradiação ou cirurgia da hipófise. 
o Hiperprolactinemia: adenoma secretor de prolactina. Em mulheres, pode 
provocar galactorreia e amenorreia. Em homens, diminuição da libido e 
impotência. 
o Síndrome da sela vazia: a sela turca é uma estrutura do osso esfenoide que 
abriga a hipófise. Síndrome da sela vazia é uma descrição da imagem obtida 
por ressonância magnética em que a sela parece vazia. Está associada a 
cefaleia e, em alguns casos, a hipopituitarismo. 
 Distúrbios hipofisários menos comuns 
o Acromegalia e gigantismo: produção excessiva de hormônio do 
crescimento, em geral devida a um tumor. Em crianças, causa gigantismo, 
com crescimento ósseo exagerado e estatura alta. Em adultos, resulta em 
acromegalia, com aumento dos ossos da face, das mãos e dos pés, síndrome 
do túnel do carpo, cefaleia, sudorese, apneia do sono, fadiga e hipertensão 
arterial. 
o Doença de Cushing: sintomas de síndrome de Cushing causados por um 
tumor da hipófise secretor de ACTH, que estimula a produção de cortisol pelas 
glândulas suprarrenais, incluindo obesidade da parte central do corpo, rosto 
arredondado, pele fina, estrias abdominais, fraqueza muscular, osteoporose, 
aumento da glicemia e hipertensão arterial. 
o Diabetes insípido: produção insuficiente de hormônio antidiurético (ADH) 
pelo hipotálamo, com excreção renal de grandes quantidades de urina diluída. 
o Síndrome de Nelson: causada pela remoção das glândulas suprarrenais 
como tratamento da doença de Cushing. Ocorre escurecimento da pele como 
resposta à secreção excessiva de ACTH e hormônio estimulante dos 
melanócitos. 
o Neoplasia endócrina múltipla do tipo 1 (MEN1): mutação hereditária que 
aumenta o risco de tumores da hipófise e de outras glândulas endócrinas. 
o Síndrome de Kallmann: liberação deficiente do hormônio liberador de 
gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo causa deficiência dos hormônios 
estimulante dos folículos (FSH) e luteinizante (LH), que resulta em retardo ou 
ausência de puberdade. Está associada a anosmia (ausência de olfato). 
o Infarto da hipófise: limitação do suprimento sanguíneo para a hipófise pode 
causar hipopituitarismo. 
o Síndrome de Sheehan: hipopituitarismo provocado por perda excessiva desangue durante ou após o parto. 
o Craniofaringioma: tumor que se desenvolve perto da hipófise, causando 
hipopituitarismo, cefaleia, distúrbios visuais e retardo do crescimento. 
 
 
PAN-HIPOPITUITARISMO 
FERNANDES, Ana Margarida et al. De Caso Social à Neurocirurgia: A Propósito de um 
Caso de Pan-Hipopituitarismo. Medicina Interna, v. 23, n. 2, p. 102-104, 2016. 
 O pan-hipopituitarismo resulta da produção inadequada de hormonas pituitárias e 
pode ser o resultado final de diversas patologias que interferem com a hipófise ou 
com o eixo hipotálamo-hipofisário. 
 Danos à hipófise anterior podem ocorrer repentina ou lentamente, podem ser leves 
ou graves e podem afetar a secreção de um, vários ou todos os seus hormônios. 
Como resultado, a apresentação clínica das deficiências hormonais da hipófise 
anterior varia, dependendo dos seguintes fatores. 
o A rapidez com que uma doença afeta as células da hipófise anterior. 
o A gravidade da deficiência hormonal. 
o O número de diferentes células da hipófise anterior que são afetadas, levando 
ao comprometimento da secreção de um, alguns ou todos os hormônios da 
hipófise (chamado pan-hipopituitarismo). 
VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 6. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 O hipopituitarismo é definido como deficiência parcial ou completa da hipófise 
anterior, causada por distúrbios hipofisários ou hipotalâmicos adquiridos ou, mais 
raramente, hereditários. A deficiência de hormônios hipofisários pode ser isolada 
(um único hormônio) ou múltipla. A deficiência de todos os hormônios da 
adenohipófise é conhecida como pan-hipopituitarismo. Vale a pena ressaltar que a 
falência hormonal da hipófise anterior costuma obedecer a uma sequência de 
deficiência hormonal com o seguinte encadeamento: GH > LH/FSH > TSH > ACTH 
> PRL. A incidência do hipopituitarismo anterior é de 12 a 42 casos/milhão/ano e sua 
prevalência (300 a 455 casos/milhão) é provavelmente subestimada se forem 
considerados os casos pós-traumatismo craniano com lesão cerebral, o que 
representa 30 a 70% dos casos de hipopituitarismo adquirido. 
 
ETIOLOGIA 
VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 6. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 As doenças hipotalâmicas podem ser embriopatias congênitas, citogenética 
(cromossomos), hereditárias, neoplásicas ou infiltrados. 
 Os núcleos da base, uma única lesão hipotalâmica pode comprometer todos estes 
núcleos, levando ao pan-hipopituitarismo, ao diabetes insipidus central e, 
eventualmente, à obesidade hipotalâmica, que ocorre por causa de uma hiperfagia 
patológica. 
 Os tumores hipotalâmicos são importantes causas de pan-hipopituitarismo e 
diabetes insipidus central. O mais comum é o adenoma hipofisário, o tumor origina-
se na hipófise, mas invade o hipotálamo. 
 O segundo mais comum é o craniofaringioma, mais comum em crianças. São 
derivados do epitélio de remanescentes da bolsa de Rathke. A característica mais 
marcante deste tumor é a sua enorme tendência a calcificar. Na TC ou RNM, as 
calcificações podem ser visualizadas em 80% dos pacientes, dispostas na região 
suprasselar. 
 Disgerminomas suprasselares e o hamartoma hipotalâmicos (tumores), esse último 
leva a uma hiperprodução de GnRH, levando à puberdade precoce. 
 Outras causas de pan-hipopituitarismo hipotalâmico são a sarcoidose (devido à 
invasão do hipotálamo pelos granulomas sarcoides) o granuloma eosinofílico ou 
síndrome X, o trauma cranioencefálico e a radioterapia. No caso de TCE, podem 
ocorrer hemorragias no hipotálamo ou secção do pedículo hipofisário. 
 Síndrome de Prader-Willi : é um distúrbio citogenético associado à microdeleções no 
cromossomo 15. Predominam as deficiências de GnRH e de GH. 
 Síndrome de Berdet-Biedl: doença genética, autossômica recessiva. 
 Síndrome de Kallman: distúrbio genético ligado ao X. O problema está na ausência 
de uma proteína facilitadora da migração embriológica dos neurônios produtores de 
GnRH para o hipotálamo e dos neurônios do bulbo olfatório. 
 
Lesões de massa 
 Adenomas hipofisários - efeito compressivo: esporádicos ou associados a 
Neoplasias Endócrinas Múltiplas tipo 1 (NEMs-1) 
 Tumores cerebrais: craniofaringioma, meningioma, germinoma, glioma, 
condrossarcoma etc. Metástases para a hipófise - mama, rim, pulmão Granulomas. 
 Cistos da bolsa de Rathke 
 Histiocitose X 
 
Doenças Vasculares / Isquêmicas 
 Necrose hipofisária pós-parto (Sheehan) 
 Apoplexia hipofisária 
 Anemia falciforme 
 Eclâmpsia e pré-eclâmpsia 
 Isquemia 
 Aneurisma cerebral 
 
Doenças infiltrativas / Infecciosas 
 Hemocromatose 
 Sarcoidose 
 Granulomatose de Wegener 
 Tuberculose 
 Neurossífilis 
 Tripanossomíase africana 
 Encefalite 
 Micoses 
 
Doenças Autoimunes 
 Hipófise linfocitica 
 
Agentes Externos 
 Trauma cranioencefálico 
 Cirurgia ou radioterapia cerebral 
 
Causas congênitas 
 Deficiência de fatores de transcrição envolvidos na embriogênese da hipófise, 
acarretando deficiências de múltiplos hormônios (PIT-1; PROP-1, HESX-1, LHX-3) 
 Deficiências isoladas (GH, gonadotrofinas, TSH, outras) 
 
Outras 
 Idiopática 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
 Causas genéticas de hipopituitarismo 
o O hipopituitarismo congênito decorre do desenvolvimento anormal da 
hipófise, cuja etiologia é determinada por mutações em genes que codificam 
as moléculas sinalizadoras (FGF8, Shh, BMP2 e BMP4) e os fatores de 
transcrição (HESX-1, LHX3, LHX4, PROP-1, PITX1/2, PAX6, POU1F 1, SOX-
3). 
o HESX-1/Rpx 
 Tem um papel crucial na determinação e diferenciação inicial da 
hipófise. Defeitos no HESX-1 acarretam deficiência isolada de GH ou 
associada à deficiência de TSH, prolactina, ACTH, LH e FSH. 
 A hipoplasia hipofisária pode manifestar-se como deficiência 
endócrina, variando de deficiência isolada de GH a pan-
hipopituitarismo. 
 A endocrinopatia mais comum é a deficiência de GH, resultando em 
baixa estatura e redução da taxa de crescimento. Acompanha a 
deficiência de gonadotrofinas, TSH e de ACTH. Déficit neurológico é 
comum, embora não obrigatório, variando de um retardo mental global 
a déficits focais como epilepsia e hemiparesia. O modo de herança é 
autossômico recessivo nas mutações homozigóticas . Pode ser 
autossômica dominante, sendo que alguns pacientes com formas 
heterozigóticas apresentavam pais normais com a mutação, sugerindo 
penetrância incompleta. 
o PROP-1 
 É expresso especificamente nas células embrionárias da hipófise. Está 
envolvido na ontogênese, na diferenciação e na função dos 
somatotrofos, lactotrofos, tireotrofos e provavelmente dos 
gonadotrofos. O modo de herança é autossômico recessivo. Neste 
defeito genético, ocorrem as deficiências de GH, TSH, prolactina, LH, 
FSH e, em alguns casos, deficiência tardia de ACTH. A causa 
hereditária mais frequente de deficiência hipofisária múltipla, ocorrendo 
em aproximadamente 50% destes pacientes. Os pacientes exibem um 
fenótipo predominantemente hipogonádico com puberdade atrasada 
ou ausente com resposta acentuadamente reduzida de LH e FSH ao 
teste de estímulo com GnRH. O retardo de crescimento manifesta-se 
geralmente após os 3 anos de idade e a altura pode estar severamente 
reduzida. Os adultos afetados são baixos e apresentam genitália 
externa infantil. O hipotireoidismo secundário por deficiência de TSH 
ocorre em aproximadamente 20% dos casos. 
o POU1F1 (Pit-1) 
 É encontrado nos somatotrofos, lactotrofos e tireotrofos na hipófise 
anterior, sendo expresso desde o início da vida fetal até a vida adulta. 
O modo de herança pode ser autossômico recessivo ou dominante. As 
deficiências hormonais nos defeitos do Pit-1 incluem as de GH, TSH e 
prolactina, com hipófise de tamanho normal ou reduzido. O quadro 
clínico inclui baixa estatura acentuada e hipotireoidismo neonatal. 
o SOX-3 
 Recentemente foi demonstrado que SOX-3 é um fator de transcrição 
crítico parao desenvolvimento hipotálamo-hipofisário. Localizado no 
cromossomo X de todos os mamíferos . Mutações no SOX-3 têm sido 
identificadas em pacientes com quadro de baixa estatura devido à 
deficiência de GH e retardo mental. 
 
 Causas adquiridas de hipopituitarismo 
o Traumatismo cranioencefálico 
 O hipopituitarismo após traumatismo craniano é comum, sendo sua 
prevalência de 30 a 70% dos casos. O GH é o primeiro hormônio 
hipofisário que é afetado após o trauma, em 9 a 40% dos pacientes. A 
identificação precoce do hipopituitarismo nesta condição é importante 
e a reposição adequada contribui para a reabilitação e melhora da 
qualidade de vida. Pacientes que apresentam inicialmente um escore 
de 13 ou menos na escala de coma de Glasgow devem ser 
estritamente monitorados. 
 Na faixa pediátrica, atenção especial deve ser voltada para esta 
condição, visto que a função hipofisária normal é essencial para o 
crescimento. Aproximadamente metade dos pacientes apresenta 
disfunção hipofisária cerca de 6 meses após o trauma, retomando a 
função hipofisária normal após 1 ano. Outros pacientes podem 
apresentar deficiência hormonal tardiamente, mesmo com secreção 
hormonal preservada na fase inicial pós-trauma. No entanto, o 
hipopituitarismo que se instala precocemente costuma persistir. É 
recomendável reavaliar a função hipofisária a cada 6 a 12 meses após 
o traumatismo cranioencefálico. 
o Cirurgia hipofisária 
 O objetivo da cirurgia hipofisária é a ressecção de um tumor hipofisário 
com preservação do tecido hipofisário normal adjacente, porém o 
tecido normal pode ser ressecado junto com o tumoral, resultando em 
hipopituitarismo. 
o Radioterapia 
 A região hipotálamo-hipofisária é muito sensível à radioterapia. Esta 
geralmente é indicada para tratamento de adenomas hipofisários ou de 
resíduo tumoral pós-cirúrgico, com o objetivo de impedir seu 
crescimento. O hipopitui tarismo decorre da lesão direta da hipófise, 
além da lesão de vasos sanguíneos hipotalâmicos com consequente 
redução da produção dos hormônios liberadores . Há relação direta 
entre o aparecimento do hipopituitarismo, a dose de radiação utilizada 
e o tempo decorrido após a radioterapia. As deficiências hormonais 
geralmente seguem uma sequência: inicialmente, a deficiência de GH 
é seguida pela deficiência de gonadotrofinas, ACTH e finalmente TSH. 
 Diferentemente dos outros hormônios hipofisários, a prolactina pode se 
apresentar elevada. 
o Hemocromatose 
 É caracterizada pela deposição de ferro nas células hipofisárias, e a 
deficiência de gonadotrofinas é a anormalidade endócrina mais 
comum. 
o Hemossiderose 
 É caracterizada pela deposição de ferro, na forma de hemossiderina. 
Resulta de transfusões sanguíneas frequentes e da terapia com 
desferroxamina em pacientes com anemias hereditárias, dentre elas a 
betatalassemia. As alterações endócrinas mais relevantes 
relacionadas com a hemossiderose secundária incluem a baixa 
estatura, o atraso puberal e o hipogonadismo decorrente do 
acometimento da secreção de GH e gonadotrofinas. A deficiência de 
TSH é mais rara, e a de ACTH parece ser a menos suscetível aos 
efeitos deletérios da deposição de ferro. 
o Histiocitose de células de Langerhans 
 Compreende um grupo de doenças de origem desconhecida com 
apresentação clínica amplamente variável, caracterizada pela 
infiltração de grande número de células de Langerhans nos tecidos 
envolvidos, muitas vezes organizadas em granulomas. 
o Sarcoidose 
 É uma doença multissistêmica caracterizada pela presença de 
granulomas não caseosos que afetam o sistema nervoso central e 
periférico em 5 a 16% dos pacientes. As deficiências de GH e de 
gonadotrofinas são as mais frequentes, sendo que a secreção de TSH 
e ACTH está geralmente preservada. Infiltração do nervo óptico com 
comprometimento visual pode estar presente. Mais raramente, 
síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético, 
hipotireoidismo secundário isolado, insuficiência supra-renal ou 
alteração da homeostase da contra-regulação de glicose podem estar 
presentes. 
o Hipofisite linfocítica (auto-imune) 
 É uma causa rara de hipopituitarismo, caracterizada pela infiltração 
linfocítica e consequente processo inflamatório crônico associado a 
fibrose e aumento do volume hipofisário. Acomete principalmente o 
sexo feminino, sendo mais comum no final da gestação ou no período 
pós-parto. Os pacientes acometidos tipicamente apresentam cefaléia 
e alterações visuais em mais de 50% dos casos. Os demais podem se 
apresentar com algum grau de disfunção hipofisária. A história natural 
tipicamente progride para atrofia hipofisária com substituição do tecido 
hipofisário por fibrose. 
o Hemorragia e infarto hipofisário 
 Geralmente decorrem de lesões isquêmicas do sistema porta-
hipofisário e podem constituir uma situação de risco de morte. Os 
episódios agudos (apoplexia) causam lesões extensas da hipófise, 
porém pequenas lesões silenciosas são encontradas em até 5% de 
autópsias não selecionadas. O quadro de hipopituitarismo só se 
estabelece se ocorrer perda de mais de 75% das células hipofisárias. 
o Síndrome de Sheehan: 
 É caracterizada pela hemorragia pós-parto, necrose hipofisária, falha 
da lactação e hipopituitarismo. A hipófise hiperplasiada no final da 
gestação determina as condições favoráveis para a hipoperfusão 
tecidual em uma condição de vasoconstrição que ocorre durante a 
hemorragia pós-parto. O hipopituitarismo agudo pode ser detectado 
nos primeiros dias ou semanas após o parto pela falta de lactação. No 
entanto, o hipopituitarismo menos severo, manifestado por fadiga, 
anorexia, perda de peso, amenorréia e perda dos pêlos sexuais, pode 
ser manifestado vários anos após o parto. 
o Apoplexia hipofisária 
 A hemorragia aguda no interior da hipófise é chamada apoplexia e 
pode ocorrer dentro de um adenoma. Geralmente ocorre 
espontaneamente, mas tem sido relacionada com trauma craniano, 
anticoagulação, cetoacidose diabética, angiografia, irradiação 
hipofisária, cirurgia cardíaca aberta, infecções do trato respiratório. Na 
sua forma mais grave, manifesta-se clinicamente por cefaléia de forte 
intensidade (97% dos pacientes), diplopia devido à pressão sobre o 
nervo oculomotor, com comprometimento do campo visual e redução 
da acuidade visual , e hipopituitarismo. Todas as deficiências 
hormonais podem ocorrer , mas o início abrupto da deficiência de 
ACTH, e consequentemente do cortisol, é a mais grave, devido à 
hipotensão severa. 
o Aneurismas 
 Aneurisma supra ou intra-selar das artérias carótidas ou aneurisma 
supra-selar das artérias comunicantes anteriores ou posteriores podem 
se apresentar como uma massa que se expande dentro da sela túrcica, 
causando hipopituitarismo. 
o Lesões hipotalâmicas 
 Qualquer doença que envolva o hipotálamo pode causar deficiência na 
secreção dos hormônios hipofisiotróficos. Estas alterações podem 
causar também redução da secreção de vasopressina, resultando em 
diabetes insipidus. Lesões de massa incluem tumores benignos como 
os craniofaringeomas, ou lesões metastáticas de tumores malígnos, 
como o de mama. 
 
 
 
PAN-HIPERPITUITARISMO 
LIMA, Noémia Figueiredo Saraiva de Oliveira. Distúrbios da hipófise. 2015. Tese de 
Doutorado. 
 Hiperpituitarismo é a hiperatividade da glândula pituitária, levando a um excesso de 
hormônios tróficos. Um adenoma hipofisário (crescimento benigno) é a causa mais 
comum de hiperpituitarismo e, portanto, o hiperpituitarismo é quase sinônimo de um 
adenoma hipofisário. Esses adenomas podem estar funcionando porque secretam 
hormônios em excesso ou não funcionam, pois não há sintomas clínicos de excesso 
de hormônios. Outras causas de hiperpituitarismo são incomuns – incluindo 
carcinoma hipofisário (câncer) e disfunção hipotalâmica. Câncer ou mesmo um 
grande adenoma, mesmo um não-funcional, pode causar hipopituitarismo(hipófise 
subativa), uma vez que destrói o tecido hipofisário. 
 Alguns exemplos de hiperpituitarismo são a acromegalia e o gigantismo, o síndrome 
de Cushing, o síndrome da secreção inadequada da hormona ADH, adenoma 
secretor de TSH e a hiperprolactinemia. 
 
Hiperpituitarismo e adenomas hipofosários: 
 A causa mais comum de hiperpituitarismo é um adenoma proveniente da adeno -
hipófise. Outras menos comuns: hiperplasia e carcinomas da hipófise anterior, 
secreção de hormônios por alguns tumores extra-hipofisários e determinados 
distúrbios hipotalâmicos. 
 Os adenomas hipofisários são classificados com base no(s) hormônio(s) 
produzido(s) pelas células neoplásicas, que são detectados por colorações imuno-
histoquímicas realizadas em cortes histológicos . Têm pico de incidência dos 35 aos 
60 anos e são tumores benignos classificados com base nos hormônios produzidos. 
 Adenomas plurihormonais geralmente é pela produção de GH e prolactina (raro), 
pois é mais comum a produção de apenas um hormônio. 
 
 
 
 Os adenomas hipofisários são divididos em funcionantes e não funcionantes: 
 Funcionantes: associados ao excesso de hormônios e às manifestações clínicas 
disso. 
 Não funcionantes: demonstração da produção de hormônios somente em nível 
tecidual, sem manifestações clínicas do excesso hormonal. 
 Também podem ser classificados em: 
o Microadenoma: <1 cm de diâmetro. 
o Macroadenoma: >1cm de diâmetro. 
 
Compreender as manifestações clínicas e complicações do pan-
hipo/hiperpituitarismo. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PAN-HIPOPITUITARISMO 
VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 6. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 Pacientes com lesões hipotalâmico-hipofisárias podem apresentar sintomas 
compressivos, caracterizados por cefaleia (compressão da dura-máter ou 
hipertensão intracraniana), alterações de campo visual (compressão do nervo 
óptico), paralisias de nervos periféricos (extensão lateral da lesão) ou relativos à 
deficiência hormonal. Em relação à deficiência hormonal, o quadro clínico é variável 
e depende do grau de comprometimento da glândula e da época em que a doença 
surgiu (Quadro 4.5). 
 
 
 
 
LH/FSH 
 Sua deficiência causa o chamado hipogonadismo Hipogonadotrófico. Quadros 
adquiridos cursam com: 
o Perda de pelos corpóreos, principalmente na axila e no pube; 
o Diminuição da libido; 
o Risco aumentado de osteopenia/osteoporose; 
o Infertilidade. 
 Homens tem redução do crescimento da barba, disfunção erétil e perda de massa 
muscular, enquanto mulheres apresentam amenorreia ou oligoespaniomenorreia e 
sintomas de hipoestrogenismo: adinamia, Dispareunia e hipotrofia mamária. 
Micropênis e criptorquidia podem estar presentes em casos congênitos. Deficiência 
de LH e FSH na infância ou adolescência cursa com atraso puberal e amenorreia 
primária. A causa mais comum da deficiência isolada de LH/FSH é a síndrome de 
Kallmann, uma doença recessiva ligada ao X, que acomete, principalmente, o sexo 
masculino (5:1). Hiposmia ou anosmia são característicos, pela hipoplasia do bulbo 
olfatório; metade dos pacientes também tem agenesia renal unilateral. 
Laboratorialmente, observam-se testosterona ou estradio baixos, ou no limite inferior 
do normal, na presença de LH e FSH baixos – ou normais – baixos, 
inapropriadamente normais. 
 
GH 
 Sua deficiência causa baixa estatura em crianças. Em adultos, as manifestações 
podem ser menos características: 
o Obesidade central; 
o Hipertensão arterial; 
o Hipercolesterolemia; 
o Redução do débito cardíaco e da tolerância a exercício; 
o Astenia; 
o Perda de massa muscular; 
o Depressão e isolamento social. 
 Essas alterações provavelmente respondem pelo risco aumentado de morte 
cardiovascular observado nesses pacientes. A deficiência de GH é encontrada em 
praticamente todos os que tem deficiência de 3 outros hormônios adeno-hipofisários. 
 
TSH 
 O hipotireoidismo secundário, causado pela deficiência de TSH, é uma causa rara 
de hipotireoidismo. Observam-se T4 livre baixo ou inadequadamente normal, mas, 
eventualmente, o TSH pode estar discretamente elevado – moléculas sem atividade 
biológica. 
 
ACTH 
 Sua carência leva à insuficiência adrenal secundária. Geralmente, as manifestações 
clínicas são mais leves do que na insuficiência adrenal primária (por patologias 
adrenais), visto que a secreção de mineralocorticoides, regulada pelo sistema 
renina-angiotensina-aldosterona, e não pelo ACTH, é preservada na insuficiência 
adrenal secundária, enquanto na insuficiência adrenal primária ela é perdida, 
podendo levar a quadros graves de hipotensão e hipercalemia. 
 
PROLACTINA 
 Sua deficiência manifesta-se, principalmente, pela incapacidade de amamentar 
(agalactia) no puerpério. Entretanto, a prolactina pode estar aumentada nos casos 
de doença hipotalâmica ou compressão da haste hipofisária por tumores 
parasselares, devido à perda da inibição tônica pela dopamina produzida no 
hipotálamo. 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PAN-HIPERPITUITARISMO 
 São relacionadas às alterações endócrinas causadas pelo hormônio secretado e aos 
efeitos de massa. 
 Efeitos de massa: anormalidades radiográficas da sela túrcica, anormalidade do 
campo visual (hemianopsia bitemporal), sinais e sintomas de hipertensão 
intracraniana (cefaleia, náuseas, vômitos, alteração do nível de consciência), 
hipopituitarismo (adenomas não funcionantes podem provocar hipopituitarismo à 
medida que comprimem e destroem o parênquima hipofisário anterior), apoplexia 
hipofisária (hemorragia aguda em um adenoma). 
 
 
 
COMPLICAÇÕES PAN-HIPOPITUITARISMO 
 As complicações do hipopituitarismo podem ser inúmeras relacionadas às 
deficiências hormonais e podem trazer prejuízos secundários como a diminuição 
cognitiva e transtornos psicológicos. 
 O hipopituitarismo induzido por radiação (RIH) é a complicação crônica mais 
frequente da RxT (Radioterapia), e está associado a aumento de morbidade e 
mortalidade 
 
 
COMPLICAÇÕES PAN-HIPERPITUITARISMO 
 Os pacientes podem desenvolver hipopituitarismo pós-operatório/pós-radiação 
devido à resseção completa do tecido hipofisário ou perda completa da função 
hipofisária. Isto requer tratamento de reposição hormonal para toda a vida. 
 Pressão sanguínea alta 
 Intolerância à glicose ou diabetes 
 Doença cardiovascular 
 Síndrome do túnel do carpo 
 Artrite 
 Compressão da medula espinal 
 Anormalidades da visão 
 
Explicar o diagnóstico e manejo clínico do pan-hipo/hiperpituitarismo. 
DIAGNÓSTICO PAN-HIPOPITUITARISMO 
VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 6. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 Deve determinar: (1) a presença, o tipo e o grau de deficiência hormonal; (2) a 
etiologia; e (3) a presença de alterações visuais. Um rastreamento inicial da função 
hipofisária pode ser realizado a partir das dosagens basais dos hormônios 
hipofisários e/ou das glândulas-alvo (Quadro 4.7). Geralmente, para o diagnóstico 
da deficiência de GH e ACTH, fazem-se necessários testes de estímulo, como o 
teste de tolerância à insulina (ITT) (Quadro 4.8). 
 Cada hormônio hipofisário deve ser testado separadamente, uma vez que existe um 
padrão variável de deficiência hormonal entre os pacientes com hipopituitarismo. 
 Níveis baixos do TSH e T4 livre (FT4) confirmam o diagnóstico de hipotireoidismo 
central. Entretanto, em alguns indivíduos acometidos, o TSH pode estar normal ou 
ainda discretamente elevado (em geral, < 10 mUI/ℓ), refletindo um TSH 
imunologicamente ativo, mas biologicamente inativo. 
 O diagnóstico de hipogonadismo central fica sugerido pela presença de níveis baixos 
de testosterona (em homens) e estradiol (em mulheres), na presença de valores de 
LH e FSH baixos ou normais. 
 Em pacientes com manifestações de insuficiência adrenal (p. ex., tonturas, 
hipotensão, hipoglicemia e hiponatremia), um cortisol sérico (CS) < 3 μg/dℓ 
praticamenteconfirma o diagnóstico, enquanto um valor > 15 μg/dℓ virtualmente o 
exclui. Para os demais casos, pode-se dosar o CS durante o ITT, no qual o cortisol 
é dosado 30 e 60 minutos após a administração de insulina Regular. No ITT, um pico 
de cortisol > 18 a 20 μg/dℓ exclui a deficiência de ACTH. Como alternativa, pode-se 
usar o teste de estímulo com ACTH sintético, mas casos de IA secundária de longa 
duração cursam com atrofias das glândulas adrenais e tendência a não responder 
ao estímulo. Por isso, esse teste é preferível para os supostos casos de IA primária. 
Níveis baixos de IGF-1 apontam para o diagnóstico de DGH, confirmada pela 
dosagem do GH durante o ITT. Um pico de GH > 5 ng/mℓ pelo método de 
quimioluminescência ou imunofluorimetria exclui deficiência grave de GH, tanto em 
crianças como em adultos (ver Quadro 4.7). 
 Se o ITT for contraindicado ou inconclusivo para o diagnóstico de deficiência de GH 
em adultos, pode-se lançar mão de outros testes de estímulo, como o glucagon ou 
hormônio liberador do GH (GHRH) + arginina. Com este último teste, o ponto de 
corte para diagnóstico de DGH é 9 ng/mℓ (ver Quadro 4.8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO PAN-HIPERPITUITARISMO 
 O diagnóstico clínico deve ser confirmado por testes de diagnóstico, como por 
exemplo os testes bioquímicos e a ressonância magnética. 
 Exames Laboratoriais. 
 
 
TRATAMENTO PAN-HIPOPITUITARISMO 
 Soma dos tratamentos de cada uma das deficiências hormonais hipofisárias 
detectadas quando um paciente com doença hipofisária ou hipotalâmica é testado. 
 ACTH: hidrocortisona em uma quantidade que imita o padrão normal de secreção 
de cortisol. 
 TSH 
o T4 não deve ser administrado até que a função adrenal, incluindo a reserva 
de ACTH, tenha sido avaliada e considerada normal ou tratada. 
o TSH sérico não pode ser usada como um guia para a adequação da terapia 
de reposição de T4. 
o Dose de T4 baseada no peso de 1,6 mcg / kg - ajustada de acordo com os 
valores de T4 sérico ou T4 livre. 
o Meta de nível sérico de T4 ligeiramente acima do normal médio, com base na 
justificativa de que apenas T4 está sendo administrado. 
 Gonadotrofina: 
o Homens: tratados com reposição de testosterona ou com gonadotrofinas 
(desejam se tornar férteis). 
o Mulheres: estradiol e progesterona ou gonadotrofinas (interessadas em 
fertilidade) – papel da terapia com andrógenos em mulheres com 
hipopituitarismo não foi estabelecida. 
 GH: não se recomenda o hormônio de crescimento humano recombinante (GH) 
como tratamento de rotina para todos os pacientes com deficiência de início na idade 
adulta. 
 Prolactina: não há tratamento disponível atualmente. 
o Prolactina humana recombinante (r-hPRL), embora não disponível 
comercialmente, foi usada experimentalmente = administração subcutânea 
de r-hPRL a cada 12 horas por 28 dias aumentou a produção média de leite 
de 3,4 ± 1,6 mL para 6 6,1 ± 8 ,3 mL por dia. 
 
 
TRATAMENTO PAN-HIPERPITUITARISMO 
 O tratamento é realizado com terapêutica medicamentosa, cirurgia, radioterapia e 
quimioterapia. 
 Tem por objetivo reduzir ou controlar o crescimento do tumor, inibindo a 
hipersecreção de GH e normalizando os níveis de IGF-I. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
TORTORA, G. J., DERRICJSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14ª ed. 
Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2016. 
 
SNYDER, Peter J. Clinical manifestations of hypopituitarism. UPTODATE. Literature review 
current through: Jul 2022. This topic last updated: May 06, 2022. 
 
FERNANDES, Ana Margarida et al. De Caso Social à Neurocirurgia: A Propósito de um 
Caso de Pan-Hipopituitarismo. Medicina Interna, v. 23, n. 2, p. 102-104, 2016. 
 
VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 6. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 
LIMA, Noémia Figueiredo Saraiva de Oliveira. Distúrbios da hipófise. 2015. Tese de 
Doutorado.

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