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Hanseníase
Definição
Transmissão 
Diagnóstico
Bactéria intracelular com tropismo para
macrofagos cutâneos e células de Schwann do
sistema nervoso periférico.
Face, pescoço, terço médio do bravo e abaixo do
cotovelo e dos joelhos.
Doença crônica, infectocontagiosa, pelo
Mycobacterium leprae, um BAAR, fracamente gram-
positivo, caracterizada por lesão ou área de pele com
diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e/ou
tátil ao exame dermatoneurológico.
Acomete principalmente os nervos superficiais da
pele e troncos nervosos periférico:
Mas também podem afetar os olhos e órgãos internos:
mucosas, testículos, ossos, baço, fígado, etc.
Afetam ambos os sexos e todas as idades.
É transmitida pelas vias respiratórias (secreções
nasais, gotículas da fala, tosse, espirro) através do
Mycobacterium leprae.
O período de incubação é longo (média de 3-5
anos mas pode ser de 2-10 anos).
A maioria das pessoas que entram em contato com
estes bacilos não desenvolve a enfermidade. 
Contato próximo e prolongado de uma pessoa
suscetível com um doente com hanseníase que não está
sendo tratado.
Anamnese
 Identificar: Queixa de lesão de pele e há quanto tempo apareceram; Queixa de alterações de sensibilidade em alguma área do seu
corpo; Queixa de dores nos nervos ou fraqueza nas mãos e nos pés.; Se usou algum medicamento para tais problemas e qual o
resultado
Avaliação dermatológica:
Inspecionar toda a superfície corporal, no sentido crânio-caudal, em todos os segmentos.
Áreas mais comuns: face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas, mucosa nasal.
Pesquisa de sensibilidade nas lesões de pele: térmica, dolorosa, e tátil.
Demonstrar com os olhos do paciente aberto e pele sem lesões, deixar tempo suficiente para o paciente responder.
Avaliação neurológica:
Neurite: pela ação do bacilo nos nervos e/ou pela resposta do organismo ao bacilo.
Dor e espessamento dos nervos, alteração de sensibilidade e perda de força nos músculos inervados por esses nervos → incapacidades
e deformidades.
Anidrose, queda de pêlos, perda de sensibilidades e paralisia muscular.
Reavaliar a cada 3m se assintomático ou em todas as consultas se alterações e na alta do tratamento.
Os principais nervos periféricos acometidos: Face: trigêmeo e facial / Mãos e braços: radial, ulnar e mediano./ Pés e pernas: fibular
comum e tibial posterior.
Avaliação dermatoneurológica: A identificação das lesões neurológicas.
INSPEÇÃO: Dos olhos; nariz; verificar condições da pele, da mucosa e do septo nasal (perfuração do septo ou desabamento do nariz);
dos MMSS e MMII; observar marcha → comprometimento neural (pé caído); realizar inspeção do interior dos calçados: prevenir
incapacidades.
PALPAÇÂO: dos troncos nervosos periféricos; palpação com as polpas digitais, deslizando-os sobre a superfície óssea, acompanhando
o trajeto do nervo; avaliação da força muscular: ausência ou redução; teste da mobilidade articular das mãos e pés: ativa e passiva,
identificando limitações da amplitude do movimento, deformidades.
Exames subsidiários
Baciloscopia
Biópsia de pele
Teste para auxílio (não são diagnósticos): prova da histamina, teste do suor, eletroneuromiografia.
1.
2.
3.
4.
5.
Reações hansêmicas
Hanseníase tipo 1
15 a 30% podem apresentar fenômenos agudos como a primeira queixa da doença.
Mais comuns em pacientes multibacilares e pacientes com carga bacilar mais alta geralmente apresentam reações de início mais tardio (no final ou logo após o tratamento).
As reações hansênicas constituem a maior causa de lesão no nervo periférico e aumento das incapacidades.
Podem ser desencadeadas por focos infecciosos → exame odontológico, exame urinário.
São fenômenos de aumento da atividade da doença que podem ocorrer de forma aguda antes, durante ou após o final do tratamento.
Hanseníase tipo 2
Lesões de pele mais avermelhadas e edemaciadas.
Nervos periféricos dolorosos.
Piora da perda de sensibilidade ou da função muscular.
Surgimento abrupto de novas lesões de pele até 5 anos após a alta
medicamentosa.
Geralmente ambulatorial.
Se presença de neurite ou lesão ulcerada: prednisona 1 mg/kg/dia ou
dexametasona 0,15 mg/kg/dia se HAS ou cardiopatas
Para analgesia: antidepressivo tricíclico (amitriptilina 25 mg até 75
mg/dia) + clorpromazina 5 mg 12/12h ou carbamazepina 200-400 mg/
dia.
Fazer profilaxia para Strongyloides stercoralis com albendazol 400 mg
por 5 dia.
Retorno mensal ou antes se necessário: realizar avaliação
dermatoneurológica.
Quando melhora/estabilização: iniciar redução lenta da prednisona (10
mg por mês), até a menor dose possível.
Pacientes em bom estado geral, SEM comprometimento sistêmico.
Características: 
Manejo:
Nódulos quentes, dolorosos e avermelhados, às vezes ulcerados.
Artralgia e artrite.
Febre.
Dor nos nervos periféricos (mãos e pés).
Comprometimento dos olhos.
Comprometimento sistêmico: anemia severa aguda, leucocitose com desvio à
esquerda, comprometimento do fígado, baço, linfonodos, rins, testículos, suprarrenais.
Para analgesia:amitriptilina 25 mg até 75 mg/dia + clorpromazina 5 mg 12/12h ou
carbamazepina 200-400 mg/ dia.
Talidomida 100 a 400mg/dia via oral (para mulheres em idade fértil: pentoxifilina 400
mg três vezes ao dia, ou antiinflamatórios).
Se ocorrer neurite, lesão ulcerada ou comprometimento de outros órgãos: prednisona 1
mg/kg/dia.
Se houver associação de talidomida e corticoide: prescrever AAS 100 mg/ dia
y(profilaxia TVP).
Fazer profilaxia para Strongyloides stercoralis com albendazol 400 mg por 5 dias.
Retorno mensal ou antes se necessário: realizar avaliação dermatoneurológica.
Quando melhora/estabilização: iniciar redução lenta da prednisona (10 mg por mês),
até a menor dose possível.
Pacientes em bom estado geral, COM comprometimento sistêmico
Características
Manejo:
Hanseníase paucibacilar
Hanseníase tuberculóide Hanseníase indeterminada
Até cinco lesões de pele com baciloscopia de raspado intradérmico negativo.
Todos os pacientes passam por essa fase no início da doença -
pode ser ou não perceptível.
Geralmente afeta crianças <10 anos, ou mais raramente
adolescentes e adultos.
Lesão de pele: geralmente é única, mácula hipocrômica, plana,
bordas mal delimitadas e “não pega poeira” – devido a anidrose,
há perda da sensibilidade térmica e/ou 
 dolorosa, mas a tátil geralmente é preservada.
Tem um tempo de incubação médio de cinco anos, mais comum em
crianças maiores e adultos.
Lesão de pele: placa elevada ou com bordas elevadas, bem delimitada
e centro claro, totalmente anestésica, com menor frequência, um único
nervo espessado.
Hanseníase nodular da infância: criança pequena, 
Os exames geralmente são desnecessários, devido 
É a forma da doença em que o sistema imune da pessoa consegue destruir
os bacilos espontaneamente.
 nódulo totalmente anestésico na face ou tronco
 a perda total de sensibilidade.
Início imediato ao diagnóstico, se não houver contraindicações formais (alergia a sulfa ou à rifampicina).
Supervisionada: 1x no mês, 600 mg de Rifampicina + 100 mg de Dapsona 
Em casa: diário, 100 mg de Dapsona
Por 6 meses 
Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Clofazimina 50 mg por dia + 1 dose supervisionada de 300 mg no
mês
Poliquimioterapia (PQT)
Tratamento
Hanseníase multibacilar
Hanseníase virchowianaHanseníase dimorfa
 Seis ou mais lesões de pele ou baciloscopia de raspado intradérmico positiva
Forma mais comum: em mais de 70% dos casos.
Período de incubação longo: > 10 anos, devido à lenta multiplicação
do bacilo (14 dias).
Lesão de pele: múltiplas máculas 
É comum haver comprometimento assimétrico 
 avermelhadas ou esbranquiçadas, bordas 
 elevadas e geralmente mal delimitadas. 
 Há perda parcial ou total da sensibilidade, 
 com diminuição de funções autonômicas 
 (anidrose ou teste da histamina incompleto).
 de nervos periféricos.
Lesão de pele: geralmente sem lesões visíveis, mas a pele é avermelhada, seca,
infiltrada, com poros dilatados (“casca de laranja”).
Poupa couro cabeludo, axilas e o meioda coluna lombar.
É comum o surgimento de hansenomas: nódulos escuros, endurecidos e
assintomáticos.
Em estágio mais avançado: perda parcial ou total das sobrancelhas (madarose) e
também dos cílios e outros pelos.
A face costuma ser lisa (sem rugas - face leonina) devido a infiltração.
O suor está diminuído ou ausente, porém é intenso nas áreas poupadas (couro
cabeludo e axilas).
Podem apresentar câimbras e formigamentos nas mãos e pés, 
Nervos periféricos estão simetricamente espaçados, o que dificulta a 
É a forma mais contagiosa da doença.
 artralgias e orquites em homens (azoospermia e disfunção erétil).
 comparação, a avaliação da sensibilidade.
Supervisionada: 1x no mês → 600 mg de Rifampicina + 100 mg de Dapsona + 300 mg de Clofazimina
Em casa → diário, 100 mg de Dapsona + 50 mg de Clofazimina 
Por 12 meses 
As medicações diárias devem ser tomadas 2 horas após o almoço para evitar intolerância gástrica e eventual abandono do tratamento por esse motivo. 
Se ainda assim houver dor epigástrica, introduzir omeprazol, ranitidina ou cimetidina pela manhã.
Caso haja náuseas, pode administrar metoclopramida uma hora antes de tomar o medicamento.
OBS: Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Ofloxacina 400 mg ou pela Minociclina 100 mg, supervisionada e em casa 
Tratamento

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