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1 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S 2 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S 3 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu- ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S 6 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professor: Cristiano Alcantara Lima 7 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Esta unidade estudará o tema Higiene do Trabalho, correla- cionando os riscos com as formas de se controlar, avaliar, reconhecer e atuar com vistas ao bem-estar do trabalhador. Apresenta os con- ceitos principais dos tipos de riscos ambientais, tais como os físicos, químicos, biológicos, as doenças com estes relacionadas, e as me- didas de controle para mitigar ou eliminar por completo a presença de trabalhadores nestes tipos de ambientes. Especificamente, foram enfocados os temas que permeiam o assunto Higiene Ocupacional, estudando também o transporte, manuseio e armazenamento dos pro- dutos ou substâncias agressivas, a insalubridade e periculosidade, a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e os progra- mas de saúde do trabalhador, para que os problemas inerentes aos riscos não venham a ocasionar altos índices de acidentes do trabalho, de doenças ocupacionais e de falta de produtividade, em decorrência do absenteísmo e da perda de aptidão para o trabalho. Higiene Ocupacional. Riscos Ambientais. Fiscalização. Agentes Físicos. Agentes Biológicos. Insalubridade. Periculosidade. 9 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 HIGIENE OCUPACIONAL X RISCOS – ABORDAGEM HISTÓRICO-CON- CEITUAL E OS RISCOS DO AMBIENTE DE TRABALHO Apresentação do Módulo ______________________________________ 11 12 45 13 Conceito de Higiene Ocupacional - Estudando os Objetivos _____ Atividades e Operações Perigosas _______________________________ Histórico no Mundo _____________________________________________ CAPÍTULO 02 INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE Atividades e Operações Insalubres ______________________________ 34 30Recapitulando ________________________________________________ 14Histórico no Brasil ______________________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 53 14 15 Entendendo Melhor as Organizações no Brasil __________________ Etapas da Higiene Ocupacional diante dos Riscos Ambientais ____ 17Riscos Químicos _______________________________________________ 21Riscos Físicos ___________________________________________________ 24Riscos Biológicos ______________________________________________ 10 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S EPI – Equipamento de Proteção Individual _______________________ 58 Quando Usar o EPI ______________________________________________ 58 Critérios para o Uso de EPI ______________________________________ 58 CAPÍTULO 03 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E OS PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR Correlação entre o EPC e EPI ___________________________________ 59 Tipos Consagrados de EPIs ______________________________________ 60 Programas de Saúde do Trabalhador _____________________________ 63 Programa de Conservação Auditiva – PCA ________________________ 63 Programa de Proteção Respiratória – PPR ________________________ 66 Programa de Proteção de Riscos Ambientais – PPRA _____________ 70 Recapitulando __________________________________________________ 74 Considerações Finais ____________________________________________ 78 Fechando a Unidade ____________________________________________ 79 Referências _____________________________________________________ 82 11 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Iniciemos nosso estudo acerca do tema Higiene do Trabalho com os conceitos fundamentais, indispensáveis à formulação integral do entendimento desta que é uma das mais importantes áreas da Se- gurança do Trabalho. O que significa a palavra Higiene? O termo Higiene é originário da palavra grega Hygeia. Na mitologia grega é considerada a Deusa da Saúde. Isto posto, o que vem a ser Higiene Ocupacional? É a ciência e a arte voltadas para a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos fatores de risco originados nos postos laborais e que podem preju- dicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, também tendo em vista o pos- sível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral. (ACGIH - AmericanConference of Governmental Industrial Hygienists, EUA, 1973) Por que algumas pessoas intitulam de Higiene Industrial? Ape- sar de estar associado a outras áreas da saúde (higiene dental, higiene sanitária, dentre outras), o termo higiene tem sido popularizado desde a década de 70 no campo da Higiene Ocupacional após a publicação do “Occupational Safetyand Health Act” de 1970, pela OSHA, EUA. Já o termo industrial foi adicionado devido à preocupação dos pro- fissionais da época em proteger a saúde dos trabalhadores da indústria. Além do estudo sob o ponto de vista da evolução da Higie- ne Ocupacional, estudaremos outros desdobramentos conceituais que permeiam o tema principal, tais como: - Os riscos x higiene do trabalho: como se associam os vários tipos de riscos com as avaliações e controles por meio da Higiene Ocu- pacional; Estudaremos os tipos de riscos que se apresentam no ambiente laboral, tais como: riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos ou de acidentes, além do transporte e manuseio de substâncias agressivas. Os temas periculosidade e insalubridade também serão associa- dos à matéria Higiene Ocupacional, uma vez que o conjunto de situações onde se forma um cenário dotado de um ou mais elementos ora citados, propicia os ambientes insalubres e/ou perigosos, e através dos métodos de controle, da utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Indi- vidual (EPI), e da aplicação eficaz dos programas de saúde do trabalha- dor, esta situação pode ser resolvida ou, pelo menos, minimizada. Por fim, faz-se necessário estudar a eficácia destes diversos programas que são as ferramentas de registro e controle para a inspe- ção e a fiscalização do trabalho. 12 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S CONCEITO DE HIGIENE OCUPACIONAL - ESTUDANDO OS OBJE- TIVOS O estudo do conceito de Higiene Ocupacional, ou do Trabalho, pode ser feito através do conhecimento dos seus objetivos. Conforme estabelece a Organização Mundial de Saúde, a OMS, são objetivos da Higiene Ocupacional: - Determinar e combater, no ambiente de trabalho, todos os riscos químicos, físicos, biológicos e psicossociais de reconhecida e presumida nocividade; - Conseguir que o esforço físico e mental, exigido de cada trabalhador para o exercício do trabalho, esteja adaptado às suas necessidades e limitações técnicas, anatômicas, fisiológicas e psicológicas; - Adotar medidas eficazes para proteger as pessoas que sejam especialmen- HIGIENE OCUPACIONAL X RISCOS ABORDAGEM HISTÓRICO-CONCEITUAL E OS RISCOS DO AMBIENTE DE TRABALHO H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S 12 13 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S te vulneráveis às condições prejudiciais do ambiente de trabalho e reforçar sua capacidade de resistência; - Descobrir e corrigir as condições de trabalho que possam deteriorar a saúde dos trabalhadores, de modo a garantir que os índices de mortes ocasionadas pelo exercício do trabalho não sejam superiores a do conjunto de população; - Orientar a administração das empresas e os trabalhadores no cumprimento de suas responsabilidades com a proteção e a promoção da saúde; - Aplicar nas empresas programas de ação sanitária que englobem todos os aspectos de saúde, o que ajudará o serviço público de saúde a elevar os padrões mínimos de saúde e coletividade. HISTÓRICO NO MUNDO Desde a civilização greco-romana o homem já se preocupava com a Segurança e Higiene Ocupacional. Como exemplo, temos traba- lhos na Grécia antiga, como os de Aristóteles, que estudou as afecções dos mineiros e como preveni-las. Hipócrates também identificou a origem das doenças relacio- nadas com os trabalhos em minas de estanho. E o próprio nome de Higiene deriva da deusa grega da saúde, Hygeia. No século XVI, temos Paracelso realizando estudos das doen- ças dos mineiros na região de Tyrol. Naquela época, a Higiene Industrial parecia ser ainda algo muito mística. As observações publicadas por Paracelso são baseadas em dez anos de trabalhos das minas do Tyrol. O livro cita algumas conclusões errôneas, como por exemplo, atribui ao vapor de mercúrio, ácido sulfúrico e sal as doenças de pulmão identifi- cadas nos mineradores. Em meados de 1700, Bernardo Ramazzini, um médico italiano considerado como o pai da medicina do trabalho, escreveu no seu livro, “De Morbis Artificum Diatriba” (as enfermidades dos trabalhadores) so- bre a silicose, usando termos patológicos, como observado nas autóp- sias de mineiros. Infelizmente, os cuidados e a vigilância descritos para esses riscos foram ignorados por séculos. Todavia, este livro teve um efeito pródigo no futuro da Higiene. Ramazzini acreditava que o meio onde o trabalhador exercia a sua atividade afetava diretamente a saúde, e perguntava a seus pacientes:” Em que você trabalha?” No século XX, em 1910, a Dra. Alice Hamilton, uma americana e médica clínica, não só evidenciou a relação entre a doença e a expo- sição de trabalhadores, mas também propôs soluções para os proble- mas. Este foi o início do surgimento da Medicina Ocupacional. Entre 1908 e 1948, os governos Federal e Estaduais nos EUA estabeleceram as legislações relativas às indenizações a trabalhado- 14 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S res, e isso influenciou o desenvolvimento da Higiene Industrial nos Esta- dos Unidos. Os administradores começaram a reconhecer que controlar o meio ambiente custava muito menos do que pagar altas somas indeni- zatórias. Assim, foram criadas nos EUA as mais importantes instituições ligadas ao tema, tais como: - AIHA - American Industrial Hygiene Association, em 1939; - ACGIH- American Conference of Governmental Industrial Hy- gienists, em 1938 - OSHA - Occupational Safety and Health Administration, em 1970; - NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health, 1970 HISTÓRICO NO BRASIL Por meio da Norma Regulamentadora 15, Atividades e Opera- ções Insalubres (NR 15) e seus anexos da Portaria 3214/78, passou-se a fixar os limites de tolerâncias para os agentes químicos e físicos. Não se têm, de maneira consistente, registros da História da Higiene Ocu- pacional no Brasil. Muitos dos padrões estabelecidos nesta norma são os mesmos da época da sua elaboração, que utilizou como base os padrões estabelecidos pela ACGIH. No decorrer desses anos fo- ram revisados alguns conceitos e critérios e introduzidas algumas modificações por meio de Portarias. ENTENDENDO MELHOR AS ORGANIZAÇÕES NO BRASIL ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais é uma associação civil constituída com a finalidade do desenvolvimen- to de estudos e ações relativas à Higiene Ocupacional, e para fins de interesses individuais ou coletivos dos higienistas ocupacionais, tendo como princípio fundamental a autonomia, a liberdade de associação e de solidariedade profissional. Promove Seminários em diversos esta- dos, com o objetivo de difundir conhecimentos aos higienistas e outros profissionais da área de segurança e saúde. 15 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S ETAPAS DA HIGIENE OCUPACIONAL DIANTE DOS RISCOS AM- BIENTAIS Quais são as principais etapas da Higiene Ocupacional? Respon- der a esta questão abre os precedentes para se entender a relação Higiene x Riscos. Através de tais etapas é que se faz possível controlar os riscos que provocam as doenças, prejuízos à saúde do trabalhador de toda a monta, além de ineficiência de produtividade, acarretando em desdobra- mentos de ineficácia produtiva de vários tipos. As etapas consistem em: - Antecipação - Reconhecimento - Avaliação - Controle Antecipação O termo antecipação significa a necessidade real de buscar- mos sempre identificar os potenciais de riscos e perigos à saúde, antes que um determinado processo industrial seja implementado ou modifi- cado, ou que novos agentes geradores de riscos sejam introduzidosno ambiente de trabalho. A antecipação dos riscos pode ser feita, principalmente, pela implantação de projetos de modificações e/ou novas instalações, cuja aprovação está subordinada à análise prévia dos riscos do projeto, atra- vés de uma avaliação técnica. Esta avaliação, sob o panorama técnico, pode ser feita através de ferramentas como Análise de Risco, HAZOP (análise de riscos e operabilidade), FMEA (Análise de Modos de Falha e Efeitos) e APP (Análise Preliminar de Perigo). No quesito Antecipação, existem os formulários de ante- cipação que compreendem técnicas de análise de risco, que são por exemplo, HAZOP, ART (Análise de Risco da Tarefa), PT/PET (Permissão de Trabalho/Permissão de Entrada para Trabalho em espaço confinado). Muitas das vezes, esta etapa compreende em investimentos, tais como aquisição de novos equipamentos e/ou materiais (inclusive subs- 16 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S tâncias químicas). Entretanto, no processo de aquisição é pré-requisito a análise prévia do item relacionado aos aspectos e impactos de segurança e saúde ocupacional incrementados ao sistema/unidade. A aquisição não deverá ser concretizada em casos de não garantia do pleno gerencia- mento e controle dos riscos oriundos da implantação e manuseio destes. A antecipação dos riscos também exerce influência nas insta- lações atuais das empresas, e são controladas através da implemen- tação dos planos de manutenção preventiva, bem como da definição e controle dos equipamentos e sistemas críticos, sob o ponto de vista de segurança e saúde ocupacional. Outro panorama abordado pela antecipação é no âmbito dos pro- cessos de trabalho, pois, estes são controlados sobre o ponto de vista de segurança e saúde ocupacional, através dos processos e ferramentas de identificação dos perigos e riscos, tais como, a Permissão para Trabalho. A antecipação dos riscos possui ligação relevante com a implantação de projetos de modificações e/ou novas instalações; a aquisição de novos equipamentos e/ou materiais; as instalações atuais das empresas e as ferramentas de identificação dos perigos e riscos. Reconhecimento O termo reconhecimento refere-se a toda análise e observação do ambiente do trabalho, a fim de identificarmos os agentes existentes, os potenciais de risco a eles associados e qual prioridade de avaliação ou controle existe nesse ambiente de trabalho. Avaliação O termo avaliação designa, principalmente, as medições e mo- nitorações que serão conduzidas no ambiente de trabalho. Controle Pode-se definir controle como a associação à eliminação ou 17 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S minimização dos potenciais de exposição, antecipados, reconhecidos e avaliados, no ambiente laboral considerado. RISCOS QUÍMICOS Nenhum produto é tão perigoso que não possa ser manipulado. É prudente que se comece a estudar os riscos químicos com esta afirmativa, pois, ela traz uma reflexão importante. Isto denota que, para que esta mani- pulação se faça de maneira segura e, praticamente, com o perigo mitigado por completo, surge a necessidade de entender que nenhum produto pode ser manipulado, sem que se conheça os riscos que ele pode causar. Para tratar dos riscos químicos, devem-se definir os agentes químicos. São substâncias compostas que possam penetrar no orga- nismo por via respiratória, ou que, pela natureza da atividade, possam ser absorvidas pelo organismo, através da pele ou por ingestão. Podem estar presentes em um local de trabalho e entrar em contato com o organismo do trabalhador, agindo de forma localizada ou generalizada (quando distribuídos a diferentes órgãos e tecidos). Podem ser encon- trados nos estados gasosos, líquidos ou sólidos. Os agentes químicos são classificados, de maneira geral, como gases vapores e aerodispersóides (poeiras, fumos, fumaças e neblinas). Em relação às vias de penetração, os agentes químicos pos- suem três vias básicas de penetração no corpo humano: - Via respiratória: as substâncias penetram pelo nariz e pela boca, afetando as vias aéreas superiores e chegando aos pulmões. Por meio da circulação sanguínea, podem seguir para outros órgãos, onde manifestarão efeitos tóxicos conhecidos como a asma, bronquites, pneumoconiose (alterações no tecido dos pulmões provocada pela pre- sença de poeiras ou partículas sólidas no aparelho respiratório). - Via digestiva: a contaminação do organismo ocorre pela in- gestão acidental ou não de substâncias nocivas, presentes em alimen- tos contaminados ou deteriorados, ou em contato com a saliva. Hábitos inadequados como alimentar-se ou ingerir líquidos no local de trabalho, umedecer ou limpar os lábios com a língua, usar as mãos para beber água e não ter higiene contribuem para a ingestão de substâncias noci- vas. Conforme o tipo de produto ingerido, podem ocorrer: - queimaduras na boca - queimaduras no esôfago e estômago - intoxicação aguda - Via cutânea: as substâncias químicas (a exemplo dos ácidos, álcalis e solventes) atingem a pele, podendo ser absorvidas e provocar 18 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S lesões, tais como alterações na circulação e oxigenação do sangue, al- terações dos glóbulos vermelhos, problemas na medula óssea, anemia, acne química dentre outros. Figura 1 - Agentes de riscos químicos - Diversos tipos de partículas Fonte: Autor, 2019. Passemos a estudar os tipos de agentes contaminantes. Gases São substâncias que, à temperatura ambiente, estão no estado gasoso. Na maioria das vezes, são invisíveis. Os gases e os vapores po- dem alcançar os pulmões diretamente e são levados pela corrente sanguí- nea por todo o corpo, chegando ao cérebro, rins, fígado e outros órgãos. Tem-se como exemplo o monóxido de carbono dos escapa- mentos dos carros, hidrogênio, gás carbônico, gás de cozinha, etc. Vapores São substâncias que evaporam de um líquido ou de um sólido, da mesma forma que a água transformada em vapor d’água. Geralmen- te são caracterizados pelos odores. São exemplos clássicos os vapores de gasolina, querosene, thinner utilizado em pinturas, solventes de tinta, éter, nafta etc. Grupos dos Gases e Vapores - Substâncias que irritam os olhos, as mucosas e vias respi- ratórias podem causar queimaduras. Temos como exemplo os ácidos 19 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S (ácido sulfúrico) e as bases (soda cáustica); - Substâncias que deslocam (roubam) oxigênio. Podemos citar como exemplos o Hélio, o Neon, o Argônio, o CO, o Nitrogênio e o CO2. - Substâncias que geram efeito narcótico. Exemplos clássicos são os Hidrocarbonetos Alifáticos (octano), os Aromáticos (Benzeno, Xileno), os Álcoois (Etanol, Metanol), as Cetonas, dentre outros. De maneira geral, os gases e vapores são classificados se- gundo os efeitos que causam ao organismo humano. Eles podem ser classificados em 3 grupos: irritantes, anestésicos e asfixiantes. Aerodispersóides Definem-se como materiais sólidos produzidos mecanicamen- te pela ruptura de partículas sólidas maiores. Tem-se como principais exemplos a fibra de amianto e poeiras de sílica. Os aerodispersóides possuem uma característica interessante: quanto menor a partícula, mais tempo ela ficará suspensa no ar, aumen- tando a chance de ser inalada. Neste caso, dá-se a formação de poeiras. No caso dos fumos, estes se formam quando um metal é fundi- do (aquecido) e vaporizado, se resfriando rapidamente, criando partícu- las muito finas que ficam suspensas no ar. Nas operações de soldagem e dos processos de fundição, ocorre a formação dos fumos. Quando são originadas pequenas gotículas que ficam suspen- sas no ar, usualmente criadas por operações com spray, tem-se a for- mação das névoas. Exemplos clássicos de formação são as névoas advindas da aplicação de agrotóxicos e pinturas em spray. Outro tipo de aerodispersóides são as neblinas, sendo partícu-las líquidas produzidas por condensação de vapores, tais como anidrido sulfúrico e gás sulfúrico. Exemplo: Chaminé de Siderúrgica com forma- ção de neblina ácida em volta da mesma. A fumaça, muitas das vezes, é o aerodispersóide mais conheci- do pela sua frequência nos processos industriais, sendo partículas pro- duzidas pela combustão incompleta. Um exemplo de fácil compreensão é a fumaça liberada pelos escapamento dos automóveis que contém Monóxido de carbono. 20 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Avaliação dos Riscos Químicos O nível de exposição é conhecido utilizando-se instrumentos que medem a concentração dos contaminantes ou do oxigênio no ar. Estas medições podem ser realizadas nos ambientes ou nas pessoas, dependendo do tipo de contaminante e dos equipamentos disponíveis para realizar tal avaliação. É importante saber os fatores que influenciam a toxicida- de dos contaminantes. Aspectos como a concentração, índice res- piratório (quantidade de ar inalado no trabalho), sensibilidade de cada indivíduo, a toxicidade (potencial tóxico) e o tempo de expo- sição aos contaminantes. Figura 2 - Equipamentos de medição de agentes químicos Fonte: Autor, 2019. Medidas para Controle de Riscos Químicos De maneira objetiva, controlar os riscos químicos é, acima de tudo, manter a saúde do ambiente de trabalho por meio das seguintes medidas: - Medidas ambientais: envolve a substituição ou alteração do pro- cesso, a ventilação diluidora de aerodispersóides e a ventilação exautora. - Medidas de controle individuais: são assim categorizadas por 21 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S se tratar de ações aplicadas ao indivíduo, tais como educação e treina- mento, limitação à exposição, uso dos equipamentos de proteção indi- vidual e acompanhamento médico. RISCOS FÍSICOS Exposição ao Calor Em princípio, nota-se que o calor é um agente físico presente em uma série de atividades como a siderurgia, a fundição, a indústria do vidro e a indústria têxtil. O homem exposto a altas temperaturas tem os rendimen- tos físico e mental diminuídos. É sabido que a exposição não con- trolada ao calor induz a erros de percepção e raciocínio, o que pode desencadear acidentes. Reações do Organismo ao Calor: o organismo humano, no sen- tido de promover um aumento da perda de calor, processa uma série de reações fisiológicas buscando o equilíbrio térmico. Estas reações são me- canismos de defesa do organismo humano quando submetido ao calor intenso. A primeira ação processada pelo organismo implica num maior fluxo de sangue na superfície do corpo, com consequente aumento da temperatura da pele. Este fluxo de sangue transporta o calor do núcleo do corpo para a superfície, onde ocorrem as trocas térmicas. É a atividade das glândulas sudoríparas, proporcionalmente ao desequilíbrio térmico, onde a quantidade de suor em curtos períodos pode atingir até 2 litros por hora. Valores Aceitáveis de IBUTG (ºc) Para se avaliar com eficácia os limites aceitáveis de exposição do trabalhador ao calor, faz-se necessário estudar a Norma Regulamen- tadora 15 (NR 15), estabelecida por seu Anexo 3. Este anexo apresenta conceitos importantes a saber: A exposição ao calor é avaliada através do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), onde se define pelas equações 22 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S que se seguem: - Para ambientes internos ou externos sem carga solar, o IBU- TG é: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg - Em se tratando de ambientes externos com carga solar, o IBU- TG sofre a influência do parâmetro temperatura de bulbo seco, o tbs, e fica: IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg Em que, tbn = temperatura de bulbo úmido natural tg = temperatura de globo tbs = temperatura de bulbo seco Figura 3 – Exposição ao calor Fonte: Autor, 2019. Efeitos Adversos à Saúde O calor traz inúmeros efeitos à saúde do trabalhador, que vão depender de vários fatores, tais como o tipo de fonte emissora de calor, o tempo de exposição, umidade do ar, etc. De maneira prática, os efei- tos acarretam em: - desidratação - internação - cãibra - perda eletrolítica - tontura 23 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S - desmaio - em casos extremos, a morte Doenças do Calor Estas se definem como sendo distúrbios fisiológicos que ocor- rem quando os mecanismos de troca térmica não são suficientes para remover a troca adequada de calor. - Exaustão do calor: Decorre de uma insuficiência do suprimen- to de sangue do córtex cerebral, resultante da dilatação dos vasos san- guíneos. Uma baixa pressão sanguínea é o evento crítico resultante. - Desidratação: Inicialmente reduz o volume do sangue, pro- movendo a exaustão do calor, podendo chegar à deterioração do orga- nismo. A desidratação acarretará a ineficiência muscular, redução da secreção, acúmulo de ácido nos tecidos, febre e morte, quanto mais elevada for a intensidade. - Cãibras de calor: São os espasmos musculares, seguindo-se uma redução do cloreto de sódio no sangue. - Choque térmico: Quando a temperatura do núcleo do corpo põe em risco algum tecido vital. Medidas de Controle Relativas ao Meio Ambiente As medidas de controle possuem relação intrínseca com o fa- tor alterado em um determinado ambiente laboral. A partir daí, pode-se estabelecer: - Fator temperatura do ar alterado: como medida adotada, tem- -se a insuflação de ar fresco no local onde permanecer o trabalhador; - Fator velocidade do ar alterado: como medida adotada, tem- -se a maior circulação do ar existente no local de trabalho; - Fator umidade relativa do ar: como medida adotada, tem-se a exaustão do vapor d´água emanados de um determinado processo; - Fator calor radiante: como medida adotada, tem-se a instalação de barreiras refletoras (alumínio polido e aço inoxidável), barreiras absor- ventes (ferro e aço oxidado) e barreiras contra radiação infravermelha; - Fator calor produzido pelo metabolismo: como medida adota- da, tem-se a automação do processo. 24 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S RISCOS BIOLÓGICOS As doenças transmissíveis não são só as que mais causam morte, apesar de ainda compõem uma expressiva quantidade de vítimas fatais. Tais tipos de doenças compõem um caso crítico de saúde pública no país e no globo e, desta forma, passa a exigir o uso efetivo das ações para controlar de maneira geral, precipuamente falando, e em segundo plano, de ordem particular. Dentre as medidas de ordem particular, po- de-se destacar a utilização dos EPR- Equipamentos de Proteção Respi- ratória, que são recomendados com vistas à mitigação da contaminação de diversos transmissores de doenças através das vias aéreas. O vírus do sarampo e o Bacilo de Koch são alguns exemplos relevantes. O pro- fissional da área de saúde e segurança, até mesmo pelo frequente con- tato com diversos grupos de pessoas e pela natureza de sua atribuição, é bastante suscetível ao contágio destes agentes. Em se tratando, por exemplo, da tuberculose, um procedimento adequado para controlar a infecção pelo bacilo demanda que se identifique, isole e execute o devido cuidado/tratamento dos indivíduos com tuberculose. Tais procedimentos requerem a aplicação prática das medidas de controle, que devem mes- clar também medidas de caráter administrativo, com vistas à redução do risco de exposição a indivíduos portadores de tuberculose; a utilização de controles de caráter técnico (na área de engenharia de segurança) para mitigar o aumento do contágio, reduzindo a concentração das gotículas infectantes e aerossóis, além da utilização dos EPRs em áreas, e até mesmo os procedimentos onde exista o risco de exposição ao bacilo. Bastante importante também é o investimento em materiais de divulgação de prevenção das doenças, dos hábitos ligados à higiene e ao comportamento em ambientes fechados e nosperíodos mais frios. A exposição aos agentes biológicos dispersos por via aérea é a mais relevante no enfoque ao controle dos riscos biológicos, pois, as contaminações são, em sua grande maioria, por via aérea. O doente ou portador, quando fala, tosse ou espirra, dispersa agentes etiológicos de doenças de transmissão aérea. Deste modo, qualquer pessoa pode ser exposta a esses agentes quando em contato com o doente ou portador, ao entrar em ambientes contaminados, ou ainda ao realizar procedi- mentos nestas pessoas. A outra via de transmissão de notada relevância é a via de contato, sendo esta, porém, o foco de estudo secundário se comparada à via aérea. 25 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Diferença entre Gotículas e Aerossóis Saber tal diferença é fundamental para se estudar os riscos biológicos, em que se pode notar que há uma diferença sob o ponto de vista do tamanho das partículas (fator dimensional de particulado). As gotículas possuem uma dimensão maior do que cerca de 5μm e atin- gem o trato respiratória superior, isto é, as mucosas das fossas nasais e da boca/cavidade bucal. Em se tratando dos aerossóis, estas são menores, ficam flutuando no ar por mais tempo e, quando são inaladas, penetram de maneira mais profunda no sistema respiratório. A forma de se prevenir um tipo de doença causada por gotículas é sensivelmente diferente daquelas causadas por aerossóis. Figura 4 - Indivíduo expelindo gotículas e aerossóis Fonte: Vaccine information, 2006. Doenças de Transmissão Respiratória por Gotícula São aquelas que ocorrem pela disseminação de gotículas (par- tículas maiores do que 5μm), geradas durante tosse, espirro, conversa- ção ou na realização de diversos procedimentos tais como, inalação, aspiração etc. O quadro a seguir traz algumas das doenças transmitidas por gotículas mais conhecidas: 26 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Quadro 1 - Doenças transmitidas por gotículas Fonte: Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000. 27 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Medidas de Precaução Indicadas para Doenças Transmitidas por Gotículas Quando a proximidade com o paciente for igual ou inferior a um metro, deve ser utilizada, no mínimo, a máscara cirúrgica. De maneira prática, esta é a forma mais direta e simples de se prevenir de doenças transmitidas por gotículas. No ambiente hospitalar, onde os riscos bio- lógicos se fazem bastante propícios, orienta-se que seja utilizada más- cara cirúrgica sempre que entrar em contato com o paciente. No caso do ambiente industrial, cabe aos profissionais que avaliam os riscos em ambientes laborais específicos, adotar o mesmo procedimento. Medidas Administrativas para Evitar a Transmissão de Doenças por Via Respiratória Aplicando este tópico especialmente no ambiente laboral hos- pitalar, o primeiro passo, neste caso, é a identificação rápida da patolo- gia, seguida de isolamento do paciente, quando necessário, e tratamento adequado. Para cada patologia existe um período de transmissão próprio. Como exemplo, os pacientes com tuberculose pulmonar e/ou laríngea, adequadamente tratados, não transmitem o bacilo após apro- ximadamente duas semanas de tratamento. Outro importante meio de reduzir a disseminação da tuberculose é pela implantação de sistema de ventilação e controle adequados. No ambiente extra-hospitalar é difícil estabelecer tais tipos de controle, pois, quando se tem casos de suspeita de doenças como a tu- berculose, por exemplo, o profissional da área de saúde e segurança do trabalho possui sua atuação limitada diante dos desafios do cotidiano profissional. Faltam, muitas vezes, mecanismos de avaliação com a di- nâmica de controle necessárias, e outros trabalhadores acabam sendo contaminados antes de uma atuação de prevenção. Classificação de Risco de Agentes Biológicos Ao se estudar a classificação de risco de agentes biológicos, torna-se indispensável tomar como referência a Norma Regulamenta- dora 32 (NR 32), em seu Anexo I. Segundo a referida norma, os agentes biológicos são classificados em: - Classe de risco 1: “baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser 28 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S humano.”. Nesta classe, cabe aos profissionais de saúde e segurança do trabalho a criação de programas de monitoração para manter os ris- cos nesta classe ou mitigá-los, dentro das possibilidades operacionais e de recursos de cada empresa. - Classe de risco 2: “risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Nesta classe, cabe aos profissionais de saúde e segurança do trabalho a atuação de maneira mais estreita nas coletas e acompanhamentos de campo, a fim de se estabelecer uma monitoração para mitigar os riscos desta classe. A empresa necessita avaliar dentro das possibilidades operacionais e de recursos de cada empresa. - Classe de risco 3: “risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem cau- sar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sem- pre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Nos ambientes laborais onde se têm esta classe de risco, os profissionais de saúde e segurança devem redobrar seus mecanismos de controle, agindo com eficácia nas avaliações e tomadas de decisão, a fim de, pelo menos, transformar um ambiente de classe de risco 3 para classe 2. - Classe de risco 4: “risco individual elevado para o trabalha- dor e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não exis- tem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Neste cenário, a alta direção da empresa deve ser envolvida de maneira ainda mais rápida e direta, pois, programas de prevenção e mitigação de riscos devem fazer parte das decisões estratégicas da empresa. Abordagem Objetiva dos Programas de Proteção Respiratória (PPR) O Programa de Proteção Respiratória precisa ser implementa- do e gerido, além de requerer avaliação periódica no que tange aos ser- viços de segurança e saúde do trabalhador, se for exigido algum tipo de tarefa/atividade, em que necessite usar os Equipamentos de Proteção Respiratória- EPR. O PPR deve abranger a política da empresa acerca do uso de EPR, deve acrescentar, no mínimo, alguns procedimentos elaborados acerca dos seguintes temas: - Implementação de ações de teor prático acerca da utilização dos EPRs, inclusive a não utilização de barba por parte dos trabalhadores; 29 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S - Gestão continuada do PPR; - Os tipos de EPR recomendados nas diversas tarefas; - Adoção de testes de estanqueidade/vedação; - Treinamento sobre proteção respiratória; - Limpeza, inspeção, higienização, guarda e manutenção dos EPRs; - Definição de itens na avaliação médica relativas ao uso dos EPRs; - Monitoração da utilização por parte de quem usa os referidos EPRs; - Monitoração do risco de maneira efetiva; - Avaliação do programa, para que sejam instituídas ações de aperfeiçoamento e cumprimento de metas. 30 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: Técnico em Seguran- ça do Trabalho. A higiene ocupacional dedica-se ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais (químicos, físicos, biológicos e er- gonômicos) presentes nos locais de trabalho. Sobre os objetivos da higiene ocupacional, analise as afirmativas a seguir.I. Promover o desenvolvimento da empresa, conforme as normas estabelecidas pelas NRs. II. Controlar apenas os níveis de poluição atmosférica no ambiente de trabalho. III. Proteger e promover a saúde dos trabalhadores por meio de ações preventivas no ambiente de trabalho. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas b) II, apenas c) III, apenas d) I e II, apenas e) II e III, apenas QUESTÃO 2 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IPHAN Prova: Técnico I - Área 7 Com relação ao gerenciamento de riscos em ambiente de trabalho, julgue o item que se segue. É função da chefia imediata avaliar as atribuições do setor e clas- sificá-las como salubres ou insalubres. ( ) Certo ( ) Errado QUESTÃO 3 Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: Analista Legislativo - Engenharia Mecânica Em relação aos riscos ocupacionais, pode-se dizer que o trabalho físico pesado é um risco do tipo: a) físico b) ergonômico c) biológico d) químico e) ambiental 31 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÃO 4 Ano: 2019 Banca: Instituto Americano de desenvolvimento (IADES) Prova: Analista Legislativo - Área Engenheiro do Trabalho No contexto de higiene do trabalho, a respeito da avaliação do ruí- do, é correto afirmar que: a) As operações em decibéis são lineares, bastando somar os níveis de ruído medidos de cada fonte. b) Os limites de tolerância consistem no conjunto de níveis de pressão sonora e as respectivas intensidades sonoras. c) O efeito danoso de um ruído depende, exclusivamente, de três fato- res: suscetibilidade individual, duração e número de repetições diárias da exposição. d) Os medidores de nível de pressão, quando acoplados a analisadores de frequência, resultam no nível de ruído correspondente à faixa de frequência selecionada. e) Foi adotada a curva de compensação C para medição de níveis de ruído contínuo pelas normas internacionais e pelo Ministério do Traba- lho, uma vez que esta se aproxima mais à resposta do ouvido humano. QUESTÃO 5 Ano: 2019 Banca: Instituto Americano de desenvolvimento (IADES) Prova: Analista Legislativo - Área Engenheiro do Trabalho No contexto de higiene do trabalho, acerca de radiações ionizantes e não ionizantes, é correto afirmar que: a) As radiações não ionizantes englobam raios X e raios Y. b) A limpeza adequada do ambiente é uma das medidas de controle de laser. c) O uso de barreiras e de equipamentos de proteção individual (EPI) são medidas de controle de radiação ultravioleta. d) As radiações não ionizantes apresentam uma frequência maior que as ionizantes. e) A principal diferença entre radiações ionizantes e não ionizante é a faixa de frequência em que ambas trabalham. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE A partir dos conceitos estudados, elabore uma dissertação (10 a 15 li- nhas) demonstrando a relevância de conhecer os riscos ambientais no ambiente laboral, respaldando a tese com pauta nos principais concei- tos, nas características e nas principais formas de controlar e atuar me- diante a incidência destes riscos diante dos trabalhadores. 32 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S TREINO INÉDITO Sobre as etapas necessárias para o controle dos riscos que pro- vocam as doenças, prejuízos à saúde do trabalhador na higiene ocupacional, estão corretas as alternativas, exceto: a) Antecipação b) Reconhecimento c) Inspeção d) Avaliação e) Controle NA MÍDIA TENTATIVA DE RETOMAR O USO DO AMIANTO É RETROCESSO, DIZ ANAMT A tentativa de retomada do debate feito pelo Senado Federal pela li- beração do amianto no Brasil é vista como um preocupante retrocesso pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Há mais de 20 anos, a Associação defende o debate técnico acerca do banimento da substância, que já foi proibida em 65 países. O movimento do Senado, em consonância com empresas que produzem e exportam o produto, ocorre menos de dois anos após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pelo banimento, em mais um episódio de uma lon- ga batalha pela saúde dos trabalhadores. Como associação que congrega Médicos do Trabalho, a Anamt reafirma que as discussões a respeito do amianto devem ser técnicas – e não guiadas pelo viés econômico. Todos os tipos da substância são cancerígenos e podem causar inúme- ras doenças graves, como asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma – além de câncer de laringe, do trato digestivo e de ovário, espessa- mento na pleura e diafragma, derrames pleurais, placas pleurais e seve- ros distúrbios respiratórios. Apenas no Brasil, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) registrou 2,4 mil óbitos entre 2000 e 2010 de- correntes da exposição ao material. A Organização Mundial de Saúde (OMS) também já se posicionou favo- rável ao banimento do mineral. A organização classificou o uso da fibra como uma catástrofe de saúde pública, responsável por mais de 100 mil mortes por ano em todo mundo. Estudos conduzidos pela OMS também reforçam que, ao contrário do que argumenta a indústria, não existem limites seguros para o uso do amianto. Na causa, ao lado da Anamt, também está a Associação Médica do Brasil (AMB) e mais 50 entidades médicas. Fonte: Portal Revista CIPA Data: 15 mai. 2019. Leia a notícia na íntegra: http://revistacipa.com.br/tentativa-de-retomar- 33 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S -o-uso-do-amianto-e-retrocesso-diz-anamt/ NA PRÁTICA Riscos físicos, químicos e biológicos: enfoque prático. Esta abordagem prática envolve a Monitoração da Exposição aos Riscos. A monitoração dos agentes ambientais consiste na avaliação sistemática (quantitativa) destes agentes, em periodicidade determinada pela gradação de risco recebida por este agente, através da emissão do LTCAT. O monitora- mento dos agentes ambientais pode ser realizado por empresa Tercei- rizada com Certificado de Calibração dos Instrumentos e os resultados serão apresentados em relatórios, cujos valores são repassados para o LTCAT por função. As empresas podem dispor de funcionários que não permanecem fixos em setores, realizando assim uma média das situa- ções mais críticas de exposição a um certo agente. Quando o risco é tolerável, não é necessária, muitas das vezes, moni- toração constante; quando o risco é moderado, é recomendada a moni- toração, porém, não obrigatória ao menos que indicada na Avaliação de Risco Ocupacional por Função. Quando a exposição é substancial, a monitoração deve ser prioritária para dimensionar a exposição, verificar a eficácia das medidas de con- trole e equacionar as medidas complementares. 34 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES Ao estudar o tema em questão, faz-se necessário tomar como referência primordial a Norma Regulamentadora 15 (NR 15), juntamen- te com os seus 14 anexos (13 anexos em vigor, sendo o anexo 4 revo- gado), pois é neste arquétipo conceitual que se aprofunda com fluência em tema tão relevante para o trabalhador e o profissional de saúde e segurança do trabalho, em específico o higienista ocupacional. O profissional se enquadra em atividades insalubres, se este desenvolver atividades acima dos limites de tolerância previstos nos anexos de nº 1, 2, 3, 5, 11 e 12, a saber: - Anexo I - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Inter- mitente INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S 34 35 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S - Anexo II - Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto - Anexo III - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor - Anexo V - Radiações Ionizantes - Anexo XI - Agentes Químicos Cuja Insalubridade é Caracteri- zada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho - Anexo XII - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais Para que se possa entender com os detalhes necessários o con- ceito de insalubridade, serão estudados os anexos acimainformados. Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impac- to. Esta conceituação foi trazida pelo Anexo I da NR 15 com o objetivo de dar uma referência primária no estudo de limite de tolerância. Mas o que vem a ser limite de tolerância? De acordo com a con- ceituação trazida nesta NR, é o parâmetro que retrata a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, du- rante a sua vida laboral. A última assertiva, isto é, “durante a sua vida la- boral”, tem um peso considerável, pois, muitas vezes o trabalhador muda de empresa e esta rastreabilidade se perde. Portanto, não é tarefa fácil se estabelecer o real impacto dos agentes na vida laboral dos indivíduos. Em se tratando de limite de tolerância aplicado aos níveis de ruído contínuo ou intermitente, segundo conceito normativo, devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora, sendo que as leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exce- der os limites de tolerância fixados no quadro a seguir: 36 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Quadro 2 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Fonte: NR15, 2019. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao ní- vel imediatamente mais elevado. Esta assertiva visa beneficiar o traba- lhador, protegendo o mesmo sob limites mais altos, arredondando para cima os valores em questão. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. Em relação a esta regra, a norma é clara e taxativa, pois, não deixa margem de subjetividade, o que também beneficia diretamente o trabalhador. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, conforme a seguinte equação de média ponderada: 37 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn T1 T2 T3 Tn Se a soma exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância, devendo ser tomadas as medidas de controle e de atenuação de ruídos. Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima expo- sição diária permissível a este nível, conforme estabelecido no quadro imediatamente anterior. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente, conforme esta- belecido em norma. Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto Para se estudar este tópico, apresentando pelo Anexo II da NR15, deve-se em primeiro lugar definir ruídos de impacto. Entende-se por ruídos de impacto aqueles que apresentam picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. Desta forma, a característica deste tipo de ruído é bem peculiar, pois, correlaciona intensidade ou pressão sonora com periodicidade des- te ruído. Estes níveis de impacto sonoro deverão ser avaliados em deci- béis (dB), com medidor de nível de pressão sonora, operando de maneira a captar níveis de pressão sonora adequada para impacto. As leituras também devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. Quando não for possível efetuar a medição deste tipo de ruído de impacto com o tipo de medidor do nível de pressão sono- ra adequado, será válida a leitura feita no medidor adequado para ruído contínuo ou intermitente. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C). As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 38 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S dB, medidos com o medidor adequado, ou superiores a 130 dB, me- didos com o medidor adequado para ruído contínuo ou intermitente, oferecerão risco grave e iminente. Limites de Tolerância para Exposição ao Calor O estudo desta incidência de percentual de insalubridade sob exposição ao calor foi estudado em um contexto dos riscos físicos, item 1.7, deste material. Radiações Ionizantes Nas atividades ou operações em que trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os princí- pios, as obrigações e controles básicos à proteção do homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radia- ção ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NN-3.01. Esta norma do CNEN trata, dentre outros assuntos que não serão o foco deste estudo, dos limites de dose individual, onde se esta- belece que a exposição normal dos indivíduos deve ser restringida, de tal modo que nem a dose efetiva, nem a dose equivalente nos órgãos ou tecidos de interesse, causadas pela possível combinação de expo- sições, originadas por práticas autorizadas, excedam o limite de dose especificado na tabela a seguir: Quadro 3 – Limites de dose Fonte: CNEN - NN-3.01, 2019. 39 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Para entender melhor os limites de dosagem das radiações io- nizantes, faz-se necessário definir o Sv. O sievert (Sv) consiste na unida- de usada para dar uma avaliação do impacto da radiação ionizante sobre os seres humanos. É a unidade do Sistema Internacional de Unidades da dose equivalente e da dose eficaz, e que leva em conta os efeitos bioló- gicos em tecidos vivos, produzidos pela radiação absorvida. O Sv é a uni- dade, portanto, utilizada pela normatização que trata deste tema no Brasil. Agentes Químicos cuja Insalubridade é Caracterizada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocor- rerá, de maneira objetiva, quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes no quadro a seguir: Quadro 4 - Limites de tolerância 40 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S 41 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S 42 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Anexo XI da NR15, 2019. Há várias considerações a serem feitas acerca do quadro em 43 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S epígrafe, a saber: - Todos os valores fixados no quadro de Limites de Tolerância são válidos para absorção apenas por via respiratória; - Todos os valores fixados no quadro como "Asfixiantes Sim- ples" determinam que nos ambientes de trabalho, em presença des- tas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser 18% em volume. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e iminente. - Na coluna "valor teto", estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho. - Na coluna "absorção também pela pele", estão assinalados os agentes químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea, e por- tanto, exigindo na sua manipulação o uso da luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo. - Na avaliação das concentrações dos agentes químicos atra- vésde métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 amostragens, para cada ponto - ao nível respiratório do trabalhador. - Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostra- gens não deverá ultrapassar os valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada situação de risco grave e iminente. Valor máximo = L.T. x F. D. Onde: L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o quadro limites de tolerância, F.D. = fator de desvio, segundo definido no quadro a seguir: Quadro 5 - Relação de LT e FD Fonte: Anexo XI da NR15, 2019. Limites de Tolerância para Poeiras Minerais As poeiras minerais das quais se referem a norma são as es- tabelecidas a seguir: 44 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S - Asbesto - Manganês e seus compostos - Sílica livre cristalizada Tais tipos de poeiras são foco das instituições que estudam a Higiene Ocupacional, por conta de seus danos à saúde, causando um histórico triste de doenças ocupacionais. Asbesto: Tal poeira é uma das substâncias mais severas quan- do se estuda Higiene Ocupacional. Os profissionais de saúde e segu- rança do trabalho devem estar atentos às atividades nas quais os traba- lhadores estão expostos ao asbesto no exercício do trabalho. Definição de asbesto: Entende-se por "asbesto", também de- nominado amianto, a forma fibrosa dos silicatos minerais pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas, que consiste na crisotila (asbesto branco), e dos anfibólios, ou seja, a actinolita, a amosi- ta (asbesto marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul), a tremolita ou qualquer mistura que contenha um ou vários destes minerais. Esta definição permite que se assimile a amplitude dos tipos de substâncias que são compreendidas pelo termo asbesto. Amianto (do latim) ou asbesto (do grego) significam sem mancha, incorrup- tível e inextinguível. Trata-se de um grupo heterogêneo de substâncias, com diferentes composições químicas e cristalográficas, facilmente separáveis em fibras. São descritos mais de 350 minerais com estrutura fibrosa, encontrados como minerais essenciais ou acessórios nas rochas magmáticas e metamórfi- cas. Define-se como fibra o particulado cujo comprimento seja pelo menos três vezes maior que o diâmetro. (ALGRANTI Et AL, 2003; Scliar, 2005). Em novembro de 2017, o STF estabelece a proibição da utili- zação de asbesto no país, instituindo um marco evolutivo na saúde e segurança no trabalho de grande relevância. Manganês e seus compostos: o anexo XII da NR15 também estuda o limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos referente à extração, tratamento, moagem, transporte do mi- nério, ou ainda a outras operações com exposição a poeiras do manga- nês ou de seus compostos é de até 5mg/m³ no ar, para jornada de até 8 (oito) horas por dia. A norma fala acerca do limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos referente à metalurgia de minerais de manganês, fabricação de compostos de manganês, de baterias e pilhas secas, de vidros especiais e cerâmicas, de eletrodos de solda, de produtos químicos, tintas e fertilizantes, ou ainda outras operações com exposição a fumos de manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m³ no ar, para jornada de até 8 (oito) horas por dia. De maneira geral, o tema é tratado de forma bastante objetiva, 45 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S uma vez que sempre que os limites de tolerância forem ultrapassados, as atividades e operações com o manganês e seus compostos serão consideradas como insalubres no grau máximo. Em última instância, o pagamento do adicional de insalubrida- de por parte do empregador não o desobriga da adoção de medidas de prevenção e controle, que visem minimizar os riscos dos ambientes de trabalho. Sílica livre cristalizada: A norma estabelece as seguintes regras para trabalho com sí- lica ou areia, sendo as quais: para jornadas de trabalho que excedem a 48 (quarenta e oito) horas semanais, os limites deverão ser deduzidos, sendo estes valores fixados pela autoridade competente; fica proibido o processo de trabalho de jateamento que utilize areia seca ou úmida como abrasivo. Esta segunda limitação traz um avanço também para os que- sitos ligados ao meio ambiente. As máquinas e ferramentas utilizadas nos processos de corte e acabamento de rochas ornamentais devem ser dotadas de sistema de umidificação capaz de minimizar ou eliminar a ge- ração de poeira decorrente de seu funcionamento, e esta regra acarreta em proteção ao meio ambiente, assim como a regra anterior. Tanto a concentração, como a percentagem da sílica, para a apli- cação deste limite, deve ser determinada a partir da porção que passa por um seletor (equipamento que mede a granulometria através de seleção de “passa ou não passa” das microesferas), conforme o quadro a seguir: Quadro 6 – Diâmetro versus passagem pelo seletor Fonte: Anexo XII da NR15, 2019. ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS Assim como as atividades e operações insalubres, ao estudar o tema atividades perigosas, faz-se necessário tomar como referência pri- mordial a Norma Regulamentadora 16 (NR16), juntamente com os seus 05 anexos, pois é neste arquétipo conceitual que se aprofunda com fluên- cia em tema tão relevante para o trabalhador e o profissional de saúde e 46 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S segurança do trabalho, em específico o higienista ocupacional. Consideram-se atividades e operações perigosas as seguintes: - Anexo I: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos; - Anexo II: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis; - Anexo III: Atividades e Operações Perigosas com Exposição a Roubos ou outras Espécies de Violência Física nas Atividades Profis- sionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial; - Anexo IV: Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica; - Anexo V: Atividades Perigosas em Motocicleta. Atividades e Operações Perigosas com Explosivos São consideradas operações perigosas as estabelecidas con- forme atividades a seguir: - armazenamento de explosivos - transporte de explosivos - operação de escorva dos cartuchos de explosivos - operação de carregamento de explosivos - detonação - verificação de detonações falhadas - queima e destruição de explosivos deteriorados - operações de manuseio de explosivos Conforme o anexo I da NR16, todo o trabalhador que exerce estas atividades faz jus ao adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa, sendo-lhe ressalvado o direito de opção por adicional de insalubridade eventualmente devido. Áreas de risco para avaliar atividades perigosas: conforme dita a norma, são consideradas áreas de risco: - Nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de misturas ex- plosivas ou de fogos de artifício, de explosivos iniciadores, de explosi- vos de ruptura e pólvoras mecânicas. A norma também estabelece a relação entre quantidade armazenada em quilos e a faixa de terreno até a distância desta quantidade. Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis São consideradas atividades ou operações perigosas, de acor- do com a NR 16, as realizadas: 47 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Quadro 7 - Tipos de atividades que fazem jus ao adicional de periculosidade Fonte: Anexo II da NR16, 2019. Para todas estas atividades, é conferido aos trabalhadores adi- cionais de 30%, bem como àqueles que operam na área de risco. Áreas de risco: o Quadro 10 - Enumeração de áreas de risco enu- mera as considerações acerca das áreas de risco, conforme dita a NR16. 48 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Atividades e Operações Perigosascom Exposição a Roubos ou outras Espécies de Violência Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial As atividades ou operações que impliquem em exposição dos profissionais de segurança pessoal ou patrimonial a roubos ou outras espécies de violência física são consideradas perigosas. Conforme estabelece a diretriz normativa, são considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que atendam a uma das seguintes condições: - empregados das empresas prestadoras de serviço nas ativi- dades de segurança privada ou que integrem serviço orgânico de se- gurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo governo; - empregados que exercem a atividade de segurança patrimo- nial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, ro- doviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados diretamente pela administração pública direta ou indireta. As atividades ou operações que expõem os empregados a roubos ou outras espécies de violência física são as estabelecidas no quadro abaixo: 49 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Quadro 8 - Enumeração de áreas de risco 50 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Anexo II da NR16, 2019. Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica Dentro das atividades ligadas à energia elétrica, têm direito ao adicional de periculosidade os trabalhadores: - que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em alta tensão; - que realizam atividades ou operações com trabalho em proxi- midade, conforme estabelece a NR-10; - que realizam atividades ou operações em instalações ou equi- pamentos elétricos energizados em baixa tensão no sistema elétrico de consumo - SEC, no caso de descumprimento do item 10.2.8¹ e seus su- bitens da NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade; - das empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência - SEP, bem como suas con- tratadas, em conformidade com as atividades e respectivas áreas de risco descritas no quadro a seguir: 51 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Quadro 9 – Atividades x áreas de risco Fonte: NR16, 2019. 52 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Atividades Perigosas em Motocicleta Conforme estabelecido em norma, as atividades laborais com utilização de motocicleta ou motoneta no deslocamento de trabalhador em vias públicas são consideradas perigosas. Não são consideradas perigosas, para efeito de atividades com motocicleta: - a utilização de motocicleta ou motoneta exclusivamente no percurso da residência para o local de trabalho ou vice-versa; - as atividades em veículos que não necessitem de empla- camento ou que não exijam carteira nacional de habilitação para conduzi-los; - as atividades em motocicleta ou motoneta em locais pri- vados; - as atividades com uso de motocicleta ou motoneta de forma eventual, ou que, sendo habitual, dá-se por tempo extrema- mente reduzido. 53 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2016 Banca: Unicentro Órgão: Unicentro Prova: Engenheiro de Segurança do Trabalho. Sobre a NR-15 - Atividades e Operações Insalubres, é incorreto afirmar: a) Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que comprovada a insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho in- dicará o adicional devido; b) O percentual de adicional para insalubridade de grau mínimo é de 10% (dez por cento) sobre o salário do trabalhador; c) A eliminação ou neutralização da insalubridade pode ser caracteri- zada apenas através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador; d) Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). QUESTÃO 2 Ano: 2018 Banca: Fundação Getúlio Vargas (FGV) Prova: Assisten- te Legislativo – Área Técnico em Segurança de Trabalho Sobre as Normas de Higiene Ocupacional, analise as afirmativas a seguir. I. As Normas de Higiene Ocupacional determinam os limites de to- lerância, a metodologia de avaliação e os critérios técnicos dos equipamentos usados nas avaliações de riscos ocupacionais. II. As Normas de Higiene Ocupacional servem de orientação sobre as formas de controle dos agentes de riscos ambientais. III. As Normas de Higiene Ocupacional identificam o risco, o mensu- ra, ou seja, atribui um valor para “provar” que ele está no ambiente. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III. QUESTÃO 3 Ano: 2014 Banca: UFSC, Órgão: UFSC, Prova: Engenheiro de Se- gurança do Trabalho Em relação à NR 16 – Atividades e Operações Perigosas, analise as 54 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S seguintes afirmativas. I. Os cilindros de Gás Natural Veicular (GNV) com capacidade su- perior a 6 m3 instalados nas empilhadeiras indicam a necessidade de pagamento de adicional de periculosidade para o operador. II. Os trabalhadores que laboram em áreas sujeitas a periculosida- de têm direito a adicional de 30 % sobre o salário-mínimo e aposen- tadoria especial com redução do tempo de trabalho. III. Por tratar-se de área com risco de explosão, o operador de cal- deiras tem direito a adicional de periculosidade independentemen- te do combustível utilizado. IV. O transporte de líquidos inflamáveis em embalagens certifica- das simples de 200 L, independentemente do número de embala- gens, garante o pagamento de adicional de periculosidade. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas. b) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas. c) Somente as afirmativas II e III estão corretas. d) Nenhuma afirmativa está correta. e) Somente a afirmativa IV está correta. QUESTÃO 4 Ano: 2019 Banca: UFSC, Órgão: UFSC, Prova: Técnico em Segu- rança do Trabalho Analise os itens abaixo e identifique os que correspondem a ativi- dades e operações perigosas, de acordo com a Norma Regulamen- tadora 16. Em seguida, assinale a alternativa correta. I. Operações de transporte de explosivos. II. Atividades ou operações que impliquem exposição dos profis- sionais de segurança pessoal ou patrimonial a roubos ou outras espécies de violência física. III. Atividades que envolvam o manuseio de ácido sulfúrico. a) Somente o item I está correto. b) Somente os itens I e II estão corretos. c) Todos os itens estão corretos. d) Somente os itens I e III estão corretos. e) Somente os itens II e III estão corretos. QUESTÃO 5 Ano: 2019 Banca: UFSC, Órgão: UFSC, Prova: Técnico em Segu- rança do Trabalho Em relação à Norma Regulamentadora 16 (Atividades e operações periculosas) e seus anexos, assinale a alternativa correta. 55 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S a) Considera-se líquido combustível todo aquele que possua ponto de fulgor maior que 80 ºC e inferior ou igual a 100 ºC. b) A energia elétrica não é considerada um fator de risco para a percep- ção de periculosidade. c) Os trabalhadores que operam bombas de abastecimento de infla- máveis líquidos em postos de serviços não têm direito ao adicional de periculosidade. d) Periculosidade é um adicional de 30% que incide sobre o salário mínimo. e) As operações de transporte de inflamáveis líquidos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosida- de, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 litros. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE A partir dos conceitos estudados, elabore uma dissertação (10 a 15 linhas) demonstrando a relevância de se estabelecer de maneiraeficaz os tipos de agentes de risco no ambiente laboral, a fim de enquadrar os profissionais envolvidos com os adicionais devidos de insalubridade e periculosidade. TREINO INÉDITO “As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a ______ dB, medidos com o medidor adequado, ou superiores a ______ dB, medidos com o medidor adequado para ruído contínuo ou intermitente, oferecerão risco grave e iminente.”. Os níveis que completam as lacunas no trecho descrito estão descritas correta- mente na alternativa: a) 130 e 150, respectivamente. b) 140 e 150, respectivamente. c) 140 e 130, respectivamente. d) 125 e 130, respectivamente. e) 120 e 130, respectivamente. NA MÍDIA ADVOGADA EXPLICA COMO FUNCIONAM OS ADICIONAIS DE PE- RICULOSIDADE E DE INSALUBRIDADE Manoela Alves aponta que decisão da Justiça necessita de perícia e que, na pandemia, há possibilidade de receber valor a mais devido ao risco corrido pelo trabalhador. Fonte: G1 – Portal de Notícias da Globo Data: 16 abr. 2020. 56 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Leia a notícia na íntegra: <https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/04/16/advogada- -orienta-sobre-adicionais-de-periculosidade-e-de-insalubridade.ghtml> NA PRÁTICA A abordagem prática deste tema permeia a forma de se determinar e identificar os riscos que existem nas várias atividades laborais, com o ob- jetivo de apontar as tarefas em que há agentes nocivos, de maneira que essa exposição seja indissociável ao enquadramento legal para fazer jus aos adicionais de periculosidade e insalubridade. A importância do Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT) é parte inte- grante de um conjunto mais amplo de iniciativas, no sentido de preservar a saúde e a integridade física dos empregados, e deve estar associado com o disposto nas demais Normas Regulamentadoras, em especial com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Desta forma, deve-se aplicar dois tipos de procedimentos de técnicas de avaliação, que é a qualitativa e a quantitativa, em relação à exposição. A avaliação qualitativa define-se como uma análise ou inspeção visual, sobre deter- minado local de trabalho, observando as características específicas do ambiente de trabalho, os agentes ambientais existentes, as atividades exercidas, as funções presentes no referido local e tempo de exposição dos profissionais. A avaliação quantitativa se define como uma análise sobre um dado local de trabalho, utilizando-se de equipamentos específi- cos para medição e quantificação destes agentes ambientais presentes. 57 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Visando proteger a saúde do trabalhador frente aos possíveis riscos e perigos que podem existir durante a execução dos trabalhos, tem-se a NR 6, que se refere aos Equipamentos de Proteção Individual - EPI. A seguir, serão abordados tópicos importantes para se atentar a proteção individual e coletiva do trabalhador, todavia, é importante fazer a leitura da norma para estar ciente das responsabilidades, tanto do profissional, quanto da organização. NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI Página principal das NRs disponível em: <https://enit.tra- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E OS PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S 57 58 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S balho.gov.br/portal/>. Para acessar as normas individualmente, clique em “Nor- mas Regulamentadoras – NRs Atualizadas” EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL O conceito em epígrafe é de grande amplitude. Todavia, toda a conceituação de EPI se dará com foco na Higiene do Trabalho, quando se fizer possível, pois há conceitos e abordagens que permeiam todos os temas relativos à Segurança e Saúde do Trabalho. Define-se como EPI, todo dispositivo de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a um ou mais riscos suscetíveis de ameaçar sua segurança e saúde no trabalho, bem como qualquer complemento ou acessório destinado a esse objetivo. QUANDO USAR O EPI Quando o trabalhador se expõe diretamente a ariscos não con- troláveis por outros meios técnicos, quando o trabalhador se expõe a riscos apenas parcialmente controlados por outros recursos técnicos, em casos de emergência, ou seja, quando a rotina do trabalho é que- brada por qualquer anormalidade envolvida, quando em período de ins- talação, reparos ou substituição dos meios que impedem o contato do trabalhador com o produto ou fator de risco. Em todas estas hipóteses ou situações, o trabalhador deve utilizar o EPI. CRITÉRIOS PARA O USO DE EPI A equipe de saúde e segurança do trabalho deve atuar no senti- do de constatar a existência ou não de elementos da operação, de condi- ções de trabalho, ambiente, entre outras, que sejam ou que possam vir a ser nocivos aos trabalhadores. Tal ação, muitas vezes, não é tarefa fácil, por conta da subjetividade de determinação de situações de risco em alguns ambientes laborais. Eis os critérios, no sentido mais específico: - Avaliação do risco constatado: para se avaliar os riscos, faz- -se necessário determinar a intensidade e/ou extensão do risco, quanto às possíveis consequências para o trabalhador e com que frequência ele se expões a riscos, e quantos estão sujeitos aos mesmos perigos; - Indicação do EPI apropriado: a indicação do EPI, com base nos resultados previamente obtidos, a execução de testes e a escolha, dentre vários, o EPI mais aconselhável para solução do problema que 59 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S se tem pela frente, é consequência final para convenção de grupos de EPI, baseados em critérios de técnica e observação. CORRELAÇÃO ENTRE O EPC E EPI Estabelecer uma correlação intrínseca entre os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) é fundamental para o estabelecimento eficaz das medidas de controle em um ambiente laboral, pra que seja possível alcançar os objetivos, que são mitigar o risco e melhorar as condições de trabalho dos profissionais. Tal correlação se dá com os seguintes preceitos e considerações: Quadro 10 – Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) versus Equipamen- tos de Proteção Individual (EPIs) Fonte: Autor, 2019. 60 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S TIPOS CONSAGRADOS DE EPIS Proteção para as Mãos As luvas, que são os EPIs existentes para proteger as mãos do trabalhador, devem ser usadas sob a avaliação do tipo de trabalho, para seleção do tipo de luva a ser utilizada. Os tipos de materiais são borracha nitrílica, hexanol, latex e PVC. O parâmetro a ser usado, por exemplo, é a resistência química, que deve ser consultada em relação aos produtos aplicados. Figura 5 - Proteção para as mãos Fonte: Autor, 2019. Considerações importantes: - As luvas devem estar ligeiramente largas para um desempe- nho máximo e uma rápida remoção em ambientes perigosos; - Escolha um comprimento de luva adequado para sua aplicação; - Inspecione periodicamente o estado das suas luvas; - Substitua as luvas que demonstrem estar excessivamente gastas; - Use luvas adequadas a atividades a serem realizadas; - Pergunte-se sempre: Esta luva é adequada ao produto que estou utilizando? 61 H IG IE N E D O T R A B A LH O - G R U P O P R O M IN A S Proteção para a Cabeça O capacete, o mais consagrado e versátil equipamento de pro- teção individual, protege contra o choque elétrico, queda de objetos e de muitas outras situações. No contexto da capacidade do capacete, de proteger e salvar vidas, um objeto que caia começa a queda com veloci- dade zero e acelera a 9,8 m/s². Desta forma, ao final de 10 segundos, tal objeto terá velocidade de 90 m/s e terá caído 90 metros. A partir
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