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1 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Anatomia Radiológica Cardíaca Tripé na cardiologia ✓ Um exame físico e história completos ✓ Raio X o Raio x de tórax é um exame complementar → simples, fácil execução, ótimo custo- benefício, grande utilidade na clínica, diagnóstico anátomo- funcional (derrame pleural, derrame pericárdico, embolia pulmonar), mas não chega ao diagnóstico fisiopatológico ✓ ECG A radiologia cardíaca avalia: → Na área cardíaca: • Sobrecarga de câmaras cardíacas o Dá ideia de uma área cardíaca alterada → Nos campos pulmonares • Tipo da trama vascular pulmonar (dá um aspecto funcional) o Pulmão com hipofluxo, ocorre geralmente por obstrução direita o Normofluxo é o fluxo balanceado o Hiperfluxo da circulação pulmonar geralmente ocorre por “shunt” E-D, hiperresistência pulmonar ou obstrução de fluxo E OBS: SHUNT é a comunicação do lado esquerdo com direito; quando ocorre isso, há um hiperfluxo. Não existe em condições normais. O raio X é um agente físico, produzido pelo choque do elétron em movimento contra um obstáculo. Atravessa as estruturas seletivamente de acordo com a densidade dos órgãos. • Acontece com maior frequência no tubo de raios catódicos (ampola de Crooks) • Propriedades semelhantes a luz visível: o Dispersa-se de forma divergente o É praticamente retilínea sendo absorvida por alguns corpos opacos e pouco absorvida por corpos transparentes • Propriedades diferentes da luz visível: o menor densidade = absorvem pouco → Radiotransparentes (exemplo vísceras ocas, pulmões) o Maior densidade = absorvem muito → Radiopacos (ex: coração, por estar cheio de sangue) Propedêutica Cardiológica Estudo de imagem cardiovascular: • Radioscopia • Radiografia estática Professor Cyrillo 08/02/2022 2 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B • Angiografia associada ao cinema, televisão ou computador • Cineangiocoronariografia • Cateterismo cardíaco • Tomografia clássica ou computadorizada Radiografia estática Classicamente: o Incidências frontal, lateral e obliquas o Hoje quase não usa contraste de bário Atualmente: o Incidências frontal e lateral (PA e Perfil) o Na emergência, a PA é a mais utilizada A avaliação radiográfica deve ser orientada para observação da imagem torácica de fora para dentro. Ordem: 1) Partes moles 2) Arcabouço ósseo 3) Mediastino 4) Parênquima pulmonar 5) Distribuição vascular 6) Área cardíaca Pontos mais importantes do estudo radiográfico cardiovascular: • Tamanho cardíaco • Topografia dos contornos correspondentes às câmaras cardíacas. Ex: Grandes aumentos do VE se observam no Rx a ponta do VE tocando o gradeado costal • Padrão vascular pulmonar: normo, hiper ou hipofluxo. Forma e Posição cardíaca Incidência frontal • Aspecto piriforme = Aspecto de pera • Varia de acordo com o biotipo o Alongado para longilíneos (como uma gota) o Achatado para brevilíneos → fica mais sob o diafragma Coração normal em PA é a soma de: pericárdio + miocárdio + câmaras cardíacas ICT = Índice Cardiotorácico • Normalmente o coração ocupa 1/3 do diâmetro látero-lateral do tórax Cardiomegalia = Termo vago que corresponde ao aumento do coração. Pode ser global ou a custas de uma câmara Imagem do coração No Rx normal se observa: • Na incidência lateral (perfil) o Contorno anterior → Aorta ascendente e ventrículo direito o Contorno posterior → Átrio esquerdo (difícil visualização), VE e veia cava inferior • Na incidência PA o Contorno direito → Veia cava superior, AD e VD o Contorno esquerdo → 3 arcos (Botão aórtico, tronco de artéria pulmonar, ventrículo esquerdo) 3 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B → Traçar uma linha médio-esternal (usando como referência as clavículas) → Cada um do hemitórax em 3: Terço externo, médio e interno • Analisa aumento de câmaras cardíacas. Ex: Quando a área cardíaca aumenta a custas de VD, o arco direito se desloca para o terço médio ou até externo dependendo da magnitude do aumento da área cardíaca → a distância precisa ser igual → O Rx deve ser feito em inspiração, pois na inspiração, o coração se enche de sangue e se torna radiopaco. Na expiração, a visualização do coração é prejudicada pelo ar que se sobrepõe no pulmão. 4 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Aumento isolado das câmaras cardíacas Átrio Direito (AD) Frontal: • Acentuação da curvatura cardíaca à direita • Coração com aspecto de moringa Pequeno e médio aumento: curvatura ainda se localiza no terço médio, já o grande aumento já se localiza no terço externo Ventrículo Direito (VD) Frontal: Eleva a ponta cardíaca acima da linha do diafragma • O coração gira no sentido anti-horário • Forma um ângulo cardio-frênico menor que 90º Átrio Esquerdo (AE) → Câmara mais difícil de ser visualizada no Rx simples, por isso era usado o contraste de esôfago → O estudo mais detalhado é feito pelo ECG Frontal: Duplo contorno à direita por sobreposição com o AD • Como o AE é mais muscular que o AD, é possível ver uma bolinha mais densa sobre o AD Á esquerda, aparece como quarto arco ou contorno acessório (visto apenas em patologias) Luxação superior do BFE • O grande aumento do AE leva a compressão do brônquio fonte esquerdo e é possível ver a luxação (fica fora da posição) Lateral: desloca o esôfago para trás (quando usava contraste que o indivíduo engolia, aparecia alguma coisa “empurrando” o esôfago → compressão do átrio sobre o esôfago. Não se usa mais contraste) 5 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Ventrículo Esquerdo (VE) Frontal: A ponta mergulha no diafragma: • Ângulo cardiofrênico maior que 90 graus • Coração gira no sentido horário Nas grandes dilatações do VE, o coração fica horizontalizado e a ponta fica acima do diafragma Tronco da artéria pulmonar (TAP) → Está diretamente relacionado ao fluxo pulmonar Frontal: Proeminência do arco médio • Hiperfluxo pulmonar → tronco aumentado; hipofluxo → às vezes nem vê Aorta Frontal: torna-se visível do lado direito • Geralmente só se observa o botão aórtico • No idoso pode ocorrer de forma fisiológica, como uma adaptação a idade • HAS → hipertrofia do VE pelo maior fluxo, comprime aorta e pode causar dilatação dessa artéria Lateral: Ocupa o mediastino anterosuperior Ausculta → sopro diastólico na área aórtica PA 12x4, 12x2, 12x0 6 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B OBS: Estenose → sopro sistólico na área aórtica Circulação Pulmonar Sistema pulmonar + sistema brônquico + sistema linfático Em posição ortostática → fluxo sanguíneo predomina nas bases Circulação pulmonar reduzida (hipofluxo pulmonar) → ocorre quando há baixo débito ventricular direito • Vasos hilares pequenos • Pulmões hipertransparentes (pouca circulação e mais ar) Nesse raio X o ângulo cardiofrenico é menor que 90º → grande VD. Não dá para ver hilo nem circulação pulmonar = hipofluxo pulmonar → obstrução nas câmaras direitas (estenose pulmonar) ✓ Aumento das câmaras direitas ✓ Baixo fluxo pulmonar Hipertensão Pulmonar É o aumento da resistência do fluxo sanguíneo nos pulmões, podendo ocorrer por: • Causa pulmonar o Pneumopatias crônicas enfisematosas o Ex: DPOC cursa muitas vezes com alteração das câmaras direitas • Causa obstrutiva o Fenômenos tromboembólicos • Causa vascular nas artérias e hipertrofia da camada muscular das arteríolas pulmonares o Reduz a visualização dos vasos pulmonares periféricos É característico da HP → Acentuada dilatação das artérias hilares e redução brusca do diâmetrodos vasos do centro dos pulmões para a periferia Circulação pulmonar aumentada Três condições aumentam a circulação pulmonar: 1) Aumento volumétrico 2) Estase (estagnação) aguda na descompensação cardíaca - geralmente por IC 3) Estase crônica nos obstáculos lentos e progressivos do retorno venoso dos pulmões ao coração esquerdo 7 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Edema: • Causado pela circulação pulmonar aumentada • inicialmente é intersticial perivascular e peribrônquico (predominando nos hilos) depois chega aos alvéolos Cronificação da estase venosa pulmonar leva a reação das arteríolas pulmonares o que resulta no espessamento das paredes + hipertrofia da camada muscular e do endotélio → hiperresistência e hipertensão pulmonar o Quando instalado, dificilmente volta ao normal o Pode ter reversão quando causado por patologias cardíacas diagnosticadas em estágio inicial o Na ausculta ocorre uma redução do MV das bases o É uma tentativa do corpo de reagir contra o edema Direita: hilo cheio de ar = hiperfluxo Exemplos Fluxo normal → mais base, menos ápice. Inversão de fluxo → por conta da hipertensão/hiperresistência é o inverso. 8 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B 9 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B 10 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Semiologia Cardiológica Sem o coração nenhum órgão funciona, pois sangue carrega O2. A célula que não tem O2 suficiente não gera ATP → começa a ter respiração anaeróbia (gera menos ATP) → liberação de ácido lático, que é marcador de apoptose. O sangue chega ao coração pela veia cava superior e inferior → entra no AD → valva tricúspide → VD → sangue é bombeado para artéria pulmonar → pulmão (na membrana alvéolo capilar, troca o sangue rico em CO2 em O2 = hematose) → veia pulmonar (sangue arterial) → AE → válvula mitral ou bicúspide → VE → valva aórtica → artéria aorta → células do organismo. OBS: Sangue chega pela artéria ao coração cheio de sangue venoso (CO2). Ocorre apenas na circulação pulmonar e circulação fetal (artéria umbilical). Aorta Primeiros ramos: coronárias (coronária direita e tronco da coronária esquerda) Ciclo Cardíaco É dividido em 2 fases: sístole (contração ventricular) e diástole (relaxamento ventricular). → Ocorre por diferença de pressão O VE trabalha sob maiores pressões de enchimento. Precisa vencer a pressão da Professor Paulo 08/08/2022 Miocárdio recebe sangue pelas coronárias (quando ele está contraído a coronária não consegue mandar sangue, por isso, ao contrario de todos, o musculo cardíaco recebe sangue na diástole). 11 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B aorta (120mmHg) para conseguir ejetar o sangue. Já o VD precisa vencer a pressão da artéria pulmonar (35mmHg no máximo). Sístole e diástole caem na prova!!! Diástole pode ser dividida em 4 etapas: 1) Relaxamento isovolumétrico 2) Enchimento rápido 3) Enchimento lento 4) Contração atrial 1-fechamento da valva aórtica e mitral fechadas 2-pressão dentro do AE que está cheio de sangue fica muito maior do que a pressão de VE que está vazio → valva mitral se abre e o sangue é despejado em VE; com o tempo essa fase de enchimento vai ficando mais lento 3-Depois de despejar a maior parte de sangue, o final é ejetado de forma mais lenta 4- Contrai para expulsar o resto de sangue que ficou em AE; nesse momento a valva mitral fecha Sístole pode ser dividida em 3 etapas: 1) Fechamento mitral/contração isovolumétrica 2) Ejeção ventricular rápida 3) Ejeção ventricular lenta 1-fecha a mitral, mas a valva aórtica ainda não abriu 2-valva aórtica (pressão está maior do que VE) se abre e sai a maior quantidade de sangue de VE pela contração do músculo 3-o resto do sangue que sobrou é eliminado e a valva aórtica se fecha. Diagrama de Wiggers ✓ Pressão atrial ✓ Pressão ventricular ✓ Pressão na aorta ✓ Volume ventricular ✓ ECG ✓ Fonocardiograma (bulhas) Insuficiência cardíaca = incapacidade de ejetar ou relaxar o coração. 12 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Como funciona? 13 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B O estimulo cardíaco nasce no nó sinoatrial/nó sinusal (ditam o ritmo do coração) - despolarização dos átrios → nó atrioventricular (pausa estimulo elétrico para que tenha diástole) → feixe de Hiss → ramos do feixe de hiss → fibras de Purkinje Onda P = despolarização dos átrios Despolarização ventricular ocorre em 3 etapas: 1) Região septal 2) Paredes livres – maior massa do coração 3) Região basal QRS = despolarização ventricular (nesse momento ocorre a repolarização atrial, mas não é possível ver no ECG, pois a massa do átrio é menor que do ventrículo). Onda T = repolarização ventricular Ausculta cardíaca normal Primeira bulha = B1 = fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) • Mitral → marca o início da sístole (entre a primeira e a segunda bulha) • TUM Segunda bulha = B2 = fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar) • Aórtica -> diástole (entre B2 e B1) Bulhas Cardíacas (TUM TÁ) → Desdobramento fisiológico da segunda bulha “TUM TRÁ” • Possível ver na inspiração forçada = Manobra de Ribeiro Carvalho → aumenta a pressão de VD pelo aumento do retorno venoso. • A valva pulmonar fica mais tempo aberta pela maior quantidade de sangue; desse modo também demora para fechar → desdobramento fisiológico → Desdobramento fixo de segunda bulha • Ocorre na inspiração e expiração • Patológico Insuficiência = dificuldade para fechar Estenose = dificuldade para abrir 14 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B • Sobrecarga contínua das cavidades direitas • CIA = cardiopatia congênita em que há uma comunicação interatrial (AD e AE) o Comunicação da esquerda para direita, já que o lado direito tem menor pressão o O problema de ter sangue passando do lado esquerdo para o direito é o A CIA é uma manobra de ribeiro carvalho contínuo → Desdobramento paradoxal da segunda bulha • Ocorre na expiração • Patológico • Bloqueio de ramo esquerdo; insuficiência da valva tricúspide, estenose aórtica Exemplo estenose aórtica: dificuldade da valva aórtica se abrir (essa valva se abre na sístole). Essa válvula aórtica deve ficar mais tempo aberta para conseguir ejetar todo sangue do AE para VE. • Se fizer a manobra de ribeiro carvalho – chega mais sangue no VD, a válvula pulmonar fica mais tempo aberta e também atrasa o fechamento; ou seja, as duas fecham atrasadas então volta a ser normal. Terceira e Quarta Bulhas → Entre B2 e B1 Terceira: cardiomiopatias dilatadas. Marcador de insuficiência cardíaca • Escuta 3 batidas, o que muda de B4 é o momento que aparece • Fase de enchimento rápido ventricular • Som protodiastólico • Relacionada com sobrecarga de volume (insuficiência do VE e insuficiência mitral) • TUM TÁ TÁ • FC para tentar compensar o DC • INSUFICIENCIA SISTÓLICA Pensar em uma pessoa que pula do 3º andar e uma que pula do 10º andar. a que pulou do 10º vai fazer mais barulho. Pessoa = sangue caindo no ventrículo. Quarta: não ouve quatro batidas. Cardiomiopatia hipertrófica • Escuta 3 batidas, o que muda de B3 é o momento que aparece • Som telediastólico • TÁ TUM TÁ • INSUFICIENCIA DIASTÓLICA Pacientes com hipertrofia de VE, deixam a cavidade menor, pois o coração não aumenta de tamanho; a luz que diminui. B4 é o sangue batendo nessa parede de VE que está dilatada Sopro mais audível: No início = protosistólico/diastólicoMeio = meso Final = tele Toda sístole = holo 15 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Aterosclerose e Função Endotelial Endotélio → Gatilho para todas as doenças cardiovasculares. → Em 1980 foi descoberta todas as funções do endotélio → Se retirar ele de um vaso, se perde todas as funções que ele possui → O endotélio vascular é o maior “órgão” do corpo → Dentre suas funções, realiza controle da proliferação das células musculares lisas; adesão de leucócitos e plaquetas; permeabilidade vascular e respostas inflamatórias; propriedades fibrinolíticas e trombolíticas; vasomotricidade → O relaxamento do endotélio é mediado pelo NO, mas também pelo fator hiperpolarizante derivado do endotélio e prostaciclinas. Já a contração do endotélio é mediada pela endotelina-1; metabólitos da cicloxigenase e ânions superóxido. Esse equilíbrio de contração e relaxamento se perde em condições patológicas (aterosclerose, diabetes, insuficiência cardíaca, doença coronária e hipertensão). Balanço fisiopatológico da trombose: o Anti-trombóticos o Pró-trombóticos Balanço fisiopatológico da hipertrofia: o Estimuladores do crescimento o Inibidores do crescimento Balanço fisiopatológico da inflamação o Anti-inflamatório o Pró-inflamatório A doença aterosclerótica é uma doença inflamatória. Se introduzirmos um cateter com termômetro na ponta e posicionarmos próximo a placa aterosclerótica, observaremos que toda placa passa por processo de inflamação NO = lado do bem! → As doenças derivadas do endotélio, se iniciam com disfunção endotelial Professor Ciryllo 15/08/2022 16 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B → É importante observarmos as frações do colesterol. Às vezes, o indivíduo tem um colesterol um pouco alto, mas as custas de HDL (bom colesterol), portanto só a dosagem do colesterol total pode não refletir a real situação → O endotélio é uma balança do nosso organismo. Ele fabrica e libera diversas substâncias, como vasoativas, trombogênicas e antitrombogênicas etc. → O endotélio expressa substâncias que interferem em torno do sistema cardiovascular e metabólico → O endotélio vascular talvez represente o maior “órgão” do corpo, equivalente a 5 corações normais e em área a 6 quadras de tênis num homem de 70 kg, exercendo funções regulatórias cardiovasculares de grande importância. → Essa camada de células endoteliais que recobre a superfície luminal dos vasos sanguíneos está envolvida em numerosas funções regulatórias, como: • Controle da proliferação das células musculares lisas vasculares • Adesão de leucócitos e plaquetas • Permeabilidade vascular • Respostas inflamatórias. → O endotélio também apresenta propriedades trombolíticas e fibrinolíticas, a sua atividade metabólica contribui para: • Regulação da oxidação lipídica • Formação de angiotensina II • Degradação das catecolaminas e cininas circulantes O endotélio desempenha um importante papel: • Na regulação do tônus da musculatura lisa vascular • Na vasomotricidade • Pela expressão de fatores de relaxamento e contração o O envelhecimento do endotélio é um fator que pode fazê-lo perder essas capacidades O desbalanço de fatores de crescimento sobrepondo os inibidores do crescimento leva a situações patológicas Evolução da Aterosclerose → O aparecimento da placa aterosclerótico é progressivo e evolui com o tempo → A aterosclerose é uma doença crônicodegenerativa e inflamatória → Hoje em dia a 4ª década é a década de maior incidência da doença aterosclerótica (mas existe em jovens) Evolução Início com células espumosas → Estrias gordurosas → Lesão intermediária → Ateroma propriamente dito → Placa fibrosa (capa que recobre a gordura - LDL) → Lesão complicada → Ruptura (ocorre por fatores de risco e estresse de parede, que agridem a placa, forma fissura, o conteúdo lipídico se 17 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B expõe, as células de reparação e de agregação plaquetária se somam a fissura e causam a oclusão total ou parcial do vaso). OBS: É a placa que dá ou não a estabilidade da placa Na formação da placa temos: ✓ Núcleo lipídico o Formado por LDL (colesterol oxidado) ✓ Capa fibrosa o Formado por células musculares e endoteliais Placa estável: está quieta, o núcleo lipídico não é muito grande e tem capa fibrosa espessa que protege a exposição da gordura a circulação sanguínea. O que determina a estabilidade da placa é o tamanho da capa fibrosa, não o volume de gordura Placa vulnerável: mais inflamada. Na placa observamos grande núcleo lipídico, capa fibrosa fina (que pode ser facilmente rompida). Geralmente rompe através de fissuras 18 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B No crescimento da placa, quando o trombo está sendo formado, existe o recrutamento de novas células musculares lisas de reparação. Isso aumenta ainda mais a placa. Com o rompimento da placa temos o aparecimento das células de reparação → Agregação plaquetária no local da ruptura ou erosão (isso faz com que a placa cresça ainda mais e favorece a formação dos trombos). OBS: Ombro da placa = local de maior estresse de parede Com a formação do trombo, pelas células de agregação plaquetária, temos um aumento da placa que toma o espaço do lúmen. O que leva a esse quadro e instabilidade são os fatores de risco como dislipidemia não tratada, tabagismo, obesidade, diabético etc. OBS: O diabético morre 4x mais de doença cardiovascular do que o não diabético. Portanto, devemos ter uma abordagem agressiva dos fatores de risco para intervir no processo e impedir essa evolução O trombo ocasiona uma oclusão aguda do vaso, levando a chamada de síndrome coronariana aguda Angiografia da angina instável: a imagem negativa é o trombo → obstrução aguda que leva a um → infarto ou AVC 19 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B “Infarto fulminante” = Infarto transmural, que rompe a parede livre do ventrículo esquerdo, expondo seu interior, levando a derrame pericárdico agudo, tamponamento cardíaco, e morte súbita Eventos Coronarianos • A formação do trombo é a causa predominante de eventos coronarianos • A ruptura da placa seguida pela trombose, é o fator causal mais importante nas síndromes coronarianas agudas • Trabalhos sugerem que as estatinas têm efeito sobre a agregação plaquetária • Estatina = Substância hipolipemiante • A maioria dos IAM acontecem por instabilização de placas ateroscleróticas pequenas ou moderadas • Quase 70% dos infartos tem estreitamento do vaso menor de 50% → Isso ocorre, pois a placa menor é aquela que é mais instável, inflamada e leva ao rompimento da placa. A placa maior, geralmente tem capa fibrosa calcificada, a qual é mais estável e não está mais inflamada Fatores de risco ✓ Fumo ✓ Hipertensão ✓ CT ✓ LDL alto ✓ HDL baixo ✓ Diabetes mellitus ✓ Idade avançada ✓ Obesidade (Pode não ser obeso em todo organismo, mas tem a obesidade visceral que é maligna) ✓ Sedentarismo ✓ História familiar precoce ✓ Etnia ✓ Fatores psicossociais ✓ Triglicérides ✓ Homocisteína ✓ Fibrinogênio ✓ Marcadores inflamatórios - Quanto maior o número de fatores de risco em um indivíduo, maior a probabilidade de desenvolvimento de doença aterosclerótica Equação de estabilidade → O equilíbrio é o mais importante entre os fatores de inflamação e de reparação → Para estabilizar a placa é importante abordar os fatores de risco Conduta tanto medicamentoso quanto não medicamentoso 20 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Diagnóstico → Angiografia coronária (mas não dá para fazer em todos) → Ultrassomintravascular pode detectar angiograficamente um ateroma silencioso, que pode parecer normal na angiografia Na imagem abaixo mostra pelo USIV uma placa que cresceu para dentro da parede, e não para o lúmen, o que a torna difícil de observar pelo cateterismo Tratamento Estatinas Efeitos: o Hipolipemiante o Diminuírem o colesterol o Efeitos pleiomórficos o Redução do acumulo de lipídeos o Tendencia a normalização endotelial o Redução da infiltração de células inflamatórias o Efeito sobre a proliferação de células musculares lisas o Inibição da agregação plaquetária o Quando nós temos uma redução do volume da placa temos automaticamente diminuição do processo inflamatório e aumento da capa fibrosa o Não tem uma diminuição do diâmetro, mas tem uma alteração na composição da placa, muito importante 21 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Semiologia 2 indivíduo que nunca teve dor torácica e do nada começa a sentir dor em aperto/queimação e não melhora de jeito nenhum. • Muito conteúdo lipídico • Pouca capa fibrótica Como resolver? Trombólise ou angioplastia de resgate (stent) Doença crônica: placa de ateroma tem pouco conteúdo lipídico e grande quantidade de capa fibrótica → mais difícil de romper → Beira leito é possível identificar sinais de sofrimento cardíaco. Curva de pressão venosa jugular Onda A: contração do átrio. A coluna de sangue que está acima do átrio sente essa pressão da contração e se eleva enchendo a jugular. • Contração atrial = parte final da diástole Onda C: contração ventricular (aqui as duas válvulas estão fechadas, então o que está para cima, está enchendo de sangue, por isso a jugular está cheia de sangue) Descenso X: Em seguida tem o relaxamento do átrio e a coluna de sangue tende a descer para o ventrículo. Ao fechar a tricúspide, começa a contração isovolumétrica (as duas válvulas fechadas) → jugular se enche de sangue = efeito buji. Para o sangue sair do ventrículo, abre a válvula pulmonar → jugular esvazia porque o sangue vai em direção a artéria pulmonar e o que está acima da tricúspide tende a ir junto (descenso X1). Em seguida ocorre o fechamento da válvula pulmonar → relaxamento do VD → para receber o sangue do AD que está cheio (onda V = relaxamento ventricular) • Nesse momento em que a válvula pulmonar e tricúspide estão fechadas = relaxamento isovolumétrico (1ª fase da diástole) → o que está acima de VD está enchendo de sangue → enche a jugular = onda V Onda V: relaxamento ventricular E válvula tricúspide fechada Em seguida tricúspide abre → enche de sangue o VD = descenso Y. Descenso Y: relaxamento ventricular Onda = jugular cheia de sangue Descenso = jugular vazia de sangue Paulinho 15/08/2022 22 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B → É possível fazer essa curva colocando um cateter na jugular Onda A gigante; onda A em canhão (doença AVD); onda V gigante (insuficiência da tricúspide); descenso Y extremamente forte → indicam algumas doenças OBS: Fibrilação atrial (átrios vão estar fibrilando, não vai ter a contração efetiva) = arritmia mais comum na clínica → onda P alterada (no caso dessa curva, a onda A vai estar alterada). Choque hemodinâmico = FC, DC, pressão, nível de consciência, diurese, periferia com tempo de enchimento capilar alargado • Choque hipovolêmico o Não tem hb para levar O2 suficiente para célula o Ex: desidratação; anemia; facada no peito o Problema no CARRO • Choque cardiogênico o Ex: IAM o Problema na BOMBA • Choque obstrutivo o Algo que obstrui a saída de sangue do coração o Ex: tamponamento cardíaco → liquido do lado de fora do coração que restringe o seu relaxamento o Ex: TEP → trombo na artéria pulmonar → VD precisa fazer muita força e ele não é acostumado com uma pressão tão grande, por isso ele começa a dilatar o Ex: pneumotórax hipertensivo → desloca o mediastino o Problema no SEMÁFORO • Choque distributivo → o problema não está na bomba, nem no carro e nem no semáforo, está na rodovia o As artérias estão tão alargadas que é como se tivesse uma desidratação funcional → não perfunde todas as células de tão alargados que estão os vasos → pressão o Ex: choque séptico → primeira coisa é reposição volêmica 30mL/kg de SF 0,9% ou ringer lactato. Se não responder a isso, constringir a artéria → noradrenalina (vasopressor mais comum) ▪ Para dar NORA é necessário acesso central, pois é muito irritante para veia o Ex: choque anafilático, choque neurogênico o Problema na RODOVIA 23 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Tamponamento cardíaco = acumulo de liquido no pericárdio→ o problema não está no musculo cardíaco. • Tríade clássica = tríade de Beck o Hipofonese de bulhas o Hipotensão o Turgência jugular • Alteração no exame físico bem importante = pulso paradoxal (não acontece SÓ no tamponamento) O que é pulso paradoxal? Queda da PA sistólica mais do que 20mmHg na inspiração profunda. Como medir isso? Cateter na artéria radial ou coloca o manguito no braço do paciente quando está à beira leito no ambulatório. Por que a PA sistólica cai no tamponamento cardíaco? Na inspiração profunda chega muito mais sangue do lado direito. Em um coração NORMAL, ocorre o abaulamento do septo interventricular em direção a parede lateral do VE, a qual se abaúla, chega sangue, contrai e vida que segue. No indivíduo tamponado (liquido no pericárdio), o liquido de fora não deixa o VE relaxar, desse modo a luz do VE fica colabada (chega menos sangue do lado esquerdo). Em seguida, na sístole, vai sair menos sangue, desse modo a pressão cai pelo menos 20mmHg. OBS: VD trabalha com baixas pressões de enchimento Onda A aumentada X onda A em canhão 1) Dificuldade de abrir a tricúspide → o sangue que deveria ir para VD, volta para jugular 2) Sinal de Kussmaul → Também se faz beira leito → É o aumento do pulso venoso jugular, quando o paciente em questão realiza uma inspiração. Isso acontece quando há uma diminuição da complacência do ventrículo direito (VD), ou seja, ele perde a sua capacidade de contrair adequadamente. Refluxo hepato-jugular ➢ Beira leito ➢ Diagnostico de insuficiência cardíaca ➢ Paciente em 45º → comprime o rebordo costal direito do fígado por 10seg → a tendencia é mandar sangue para o AD e VD → se o AD e VD estiverem com pressões aumentadas o sangue não vai entrar → o sangue vai para jugular. o Coração do lado direito está sofrendo!!! OBS: toda vez que for examinar a jugular o paciente deve estar em 45º OBS: a principal causa de sobrecarga do VD é a sobrecarga do VE Pulso venoso X pulso arterial 1) Jugular a. Aumenta com a respiração b. Varia com a posição i. Deitado – turgência jugular 2) Carótida a. Não se altera com a respiração → ficou na duvida se é artéria ou veia, pede para o paciente encher o pulmão de ar 24 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Medida da pressão venosa central Pacientes que tem essa pressão >16cm de água é um dos critérios de diagnóstico de insuficiência cardíaca Mede a beira leito: Palpa o ângulo esternal/ângulo de Loui (marco zero). Coloca uma régua em cima do ângulo esternal e pega uma antena e coloca a 90º da turgência jugular. Vê na régua quantos cm deu e soma 5 (que é a distancia do esterno até VD). Com isso, tem-se a estimativa da pressão dentro do coração direito • O normal é até 8 • Acima de 16 é extremamente aumentada Circulação direita = circulação pulmonar (sangue que vai do coração para o pulmão) Circulação esquerda = sangue que chega do pulmão para o coração → Principal causade sobrecarga do VD é a sobrecarga do VE, que muitas vezes isso vai refletir apenas como turgência jugular CASO: seu João teve um infarto da parede anterior do VE (principal parede que é irrigada pela principal artéria do coração) e isso fez com que a parede anterior do VE fosse necrosada. O que acontece se VE não consegue ejetar todo sangue de maneira adequada para aorta? R: se não sai sangue, vai acumulando cada vez mais, principalmente nas estruturas que estão para trás → AE vai sofrer Por contiguidade a v. pulmonar vai tentar mandar sangue para o AE e não vai conseguir. A pressão dentro da membrana alvéolo capilar vai estar extremamente aumentada, pois a pressão de VE não funcionante está sendo transferida para a circulação pulmonar; desse modo o alvéolo – contém surfactante - (hematose) fica cheio de liquido (estertor subcrepitante); a área de troca do alvéolo fica menor, isso reflete como dispneia no paciente. Essa pressão aumentada se reflete também na a. pulmonar que está diretamente ligada ao VD, por isso ele fica sob alta pressão → fica sobrecarregado → dilata → insuficiente → reflete no AD → veia cava → turgência jugular. Pulsos Principal doença que cursa com pulso patológico anacrótico = estenose da válvula aórtica 25 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Pulso hipercinético/martelo d´água/Corrigan é ao contrário do anacrótico → amplitude alta e duração curta = insuficiência da valva aórtica • Sopro diastólico Pulso dicrótico = 2 ondas positivas; dá impressão de dois batimentos Pulso alternans = choque cardiogênico grave; insuficiência cardíaca terminal; tamponamento cardíaco; insuficiência aórtica; cardiomiopatia dilatada Pulso paradoxal = queda da pressão arterial sistólica + __________ Miocardiopatia hipertrófica Insuficiência + estenose da valva aórtica = dupla lesão aórtica Sopros ➢ Sopros aórticos são melhores auscultados com o paciente sentado e tórax para frente o Irradiam para cúpula e carótida ➢ Sopros mitrais são melhores auscultados em decúbito lateral esquerdo o Irradiam para região axilar e dorsal I → só é possível escutar com manobras II → ouve com grande facilidade pelo esteto; não fremita e nem irradia III → sopro que irradia; só é possível escutar com esteto; NÃO fremita IV → Frêmito = quando sente o sopro na mão, mas não ouve ele; pode irradiar ou não → Sopros diastólicos são mais difíceis de serem auscultados por conta da frequência extremamente alta; Manobras que aumentam a intensidade do sopro: Manobra de Handgrip = Aumenta o sopro em insuficiência mitral → pede para o paciente fazer força apertando as duas mãos; esse 26 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B exercício isométrico leva ao aumento da resistência vascular periférica, aumenta regurgitação mitral e reduz o fluxo aórtico. • Em teoria, estaria vaso constringindo aorta • No caso da pessoa que tem insuficiência mitral: pensar que nessa manobra, fecha a periferia! VE precisa mandar todo sangue para aorta, mas a mitral está um pouco aberta. Essa manobra é como se estivesse fechando aorta, desse modo o sangue vai ir em direção pra onde tem mais facilidade = válvula insuficiente o Vai passar mais sangue por essa válvula que deveria estar fechada o Por isso aumenta a intensidade do sopro Como diagnosticar doença a partir da ausculta? 1) Identificar sopro sistólico e diastólico 2) Local onde ouve mais claramente o sopro 3) Definir a configuração a. Cresce ou decresce? 4) Duração a. Telesistólico, holodiastólico, etc. Principal causa de insuficiência mitral = secundária a dilatação do VE. O problema é onde ela está ancorada Doenças primárias da valva • Degeneração da válvula • Febre reumática Principal causa de estenose mitral = febre reumática • Essa dificuldade da válvula se ABRIR, se chama estalido de abertura “click” • Quando ouvir esse estalido, pode afirmar com certeza que essa estenose é de causa reumática • Apenas a febre reumática gera isso Fibrilação atrial → não tem contração atrial → ECG não tem onda P → diagrama de willis não tem contração atrial → sopro diferente, pois passa menos sangue pela válvula Ou seja, ausência do reforço pré-sistólico no sopro de estenose mitral, denota que o paciente tem além de estenose mitral, fibrilação atrial. Insuficiência aórtica Insuficiência ou regurgitação aórtica (IA) é a incompetência da valva aórtica que causa fluxo reverso da aorta ao ventrículo esquerdo durante a diástole. Os sintomas incluem dispneia aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna, palpitação e dor torácica. Os sinais físicos consistem em aumento da pressão de pulso e sopro holossistólico. A principal causa de insuficiência aórtica primária adquirida é a febre reumática, seguida pela endocardite, trauma (incluindo dissecção aórtica) e acometimento calcifico. Esse último incomumente se manifesta com insuficiência importante. 27 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Estenose aórtica Estreitamento da válvula do vaso sanguíneo principal que se ramifica do coração (aorta). Esse estreitamento impede que a válvula se abra completamente, reduzindo o fluxo de sangue para o corpo e dificultando o funcionamento do coração. O coração pode enfraquecer, causando dor no peito, fadiga e falta de ar. Os casos leves podem não necessitar de tratamento. Em casos graves, a cirurgia pode reparar ou substituir a válvula. Os casos leves podem não necessitar de tratamento. Em casos graves, a cirurgia pode reparar ou substituir a válvula. RESUMINDO A PROPEDÊUTICA CARDIOLÓGICA Na prática diária, os sintomas mais comuns relacionados ao aparelho cardiovascular são: dor torácica, dispneia, cansaço, síncope, palpitações e edema. Anamnese como muitas doenças cardíacas possuem características crônicas, não basta simplesmente perguntar se o paciente está conseguindo se locomover normalmente. paciente teria dito que há um ano corria maratonas, mas que ultimamente não tem mais forças para realizar uma caminhada sequer. Na visão do paciente, a sua locomoção está normal, mas para nós isso seria um dado de extrema relevância, pois demonstra progressão de doença incapacitante, com importante perda funcional. Um paciente que se queixa de dispneia deve ser interrogado quanto à intensidade dessa dor (geralmente por meio de uma mensuração de 0 a 10), fatores associado à dor (acontece somente em determinado tipo de movimento? ao realizar esforços maiores?, limita sua força?), se essa é progressiva, o quanto é incapacitante para realizar atividades (sente-se fraco para andar até qual distância?). A dor torácica consiste em um dos mais graves sintomas referidos pelos pacientes, consistindo na manifestação mais frequente da doença arterial coronariana, grande causa de morte ao redor do mundo • Angina instável • IAM • Aneurisma dissecante de aorta • Embolia pulmonar Dor clássica aos esforços, sensação de opressão ou desconforto torácico, nos ombros, no dorso, no pescoço ou no braço acompanhando de dor anginosa, ocorre em 28 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B cerca de 50% dos pacientes com infarto agudo do miocárdio. Pode haver descrições atípicas, como cãibra, sensação de aperto, dor perfurante e, em alguns casos, dor irradiante para os dentes, mandíbula ou maxilares. Quando o quadro do paciente não é emergencial (por exemplo, uma síndrome coronariana aguda o paciente chega no PS com dor no peito), deve-se sempre perguntar “o senhor/senhora sente dor ou desconforto no peito?” Questionar essa dor com relação aos exercícios físicos, o tipo de atividade que desencadeia a dor, a intensidade da dor, irradiações, sintomasassociados (dispneia, sudorese, palpitações, náuseas etc.) Deve-se também questionar se há dor em repouso, se essa dor incomoda o paciente durante a noite para dormir, bem como medidas que aliviem a dor. Dor na região anterior do tórax, de caráter dilacerante, irradiando-se para costas e/ou pescoço, ocorrem nos casos de dissecção aguda de aorta. Palpitações (coração pulando, acelerado, tremendo) → podem decorrer de batimentos cardíacos irregulares, rápido aumento ou redução da FC, etc. • Não são necessariamente sinais de cardiopatia • Fazer ECG A dispneia → percepção consciente e desconfortável da respiração, incompatível com o nível de esforço realizado pelo paciente. Essa queixa é mais comum nos casos de pacientes com doenças cardíacas ou pulmonares. A dispneia súbita pode ocorrer na embolia pulmonar, no pneumotórax espontâneo e em quadros de ataques de ansiedade. Ortopneia → consiste na dispneia com o paciente deitado, melhorando quando esse se senta. Pode-se classificá-la numerando a quantidade de travesseiros que o paciente usa para dormir. • insuficiência cardíaca (IC) ventricular esquerda • estenose mitral • DPOC A dispneia paroxística noturna → episódios de dispneia e ortopneia súbitas, que despertam o paciente do sono, cerca de uma ou duas horas após deitar-se. Esse quadro obrigado o paciente a se sentar, ficar em pé ou ir até a janela para respirar melhor. Junto pode haver sibilos e tosses associados. • Insuficiência cardíaca ventricular esquerda • estenose mitral, podendo ser confundidas com crises asmáticas noturnas. Edema → acúmulo exagerado de líquido do espaço intersticial. 29 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Exame Vascular Arterial Avaliação dos pulsos arteriais quanto à sua presença ou ausência, simetria, enchimento e amplitude, uma vez que possíveis diferenças podem estar presentes por desobstruções parciais ou por vasoconstrições, por diferenças de fluxo, como ocorre na dissecção de aorta. O exame de simetria deve ser feito comparando cada pulso com o seu contralateral, podendo avaliar cada pulso separadamente ou comparando-os de modo simultâneo. A simetria dos pulsos pode ser classificada com o uso das cruzes: • Pulso normal: (++) • Diminuído: (+) • Ausente: (-) • Não foi possível a verificação: ( ) Para achar o pulso poplíteo, deve-se segurar o joelho do paciente com as duas mãos, aprofundando as digitais na fossa poplítea, pesquisando a localização desse pulso, que possui uma localização mais profunda do que os demais. Pulsos Patológicos Pulso parvus: amplitude pequena em razão da redução do volume ejetado, podendo ser decorrente de hipovolemia, insuficiência de ventrículo esquerdo, estenose aórtica ou mitral. Pulso tardus: amplitude tardia, podendo ser decorrente de estenose aórtica. Pulso célere (hipercinético): circulação hipercinética, decorrente de insuficiência aórtica, persistência do canal arterial e vasodilatação acentuada. 30 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Pulso bisferiens: pulsação sistólica dupla na insuficiência aórtica e miocardiopatia hipertrófica. Pulso alternante: alteração regular na amplitude da pressão de pulso (disfunção grave de ventrículo esquerdo). Pulso paradoxal: redução acentuada da pressão arterial sistólica durante a inspiração (> 10mmHg), podendo ser decorrente de tamponamento pericárdico e doença pulmonar obstrutiva grave. Existe um exame arterial realizado manualmente a fim de verificar a circulação da mão, denominado Teste de Allen = pode- se avaliar separadamente o quanto a artéria radial e a artéria ulnar contribuem para a irrigação da mão. Esse teste e realizado da seguinte maneira: com os polegares, oclua as duas artérias em questão no punho do paciente e peça para que ele abra e feche a mão seguidamente até que seja percebida uma palidez palmar. Quando isso ocorrer, libere apenas o fluxo de uma delas e verifique se houve perfusão adequada (se a mão voltar ao seu rubor natural). Após isso, repete-se o teste, liberando a outra artéria e trocando também a mão a ser testada. Exame Vascular Venoso A distensão das veias jugulares ocorre na insuficiência cardíaca direita, pericardite constritiva, tamponamento pericárdico e obstrução da veia cava superior. Essa distensão é também chamada de turgência jugular, pela qual pode-se avaliar indiretamente o estado da pressão venosa central, que reflete a dinâmica das câmaras cardíacas direitas. Essa Turgência consiste em uma distensão decorrente do aumento de volume. Como avaliar? o Eleva-se a cabeceira do leito do paciente para 30º. A partir daí, identifica-se a veia jugular externa dos dois lados, prosseguindo-se com a pesquisa das pulsações venosas jugulares internas o Traçar uma reta da fúrcula esternal até o pescoço do paciente; o Verifica-se se a visibilidade da veia jugular supera o nível traçado; o Caso a resposta seja sim, há comprometimento quanto ao retorno venoso; o No caso de a turgência jugular ultrapassar o limite superior da linha traçada, tem-se a presença da chamada estase jugular. 31 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B A distensão das veias jugulares ocorre na insuficiência cardíaca direita, na pericardite constritiva, no tamponamento pericárdico e na obstrução da veia cava superior. Geralmente, quando inspiramos, a pressão venosa jugular diminui (uma vez que a inspiração facilita o retorno venoso), mas em casos de pericardite constritiva, por exemplo, ela pode aumentar, gerando o chamado sinal de Kussmaul. A primeira elevação que observamos na curva consiste na onda pré-sistólica, que reflete o discreto aumento na pressão atrial, o qual é um reflexo da contração dessa câmara. Essa curva geralmente aparece um pouco antes de B1 e do pulso carotídeo. A queda subsequente denomina-se descenso x, o qual começa com o relaxamento atrial. Essa queda persiste enquanto o ventrículo direito, o qual está contraído durante a sístole, traciona o assoalho do átrio para baixo. É importante colocar aqui que durante a sístole ventricular, o sangue continua a fluir para o átrio direito a partir das veias cavas. Após isso, no ciclo cardíaco, tem-se que a valva tricúspide se encontra fechada, sendo iniciado o enchimento atrial, de modo que a pressão no interior da câmara direita começa a se elevar mais uma vez, produzindo a onda v, que se apresenta como uma segunda elevação. Quando da abertura da valva tricúspide no início da diástole, o sangue do átrio direito flui de modo passivo para o ventrículo direito, levando a uma nova queda da pressão atrial direita, gerando uma queda da curva denominada descenso y. Pode-se pensar de modo simplificado nessas oscilações, associando o seguinte raciocínio: contração atrial, relaxamento atrial, enchimento atrial, esvaziamento atrial. A onda a pode ser considerada a contração atrial e a onda v, o enchimento venoso. Os dois colapsos são os mais notáveis no pulso venoso normal, sendo que a depressão abrupta no descenso x na parte final da diástole é mais proeminente, ocorrendo um pouco antes de B2. O descenso y ocorre após B2, na fase inicial da diástole. 32 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B As anormalidades detectadas ao exame físico quanto ao pulso venoso jugular são: • Onda a ampla, que pode ser decorrente de estenose tricúspide, estenose pulmonar, dissociação atrioventricular (o átrio direito contrai com a valva tricúspide fechada). • Onda v ampla, que pode ser decorrente de insuficiência tricúspide e de defeito septo atrial. • Descenso y abrupto, que pode ser decorrente de pericardite constritiva. • Descenso y lentificado, que pode ser oriundo de uma estenose tricúspide.Ausculta B1= fechamento da valva mitral produz a primeira bulha cardíaca, a qual define a duração da sístole. A pressão ventricular esquerda continua a aumentar, ultrapassando a pressão da aorta, induzindo a abertura da valva aórtica. Em condições patológicas, um sopro de ejeção protossistólico (logo após B1) acompanha a abertura da valva aórtica. Normalmente, a pressão máxima de VE corresponde à pressão arterial sistólica. Começa a ocorrer a queda da pressão ventricular à medida que o ventrículo esquerdo ejeta a maior parte do volume sanguíneo armazenado. Quando a pressão de VE cai abaixo da pressão aórtica, ocorre o fechamento da valva aórtica. Esse fechamento da valva aórtica produz a 33 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B segunda bulha cardíaca, denominada B2, a qual define a duração da diástole. Durante a diástole, a pressão ventricular continua a cair, alcançando níveis inferiores ao da pressão atrial esquerda, ocorrendo novamente a abertura da valva mitral. Tal evento costuma ser silencioso, mas pode ser audível como um estalido de abertura patológico. A quarta bulha (B4) assinala a contração atrial, que ocorre após o enchimento ventricular rápido, a fim de ejetar o restante de sangue contido no átrio esquerdo. Geralmente, ela não é audível em adultos e, quando é auscultada, precede B1 do batimento cardíaco seguinte, refletindo uma alteração patológica. Pacientes com exame normal = BRNF2T. A manobra de Valsalva é realizada quando da expiração forçada contra a glote fechada, resultando em um aumento da pressão intratorácica, ocorrendo um aumento pressórico transitório, seguida pela normalização e queda da pressão arterial e do volume ventricular esquerdo durante a fase de liberação. • Pode ser usada para diferenciar um sopro de uma miocardiopatia hipertrófica • Usada para identificar insuficiência cardíaca e hipertensão pulmonar, Uma vez que um sopro for auscultado, deve ser classificado como sistólico ou diastólico, (palpação + pulso carotídeo ou radial). Sopros que coincidem com os pulsos sentidos são classificados como sistólicos, podendo ocorrer tanto em valvas normais como em valvas lesionadas; já os sopros diastólicos costumam indicar valvopatia cardíaca. Após isso, deve-se identificar a região precordial na qual o sopro é mais forte, se na base, ao longo da borda esternal ou no ápice. De acordo com o timbre que você escuta, determine se o sopro é constante quanto à sua forma, se é crescendo ou decrescendo, devendo também ser graduada a sua intensidade. Exemplo: o sopro de valva aórtica, geralmente é melhor auscultado no segundo espaço intercostal direito. A intensidade de um sopro é graduada em uma escala de seis cruzes, com o número de cruzes correspondendo à intensidade do sopro em seu ponto máximo. 34 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Dislipidemias → Aumento dos níveis séricos de colesterol, triglicérides e/ou lipoproteínas (LDL, VLDL) → Grande importância pelo seu papel na formação de placas ateroscleróticas Metabolismo lipídico Os principais são: • Ácidos Graxos (AG) • Triglicérides (TG) • Fosfolípides (FL) • Colesterol (C) Fosfolípides: formam a estrutura básica das membranas celulares Colesterol: ✓ componente da membrana celular ✓ participa da síntese de ácidos biliares, hormônios esteroides, vitamina D ✓ está ligado intimamente com os hormônios tireoidianos o Disfunções tireoidianas muito frequentemente alteram os níveis de colesterol Triglicérides: papel fisiológico de reserva de energia e ficam depositados no tecido adiposo e muscular Os ácidos graxos mais frequentemente presentes em nossa alimentação são: ✓ Saturados: o Láurico o Mirístico o Palmítico o Esteárico ✓ Monoinsaturados: o Ácido oleico ✓ Poli-insaturados: o Ômega 3 o Ômega 6 Lipoproteínas Lipídeos são hidrofóbicos → se associam a determinadas proteínas (apoprotéinas), formando lipoproteínas → Permitem a solubilização e o transporte dos lipídeos no plasma As lipoproteínas são divididas de acordo com sua densidade → de acordo com a densidade e o tamanho da molécula elas podem ser mais ou menos aterogênicas Metabolismo das lipoproteínas: • Via hepática → ocorre por meio das VLDL, IDL e LDL Ricas em Triglicérides Quilomícrons (Qm) ➢ Origem intestinal VLDL ➢ Origem hepática ➢ Formadas nos hepatócitos, através da ação da proteína de transferência de TG microssomal (MTP) e liberadas na circulação periférica ➢ ApoB100 é sua apoproteína principal Professor Ciryllo 22/08/2022 35 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Ricas em colesterol LDL ✓ Molécula mais maligna, pequena e densa ✓ Mais aterogênica ✓ Sofre modificações oxidativas ✓ Responsável pelo transporte do colesterol para os tecidos periféricos ✓ Composta principalmente de colesterol e apenas 1 ApoB100 ✓ Produtos resultados da ação da enzima LH sobre as IDL HDL ✓ Sintetizadas no fígado ou intestino a partir de componentes das lipoproteínas ricas em TG ✓ Ações: o Transporta o colesterol dos tecidos periféricos até o fígado o Proteção do leito vascular contra a Aterogênese pela remoção de lípides oxidados da LDL ✓ Portanto, quanto maior o HDL, maior a proteção cardiovascular o Inibição da fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio o Estimulação da liberação do óxido nítrico ✓ Vasodilatador potente ✓ Efeito antioxidante sobre o LDL ✓ Ação protetora na parede arterial ✓ Estabilizando a placa o IDL Aterosclerose → Doença inflamatória crônica de origem multifatorial em resposta à agressão endotelial → Aumento da permeabilidade da íntima às lipoproteínas plasmáticas → Complicações: relacionadas a ruptura da placa com formação de trombo • IAM e AVC Valores de Referência → Triglicérides responde bem a mudanças de estilos de vida, já o colesterol necessita de intervenções maiores 36 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Hipercolesterolemia isolada: • Aumento isolado do LDL-c o ≥ 160 mg/dL Hipertrigliceridemia isolada: • Aumento isolado dos triglicérides o ≥ 150 mg/dL ou ≥175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum Hiperlipidemia mista: • Aumento do LDL-c o ≥160 mg/dL • Aumento dos TG o ≥160 ou 175 mg/dL, se obtido sem jejum • Se TG ≥400 mg/dL, o cálculo pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se considerar hiperlipidemia mista quando o LDL-c ≥ 190 mg/dL. HDL-c baixo: • Redução do HDL-c o Homens < 50mg/dL • Isolado ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG O aumento do HDL é difícil, só é possível com alimentos funcionais e atividade física, mas algumas pessoas mesmo altamente condicionadas ainda tem taxas diminuídas de HDL, o que já é um risco elevado cardiovascular (de origem genética) Etiologia → Causas primárias e secundárias Primárias: • O distúrbio lipídico é de origem genética, geralmente é devido aos genes: ▪ LDLR, ApoB, PCSK9. Secundária: • É decorrente do estilo de vida inadequado, condições mórbidas e/ou medicamentos. 37 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Risco cardiovascular Necessidade de identificação dos indivíduos assintomáticos antes que se manifeste um evento coronário agudo. É importante para se determinar as metas de colesterol e triglicérides que devem ser atingidas. A dislipidemia não dá sintomas, apenas quando a gordura já está ocluindo a artéria desencadeando a clínica. Recomenda-se a utilização do ERG (Escore de Risco Global) que estima o risco de IAM, AVC, IC, fatais ou não fatais, ou IVP (insuficiência vascular periférica) em 10 anos • Deve ser utilizado na avaliaçãoinicial ou mesmo em pacientes em uso de estatinas e, também, em pacientes com risco muito alto, ou risco alto Risco muito alto → Indivíduos que apresentem doença aterosclerótica significativa (já instalada) • Coronária, cerebrovascular, vascular periférica, com ou sem eventos clínicos • Ou obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial Alto risco → Portadores de aterosclerose na forma subclínica documentada por metodologia diagnóstica: • Ultrassonografia de carótidas com presença de placa • Índice Tornozelo-Braquial (ITB) < 0,9 o Avalia a diferença entre a PA do tornozelo e do braço 38 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B • Escore de Cálcio Arterial coronariano (CAC) > 100 o Mostra o quanto de cálcio tem nas artérias • Presença de placas ateroscleróticas na Angiotomografia (angio-CT) de coronárias o Não invasivo → Aneurisma de aorta abdominal • Já com presença de placa aterosclerótica → Doença renal crônica definida por: • Taxa de Filtração Glomerular (TFG) < 60 mL/min, e em fase não dialítica → Concentrações de LDL-c ≥ 190 mg/dL. → Presença de diabetes melito tipos 1 ou 2, e com LDL-c entre 70 e 189 mg/dL e presença de estratificadores de Risco (ER) ou doença aterosclerótica subclínica (DASC). Em que ER: • Idade ≥ 48 anos no homem e ≥ 54 anos na mulher • Tempo de diagnóstico do diabetes > 10 anos • História familiar de parente de primeiro grau com DCV prematura (< 55 anos para homens e < 65 anos para mulher) • Tabagismo (pelo menos um cigarro no último mês) • Hipertensão arterial sistêmica • Síndrome metabólica • Presença de albuminúria > 30 mg/g de creatinina e/ou retinopatia • TFG < 60 mL/min risco intermediário → Indivíduos com ERG (escore de risco global) entre 5 e 20% no sexo masculino e entre 5 e 10% no sexo feminino → Diabéticos sem critérios de Doença Aterosclerótica Subclínica (DASC) ou ER listados anteriormente Baixo risco → Pacientes do sexo masculino e feminino com risco em 10 anos < 5%, calculado pelo ERG. Como saber se as metas lipídicas estão sendo atingidas de forma adequada? → Um problema encontrado nas dislipidemias é que por ser uma doença assintomática, muitos médicos acreditam que as metas estão adequadas pela taxa de colesterol apenas → Todas as estatinas ajudam a manter o colesterol mais baixo, mas nem sempre abaixo da média Existem inúmeros tipos de estatina, algumas mais potentes que as outras: • Rosuvastatina é uma das últimas a ser lançada, é uma das mais potentes e com maior segurança o Alcança 82% das metas em 42 doses em doses baixas o Atinge rapidamente a meta • Estatinas - para atingir as metas como a Rosuvastatina necessitam de doses maiores, o que aumentam os efeitos colaterais → Em relação ao HDL, a atorvastatina chega a diminuir as taxas de HDL, o que não é bom. 39 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B A Rosuvastatina é a que mais tem efeito sobre o HDL Tratamento Não medicamentoso A mudança de estilo de vida e nutricional são fundamentais para a terapia o A terapia é multifatorial (nutrólogo, nutricionista e cardiologista) o É importante que o paciente entenda a situação e o tratamento, para que existe uma aderência o Redução do peso o Redução da ingesta alcóolica o Produto da metabolização do álcool é a Acetilcoenzima A (acetilCoA), principal precursora da síntese de ácidos graxos o Estatinas combatem Acetil-COA o Álcool em doses BAIXAS, ajudam aumentar HDL • Redução de açucares e carboidratos o Interfere principalmente nos triglicérides • Consumo de ácidos graxos ômega 3 • Consumo de fitoesterois o É onde entra o benefício cardiovascular do vinho • Atividade física • Cessar o tabagismo Preconizam dieta isenta de ácidos graxos trans (aumentam a concentração plasmática de LDL-c e induzirem intensa lesão aterosclerótica). Consumo de < 10% do valor calórico total de ácidos graxos saturados para indivíduos saudáveis e < 7% do valor calórico total para aqueles que apresentarem risco cardiovascular aumentado. Os ácidos graxos trans devem ser excluídos da dieta por aumentarem a concentração plasmática de LDL-c e induzirem intensa lesão aterosclerótica. → Esse tratamento tem nível de evidencia A Medicamentoso → É escolhido pelo risco cardiovascular do paciente. Naqueles de muito alto ou alto risco cardiovascular: ➢ O tratamento da dislipidemia deve incluir medicamentos já em associação com as modificações do estilo de vida a serem propostas Para os pacientes de risco moderado ou baixo: ➢ O tratamento será iniciado apenas com as mudanças do estilo de vida, com a associação, em uma segunda etapa, de medicamentos, se necessário, para obtenção das metas definidas do LDL-c ➢ O tempo de reavaliação após a implantação das medidas de modificações do estilo de vida pode ser de 3 a 6 meses ➢ Se atingir a meta não é necessário entrar com medicamento O tratamento medicamentoso é dividido: ✓ Os que agem nas taxas séricas de colesterol o Estatinas o Ezetimiba o Resina ✓ Os que diminuem os níveis de triglicérides 40 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Estatinas: • Medicamentos mais usados • A redução do LDL-c varia entre as estatinas • A cada vez que a dose do medicamento é dobrada tem uma redução adicional de LDL-c de apenas 7% • Portanto, é importante tentar usar a estatina mais potente e se não atingir a meta tentar associar a outra droga • Sempre procurar dar a menor dose possível necessária para que a meta seja alcançada • Reduz eventos e mortes cardiovasculares • A avaliação basal das enzimas hepáticas (ALT e AST) e CPK deve ser realizada, pois, elas podem aumentar essas taxas por lesão hepática e muscular Ezetimiba: • Inibe a absorção de colesterol na borda em escova das células no intestino delgado • Receptor NPC1-L1 • Reduz 10-25% do nível plasmático de LDL-c • Usada isolada para pacientes com intolerância às estatinas • Associação com estatina o Reduz eventos cardiovasculares após síndrome coronária aguda o A potência é aumentada, atingindo melhor as metas o Alguns compostos já vêm prontos em associação - 1cp só Resinas: • Sequestradores de ácidos biliares • Colestiramina - única disponível no Brasil • Redução de morte por IAM e doença coronariana • Adicionar ao tratamento quando a meta de LDL-c não é alcançada • Recomendação em crianças hipercolesterolêmicas, gestação e amamentação o Hoje já existem estatinas próprias para jovens o Na gestação e amamentação não pode usar estatinas, pois tem efeito colateral gastrointestinal bastante acentuado Medicamentos que agem nos TG → Fibratos • Estimula os receptores PPAR-alfa, aumentando a produção e a ação das LPL ▪ PPAR-alfa = fator de transcrição nuclear • Reduz 30 -60% da taxa sérica de TG, e aumenta HDL -c de 7 -11% • Indicação ▪ Na falha das medidas não farmacológicas ▪ TG>500mg/dL ▪ Dislipidemia mista. → Álcool nicotínico (Vitamina B3) • Reduz a ação da lipase tecidual nos adipócitos • Efeitos: o Reduz LDL-c em 5 -25% o Aumenta HDL -c em 15 -35% o Diminui TG em 20 -50%; • Indicações 41 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B o HDL -c baixo isolado sem aumento de TG associado o Alternativa aos fibratos e estatinas, ou em associação em portadores de hipercolesterolemia o Hipertrigliceridemia ou dislipidemia mista • Tem efeitos colaterais intensos, o que dificulta a aderência ao tratamento → Ácidos graxos ômega 3 • Presentes no óleo de peixe e certas plantas e nozes. o Óleo de krill (crustáceo) • Em altas doses (4 -10g/dia: o Reduzem os TG o Aumentam HDL-c discretamente • Indicadocomo adjunto da terapia das hipertrigliceridemias o Nunca é usado sozinho Novos fármacos: Auxiliam no tratamento das dislipidemias familiares • Inibidores da proteína de transferência de ésteres de colesterol • Inibidores da PCSK - 9 -> um dos mais importantes atualmente o alto custo • Inibidor da proteína de transferência de triglicérides microssomal • Inibidores da síntese de apolipoproteína B ou da C-III • Lipase ácida lisossômica recombinante humana. 42 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Síndromes Coronarianas Agudas Insuficiência coronariana é a expressão genética usada para traduzir situações em que há desequilíbrio entre a oferta e demanda de O2 → DOR TORÁCICA é o quadro clinico mais comum, dos 3 tipos se síndrome coronariana aguda → Conjunto de sinais e sintomas caracterizados pelo desequilíbrio da oferta e consumo de O2 pelo miocárdio → Por algum motivo vai haver uma isquemia miocárdica = redução do fluxo sanguíneo para uma determinada área do musculo cardíaco. → Se não tiver recanalização precoce, pode evoluir para necrose “Tipos” ✓ Angina instável ✓ Infarto com supra de ST o Oclusão completa do vaso ✓ Infarto sem supra de ST o Oclusão parcial/suboclusão ou nenhuma do vaso → Compartilham os mesmos sinais e sintomas, com ou sem alteração laboratorial, depende de cada uma → A irrigação da coronária ocorre durante a diástole → Infarto VE mata mais que direito (muito mais musculo e necessita de muito mais força para enviar o sangue) → A maior causa de isquemia coronariana e doença cardíaca é a aterosclerose 97% dos infartos são desencadeados pela instabilidade da placa de ateroma • Camada íntima, media e adventícia → a placa de gordura se forma entre a intima e a media • Quando o LDL oxidado penetra no endotélio, desencadeia um processo inflamatório → macrófago engloba essa gordura e da origem a células espumosas → se agrupam e formam o núcleo gorduroso Os outros 3% ocorrem por: anomalia coronariana, que é mais frequente no jovem e pode evoluir para uma SCA, também chamada de ponte miocárdica (obstrução extrínseca) Angina estável = desconforto no tórax causado pelo aumento de consumo de O2 pelo miocárdio (exercício físico, estresse, etc) = doença coronariana crônica Placa grossa, velha, fibrosada, geralmente não instabiliza = doença coronariana crônica 22/08/2022 Professor Jundiaí Exemplo de necroses: • AVC = necrose é a liquefação • Necrose caseosa no pulmão por tuberculose • Necrose de coagulação = CORAÇÃO 43 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B O que é instabilidade da placa? Uma placa fibrosa, geralmente fina, por algum motivo fica ocluída ou subocluída = SCA Infarto = tem NECROSE do musculo cardíaco (morte do tecido com reparação de fibrose); bem pior que angina; Angina = sufocamento; sensação de morte eminente; dor no peito → Ambas tiveram isquemia coronariana, ambas possuem dor torácica (na maioria das vezes, mas nem todo paciente que infarta ou tem quadro anginoso tem dor torácica) Sinais e sintomas • Dispneia • Dor torácica que pode irradiar para o braço esquerdo, dorso, mento • Sudorese fria -> mecanismo de compensação • Palidez cutânea • Diaforese • Palpitação • Náusea, vomito Maiores fatores de risco para instabilidade da placa de ateroma ✓ Tabagismo ✓ HAS ✓ Sobrepeso Infarto pode ser por FALTA ou CONSUMO • 200bpm • Pico hipertensivo Morte súbita = morte inesperada, no intervalo de 24h sem um diagnostico definido; há suposição e não confirmação. Placa dura X placa mole 1) 70%; rompe menos 2) 20%; rompe mais; placa nova; diâmetro de obstrução pequeno; Como sei que o musculo cardíaco foi agredido? R: dosagem de enzimas cardíacas ✓ CPK ✓ CPKMB o Usa uma dessas duas quando NÃO TIVER troponina ✓ TROPONINA – única enzima usada para diagnóstico de infarto com ou sem supra o zero → 2h → 2h → 2h (pode chegar até 12h dosando enzima cardíaca) DM, mulheres e idosos, podem infartar/síndrome coronariana aguda e NÃO SENTIR DOR TORÁCICA Troponina • A cada 3h solicita uma amostra (geralmente 4 amostras repetidas – ou seja, 12h decorridas desde a primeira amostra) • Demora de 3-4h para alterar Diagnóstico: Quadro clinico + ECG + ENZIMA CARDÍACA 44 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B • Doença renal crônica altera a troponina o Quando um paciente desses está tendo infarto, a troponina tem um pico • 0,01-0,1 → depende de cada laboratório • Também altera: o TEP o Miocardite o Sepse o ICC o Pericardite o Insuficiência renal o Arritmia cardíaca o Cardioversão elétrica ou desfibrilação (choque) o AVCH • 75% dos ECG nas SCA são absolutamente normais Fatores de risco Modificáveis: ✓ Tabagismo ✓ Obesidade ✓ Diabetes ✓ Dislipidemia ✓ HAS ✓ Sedentarismo ✓ HAS ✓ Estresse ✓ Álcool Não modificáveis: ✓ História familiar ✓ Idade ✓ Sexo o Na população geral homens infartam mais, pelo estresse, obesidade, dislipidemia, sedentarismo o A partir da menopausa a desproporção cai um pouco entre homem e mulher o Das mulheres que infartam, a mortalidade é maior nelas → estresse e sobrecarga emocional + anatomia da mulher (coração e coronária menores) ✓ Gene (1ª e 2ª geração para doença coronariana) Antes dos 60 anos, a terapia de reposição hormonal na mulher é OK em relação a doença cardiovascular; após os 60 anos, a terapia de reposição hormonal, tem mais chance de doença cerebrovascular Complicação elétrica X complicação mecânica 1) Fibrilação ventricular (o ventrículo bate de forma incoordenada) e taquicardia ventricular matam!!! a. Morre mais no hospital, pois não tem desfibrilador 2) Infartou → necrosou → reparou a. Dilatação de um vaso = aneurisma b. Tamponamento cardíaco c. Insuficiência valvar por ruptura de musculo papilar d. CIV = comunicação interventricular e. Insuficiência cardíaca Tamponamento cardíaco Tríade de beck: ✓ Turgência jugular ✓ Abafamento de bulhas – bem hipofonética 45 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B ✓ Alteração de PA 5 tipos de infarto: • Tipo I → doença aterosclerótica; SCA e instabilidade da placa o Mais frequente • Tipo II → consumo (muito musculo para pouca coronária); não necessariamente precisa ter doença coronariana; anemia por exemplo foi a causa do quadro • Tipo III → morte súbita; • Tipo IV → infarto relacionado a angioplastia transluminal coronária (colocação de stent) o O cateterismo identifica onde está a obstrução o O stent fechado é levado até a lesão e começa a insuflar esse balão. De uma forma mecânica começa desobstruir/amassar a placa na parede o Não tira a placa, amassa ela o Depois tira o balão e o stent fica lá o O risco de um procedimento pós angioplastia é romper a placa → agregação plaquetária o qualquer infarto antes, durante ou depois de uma angioplastia transluminal coronária • Tipo V → infarto relacionado a cirurgia de revascularização miocárdica o Ponte de safena o Preferência da revascularização é sempre com artéria Dor torácica seguida de morte súbita: TEP; citomegalovírus no esôfago - HIV; ou seja, não é toda vez que é infarto! Diagnóstico Alteração de enzima com ECG normal → infarto sem supra ST Heart Score Cai em prova!!! Aplica quando tem dúvida no B, C e D H – História • 0 = não sugestivo • 1 = risco moderado • 2 = forte sugestivo de SCA E – ECG • 0 = normal • 1 = alteração de repolarização ventricular • 2 = infra de ST A – Age • 0 = <45 anos • 1 =45-64 anos • 2 = >65 anos R – Fator de risco • 0 = sem fator de risco • 1 = 2 fatores de risco • 2 = 3 fatores de risco T – Troponina • 0 = normal • 1 = até 3x o valor normal • 2 = >3x o valor normal Quadro clínico + ECG + marcadores de necrose miocárdica 46 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B → Até 3, libera o paciente para casa; qualquer paciente com >3, estratifica o risco do paciente com ele internado!!! Quem tem mais chance de morrer? Quem infarta com 20 anos ou 70? • Pessoa de 20 anos ainda não tem neovaso • Pessoa de 70 anos tem menos mecanismo de compensação Exame Físico ✓ Normal ✓ Alterações de PA ✓ Alteração de FC ✓ Alterações de bulhas cardíacas o Descompensação cardíaca grave ✓ Sopros ✓ Atrito pericárdico ✓ Alteração do SNC o Disfunção cardíaca → DC → disfunção cerebral Classificação de Angina A = definitivamente anginosa • Paciente vai direto para emergência B = provavelmente anginosa • fica a critério do médico encaminhar para emergência ou não C = provavelmente não anginosa D = definitivamente não anginosa B, C e D não vão para emergência, vai para casa; se o heart score der >3 interna!!! Fazer 1º A, B, C, D 2º heart score Tratamento Medidas imediatas no atendimento das SCA MONABEH (qualquer sd. coronariana que FOI PARA EMERGENCIA) ➢ Aliviar a dor (Morfina e Monitorização) o Ultima opção é morfina para dor ▪ Hipotensão e bradipneia ▪ Sonolência excessiva – hiporresponsivo o Monitorar TODOS ➢ Suplementação de O2 (Oxigênio) o Só quem tiver st O2 <90% em ar ambiente (cateter nasal de O2 3L/min) ➢ Melhorar o fluxo coronariano (Nitrato e AAS) o Nitrato VO ou sublingual é a primeira opção para controle de dor (exemplo nipride ou nitroglicerina) → se não melhorar em 5 minutos, dá EV o A segunda é nitroglicerina EV o Não pode dar para todo paciente → não dar quando tem suspeita de infarto de VD com supra → VD é fraco, quando usa essa droga, ocorre uma hipotensão importante → hipotensão grave com choque cardiogênico o Outra situação é quando o homem toma viagra ou medicamento para disfunção → contraindicação absoluta 47 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B o Hipotensão arterial ▪ Cai na prova!!! o Nitrato é vasodilatador que age em artéria e veia, pelo oxido nítrico o AAS pode dar para todos, excesso em casos raros ▪ em doses baixas = antiagregante plaquetário ▪ não dar associado a ticagrelor MONA recebe a todos na sala de emergência! ➢ Beta-bloqueador o Se o nitrato não funcionar o Dá para TODOS os pacientes, exceto cocaína, bradiarritmia, bradicardia, insuficiência cardíaca aguda e hipotensão são contraindicações absolutas o Asma e DPOC grave são contraindicações relativas ▪ Se piorar a asma, tira o medicamento ➢ Clopidogrel ➢ Trombólise: Estreptoquinase e t-PA Quando usar: ✓ Dor sugestiva de IAM, com duração > 20 min e < 12h ✓ Supradesnível do segmento ST > 1 mm em pelo menos duas derivações que explorem a mesma parede nas derivações periféricas e/ou com supradesnível > 2 mm em pelo menos 2 derivações contíguas no plano horizontal Trombólise: Estreptoquinase e t-PA Fibrinolíticos NÃO devem ser usados: • Em pacientes sem dor precordial • Quando tenham > 24 h de evolução • Com depressão isolada do segmento ST. Angioplastia Indicações: alternativa à trombólise. Critérios de Exclusão (pós-CATE): • Impossibilidade de definir com clareza a artéria “culpada”; • IAM relacionado à oclusão de ramos responsáveis pela irrigação de pequenas áreas do miocárdio; • Lesão grave de TCE (> 50%) não protegido por anastomose cirúrgica prévia, associada à oclusão de DA ou Cx. (contraindicação relativa após o advento do “stent”); • Associação do item anterior com múltiplas lesões coronárias (RM). Tratamento angina instável Heparina: indicação de heparina EV em procedimentos de intervenção coronária percutânea primária, assim como adjuvante ao t-PA. Indicações: • Trombo com característica emboligênica; • Embolia prévia; • FA • Infartos extensos. 1ºnitrato 2ºbeta-bloqueador 3ºmorfina 48 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B • Heparina NF ou HBPM durante os primeiros dias de internação nas SCASSST. • Devem ser utilizadas em conjunto com os inibidores das glicoproteínas IIb / IIIa Inibidores da GP II b/ III a Tirofiban e Eptifibatide: somente indicados na angina instável de alto risco. Abciximab: apenas utilizado como pré- tratamento para intervenção percutânea coronária (ATCP), durante as 12 horas prévias. Clopidogrel → Se puder evitar seu uso, é melhor Deve ser utilizado em associação ao AAS em casos de SCASST e/ou quando o paciente for submetido a ATCP. Sempre deve ser incluído no tratamento inicial, em dose plena (300 mg). ➢ Ticagrelor (Brilinta) / Prasugrel (Effient) ➢ Esses medicamentos são mais usados do que clopidogrel Tratamento conjunto ✓ - Betabloqueadores ✓ - Inibidores da ECA (se disfunção de VE) ✓ - Antiagregantes plaquetários ✓ - Estatinas ✓ - Antiarrítmicos (se houver necessidade). ✓ Sedação e analgesia (BZP; nitratos; morfina) - Sedação e analgesia (BZP; nitratos; morfina) ✓ - Oxigênio OBS: IAM com supra, usar heparina, AAS, beta-bloqueador, estatina e manda para o cateterismo de urgência. No IAM sem supra ou angina instável, geralmente não requer estudo hemodinâmico imediato; pode esperar 24h/48h para avaliar o que fazer com o paciente. IAM faz cateterismo sempre, com ou sem supra!!! • Imediato → com supra • Avaliar o caso → sem supra Paciente chegou infartando → dar AAS/nitrado/beta bloqueador → cateterismo se for COM supra • Escolha: prasugrel o Não faz na emergência. O paciente vai imediatamente para cateterismo e lá o medico medica Paciente chegou infartando SEM supra ou com angina instável → dar AAS • Não precisa fazer cateterismo de emergência • Se for fazer o cateterismo daqui 1 mês por exemplo, dá ticagrelor SEMPRE DAR AAS Dupla antiagregação + anticoagulação Estatina → todo paciente com SCA é hiperativa a administração de estatina na fase aguda, pois elas estabilizam a placa de gordura (aumenta a capa fibrosa) 49 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Revisão/Continuação → Doença inflamatória com fundo metabólico Infarto = isquemia com necrose O que mais mata? Complicação elétrica ou mecânica? Elétrica 1) Complicação elétrica a. Arritmia ventricular b. Taquicardia ventricular (2ª mais frequente) c. Fibrilação ventricular (pós infarto é a mais frequente) 2) Complicação mecânica a. ICC b. Ruptura de parede c. CIV d. Ruptura de musculo papilar (a válvula fica insuficiente e pode ter refluxo de sangue) B e C são ritmos chocáveis; AESP e assistolia → apenas massagem Aterosclerose = crescimento lento, assintomático, isquemia silenciosa e angina estável Aterotrombose = crescimendo rápido; angina instável, IAM com ou sem supra de ST; morte súbita OBS: Beta-bloqueador bloqueia beta receptores (vasoconstrição); quando usa cocaína, com esse medicamento, que também faz vasoconstrição, esse efeito é muito potencializado. Placa pequena, placa mole mata muito mais!! Placa Ateroscletótica Acumulo de lipídios modificados Ativação de células endoteliais Migração de células inflamatórias 50 CARDIOLOGIA ISABELLA S S BORGES TXXII-B Ativação de células inflamatórias Recrutamento de células musculares lisas Proliferação e síntese da matriz Formação da capa fibrosa Ruptura da placa Agregação das plaquetas Trombose Placa estável = placa dura; antiga; calcificada; núcleo gorduroso pequeno; pouco macrófago e pouca
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