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Resumo Reflexos musculares

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Reflexos musculares 1
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Reflexos musculares
Respostas relativamente previsíveis e estereotipadas, involuntárias, a um estímulo
Reflexos medulares podem ser modificados ou inibidos por comandos motores 
descendentes (cerebelo e córtex motor). 
Todo reflexo possui um circuito básico: arco reflexo. Componente aferente 
(sensorial), central e eferente (motor somático).
Neurônios sensoriais fazem sinapse ou diretamente com neurônios motores ou com 
interneurônios (células cujo soma e axônio estão dentro do SNC. podem ser 
inibitórios ou excitatórios. Dentro da medula). 
Ativação da resposta no corno ventral (anterior da 
medula).
Musculatura axial: mais central no corno ventral
Musculatura distal: mais laterais no corno ventral
Músculos flexores: mais dorsais no corno ventral
Músculos extensores: mais ventrais no corno ventral 
Ação no músculo homônio: quando a resposta 
reflexa acontece no mesmo músculo de onde partiu 
a aferência sensorial. 
Musculatura agonista: que está fazendo o movimento 
Musculatura sinergista: ajudam o movimento ao se contrair
Musculatura antagonista: que faz o movimento contrário ao agonista
Reflexos musculares 2
💫 Nessa aula, todas as vezes que falarmos “neurônios motores”, estaremos 
nos referindo a neurônios motores somáticos. Não falaremos em 
musculatura autônoma. 
Estrutura 
Neurônios motores : fazem sinapse com fibras musculares extrafusais. 
Transmissão rápida de informação (mielinizado) 
Fibras extrafusais: fibras musculares que efetivamente promovem o encurtamento 
do músculo. São as fibras que ficam fora do fuso muscular. 
Unidade motora: conjunto do neurônio motor e todas as fibras extrafusais por ele 
inervadas. 
Fuso muscular: órgão fusiforme, paralelo às fibras extrafusais. Formado por 
células musculares especializadas (fibras intrafusais) e encapsulado em tecido 
conjuntivo. 10mm de comprimento.
Fibras intrafusais podem se contrair, mas não efetivamente contribuem para o 
encurtamento do fuso. Elas encurtam para auxiliar a sensibilidade do fuso. 
Inervadas duplamente, tanto por neurônios sensoriais quanto motores. Formadas 
pela fusão de vários mioblastos individuais durante o desenvolvimento embrionário - 
células multinucleadas. Detectam alterações de estiramento do músculo: canais 
catiônicos não específicos que se abrem quando há estiramento, gerando um 
potencial de ação. Dois tipos:
Fibras intrafusais com saco nuclear: núcleos agrupados no centro da fibra, em 
uma intumescência. B1 e B2 (inervadas igual aos de fibras de cadeia).
Fibras intrafusais com cadeia nuclear: núcleos encadeados em fibras.
Fibras sensoriais
Inervam as fibras intrafusais e são de dois tipos:
Ia: fibras aferentes primárias. Inervam ambos os tipos de fibras nucleares. 
Axônios maiores e de maior diâmetro. Condução rápida. Sensíveis à amplitude 
e quantidade de estiramento. Respondem proporcionalmente ao estiramento, 
α
α
Reflexos musculares 3
aumentando a taxa de disparo. Respondem de forma diferente durante a 
dinâmica do estiramento. Enquanto o músculo está sendo estirado, potenciais 
de ação mais frequentes (sinaliza que está acontecendo). Quando o músculo 
está encurtando, diminui a taxa de disparo, podendo até cessar. Responde a 
alterações muito rápidas e transiente. 
II: fibras aferentes secundárias. Inervam apenas fibras intrafusais de cadeia 
nuclear (e as de saco nuclear tipo B2). Menor diâmetro, condução mais lenta. 
Respondem a quanto o músculo está estirado. Responde de forma 
proporcional: ao ter um estiramento do músculo, a taxa de disparo será 
aumentada (quanto mais estirado, mais frequente ele dispara). Receptor para 
estiramento estático. Não faz diferenciação durante a dinâmica do estiramento. 
Dá a informação do estado do músculo naquele momento. Não consegue 
indicar estiramentos rápidos.
Fibras intrafusais e neurônios motores 
Fibras intrafusais não são inervadas por neurônios motores , então na contração 
das fibras extrafusais, as fibras intrafusais não se contrairiam. O músculo inteiro se 
contrairia e isso “afrouxaria” o fuso muscular: sem resposta nas fibras Ia e II. No 
entanto, as fibras intrafusais são inervadas por neurônios motores , que 
contraem o fuso muscular de acordo com a contração do músculo. Neurônios 
motores e ficam na mesma região do corno anterior da medula, entremeados. 
Neurônios motores podem ser de dois tipos: 
Dinâmicos: fazem sinapse com fibras intrafusais de saco nuclear. Aumenta a 
resposta nas fibras aferentes do tipo Ia. 
Estáticos: fazem sinapse com ambos os tipos de fibras intrafusais. Aumenta a 
resposta em ambos os tipos de fibras aferentes. 
Inervação eferente diferente faz com que os neurônios motores descendentes do 
córtex e do cerebelo possa alterar o tipo de resposta do fuso muscular. 
Órgãos tendinosos de Golgi 
Receptores localizados na junção entre os tendões e as fibras musculares. 
Fibras do tipo 1b: condução rápida. Em série (não em paralelo), inseridos entre 
as fibras de colágeno do tendão. Ativados tanto por estiramento quanto por 
contração (taxa de disparo muito maior do que no estiramento). Transduz a 
γ
α
γ
α γ
γ
Reflexos musculares 4
força desenvolvida no tendão. A força muscular será refletida no tendão e será 
percebida e aferida pelos receptores do tipo 1B. Resposta tanto dinâmica 
quanto estática. Lançam axônios até a medula. 
Reflexos
Vias aferentes levarão a informação para a medula pela raiz dorsal. Fazem sinapse 
com neurônios motores da coluna anterior e com interneurônios que levarão a 
informação da realização do reflexo para o córtex cerebral e para o cerebelo. 
Reflexo miotático fásico
Reflexo de estiramento do músculo. Resposta ao estiramento rápido e transiente do 
músculo para superar alterações inesperadas durante o movimento voluntário. 
Manutenção da postura, e correção após estiramento rápido. 
Alteração muito rápida e transiente: detecção pelas fibras do tipo Ia (que detecta 
mudanças rápidas). 
Ex. Reflexo patelar: martelo de percussão, pancadinha no tendão do quadríceps. 
Provoca leve estiramento rápido e transiente nas fibras musculares do quadríceps. 
Detecção pelo fuso muscular (neurônios sensoriais do grupo 1A), que dispararão 
potenciais de ação que entrarão na medula. Sinapse excitatória no neurônio motor 
, que inerva o mesmo músculo de onde veio a informação (reflexo homônimo). 
Promoção da contração das fibras musculares do quadríceps, com extensão da 
perna. Reflexo monossináptico: o próprio axônio aferente faz sinapse com o 
neurônio motor, sem auxílio de interneurônios. 
Adição de carga no músculo causa uma pequena queda da musculatura, e por 
reflexo miotático fásico a musculatura se contrai mais (evitando lesões por excesso 
de alongamento). Correção postural na execução de movimento voluntário. 
Por não ter interneurônios, os neurônios motores superiores terão pouca “chance” 
de inibir esse arco reflexo: controle da sensibilidade do fuso, através do controle da 
contração dos neurônios motores . Sem esse controle, a cada vez que um 
músculo se estirasse, ele responderia contraindo, o que estiraria o antagonista, que 
também se contrairia, gerando movimentos alternados de espasmo. 
Reflexo miotático tônico
α
γ
Reflexos musculares 5
Manutenção do tônus muscular ou de postura. Resposta ao estiramento mais lento 
ou estável aplicado ao músculo. Aferência tanto das fibras 1A quando 2. 
Soldado em posição de sentido há bastante tempo. O joelho dobraria devido à 
fadiga muscular, estendendo o quadríceps. O reflexo miotático tônico seria ativado, 
contraindo o quadríceps e restaurando a postura. 
SNC superior, através de comandos motores descendentes pode ajudar a 
manutenção da postura, aumentando a sensibilidade das fibras 1A e 2, através do 
aumento da contração das fibras intrafusais (de cadeia nuclear, inervadas pelos 
neurônios motores estáticos). 
Atividade contínua das fibras 1A e 2 ajudam a manter uma taxa basal de disparos 
dos neurônios motores - auxólio ao tônus muscular e postura.Inibição recíproca 
Além da sinapse com o neurônio motor , há sinapse com vias ascendentes, 
neurônios motores de músculos sinergistas e a inervação recíproca: 
Sinapse do aferente sensorial do fuso muscular com interneurônios inibitórios 
(glicinas) que fazem sinapse com neurônios motores dos músculos 
antagonistas para relaxamento desses. Ou seja: o reflexo contrai o músculo 
necessário e relaxa seu antagonista. 
Reflexo miotático inverso ou reflexo dos OTG
Reflexo dos órgãos tendinosos de Golgi. Fibras tipo 1B. Faz o oposto ao reflexo 
miotático: promove o relaxamento do músculo. Sistema de feedback para os níveis 
de força do músculo. Aumento da contração do músculo → aumenta taxa de 
disparos de fibras tipo 1B (aumento da tensão do tendão) → entrada pela raiz dorsal 
da medula → sinapse com interneurônio inibitório → sinapse com neurônio motor 
do músculo → relaxamento. 
Reflexo dissináptico: precisa de duas sinapses para que aconteça, uma vez que 
existe a participação de interneurônios. 
Situações extremas de contração muito grande: reflexo ajuda a reduzir a tensão e 
ajuda a proteger o músculo de contração excessiva.
Situações normais: mantem o músculo em contração óptima, em sinergia com o 
reflexo miotático. Quando aumenta a contração acima do que deveria, reflexo 
γ
α
α
α
α
α
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miotático inverso relaxa. Caso relaxe demais, reflexo miotático contrai. Sinergia: 
manutenção da postura.
Reflexo de retirada ou reflexo flexor
Não utiliza fuso muscular nem OTG como aferência. 
Utiliza nociceptor como aferência. 
Ex: pisar em tachinha que fure o pé → ativação de nociceptores → informação 
chega à medula por raízes dorsais → informação sobe para vias ascendentes para 
processar informação de dor E colaterais axonais fazem sinapse com interneurônios 
excitatórios → sinapse com neurônios motores flexores da perna → retirada do pé 
do chão, de onde estava o estímulo doloroso. 
Usado para que se afaste do que gerou dor. Reflexo tão rápido que o afastamento é 
feito antes da sensação de dor ser processada pelo córtex (antes de efetivamente 
sentirmos dor). 
Necessária inibição recíproca que faça relaxamento dos extensores! 
Os nociceptores fazem sinapse com interneurônio inibitório → inibição dos 
antagonistas (neurônios motores dos extensores)
Reflexo extensor cruzado 
Necessário para estender a perna oposta para que você não caia durante o reflexo 
flexor. Joga o peso do corpo para que se apoie na perna oposta. Desencadeado 
pelo mesmo estímulo: nociceptor também faz sinapse com interneurônio excitatório 
que decussa para o outro lado da medula, fazendo sinapse com outros 
interneurônios:
1. Sinapse com interneurônio excitatório: estimula neurônio motor da 
musculatura extensora da perna oposta
2. Sinapse com interneurônio inibitório: inibe neurônio motor da musculatura 
flexora da perna oposta
Reflexo contrário ao reflexo de retirada. 
É cruzado, porque acontece do lado oposto de onde veio a informação. 
α
α
α
α
Reflexos musculares 7
💫 Os exemplos dados para os membros inferiores também acontecem com 
os membros superiores. 
Obs: quando os reflexos acontecem, são ativados também interneurônios que 
fazem a correção postural axial necessária.

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