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Acúmulos Intracelulares

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Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira 
BBPM II - Patologia 
 
Existem acúmulos intracelulares normais no 
organismo, como água, lipídios, 
carboidratos, proteínas e etc. No entanto, 
substâncias anormais podem se acumular, 
causando transtornos metabólicos como 
minerais, produtos de agentes infecciosos, 
produtos de síntese metabolismo anormal 
e etc. 
1) Remoção inadequada de uma 
substância normal, secundária a defeitos 
no mecanismo de empacotamento e 
transporte, como na degeneração 
gordurosa do fígado. 
 Esteatose hepática em decorrência da 
privação de oxigênio (acetil-CoA em 
ácido graxo), diabetes mellitus, 
obesidade, álcool, desnutrição 
proteica. 
 
2) Acúmulo de uma substância endógena 
anormal resultante de defeitos adquiridos 
ou genéticos no seu dobramento, 
empacotamento, transporte e secreção, 
como com certas mutações da a1-
antitripsina. 
 
3) Deficiência em degradar um metabólito 
devido a defeito herdado em uma enzima. 
Os distúrbios resultantes são chamados de 
doenças de armazenamento. 
 Erros inatos do metabolismo. 
 
4) Depósito e acúmulo de uma substância 
exógena anormal quando a célula não 
possui maquinaria enzimática para 
degradar a substância nem a habilidade 
de transportá-la para outros locais. 
Os acúmulos de partículas de carbono e 
sílica são exemplos desse tipo de 
alteração. 
 
De forma fisiológica, existem outros 
acúmulos intracelulares que podem ser 
digeridos e não causam nenhum 
problema, apenas quando os níveis estão 
acimas do normal, sendo: 
 Lipídios; 
 Proteínas; 
 Carboidratos; 
 Pigmentos; 
 Minerais. 
Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira 
BBPM II - Patologia 
 
Os lipídios consistem em fosfolipídios 
(presentes na membrana), colesterol 
(hormônios) e triglicerídeos (acumulados 
em adipócitos como forma de reversa 
energética). 
O metabolismo celular do colesterol é 
estreitamente regulado para assegurar a 
síntese normal de membranas celulares 
sem acúmulo intracelular significativo. 
Entretanto, as células fagocíticas podem 
tornar-se sobrecarregadas com lipídios 
(triglicerídeos, colesterol e ésteres de 
colesterol) em vários processos patológicos 
diferentes. Deles, a aterosclerose é o mais 
importante. 
 Balanço LDL e HDL; 
 Xantoma e xantelasma: acúmulo de 
colesterol dentro dos macrófagos 
(células espumosas) na pele e nos 
tendões; 
 Colesterolose: macrófagos repletos de 
colesterol na lamina própria da 
vesícula biliar. 
Os acúmulos de proteína 
morfologicamente visíveis são muito menos 
comuns que os acúmulos de lipídios; 
podem ocorrer porque os excessos são 
apresentados às células ou porque as 
células sintetizam quantidades excessivas. 
No rim, por exemplo, quantidades mínimas 
de albumina filtradas pelo glomérulo são 
normalmente reabsorvidas por pinocitose 
nos túbulos contorcidos proximais. 
Entretanto, em distúrbios com 
extravasamento maciço de proteína 
através do filtro glomerular (p. ex., na 
síndrome nefrótica), ocorre reabsorção 
muito maior de proteína, e as vesículas 
contendo essa proteína se acumulam, 
resultando na aparência histológica de 
gotículas citoplasmáticas hialinas róseas. 
O processo é reversível; se a proteinúria 
diminuir, as gotículas de proteína são 
metabolizadas e desaparecem. 
Durante uma inflamação pulmonar 
(tabagismo, silicose, etc.), neutrófilos e 
macrófagos secretam elastase neutrofílica 
com o objetivo de eliminar o foco 
problemático. Essa elastase quebra as 
fibras elásticas do pulmão, e por conta 
disso, o organismo secreta alfa1-
antitripsina, que inibe a elastase neutrófila. 
Deficiência nessa enzima (antitripsina) 
causa dobramento incorreto das proteínas 
que não conseguem ser secretadas, 
causando enfisema pulmonar. 
Depósitos intracelulares excessivos de 
glicogênio estão associados a 
anormalidades no metabolismo da glicose 
ou do glicogênio. No exemplo clássico de 
metabolismo anormal da glicose, o 
diabetes mellitus, o glicogênio se acumula 
no epitélio dos túbulos renais, nos miócitos 
cardíacos e nas células beta das ilhotas de 
Langerhans. O glicogênio também se 
acumula dentro de células em um grupo 
de distúrbios genéticos intimamente 
relacionados, coletivamente conhecidos 
como doenças de armazenamento de 
glicogênio ou glicogenoses. 
1. Queda da insulina e aumento da 
glicemia; 
2. Glicosúria; 
3. Reabsorção tubular da glicose; 
4. Aporte excessivo de glicose a célula; 
5. Acúmulo de glicogênio. 
Os pigmentos são substâncias coloridas 
exógenas, se originados fora do corpo, 
como o carbono, ou endógenas, 
sintetizadas dentro do próprio corpo, como 
Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira 
BBPM II - Patologia 
 
lipofuscina, melanina e certos derivados da 
hemoglobina. 
O pigmento exógeno mais comum é o 
carbono (um exemplo é a poeira de 
carvão). Quando inalado, é fagocitado 
pelos macrófagos alveolares e 
transportado através de canais linfáticos 
para os linfonodos regionais na região 
traqueobrônquica. Os agregados desse 
pigmento escurecem os linfonodos e o 
parênquima pulmonar (antracose). 
A melanina é um pigmento endógeno, 
preto-acastanhado, produzido pelos 
melanócitos localizados na epiderme, e 
atua como protetor contra a radiação 
ultravioleta prejudicial. Embora os 
melanócitos sejam a única fonte de 
melanina, os queratinócitos basais 
adjacentes da pele podem acumular o 
pigmento, assim como os macrófagos da 
derme. 
A bilirrubina é um pigmento amarelado, 
produto da degradação do grupo heme, 
uma parte da hemoglobina presente nas 
hemácias. A hemoglobina é então 
degradada, e a bilirrubina resultante é 
liberada no sangue em uma forma simples, 
pouco solúvel, chamada bilirrubina não 
conjugada, que é transportada no sangue 
ligada à albumina. No fígado, essa forma 
de bilirrubina é ligada a um açúcar, 
formando a bilirrubina conjugada, solúvel 
em água, que é excretada nas fezes e na 
urina. 
 Icterícia. 
A calcificação patológica é um processo 
comum em uma ampla variedade de 
doenças; implica o depósito anormal de 
sais de cálcio, em combinação com 
pequenas quantidades de ferro, magnésio 
e outros minerais. Quando o depósito 
ocorre em tecidos mortos ou que estão 
morrendo, é chamado de calcificação 
distrófica, que ocorre na ausência de 
perturbações metabólicas do cálcio (isto 
é, com níveis séricos normais de cálcio). Ao 
contrário, o depósito de sais de cálcio em 
tecidos normais é conhecido como 
calcificação metastática e quase sempre 
reflete algum distúrbio no metabolismo do 
cálcio (hipercalcemia). 
Calcificação distrófica: o cálcio se liga aos 
fosfolipídios (atração) de acordo com que 
a célula vai morrendo; 
Calcificação metastática: ocorre 
geralmente em tecidos que secretam 
ácidos, onde o cálcio se agrega (em 
situações de hipercalcemia) com o 
objetivo de neutralizar. 
 Pedra nos rins (oxalato de cálcio).

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