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Doença crônica caracterizada por hiperglicemia secundária a distúrbios na secreção e/ou ação da insulina. O diabetes melito (DM) é uma doença metabólica, de etiologia múltipla, caracterizada pela hiperglicemia crônica resultante de distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras consequentes à secreção insuficiente e/ou ausente de insulina, como também por defeitos de sua ação nos tecidos alvo da insulina (hepático, muscular e adiposo). OBS: peptídeo C – importante na formação da insulina. Portanto, da DM 1 os níveis séricos de peptídeo C estarão baixos (determina o quanto de insulina natural está sendo produzido) DIABETES MELITUS TIPO 1 → Distúrbio metabólico mais comum na infância Deficiência ABSOLUTA da secreção de insulina → Destruição autoimune das ilhotas pancreáticas – mediado por linfócitos T HISTÓRIA NATURAL Alterações metabólicas precoces: → Diminuição da resposta do peptídeo-C à sobrecarga oral da glicose, pelo menos 2 anos antes do início da doença clínica → Instabilidade glicêmica → Aumento do crescimento linear → Aumento da glicemia alguns meses antes do diagnóstico clínico Os sintomas e a necessidade de reposição de insulina ocorrem após destruição crítica de células beta (85-95%). Identificar a DM1 precocemente possibilita a intervenção e pode evitar a progressão da doença – previne ou retarda o surgimento de sinais e sintomas clínicos. DIAGNÓSTICO Suspeita clínica + confirmação bioquímica Sintomatologia clássica (4Ps) – poliúria, polidpsia, perda de peso e polifagia. Outros dados: turvamento de visão, letargia, exposição a drogas hiperglicemiantes, antecedente familiar de diabetes e outras endocrinopatias associadas. EF (em quadros mais crônicos): infecções cutâneas de repetição, monilíase genital e necrobiose lipoídica diabeticorum (lesões cutâneas de coloração violácea com centro amarelado e pele fina e transparente). Laboratorial: → Glicemia >200mg/dL em qualquer momento do dia confirma o diagnóstico. A suspeita clínica deve ser confirmada por algum exame: → Glicemia de jejum → TOTG → Concentração de hemoglobina glicada (HbA1c): ≥6,5% (critério de diagnóstico) TRATAMENTO → Atendimento por equipe multidisciplinar treinada → Educação contínua em DM (paciente e família) 4 pilares terapêuticos: → Administrar insulina → Automonitorização da glicemia capilar → Plano alimentar → Pratica regular de atividade física q OBJETIVO: → Manter a glicemia dentro dos limites normais, evitando hipo e hiperglicemias → Diminuir as internações por complicações agudas (hipoglicemia e cetoacidose) → Prevenir ou postergas as complicações crônicas micro e macrovascular → Diminuir a ocorrência de problemas psicossociais → Estimular a adoção de hábitos de vida saudável O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO É INTENSIVO: Administração de 3 ou mais aplicações diárias de 2 tipos de insulina com diferentes tempos de ação, em esquema basal – contínua e bolus → A basal (contínua) mimetiza a secreção fisiológica interalimentar de insulina. • Impede a lipólise endógena e a liberação hepática de glicose no período entre as refeições → A em bolus visa dar cobertura ao alimento inferido ou corrigir a glicemia (bolo refeição e bolo correção) • Varia de acordo com a quantidade de carboidratos ingeridas na dieta METAS GLICÊMICAS: jejum e pré-prandiais entre 90- 130mg/dL, e ao deitar e na madrugada, entre 90-150mg/dL. Em indivíduos com DM1 recém-diagnosticado ou logo após o episódio de cetoacidose diabética, a dose varia de 0,5 a 1 U/kg/dia, sendo muitas vezes necessárias doses maiores de insulina para a recuperação do equilíbrio metabólico. Na puberdade, a dose diária pode chegar a 1,5 a 2 U/kg/dia de insulina, em decorrência da resistência insulínica → Durante a puberdade, o aumento da secreção de GH proporciona os sintomas clínicos. (GH forma resistência) Recomenda-se que a dose total de insulina seja dividida em 40 a 60% como insulina basal e o restante como insulina em bolo. COMPLICAÇÕES AGUDAS → Hipoglicemia » Complicação aguda mais comum – glicemia <70mg/dL » Fator de risco: idade <6 anos, DM de longa duração, barreira de acesso ao insumo alimentar » Os pacientes com hipoglicemia leve devem receber uma fonte de carboidrato de rápida absorção (coca cola, mel, suco de laranja, açúcar simples etc.) » Com hipoglicemia grave – glucagon EV → Hiperglicemia • Efeito Somogyi: hipoglicemia na madrugada > corpo libera hormônios contrarreguladores > paciente acorda com hiperglicemia • Fenômeno do alvorecer: normoglicemia > ocorre liberação de GH e cortisol > hiperglicemia • Cetoacidose diabética (CAD) » Fatores desencadeantes: a interrupção da injeção diária de insulina, infecções ou traumas » Geralmente é a primeira manifestação da DM1 » Sinais: poliúria, polidipsia, fadiga, polifagia, emagrecimento e dor abdominal, que evoluem para náusea, vômitos, desidratação, letargia, hiperventilação e hálito cetônico. q » Glicemia > 200mg/dL; acidose metabólica (pH venoso <7,3) NA CAD: → Deficiência absoluta ou relativa de insulina acompanhada do aumento dos hormônios contrarreguladores (p. ex., glucagon, cortisol, hormônio do crescimento, adrenalina) → Catabolismo e aumento da glicemia → Ocorre em situações de infecção e estresse → Hiperglicemia causa aumento da osmolaridade plasmática, deslocando fluidos do espaço intra para o extracelular (desidratação intracelular) → Glicemia › 180 mg/dL ultrapassa o limiar de reabsorção renal, provocando glicosúria e diurese osmótica, com perda de água e eletrólitos (Na, K P, Mg) → Grave depleção vascular, desequilíbrio Tratamento da CAD: → Corrigir desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos, equilíbrio ácido-básico, hiperglicemia e identificar as situações precipitantes. COMPLICAÇÕES CRÔNICAS → Microvasculares: nefropatia, retinopatia e neuropatia → Macrovasculares: doença cardíaca, AVC e doença vascular periférica Crianças com DM1 tem maior risco de apresentar outras doenças autoimunes: hipotireoidismo (hashimoto), doença celíaca. DIABETES MELITOS TIPO 2 → Condição multifatorial, com base poligênica e forte componente ambiental, além de habitualmente apresentar evolução lenta e insidiosa. → Resistência hepática a insulina → Idade de maior incidência em jovens: 13 anos – estágio 3 de Tanner DIAGNÓSTICO Como normalmente são indivíduos assintomáticos, o diagnóstico deve ser investigado em situações de risco, principalmente nos indivíduos com sobrepeso/obesidade. CRITÉRIOS DE RISCO: → Pré-diabetes. → História familiar de diabetes melito (DM), em parente de primeiro grau. → Raça/etnia de alto risco para DM (negros, hispânicos ou índios Pima). → Mulheres com diagnóstico prévio de diabetes melito gestacional. → História de doença cardiovascular. → Hipertensão arterial. → HDL-c < 35 mg/dL e/ou triglicérides > 250 mg/dL. → Síndrome de ovários policísticos. → Sedentarismo. → Acantose nigricans. Laboratorial = DM1 Crianças >10 anos devem ser triadas para DM2 – através da coleta de gli de jejum a cada 2 anos. TRATAMENTO → Mudança no estilo de vida → Suporte nutricional, apoio social e psicológico → Farmacológico: metformina e/ou insulina
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