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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TECNOLOGIA IOT COMO FERRAMENTA PARA MELHORIA DE PERFORMANCE DA MANUTENÇÃO PREDITIVA DE EQUIPAMENTOS ROTATIVOS Willian Germano de Macena Rio de Janeiro JULHO/2019 CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TECNOLOGIA IOT COMO FERRAMENTA PARA MELHORIA DE PERFORMANCE DA MANUTENÇÃO PREDITIVA DE EQUIPAMENTOS ROTATIVOS Willian Germano de Macena Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. Orientador: André Luís da Silva Pinheiro Rio de Janeiro JULHO/2019 CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TECNOLOGIA IOT COMO FERRAMENTA PARA MELHORIA DE PERFORMANCE DA MANUTENÇÃO PREDITIVA DE EQUIPAMENTOS ROTATIVOS Willian Germano de Macena APROVADO EM: _________________________ BANCA EXAMINADORA: _______________________________________ André Luís da Silva Pinheiro, Domsc. – Orientador _______________________________________ Jorge Dias Ferreira, M.Sc. _______________________________________ Antônio José Dias da Silva, M.Sc. Rio de Janeiro JULHO/2019 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, por me permitir viver esta etapa da minha vida, aоs meus pais, Edson e Edna, a minha esposa Vanessa, e ao meu irmão Wesley, que cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa da minha vida. AGRADECIMENTOS Gostaria de primeiramente agradecer a Deus, pois tem me dado saúde até aqui para realizar o meu sonho, sem dúvida serei sempre grato a Ele. Também agradeço aos meus pais, Edson e Edna que não mediram esforços para que eu trilhasse o caminho do conhecimento, sempre me incentivando a estudar, ao meu irmão Wesley que sempre se mostrou prestativo e sempre incentivador, e para minha esposa Vanessa, que sempre esteve ao meu lado me incentivando e encorajando para que nós chegássemos até aqui, sim digo nós, porque sei que essa conquista é de todos nós. EPÍGRAFE Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível. Charles Chaplin MACENA, Willian Germano de. Tecnologia IOT como ferramenta para melhoria da performance da manutenção preditiva em equipamentos rotativos. 2019. 69 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, 2019. RESUMO A conectividade é um fator muito importante para a obtenção de informações, mediante a esta possibilidade, foi visto uma oportunidade de se aplicar o conceito de internet das coisas para obtenção de dados de forma remota para auxiliar a tomada de decisão em um setor de manutenção. Através da rede é possível interligar dispositivos e obter suas informações, este conceito se faz importante para a coleta de dados dos equipamentos da rede. Por meio do sensoreamento, é possível observar as tendências e o comportamento dos equipamentos julgados importantes para o processo produtivo e assim trazer a filosofia de processo Just in time, visando uma manutenção preditiva e assertiva, reduzindo os custos de manutenção, aumentando a vida útil do equipamento, gerando disponibilidade para a produção já que se permite realizar uma intervenção planejada e programada. A partir daí nasce à inspiração para o projeto, utilizar a tecnologia IOT para fazer aquisição do sinal para realizar a inspeção de vibração em motores, através dos sinais elétricos captados por um acelerômetro conectado ao Arduíno Mega. Palavras-chave: embarcado, Arduíno, sensoreamento, remoto, manutenção, vibração, IOT, Indústria 4.0. LISTA DE FIGURAS Figura 1- Redutor sendo retirado devido à engrenagem estar danificada ........ 2 Figura 2 - Gráfico custo em relação ao nível de manutenção adotado ........... 10 Figura 3 - Gráfico da geração de lucro e disponibilidade ................................ 11 Figura 4 - Estratégias de manutenção ............................................................ 12 Figura 5 - Arquitetura em camadas do padrão OSA-CBM .............................. 17 Figura 6 - Blocos básicos da IOT .................................................................... 18 Figura 7 - Arquitetura Iot ................................................................................. 20 Figura 8 - Exemplo Arquitetura de rede segura .............................................. 22 Figura 9 - conectores para conexões de shields e módulos na placa arduino Mega ......................................................................................................................... 23 Figura 10 - Microcontrolador ATmega 2560 ................................................... 24 Figura 11 - pinagem entrada analógica Arduino Mega 2560 .......................... 25 Figura 12- Exemplo de funcionamento interno de um acelerômetro .............. 27 Figura 13 - Vibração harmônica ...................................................................... 29 Figura 14 - Vibração periódica representada no domínio do tempo e na frequência do sinal. ................................................................................................... 31 Figura 15 - Exemplo de sinal no tempo .......................................................... 34 Figura 16 - Sinal representado no domínio do tempo e no domínio da frequência.................................................................................................................. 35 Figura 17 - Exemplo do efeito de janela em um sinal não periódico no intervalo de tempo ..................................................................................................... 37 Figura 18 - Atenuação do fenômeno de leakage com a aplicação de janela apropriada ................................................................................................................. 38 Figura 19 - Aplicação da janela Retangular em regimes transientes. ............. 39 Figura 20 - comparação gráfica entre valor zero-pico, valor pico-pico, valor médio e valor RMS .................................................................................................... 40 Figura 21 - Torradeira conectada à internet .................................................... 43 Figura 22-Aplicação IOT ................................................................................. 46 Figura 23 -placa arduino conectada ao sensor ............................................... 50 Figura 24 - cabo de comunicação ethernet ..................................................... 50 Figura 25 - cabo usb ....................................................................................... 51 Figura 26 – Arduíno com Módulo Ethernet Shield .......................................... 52 Figura 27 - Layout do circuito ......................................................................... 53 Figura 28 - instalação Arduino IDE ................................................................. 54 Figura 29 - Configurando a placa Arduíno ...................................................... 55 Figura 30 - Endereço porta COM .................................................................... 56 Figura 31 – Configuração porta COM ............................................................. 56 Figura 32 - verificação de comunicação ......................................................... 60 Figura 33 - Ferramenta Matlab .......................................................................62 Figura 34 - Questões mundias ........................................................................ 63 Figura 35 – Instalação do Software XAMMPP ................................................ 64 Figura 36- Sinal das acelerações plotados na página Web ............................ 64 LISTA DE TABELAS Tabela 1-Materiais utilizados .......................................................................... 49 Tabela 2 – Interligação elétrica ....................................................................... 53 Tabela 3 - Tabela de custos comparativa do projeto ...................................... 66 Tabela 4 - Tabela comparativa de outros ganhos ........................................... 66 LISTA DE EQUAÇÕES (1) Função cosenoidal vibracional .................................................................. 29 (2) Equação da Velocidade ............................................................................ 30 (3) Equação da Aceleração ............................................................................ 30 (4) Equação da Amplitude de deslocamento ................................................. 30 (5) Equação da Amplitude da velocidade ....................................................... 30 (6) Equação da Amplitude da Aceleração ....................................................... 30 (7) Função harmônica 1 ................................................................................. 31 (8) Função harmônica 2 .................................................................................. 31 (9) Função harmônica 3 .................................................................................. 31 (10) Função da vibração periódica ................................................................. 31 (11) Equação da Frequência máxima ............................................................. 36 (12) Equação da Frequência de amostragem ................................................. 36 (13) Equação RMS ......................................................................................... 40 (14) Equação do Valor Global ......................................................................... 41 (15) Equação do Fator de Crista ..................................................................... 41 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS FFT - Fast Fourier Transform (Transformada Rápida de Fourier) IIoT - Industrial Internet of Things (Internet das Coisas na Industria) IoT - Internet of Things (Internet das Coisas) IP - Internet Protocol I/Os - Inputs and Outputs (Entradas e Saídas) NFC - (Near Field Communication) RFID - (radio frequency identification) RMS Root Mean Square (Valor Eficaz) RX - (Recepção/Upload) TCP - Transmission Control Protocol (Protocolo de Controle de Transmissão) TX - (Transmissão/Download) UDP - User Datagram Protocol (Protocolo de Datagramas de Utilizador) SCADA- Supervisory Control and Data Acquisition (Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados) OSA-CBM - (Open Systems Architecture for Condition- Based Maintenace) IHC – Interface homem computador IEEE – Instituto de Engenheiros e Eletrônicos IETF – Internet Engineering Task Force LISTA DE SIMBOLOS α –Fase ω - Frequência z - Deslocamento �̇� - Velocidade �̈�- Aceleração �̇�- Amplitude de velocidade �̈�- Amplitude de aceleração T - Período N - Número de pontos espaçados e consecutivos ωmáx - Frequência máxima ωa - Frequência de amostragem SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1 1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ....................................................... 1 1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA................................................................. 1 1.3. HIPÓTESE ............................................................................................. 3 1.4. OBJETIVO ............................................................................................. 3 1.5. MOTIVAÇÃO .......................................................................................... 4 1.6. TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO .................. 4 1.7. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA .......................................................... 5 1.8. METODOLOGIA ..................................................................................... 6 1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO.................................................................. 6 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 8 2.1. INTRODUÇÃO DA MANUTENÇÃO INTELIGENTE .............................. 8 2.2. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO .................................................... 11 2.2.1. Manutenção corretiva .................................................................... 12 2.2.2. Manutenção preventiva ................................................................. 12 2.2.3. Manutenção preditiva .................................................................... 13 2.2.4. Manutenção proativa ..................................................................... 13 2.3. SISTEMA DE MANUTENÇÃO INTELIGENTE ..................................... 13 2.3.1 Metodologia de manutenção baseada na condição ........................ 14 2.3.2. Processamento de dados .............................................................. 15 2.3.4. Tomada de decisão de manutenção .............................................. 16 2.3.5 Arquitetura OSA – CBM .................................................................. 16 2.4. INTERNET DAS COISAS (IOT) ........................................................... 17 2.4.1. Blocos básicos de Construção da IoT ........................................... 18 2.4.2. Arquitetura para Iot ........................................................................ 20 2.4.3 Segurança da informação ............................................................... 21 2.5. ARDUINO MEGA 2560 ........................................................................ 22 2.5.1. Microcontrolador da placa Arduíno Mega ...................................... 23 2.5.2. Pinos de entrada e saída do Arduino Mega 2560 .......................... 24 2.5.3. Ethernet Shield (W5100)............................................................... 25 2.5.4 Acelerômetro .................................................................................. 26 2.5.5 Acelerômetro MPU 6050 ................................................................ 27 2.6. MONITORAÇÃO E ANÁLISE DE VIBRAÇÕES .................................. 27 2.6.1 Conceito de vibração ...................................................................... 28 2.6.2. Aquisição e processamento do sinal ............................................. 32 2.6.3. Valor RMS ..................................................................................... 39 2.6.4. Nível global .................................................................................... 40 2.6.5. Fator de Crista ............................................................................... 41 3. INTERNET DAS COISAS (IOT) .................................................................. 42 3.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 42 3.2 HISTÓRIAS DA INTERNET DAS COISAS ........................................... 42 3.2.1 Internet das Coisas no Brasil .......................................................... 44 3.3 INTERNET DAS COISAS : DIFERENTE VISÕES E CONCEITOS ...... 45 3.4 APLICAÇÕES COM IOT ....................................................................... 45 3.5 IOT E DETECÇÃO DE FALHAS NO AMBIENTE INDUSTRIAL ........... 46 3.5.1 Indústria 4.0 e a atualidade ............................................................ 47 3.5.2 Benefícios advindos da aplicação daIOT em um parking industrial ........................................................................................................................... 47 4. DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO .................................................... 49 4.1 MATERIAIS UTILIZADOS ..................................................................... 49 4.2 DEFINIÇÃO DO CIRCUITO ELÉTRICO ............................................... 51 4.3 OBTENÇÃO DE SOFTWARES E CONFIGURAÇÃO PARA PROGRAMAÇÃO .................................................................................................. 54 4.4 DESENVOLVIMENTO DA PROGRAMAÇÃO (SKETCH) .................... 57 4.4.1 Calibração do sensor MPU6050 ..................................................... 57 4.4.2 Escolha e declaração das bibliotecas ............................................. 59 4.4.3 – Declaração do endereço mac do módulo .................................... 59 4.4.4 – Declaração do endereço IP do módulo ........................................ 59 4.4.5 – Declaração das variáveis ............................................................. 60 4.4.6 Envio das variáveis ......................................................................... 61 4.4.7 Configuração do servidor web ........................................................ 61 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS ............................ 65 5.1 CONCLUSÃO........................................................................................ 65 5.2 TRABALHOS FUTUROS ...................................................................... 66 6- Bibliografia .................................................................................................. 68 1 1. INTRODUÇÃO 1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA A falta de manutenção nos equipamentos rotativos (rolamentos) pode acarretar em falhas e quebras inesperadas acarretando a parada do processo de fabricação em uma indústria. A decisão e definição da variável a ser medida são de extrema importância para a manutenção preditiva em análise de vibração (MENNA, 2007), onde é possível observar que o nível de energia envolvida está diretamente ligado a proporção do defeito e a massa relativa dos componentes em que o defeito é apresentado. Sendo assim os componentes defeituosos com maior massa, ao serem comparados com o total da massa bruta do equipamento, ou com defeito em níveis avançados terão maiores facilidades de serem encontrados. Porém os componentes de massas menores estão em um nível mais complexo, com respeito ao processo de monitoramento. O problema de não obter a variável no instante desejado de forma mais prática, ou seja, de forma remota é uma necessidade para o ambiente industrial. Tendo em vista a ocorrência de uma análise no caso de detectado alguma anormalidade no processo como, por exemplo, um ruído apresentado em um redutor ou motor que pode ser proveniente de algum rolamento danificado, no processo de manutenção preditiva em plantas industriais não é raro os casos em que falhas catastróficas dos mancais de rolamento (MENNA, 2007). Isso prejudica o processo de fabricação, gerando paradas inesperadas, aumentando o custo com peças de reposição, mão de obra de manutenção, e perda de produção, prejudicando a disponibilidade. As empresas industriais têm um interesse crescente em aumentar a disponibilidade dos seus sistemas de produção, principalmente por razões econômicas. 1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA A necessidade de garantir o bom funcionamento equipamentos rotativos com uma manutenção preditiva, é um fator importante para uma planta industrial, as dificuldades de obtenção de dados, ou indisponibilidade de mão de obra e até falta de recursos para a análise de equipamentos rotativos, podem gerar altas perdas 2 para uma indústria elevando os custos de produção, por este motivo as empresas industriais têm um interesse crescente em aumentar a disponibilidade dos seus sistemas de produção (MARGARIDA, 2016), conforme demostrado na Figura 1. Figura 1- Redutor sendo retirado devido à engrenagem estar danificada Tendo em vista a globalização o fato é que os fabricantes de equipamentos muitas vezes vendem e instalam equipamento para clientes em outros países. Deste modo, nem sempre a experiência e o conhecimento do processo, por parte dos técnicos, estão de imediato disponível no local de fabricação/montagem, sendo necessária a implantação de um sistema que auxilie a detecção de falhas. (MARGARIDA, 2016). Uma vez que todo equipamento rotativo apresenta um determinado nível de vibração, uma alteração do comportamento vibratório pode ser indício do agravamento de um defeito. Um nível de vibração elevado costuma ser consequência de desbalanceamento de rotores, desalinhamento entre 3 equipamentos acionador e acionado, deformações de carcaça, deformações de carcaça do equipamento, falhas de lubrificação, desgaste e defeitos superficiais nos seus componentes, para isto se faz necessário à aquisição de dados para a análise vibracional. (MENNA, 2007) 1.3. HIPÓTESE A proposta a ser apresentada é a possibilidade de desenvolver um projeto que seja capaz de identificar possíveis falhas vibracionais em equipamentos rotativos industriais, possibilitando o acesso remoto aos pontos chave definidos pelo usuário obtendo os dados para o auxílio de uma análise técnica e predição de falhas em seu estágio inicial, ou seja, antes que se torne um problema crítico. Monitorar e analisar através de sensores acelerômetro e um Arduíno as características de vibração de uma máquina serve para obter informação acerca do estado de “saúde” da mesma e essa informação é utilizada para detectar possíveis falhas e avarias, podendo evitar danos mais graves ou mesmo avarias que possam inutilizar o equipamento e/ou colocar em risco a segurança dos operadores e/ou utilizadores do equipamento (MARGARIDA, 2016). Provar a importância e a eficácia e fazer uso dos conceitos de Industrial Internet of Things e de Indústria 4.0, em que a partir da grande quantidade de informação disponível rapidamente podem ser tomadas ações corretivas, impedindo a ocorrência de falhas e avarias. 1.4. OBJETIVO Desenvolver um sistema de análise vibracional em equipamentos rotativos industriais dentre ele motores elétricos e redutores fazendo uso da tecnologia IIOT para auxiliar a execução da manutenção preditiva, possibilitando a análise de forma remota para atividade. Principalmente por razões econômicas, a análise de vibrações tem também um papel preponderante no campo da supervisão de máquinas ou de monitorização de um processo industrial. Por este motivo, previu-se a implementação de um sistema de monitorização e análise de vibrações remota (MARGARIDA, 2016). A detecção incipiente de falhas é um ponto essencial para evitar a deterioração do produto, a degradação do desempenho, danos significativos na 4 saúde de máquinas e humana, ou mesmo a perda de vidas, sendo para isso preponderante implementar um sistema de monitorização. (MARGARIDA, 2016). 1.5. MOTIVAÇÃO Os equipamentos rotativos compõe grande parte de uma planta industrial, portanto pode-se dizer que são equipamentos muito importantes para uma indústria. A realização da manutenção destes equipamentos deve atingir a expectativa de gerar performance, tendo em vista a maior disponibilidade para a produção, tal performance só pode ser alcançada quando as ferramentas de manutenção são eficazes, tais como o monitoramento e acompanhamento dos equipamentos citados, tais estratégias exigem o uso da tecnologia IOT na planta industrial como uma ferramenta para a aquisição das informações e para o acompanhamento das tendências. A motivação deste trabalho é a utilização da tecnologia IOT para de forma remota contribuir nas manutenções preditivas dos equipamentos rotativos indústrias,de forma que sejam detectada futuras falhas e auxilie o setor de manutenção na preparação de uma manutenção programada, evitando falhas inesperadas para o processo que consequentemente geram perdas de produção. 1.6. TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO (MENNA, 2007). Aborda sobre a detecção de falhas em mancais de rolamento por análise de vibrações em banda larga: um caso prático de aplicação em uma população de equipamentos rotativos. Este artigo fala de análise de vibrações em equipamentos rotativos, mostrando as características de cada falha, análise do espectro e as causas dos defeitos encontrados nos mancais e rolamentos de equipamentos rotativos. (BOSA, 2009). Aborda sobre a elaboração de um sistema embarcado para a manutenção inteligente de atuadores elétricos. Artigo que fala do sistema inteligente para aquisição de dados, onde instalado em sistemas de válvulas tem a finalidade de apoiar a manutenção preditiva com a antecipação de falhas graves. (MARGARIDA, 2016). Diagnóstico de falhas via internet de processos industriais controlados com autómatos programáveis. Artigo que fala da comunicação e uso do protocolo TCP/IP em ambientes industriais, para a detecção 5 de falhas de movimento em cilindros pneumáticos e vibração em motores abrangendo a tecnologia IOT, sinalizando uma falha ao usuário e possibilitando o acesso e comando remoto ao usuário, este estudo foi realizado em laboratório juntamente com simulação de variáveis. Este trabalho tem como diferencial e objetivo de gerar performance na dinâmica do plano de manutenção preditiva, facilitando à aquisição de dados de vibração em motores, através de acesso remoto a rede de sensoriamento com a tecnologia IOT onde se espera que seja uma ferramenta eficaz para o auxílio na tomada de decisão de forma preventiva, gerando disponibilidade para o processo produtivo, visa também reduzir os custos que envolvem a contratação de terceiros para a realização de inspeções relacionando-se ao fator homem/hora, outra vantagem é o baixo custo do sistema, comparado ao preço de equipamentos existentes no mercado para verificação de vibração em motores. Possibilita também ao usuário maior praticidade para a verificação dos dados, mas segurança durante a tarefa visto que o ambiente industrial pode oferecer riscos no momento de proximidade com equipamentos rotativos em operação, durante uma inspeção. 1.7. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA Com o avanço dos estudos de engenharia viu-se que para se obter maiores lucros em um processo de produção é necessário existir performance, entretanto, a obtenção de performance está ligada ao processo de obtenção e análise das informações, respectivamente, para assim serem tomadas ações para obtenção da performance. Visando este processo de obtenção de informação para a análise é necessário que as informações estejam disponíveis a todo o tempo em que se desejar obtê-las, justificando o fato de que o intervalo entre a coleta de dados e ações de melhorias ou de prevenção de falhas em equipamentos, não deve ser muito grande, pois a perda de tempo para a aquisição de dados pode acarretar a perda de produtividade. Mediante aos problemas apresentados, a justificativa para o desenvolvimento e aplicação deste projeto, está no fato de prevenção e previsão das possíveis falhas, com a finalidade de ajuda para erradicar as falhas inesperadas que geram paradas para o processo. O projeto também auxilia na redução dos custos de produção e manutenção, além de tornar remota a análise e obtenção das informações, 6 reduzindo o risco de segurança presente durante o modo atual de aquisição das informações, (onde é necessário estar próximo ao equipamento juntamente com o medidor para coletar os dados). 1.8. METODOLOGIA A primeira parte deste trabalho consiste em realizar o estudo dos métodos de aquisição de dados para a análise vibracional em equipamentos rotativos, mantendo o foco em aquisição automatizada. Sendo assim se faz necessário para a segunda parte, o estudo para a realização da comunicação entre dispositivos, como utilização e adoção do protocolo de comunicação adequado entre o Arduíno e o PC de análise, também será estudado os códigos e comandos de programação do Arduíno afim que realizar a aquisição de dados através do acelerômetro (MPU6050), que conectado ao Arduíno responderá com um sinal analógico que será plotado. Após a realização dos estudos comentados anteriormente, serão efetuadas as verificações do projeto, com a finalidade de observar a eficácia da aquisição de dados de forma remota, neste contexto estão inseridos a resposta do sinal, a praticidade, e a funcionalidade do sistema, e a segurança do mesmo, com isto será definido se o sistema atende a expectativa para a realização do método de aquisição de dados, ou se o sistema precisará de aprimorações mediante as verificações e respostas obtidas durante o teste do sistema. 1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO Este trabalho está dividido em 6 capítulos. No primeiro capítulo apresenta-se o projeto, expondo uma breve contextualização e apresentando a problemática vislumbrada, assim como seus objetivos. No segundo capítulo é realizada uma revisão sobre o uso da tecnologia IOT, e a fundamentação teórica da análise vibracional em mancais de rolamento, promovendo um maior detalhamento do uso da tecnologia IOT como ferramenta para manutenção preditiva em equipamentos rotativos. No terceiro capítulo é abordado o conceito da tecnologia IOT, suas características, suas aplicações e benefícios para detecção de falhas. O quarto capítulo apresenta o desenvolvimento protótipo utilizando a tecnologia IOT para a obtenção das informações para a análise vibracional. No quinto capítulo conclui-se o 7 projeto mostrando os resultados encontrados com o projeto da nova aplicação para aquisição de dados de vibrações de forma remota e finalmente no sexto capítulo é apresentada a bibliografia utilizada no trabalho. 8 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. INTRODUÇÃO DA MANUTENÇÃO INTELIGENTE Em uma indústria, muitas tarefas consideradas simples podem ser realizadas por operadores humanos, tomando, por exemplo: abertura de uma válvula ligar e desligar um equipamento através de um botão, etc. Com o avanço tecnológico ocorreu à possibilidade de se automatizar os processos, e alguns operadores foram, com o tempo, sendo substituídos pela automatização. Onde vários benefícios em vários setores da indústria foram obtidos, siderurgia, petroquímicos, energia e saneamento básico (BOSA, 2009). A chegada da automatização elevou a complexidade nas plantas industriais, gerando a necessidade de aprendizado e aperfeiçoamento dos profissionais da indústria, em equipamentos tecnologicamente avançados, tais estudos estão ligados à tecnologia de máquina, seja ela mecânica, elétrica, eletrônica e hoje a mecatrônica. Neste contexto, uma tarefa de suma importância é a manutenção dos equipamentos industriais, onde se é encarada como uma atividade basicamente manual. A manutenção atua em uma esfera que abrange diversas técnicas e medidas de prevenção, cujo próprio nome já diz a função (manter os equipamentos em funcionamento), a manutenção também está ligada a correção (com a função de reestabelecer os equipamentos danificados), e por fim o terceiro ramo, o de predição (estimar um tempo até a manifestação da falha). Pode-se dizer que um equipamento está em seu funcionamento normal quando desempenha as tarefas dentro da especificação inclusa no seu projeto. A ocorrência de um defeito é dada quando as funções desempenhadas do equipamento apresentam desvio do que foi especificado, podendo ou não afetar a capacidade de desempenhar as tarefas. A degradação está ligada a um conjunto de funções de defeito, onde o equipamento mesmo em estado degradado pode desempenhar uma tarefa em modo reduzido.Uma falha é o estado de funcionamento do equipamento, que impede o mesmo a desempenhar as tarefas específicas, não contempladas na especificação final do projeto do equipamento. Nos ambientes industrias, as tarefas de manutenção são operações de rotina, e se tornam muito importantes para manter a planta em funcionamento. Portanto, a manutenção deve ser tratada como importância estratégica dentro de uma indústria, 9 pois está diretamente ligada à capacidade produtiva da indústria, tendo colaboração e influencia nos custos de produção. Segundo (BOSA, 2009), os custos de manutenção correspondem à parte principal dos custos operacionais totais em plantas industriais. Dependendo do ramo da indústria, os custos com manutenção podem representar entre 15 a 30% do custo de produção. Em indústrias alimentícias, os custos médios para manutenção podem alcançar em torno de 15% do custo de produção, enquanto que nas indústrias siderúrgicas, de papel e celulose e outras indústrias pesadas, a manutenção chega alcançar até 30% desses custos. De acordo com (BOSA, 2009), devido à alta competitividade no mercado nacional e internacional, as empresas devem fornecer produtos e serviços com a mais alta qualidade possível, com a intenção de absorver e manter uma posição favorável de fatia de mercado. Os problemas de fornecimento de produtos, como atrasos ou baixa qualidade são praticamente inadmissíveis pelo mercado. Por exemplo, 1 minuito de parada em uma linha de montagem automotiva pode gerar uma perda de aproximadamente US$ 20.000,00 (BOSA, 2009). Por isso, manter uma planta, em funcionamento, sem a ocorrência de paradas, a alta produtividade e qualidade dos produtos se torna fundamental para as empresas nesse mercado. O custo proveniente de falta de manutenção adequada em indústrias petroquímas nos Estados Unidos consome aproximadamente 20 bilhões de dólares com perdas anuais (BOSA, 2009). Não só as perdas financeiras é o principal prejuízo de deficiência na manutenção, mas também muitos acidentes de trabalho podem ocorrer. (SOUZA e DE FREITAS, 2003) revela que 70% dos acidentes de trabalho ocorrido em ambientes industriais são causados por erros humanos, e que estão relacionados com a falta de manutenção. Tais eventos podem ocasionar problemas significativos de importância econômica, segurança e impacto ambiental. Segundo (BOSA, 2009), os custos envolvidos com as tarefas de manutenção geralmente não são vistos como muito relevantes pela maioria das empresas. Em muitos casos, os seus custos são analisados isoladamente, o que acaba impedindo a empresa de considera-la em sua estratégia colocando-a em segundo plano ou, mesmo, tratando-a como um mal necessário. 10 Porém, a importância do programa de manutenção é percebida quando se é comparado os custos originados pela falta de manutenção. Figura 2 - Gráfico custo em relação ao nível de manutenção adotado Fonte: (MIRSHAWKA e OLMEDO, 1999). A Figura 2 revela que investimentos crescentes em manutenção tendem a reduzir os custos decorrentes das falhas (paradas de produção) e, por consequência diminuir o custo de manutenção (soma dos custos de manutenção com o custo das falhas). Entretanto, nota-se no gráfico que a partir do nível ótimo com investimentos em manutenção uma quantidade maior de investimento gera poucos benefícios para reduzir os custos de paradas e acaba elevando o custo total (BOSA, 2009).Por isso o grande desafio na gestão da manutenção é encontrar um ponto ótimo de disponibilidade conforme a Figura 3, em que o custo da manutenção esteja em um nível capaz de gerar o máximo de lucros. Sendo assim a manutenção deve garantir a produtividade com o menor custo possível (BOSA, 2009). 11 Figura 3 - Gráfico da geração de lucro e disponibilidade Fonte: (MURTY, MARQUEZ e IUNG, 2008) 2.2. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO As estratégias de manutenção são metodologias ou políticas para gerenciamento das tarefas de reparos, da equipe técnica, das peças ou dos equipamentos em estoque dos eventos relacionados à manutenção dos equipamentos de uma planta industrial (BOSA, 2009). O objetivo do plano de manutenção é estender o tempo de vida em funcionamento dos equipamentos. É esperado que uma estratégia eficiente de manutenção possa reduzir a frequência de paradas e reduzir suas consequências. Na Figura 4, são apresentadas estratégias de manutenção mais adotadas e fundamentadas em pesquisas de (AL, 2001). ● Corretiva: os reparos são realizados somente após da manifestação de uma falha. ● Preventiva: os reparos são realizados em intervalos de tempo predeterminados para reduzir a probabilidade da ocorrência de falhas. ● Preditiva: é realizada com base no monitoramento da “saúde” do equipamento, com a finalidade de aplicar os reparos quando os parâmetros estiverem anormais, de forma planejada. ● Proativa: Além de monitorar e planejar os reparos tem como o diferencial de reconfigurar o sistema e tomar decisões pela utilização de sistemas embarcados implantados nos equipamentos. 12 Figura 4 - Estratégias de manutenção Fonte: (BOSA, 2009) 2.2.1. Manutenção corretiva A estratégia de manutenção corretiva é simples e direta, ou seja, quando uma máquina apresentar um estado de falha conserte-a. Esse método tem sido aplicado em grande parte nas tarefas de manutenção nos equipamentos, dede a revolução industrial. É um procedimento puramente reativo que espera pela manifestação da falha e somente depois é tomada qualquer ação para reparo. Esses reparos podem ser intervenções para corrigir, provisoriamente, os danos e depois, em um tempo futuro, fazer um reparo definitivo (paliativas) ou intervenções típicas de reparos definitivos (curativas) (BOSA, 2009). Nesta estratégia de gerência de manutenção, o planejamento de custos para reparo fica difícil de coordenar, pois as falhas são imprevisíveis. Além disso, com o método reativo se faz necessário ter um grande estoque de peças sobressalentes que incluem máquinas reservas ou, pelo menos todos os principais componentes dos equipamentos de uma planta industrial. 2.2.2. Manutenção preventiva Na manutenção preventiva as ações de manutenção são planejadas. Por meio de inspeções e intervenções realizadas periodicamente, tende-se a diminuir as paradas inesperadas, geradas por degradação, restaurando o sistema a seu estado inicial e original de projeto. A manutenção preventiva corresponde a um conjunto de práticas, como planejamento de reparos, lubrificação, limpeza, ajustes, substituição de peças. Estas 13 ações praticas devem ser aplicadas em todas as partes consideradas como críticas em uma planta industrial. Tendo como principal foco o planejamento de manutenção em relação ao tempo (BOSA, 2009). 2.2.3. Manutenção preditiva A estratégia de manutenção preditiva visa aplicar o monitoramento contínuo dos parâmetros de controle, das condições reais de funcionamento, operacional, dentre outros indicadores da planta industrial (BOSA, 2009). Essa estratégia de manutenção visa avaliar o estado do equipamento por meio de medições e monitoração contínua, exige um custo adicional com mão de obra qualificada, aparelhos e instrumentos de medida podem ser realizadas da seguinte forma (BOSA, 2009): ● Monitoramento subjetivo: ● Monitoramento objetivo: ● Monitoramento contínuo 2.2.4. Manutenção proativa Com o aumento da demanda de clientes para produção, concorrência por inovações tecnológicas, as empresas tem buscado melhorar a sua produtividade. Isso se deve ao avanço da automação industrial que favoreceu o aumento da eficiência e a realização de mais produtos e recursos, e à evolução da eletrônica e computação, que favoreceram a diminuição de custos para a fabricação e projetos de equipamentos. Devido a isso as estratégias de manutenção passaram a ser maisexigidas. Visto que as estratégias tradicionais como corretiva ou preventiva, as equipes de manutenção não tem conseguido atingir resultados satisfatórios para melhorar os índices de produtividade e disponibilidade do processo produtivo (BOSA, 2009). 2.3. SISTEMA DE MANUTENÇÃO INTELIGENTE Um sistema de manutenção inteligente é baseado em técnica de manutenção proativa. É uma ferramenta computacional que implementa uma metodologia para melhorar o gerenciamento das operações industriais no quesito de planta industrial (LEE, NI, et al., 2006). 14 Nas modernas plantas industriais do século XXI, estão inclusos diversos sensores, equipamentos de controle de automação muito sofisticados. Devido a isso, o desempenho computacional de tais equipamentos eletrônicos em realizar suas tarefas, também tem sido mais exigido (BOSA, 2009). Um sistema de manutenção inteligente pode economizar na ordem de 20% ou mais de custos com paradas de processo produtivo, elevando o nível de qualidade e disponibilidade, reduzindo os estoques de peças etc. (LEE, NI, et al., 2006). Em um sistema de manutenção inteligente, estão inclusas habilidades para monitorar as plantas industriais a fim de detectar e diagnosticar falhas, e prever a perda de desempenho. Como saídas do sistema, estão as informações que complementam as tomadas de decisões pela equipe de manutenção, que visa planejar as tarefas de manutenção e produção com os melhores momentos para reparos, sem prejudicar o sistema produtivo (BOSA, 2009). As principais funções e objetivos alcançados pelo sistema inteligente de manutenção são: ● Prover transparência, consistência e troca de informações de modo automático para equipe de manutenção e setores gerenciais. ● Aumentar a utilização dos recursos da planta industrial por meio da estratégia de manutenção proativa e preditiva. ● Otimização de planta industrial, aumentando a disponibilidade produtiva. A confiabilidade é um aspecto importante para avaliação de processos e plantas industriais. Não importa quão bom seja o projeto de um produto que será fabricado, se o produto se desviar do especificado ao longo do tempo devido à deterioração no processo produtivo. Portanto, para assegurar um nível satisfatório de confiabilidade nos equipamentos industriais, têm recursos na tarefa de manutenção como um meio estratégico (A.K, 2006). 2.3.1 Metodologia de manutenção baseada na condição A metodologia de manutenção baseada na condição é uma estratégia de manutenção que trabalha de forma a recomendar tarefas de reparos, que são baseados e coletados pelo monitoramento da condição dos equipamentos. Dessa forma, objetiva evitar reparos desnecessários por meio da solicitação somente quando existir uma evidencia de comportamento anormal nos equipamentos. Como 15 resultado, pode significativamente reduzir o custo de manutenção pela diminuição do número de manutenções ou reparos desnecessários que são realizados nos equipamentos (LEBOLD e THURSTON, 2001). Segundo (A.K, 2006) uma abordagem de metodologia de manutenção baseada na condição consiste de três etapas-chave: ● Aquisição de dados: coletar e obter dados relevantes para análise da saúde do sistema em monitoramento. ● Processamento dos dados: filtrar e analisar os dados ou sinais um melhor entendimento e interpretação ● Tomada de decisão de manutenção: computar as informações e recomendar tarefas de manutenção de forma eficiente para reparos no equipamento monitorado. 2.3.2. Processamento de dados Nesta etapa de processamento de dados ou sinais, é feita a redução de ruídos por meio de filtragem. Isso é importante, pois os dados coletados geralmente apresentam sinais de ruídos e até erros que prejudicam a boa interpretação dos dados. No sistema podem ser apresentados erros derivados de falhas presentes nos sensores (BOSA, 2009). Na próxima etapa desse processamento, é feita a análise dos sinais, onde os algoritmos e ferramentas se tornam específicos para cada aplicação e depende principalmente do tipo de sinal e o que se pretende extrair dele. O processamento de dados na categoria de forma de onda e multidimensional também é chamado de processamento de sinais. Várias técnicas para o processamento de sinais foram desenvolvidas, a fim de analisar tais sinais e extrair características que auxiliem no processo de detecção, diagnóstico e predição de falhas. (BOSA, 2009), a seguir algumas das técnicas par processamento de sinais são apresentadas conforme (A.K, 2006): ● Análise no domínio de tempo: baseada no tempo da onda do sinal. Calcula características do tempo do sinal, utilizando estatísticas, tais como, médias, pico, intervalo pico a pico, desvio padrão, etc. ● Analise no domínio da frequência: baseada na transformação do sinal para o domínio de frequência. A vantagem é a habilidade de facilmente identificar e isolar 16 certos componentes de frequências que forem de interesse da análise. Por exemplo, FFT (fast Fourier transform). ● Análise no domínio de tempo-frequência: uma limitação da analise domínio de frequência é a inabilidade de lidar com sinais de ondas não estacionárias, que são muito comuns em ambientes industriais, especialmente em análise de falhas, Assim, a análise de tempo-frequência investiga as ondas do sinal do domínio do tempo e da frequência. 2.3.4. Tomada de decisão de manutenção A detecção e predição de falhas são características que estão incluídas em um sistema de análise que auxilia a tomada de decisão de manutenção. Todavia, a predição não pode substituir o diagnóstico por completo, pois na prática nem todas as falhas são previstas. A predição não é uma técnica com 100 % de certeza em acertos. O diagnóstico é uma ferramenta complementar importante, que tem a finalidade de fornecer suporte à tomada de decisão de manutenção quando a predição for errada, assim o diagnóstico consegue identificar a nova falha ocorrida (VENKATASUBRAMANIAN e RENGASWAMY, 2003). 2.3.5 Arquitetura OSA – CBM O OSA-CBM (Open Systems Architecture for Condition- Based Maintenace) (LEBOLD e THURSTON, 2001), é uma proposta de padronização para construção de uma arquitetura para desenvolvimento de sistemas de manutenção inteligente conforme a Figura 5, e é baseada na ideia de camadas que se relacionam entre si. Este propõe facilitar a integração e interoperabilidade de componentes entre diferentes fabricantes de equipamentos. 17 Figura 5 - Arquitetura em camadas do padrão OSA-CBM Fonte: (BOSA, 2009) Essa arquitetura foi projetada para reutilizar os padrões de comunicação distribuída entre computadores e, para isso, foi adotado o padrão de comunicação em redes. O modelo de computação adotado abre um grande leque de tecnologias atuais que podem ser utilizadas para troca de informações entre os componentes (BOSA, 2009). Cada uma das camadas da arquitetura OSA-CBM tem uma tarefa na manutenção (LEBOLD e THURSTON, 2001): ● Sensores inteligentes: ● Aquisição de dados: ● Processamento de sinais: ● Monitoramento de condição: ● Avaliação de saúde: ● Prognóstico: ● Tomada de decisão: ● Apresentação – IHC 2.4. INTERNET DAS COISAS (IOT) A Internet das Coisas (do inglês Internet of Things (Iot)) surgiu dos avanços de das diversas áreas como sistemas embarcados, microeletrônica, comunicação e 18 sensoriamento. É notório que , a Iot tem recebido bastante olhares de todos os seguimentos seja da academia ou da indústria, devido ao seu grande leque abrangentel que possibilita o uso nas mais diversas áreas das atividades humanas. (SANTOS, SILVA, et al.) A Internet das Coisas, se define como uma extensão da Internet atual, que gera a possibilidade dos objetos do dia-a-dia, mas com capacidade computacional e de comunicação, se conectarem a Internet. Segundo (SANTOS, SILVA, et al.) A conexão com a redemundial de computadores possibilitará , primeiro, controlar remotamente os objetos e, segundo, permitir que os próprios objetos sejam acessados como provedores de serviços. 2.4.1. Blocos básicos de Construção da IoT A Iot pode ser vista como a combinação de diversas tecnologias, as quais são complementares no sentido de viabilizar a integração dos objetos no ambiente físico ao mundo virtual. A Figura 6 apresenta os blocos básicos de construção da Iot sendo eles: (SANTOS, SILVA, et al.). Figura 6 - Blocos básicos da IOT Fonte: (SANTOS, SILVA, et al.). 19 Identificação: é um dos blocos mais importantes, visto que é primordial identificar os objetos unicamente para conectá-los à Internet. Tecnologias como RFID, NFC (Near Field Communication) e endereçamento IP podem ser empregados para identificar os objetos (SANTOS, SILVA, et al.). Sensores/Atuadores: sensores coletam informações sobre o contexto onde os objetos se encontram (SANTOS, SILVA, et al.). Comunicação: diz respeito às diversas técnicas usadas para conectar objetos inteligentes. Também desempenha papel importante no consumo de energia dos objetos sendo, portanto, um fator crítico. Algumas das tecnologias usadas são WiFi, Bluetooth, IEEE 802.15.4 e RFID (SANTOS, SILVA, et al.). Computação: inclui a unidade de processamento como, por exemplo, micro controlador, processadores e FPGAs, responsáveis por executar algoritmos locais nos objetos inteligentes (SANTOS, SILVA, et al.). Serviços: a IoT pode prover diversas classes de serviços, dentre elas, destacam-se os Serviços de Identificação, responsáveis por mapear Entidades Físicas (EF) (de interesse do usuário) em Entidades Virtuais (EV) como, por exemplo, a temperatura de um local físico em seu valor, coordenadas geográficas do sensor e instante da coleta; Serviços de Agregação de Dados que coletam e sumarizam dados homogêneos/heterogêneos obtidos dos objetos inteligentes; Serviços de Colaboração e Inteligência que agem sobre os serviços de agregação de dados para tomar decisões e reagir de modo adequado a um determinado cenário; e Serviços de Ubiquidade que visam prover serviços de colaboração e inteligência em qualquer momento e qualquer lugar em que eles sejam necessários (SANTOS, SILVA, et al.). Semântica: refere-se à habilidade de extração de conhecimento dos objetos na IoT. Tratada descoberta de conhecimento e uso eficiente dos recursos existentes na IoT, a partir dos dados existentes, com o objetivo de prover determinado serviço. Para tanto, podem ser usadas diversas técnicas como Resource Description Framework (RDF), Web Ontology Language (OWL) e Efficient XML Interchange (EXI) (SANTOS, SILVA, et al.). 20 2.4.2. Arquitetura para Iot Para conectar bilhões de objetos inteligentes à Internet, deve-se ter uma arquitetura flexível. Na literatura, temos uma variedade de propostas de arquiteturas sofisticadas, que se baseiam nas necessidades da academia e indústria. (SANTOS, SILVA, et al.) O modelo básico de arquitetura apresenta três camadas, como ilustrado na Figura 7. A primeira camada é a de objetos inteligentes ou camada de percepção. Esta camada representa os objetos físicos, os quais utilizam sensores para coletarem e processarem informações (SANTOS, SILVA, et al.). Figura 7 - Arquitetura Iot Fonte: (SANTOS, SILVA, et al.). Na camada de rede, as abstrações das tecnologias de comunicação, serviços de gerenciamento, roteamento e identificação devem ser realizados. Logo acima, encontra-se a camada de aplicação, a qual é responsável por prover serviços para os clientes. Por exemplo, uma aplicação solicita medições de temperatura e umidade para clientes que requisitam estas informações (SANTOS, SILVA, et al.). 2.4.2.1. Ip para IoT O protocolo IPv4 foi o padrão utilizado para endereçar os dispositivos em rede e criar a “cola” da Internet, i.e., para estar conectado à Internet era necessário ter o protocolo IP. No entanto, não se imaginou que a Internet cresceria e poderia ter dezenas de milhares de pontos finais em uma única sub-rede, tal como agora é previsto para a IoT. (SANTOS, SILVA, et al.). O crescimento da rede mundial de computadores levou ao esgotamento de endereços IPv4 disponíveis. Isto mostrou que o IPv4 não era escalável o suficiente para atender a demanda da IoT (SANTOS, SILVA, et al.). O IPv6 é uma abordagem mais eficaz para solucionar a escassez de endereços IPv4. Os 32 bits alocados originalmente para o protocolo IPv4 foram expandidos para 128 bits, aumentando imensamente a quantidade de dispositivos 21 endereçáveis na Internet. Na IoT, os elementos da rede são endereçados unicamente usando o IPv6 e, geralmente, têm o objetivo de enviar pequenas quantidades de dados obtidos pelos dispositivos. Contudo, o IPv6 tem um tamanho de pacote maior que o tamanho do quadro dos protocolos usados pelos dispositivos na IoT (o pacote IPv6 é transmitido dentro da área de dados do quadro do protocolo de acesso ao meio). Por exemplo, o padrão IEEE 802.15.4, usado para acesso ao meio físico de comunicação, limita os pacotes a 128 bytes. Para resolver esse problema, a IETF criou o 6LoWPAN (KUSHALNAGAR e SCHUMACHER, 2007). A compressão do 6LoWPAN é possível através da utilização de informações de protocolos presentes em outras camadas. Por exemplo, o 6LoWPAN pode utilizar parte do endereço MAC do dispositivo para atribuir um endereço IPv6 para o objeto inteligente. Desta forma, o 6LoWPAN requer menos bits que o IPv6 para realizar o endereçamento. O pesquisador Adam Dunkels realizou uma série de contribuições na área da Internet das Coisas. Três de suas principais contribuições são as implementações da pilha TCP/IP para dispositivos de baixa potência. Estas implementações são conhecidas como low weight IP (lwIP), o micro IP (μIP) e o sistema operacional para IoT Contiki. (SANTOS, SILVA, et al.). 2.4.3 Segurança da informação A segurança da informação, dentro do contexto do acesso ao dado, deve ser entendida como uma cebola vide na Figura 8. Imagine as camadas: o dado é o núcleo da cebola e deve-se passar pelas camadas até chegar a ele. (VENTURELLI, 2017) Os pontos e a ações mais relevantes para implementação e garantia de segurança em uma rede são: Bloquear acesso Monitorar serviços Corrigir ameaças Contingenciar falhas Auditar mudanças 22 Figura 8 - Exemplo Arquitetura de rede segura Fonte: (VENTURELLI, 2017) Os ataques em plantas normalmente ocorrem por um modus operad (não único), mas comum, através de uma invasão de um pequeno programa, que pode ser instalado dentro do sistema (hospedeiro), de forma intencionada ou não, com um pendrive, por exemplo, ou um e-mail com anexo. (VENTURELLI, 2017) Sendo assim, para um projeto de rede se faz necessário seguir os padrões citados acima para evitar ataques cibernéticos, e buscar uma interação com um especialista em segurança cibernética, com a finalidade de se evitar maiores problemas e ataque indesejados. 2.5. ARDUINO MEGA 2560 A placa Arduino Mega 2560 é mais uma placa da plataforma Arduino que possui recursos bem interessantes para prototipagem e projetos mais elaborados. Baseada no micro controlador ATmega 2560, possui 54 pinos de entradas e saídas digitais onde 15 destes podem ser utilizados como saídas PWM. Possui 16 entradas analógicas, 4 portas de comunicação serial. 23 São exibidos na Figura 9 os conectores de alimentação para conexão de shields e módulos na placa Arduino MEGA: (SOUZA, 2014). Figura 9 - conectores para conexões de shields e módulos na placa arduino Mega Fonte: (SOUZA, 2014) IOREF - Fornece uma tensão de referência para que shields possam selecionar o tipo de interface apropriada RESET - pino conectado a pino de RESET do micro controlador. 3,3 V. - Fornece tensão de 3,3V. 5 V - Fornece tensão de 5 V paraalimentação de shields e circuitos externos. GND - pinos de referencia, ground, terra. VIN - pino para alimentar a placa através de shield ou bateria externa. 2.5.1. Microcontrolador da placa Arduíno Mega O microcontrolador utilizado na Arduino MEGA 2560 é o ATMEL ATmega2560 Figura 10, um micro controlador de 8 bits de arquitetura RISC avançada. Esse micro controlador possui mais recursos comparado ao ATmega 328 da Arduino UNO. Ele conta com 256 KB de Flash (mais 8 KB são utilizados para o bootloader), 8 KB de RAM e 4 KB de EEPROM. Chega 16 MIPS, operando em 16 MHz. Possui 24 multiplicador por Hardware e diversos periféricos que aumentam as possibilidades da plataforma Arduino baseada em Atmel ATMEGA, dentre as quais pode-se destacar 4 canais de comunicação serial, 16 entradas analógicas e 15 saídas PWM. Possui ainda comunicação SPI, I2C e 6 pinos de interrupções externas (SOUZA, 2014). Segue abaixo uma imagem deste microcontrolador com encapsulamento TQFP, o mesmo utilizado na placa Arduino Mega 2560: (SOUZA, 2014). Figura 10 - Microcontrolador ATmega 2560 Fonte: (SOUZA, 2014). 2.5.2. Pinos de entrada e saída do Arduino Mega 2560 A placa Arduino MEGA 2560 possui 54 pinos de entradas e saídas digitais que podem ser utilizadas como entrada ou saída conforme a necessidade de seu projeto, através das funções pinMode(), digitalWrite(), e digitalRead(). Os pinos operam com tensão de 5V e podem fornecer ou drenar até 40 mA. Cada pino possui resistor de pull-up interno que pode ser habilitado por software. Alguns desse pinos possuem funções especiais como exibido a seguir: comunicação serial,interrupções externas, PWM, comunicação SPI e comunicação I2C. (SOUZA, 2014). O Arduino Mega2560 possui 16 entradas analógicas (pinos A0 a A15), onde pode ser feita a conversão com uma resolução de 10 bits, ou seja, o valor será convertido entre 0 e 1023. Por padrão o tensão de referência é conectada a 5V. Porém é possível mudar o valor de referência através do pino AREF e a função analog Reference(). (SOUZA, 2014) .Na Figura 11 é exibido os pinos de entradas analógicas no Arduino MEGA2560 25 Figura 11 - pinagem entrada analógica Arduino Mega 2560 Fonte: (SOUZA, 2014) 2.5.3. Ethernet Shield (W5100) O Ethernet Shield W5100 é uma forma rápida e prática de tornar sua placa Arduino on-line. É baseada no chip WIZnet ethernet W5100, que fornece acesso à rede nos protocolos TCP ou UDP. Duas bibliotecas nativas são usadas para poder usar o módulo facilmente: Ethernet Library e SD Library. Nesse exemplo, configuramos o Shield como Web Server para armazenar uma página online com o estado lido de um sensor TCRT5000. (VIDAL, 2018). O Ethernet Shield W5100 é compatível tanto com o Arduino Uno e Arduino Mega e possui um slot para cartão micro-SD, o que facilita a criação de dataloggers. (VIDAL, 2018). Algumas características do W5100 são importantes: Suporta 4 conexões independentes simultaneamente; Não suporta fragmentação de IP; Memória Interna 16Kbytes para Tx / Rx Buffers; Suporte Interface Serial (SPI modo 0, 3). Saídas função Multi-LED (TX, RX, Full / Half duplex, Colisão, Speed Link). O W5100 Wiznet fornece uma rede (IP) capaz de TCP e UDP. Uma série de LEDs indicativos também ajuda a saber o que está acontecendo com o Shield durante sua operação: (VIDAL, 2018) Led PWR: Indica que a placa e Shield está alimentada; Led LINK: Indica a presença de uma ligação de rede e pisca quando o shield transmite ou recebe dados; Led FULLD: Indica que a conexão de rede é full duplex; 26 Led 100M: Indica a presença de uma conexão de rede 100 Mb / s (em oposição a 10 Mb / s) Led RX: Pisca quando o shield recebe dados; Led TX: Pisca quando o shield envia os dados; Led COLL: Pisca quando são detectadas colisões de rede CIW5100 O coração do Shield é o CI W5100, fabricado pela WIZNet. Algumas fontes recomendam a utilização de uma fonte de alimentação externa para alimentar o Shield devido ao consumo de corrente elevado desse CI, mas muitos exemplos utilizam o cabo USB para alimentação também. O datasheet indica um consumo de até 183mA, o que está dentro das capacidades dos cabos USB 2.0(500mA) e 3.0(900mA) (VIDAL, 2018) Mas atente-se que caso você esteja alimentando outras cargas como sensores e relés, pode ser que você precise de uma fonte externa. Em geral, é recomendado o uso de uma fonte de externa para garantir que todos os componentes sejam alimentados de acordo com suas características. (VIDAL, 2018) 2.5.4 Acelerômetro O acelerômetro é um equipamento utilizado para mensurar a aceleração própria. A aceleração própria é diferente daquela estabelecida através da relação entre velocidade e tempo. Sendo que esta considera a sensação de peso medida em um dado referencial. (OLIVEIRA, 2015) Acelerômetros são dispositivos que podem funcionar a partir de diversos efeitos físicos e apresenta uma extensa faixa de valores de aceleração. Esses dispositivos são utilizados principalmente em sistemas de posicionamento, sensores de inclinação e sensores de vibração. Normalmente, estes sensores estão presentes em dispositivos de aparelhos celulares. (OLIVEIRA, 2015) Segundo (OLIVEIRA, 2015) existem vários tipos de acelerômetros, tais como: acelerômetro piezo elétrico, acelerômetro por indução magnética, e acelerômetro de capacitância. Este último utiliza um mecanismo de detecção conhecido como sensor capacitivo de aceleração, para medir tanto as forças de acelerações estáticas quanto dinâmicas. 27 Na maioria dos casos, a aceleração é tratada como um vetor que pode ser usado para detectar a orientação do dispositivo, mais precisamente pitch (inclinação) e roll (rotação). Quando aciona-se o dispositivo, a aceleração de 1g é distribuída entre os três eixos conforme a Figura 12.Com isso é possível calcular o ângulo do dispositivo em cada um dos 3 eixos. (OLIVEIRA, 2015) Figura 12- Exemplo de funcionamento interno de um acelerômetro Fonte: (LIMA, 2017) 2.5.5 Acelerômetro MPU 6050 O MPU6050 é um sensor de seis eixos, o que significa que ele fornece seis valores como saída. Três valores do acelerômetro (correspondentes aos eixos X, Y e Z) e três do giroscópio. Tanto o acelerômetro como o giroscópio são incorporados dentro de um único chip que utiliza o protocolo I2C para se comunicar com o controlador, no nosso caso o arduino. (LIMA, 2017). 2.6. MONITORAÇÃO E ANÁLISE DE VIBRAÇÕES A vibração mecânica ocorre com frequência em vários processos e equipamentos presentes numa instalação industrial. Esta não produz apenas ruído, que pode prejudicar a saúde humana, mas também tem a energia necessária que pode reduzir a vida de um componente/máquina e afetar a estabilidade da operação. Contudo, a vibração de uma máquina pode ser intencionalmente desenvolvida e por isso ter um propósito funcional. Nem todos os tipos de vibração de máquinas são indesejados. Por exemplo, a vibração é útil em peneiras, compactadores, finalizadores de superfícies, escovas de dente elétricas, máquinas de lavar, entre outros. Por outro lado e como discutido anteriormente, a vibração pode ser não 28 intencional e pode levar a danos nas máquinas, constituindo, na maioria das vezes, uma vibração não deliberada e indesejada. (MARGARIDA, 2016) Monitorizar as características de vibração de uma máquina serve para obter informação acerca do estado de “saúde” da máquina. Essa informação é utilizada para detectar possíveis falhas e avarias, podendo evitar danos mais graves ou mesmo avarias que possam inutilizar o equipamento e/ou colocar em risco a segurança dos operadores e/ou utilizadores do equipamento. Apesar do diagnóstico de falhas em máquinas englobar a medição e análise de vários fenómenos associados à operação das mesmas, o comportamento vibratório é o principalindicador do estado atual da máquina. O sistema de monitoramento e análise vibracional é baseado em 3 partes fundamentais: 1. Aquisição de dados 2. Processamento de dados. 3. Tomada de decisão. 2.6.1 Conceito de vibração A maioria dos indivíduos tem um conhecimento intuitivo do que é a vibração, no entanto para ser adquirida e usada como indicador do estado real do equipamento, é importante compreender explicitamente o que é a vibração e toda a problemática envolvente. A vibração pode definir-se como “uma oscilação em que a quantidade é um parâmetro que define o movimento de um sistema mecânico”. Isto é, a vibração é um movimento que se repete num intervalo de tempo resultado da oscilação de um objeto em relação à sua posição de repouso. A forma mais simples de vibração é a vibração harmônica Figura 13, o que faz com que todas as outras formas de vibração não sejam mais do que a soma de duas ou mais vibrações harmônicas. (MARGARIDA, 2016) 29 Figura 13 - Vibração harmônica Fonte: (MARGARIDA, 2016) Os termos numéricos mais importantes para descrever a vibração harmónica são: (MARGARIDA, 2016). ● A amplitude (Z) – valor de afastamento do ponto ou sistema relativamente à posição de referência, no caso de uma vibração harmónica a amplitude é o valor máximo (pico) da sinusoidal, M-N na Figura 13 As vibrações podem ser medidas em deslocamento [μm], velocidade [mm/s] ou aceleração [m/s² ou g]; (MARGARIDA, 2016). ● A frequência ou frequências (ω) – número completo de ciclos por unidade de tempo (segundo), reproduzido na Figura 13. Habitualmente, a unidade é o Hertz [Hz], podendo também ser representada em ciclos por minuto [cpm], ou em rotações por minuto [rpm]; (MARGARIDA, 2016). ● A fase (α) - a posição inicial do ponto, no instante (t=0) em que se começou a medir e é indicada em radianos [rad] ou graus [º]. As funções harmónicas são frequentemente utilizadas na análise de vibrações. Um objeto que sofra uma vibração harmónica simples é definida por (1): (MARGARIDA, 2016). 𝒵(𝓉) = 𝒵 cos 2𝜋𝜔𝓉 + 𝑎 (1) Onde ω é a frequência da harmónica, 2πωt a frequência angular correspondente, Z a amplitude de deslocamento e α a fase. (MARGARIDA, 2016) 30 A velocidade �̇�(t) e a aceleração �̈�(t) do objeto são obtidas através da derivação do deslocamento uma e duas vezes, respectivamente: (MARGARIDA, 2016). �̇� (𝑡) = 2𝜋𝜔𝑍𝑠𝑖𝑛(2𝜋𝜔𝑡 + 𝛼) = Ż𝑐𝑜𝑠(2𝜋𝜔𝑡 + 𝛼 + 𝜋2) (2) �̈�(𝑡) = −(2𝜋𝜔) 2𝑍𝑐𝑜𝑠(2𝜋𝜔𝑡 + 𝛼) = Z̈𝑐𝑜𝑠(2𝜋𝜔𝑡 + 𝛼 + 𝜋) (3) Assim, os valores absolutos máximos de deslocamento, velocidade, e aceleração de um objeto que apresenta uma vibração harmónica, ocorrem quando as funções trigonométricas de (1) a (2) são numericamente iguais à unidade. Estes valores são conhecidos como, respectivamente, amplitude de deslocamento(4), velocidade(5), e aceleração(6), sendo definidos matematicamente como: (MARGARIDA, 2016). Z = Z (4) Ż = (2πω)Z (5) �̈� = (2πω)Ż (6) As vibrações encontradas na prática muitas vezes não apresentam este padrão regular. Nas máquinas as falhas podem gerar impulsos, ou sinais harmónicos estacionários adicionais. Os sinais harmónicos surgem devido a efeitos linearmente sobrepostos como o desequilíbrio, o alinhamento inexato, veios deformados, falhas nos dentes de engrenagens, falhas em rolamentos, diferenças no fluxo elétrico de motores elétricos, ou por mudanças na operação periódica da máquina. (MARGARIDA, 2016) Assim, as vibrações podem ser a combinação de várias ondas sinusoidais, cada uma com amplitude e frequência diferentes, e são denominadas de vibrações periódicas ou determinísticas. (MARGARIDA, 2016) 31 As vibrações periódicas são as mais importantes quando se trata de apurar o estado atual das máquinas. A cada ciclo de rotação dá-se a repetição da ocorrência dos fenômenos na máquina. Nas estruturas, as vibrações determinísticas são o resultado da ação de máquinas em funcionamento ao seu redor. (MARGARIDA, 2016) Figura 14 - Vibração periódica representada no domínio do tempo e na frequência do sinal. Fonte: (MARGARIDA, 2016) Com base na Figura 14 é possível extrair as funções harmónicas, (7) a (9), e consequentemente a função da vibração periódica, (10), que resulta da soma das três vibrações harmónicas simples: (MARGARIDA, 2016) z1(t) = Z1 cos 2πω1t +α1 (7) z2(t) = Z2 cos 2πω2t +α2 (8) z3(t) = Z3 cos 2πω3t +α3 (9) z(t) = z1(t) + z2(t) + z3(t) (10) 32 Conclui-se que a vibração é um fenómeno dinâmico que pode ser representada em deslocamento, velocidade e aceleração, tanto no domínio do tempo como no domínio da frequência (MARGARIDA, 2016). 2.6.2. Aquisição e processamento do sinal A vibração é a fonte básica de sinal que será analisado através de técnicas de processamento de sinal. Contudo, para que se obtenha este sinal é necessário adquiri-lo através de sensores ou transdutores. O sensor é um dispositivo que recebe um estímulo de entrada e responde com um sinal eléctrico. O transdutor é um dispositivo que converte um tipo de energia, como a vibração, num diferente tipo de energia, habitualmente corrente ou tensão elétrica. Deste modo, muitos sensores podem ser designados de transdutores. Em monitorização de vibrações os sensores mais comuns são sensores de: deslocamento, velocidade e aceleração. Estes são sensores que produzem nos seus terminais de saída uma corrente ou tensão elétrica que é proporcional, respectivamente, ao/à deslocamento, velocidade e aceleração a que são sujeitos. Os acelerómetros (sensores de aceleração) piezoeléctricos são os mais utilizados para a medição de vibrações em máquinas porque abrangem uma vasta gama de frequências, são menores e por isso oferecem globalmente melhores características que outro tipo de sensor (MARGARIDA, 2016). A medição de sinal pode ser realizada de duas formas: em-linha (online) ou em-diferido (offline). Na medição em-linha, ou aquisição automática, os sensores estão continuamente em utilização. No caso da medição em-diferido, ou aquisição manual, o sistema de aquisição de dados é portátil, ou seja, é feita uma medição intermitente ou periódica. A aquisição de dados é um método eficaz e não destrutivo que permite monitorizar a condição da máquina enquanto esta está no seu funcionamento estacionário ou num estado transitório. É muito importante que seja feita uma correta aquisição de sinal, caso contrário o tratamento dos dados será afetado e todo o trabalho de detecção e diagnóstico de falhas estará comprometido (MARGARIDA, 2016). Como referido anteriormente, a análise de vibrações começa com um sinal real que varia com o tempo, adquirido a partir de um sensor. Através da entrada deste sinal num instrumento de medição de vibrações, existe uma seletora de 33 opções possíveis para processar e consequentemente analisar o sinal e comumente, distinguem-se em três categorias principais: (MARGARIDA, 2016) ● Análise no domínio do tempo – baseia-se na própria forma de onda do sinal adquirido. Calcula características a partir dos sinais no tempo tais como valor de pico, valor de pico-pico, fator de crista, valor de RMS (MARGARIDA, 2016) ● Análise no domínio da frequência – baseia-se no sinal transformado no domínio da frequência. A vantagem deste tipo de análise quando comparada com a análise no domínio do tempo é a habilidade de facilmente identificar e isolar componentes de frequência de maior interesse. O método mais comum de processamento de sinal no domínio da frequência é através da aplicação do algoritmo da transformada rápida de Fourier; (MARGARIDA, 2016) ● Análise tempo/frequência – baseia-se na análise de sinais em ambos os domínios, tempo e frequência, e tem como vantagem em relação à análise no domínio da frequência a capacidade para lidar com sinais não estacionários, que são os mais frequentesquando ocorrem falhas em máquinas. Habitualmente, o processo mais utilizado é a STFT (MARGARIDA, 2016). Além dos exemplos referidos anteriormente, existem outras técnicas relacionadas com as três categoriais discutidas como, por exemplo: o sinal no tempo, o nível global, o espectro de frequência PBC (Percentagem de Banda Constante), a fase e os modos de vibração, a análise de tendência, a média no tempo, a média de espectros, o envelope, as cascatas, os testes de ressonância, entre outras (MARGARIDA, 2016). Hoje em dia, com o aumento da disponibilidade dos pacotes de processamento de sinal e com a globalização da tecnologia e Internet, todas as técnicas referidas, e um grande número de outras, podem agora ser diretamente experimentadas e/ou programadas pelo utilizador num computador genérico (MARGARIDA, 2016). 2.6.2.1. Sinal no Tempo O sinal no tempo permite visualizar a vibração em tempo real e toda a informação está contida neste parâmetro sensível ao dano, sendo por isso o parâmetro mais intuitivo. Todavia, a representação dos fenômenos vibratórios no domínio do tempo torna difícil a sua interpretação. Neste tipo de representação 34 todos os dados são adicionados para indicar o deslocamento total a qualquer instante como na Figura 15, sendo, habitualmente, penoso determinar a contribuição de uma fonte particular de vibração. O sinal no tempo acaba por não fornecer a quantidade de informação útil desejada (MARGARIDA, 2016). Figura 15 - Exemplo de sinal no tempo Fonte: (MARGARIDA, 2016) 2.6.2.2. Espectro FFT Atualmente, a forma mais comum de processamento de sinal no domínio do tempo para o domínio da frequência é a transformada rápida de Fourier. A FFT é um algoritmo que calcula a transformada discreta num intervalo de tempo. Este método utiliza o sinal no tempo e decompõe-no nas suas componentes de frequência, determinando quais as harmónicas que compõem a vibração medida e cada harmónica com amplitude, fase e frequência. Este tipo de análise no domínio da frequência através da FFT tem aplicabilidade em sinais periódicos (MARGARIDA, 2016). A Figura 16 mostra um exemplo da conversão de sinal, em que cada linha no espectro de frequência representa uma harmónica do sinal adquirido no domínio do tempo. O intervalo de tempo é definido como N pontos espaçados e consecutivos, do sinal adquirido. Como se verifica na Figura 16, este intervalo de tempo é convertido como um bloco completo num bloco completo de linhas de frequência, 35 em que cada linha do espectro FFT representa uma frequência. Todas as amostras do intervalo de tempo são necessárias para produzir cada linha no domínio da frequência. Sendo importante ressalvar que, num analisador dinâmico de sinal não se obtém um resultado válido até estar reunido um intervalo de tempo completo (MARGARIDA, 2016). Figura 16 - Sinal representado no domínio do tempo e no domínio da frequência Fonte: (MARGARIDA, 2016) Outra característica da FFT é que transforma estas amostras no domínio do tempo em N/2 linhas de frequência, igualmente espaçadas de 1/T (em que T é o período de amostragem). Isto é, só se obtém metade das linhas porque na verdade, cada frequência contém duas fracções de informação, amplitude e fase. Portanto, é favorável que o número de pontos a medir (N) seja uma potência de 2, por exemplo 1024. A primeira frequência do espectro de frequência é 1/T [Hz] e a última é (N/2)(1/T) [Hz]. O espaçamento entre linhas de frequência é denominado de resolução em frequência (dω). Com estes dados, é então possível definir o valor de frequência mais alto que pode ser adquirido, designado de frequência máxima (ωmáx). Esta é dada por (11): (MARGARIDA, 2016) 36 ωmáx = 𝑁2 × 1𝑇 (11) Em que N é o número de pontos a medir. 2.6.2.3. Aliasing Segundo (GENE F. FRANKLIN, 2013) Aliasing é uma das consequências abordadas no teorema de amostragem de Nyquist e Shanon. O teorema afirma que para o sinal ser reconstruído com precisão a partir da amostra não deve haver componente de frequência maior do que a metade da taxa de amostragem, portanto a frequência de amostragem (ωa) deve ser no mínimo duas vezes maior que a frequência máxima demostrada na equação (12). ωa = 2 × ωmax (12) (COSTA, 2018) afirma em seu livro que a maioria das aplicações de medição de vibração necessitam de um filtro anti-aliasing no circuito conversor analógico digital para eliminar frequências indesejadas na medição 2.6.2.4. Escala de amplitude e média na frequência Frequentemente, é possível definir a escala de amplitudes de um espectro de frequência FFT, que pode ser linear ou logarítmica. A escala linear adequa-se quando se pretende realçar as maiores amplitudes presentes no espectro. Porém, a escala logarítmica é a mais usual porque permite não só a visualização das amplitudes maiores bem como das menores, no mesmo gráfico. Logo, quando existem, no mesmo espectro, amplitudes muito grandes e amplitudes muito pequenas deve utilizar-se a escala logarítmica caso contrário corre-se o risco de não observar as pequenas. (MARGARIDA, 2016). Dado que, no mundo real o sinal adquirido não é limpo, isto é, é adquirido na presença de ruído significativo, ao espectro FFT podem ser aplicadas médias que têm como função atenuar ou retirar os efeitos de ruído e/ou de componentes aleatórias do sinal monitorizado, tornando o espectro mais consistente e consequentemente realçando as frequências que mais interessam. Quanto maior o 37 número de médias, mais perto o ruído está de zero o que significa que mais limpo será o espectro. 2.6.2.5. Janelas Existe outro problema decorrente da utilização da transformada rápida de Fourier para processamento de sinal – o leakage ou efeito de janela. Leakage define-se com a inexistência de um número inteiro de ciclos do sinal amostrado, provocando o aparecimento de falsas componentes de frequência no espectro FFT. Observando a Figura 17 (a) compreende-se que o espectro de frequência deste sinal no tempo tem apenas uma linha uma frequência. Contudo e porque apenas se extrai um intervalo de tempo finito ver Figura 17 (b), o efeito de janela ocorre e a onda será distorcida ver Figura 17 (c) dando origem a um espectro FFT diferente. (MARGARIDA, 2016) Figura 17 - Exemplo do efeito de janela em um sinal não periódico no intervalo de tempo Fonte: (MARGARIDA, 2016) 38 A solução para esta questão passa por aplicar uma janela apropriada que irá minimizar o erro do efeito de janela. A janela “obriga” a FFT a olhar para os dados através de uma janela estreita onde a entrada é zero em ambas as extremidades do intervalo de tempo. Podemos ver que na Figura 18 c está representado um espectro FFT que traduz, de forma aproximada, o sinal no domínio da frequência apresentado no domínio do tempo. Refere-se ao que se diz de forma aproximada, pois a janela reduz o leakage, mas não o elimina na sua totalidade. Também exibe o fenômeno de leakage quando aplicado o algoritmo FFT num sinal não periódico, em que a FFT vê as descontinuidades como uma frequência de modulação (MARGARIDA, 2016). Figura 18 - Atenuação do fenômeno de leakage com a aplicação de janela apropriada Fonte: (MARGARIDA, 2016) 39 A janela mais utilizada em análise de vibrações de sinais estacionários é a Hanning, pois oferece uma boa relação entre resolução de frequência e resolução de amplitude, com amplitudes relativamente exatas. Porém, para o regime transiente existem outras janelas mais adequadas, como a janela Retangular, visto que a Hanning irá retirar o regime transiente ao sinal, isto é, existirá perda de informação. A janela Retangular . Figura 19 ao contrário da Hanning, pesa uniformemente todo o intervalo de tempo. Figura 19 - Aplicação da janela Retangular em regimes transientes. Fonte: (MARGARIDA,
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