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Professora: Engª Civil Silvia Romfim Generalidades Ligações com pinos metálicos Ligações com cavilhas Ligações com pregos Ligações com parafusos LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS DE MADEIRA LIGAÇÕES GENERALIDADES Devido à limitação no comprimento das peças de madeira, principalmente no caso de madeira serrada, que são encontradas em comprimento de 4 a 5 metros, para viabilizar a execução das estruturas é necessária a execução de ligacões. GENERALIDADES Existem dois tipos principais de ligações: 1) Por penetração GENERALIDADES 2) Por aderência GENERALIDADES Para a execução das ligações em estruturas de madeira, os principais tipos de dispositivos utilizados são: Pinos metálicos Cavilhas; Conectores. GENERALIDADES A madeira quando perfurada pode apresentar problemas de fendilhamento. GENERALIDADES Para evitar esse problema devem ser obedecidos os espaçamentos e pré-furações estabelecidos pela norma brasileira e apresentados a seguir para cada tipo de conector. GENERALIDADES Tipo de ligação Valor de d0 Pregada Coníferas Dicotiledôneas Parafusada Cavilhada efdd 85,00 efdd 98,00 mmdd ef 5,00 efdd 0 d0 = diâmetros de pré-furação GENERALIDADES O estado limite último de uma ligação é atingido por deficiência de resistência da madeira ou do elemento de ligação. O dimencionamento da ligação é feito pela seguinte condição de segurança: onde: = valor de cálculo das solicitações; = valor de cálculo da resistência. dd RS dS dR LIGAÇÕES COM PINOS METÁLICOS RIGIDEZ DOS PINOS São feitas diversas considerações quanto à quantidade de pinos metálicos utilizados para a obtenção de uma maior rigidez. A aplicação de apenas dois ou três pinos é considerada como ligações deformáveis e, portanto, apenas utilizadas em estruturas isostáticas. Nunca serão utilizadas ligações com um único pino. No cálculo dos esforços solicitantes, considera-se que as ligações sejam rígidas, no entanto, adota-se uma contra-flecha compensatória igual a L/100 (valor mínimo), onde L é o vão teórico da estrutura considerada. Por outro lado, ligações feitas com quatro ou mais elementos serão de pré-furação especificados na seguinte tabela:consideradas rígidas, de acordo com os diâmetros GENERALIDADES - RIGIDEZ DOS PINOS Tipo de ligação Valor de d0 Pregada Coníferas Dicotiledôneas Parafusada Cavilhada efdd 85,00 efdd 98,00 mmdd ef 5,00 efdd 0 d0 = diâmetros de pré-furação RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS A norma brasileira define a resistência total de um pino como sendo a soma das resistências correspondentes às suas diferentes seções de corte. RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS As ligações podem apresentar cortes simples ou duplos. RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS As ligações podem apresentar cortes simples ou duplos. RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS Importante Caso existam mais de oito pinos em linha, dispostos paralelamente ao esforço a ser transmitido, os pinos suplementares devem ser considerados com apenas 2/3 de sua resistência individual. Onde n é o número efetivo de pinos 8 3 2 80 nn RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS O aço de fabricação dos pregos deve apresentar uma resistência característica (fyk) mínima de 600 MPa, e um diâmetro mínimo de 3 mm. Para parafusos estruturais recomenda-se um diâmetro mínimo de 10mm e fyk = 240 MPa. RESISTÊNCIA DOS PINOS A resistência de um pino, em uma dada seção de corte entre duas peças de madeira é apontada em função de: resistências de embutimento das duas madeiras interligadas; resistência de escoamento do pino, do diâmetro d, de uma espessura convencional t, sendo esta a menor das espessuras entre t1 e t2 de penetração do pino em cada um dos elementos interligados. wedf ydf RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS O valor de cálculo da resistência do pino para uma seção de corte é determinada através da seguinte equação: Onde: t = espessura convencional da madeira d = diâmetro do pino (parafuso ou prego) d t RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS Outro parâmetro a ser adotado nos cálculos é: = Resistência de cálculo ao escoamento do pino; = Resistência de cálculo ao embutimento; ed yd f f 25,1lim ydf edf RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS O valor de (resistência de cálculo) da resistência de um pino, dada a uma única seção de corte, é determinada através das seguintes expressões: 1- Embutimento da Madeira: 1,vdR edvd f t R 2 1, lim 40,0 RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS 2- Flexão do pino: Tomando-se sendo ydvd f d R lim 2 1, lim 625,0 s yk yd f f 1,1s coeficiente de minoração da resistência do aço RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS A resistência de um pino, em certa seção de corte entre uma peça de madeira e uma de aço, é determinada pela menor das duas resistências, uma relativa à ligação do pino com a madeira e a outra a ligação do pino com a parede da peça metálica. LIGAÇÃO ENTRE MADEIRA E AÇO. LIGAÇÃO ENTRE MADEIRA E AÇO. RESISTÊNCIA DOS PINOS METÁLICOS RESISTÊNCIA DAS CAVILHAS Os critérios para a determinação da resistência de uma cavilha, para uma dada seção de corte, seguem os mesmos especificados para ligação por pinos metálicos, sendo nesse caso considerados os seguintes parâmetros de madeira utilizada: Resistência a compressão paralela da cavilha considerada em sua flexão. Resistência a compressão normal a cavilha. Diâmetro da cavilha (d). Espessura convencional (t), como definida anteriormente. )( ,90 dcf )( ,0 dcf RESISTÊNCIA DAS CAVILHAS As ligações podem apresentar cortes simples ou duplos. De modo análago ao apresentado para os pinos metálicos, a determinação da resistência é feita em função do coeficiente β, como descrito a seguir. RESISTÊNCIA DAS CAVILHAS d t cavdc cavdc f f ,90 ,0 lim lim lim cavdcvd f t R ,90 2 1, ..4,0 cavdcvd f d R ,90 lim 2 1, ..4,0 Com isso obtêm-se duas situações de cálculo: (esmagamento da cavilha) (flexão da cavilha) LIGAÇÕES CAVILHADAS A pré-furação deve apresentar o mesmo diametro da cavilha. DIÂMETROS MÍNIMOS Diâmetros mínimos Pregos: 3 mm Parafusos: 10 mm Cavilhas: 16 mm CARACTERÍSTICAS MÍNIMAS ESPAÇAMENTOS MÍNIMOS NBR 7190/1997 NOMENCLATURA DAS BARRAS EXEMPLO Para a treliça esquematizada abaixo, serão dimensionadas as ligações por pinos referentes aos nós 1, 4, 5, 12 e 13. DADOS: Madeira Classe C-60 (Dicotiledônea) Madeira de primeira categoria Inclinação da treliça α=15 ° Seção transversal das barras (em cm). CARREGAMENTOS Determinação dos coeficientes de ponderação das ações: Ação permanente de grande variabilidade =1,4 (combinação desfavoravel) =0,9 (combinação favoravel) Ação variavel – vento =1,4 (ação do vento) g g q AÇÕES NAS BARRAS kQqkGgd FFF ,, .75,0.. Combinação de ações: • Barra 1-2 • Fd = (-2649*1,4) + [1,4*0,75*(-1267)] = --5.039daN – Para vento de sobrepressão • Fd = (-2649*1,4) + [1,4*0,75*(6731)] = + 4683daN – Para vendo de sucção julius Caixa de Texto 0,9 julius Destacar COMBINAÇÕES ULTIMAS NORMAIS kQqkGgd FFF ,, .75,0.. Esforços nas barras ( + ) Tração ( - ) Compressão Carregamento permanente e vento (sobrepressão) Carregamento Permanente e vento (sucção) Barra Esforço (daN) 1--2 -5039 1--10 4637 3--4 -4204 4--5 -3575 4--11 811 4--12 -697 5--12 1009 5--13 0 12--13 2657 Barra Esforço (daN) 1--2 4683 1--10 -4739 3--4 4353 4--5 3735 4--11 -942 4--12 778 5--12 -1132 5--13 0 12--13 -2437 CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA Classe C-60 Carregamento de longa duração Classe de umidade Madeira de primeira categoria Tabela 13 – NBR 7190 2 ,0 /600 cmdaNf kc 2 ,0 /80 cmdaNf kv 7,01mod, k 0,12mod, k 0,13mod, k 4,1c 2,0 mod,0,0 /300 4,1 600 .7,0. cmdaN f kff c kc dtdc 𝑓𝑐90,𝑑= 0,25. 𝑓𝑐0,𝑑 . 𝛼𝑛 = 0,25.300.1,00 = 75𝑑𝑎𝑁/𝑐𝑚² 0,1n CARACTERÍSTICAS DOS PINOS 2 , /2400 cmdaNf ky 1,1s 2 , /2181 1,1 2400 cmdaNf dy s yk yd f f Resistencia de cálculo dos pinos: ydf = resistência de escoamento do pino Para parafusos estruturais recomenda-se um diâmetro mínimo de 10mm e fyk = 240 MPa. Coeficiente de minoração da resistência do aço. DIMENSIONAMENTO DAS LIGAÇÕES: Nó 1 NÓ 1 Determinação da quantidade de parafusos necessária para absorver o esforço crítico de tração 4683 daN/cm². t = menor valor entre t1 = 3 cm e t2 = 6/2 = 3 cm. Portanto, t = 3 cm. d = diâmetro do parafuso. Considerando d = dmin = 10 mm 3 1 3 d t 1) Cálculo de β valor de cálculo da resistência do pino NÓ 1 )(cos.).(. . 2 ,90 2 ,0 ,90,0 , dede dede de fsenf ff f Sendo 2 ,0,0 /300 cmdaNff dcde 2 ,0,90 /146..25,0 cmdaNff edcde 2 0202,15 /280 )15(cos.146).15(.300 )146).(300( cmdaN sen f de 2) Determina-se a resistência da madeira ao embutimento inclinado 5,3 280 2181 25,125,1 , , lim de dy f f 3) Cálculo de βlim Como β < βlim ocorrerá embutimento na madeira. Tabela 14 NBR NÓ 1 4) A resistência de cada seção de corte para um parafuso será dada por: devd f t R 15 2 1, ..4,0 daNRvd 336280. 3 3 .4,0 2 1, 4 seções de corte NÓ 1 Como tem-se 4 seções de corte, e a resistência de um parafuso é de 1344daN (4X336), para resistir ao maior esforço de tração, 4683 daN, serão necessários 4 parafusos de 10 mm. DIMENSIONAMENTO DA LIGAÇÃO ENTALHADA Compressão inclinada as fibras: Tração paralela as fibras 2 02 ,90 02 ,0 ,90,0 ,15 /250 )15(cos.).15(. . cmdaN fsenf ff f dcdc dcdc dc cme eeA F c d dc 2,3250 811 6. )15cos( 5039 0 ,15 2 ,0,0 /300 cmdaNff dcdt cme eA F util d dt 4,9300 6.12 4637 ,0 e(adotado)=3,5cm > ¼ h CISALHAMENTO 2,0 mod,0 /31 8,1 80 .7,0. cmdaN f kf v kv dv cmf tgefA fd d 2,2531 6).15(.( )15cos(.5039)15cos(. 0 00 cmfadotado 26 NÓ 4 - LIGAÇÃO DO MONTANTE COM O BANZO NÓ 4 - LIGAÇÃO DO MONTANTE COM O BANZO Considerando o esforço crítico: Para t=3 cm e d=10mm, tem-se: daNNd 778 3 1 3 d t 2 02 ,90 02 ,0 ,90,0 ,75 /151 )75(cos.).75(. . cmdaN fsenf ff f dede dede de 75,4 151 181.2 25,1lim lim daNf t R dcvd 2,181..4,0 75 2 1, NÓ 4 - LIGAÇÃO DO MONTANTE COM O BANZO Para duas seções de corte, a resistência de um parafuso é de 362,4daN (2x181,2). Logo, serão secessários 3 parafusos para resistir a um esforço normal de 778daN. NÓ 4 - LIGAÇÃO ENTRE A DIAGONAL E O BANZO Considerando o esforço crítico: Para t=3 cm e d=10mm, tem-se: daNNd 942 3 1 3 d t 2 02 ,90 02 ,0 ,90,0 ,24 /256 )24(cos.).24(. . cmdaN fsenf ff f dede dede de 64,3 256 181.2 25,1lim lim daNf t R dcvd 307..4,0 24 2 1, NÓ 4 - LIGAÇÃO ENTRE A DIAGONAL E O BANZO Para duas seções de corte, a resistência de um parafuso é de 614 daN (2x307). Logo, serão necessários 2 parafusos, para resistir a solicitação de 942daN. NÓ 5 - LIGAÇÃO DO BANZO Considerando o esforço crítico: Para t=3 cm e d=10mm, tem-se: daNNd 3735 3 1 3 d t 48,3 280 181.2 25,1lim lim daNf t R dcvd 336..4,0 15 2 1, 2 02 ,90 02 ,0 ,90,0 ,15 /280 )15(cos.).15(. . cmdaN fsenf ff f dede dede de NÓ 5 - LIGAÇÃO DO BANZO Para quatro seções de corte, a resistência de um parafuso é de 1344 daN (4x336). Logo serão necessários 3 parafusos. NÓ 5 - LIGAÇÃO DO BANZO COM A DIAGONAL Considerando o esforço crítico: Para t=3 cm e d=10mm, tem-se: daNNd 1132 3 1 3 d t 76,3 241 181.2 25,1lim lim daNf t R dcvd 289..4,0 29 2 1, 2 02 ,90 02 ,0 ,90,0 ,29 /241 )29(cos.).29(. . cmdaN fsenf ff f dede dede de NÓ 5 - LIGAÇÃO DO BANZO COM A DIAGONAL Para duas seções de corte, a resistência de um parafuso é de 578 daN. Logo serão necessários 2 parafusos. NÓ 12 - LIGAÇÃO DO MONTANTE COM O BANZO Considerando o esforço crítico: Para t=3 cm e d=10mm, tem-se: daNNd 778 3 1 3 d t 2 ,90 /146 cmdaNf dc 83,4 146 181.2 25,1lim lim daNf t R dcvd 175..4,0 90 2 1, Para duas seções de corte, a resistência de um parafuso é de 350 daN (2x175). Logo serão necessários 3 parafusos para resistir ao esforço de 778daN. NÓ 12 - LIGAÇÃO DO MONTANTE COM O BANZO NÓ 12 - LIGAÇÃO ENTRE A DIAGONAL E O BANZO Considerando o esforço crítico: Para t=3 cm e d=10mm, tem-se: daNNd 1132 3 1 3 d t 2,4 192 181.2 25,1lim lim daNf t R devd 230..4,0 47 2 1, 2 02 ,90 02 ,0 ,90,0 ,47 /192 )47(cos.).47(. . cmdaN fsenf ff f dede dede de NÓ 12 - LIGAÇÃO ENTRE A DIAGONAL E O BANZO Para duas seções de corte, a resistência de um parafuso é de 460 daN. Logo serão necessários 3 parafusos para resistir ao esforço de 1132daN. NÓ 13 - LIGAÇÃO DO BANZO COM O MONTANTE Devem ser colocados apenas 2 parafusos de diâmetro 10 mm (o mínimo exigido por norma). NÓ 13 - LIGAÇÃO DO BANZO COM O MONTANTE Serão necessários 2 parafusos (mínimo estabelecido pela Norma). ESPAÇAMENTOS - SEGUEM O EXIGIDO PELA NORMA NBR 7190/1997 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto de Estruturas de Madeira - NBR 7190:1997. ABNT, Rio de Janeiro, 1997. CALIL JUNIOR, C. SET 406 - Estruturas de Madeira - Notas de aula. Escola de Engenharia de São Carlos, Publicações EESC/USP, São Carlos, 1996. CALIL JUNIOR, C. Roteiro de projetos de telhados com treliças de madeira. SET 112 Estruturas de Madeira - Notas de aula. Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira (LaMEM), São Carlos, 1989.
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