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Exames laboratoriais e de imagem em unidade de terapia intensiva Natal, 2022 Enf Ma. Larissa Ferreira Exames laboratoriais são responsáveis pelo fornecimento do estado de saúde do paciente, auxiliam na avaliação de diagnósticos clínicos, fornecem o monitoramento do tratamento que deve ser realizado e, consequentemente, o prognóstico, ou seja, a indicação de uma possível doença. É fundamental que o profissional seja conhecedor da assistência correta prestada ao paciente no que concerne aos exames laboratoriais, que são, em outras palavras, instrumentos de avaliação, acompanhamento e prevenção no tratamento das pessoas. Exigências – quais os conhecimentos necessários que o enfermeiro precisa ter para interpretar um exame? Fisiologia, farmacologia e patologia Conhecer/ examinar/ avaliar o paciente Fluxo do Exame de Laboratório Exame Clínico Fase Pré-analítica Erro: ± 60 a 70% Pedido de exame Preparo do paciente Obtenção da amostra Realização do exame Fase analítica Erro: ± 20 a 30% Avaliação dos resultados Fase pós-analítica Erro: ± 10% Liberação do laudo Avaliação médica do laudo Causas pré-analíticas de variação dos resultados • Jejum; • Dieta; • Gênero; • Idade; • Uso de bebida alcoólica, fumo, fármacos e/ou drogas de abuso; • Data da menstruação/ tempo de gestação; • Ansiedade, estresse.... Critérios de rejeição de amostras •Presença de hemólise, lipemia, icterícia •Falta de informações importantes para execução do exame •Inadequação de tubos, volumes, aditivos e conservantes •Centrifugação inadequada •Preparação inadequada do paciente •Conservação inadequada da amostra •Tempo inadequado entre a coleta e o processamento •Transporte inadequado •Identificação incompleta ou incorreta da amostra •Acidentes Coleta de Sangue ❖ Identificação do paciente ❖Identificação da amostra ❖Verificar relação de exames ❖Preparar material ❖Assepsia ❖ Garroteamento ❖ Coleta/ Acondicionamento/ Envio CONHECENDO A AMOSTRA BIOLÓGICA ➢ CUIDADOS DURANTE A COLETA: 1. Conferir a identificação dos tubos e se estão de acordo com os exames a serem realizados; 2. Seguir a ordem dos tubos; 3. Relação sangue/anticoagulante; 4. Homogeneizar suavemente por inversão as amostras após coleta; 5. Manter as amostras em estantes até o momento da centrifugação/análise. ERRADO CORRETO Punção- cuidados •Antissepsia •Sítio de punção –pacientes com medicação intravenosa, cateter e mastectomizados •Garroteamento •Calibre correto da agulha •Qualidade da agulha e dos tubos à vácuo •Múltiplas e demoradas tentativas de punção •Proporção entre sangue e anticoagulante Erros na coleta da amostra •Garroteamento excessivo •Punção em membro com infusão venosa •Coleta com tubos inadequados para os exames •Acidentes perfuro-cortantes •Má qualificação do profissional •Falta de comprometimento do profissional •Instabilidade emocional e/ou influências externas sobre o profissional Exames: hematologia e coagulação ➢ HEMOGRAMA ➢ ERITROGRAMA ➢ LEUCOGRAMA ➢ CONTAGEM DE PLAQUETAS ➢ TAP E TTPA Hemograma O hemograma é o nome dado ao conjunto de avaliações das células do sangue que, reunido aos dados clínicos, permite conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número de patologias. Coleta: Sangue total com EDTA Tubo: Tampa roxa Cuidados: O sangue total coletado com anticoagulante deve ser cuidadosamente homogeneizado por inversão de 5 a 8 vezes para evitar hemólise e a coagulação do sangue. Composição do Hemograma: ✓ Eritrócitos (ou série vermelha) - Eritrograma ✓ Leucócitos (ou série branca) - Leucocrama ✓ Plaquetas (ou série plaquetária) - Contagem de plaquetas ERITROGRAMA: ➢ A análise da série vermelha é constituída pelas seguintes determinações básicas: 1 – Contagem de eritrócitos (CE): milhões/mm3 2 – Dosagem da hemoglobina (Hb): g/dL 3 – Hematócrito (Ht): % 4 – Volume Corpuscular Médio (VCM): fl 5 – Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): pg 6 – Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): % 7 – Red blood cell Distribution Width (RDW) = (%) índice fornecido por equipamentos automatizados Hemograma Hemograma Interpretação quantitativa e qualitativa do eritrograma: ✓ Contagem dos eritrócitos: apresenta pouco significado clínico, pois não traz nenhuma informação sobre a patologia do paciente. Sua relevância maior é no cálculo e na interpretação dos índices hemantimétricos. ✓ Dosagem da hemoglobina: é o parâmetro laboratorial que permite saber se o paciente está anêmico ou não, e informa a intensidade da anemia. ✓ Hematócrito / volume globular (vg): é a porcentagem de volume ocupada pelos hemácias no volume total de sangue ✓ VCM: informa o tamanho médio dos eritrócitos. - VCM ↑ = eritrócitos predominantemente macrocíticos = macrocitose - VCM ↓ = eritrócitos predominantemente microcíticos = microcitose - VCM N = eritrócitos normocíticos = normocitose Hemograma Interpretação quantitativa e qualitativa doeritrograma: ✓ HCM: expresso em picogramas, indica a quantidade média de hemoglobina nos eritrócitos. É um índice de concentração de hemoglobina. Por ser um valor absoluto torna-se o marcador mais fiel de hipocromia eritrocitária. - HCM ↓ = Eritrócitos predominantemente hipocrômicos = hipocromia - HCM N = Eritrócitos normocrômicos - HCM ↑= Não indica hipercromia. Termo utilizado em raras situações. Hemograma Interpretação quantitativa e qualitativa do eritrograma: ✓ CHCM: também é um índice de hipocromia, estimado em valor relativo. Apresenta baixa sensibilidade, pois somente há variação quando a anemia está em estágio mais avançado. Porém, quando sua concentração está diminuída a hipocromia é tranquilamente visualizada na microscopia. - CHCM ↓ = Eritrócitos predominantemente hipocrômicos = hipocromia - CHCM N = Analisar conjuntamente os outros índices de hipocromia além da microscopia. Pode não significar normocromia - CHCM↑ = Presença de eritrócitos hipercrômicos. Geralmente eritrócitos com defeito na formação da sua membrana. Ex: esferócitos e eliptócitos. Analisar conjuntamente os outros índices de hipocromia além da microscopia. Hemograma Interpretação quantitativa e qualitativa doeritrograma: ✓ RDW: recentemente com a automatização das avaliações das células do sangue, aliada a programas de informática, obtêm-se dados sobre diâmetro ou superfície celular, histograma e gráficos de distribuição de células. Especificamente para a série vermelha a automatização fornece o índice RDW que avalia a amplitude da superfície dos eritrócitos, ou seja, é o coeficiente de variação do tamanho dos eritrócitos. É a medida quantitativa de anisocitose. ✓ Valor de referência: 12 a 16 % - RDW ↑ = População eritrocitária heterogênea (dupla população) → Avaliar este índice sempre em conjunto com o VCM - RDW N = População de tamanho homogêneo - RDW ↓ = Sem significado clínico. Não existe. LEUCOGRAMA: ➢ O leucograma avalia as contagens total e diferencial (valores relativo e absoluto) e a morfologia dos leucócitos ou glóbulos brancos. ➢ Tipos de leucócitos: Hemograma Típicas da medula óssea Mieloblasto Promielócito Mielócito Metamielócito Corrente sanguínea Neutrófilos (Segmentado ou Bastonete) Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos Gênese dos leucócitos: NEUTÓFILOS SEGMENTADOS BASTÕES LINFÓCITOS MONÓCITOS EOSINÓFILOS BASÓFILOS Valores normais da série branca Terminologia interpretação do leucograma: ✓ Contagem global: ➢ Leucocitose: Quando a contagem global de leucócitos está acima do valor padrão para a idade. Leucocitose fisiológica – geralmente de grau leve é comum em gestantes, RN, lactantes, após exercícios físicos e em pessoas com febre; Leucocitose reativa – estão notadamente relacionadas com o aumento de neutrófilos e se devem às infecções bacterianas, inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas; Leucocitose patológica – estão relacionadas a doenças mieloproliferativas (leucemias mielóides epolicitemia vera) e linfoproliferativas (leucemias linfóides e alguns linfomas) ➢ Leucopenia: Quando a contagem global de leucócitos está abaixo do valor padrão para a idade. Viroses: HIV, Hepatites (A, B ou C); Mononucleose infecciosa, rubéola, sarampo, dengue; Doenças sistêmicas: Hepatopatia crônica e desnutrição; Medicamentos: analgésicos, antinflamatórios e anticonvulsivantes; Covid-19: maioria dos pacientes (alguns podem fazer leucocitose). Terminologia interpretação do leucograma: ✓ Contagem diferencial: ➢ Neutrofilia: é o aumento do número relativo e/ou absoluto de neutrófilos no sangue, considerando os limites de referência. Infecções agudas; Intoxicações (metabólicas, substâncias químicas e drogas); Hemorragia aguda; Hemólise aguda; Corticosteróides; Gravidez Terminologia interpretação do leucograma: ✓ Contagem diferencial: ➢ Neutropenia: é a diminuição do número relativo e/ou absoluto de neutrófilos no sangue, considerando os limites de referência. Quimioterapia e radioterapia; Leucemias agudas; Deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico; Infecções virais (HIV, mononucleose infecciosa, hepatite, influenza, sarampo, rubéola) Infecções bacterianas (Sepse); Infecções por protozoários (Malária, Calazar); Uso de fármacos (Sulfonamidas, antibióticos, antifúngicos, anti- inflamatórios, anticonvulsivantes, ...) Terminologia interpretação do leucograma: ✓ Contagem diferencial: ➢ Linfocitose: é o aumento do número relativo e/ou absoluto de linfócitos no sangue, considerando os limites de referência. Leucemias (LLC, LLA); Infecções (Coqueluche, mononucleose, hepatite, CMV, caxumba, rubéola, toxoplasmose, TB crônica) ➢ Linfopenia: é a diminuição do número relativo e/ou absoluto de linfócitos no sangue, considerando os limites de referência. Terapia com corticoides ou epinefrina e síndrome de Cushing; Infecções (retrovírus); Quimioterapia e radioterapia Distúrbios autoimunes Casos mais graves de Covid-19 Terminologia interpretação do leucograma: ✓ Contagem diferencial: ➢ Eosinofilia: é o aumento do número relativo e/ou absoluto de eosinófilos no sangue, considerando os limites de referência. Infestações parasitárias (ascaris, estrongilóides e schistosomas) Eosinofilias familiares (benignas); Alergias; Doença de Hodgkin; Leucemia mielóide crônica; Reações imunológicas (rejeição de transplante). Obs.: A ausência de eosinófilos tem uma grande relevância no laudo, pois indica mau prognóstico em processos infecciosos agudos (associados a neutrofilia). Ocorre também pós administração de corticosteroides ou de epinefrina, síndrome de Cushing e em inflamação aguda. Terminologia interpretação do leucograma: ✓ Contagem diferencial: ➢ Monocitose: é o aumento do número relativo e/ou absoluto de monócitos no sangue, considerando os limites de referência. Recuperação de agranulocitose, quimioterapia ou regressão de infecção aguda; Protozoonoses (malária, calazar, tripanossomíase); Infecções bacterianas (endocardite, TB, sífilis); Infecções virais agudas; Leucemias (monocíticas). Terminologia interpretação do leucograma: ➢ Agranulocitose: Ausência total de granulócitos no sangue periférico ou inferior a 500/mm3. Destruição periférica dos PMN (frequentemente relacionada a fármacos); Insuficiência da medula óssea. ➢ Desvio à esquerda: Quando o número de neutrófilo bastonete ou seus precursores for superior ao valor de referência relativo e/ou absoluto (escalonado) Processos infecciosos bacterianosagudos. Terminologia interpretação doleucograma: ➢ Granulações grosseiras: São grânulos azurófilos que se mantêm no citoplasma dos neutrófilos por um estímulo à granulocitopoese durante processos infecciosos persistentes. CONTAGEM DE PLAQUETAS: As plaquetas são também produzidas na medula óssea e derivam da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos. Tem forma discoide, são anucleadas e estão presentes no sangue em quantidades variáveis entre 150 e 450 mil/mm³. ➢ Função: fundamental no processo inicial da hemostasia. Auxilia na reparação das lesões vasculares, evitando hemorragias. A agregação dessas células e a adesividade delas com as células endoteliais próximas às lesões, funcionam como tampões e promovem o desencadeamento da coagulação sanguínea. HEMOGRAMA Esfregaço sanguíneo Gênese das plaquetas: Interpretação da contagem de plaquetas: ➢ Contagem normal: OBS.: Há casos de contagem com número de plaquetas dentro dos valores padrões, porém com ausência de grânulos → sangramentos devido à dificuldade da agregação plaquetária. ➢ Plaquetopenia / trombocitopenia: Interpretação da contagem de plaquetas: ➢ Plaquetocitose / trombocitose: Anemia ferropriva; Hemorragias agudas; Inflamações; Infecções crônicas; Anemias hemolíticas; Leucemias; Policitemia vera; Trombocitemia essencial – doença mieloproliferativa ESS Idade: 53 anos I.C.: Púrpura trombocitopênica FJRL Idade: 45 anos I.C.: Leucemia mieloide aguda PSS Idade: 24 anos I.C.: Dor pélvica TAP E TTPA São exames que analisam a atividade dos fatores da coagulação (Via extrínseca, Via intrínseca e Via Comum) Coleta: Sangue total (Citrato de sódio 3,2%) Tubo: tampa azul Cuidados: O sangue total coletado com anticoagulante deve ser cuidadosamente homogeneizado por inversão de 5 a 8 vezes para evitar hemólise e a coagulação do sangue. É importante respeitar o volume de sangue a ser distribuído no tubo (1 parte de citrato para 9 partes de sangue). TAP E TTPA TAP (TEMPO DE ATIVIDADE DA PROTROMBINA): ✓ Avalia-se a via extrínseca e comum da coagulação, através dos fatores VII, X, V, Protrombina (II) e Fibrinogênio (I). ✓ TAP alterado com TTPA normal: deficiência hereditária de fator VII, doença hepática e deficiência de vitamina K. ✓ A origem da tromboplastina interfere na sua sensibilidade. ✓ Padronização pela OMS: Os fabricantes de reagentes foram orientados a comparar as tromboplastinas produzidas com a tromboplastina de referência mundial da OMS (tromboplastina padrão) e calcular o Índice de Sensibilidade Internacional (ISI) para cada lote de reagente produzido. Normalmente o ISI fica entre 1,0 e 1,4. ✓ O valor do ISI é usado para calcular o RNI/INR (Internacional Normalized Ratio), que nada mais é que o TAP "corrigido ou normatizado". ✓ Teste de escolha para monitorar o uso de anticoagulantes orais inibidores da vitamina K. É avaliado pelo INR. ✓ Monitorar a terapia de anticoagulantes orais (warfarin). TAP (TEMPO DE ATIVIDADE DA PROTROMBINA): VIA EXTRÍNSECA TAP E TTPA TTPA (TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL): ✓ Valor de referência: 25 a 36 segundos ✓ Avalia defeitos da via intrínseca e comum da coagulação através dos fatores: XII, PK, CAM, XI, IX, VIII, X, V, Protrombina (II) e Fibrinogênio (I). ✓ TTPA alterado: • Com histórico de sangramento: Def IX (hemofilia B), deficiência do fator VIII (Hemofilia A) e XI (raro) • Sem histórico de sangramento: Def XII, PK e CAM ✓ Controle do uso terapêutico de heparina. ✓ OBS.: Quando ocorre alteração de TAP e TTPA, a primeira vista, deve-se pensar em um defeito na via comum de coagulação, como por exemplo um defeito no fibrinogênio. MPS Idade: 50 anos I.C.: Cirrose hepática alcóolica BIOQUÍMICA CLÍNICA CARBOIDRATOS Coleta: Tipos de tubo: Glicose e lactato Demais dosagens bioquímicas ➢ Amostra analisada: Plasma (tubo cinza) ou soro (vermelho ou amarelo) BIOQUÍMICA Exemplo de exames realizados GLICOSE UREIA CREATININA TGO e TGP GGT FAL LDH CPK e CKMB AMILASE POTEINAS TOTAIS E FRAÇÕES PROTEÍNAS NO LÍQUOR BT E FRAÇÕES COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES TRIGLICERÍDEOS ÁCIDO ÚRICO HEMOGLOBINA GLICADA C3 E C4 FERRO E TRANSFERRINA FÓSFORO LACTATO PCR MICROALBUMINÚRIA Na, K, CA, MG e CL IGM, IGA E IGM BIOQUÍMICA CLÍNICA CARBOIDRATOS LACTATO: ➢ Coleta:Sangue total coletado em tubo tampa cinza ➢ Jejum recomendado: 8 horas ➢ Amostra analisada: Plasma ➢ Recomendações: ▪ O paciente deve estar em repouso ▪ Evitar o garroteamento (se necessário, máximo 30 segundos) ▪ Centrifugar dentro dos 15 minutos após coleta ➢ Valores de Referência: Sangue venoso: 4,5 - 19,8 mg/dL Sangue arterial: < 11,3 mg/dL BIOQUÍMICA CLÍNICA CARBOIDRATOS LACTATO: ➢ O lactato é um subproduto do metabolismo anaeróbico da glicose, e seu aumento no sangue demonstra uma má perfusão tecidual (hipóxia) que tem sido associado ao agravamento de pacientes principalmente em Unidades de Terapia Intensiva. ➢ A produção normal de lactato ocorre, principalmente, no músculo esquelético, no intestino, no cérebro e nos glóbulos vermelhos. ➢ O lactato produzido pode ser captado pelo fígado e convertido em glicose (gliconeogênese) ➢ Acidose lática: ▪ Redução da oxigenação tecidual (hipóxia/hipoperfusão) EX.: Exercícios severos, hipotensão, insuficiência cardíaca, parada cardíaca, toxicidade pelo monóxido de carbono. ▪ Associadas a doenças subjacentes: Ex.: DM, malignidade (Leucemias, CA de pulmão), hepatopatias, acidose respiratória, infecções, insuficiência renal, sepse. BIOQUÍMICA CLÍNICA UREIA: ➢ Valor de Referência: 15 – 45 mg/dl ➢ Constitui a maior parte do nitrogênio não proteico no sangue ➢ Os aminoácidos provenientes do catabolismo proteico são desaminados com produção de amônia (tóxico). Este composto é convertido em ureia no fígado associado ao CO2.. Após síntese exclusivamente hepática, a ureia é transportada pelo plasma até os rins, onde é filtrada pelos glomérulos. A ureia é excreta na urina, embora 40 – 70% seja reabsorvida por difusão passiva pelos túbulos. BIOQUÍMICA CLÍNICA UREIA: ➢ Ureia no plasma é afetado pela função renal, conteúdo proteico da dieta e teor do catabolismo proteico, estado de hidratação e presença de sangramento intestinal. ➢ O uso da ureia como indicar da função renal é limitado pela variedade nos resultados causados por fatores não renais. ➢ Tipos de uremia: pré-renal, renal e pós-renal. BIOQUÍMICA CLÍNICA HIPERUREMIA: ➢ Uremia pré-renal: ▪ Decréscimo do fluxo sanguíneo renal (Choque, Insuficiência cardíaca, hemorragia, desidratação e volume sanguíneo marcadamente diminuído) ▪ Reabsorção de proteínas sanguíneas após hemorragia gastrointestinal maciça e desidratação moderada; ▪ Alteração do metabolismo proteico (dieta rica em proteínas, infusão de aa, febre, estresse, último trimestre da gravidez) ▪ Terapia com corticoesteróides e tetraciclinas. BIOQUÍMICA CLÍNICA HIPERUREMIA: ➢ Uremia renal: A filtração glomerular está diminuída com retenção de ureia em consequência da insuficiência renal aguda ou crônica resultantes de lesões nos vasos sanguíneos renais, nos glomérulos, nos túbulos renais ou no interstício. ➢ Uremia pós-renal: Resulta da obstrução do trato urinário com reabsorção da ureia pela circulação ▪ Obstrução ureteral (cálculos, coágulos, tumores da bexiga, hipertrofia próstática) HIPOUREMIA: Ocorre em casos de insuficiência hepática; dieta pobre em proteínas e desnutrição. BIOQUÍMICA CLÍNICA CREATININA: ✓ Valores de referência: Homem: 0,7 – 1,3 mg/dL Mulher: 0,6 – 1,1 mg/dL ✓ É produzida como resultado da desidratação não enzimática da creatina muscular. A creatina, por sua vez, é sintetizada no fígado, nos rins e no pâncreas e transportada no sangue para outros órgãos, como os músculos e cérebro, onde é fosforilada (composto de alta energia). A creatina livre no músculo é espontânea e irreversivelmente convertida no produto de excreção, a creatinina (produto dos resíduos de creatina). A creatinina se difunde do músculo para o plasma, de onde é removida quase que completamente e em velocidade relativamente constante por filtração glomerular. ✓ Como a taxa de excreção da creatinina é relativamente constante e a sua produção não é influenciada pelo metabolismo proteico, a concentração de creatinina sérica é mais sensível e específico do que a medida da concentração da ureia plasmática no estudo da taxa de filtração glomerular. BIOQUÍMICA CLÍNICA ➢ HIPERCREATINEMIA: Qualquer condição que reduza a taxa de filtração glomerular promove menor excreção urinária de creatinina, com consequente aumento em sua concentração plasmática. ➢ Causas pré-renais: É comum na necrose muscular esquelética ou atrofia (traumas, distrofia muscular, miastemia grave e fome). Também ocorre em situações de decréscimo do fluxo sanguíneo renal (Choque e Insuficiência cardíaca) ➢ Causas renais: A filtração glomerular está diminuída com retenção de creatinina em consequência da insuficiência renal aguda ou crônica resultantes de lesões nos vasos sanguíneos renais, nos glomérulos, nos túbulos renais ou no interstício (tecido intersticial). ➢ Causas pós-renais: Obstrução ureteral (cálculos, coágulos, tumores da bexiga, hipertrofia prostática) ➢ HIPOCREATINEMIA: sem significado clínico ASC Idade: 74 anos I.C.: Neoplasia maligna do corpo do estômago MMJ Idade: 38 anos I.C.: Rim transplantado BIOQUÍMICA CLÍNICA Eletrólitos ELETRÓLITOS: ➢ São os ânions (íons com carga elétrica negativa) e os cátions (carga elétrica positiva). ➢ Funções: ▪ Manutenção da pressão osmótica e a homeostase da água; ▪ Funcionamento apropriado do coração dos músculos ▪ Cofatores de enzimas ▪ pH fisiológico Principais Eletrólitos Séricos Sódio (Na+)– 135-148 mEq/L - extracelular ◦ Potássio (K+) – 3,5-5,0 mEq/L – intracelular Cloreto (Cl-) – 90-100 mEq/L – extracelular ◦ Fosfato (PO4+)–1,7-2,6 mEq/L - intracelular ◦ Cálcio (Ca+)–2,1-2,6 mEq/L - intracelular ◦ Magnésio (Mg+)–1,3-2,1 mEq/L - intracelular ◦ Bicarbonato (HCO3-) –22-26 mEq/L - intracelular Alguns conceitos na regulação dos eletrólitos BIOQUÍMICA - ELETRÓLITOS SÓDIO: ➢ Símbolo: Na+ ➢ Cátion predominante no líquido extracelular ➢ Principal responsável pela manutenção do equilíbrio hídrico osmótico (Pressão osmótica). ➢ Importante na produção do impulso para condução cardíaca e para contração muscula (manutenção do potencial de membrana). ➢ Regulação do equilíbrio ácido básico. ✓ Processos de regulação: controlada pelos rins, pela secreção de aldosterona e pela secreção do hormônio antidiurético. SÓDIO: ➢ HIPONATREMIA: ▪ Definida como concentração do sódio plasmático menor do que 135 mEq/L; ▪ É o distúrbio hidroeletrolítico mais comum da prática clínica hospitalar ▪ Pode estar associada com tonicidade baixa, normal ou alta. ▪ Hiponatremia hipotônica/hipo-osmótica: Causa mais comum desses distúrbios. Ocorre devido a depleção de solutos ou pela retenção de água com consequente diluição dos solutos (excesso relativo de água em relação ao sódio). Correspondem, verdadeiramente, aos distúrbios do sódio. Para que seja instituída a terapia, o primeiro passo é determinar o estado volêmico do paciente. ▪ Sintomas: - Leves (↓de 125-130 mEq/L): náuseas, cefaléia, mialgia, mal-estar, hiporexia, confusão mental - Moderados (entre 115 e 125 mEq/L): letargia, desorientação, agitação, depressão e psicose - Sintomas graves (↓ de 115-120 mEq/L): como parada respiratória, convulsões e coma. BIOQUÍMICA - ELETRÓLITOS ▪ Causas de hiponatremia de acordo com o acontecimento primário (depleção de solutos do organismo ou diluição): ➢ Retenção hídrica: causada pela inapropriada secreção do hormônio antidiurético (ADH) SIADH ( Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético): é caracterizada pela secreção contínua ou pelo aumento da atividade do hormônio antidiurético e responde por 14 a 40% do total de casos de hiponatremia. Está relacionada: a situação de stress como pós operatório, a doenças neurológicas (AVC), as infecções e as neoplasias. Causa mais comum em pacientes internados. ↑ secreção de ADH → ↑ reabsorção de água nos tubos coletores → hiponatremia ➢ Elevada sudorese ➢ Depleção de sódio: perdas excessivas de líquidos gastrointestinais, doenças renais , hemorragias, consumoexcessivo de água. ➢ Excesso de ingestão de água: Infusão endovenosa de grande quantidade de líquidos que ultrapassa a capacidade dos rins de eliminar o excesso. MPS Idade: 50 anos I.C.: Cirrose hepática alcóolica PFN Idade: 84 anos I.C.: Nefrite túbulo-intersticial crônica (responsável por cerca de um terço de todos os casos de insuficiência renal crónica) JGOS Idade: 7 anos I.C.: Síndrome nefrótica RGS Idade: 59 anos I.C.: Outras formas de choque * Hiponatremia A principal complicação da hiponatremia é a disfunção neurológica Perda de água do LEC para o LIC (EDEMA CEREBRAL) Manifestações Clínicas Ressecamento das mucosas Cefaléia Diminuição da produção de saliva Hipotensão LetargiaConvulsão Edema Cerebral Tratamento Reposição de Sódio: dieta, SF0,9%, Ringer lactato; Restrição de sódio e água em pacientes com volume de líquidos normal ou excessivo( hiponatremia dilucional); Pode ser administrado um diurético de alça (furosemida) para evitar a sobrecarga de volume LEC; Quando sintomas neurológicos presentes, pode haver necessidade de solução hipertônica (Nacl 3% ou 5%). CUIDADOS Cuidado no preparo e administração da solução hipertônica; Administrar de forma lenta e com cautela; Monitorar o balanço hídrico e o peso corporal; Anotar perdas anormais de sódio: vômitos, diarreia. Ficar em alerta para alterações no SNC (letargia, confusão, contratura muscular e convulsões). BIOQUÍMICA CLÍNICA ELETRÓLITOS SÓDIO: ➢ HIPERNATREMIA: ▪ A hipernatremia é definida como concentração de sódio no soro maior do que 145 mEq/L. O sódio contribui para a tonicidade e induz a movimento de água através das membranas celulares. Portanto, a hipernatremia induz hipertonicidade/hiperosmolalidade e sempre causa desidratação celular (hipertonicidade nos capilares sanguíneos pode ocasionar ruptura e hemorragias). ▪ Causas: Está ssociada a desidratação ou aporte excessivo de sódio. - Terapia diurética (↑ a excreção renal de K+ pelo ↑ na captação de Na+ no túbulo distal) - Sobrecarga de sódio (infusão de NAHCO3 e NaCl). ▪ Sintomas: irritabilidade, confusão, convulsão. Entre outros relacionados ao sistema nervoso central. Manifestações Clínicas Hipertermia Inquietação Diminuição da produção de saliva Tônus Muscular Diminuído Sede INTENSA Fraqueza Desorientação TaquiesfigmiaTaquicardia Tratamento • Reposição hídrica Perda de água • SF 0,45% (500 mL + 12,5 mL de NaCl a 20%)Perda de líquidos hipotônicos • Suspender os agentes hipertônicos e administrar fluídos hipotônicos (SG a 5% ou SF a 0,45%) Ganho de sódio hipertônico CUIDADOS Avaliar a necessidade de instalar SNG Para administrar água e alimentos em pacientes com risco de broncoaspiração Monitorar quanto à alterações no comportamento Agitação, desorientação, letargia Avaliar se há perdas anormais de água ou baixa ingestão e grandes ganhos de sódio BIOQUÍMICA CLÍNICA ELETRÓLITOS (ex.: síntese de POTÁSSIO: ➢ Símbolo: K+ ➢ Cátion predominante no líquido intratracelular (98% o total) ➢ Funções: ▪ Atua na regulação de muitos processos metabólicos celulares proteínas e glicogênio); ▪ Transmissão de impulsos nervosos para contração muscular (↓ ou ↑ K+ arritmias cardíacas e paralisia muscular). ▪ Correção do desequilíbrio ácido-básico; ▪ Manutenção do volume celular; ▪ Importante para o correto funcionamento de enzimas como piruvato quinase (Glicólise) ✓ Processo de regulação: Assim como o sódio, a concentração de K é regulada principalmente pelos rins, através dos níveis de aldosterona, que quando elevado estimula a eliminação de urina com maior quantidade de K+ BIOQUÍMICA CLÍNICA ELETRÓLITOS POTÁSSIO: ➢ Controle do Potássio: Em condições normais, são ingeridos 50 a 150 mmol/L de potássio que são absorvidos do sistema digestório e rapidamente distribuídos para os tecidos. Uma pequena quantidade é captada pelas células, mas a maior porção é excretada pelos rins. Ao contrário do Na+, entretanto, não há nenhum limiar renal para o K+, sendo que este cátion continua a ser excretado na urina mesmo em estados de depleção de K. ✓ Processos de regulação: Função renal e Aldosterona - Renal: Quase todo o K+ filtrado pelo glomérulo é reabsorvido no túbulo proximal. Quando o Na+ é reabsorvido no túbulo distal, o lúmem tubular torna-se eletronegativo em relação as células adjacentes e os cátions das células (K+, H+) movem-se para o lúmem e neutralizam a carga elétrica negativa. ▪ Aldosterona: Eleva a reabsorção tubular renal do sódio, com o consequente aumento na secreção de potássio ou íon hidrogênio (o H+ compete com o K+ na troca pelo Na+) nos túbulos distais. Hipocalemia É a concentração de potássio sérico < 3,5 mEq/L Considerada uma anormalidade eletrolítica mais encontrada na prática clínica. Causas: ✓Perdas gastrointestinais: diarreia, vômitos; ✓Perdas geniturinárias: acidose tubular renal, uso de diuréticos; ✓Ingestão insuficiente: notar que há perda obrigatória nas fezes; ✓Desvio iônico: alcalose. Manifestações Clínicas ✓Neuromusculares: fraqueza muscular, parestesias, cãimbras; ✓Renais: concentração prejudicada, poliúria; ✓Gastrointestinais: náuseas, íleo adinâmico; ✓SNC: irritabilidade, letargia, coma; Tratamento • Reposição por dieta, xarope de KCl ou comprimido (20 a 40 mEq) K+ > 3,0 mEq/L e Oligossintomáticos • Repor K+ por via EV (20 a 40 mEq/L) K+ < 3,0 mEq/L + uso de digital e sintomático Cuidados A hipocalemia aumenta sensibilidade para os digitálicos Evitar reposição rápida Monitorar pacientes em uso de digitálicos Risco para intoxicação digitálica Monitorar pacientes em risco Fadiga, anorexia, fraqueza muscular, motilidade intestinal diminuída, parestesias e arritmias O POTÁSSIO NUNCA DEVE SER REPOSTO DE FORMA RÁPIDA, POR ISSO O POTÁSSIO IV DEVE SER ADIMINSTRADO USANDO-SE UMA BOMBA INFUSORA. Hipercalemia É a concentração de potássio sérico > 5,5 mEq/L Causas: Injúria Renal Aguda (IRA), Acidose, transfusões e hemólise, Iatrogenias, Lesões por esmagamento de membros e outras causas de degradação de proteínas, Grande ingestão de K+ frente à injúria renal, entre outras. Manifestações Clínicas Tratamento •Gluconato ou cloreto de cálcio, bicarbonato de sódio, solução polarizante (glicose e insulina); •Iniciar a suspensão das fontes de oferta de K+ na dieta/medicação; •Correção da acidose. CÁLCIO: ➢ O cálcio está presente em três compartimentos principais: esqueleto (99%), tecidos moles (0,1%) e líquido extracelular - plasma sanguíneo e liquido intersticial (1%). ➢ Principais reguladores da homeostasia do cálcio: PTH e Vitamina D ▪ O PTH é produzido pelas glândulas paratireóides em resposta à hipocalcemia e à hiperfosfatemia e promove o aumento do cálcio sérico através de três ações: aumento da reabsorção óssea através da estimulação dos osteoclastos, aumento da reabsorção tubular distal de cálcio e aumento da produção renal de calcitriol (forma ativa da vitamina D), a qual promove aumento da absorção intestinal de cálcio, principalmente no duodeno. Hipocalcemia É a concentração de cálcio < 8,5 mg/dL Causas: Perda de tecido da paratireóide após tireoidectomia, hipoparatireoidismo idiopático, insuficiência renal (raramente sintomática), consumo inadequado de vitamina D. Manifestações Clínicas Tetania (excitabilidade neural aumentada) Formigamento Diarreia e poliúria; Convulsões; Arritmias cardíacas e intervalo Q-T aumentado; Espasmo carpopedal (espontâneo ou com uso de manguito de pressão durante três minutos, inflado acima da pressão sistólica - Sinal de Trousseau); Contração do músculo facial após leve golpe na frente da orelha - Sinal de Chvostek. Tratamento • Aumentar a ingestão de cálcio para 1000mg/dia Se assintomático e sintomas leves • Verificar hipomagnesemia e tratar em conjunto. • Adm cálcio IV 1 a 2g como dose de ataque por até 20 min e continuar infusão lenta de reposição. Se sintomático Cuidados Educaçãoem saúde Quanto a reposição de cálcio oral e alimentos Cuidados na administração do gluconato de cálcio Administrar lentamente e ficar atento para a dosagem Monitorar pacientes em risco Principalmente os com risco aumentado para convulsões Hipercalcemia É a concentração de cálcio > 10,5 mg/dL Causas: Hiperparatireoidismo, neoplasias (carcinoma, leucemia, intoxicação por Vitamina D, hipo e hipertireoidismo. Sinais e Sintomas - fraqueza, anorexia e vômitos, constipação, sonolência, coma, cefaleia, intervalo Q-T e segmento ST supranivelados no ECG, arritmias. Magnésio É essencial para a função enzimática, metabolismo energético celular, estabilização de membranas, condução nervosa, transporte iônico e atividade dos canais de cálcio. O rim é o principal órgão envolvido na homeostase do magnésio. Mg+2= 1,5 a 2,5 mEq/L Está envolvido em mais de 350 reações enzimáticas Hipomagnesemia É a concentração de magnésio < 1,5 mEq/L Causa: Pode ser encontrado no alcoolismo crônico, cirrose, pancreatite, acidose diabética, jejum prolongado, diarreia, má absorção, aspiração gastrointestinal prolongada, diurese exagerada, e hiperparatireoidismo, particularmente depois de paratireoidectomia e quando largas doses de Vitamina D e cálcio são consumidas. Manifestações Clínicas Hiperirritabilidade neuromuscular e do SNC Tremores amplos Taquicardia e arritmias ventriculares Confusão, desorientação e inquietação podem estar em destaque. • TRATAMENTO Infusão parenteral de soluções eletrolíticas, contendo magnésio (10 a 40 mEq/l/dia, durante o período de maior gravidade, seguindo-se manutenção com 10 mEq/dia). Cuidados • Atentar para os pacientes em uso de digitálico; • Observar possíveis convulsões e proteger o paciente; • Avaliar a necessidade da SNG (disfagia). Hipomagnesemia Hipermagnesemia É a concentração de magnésio > 2,5 mEq/L Causa: Resultado de uma insuficiência renal e inabilidade em excretar o que foi absorvido do alimento ou infundido. Ocasionalmente, o uso do sulfato de magnésio, como catártico, pode ser absorvido o bastante para produzir uma intoxicação. Manifestações Clínicas Fraqueza muscular Queda da PA Sedação e estado de confusão mental. O ECG mostra aumento do intervalo P-R, alargamento dos complexos QRS e elevação das ondas T. TRATAMENTO Melhora da insuficiência renal. O cálcio age como antagonista do magnésio e pode ser empregado por via parenteral para benefício temporário. Cuidados • Observar possíveis convulsões e proteger o paciente; • Avaliar a necessidade da SNG (disfagia). Hipermagnesemia BIOQUÍMICA PCR – Proteína C reativa PCR (PROTEÍNA C REATIVA): ➢ A PCR é um marcador não-específico que eleva durante a resposta imune para a infecção, lesão tecidual ou necrose celular associada com infarto ou malignidade ➢ É uma das provas de fase aguda mais utilizada na prática, por ser ótimo parâmetro de monitorização terapêutica, pelos seguintes motivos: ▪ Está presente no sangue somente quando produzida no fígado por estímulo; ▪ Análises altamente sensíveis de PCR, que podem medir níveis dentro da faixa normal (0,0 a 5 mg/dL); BIOQUÍMICA PCR – Proteína C reativa PCR (PROTEÍNA C REATIVA): ▪ Medidas repetidas são úteis no estudo do curso de doenças: eleva- se precocemente no curso da doença e sua concentração é capaz de mudar conjuntamente com a evolução da doença → Monitorização da reposta terapêutica à antibioticoterapia em infecções bacterianas ▪ A PCR está envolvida com o sistema auto-imune e atua na ativação do complemento, fagocitose e liberação das linfocina → pode refletir o grau de resposta inflamatória oculta e ser uma medida útil para a lesão imune tecidual . ▪ Está presente nas placas de aterosclerose e ausente nas paredes dos vasos normais, indicando participação no mecanismo aterogênico (marcador de risco para doença cardiovascular) BIOQUÍMICA PCR – Proteína C reativa PCR (PROTEÍNA C REATIVA): ➢ Valores elevados: Proteína de fase aguda positivo (concentração sérica aumenta durante estados inflamatórios) - Infecções e lesão inflamatória aguda e crônica - Lesão ou necrose tecidual - Isquemia ou infarto de tecidos (Infarto do miocárdio) - Tumores malignos (particularmente de mama, pulmão e TGI) - Grandes traumas (pós-cirurgias e queimaduras) - Covid-19 (marcador de gravidade) ➢ OBS.: O aumento pode chegar até 2000 vezes o valor de referência. Entretanto, como o aumento é inespecífico, ele não pode ser interpretado sem uma história clínica completa e também com a comparação com outros exames. MA Idade: 61 anos I.C.: Icterícia não específica MPS Idade: 50 anos I.C.: Cirrose hepática alcoólica WAG Idade: 58 anos I.C.: Colecistite BIOQUÍMICA Avaliação da função hepática As provas de função hepática são exames laboratoriais feitos com o intuito de conferir se o fígado está funcionando normalmente. Objetivo dos testes: - Rastreio - Diagnóstico - Monitorização - Prognóstico Principais tipo de testes (rotina): - Avaliação da síntese hepática: fatores da coagulação e Proteínas totais e frações - Avaliação do dano celular: TGO (AST); TGP (ALT); FAL; GGT E LDH - Avaliação da função excretora: BT e frações; BIOQUÍMICA CLÍNICA Avaliação do dano celular Enzimas hepáticas (TGO, TGP, GGT, FAL) TGO/AST V.RV: 13 – 39 U/L - Fígado (mitocôndria e citosol) - Coração - Músculo estriado - Rins - Cérebro - Pâncreas - Leucócitos - Hemácias TGP/ALT V.R: 11 – 45 U/L (homem) 10 – 37 U/L (mulher) - Fígado (mitocôndria e citosol) - Músculo estriado GGT V.R.: 7 – 58 U/L (homem) 5 – 39 U/L (mulher) - Fígado (epitélio dos ductos biliares e do hepatócitos) - Pâncreas - Rins FAL V.R.: até 645 U/L (o a 18 anos) 65 – 300 U/L (adultos) - Fígado (epitélio dos ductos biliares e do hepatócitos) - Osso - Intestino - Placenta BIOQUÍMICA CLÍNICA Avaliação do dano celular BIOQUÍMICA CLÍNICA Marcadores cardíacos Marcador Cardíaco Ideal: ➢ Alta Sensibilidade e Especificidade. ➢ Aparece rapidamente após IAM. ➢ Permanece anormal por vários dias ➢ Pode ser ensaiado e liberado rapidamente. Não existe um marcador assim: vários Marcadores são necessários. BIOQUÍMICA CLÍNICA Marcadores cardíacos Enzimas: ➢ CPK total: - Presente em Musculatura Esquelética, Cardíaca e Útero. Presente também no Cérebro. - Marcador precoce para indicar lesões no músculos esquelético e cardíaco - A concentração de CK se eleva 4-8 horas após o começo da dor peitoral e retorna ao normal em 3-4 dias - Desvantagem: Presente no tecido muscular cardíaco e esquelético - Valores de referência: 26 – 189 U/L BIOQUÍMICA CLÍNICA Marcadores cardíacos ➢ CK-MB: - O miocardio contém expressivas quantidades de CK-MB. Em outros tecidos, a CK-MB é encontrada em pequenos teores. No miocárdio esta fração pode ser liberada para o soro em quantidades significantes. A elevação da atividade plasmática da CK-MB (igual ou maiores que 6% da CK total) é o indicador mais específico de lesão miocárdica (98-100% dos casos), particularmente, de infarto agudo do miocárdio. A CK-MB começa a elevar-se em 4 horas a partir da dor precordial, atingindo o máximo em 12-24 horas, retornando ao normal, nos casos não complicados, em 48 horas. - Valor de referência: até 25 U/L CK-MB/CK-T > 6% = lesão no miocárdio CK-MB/CK-T < 6% = lesão no músculo esquelético BIOQUÍMICA CLÍNICA Marcadores cardíacos TESTES NÃO-ENZIMÁTICOS ➢ Mioglobina: ✓ É uma heme-proteína de ligação do oxigênio presente no músculo esquelético e cardíaco. Constitui cerca de 2% da proteína total do músculo e está localizada no citoplasma. Lesões celulares durante o infarto agudo do miocárdio liberam mioglobina na circulação sanguínea. ✓ A mioglobina é dosada em 2-3 horas após o IAM e apresenta alta sensibilidade e especificidade clínica. Entretanto, resultados falso- positivos podem ocorrer como resultado de lesões no músculo esquelético ou por insuficiência renal. ✓ Valor de referência: 6 –90 ng/mL BIOQUÍMICA CLÍNICA Marcadores cardíacos TESTES NÃO-ENZIMÁTICOS Troponinas: As troponinas são proteínas do complexo de regulação miofibrilar, que não estão presente no músculo liso. Existem três subunidades: Troponina T (TnTc), Troponina I (TnIc) e troponina C. A troponina C é coexpressa nas fibras musculares esqueléticas de contração lenta e não é considerada como um marcador específico cardíaco. TnTc ou TnIc fornecem informações clínicas praticamente idênticas e a seleção depende do equipamento e dos ensaios disponíveis no laboratório de patologia. Os valores de normalidade não são uniformes e dependem do kit de ensaio utilizado. ✓ Os níveis de troponina T no soro aumentam cerca de 4-6 horas após a ocorrência de sintomas cardíacos, podendo permanecer elevados entre 7- 10 dias. Os níveis de troponina I no soro aumentam entre 4-6 horas, podendo permanecer elevados entre 3- 10 dias. Marcador Início Pico Normalização Vantagens Desvantagens Mioglobina 2 – 3 horas 8- 12 horas 24 horas Alta sensibilidade, detecção precoce de IAM Baixa especificidade Rápido retorno ao normal Troponina 4 – 6 horas 12-18 horas Até 9 dias (I) Até 14 dias (T) Maior sensibilidade que a CK total Diagnóstico tardio Baixa sensibilidade para diagnóstico com menos de 6 horas de sintomas CK-MB 4 – 8 horas 12-24 horas 12-24 horas Mais específico do que CK Total. Dosagens seriadas aumentam a sensibilidade para o diagnóstico de IAM Presente no tecido muscular cardíaco e esquelético CK total 4 – 8 horas 3-4 dias Marcador precoce para indicar lesões no músculos esquelético e cardíaco Presente no tecido muscular cardíaco e esquelético JMS Idade: 58 anos I.C.: Estenose aórtica reumática (Fez 3 cirurgias cardíacas) 108/1053 = 0,102 0,102x100= 10,2% IMUNOLOGIA CLÍNICA Coleta: Tipos de tubo: ➢ Amostra analisada: Soro (vermelho ou amarelo) ou sangue total (roxo) ❖ METOLOGIA: AGLUTINAÇÃO E FLOCULAÇÃO ASO LÁTEX VDRL ❖ METOLOGIA: IMUNOCROMATOGRAFIA HIV ANTI-HCV HBSAG BETA HCG COVID-19 (TR) ❖ METOLOGIA: IMUNOFLUORESCÊNCIA FAN ANTI-DNA ANTIGENEMIA IMUNOLOGIA CLÍNICA Exemplos de exames realizados: TROPONINA TOXO IGG e IGM / CITO IGG e IGM ANTI-HBC IGM E ANTI-HBC TOTAL ANTI- HBS, ANTI-HCV E HBSAG TACROLIMUS E CICLOSPORINA ALFA FETO PROTEÍNA (AFP) VITAMINA B12 / VITAMINA D CA125 / CA19-9 / CEA FERRITINA PSA TOTAL e LIVRE BETA HCG HIV IMUNOLOGIA CLÍNICA Exemplos de exames realizados METOLOGIA: Eletroquimioluminescência – COBAS e 601 – Roche Microbiologia clínica Interpretação do laudo Positivo • Sensibilidade • Resistência • CIM (MIC) Negativo Problemas na amostra Exames Coleta • Antissepsia; • Armazenamento; • Tempo de envio da amostra; • Uso de antimicrobiano; • Número de amostras. Processamento e análise • Lâminas; • Cultivo; • Identificação e antibiograma. Laudo laboratorial • Pesquisa de mecanismos de resistência; • Resultado parcial; • Resultado final. Exames Resultados: • Mesmo dia: – Bacterioscopia (Gram); – Pesquisa de BAAR (BK – tuberculose); – Pesquisa de fungos. • Após 48h (mínimo): – Culturas: • Hemocultura; • Ponta de cateter (desuso); • Urocultura; • Líquidos; • Secreções; • Coprocultura; • Pesquisa de BMR (cultura de vigilância). Microscopia - Resultados Negativos • Ausência (Não foram observados): • Bactérias • Estruturas fúngicas • BAAR Positivos • Presença de: • CGP • BGN • BGP • DGN • Leveduras • Células leveduriformes blastoconidiadas capsuladas; • Hifas • BAAR (+, ++, +++) Observações • Presença de: • Polimorfonucleares • Hemácias Culturas Hemocultura; Urocultura; Cultura de líquidos; Cultura de secreções; Coprocultura; Cultura de controle de vigilância; Culturas Principais infecções em ambiente hospitalar • ITU; • IPCS; • PAV; • Sepse; • Meningite; • Osteomielite; • Infecção de tecidos; • Infecção de TGI. Frequentemente associadas a dispositivos invasivos; Urocultura • Pesquisa de ITU; ▪ Complicada e não complicada; ▪ Associação ao cateter vesical; ▪ Microrganismos multirresistentes (hospitais). Contagem de colôniasContagem de colônias <10.000 UFC/mL Colonização, contaminação 10.000 – 100.000 UFC/mL Início de infecção, terapia refratária >100.000 UFC/mL Infecção urinária Urocultura - Laudo Negativo • Ausência de bactérias anaeróbias facultativas; • Não é possível avaliar micoplasma, ureaplasma ou anaeróbios estritos. Positivo • Microrganismo • Enterobactérias, BGNNF, Enterococcus spp, Staphylococcus aureus, Streptococcus spp, Candida spp.; • Contagem de colônias; • Sensibilidade aos antimicrobianos; • Sensível; • Intermediário; • Resistente; • MIC. Microbiota múltipla • Coleta inadequada; • Antissepsia insuficiente; • Crescimento mais de 2 tipos de microrganismos; • Sonda vesical de demora > 72h. Urocultura • E. coli • Klebsiella spp.; • Enterobacter spp.; • Citrobacter spp.; • Proteus spp.; • Pseudomonas spp.; • Acinetobacter spp.; • Enterococcus spp.; • S. aureus; • Candida spp. Hemocultura • Bacteremia; ▪ Coleta de 3 amostras (HUOL - 2 amostras); ▪ Associação a cateter (venoso, hemodiálise); • Principais agentes: – SCN (sugestivo de contaminação); – S. aureus; – Enterococcus spp. – Enterobactérias; – BGNNF; – Candida spp. – Anaeróbios (não realizado no HUOL). • Sepse. Hemocultura - Laudo Negativo • Ausência de bactérias anaeróbias facultativas; Positivo • Microrganismo • Enterobactérias, BGNNF, Enterococcus sp, Staphylococcus sp, Streptococcus sp, Candida sp.; • Sensibilidade aos antimicrobianos; • Sensível; • Intermediário; • Resistente; • MIC. Contaminação • Coleta inadequada; • Antissepsia insuficiente; • Crescimento de SCN. Hemocultura • Ponta de cateter; ▪ Semiquantitativo ▪ >10 UFC ▪ Colonização; ▪ <10 UFC ▪ Contaminação, baixo valor. Coletar sangue via cateter, pareado à amostra periférica. Especificar horário e local da coleta! Cultura de secreção respiratória • Pesquisa de infecção respiratória; ▪ Secreção traqueal (PAV); ▪ Escarro; ▪ Lavado broncoalveolar. Contagem de colôniasContagem de colônias <100.000 UFC/mL Colonização, contaminação, terapia refratária ≥100.000UFC/mL Potencial infecção respiratória inferior (avaliar o microrganismo) Secreções respiratórias - Laudo Negativo • Ausência de bactérias anaeróbias facultativas; • Ausência de microrganismos patogênicos. Positivo • Microrganismo • Enterobactérias, BGNNF, Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, S. agalactiae, Candida spp.; Aspergillus spp. • Sensibilidade aos antimicrobianos; • Sensível; • Intermediário; • Resistente; • MIC. Contaminação • Intensa colonização bacteriana / fúngica; • Coleta inadequada; • Higienização de região oral insuficiente; • Crescimento de SCN e S. viridans. Cultura de secreções e líquidos • Pesquisa de infecções diversas; ▪ Fragmentos (tecido mole e ósseo); ▪ Secreções: ▪ Orofaringe; ▪ Swab ocular; ▪ Conteúdo de abscesso; ▪ Líquidos: ▪ Pleural; ▪ Peritoneal/ascítico; ▪ Pericárdico; ▪ Líquor; • Resultado normal: ausência de crescimento bacterian o . Secreções - Laudo Negativo • Ausência de bactérias anaeróbias facultativas; • Ausência de microrganismos patogênicos. Positivo • Microrganismo • Enterobactérias, BGNNF, Enterococcus spp, Staphylococcus aureus, Streptococcus spp, Candida spp.; • Sensibilidade aos antimicrobianos; • Sensível; • Intermediário; • Resistente; • MIC. Contaminação • Coleta inadequada; • Antissepsia insuficiente; • Crescimento de SCN. Coprocultura • Diarreia, disenteria; ▪ Autolimitada x antibioticoterapia. • Shigella spp. • Salmonella spp. • Clostridium spp. • Campylobacter spp. • Resultado normal: ausência de bactérias aeróbias patogênicas. • Anormalidade:Ausência de crescimento bacteriano e/ou crescimento apenas de leveduras. Cultura de controle de vigilância • Acompanhar colonização por bactérias multirresistentes. • Infecção hospitalar x admissão de outro serviço; ▪ Microrganismos multirresistentes (hospitais). – Swab nasal: • MRSA; • BGN resistentes a carbapenêmicos; • BGN multirresistentes. – Swab retal: • VRE; • BGN resistentes a carbapenêmicos; • BGN multirresistentes. Controle de vigilância - Laudo Negativo • Crescimento de microbiota normal; • Ausência de microrganismos multirresistentes. Positivo • MRSA; • VRE; • KPC (resistente a Carbapenêmicos); • Multirresistentes. Problemas Contaminação • Frasco não estéril • Volume excessivo de amostra Coleta inadequada • Saliva (escarro) • Antissepsia insuficiente (Urocultura – Presença de muco vaginal) • Hemácias em líquidos – atrapalham a análise microscópica • SCN (culturas) Acondicionamento inadequado • Formol • Tempo prolongado de armazenamento • Refrigeração e aquecimento Obrigada! Lariiilf@gmail.com
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