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PROCESSO PENAL - GRUPOS VULNERÁVEIS - A VULNERABILIDADE DOS IDOSOS À LUZ DO PROCESSO PENAL

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A VULNERABILIDADE DOS IDOSOS À LUZ DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
O envelhecimento, no geral, é uma fase da vida humana que engloba vários aspectos biopsicossociais, os quais, em conjunto, fornecem não apenas vulnerabilidade aos indivíduos, como também uma nova perspectiva de vida (BARBOSA at al, 2018). Isso implica em dizer que o processo de envelhecimento e a velhice em si afeta diretamente fatores como os psicológicos, sociológicos e biológicos do indivíduo. 
As modificações na esfera biológica são as mais visíveis aos terceiros. Segundo Fechine e Trompiere (2012), tais aspectos abordam os fatores relacionados à base molecular, celular, tecidual e orgânico do indivíduo. Todos eles influem diretamente na anatomia, na morfologia, na funcionalidade e na bioquímica dos indivíduos. Ou seja, há alterações na estrutura óssea, nos músculos, nas articulações, no sistema nervoso, no sistema cardiovascular, nas funções geniturinárias, dentre outras (GUIMARÃES, et al, 2017).
A forma como a comunidade num geral trata o processo de envelhecimento é de extrema importância, haja vista que isso influenciara diretamente na forma como as pessoas de mais idade serão tratadas. Com relação a isso, o Brasil já criou diversos mecanismos legais como forma de proteção aos idosos, considerando-os vulneráveis em vários aspectos, mas, sobretudo, no aspecto social, o que mostra com clareza a forma como os mais velhos são tratados no país. 
A discriminação se trata de um mal da sociedade, por meio do qual as pessoas mais vulneráveis socialmente são excluídas e tem seus direitos represados, de difícil acesso. 
Logo, existe uma necessidade clara de se proteger os idosos e isso está previsto no próprio Estatuto do Idoso, em seu capítulo V, o qual trata especificamente de como o idoso pode lançar mão dos instrumentos jurisdicionais a fim de ter acesso à Justiça. Dentre esses instrumentos, a criação de varas especializadas, a prioridade na tramitação processual e a ação do Ministério Público são os principais fatores que influenciam diretamente na melhoria do acesso à justiça. 
O Direito Penal, sob o aspecto de garantia dos direitos fundamentais do idoso é essencial. Isso porque não apenas pune crimes cometidos contra esse grupo em especial, como também tem a função didática e pedagógica de evitar que novos crimes sejam cometidos. 
A própria discriminação contra os idosos, por exemplo, se trata de conduta tipificada no art. 96 do Estatuto do Idoso, especialmente quando ela for responsável pela dificuldade ou impedimento a acesso a operações bancárias, meios de transpor ou ao direito de contratar. Não apenas isso, como também incorre nesse crime quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. Tal instrumento, em linhas gerais e de maneira formal, impede o que se chama de etarismo estrutural, cominando a pena de reclusão de seis meses a ano e multa, na violação da norma. 
O próprio abandono ao idoso é uma conduta tida como crime, consubstanciada pela ação de deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública.
Contudo, devido às condições intrínsecas à própria condição de velhice, o acesso à justiça de torna dificultoso mesmo com essa série de mecanismos criados. Por exemplo, como uma pessoa de idade, acamada, conseguirá fazer denuncias de maus-tratos? Ora, é necessário que a Justiça chegue até ele, já que será difícil sua locomoção até a Justiça. Dessa forma, é necessário que mecanismos de auxílio concreto sejam criados, principalmente os que auxiliam o pré-procedimento processual penal. 
Os instrumentos já existentes, contudo, garante a isonomia, a efetividade e a garantia dos direitos fundamentais dos idosos, bem como a garantia de uma prestação jurisdicional de qualidade, o que se liga diretamente ao devido processo legal.
BARBOSA, Elane da Silva; FERNANDES, Daniele Cristina Alves; FERNANDES, Helder Matheus Alves, SOUZA, Ingrid Michelly Justino. Envelhecimento Saudável: Uma Reflexão Biopsicossocial Sobre o Processo de Senescencia. VII Congresso Internacional de Envelhecimento Humano, 2018. 
GUIMARÃES, Andrea Carmen; LADEIRA, Jaqueline dos Santos; MAIA, Brisa D’Louar Costa. Principais Alterações Anatomicas no Processo de Envelhecimento. In: DANTAS, Estélio Henrique Martin; SANTOS, César Augusto de Souza. Aspectos biopsicossociais do envelhecimento e a prevenção de quedas na terceira idade. Editora Unoesc, 2017. 
LIMA, Simone de Paula Pessoa; MORAES, Edgar Nunes; MORAES, Flávia Lanna. Características biológicas e psicológicas do envelhecimento. Revista de Medicina de Minas Gerais, 2010. Disponível em: http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_artigos/197.pdf. Acesso em 05 de jun de 2022
NERI, Anita Liberalesso; YASSUDA, Monica Sanches. Envelhecer com Dignidade. Jornal da UNICAMP, 2004. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp_hoje/ju/abril2004/ju247pag12.html. Acesso em 05 de junho de 2022.

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