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Vict�ria K. L. Card�so Desprescrição médica Polimedicação: ● O que é: uso de 5 ou mais fármacos de uso crônico. ● Consequências da polimedicação: ○ Expectativa de vida reduzida. ○ Baixa adesão terapêutica. ○ Alta possibilidade de interações farmacológicas e de efeitos adversos. ○ Aumenta o risco de hospitalizações. ○ Diminui a qualidade de vida. ○ Maior morbimortalidade. ● Principais causas da polimedicação no Brasil: ○ Envelhecimento da população. ○ Aumento da incidência das doenças crônicas. ○ Elevação da expectativa de vida. Desprescrição: ● Conceito: retirada de medicamentos inadequados, supervisionado por um profissional de saúde, para manejar a situação da polimedicação. ● Pontos importantes: ○ Realizar a adequação terapêutica e a revisão da medicação. ○ Considerar o basal do paciente e sua expectativa de vida, com atenção às situações de final da vida. ○ Incluir o paciente na tomada de decisão ao longo de todo o processo. ■ Incluindo a verificação do histórico da relação que o paciente estabeleceu com a medicação. ○ Realizar um plano de ações preventivas quando o paciente demonstrar algum temor quanto a retirada. Exemplo de ações: ■ Retirada progressiva. ■ Mudanças adaptadas ao ritmo e às necessidades do paciente. ■ Priorização de fármacos que serão retirados. ○ Garantir o seguimento e a reavaliação para detectar efeitos adversos e a adesão à desprescrição. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Adequação terapêutica: verificação da indicação, da prescrição, da dispensação, da administração e do seguimento relacionado ao uso do fármaco. ○ Sempre avaliar os medicamentos potencialmente inadequados (MPIs). ● Revisão da medicação: avaliação estruturada, para otimizar o uso de medicações e melhorar os resultados da saúde. ○ Aqui é importante detectar os problemas relacionados com os fármacos e recomendar intervenções. As 5 fases da desprescrição: 1. Obtenção da história completa dos medicamentos: a. Identificar doses, frequência, duração, indicação e efeitos adversos de todos os fármacos. b. Informar o paciente sobre os objetivos e os efeitos adversos previsíveis. c. Verificar as crenças do paciente quanto aos fármacos. 2. Identificação dos medicamentos potencialmente inadequados: a. Identificar os fármacos de alto risco. b. Definir o risco e o benefício de cada fármaco. c. Considerar: necessidade, benefícios, efeitos adversos, interações, adesão, preferências do paciente, objetivos da atenção e expectativa de vida. 3. Determinação dos fármacos a serem desprescritos e as prioridades: a. Valorização das evidências. b. Balançar os benefícios e os riscos da retirada. c. Verificar se o paciente está clinicamente estável. d. Realizar retirada sequencial, se houver mais de um fármaco. e. Priorizar a retirada de acordo com as preferências do paciente. 4. Planejamento e início: a. Evitar efeitos adversos, como a síndrome de retirada, e recorrência de sintomas. b. Retirar progressivamente a medicação. 5. Seguimento, apoio e documentação: a. Monitorar o surgimento de efeitos adversos pela retirada. b. Realizar retroalimentação a adesão. c. Fazer revisões presenciais ou telefônicas. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so d. Oferecer alternativas terapêuticas não farmacológicas válidas e aceitáveis. e. Documentar todo o processo de desprescrição. Proposta de classificação da utilidade dos fármacos em adultos com multimorbidade - esquema fit for the aged: Prognóstico e possíveis complicações: ● Síndrome de retirada: ○ Geralmente ocorre em fármacos que atuam sobre o SNC. ○ ISRS: costuma ter reação com uma semana da retirada e resolução após 10 dias. ○ Benzodiazepínicos: possui uma reação mais grave, com confusão mental, alucinações e convulsões. ○ Levodopa: pode precipitar uma síndrome neuroléptica maligna (SNM), incluindo rigidez muscular severa, disfunção autônoma e deterioração do nível de consciência. ○ Corticóides sistêmicos: pode causar uma crise addisoniana secundária à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. ● Efeito rebote: ○ Conceito: reapresentação dos sintomas após brusca suspensão do fármaco. ○ Betabloqueadores: surgimento de taquicardia e hipertensão, que pode se agravar com um quadro de IC ou de cardiopatia isquêmica. ○ Inibidores da bomba de prótons: hipersecreção ácida e agravamento de sintomas gastrintestinais. ○ Fármacos hipnóticos: insônia. ● Desmascaramento de interações: ○ Quando ao fazer uso de 2 medicações, uma delas diminui o efeito da outra. Então, na retirada de um deles, o efeito do outro potencializa. ● Reaparição de sintomas. Erros comuns cometidos na desprescrição: @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Não considerar o contexto biopsicossocial nem a perspectiva do paciente. ● Não envolver o paciente na tomada de decisões na desprescrição. ● Entender a desprescrição como um mero processo de retirada de fármacos. ● Focar os esforços apenas nos medicamentos potencialmente inadequados, sem levar em consideração outros fatores, como efeitos adversos, sobrecarga pelo uso de fármacos, uso de fármacos não prioritários, etc… ● Realizar várias mudanças ao mesmo tempo. ○ Ex: retirada, ajuste de dose… ● Não considerar os efeitos adversos da retirada do medicamento, como a síndrome de retirada e a recorrência de sintomas. ● Não oferecer alternativas não farmacológicas seguras, válidas e aceitáveis depois de retirar os fármacos. ● Não documentar nos registros clínicos os motivos da desprescrição e seus efeitos, positivos ou negativos. ● Não levar em conta as barreiras nem os potenciais facilitadores da desprescrição, do paciente, do relacionamento clínico, do próprio profissional ou do sistema sanitário. Barreiras das desprescrições: ● Fatores socioculturais: ○ Mitos sobre o papel da indústria farmacêutica. ○ Conjuntura socioeconômica. ○ Falta de coordenação de cuidados. ○ Medicalização e visão biomédica. ● Fatores ligados aos profissionais: ○ Inércia sobreterapeutica. ○ Modelo de formação. ○ Pouca experiência. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Barreiras e facilitadores Fluxograma da retirada de medicações @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so @p�sitivamed
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