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Classificação das obrigações Classificação Obrigacional • Obrigação de Meio e de Resultado. • Obrigação de Dar Coisa Certa e de Restituir Coisa Certa. • Obrigação de Dar Coisa Incerta. • Obrigação de Fazer e de Não Fazer. • Obrigação Personalíssima ou Intuito Personae • Obrigação Divisível e Indivisível. • Obrigação Solidária. • Obrigação Alternativa. Classificação das Obrigações Segundo Venosa • Obrigação – trata-se da atividade positiva ou negativa do devedor, fundamentalmente, dar, fazer ou não fazer algo que pode ocorrer por um ato, ou conjunto de atos, praticados pelo sujeito passivo. • A partir desta classificação objetiva é importante distinguir o tipo de obrigação. Quanto relação ao vínculo Obrigação Civil / Natural Quanto a execução Obrigação de dar – Art. 233 e 243 Obrigação de fazer – Art. 247 Obrigação de não fazer – Art. 250 Quanto ao tempo de adimplemento Simples – único ato / única coisa) Cumulativa – Art. 89 (“E”) Alternativa – Art. 252 (“Ou”) Art. 571 CPC Facultativa - § 2°, Art. 252 (EX: subst. objeto) Quanto ao cumprimento Momentânea ou instantânea. Execução continuada ou periódica. Quanto aos elementos acidentais Pura / Condicionada – Art. 121 Termo – Art. 131 Modal / Encargo – Art. 136 Quanto aos sujeitos Única (1 credor e 1 devedor) Múltiplas: Divisível ou Indivisível – Art. 257 e 259 Solidária – Art. 264 Obrigações reciprocamente consideradas Meio – Obrigação empregar os meios necessários para obter o fim. Ex: Médico Resultado – obrigação de obter um resultado específico. Garantia – Eliminar um risco. Ex: Seguro. Quanto a modalidade Principal – Art. 92 Acessória. Princípio do acessório segue o principal. Obrigação Natural • É considerada uma obrigação judicialmente inexigível, tendo em vista, que falta-lhe um elemento jurídico. Trata-se de mero dever de consciência, não requer tutela jurídica. • EX: Dívida prescrita – Art. 882; Jogo ou Aposta – Art. 815; Mútuo feito à pessoa menor – Art. 588; Juros não estipulado – Art. 591. • OBS.: Caso ocorra pagamento, não caberá ação de repetição de indébito para as obrigações naturais – Art. 876. Obrigação Civil • Apresenta todos os elementos essenciais da obrigação: • Elementos subjetivos - Credor e Devedor; • Elemento objetivo imediato - a prestação; • Elemento objetivo mediato - bem jurídico • Elemento imaterial - vínculo entre as partes. Obrigação Resultado • A execução será considerada atingida quando o devedor cumpre o objetivo final definido pelas partes. EX: Empreiteiro / Transportador – Art. 610 e 730 CC. Obrigação de Meio • Não há a necessidade de ser atingida a execução daquilo que foi pactuado pelas partes, somente se exige a realização comprometida e diligente do devedor. EX: Profissionais Liberais – Art. 14, § 4° CDC Obrigações de Dar Coisa Certa • Obrigações de dar – resolve-se pela tradição (entrega) consiste em transmitir a propriedade de coisa determinada ou indeterminada. • Coisa Certa ou Determinado (individualizado) – sanção prevista no Art. 313 “o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”. • Bens Imóveis – Registro -> Art. 1.227 do CC “Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (artigos 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. • Execução Forçada - Pelo direito processual atual, é licito ao credor perseguir a coisa determinada, sobre a qual desencadear-se-ão medidas cabíveis para plena efetividade do contrato ou da lei – Art. 475 CC/461 CPC. • Perdas e Danos - O descumprimento poderá ainda se resolver por perdas e danos – Art. 389 CC • Tradição como elemento de transferência dominial – Art. 481 - contrato de compra e venda. • Principal e Acessório - A obrigação de dar coisa certa abrange principal e acessórios – art. 233 CC • Astreintes X Obrigações pecuniárias – SLIDE 13 • Perda sem culpa do devedor (caso fortuiro ou força maior) - Art 234 CC. Primeira parte: Se ocorrer antes, antes da tradição, ou pendente de condição suspensiva, a obrigação estará resolvida. • Perda com culpa (lato sensu) - Art. 234 CC, Segunda parte: Neste caso, responderá pelo equivalente mais perdas e danos (Art. 5º, V e X c/c Arts. 402/405 CC) • Segundo Álvaro Vilaça Azevedo, quando a lei usa o termo equivalente, quer mencionar o equivalente em dinheiro, de maneira que, havendo perecimento com culpa do devedor, deve este entregar o equivalente em dinheiro, correspondente ao valor do objeto perecido, mais indenização referente ao prejuízo sofrido. (AZEVEDO, Àlvaro Vilaça. Teoria geral das obrigações: responsabilidade civil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 59) • Enunciado 160 – III Jornada de Direito Civil – SLIDE 16. Obrigação de Restituir • Art. 238 a 240 • A obrigação de restituir no caso dos contratos de comodato, o mútuo, o aluguel e etc. · Perda sem culpa – Art. 238 - Se for antes da tradição, sofrerá o credor com a perda. A obrigação se resolve, ressalvados apenas os direitos até aquela data. · Perda com culpa – Art. 239 - Responde o devedor pelo equivalente, mais perdas e danos. · Deterioração sem culpa – Art. 240 – O credor receberá a coisa no estado que se encontra. · Deterioração sem culpa – Art. 240 - O devedor responde pelo equivalente mais perdas e danos. Obrigações de dar coisa incerta • Art. 243 • Será indicada pelo menos quanto ao Gênero e quantidade, embora não seja, individualizado. • Ex: Sacas de café. • Art. 244 - estabelece que a escolha compete ao devedor, salvo se o contrato dispuser de forma diferente. • Art. 246 – Trata da perda ou deterioração. • Obs.: Diferença entre obrigação de dar coisa incerta e obrigação alternativa: Enquanto na obrigação de dar coisa incerta temos apenas uma coisa, designada pelo gênero e pela quantidade; na obrigação alternativa, temos duas coisas, sendo que a escolha recairá sobre uma delas. • Vale ressaltar que, segundo Gonçalves, para que a obrigação se concentre, não basta a escolha. É necessário que ela se exteriorize pela entrega, pelo depósito em pagamento, pela constituição em mora ou por outro ato jurídico que importe a cientificação do Credor. Obrigações de Fazer • Art. 247 • Serve para os serviços em geral, físicos e intelectuais, podendo ser medido pelo tempo, gênero ou qualidade. • EX: Escrever um livro, construir uma casa, pintar um quadro, etc. • Obrigações de fazer infungíveis – intuitu persona – personalíssima – não comportam substituição. • Descumprimento - art.248 CC - poderá ser convertida em perdas e danos. • Fungível – art. 249 CC - poderá o credor aceitar a execução por terceiros às expensas do devedor. Obrigações de Não Fazer • Art. 250 • Dever de abstenção, de não praticar o ato que livremente poderia fazer, se não houvesse se obrigado. • EX: Não construir, não abrir outro negócio do mesmo ramo no imóvel recuperado; não divulgar segredo industrial. • Serão consideradas ilícitas aquelas que contrariem direitos fundamentais da pessoas humana. • Descumprimento - Caberá imposição de multa para o descumprimento. • Reposição manu própria – urgência – PU 251 Obrigações de fazer / Não Fazer • Ajuizando a ação de obrigação de fazer, o credor terá três possibilidades: 1. Exigir o cumprimento da obrigação + astreintes, sem prejuízo das perdas e danos - Multa pelo descumprimento . 2. Exigir que 3º cumpra a obrigação, às custas do devedor, sem prejuízo das perdas e danos; 3. Converter a obrigação de fazer em obrigação de dar, com o pagamento do equivalente + perdas e danos. • Art. 287 - “Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da decisão antecipatória de tutela”. • Reposição manu própria – em caso de urgência – § único do Art. 251 Obrigações divisíveis e indivisíveis • Clovis Beviláqua – “divisibilidadeou indivisibilidade das obrigações só aparece, em toda a luz, e só oferece interesse jurídico, havendo pluralidade de credores ou devedores. Havendo unidade, nem mais de um devedor obrigado a somente um credor, as obrigações são, em regra, indivisíveis, porque nem o credor é obrigado a receber pagamentos parciais, nem o devedor a fazê-los, salvo se outra coisa for estipulada”. • Divisíveis – Art. 87 - Objeto fracionado entre os sujeitos. É possível ao devedor executá-las em parcelas. • Regras: 1. cada devedor responde por sua parte; 2. credor pode cobrar de uma sua parte correspondente (art. 257); 3. a insolvência de um não torna os demais responsáveis por sua quota. • Indivisíveis – pode ser decorrente de: · Causa Natural – Físico (EX: livro) · Acordo – convencional · Judicial · Legal (EX: lei do parcelamento do solo) • Regras: · Havendo mais de um devedor, de cada um deles poderá ser exigida a dívida toda pelo fato do objeto não ser divisível (Art. 259); · Aquele que paga a dívida toda, se sub-roga no direito do credor (Art. 283) · No caso de vários credores, cada um poderá exigir a dívida na integralidade; o cumprimento da obrigação ocorrerá com o pagamento a todos ou a um apenas, desde que ratificado pelos demais (Art. 260). Para segurança do devedor tem que exigir do credor que receber a prestação uma caução (real ou fidejussória), sob pena de ser aplicada a regra: “quem paga mal paga duas vezes” · Se apenas um credor receber, aos demais assistirá o direito de exigir a sua quota parte correspondente (Art. 261). • Remissão – Perdão da dívida dada pelo credor ao devedor. • Se um único credor perdoou a sua parte, não se estende aos demais. Sendo a obrigação correspondente a entrega de bem indivisível (livro) os demais credores deverão reembolsar (a lei fala em descontar) o devedor da quota do credor remitente. • O Art. 263 CC apresenta controvérsia interpretativa: • 1ª Corrente - Flávio Tartuce, Gustavo Tepedino e Anderson Schreiber: O culpado responde pela dívida toda, ou seja, equivalente mais perdas e danos. • 2ª Corrente - Álvaro Villaça: Mesmo entendimento do art. 279, CC, a fim de evitar o enriquecimento sem causa. • Art. 279 - Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. Obrigação Condominial Indivisível • A obrigação de pagar cotas condominiais é propter rem e, portanto, adere ao titular da coisa, sendo, outrossim, indivisível, possibilitando a cobrança integral de qualquer co-proprietário. Obrigações Solidárias • É o vínculo que na mesma relação jurídica obrigacional, liga vários credores, cada um com direito ou obrigação a coisa toda. – Art. 264. • A ideia da solidariedade é manter devedores e credores unidos para realização do fim comum. Obrigações Solidárias Ativas • são dois ou mais credores. • representa pluralidade de credores, sendo que pode qualquer deles exigir a prestação integral, como se fosse o único com direito sobre o pagamento (representação recíproca). • O inconveniente é que o credor que receber poderá apropriar-se do valor e não prestar contas aos demais. • A ação de um credor a todos aproveita. Qualquer um pode ingressar com ação. A partir da distribuição, vigora o princípio da prevenção, o credor que demandar judicialmente passará a ser o legitimo a receber. • Se um dos credores decair do direito de ação, os outros poderão acionar o devedor. Isso decorre o Art. 274, que determina: Julgamento favorável a um dos credores aproveita aos demais; o Julgamento contrário não atinge os demais. (Exceção pessoal e geral) • A solidariedade não poderá ser extinta, a não ser por vontade unânime. • STJ reconhece a solidariedade ativa dos correntistas perante o banco como devedor, logo, ambos podem levantar o dinheiro, inclusive em caso de falecimento do titular ou companheiro, não por título sucessório, mas sim por direito próprio. • Por outro lado, não admite a solidariedade passiva na emissão de títulos. Cada um será responsável pelos cheques da sua emissão. • Refração do crédito Art. 270 – Os herdeiros do credor falecido somente poderão exigir o respectivo quinhão hereditário. Salvo, se for um único herdeiro; se a obrigação for indivisível; se ação for de todos os credores, hipótese na qual será possível requerer a totalidade do crédito. • Se houver a morte do credor solidário: Art. 270 - Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. • Para Renan Lotufo: “Como os herdeiros sucedem por quinhão, a cada um caberá só a parte da dívida integrada nele, não mais do isso, não a totalidade da dívida”. • Ex.: Caso a quota do credor que faleceu seja de 30.000, cada um dos seus três herdeiros somente poderá exigir do devedor 10.000, o que consagra a refração do crédito. Obrigações Solidárias Passivas • Solidariedade Passiva (dois ou mais devedores): • Relação obrigacional oriunda da lei ou do contrato, com multiplicidade de devedores, sendo que cada um responde in totum pela dívida, como se fosse o único devedor. • Da liberdade de escolha do credor (art. 275), decorre que o devedor escolhido não poderá alegar o benefício de ordem e pretender pagar somente sua quota. O pagamento feito por um dos devedores extinguirá a dívida dos demais para com o credor (art. 277), sob pena de repetição (art. 876). • Do ponto de vista interno o devedor que cumprir com a dívida toda poderá recobrar dos demais as respectivas partes (Direito de regresso). • Na análise processual, o devedor demandado, poderá chamar a lide os demais. • Se houver morte do devedor solidário: Art. 276 - Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. • No caso de falecimento cessa a solidariedade em relação aos sucessores do de cujus, eis que os herdeiros somente serão responsáveis até os limites da herança e de seus quinhões correspondentes. • Renúncia: Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. • Se o credor fizer escolha para demandar apenas um dos devedores, não significa renuncia quanto aos demais. Mas como a solidariedade é um beneficio para o credor, ele poderá abrir mão (art. 282), de forma absoluta (contra todos) ou apenas para alguns, considerada renuncia relativa. • Na relativa, os beneficiados continuam devedores, mas não mais pela totalidade, apenas por sua cota parte. A solidariedade permanece para os demais, porém, somente serão acionados abatendo o débito daqueles que se beneficiaram com a renúncia. Princípios das Obrigações Solidárias • A solidariedade não se presume, advêm da lei ou do contrato. Ex.: solidariedade legal – Art. 932 e PU do art. 942 – responsabilidade civil; • A modalidade de solidariedade pode ser diferente para um ou para alguns dos codevedores ou cocredores. (Art. 266) Quanto aos elementos Acidentais • Obrigação condicional, são aquelas que possuem cláusula que derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. • Condição, pode ser suspensiva ou resolutiva: • Condição Suspensiva – subordina a eficácia do negócio jurídico à realização de um evento futuro e incerto; ou seja, a eficácia do negócio jurídico fica suspensa, temporariamente, até a realização do referido evento. Antes de implementada a condição, não poderá ser cobrada, sob pena da repetição do valor pago. • Enquanto pendente de condição não ocorrerá à prescrição. • No caso de impossibilidade de realização da condição, a obrigação estará extinta • Condição Resolutiva – Seus efeitos são inversos aos da suspensiva, ou seja, gera efeitos até o implemento da condição.• No caso de imóveis será necessário o registro no Cartório de Registro de Imóveis. • Obrigação Modal – são as que se encontram oneradas com um encargo, que impõe ao onerado o dever de empregar todo ou parte do bem recebido pela maneira e com a finalidade indicada pelo instituidor. • Ex.: Doação de um terreno para construção de um asilo. Obrigação Alternativa • Obrigação alternativa (OU) é a que fica cumprida com a execução de qualquer das prestações que formam seu objeto (art. 252); •Momento da Escolha = tecnicamente denominada concentração. • As partes podem determinar a quem caberá, pode ser que caiba ao credor ou mesmo a um terceiro; Somente após a concentração o credor pode exigir o pagamento; Obrigações Facultativas • Nas obrigações facultativas há um único objeto, e o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente. • Segundo Orlando Gomes, na obrigação facultativa o credor não pode exigir o cumprimento da prestação subsidiária, e, na mesma linha, caso haja impossibilidade de cumprimento da prestação devida, a obrigação é extinta, resolvendo-se em perdas e danos.
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