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PARASITAS INTESTINAIS 1- GIÁRDIA - GIARDÍASE: AGENTE ETIOLÓGICO: Giardia lamblia GERAL: Protozoário que atinge principalmente a porção superior do INTESTINO DELGADO, principalmente do duodeno e das porções proximais do jejuno. CICLO: O ser humano ingere água ou alimento contaminado por cistos de giárdia que, quando chegam ao nível do estômago, começam o processo de desincistamento devido ao pH, temperatura e suco pancreático. Ao nível do Intestino Delgado (duodeno) o desincistamento está completo formando o trofozoíto que começa então a se reproduzir assexuadamente por meio da divisão binária longitudinal. Após um tempo ocorre um encistamento novamente. Ocorre produção de quitina que dá estruturação da parede cística formando um novo cisto, sem mecanismos de adesão à parede do intestino delgado. O motivo para o novo encistamento ainda não é conhecido. Esse cisto não consegue se aderir e acaba se desprendendo da mucosa intestinal, saindo junto com o bolo fecal pronto para infectar novas pessoas. FORMAS DO PROTOZOÁRIO: Cisto – Infectante Trofozoíta – Não infectante O encistamento ocorre na mudança de Ph O Cloro não mata os cistos (somente a filtração e a fervura conseguem eliminá-los). MODO DE TRANSMISSÃO: ->Água contaminada; Alimentos contaminados; Insetos com ciclo oral-fecal; Baratas; MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: + de 90% são assintomáticos Pode evoluir de duas formas: o Enterite aguda: Diarreia com intensa dor abdominal do tipo cólica que ocorre até quatro semanas; o Enterite crônica Diarreias recidivantes com fezes mais amolecidas; Flatulação; Dor abdominal; Cólica; Sabe-se que a gravidade está vinculada com a deficiência imunológica, mais precisamente deficiência de IgA que causa enterite grave, com óbitos em muitos casos. Ao contrário da amebíase NÃO tem risco de invasão EXTRA INTESTINAIS; DIAGNÓSTICO: Pelo menos TRÊS AMOSTRAS de fezes são necessarias para uma boa sensibilidade: Achados de cistos ou trofozoitos no exames de fezes; Método de Faust: Mistura-se as fezes em agua filtrada, centrifuga, joga sulfato de zinco e observa os ovos boiando. TRATAMENTO: -> Imidazolicos; Metronidazol; Secnidazol; Tinidazol; Nitazoxanida (ANNITA) Não utilizar bebidas alcoólicas durante ou até 4 dias após o tratamento (efeito antabuse). EPIDEMIO: Protozoário flagelado que acomete principalmente pré-escolares e escolares e que tem distribuição cosmopolita. Parece ser o parasita mais prevalente no mundo (4 a 8%) mesmo em famílias com renda familiar média ou alta. 2- ENTAMOEBA/AMEBÍASE AGENTE ETIOLÓGICO: Entamoeba Hystolitica GERAL: Bactéria que tem capacidade de causar infecção no INTESTINO GROSSO. Os locais de preferência de lesão são o ceco e o sigmoide. PODE ATUAR DE DUAS FORMAS: COMENSAL: Apenas abriga o intestino sem causar infecção; Entamoeba coli (NÃO É INFECTANTE) PROVOCAR INVASÃO: Invade tecidos FORMAS DO PROTOZOÁRIO: Cisto – Infectante Trofozoíta – Não infectante MODO DE TRANSMISSÃO: Ingestão de alimentos ou água contaminadas por fezes contendo cistos amebianos maduros. Ocorre o encistamento com a formação dos trofozoítos e a consequente multiplicação no intestino grosso, formando novos cistos que serão eliminados nas fezes. FATORES DESENCADEADORES: Condiçoes sanitarias precarias; Sexo anal; Contato Oral-anal CICLO DO PROTOZOÁRIO: MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: Colite – Dor abdominal; Diarreia de pequeno volume e multiplos episodios, apresentando sangue, muco e/ou pus nas fezes; Úlceras amebianas profundas por invasão da mucosa; Realiza invasão EXTRAINTESTINAL: Abcesso hepático. DIAGNÓSTICO: Presença de trofozoitos ou cistos do parasito nas fezes. É necessario que seja feito TRÊS AMOSTRAS de fezes consecutivas; Método de Faust: Mistura-se as fezes em água filtrada, centrifuga, joga sulfato de zinco e observa os ovos boiando. Entamoeba coli (NÃO É INFECTANTE): Não se trata IMPORTANTE: A pesquisa de antígeno fecal é mais sensível do que o exame de parasitólogico de fezes e, segundo alguns autores, seria o método de escolha em regiões endêmicas TRATAMENTO: Deve ser tratada sendo sintomática ou não: -> Imidazolicos; Metronidazol; Secnidazol; Tinidazol; Nitazoxanida (ANNITA) Não utilizar bebidas alcoólicas durante ou até 4 dias após o tratamento (efeito antabuse). EPIDEMIO: região Nordeste representou 42,28% dos casos nacionais da doença (6.033), seguida do Norte (5.388; 37,76%), Sudeste (1.196; 8,38%), Centro-Oeste (1.096; 7,68%) e Sul (555; 3,88%). 3- S. MANSONI/ESQUISTOSSOMOSE AGENTE ETIOLÓGICO: Schistosoma mansoni GERAL: Doença que possui o caramujo biomphalaria como hospedeiro INTERMEDIÁRIO; COMPLICAÇÕES: Fibrose hepática; Hipertensão portal; Insuficiência hepática; Comprometimento do sistema nervoso. DIAGNÓSTICO: Exame parasitológico de fezes, através do método de Kato-Katz TRATAMENTO: Dose única e supervisionado feito por meio do medicamento Praziquantel EPIDEMIO: doença endêmica de grande importância na saúde pública, com cerca de 43 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco de infecção e 7 milhões infectadas. 4- TENÍASE/TÊNIA SOLIUM GERAL: Provocada pela forma adulta da Taenia solium no intestino delgado (Doença intestinal) ; Taenia solium (larvas adultas): Carne de porco - Até 3 metros de comprimento. MODO DE TRANSMISSÃO: Ingesta de carne de boi ou porco mal cozida. Vale salientar que os vermes NÃO liberam os ovos, mas sim proglotides (partes do seu corpo) que o animal ingere essas proglotides (que se alojam na carne do animal) e o ser humano come essa carna mal cozida. CICLO: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Obstrução de apêndice; Colédoco; Ducto pancreático; Os indivíduos acometidos pela teníase conseguem observar as proglotides em suas fezes ou nas roupas, procurando ajuda médica. DIAGNÓSTICO: Clínico; Epidemiologia; Laboratorial: Parasitológico de fezes (NÃO estamos olhando os ovos, mas sim as proglotides). Geralmente se coleta o material da região anal e, através do microscópio se diferencia os ovos da tênia dos demais parasitas Tamisação fecal: Exame de fezes preconizado de preferência – peneiramento de fezes Método de Graham ou fita gomada TRATAMENTO: Mebendazol Albendazol Praziquantel EPIDEMIO: Segundo estimativas conservadoras da Organização Mundial da Saúde (OMS), há pelo menos 2,5 milhões de pessoas infectadas com teníase no mundo, distribuídas principalmente na América Latina, na antiga União Soviética, no Extremo Oriente incluindo a Índia, e no Continente Africano. 5- TENÍASE/TÊNIA SAGINATA GERAL: Provocada pela forma adulta da Taenia saginata no intestino delgado (Doença intestinal). Por isso ela se chama “solitaria” devido ao seu tamanho muito difícil nós teríamos mais de uma taenia saginata; Taenia saginata (larvas adultas): Carne bovina - Até 7 metros de comprimento. MODO DE TRANSMISSÃO: Ingestão de carne de boi ou porco mal cozida. Vale salientar que os vermes NÃO liberam os ovos, mas sim proglótides (partes do seu corpo) que o animal ingere essas proglótides (que se alojam na carne do animal) e o ser humano come essa carne mal cozida. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Obstrução de apêndice; Colédoco; Ducto pancreático; Os indivíduos acometidos pela teníase conseguem observar as proglotides em suas fezes ou nas roupas, procurando ajuda médica. DIAGNÓSTICO: Clínico; Epidemiologia; Laboratorial: Parasitológico de fezes (NÃO estamos olhando os ovos, mas sim as proglotides). Geralmente se coleta o material da região anal e, através do microscópio se diferencia os ovos da tênia dos demais parasitas Tamisação fecal: Exame de fezes preconizado de preferência – peneiramento de fezes Método de Graham ou fita gomada TRATAMENTO: Mebendazol Albendazol Praziquantel EPIDEMIO: Segundo estimativas conservadoras da Organização Mundial da Saúde (OMS), há pelo menos 2,5 milhões de pessoas infectadas com teníase no mundo, distribuídas principalmente na América Latina, na antiga União Soviética, no Extremo Oriente incluindo a Índia, e no Continente Africano. 6- ASCARIDÍASE AGENTE ETIOLÓGICO: Ascaris lumbricoides GERAL: Ciclo pulmonar obrigatório, portanto incriminados na síndromeeosinofílica pulmonar de Loeffler. No brasil, é conhecida como LOMBRIGA ->Produção diária de ovos, com eliminação de até 200mil ovos por dia EPIDEMIO: Parasitose mais COMUM no BRASIL É mais comum na Ásia, África e América Latina, principalmente em regiões muito povoadas e com baixas condições de saneamento básico. A ascaridíase é mais comum entre crianças de 2 a 10 anos de idade, e a prevalência da infecção diminui entre indivíduos com mais de 15 anos de idade. MODO DE TRANSMISSÃO; Ingestão de ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas FATORES DESENCADEADORES: Péssimas condições de higiene; Baixas condições socioeconômicas; Limitadas condições educacionais CICLO: Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides 1. Vermes Ascaris adultos vivem na luz do intestino delgado. 2. Uma fêmea pode produzir cerca de 200.000 ovos por dia; os ovos são excretados nas fezes. Os ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas não são infecciosos. 3. No meio ambiente, os ovos fertilizados, dependendo das condições, se tornam embrionários e infecciosos entre 18 dias e algumas semanas; as condições ideais são solo úmido, quente e sombreado. 4. Ovos infecciosos são deglutidos. 5. No intestino delgado, os ovos eclodem em larvas. 6. As larvas penetram a parede do intestino delgado e migram via circulação porta até o fígado, a seguir via circulação sistêmica até os pulmões, onde amadurecem ainda mais (em 10 a 14 dias). 7. As larvas penetram as paredes alveolares, ascendem a árvore brônquica até a garganta e são deglutidas. A seguir retornam ao intestino delgado, onde se transformam em vermes adultos. IMPORTANTE: O momento da deglutição é perigoso, pois dependendo da quantidade de vermes deglutidos, parte dos vermes podem ir para o trato respiratório, gerando principalmente obstrução das vias aéreas e asfixia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Diarreia; Obstipação “Constipação Intestinal”: Bolo de ascaris; Asfixia; Perda de peso e desnutriçãO; Dor abdominal; DIAGNÓSTICO: Parasitológico de fezes: Método de Faust: Mistura-se as fezes em água filtrada, centrifuga, joga sulfato de zinco e observa os ovos boiando. Método de Hoffman: Mistura-se as fezes em água filtrada, deixa sedimentar de forma espontânea, joga lugol, faz a filtragem e observa os ovos boiando. Exames radiológicos; TRATAMENTO: Farmacológico: Mebendazol; Albendazol. Endoscopia em caso de bolo de ascaris. IMPORTANTE: A maioria dos helmintos são tratados dessa forma. 7-ENTEROBIUS VERMICULARES/ ENTEROBÍASE (OXIURÍASE) AGENTES ETIOLÓGICO: Enterobius vermicularis GERAL: Infestação intestinal também chamada de Oxiuríase causada por helmintos MODO DE TRANSMISSÃO: Contaminação fecal-oral Vale salientar que as fêmeas fazem sua oviposição fora do intestino, na região perianal, levando a prurido anal (coceira) Auto-infecção externa ou direta: Do ânus para a cavidade oral, através dos dedos Retroinfestação: Migração das larvas da região anal para as regiões do intestino grosso CICLO: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Prurido retal frequentemente noturno (coceira); Irritabilidade; Desassossego; Desconforto; Sono intranquilo; Invasão do aparelho genital feminino: o Prurido o Corrimento vaginal o Aumento de excitação sexual o Onanismo (compulsão em se masturbar) DIAGNÓSTICO: Exame clínico: Prurido característico Fita gomada ou método de Graham: É feita pela coleta por fita adesiva perianal onde se observa o conteúdo parasitológico da região no microscópio Coleta de material ou leito subungueal em crianças Swab anal TRATAMENTO: Tratamento para todas as pessoas da família: Albendazol Mebendazol MEDIDAS DE CONTROLE: Hábitos de higiene pessoal Lavagem de mãos o Após ir ao banheiro o Após se coçar Manter as unhas limpas Evitar coçar a região perianal Evitar colocar a mão na boca Trocar frequentemente roupas de cama e toalhas de banho
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