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DESCRIÇÃO Os princípios de eletroquímica e suas aplicações nos processos eletroquímicos e eletrolíticos, bem como a aplicação da Lei de Nernst e de Faraday na previsão do comportamento desses processos. PROPÓSITO O estudo dos sistemas de oxidação-redução (galvânicos e eletrolíticos) é de suma importância para o conhecimento dos processos de geração de energia baseada em reações espontâneas. De forma similar, o estudo das leis de Faraday aplicadas aos processos eletrolíticos permite o cálculo das massas depositadas nos eletrodos, fato que faz com que o processo eletrolítico se torne viável pela previsibilidade dos produtos obtidos. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar as reações redox presentes em células eletroquímicas MÓDULO 2 Definir a espontaneidade reacional por meio da determinação de potenciais padrão de eletrodos MÓDULO 3 Descrever a equação de Nernst e as leis de Faraday, bem como suas aplicações na eletroquímica INTRODUÇÃO Neste conteúdo, estudaremos as reações de transferência de elétrons ou reações de redução- oxidação, também conhecidas como reações redox ou de oxirredução. Essas reações acontecem o tempo todo ao nosso redor. Você, certamente, já deve ter visto um objeto metálico enferrujado. A ferrugem é um exemplo de reação de redução-oxidação. Podemos subdividir esse tipo de reação em processos galvânicos (espontâneos, (∆Eo > 0) e processos eletrolíticos (não espontâneos, ∆Eo < 0). Veremos, ainda, a determinação de potenciais padrão de eletrodos, em que os potenciais são calculados em função do potencial de eletrodo de hidrogênio (EPH) que assume o valor de 0,00 volts. Em condições distintas a esse padrão, o cálculo do potencial pode ser realizado pela equação de Nernst. Por fim, é possível relacionar a Lei de Faraday com as massas obtidas em processos eletrolíticos, em função da quantidade de carga elétrica que passa pelo sistema. Vamos juntos entender como acontece cada um desses processos e sua importância? MÓDULO 1 Identificar as reações redox presentes em células eletroquímicas REAÇÕES E TRANSFERÊNCIA DE ELÉTRONS E TIPOS DE SISTEMAS DE REDUÇÃO- OXIDAÇÃO REAÇÕES REDOX: CONCEITO Você já se perguntou o que ocorre quando utilizamos água sanitária para lavarmos nossa roupa? Por que ela mancha tecidos coloridos? A resposta mais simples é que a água sanitária “ataca” os materiais segundo reações químicas específicas, chamadas de reações redox. As reações redox são aquelas em que ocorre a transferência de elétrons entre as espécies envolvidas. Os processos reacionais de oxidação ocorrem com aumento da carga da espécie química. De forma contrária, os que apresentam diminuição do estado de oxidação são chamados de redução. Observe as reações genéricas a seguir: A → A + 1 + ELÉTRON Estado de oxidação de A = 0 (zero) Estado de oxidação de A+1 = +1 Houve oxidação (aumento da carga da espécie A de zero para +1) B + elétron → B - 1 Estado de oxidação de B = 0 (zero) Estado de oxidação de B-1 = -1 Houve redução (redução da carga da espécie B de zero para -1) Um processo de oxidação sempre ocorre com aumento da carga. Note que, neste exemplo, a substância genérica A tinha carga zero e passou a ter carga +1, caracterizando um processo de oxidação. De forma análoga, um processo em que ocorre diminuição da carga é característico da redução, fato que ocorre com B, que, antes da reação, tinha carga zero e passa a ter carga -1. A figura 1 mostra as reações de oxidação e redução que ocorrem ao mesmo tempo. Dizemos, então, que há transferência de elétrons da reação de oxidação para a reação de redução. Imagem: Shutterstock.com Figura 1 − Representação de uma reação redox. As reações de oxidação e redução são dependentes umas das outras. Para que ocorra a reação de oxidação, é necessária uma reação de redução, para que haja transferência de elétrons. Assim, as reações de oxidação e redução fazem parte da reação redox completa (e, por isso, cada uma delas é chamada de semirreação). Nesses processos, pode-se analisar o efeito da reação de oxidação na reação de redução, e vice-versa. Observe, novamente, a reação genérica entre a substância A e a B com formação de A+1 e B-1: A + B ⇌ A + 1( AQ ) + B - 1 ( AQ ) Podemos dizer que a reação de redução de B depende do elétron liberado pela reação de oxidação de A. Em outras palavras: o reagente B provoca a oxidação de A, sendo chamado de agente oxidante. Para A ocorre o inverso: sua reação de oxidação ocorre somente se B estiver disponível para receber os elétrons (sofrer redução). Logo, A atua como agente redutor. Os produtos das reações de oxidação e redução são chamados, respectivamente, de espécies oxidadas e reduzidas. Veja: A + B ⇌ A + 1( AQ ) + B - 1 ( AQ ) AGENTES ⇌ ESPÉCIES A é o agente redutor (provoca redução de B a B-1) B é o agente oxidante (provoca oxidação de A a A+1) A+1 é a espécie oxidada B-1 é a espécie reduzida ATENÇÃO Note que o elétron liberado na reação de A é utilizado na reação de B. Diz-se que o elétron foi transferido de uma semirreação a outra. SISTEMAS ELETROQUÍMICOS E ELETROLÍTICOS A eletroquímica é a parte da química que estuda os fenômenos reacionais em que a transferência de elétrons ocorre entre reações de oxidação e redução. Em sistemas nos quais as reações promovem o aparecimento de energia, atribui-se o nome de pilhas eletroquímicas (galvânicas) ou somente pilhas. São processos espontâneos. Para os sistemas eletroquímicos não espontâneos, o termo usado é sistema eletrolítico ou eletrólise. Esse processo só acontece quando energia é fornecida ao sistema. Vamos estudá-los um pouco? SISTEMAS ESPONTÂNEOS: PILHAS ELETROQUÍMICAS OU PILHAS GALVÂNICAS As reações podem ocorrer de forma espontânea pela transferência direta do agente redutor (doador de elétrons) para o agente oxidante (receptor de elétrons). Essas transferências podem ser feitas de duas formas, que veremos a seguir. PILHA GALVÂNICA POR TRANSFERÊNCIA DIRETA DE ELÉTRONS Podemos verificar esse tipo de pilha quando mergulhamos uma placa de cobre em solução que contém íon Hg+2 (íon mercúrico). Há formação de mercúrio metálico ao fundo do recipiente e percebemos que a solução adquire coloração azulada com o passar do tempo. As reações que ocorrem são: Reação de oxidação (anodo) CU ( S ) → CU 2 + ( AQ ) + 2 ELÉTRONS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Cobre (Cu): agente redutor, promove a redução do Hg2+ para Hg Reação de redução (catodo) HG 2 +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → HG ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Íon mercúrico (Hg2+): agente oxidante, promove a oxidação do Cu para Cu2+ Reação global da pilha eletroquímica: CU ( S ) + HG 2 + ( AQ ) ⇋ CU 2 + ( AQ ) + HG ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO Note que, nessa reação, o simples contato entre as espécies químicas promoveu o início do fluxo de elétrons, pelo fato de ser uma reação do tipo espontânea. O aparecimento de coloração azul na solução comprova a formação de íons Cu2+, e o aparecimento de metal no fundo da solução indica a formação do mercúrio metálico. Para se evitar a ideia de que a oxidação é sempre acompanhada da formação de carga positiva, devemos observar a figura 2. Nela, é possível observar que uma espécie negativa pode sofrer oxidação com a espécie apresentando carga zero. O importante é o aumento de carga em relação à carga inicial. Da mesma maneira, a substância B (na figura 2) sofre redução pelo recebimento de duas cargas negativas. Note que B, no início, apresentava carga zero. Imagem: Shutterstock.com Figura 2 – Representação de um fenômeno de oxidação e redução. Uma forma genérica de tratar esses dois processos complementares é: Oxidação Redução Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal OXIDAÇÃO Processo em que há aumento de carga quando se compara a carga iniciale final de determinada espécie. REDUÇÃO javascript:void(0) javascript:void(0) Processo em que há redução de carga quando comparamos a carga inicial e final de determinada espécie. PILHA GALVÂNICA POR TRANSFERÊNCIA INDIRETA DE ELÉTRONS Consideremos a reação entre o zinco e o cobre. Podemos construir um sistema em que soluções salinas de zinco e cobre estejam em contato por um fio que une as duas partes da pilha, chamadas de eletrodos metálicos de cobre e zinco. A reação global dessa pilha é representada por: ZN ( S ) + CU 2 + ( AQ ) ⇌ ZN 2 + ( AQ ) + CU ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A figura 3 mostra a representação da pilha entre os eletrodos de zinco e de cobre. Essa pilha é chamada de pilha de Daniell, criada em 1836 por John Frederic Daniell. Pode-se perceber que a pilha apresenta dois recipientes: um que contém a solução salina de zinco e outro que contém a solução salina de cobre. O eletrodo de zinco metálico está imerso na solução salina de zinco e o eletrodo de cobre, na solução salina de cobre. Quando o fio faz a ligação entre os eletrodos de cobre e zinco, as reações começam a acontecer. De forma espontânea, elétrons migram do eletrodo de zinco para o de cobre. Podemos fazer as seguintes afirmações: A chegada de elétrons no eletrodo de cobre promove a redução dos íons de cobre da solução, que se depositam na superfície do eletrodo, resultando no aumento de massa do eletrodo de cobre metálico. A saída de elétrons do eletrodo de zinco faz com que a massa do eletrodo de zinco seja diminuída, pois ocorre oxidação do zinco metálico para Zn2+, que deixa o eletrodo e é solubilizado na solução. O voltímetro ligado ao fio que conecta os dois eletrodos indica o fluxo de elétrons entre as duas partes da pilha, com o aparecimento de corrente elétrica. Na pilha, o eletrodo no qual ocorre a reação de oxidação é negativo, sendo chamado de anodo. O eletrodo no qual ocorre a redução, por sua vez, é chamado de catodo e tem sinal positivo. Imagem: Shutterstock.com Figura 3 − Representação da pilha de Daniell. A ponte salina A ponte salina é um sistema auxiliar que faz conexão entre os dois eletrodos da pilha. É preenchida com solução saturada de sais que podem migrar para as soluções onde estão imersos os eletrodos componentes da pilha. QUAL É O IMPACTO DA EXISTÊNCIA DA PONTE SALINA? PARA RESPONDER A ESSA PERGUNTA, VAMOS ESTUDAR COMO ELA ATUA NA PILHA? Com o avanço da reação química, começam os desequilíbrios de cargas: A solução que contém o eletrodo de zinco tem sua carga positiva aumentada, ao contrário da solução que contém o eletrodo de cobre, que tem sua carga negativa aumentada. Dessa maneira, a ponte salina atua para restabelecer o equilíbrio: como o sal presente na ponte salina é formado por íons positivos e negativos, ocorre migração dos íons positivos da ponte, no sentido do eletrodo de cobre, e migração dos íons negativos da ponte para o eletrodo de zinco, de modo que a variação de cargas seja neutralizada. A continuidade do processo reacional é o maior de todos os benefícios da ponte salina, pois, se ela não existisse, o desequilíbrio de cargas provocaria parada da reação química e da geração de energia pela pilha. Um outro detalhe importante é o potencial que aparece quando a ponte salina é usada. Este é chamado de potencial de junção líquida (representado por Ej), e tende a ser menor quanto mais próximas forem as mobilidades dos íons presentes na ponte e na pilha. Escolher bons sais para compor a ponte salina é item importante para a correta determinação das medidas eletroquímicas. REPRESENTAÇÃO DE UMA PILHA ELETROQUÍMICA É razoável que a representação da pilha de Daniell facilite o entendimento do fenômeno, entretanto, não é a forma mais simples. A notação mais usada para expressarmos as pilhas eletroquímicas é: Par envolvido na oxidação || Par envolvido na redução Em que || simboliza a ponte salina. Usaremos novamente a reação genérica entre A e B: A + B ⇌ A + 1( AQ ) + B - 1 ( AQ ) Podemos escrever as semirreações: Oxidação: A → A+1(aq) + elétron Redução: B + elétron → B-1(aq) A notação para esta pilha fica: A|A+1 || B|B-1 COMENTÁRIO Observação: A representação || significa a presença de ponte salina entre os eletrodos A e B, e | significa a separação entre reagentes e produtos de cada reação química componente da pilha. SISTEMAS NÃO ESPONTÂNEOS: PROCESSOS ELETROLÍTICOS Veremos agora os processos que não são espontâneos! Eles são chamados de processos eletrolíticos ou eletrólise. Em outras palavras, podemos dizer que é uma reação química que ocorre pela ação de uma corrente elétrica. Esse processo pode ocorrer com soluções que contenham íons ou com compostos iônicos fundidos. Apesar de a eletrólise apresentar alguma semelhança com a pilha eletroquímica, as diferenças entre esses processos são bem mais significativas. São elas: Presença de gerador de corrente: como a eletrólise é um processo que necessita de energia para acontecer, o uso de gerador de energia é obrigatório, pois, do contrário, a reação química não se iniciará; Assim como a pilha eletroquímica, a eletrólise apresenta um catodo e um anodo, porém, aqui, o anodo é positivo e o catodo, negativo. TIPOS DE ELETRÓLISE Conforme dissemos anteriormente, os processos eletrolíticos podem ocorrer com duas configurações: em meio de solução que contenha sal, chamada de eletrólise aquosa, ou em meio de composto iônico fundido. Vamos estudar, particularmente, cada sistema? Eletrólise aquosa Os processos eletrolíticos que ocorrem em solução são chamados de processos eletrolíticos em meio aquoso ou eletrólise aquosa. Nesse sistema, existe um eletrólito que está solúvel em água. Não há necessidade de ponte salina, pois os dois eletrodos estarão imersos na mesma solução, fato que favorece o equilíbrio de cargas por migração. Como no anodo ocorre a oxidação, parte desse eletrodo vai sendo perdido ao longo do processo da eletrólise. Já no catodo, eletrodo onde ocorre a redução, há formação de metal puro. Nesse caso, os eletrodos são chamados de eletrodos ativos. Os eletrodos também podem ser de materiais inertes ou metais estáveis, como platina. Nesses casos, os eletrodos funcionam apenas como condutores dos elétrons e não participam da reação eletrolítica. A figura 4 mostra o esquema de uma eletrólise genérica em meio aquoso. Imagem: Shutterstock.com Figura 4 – Eletrólise. Para esclarecer melhor esse processo, vamos estudar a eletrólise de um sal solúvel em água, como o sulfato de cobre. Instalam-se dois eletrodos de cobre metálico ligados por um fio a uma fonte de energia (bateria). Após a imersão desses eletrodos na solução de sulfato de cobre (CuSO4), a bateria pode ser ligada. Com o início da corrente elétrica sendo fornecida ao sistema, reações não espontâneas começam a ocorrer. Para entendermos as reações possíveis, devemos analisar o que ocorre quando dissolvemos um sal em água. A reação de dissociação (sendo o sal o soluto e a água o solvente) é: CUSO4 ( AQ ) + H2O ( L ) ⇋ CU 2 + ( AQ ) + SO 2 - 4 ( AQ ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Essa reação de dissociação ocorre de forma espontânea e não faz parte do processo eletrolítico. Quando a bateria é ligada e a energia é fornecida ao sistema eletrolítico, pode-se observar dois fenômenos: Reações de oxidação e de redução envolvendo o cobre metálico e o cobre presente na solução. Reações de oxidação e de redução envolvendo o solvente (H2O). Ainda sem identificarmos quais eletrodos são responsáveis pelas reações, podemos dizer que as seguintes reações podem ocorrer: CU ( S ) → CU 2 + ( AQ ) + 2 ELÉTRONS CU 2 + ( AQ ) + 2 ELÉTRONS → CU ( S ) 2H2O ( L ) → O2 ( G ) + 4H + ( AQ ) + 4 ELÉTRONS 4H2O ( L ) + 4 ELÉTRONS → 2H2 ( G ) + 4OH - ( L ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal QUAIS REAÇÕESREALMENTE OCORREM E QUAIS SÃO OS ELETRODOS RESPONSÁVEIS POR CADA UMA? Vamos analisar quais reações podem ocorrer? No anodo, podem ocorrer reações de oxidação: CU ( S ) → CU 2 + ( AQ ) + 2 ELÉTRONS (REAÇÃO DE OXIDAÇÃO DO COBRE) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2H2O ( L ) → O2 ( G ) + 4H + ( AQ ) + 4 ELÉTRONS (REAÇÃO DE REDUÇÃO DA ÁGUA) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal As reações de redução ocorrem no catodo. Podem ocorrer as seguintes reações de redução: CU 2 + ( AQ ) + 2 ELÉTRONS → CU ( S ) (REAÇÃO DE REDUÇÃO DO COBRE) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2H2O ( L ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) + 2OH - ( L ) (REAÇÃO DE REDUÇÃO DA ÁGUA) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Conforme dito anteriormente, o polo positivo da eletrólise é a parte do sistema na qual ocorrem as reações de oxidação (anodo), e o polo negativo é aquele no qual ocorre a redução. Em função do sinal e da necessidade de elétrons, o fluxo de elétrons é em direção ao catodo (eletrodo negativo). POR QUE AS REAÇÕES DO COBRE OCORREM PREFERENCIALMENTE? RESPOSTA Nesse momento, podemos dizer que as reações envolvendo o cobre são preferenciais, pois a demanda energética para a eletrólise do cobre é menor do que a demanda para a eletrólise da água. CU ( S ) → CU 2 + ( AQ ) + 2 ELÉTRONS (REAÇÃO DE OXIDAÇÃO DO COBRE) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal CU 2 + ( AQ ) + 2 ELÉTRONS → CU ( S ) (REAÇÃO DE REDUÇÃO DO COBRE) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O sistema eletrolítico descrito pode ser visto na figura 5. Nela, podemos ver o fluxo de elétrons em direção ao catodo, a bateria que alimenta o sistema, os eletrodos e as reações que ocorrem: Imagem: Shutterstock.com Figura 5 − Eletrólise aquosa de CuSO4. Eletrólise ígnea Se o processo eletrolítico tem ausência de solvente água e o composto líquido presente é o sal fundido, dizemos que se trata de uma eletrólise ígnea. Nesse processo, ocorrem as mesmas reações presentes na eletrólise aquosa, entretanto, não existem reações alternativas como a oxidação e redução do próprio solvente. Vamos ver como isso acontece? Imaginemos a eletrólise ígnea do sal NaCl. A célula eletrolítica (mostrada na figura 6) é preparada por dois eletrodos inertes (de grafite) ligados por um fio de cobre. Esses eletrodos são imersos em NaCl fundido, ou seja: o NaCl que sofreu aquecimento e se transformou em NaCl líquido. Os dois eletrodos inertes são ligados a uma bateria que fornecerá energia ao sistema. Assim que a bateria for ligada e a energia começar a ser fornecida ao sistema, as reações a seguir começarão a ocorrer: Reação no anodo – reação de oxidação (eletrodo de carga negativa): 2CL -( AQ ) → CL2 ( G ) + 2 ELÉTRONS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Reação no catodo – reação de redução (eletrodo de carga positiva): NA +( AQ ) + 1 ELÉTRON → NA ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Com o passar do tempo, o gás cloro (Cl2) será liberado da célula eletrolítica e o sódio metálico começará a se depositar no catodo. Podemos dizer que a eletrólise ígnea de NaCl é um processo de produção de gás cloro e sódio metálico, com uso de energia externa proveniente de uma bateria ou pilha. A figura 6 mostra a célula eletrolítica de NaCl fundido: Imagem: Shutterstock.com Figura 6 – Eletrólise ígnea do NaCl. COMPARAÇÃO ENTRE PROCESSOS ESPONTÂNEOS E NÃO ESPONTÂNEOS: PILHAS E ELETRÓLISE Um fato observado é que tanto a pilha como a eletrólise apresentam comportamentos semelhantes de seus eletrodos: oxidação no anodo, redução no catodo. Porém, algumas particularidades devem ser esclarecidas. Os dados comparativos entre os processos eletroquímicos e eletrolíticos são apresentados no quadro 1. Nele, podemos perceber que, embora os sinais sejam invertidos quando comparamos os sinais das pilhas e das eletrólises, os processos de oxidação e redução continuam os mesmos. O mesmo ocorre com o fluxo de elétrons. É importante lembrar que as reações espontâneas ou pilhas são geradoras de energia. As eletrólises, por sua vez, são processos não espontâneos que ocorrem somente se energia for fornecida a eles, ou seja, a eletrólise consome energia para ocorrer. Parâmetro / Tipo de célula Pilha eletroquímica Eletrólise aquosa Eletrólise ígnea Espontaneidade reacional Espontânea Não espontânea Não espontânea Reação do catodo Redução Redução Redução Reação do anodo Oxidação Oxidação Oxidação Sinal do catodo Positivo (+) Negativo (-) Negativo (-) Sinal do anodo Negativo (-) Positivo (+) Positivo (+) Uso de solvente Sim Sim Não Uso de ponte salina Sim Não Não Fluxo de elétrons Anodo para o catodo Anodo para o catodo Anodo para o catodo Quadro 1: Parâmetros de comparação entre as células eletroquímicas e eletrolíticas Adaptado de: Skoog et al. (2010) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A figura 7 mostra as principais diferenças entre a pilha eletroquímica e a eletrólise, e complementa os dados apresentados no quadro 1. Note que o fluxo de elétrons se mantém igual em ambos os casos e que a redução ocorre sempre no catodo. Imagem: Shutterstock.com Figura 7 − Comparação entre célula eletrolítica (eletrólise) e célula eletroquímica (galvânica). PROCESSOS ELETROQUÍMICOS X PROCESSOS ELETROLÍTICOS Neste vídeo, o especialista Marcio Franco explicará o que são reações de redox. A partir daí, vai apresentar e comparar os sistemas eletroquímicos e eletrolíticos, mostrando exemplos em que cada um é aplicado. Vamos lá! VEM QUE EU TE EXPLICO! Reações redox: conceito Sistemas espontâneos: pilhas eletroquímicas ou pilhas galvânicas Sistemas não espontâneos: processos eletrolíticos VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UMA REAÇÃO REDOX É UM SISTEMA REACIONAL EM QUE DUAS SEMIRREAÇÕES COM CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES OCORREM SIMULTANEAMENTE. A UMA DELAS É ATRIBUÍDO O NOME DE SEMIRREAÇÃO DE OXIDAÇÃO, E À OUTRA, SEMIRREAÇÃO DE REDUÇÃO. SOBRE OS FENÔMENOS DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO, PODEMOS DIZER QUE: A) O processo de oxidação ocorre com perda de elétrons e o processo de redução com ganho dos elétrons perdidos pela semirreação de oxidação. Na oxidação, ocorre aumento de carga, e na redução, diminuição da carga negativa. B) O processo de oxidação ocorre com perda de elétrons e o processo de redução com ganho dos elétrons perdidos pela semirreação de redução. Na oxidação, ocorre aumento de carga, e na redução, diminuição da carga do íon. C) O processo de oxidação ocorre com perda de elétrons e o processo de redução com ganho dos elétrons perdidos pela semirreação de oxidação. Na oxidação, ocorre redução de carga, e na redução, diminuição da carga do íon. D) O processo de oxidação ocorre com perda de elétrons e o processo de redução com ganho dos elétrons perdidos pela semirreação de oxidação. Na oxidação, ocorre aumento de carga, e na redução, diminuição da carga. E) O processo de oxidação ocorre com perda de elétrons e o processo de redução com ganho dos elétrons perdidos pela semirreação de oxidação. Na oxidação, ocorre aumento de carga, e na redução, diminuição da carga presente na reação química. 2. A ELETROQUÍMICA SE DIVIDE EM DOIS PROCESSOS: O PRIMEIRO, CHAMADO DE PROCESSO ESPONTÂNEO OU PILHA GALVÂNICA/ELETROQUÍMICA. O SEGUNDO É CHAMADO DE PROCESSO NÃO ESPONTÂNEO OU SISTEMA ELETROLÍTICO. SOBRE AS PILHAS E OS PROCESSOS ELETROLÍTICOS, PODEMOS DIZER QUE: A) As pilhas galvânicas são processos que fornecem energia a partir de uma reação química e podem ser de dois tipos: transferência de elétrons direta e indireta. Os processos eletrolíticos, por sua vez, são processos não espontâneos e, porisso, não fornecem energia a partir de sua reação química. B) As pilhas galvânicas são processos que fornecem energia a partir de uma reação química e podem ser de dois tipos (transferência de elétrons direta e indireta). Os processos eletrolíticos, por sua vez, são processos não espontâneos e fornecem energia a partir de sua reação química da mesma maneira que a pilha. C) As pilhas galvânicas são processos que fornecem energia a partir de uma reação química. Os processos eletrolíticos, por sua vez, são processos espontâneos que também fornecem energia a partir de sua reação química, da mesma maneira que a pilha. D) As pilhas galvânicas são processos que não fornecem energia a partir de uma reação química, embora sejam de dois tipos: transferência de elétrons direta e indireta. Os processos eletrolíticos, por sua vez, são processos não espontâneos que fornecem energia a partir de sua reação química. E) As pilhas galvânicas são processos que não fornecem energia a partir de uma reação química. Da mesma forma são os processos eletrolíticos: não espontâneos e, por isso, não fornecem energia a partir de sua reação química. GABARITO 1. Uma reação redox é um sistema reacional em que duas semirreações com características complementares ocorrem simultaneamente. A uma delas é atribuído o nome de semirreação de oxidação, e à outra, semirreação de redução. Sobre os fenômenos de oxidação e redução, podemos dizer que: A alternativa "D " está correta. As reações de oxirredução, redução-oxidação ou redox são reações globais em que as semirreações de oxidação e redução ocorrem, simultaneamente, para que a transferência de elétrons ocorra. As semirreações de oxidação ocorrem sempre com perda de elétrons e aumento da carga. As semirreações de redução, por sua vez, ocorrem com ganho de elétrons e redução da carga. A perda de elétrons ocorre sempre com aumento da carga, pois a saída de elétrons (negativos) implica no aparecimento ou aumento das cargas positivas. Fato oposto ocorre na reação de redução. 2. A eletroquímica se divide em dois processos: o primeiro, chamado de processo espontâneo ou pilha galvânica/eletroquímica. O segundo é chamado de processo não espontâneo ou sistema eletrolítico. Sobre as pilhas e os processos eletrolíticos, podemos dizer que: A alternativa "A " está correta. Os processos redox são aqueles baseados em reações de oxirredução. Nessas reações, há possibilidade da reação global (reação formada por duas semirreações – oxidação e redução) gerar energia. Essa geração de energia somente é possível em processos espontâneos (caso das pilhas galvânicas ou eletroquímicas). Os processos eletrolíticos, por serem não espontâneos, necessitam de energia para ocorrer. MÓDULO 2 Definir a espontaneidade reacional por meio da determinação de potenciais padrão de eletrodos POTENCIAL PADRÃO DE ELETRODO E DIFERENÇA DE POTENCIAL EM CÉLULAS GALVÂNICAS E ELETROLÍTICAS O potencial de eletrodo é a medida de tendência de uma reação de oxidação (ou redução) ocorrer. Quanto maior for o potencial, maior será essa tendência. Embora os potenciais, por si, indiquem isso, devemos entender que as condições em que as medidas de potencial são verificadas podem variar. Nessa questão, temos dois potenciais em destaque: o potencial padrão de eletrodo, medido em condições específicas, e o potencial de eletrodo medido em células eletroquímicas que apresentam concentrações de reagentes diferentes da condição padrão. Vamos estudar um pouco sobre isso? Vamos lá! CORRENTES EM CÉLULAS ELETROQUÍMICAS Como estudamos, uma célula galvânica ou pilha é um processo espontâneo que promove a geração de energia a partir de duas semirreações baseadas na transferência de elétrons. A eletricidade gerada é transportada pelos ânions e cátions presentes no sistema. No anodo, são gerados elétrons livres que se movimentam pelo fio em direção ao catodo. Neste, há redução dos íons presentes na solução com formação de metal sobre sua superfície. Esse processo é espontâneo e a corrente elétrica produzida na pilha fornece energia para alimentação de outros processos. Na eletrólise, a corrente elétrica é gerada por uma fonte externa e a energia gerada por essa corrente é usada para a reação não espontânea presente na eletrólise. A figura 8 mostra o uso de uma bateria em que sua energia é usada para acender uma lâmpada convencional. Imagem: Shutterstock.com Figura 8 − Ação de uma bateria como fornecedora de energia elétrica: alimentação de uma lâmpada convencional. POTENCIAL PADRÃO DE ELETRODO DE HIDROGÊNIO: O ELETRODO PADRÃO DE HIDROGÊNIO OU EPH Em um sistema em que a concentração de espécies que fazem parte do sistema estão em concentração de 1 mol.L-1, chamamos os potenciais medidos de potenciais padrão de eletrodo. Também podem ser chamados de potenciais padrão. Estudamos no módulo anterior que as pilhas, ou células galvânicas, e a eletrólise são constituídos por dois eletrodos distintos, um chamado de catodo e outro, de anodo. Nesses sistemas, o potencial medido é resultante da diferença de potencial entre os dois eletrodos. Não há possibilidade de medida de potencial do eletrodo isolado. ENTÃO, COMO SABER O POTENCIAL DE CADA ELETRODO? RESPOSTA Escolheu-se um eletrodo de referência (para ser usado contra todos os outros, atribuindo-se o valor de potencial 0 (zero) volts para ele). O eletrodo escolhido foi o de hidrogênio, sendo chamado de eletrodo padrão de hidrogênio (EPH). A figura 9 mostra como esse eletrodo é construído: O metal condutor é um fio de platina, finamente dividida, chamada de negro de platina. O eletrodo é imerso numa solução ácida que contém íons H+ (estes apresentam concentração e mobilidade conhecidas na solução). A platina não participa das reações químicas e é usada como suporte para as reações. Podemos observar a seguinte semirreação no eletrodo: 2 H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A representação do processo que ocorre na semirreação pode ser escrita da mesma maneira que a apresentada para a reação global da pilha eletroquímica. Lembremos da notação para a reação global de um sistema eletroquímico: PAR ENVOLVIDO NA OXIDAÇÃO || PAR ENVOLVIDO NA REDUÇÃO Como desejamos escrever apenas a semirreação de oxidação que ocorre no EPH, esse eletrodo pode ser escrito por (embora tal notação seja pouco usada): PT, H2 (P = 1 ATM) | H+1 ( 1,0 MOL. L-1) || Imagem: Shutterstock.com Figura 9 − Eletrodo padrão de hidrogênio ou EPH. O potencial padrão de qualquer eletrodo (e o EPH também) depende de temperatura, pois esta influencia a mobilidade dos íons e moléculas. Para o EPH, a mobilidade dos íons (também chamada de atividade iônica) é igual à unidade (1), e as mobilidades das moléculas são proporcionais à pressão parcial do gás, assumindo o valor de 1 atmosfera (1atm). Por convenção, o EPH tem seu potencial definido como 0,00 volts em qualquer temperatura, fato que permite que a diferença de potencial lida em células galvânicas revele o valor do potencial do outro eletrodo ligado contra o EPH. O POTENCIAL PADRÃO DE ELETRODO E AS DIFERENÇAS DE POTENCIAL PADRÃO Vamos definir o potencial padrão de eletrodo? É aquele em que as concentrações de todos os íons presentes são 1 mol. L-1. Essa condição vale para o EPH e para o eletrodo que estamos tentando definir o potencial. Na medição da diferença de potencial, como o sistema é formado por dois eletrodos, um deles, obrigatoriamente, é o eletrodo de hidrogênio, sendo o outro aquele que estamos querendo medir o potencial. EXEMPLO Vamos pensar em uma pilha na qual o eletrodo de níquel se apresenta contra o eletrodo de referência de hidrogênio. Nessa situação, determinaremos o valor do potencial padrão do eletrodo de níquel. Esse sistema apresenta o eletrodo de hidrogênio imerso em água e o eletrodo de níquel imerso em solução de sal de níquel (NiNO3, por exemplo). Com objetivode manter o equilíbrio de cargas, é adicionada uma ponte salina entre os eletrodos que contém solução saturada de KCl. Quando o fio é conectado aos eletrodos, são percebidas as seguintes reações: Reação no anodo – oxidação do níquel a níquel (II) NI ( S ) → NI 2 + ( AQ ) + 2 ELÉTRONS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal COMENTÁRIO Observa-se aumento da intensidade de cor azul na solução, fato proveniente do aumento da concentração de íons de níquel. Reação no catodo – redução do H+ a H2(g) 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal COMENTÁRIO Observa-se liberação de gás, fato justificado pela formação do gás hidrogênio, ocorrida pela redução dos íons H+. POR QUE A REAÇÃO DE REDUÇÃO OCORRE NO ELETRODO DE HIDROGÊNIO? E POR QUE A OXIDAÇÃO OCORRE NO ELETRODO DE NÍQUEL? RESPOSTA A resposta mais simples para essas duas perguntas é que as reações ocorrerão, preferencialmente, em função da espontaneidade. Nessa pilha, ocorre, preferencialmente, a oxidação do níquel e a redução dos íons H+. Lembre-se sempre: as pilhas são sistemas espontâneos, ok? Podemos escrever tanto as semirreações como a reação completa da pilha. A reação completa da pilha é expressa pelo somatório das duas semirreações envolvidas e recebe o nome de reação global. Note que os elétrons formados na reação de oxidação do níquel são consumidos pela reação de redução do íon H+ e, dessa maneira, podem ser cancelados da reação global. A diferença de potencial entre os eletrodos de hidrogênio e níquel é de +0,25 volts. Esse valor de diferença de potencial foi atribuído à semirreação do níquel, pois foi convencionado que o eletrodo de hidrogênio apresenta potencial padrão igual a 0,00 volts. Contudo, de onde vem o sinal? Vamos aprender como calcular esse potencial? Aqui, devemos lembrar que estamos tratando de um processo espontâneo e, nestes, a diferença de potencial apresentará sempre valor positivo. Logo, é razoável imaginar que a diferença de potencial que apresente como resultado um valor positivo seja calculada da seguinte maneira: ∆ E° = E OMAIOR - E O MENOR, EM QUE: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Eo = diferença de potencial padrão da reação global Eomaior = potencial maior de redução Eomenor = potencial menor de redução Outra coisa importante é que a comparação dos potenciais envolvidos deve ser entre dois potenciais de mesma natureza: ou comparamos dois potenciais de redução ou dois potenciais de oxidação. Por convenção, usa-se a comparação de potenciais de redução. Logo, utilizaremos, como padrão, o potencial de redução das duas semirreações: o valor zero para o eletrodo de hidrogênio e o valor de + 0,25 volts para a diferença de potencial. Logo, o valor da diferença de potencial é calculado por: ∆ E° = E OCATODO - E O ANODO Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ou: ∆ E° = E OMAIOR - E O MENOR Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Efetuando-se as substituições: +0,25 = E OMAIOR - E O MENOR Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para a definição de qual das duas semirreações ocorre no sentido da redução, em outras palavras, aquela em que o potencial de redução é maior, devemos prestar atenção às duas reações de redução que estamos trabalhando: 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal NI 2 +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → NI ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Observamos na pilha a formação de hidrogênio gasoso. Logo, essa reação de redução é preferencial, ou seja, o seu potencial padrão de redução é MAIOR do que o potencial da semirreação do níquel. Substituímos o potencial na posição de Eomaior: +0,25 = 0,00 - E OMENOR Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Resolvendo a equação: E OMENOR = - 0,25 VOLTS, EM QUE: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Eomenor = potencial de redução do eletrodo de níquel Usando esse mesmo procedimento, pôde-se construir uma tabela de potenciais de redução para vários eletrodos (todos usando o eletrodo de hidrogênio como referência). Se as condições de temperatura, pressão e concentração forem mantidas (temperatura de 25oC, pressão de 1atm e concentração de reagente igual a 1,0 mol. L-1). A tabela 1 mostra os valores tabelados dos potenciais de redução para os eletrodos mais comuns: Semirreação de redução E0 (volts) Li +( aq ) + 1 elétron → Li ( s ) -3,05 K +( aq ) + 1 elétron → K ( s ) -2,93 Ba 2 +( aq ) + 2 elétrons → Ba ( s ) -2,90 Sr 2 +( aq ) + 2 elétrons → Sr ( s ) -2,89 Ca 2 +( aq ) + 2 elétrons → Ca ( s ) -2,87 Na +( aq ) + 1 elétron → Na ( s ) 2,71 Mg 2 +( aq ) + 2 elétrons → Mg ( s ) -2,37 Be 2 +( aq ) + 2 elétrons → Be ( s ) -1,85 Al 3 +( aq ) + 3 elétrons → Al ( s ) -1,66 Mn 2 +( aq ) + 2 elétrons → Mn ( s ) -1,18 2H2O ( l ) + 2 elétrons → H2 ( g ) + 2OH - ( aq ) -0,83 Zn 2 +( aq ) + 2 elétrons → Zn ( s ) -0,76 Cr 3 +( aq ) + 3 elétrons → Cr ( s ) -0,74 Fe 2 +( aq ) + 2 elétrons → Fe ( s ) -0,44 Cd 2 +( aq ) + 2 elétrons → Cd ( s ) -0,40 PbSO4 ( s ) + 2 elétrons → Pb ( s ) + SO 2 - 4 ( aq ) -0,31 Co 2 +( aq ) + 2 elétrons → Co ( s ) -0,28 Ni 2 +( aq ) + 2 elétrons → Ni ( s ) -0,25 Sn 2 +( aq ) + 2 elétrons → Sn ( s ) -0,14 Pb 2 +( aq ) + 2 elétrons → Pb ( s ) -0,13 2H +( aq ) + 2 elétrons → H2 ( g ) 0,00 Sn 4 +( aq ) + 2 elétrons → Sn 2 + ( aq ) +0,13 Cu 2 +( aq ) + 1 elétron → Cu ( s ) +0,15 SO 2 -4 ( aq ) + 4H + ( aq ) + 2 elétrons → SO2 ( g ) + 2H2O ( l ) +0,20 AgCl ( s ) + e - → Ag ( s ) s + Cl - ( aq ) +0,22 Cu 2 +( aq ) + 2 elétrons → Cu ( s ) +0,34 O2 ( g ) + 2 H2O ( l ) + 4 elétrons → 4 OH - ( aq ) +0,40 I2 ( s ) + 2 elétrons → 2I - ( aq ) +0,53 MnO -4 ( aq ) + 2H2O ( l ) + 3 elétrons → MnO2 ( s ) + 4 OH - ( aq ) +0,59 O2 ( aq ) + 2H + ( aq ) + 2 elétrons → H2O2 ( aq ) +0,68 Fe 3 +( aq ) + elétron → Fe 2 + ( aq ) +0,77 Ag + 1 elétron → Ag ( s ) +0,80 (Hg2 2 + ( aq ) + 2 elétrons → 2Hg ( l ) +0,85 ( ) ) 2Hg 2 +( aq ) + 2 elétrons → (Hg) 2 + 2 ( aq ) +0,92 NO -3 ( aq ) + 4H + ( aq ) + 3 elétrons → NO ( g ) + 2H2O ( l ) +0,96 Br2 ( l ) + 2 elétrons → 2Br - ( aq ) +1,07 O2 ( g ) + 4H + ( aq ) + 4 elétrons → 2H2O ( l ) +1,23 MnO2 ( s ) + 4H + ( aq ) + 2 elétrons → Mn 2 + 2 ( aq ) + 2H2O ( l ) +1,23 Cr2O 2 -7 ( aq ) + 14H + ( aq ) + 6 elétrons → Cr 3 + ( aq ) + 7H2O ( l ) +1,33 Cl2 ( g ) + 2 elétrons → 2Cl - ( aq ) +1,36 Au 3 +( aq ) + 3 elétrons → Au ( s ) +1,50 MnO -4 ( aq ) + 8H + ( aq ) + 5 elétrons → Mn 2 + 2 ( aq ) + H2O ( l ) +1,51 Ce 4 +( aq ) + elétron → Ce 3 + ( aq ) +1,61 H2O2 ( aq ) + 2H + ( aq ) + 2 elétrons → 2 H2O ( l ) +1,77 Co 3 +( aq ) + elétron → Co 2 + ( aq ) +1,82 O3 ( g ) + 2H + ( aq ) + 2 elétrons → O2 ( g ) + H2O ( l ) +2,07 F2 ( g ) + 2 elétrons → 2F - ( aq ) +2,87 Tabela 1: Valores tabelados de potencial padrão de redução Adaptado de: Skoog et al. (2010) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A CONVENÇÃO DO USO DE POTENCIAIS DE REDUÇÃO EM SISTEMAS ELETROQUÍMICOS A convenção que utilizamos em relação ao uso de potenciais de redução foi determinada pela IUPAC em 1953. IUPAC União Internacional de Química Pura e Aplicada. ATENÇÃO Embora os potenciais possam ser atribuídos às reações de oxidação, a partir da convenção instituída, o termo potencial padrão de eletrodo deve ser usado somente para nos referirmos às semirreações de redução. O sinal da diferença de potencial de eletrodo é definido pelo sinal da semirreação que está ocorrendo contra o eletrodo padrão de hidrogênio.Logo, quando a semirreação que estamos analisando contra o EPH apresenta sinal positivo, ela se comporta como catodo e nela ocorre a redução. MEDIDAS DE DIFERENÇA DE POTENCIAL EM SISTEMAS ELETROLÍTICOS javascript:void(0) Embora a eletrólise pareça um processo pouco interessante, em função de ser não espontânea e ser necessário gasto energético para que ela ocorra, é usada como sistema gerador de diversas substâncias. Um exemplo clássico é a produção de gás hidrogênio e oxigênio a partir da água. As semirreações envolvidas podem ser descritas como: Reação de redução (com formação de gás H2): 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Reação de redução (com formação de O2): 2O -( AQ ) → O2 ( G ) + 2 ELÉTRONS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal VAMOS CALCULAR O POTENCIAL DESSA ELETRÓLISE? Nesse caso, devemos observar que se trata de um fenômeno não espontâneo. Logo, os fatos observados determinarão as reações que ocorrerão: Consultando a tabela 1, podemos observar suas semirreações de redução de interesse: 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) , E O = 0,00 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O2 ( G ) + 4H + ( AQ ) + 4 ELÉTRONS → 2 H2O ( L ) , E O =+1,23 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Contudo, como a eletrólise apresenta formação de gases de hidrogênio e oxigênio a partir do fornecimento de energia à água líquida, é razoável que escrevamos: Reação no catodo (redução) 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Reação no anodo (oxidação) 2 H2O ( L ) → O2 ( G ) + 4H + ( AQ ) + 4 ELÉTRONS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Como os elétrons gerados na reação de oxidação devem ser totalmente consumidos na reação de redução, devemos multiplicar toda a reação que ocorre no catodo por 2 para que o número de elétrons fique igual ao fornecido pela reação de oxidação: 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) X2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 4H +( AQ ) + 4 ELÉTRONS → 2H2 ( G ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Agora, somemos as semirreações de oxidação e redução algebricamente: A diferença de potencial da eletrólise é calculada por: ∆ E° ∆ E° = E OCATODO - E O ANODO Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E° ∆ E° = 0,00 - (+1,23) = - 1,23 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Note que o potencial é negativo, típico de uma reação não espontânea como a eletrólise. A figura 10 mostra o esquema da eletrólise da água: Imagem: Shutterstock.com Figura 10 – Eletrólise da água. Embora tenhamos calculado o potencial da eletrólise, não é comum esse cálculo. Como os processos eletrolíticos são não espontâneos, não é interessante o valor desses potenciais. TIPOS DE ELETRODO Estudamos a utilização de eletrodos diversos contra o eletrodo padrão de hidrogênio (EPH). Podem ser ativos (participam da reação) ou inativos se forem estáveis ou inertes. Porém, existem outros tipos: os indicadores de membrana, o combinado de vidro e os eletrodos de referência de calomelano e prata-cloreto de prata. Vamos estudar um pouco sobre eles? ELETRODO INDICADOR METÁLICO São eletrodos sensíveis à espécie iônica de interesse. Quando em contato com a amostra, respondem em função da mobilidade iônica que está sendo analisada. Devem ser usados contra um eletrodo de referência que apresenta potencial conhecido e fixo. São divididos em eletrodos de primeira classe, segunda classe, terceira classe e eletrodos redox. ELETRODOS DE PRIMEIRA CLASSE são aqueles em que há equilíbrio direto entre o cátion derivado do metal e o próprio metal. Exemplo: eletrodo de prata para análise de cátions de prata (Ag+). São pouco seletivos e dependentes do pH do meio. ELETRODOS DE SEGUNDA CLASSE são aqueles que respondem à mobilidade iônica do íon na presença de parte de seu sal insolúvel. Exemplo: íon prata (Ag+) na presença de AgCl(s). ELETRODOS DE TERCEIRA CLASSE são aqueles que, embora tenham a composição metálica específica, podem responder a outros íons. Exemplo: eletrodo de mercúrio usado na determinação de cálcio. ELETRODOS REDOX são construídos com materiais metálicos de alta estabilidade (platina, ouro ou paládio) e são usados para transferir os elétrons gerados no sistema eletroquímico, da região onde ocorre a oxidação para a região onde ocorre a redução. Essa denominação se justifica pela tendência a uma reação redox ocorrer na superfície do eletrodo. ELETRODOS INDICADORES DE MEMBRANA Os eletrodos de membrana também são chamados de eletrodos de determinação direta ou eletrodos íon-seletivos, e o potencial lido se deve à diferença de potencial entre o interior do eletrodo e o exterior. As membranas usadas devem ter baixa solubilidade em água, sílica – vidro ou resinas poliméricas, baixa condutividade elétrica e ser seletivas ao analito. Nesse caso, não há necessidade de eletrodo de referência, pois a diferença de potencial é medida entre as partes interna e externa do eletrodo. ELETRODO DE VIDRO Os eletrodos de vidro são específicos para o hidrogênio, pois a membrana de vidro imersa em solução apresentará potencial dependente da concentração de íons H+ presentes na solução. Existem dois tipos de eletrodo de vidro: o eletrodo padrão de hidrogênio, ou EPH, e o eletrodo combinado de vidro. O EPH pode ser usado na determinação dos potenciais de eletrodos metálicos e também serve para íons H+ em solução. Para isso, deve ser usado contra outro eletrodo de referência: eletrodo de calomelano ou para cloreto de prata. O eletrodo combinado de vidro apresenta, em seu interior, um eletrodo de referência interno e o indicador seletivo a íons de hidrogênio, sendo, por isso, um eletrodo seletivo a íons de hidrogênio. A figura 11 mostra um eletrodo combinado para determinação de potencial hidrogeniônico (pH): Imagem: Shutterstock.com Figura 11 – Eletrodo combinado de vidro para medição de pH. Eletrodo de prata/cloreto de prata (Ag/AgCl): O eletrodo de Ag/AgCl é um eletrodo de prata imerso em solução de KCl saturado com AgCl saturado. Para o eletrodo saturado em AgCl, o potencial é fixo em 0,199 volts frente ao EPH. A reação do eletrodo é descrita abaixo: AGCL ( S ) + ELÉTRON → AG ( S ) + CL - ( AQ ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Eletrodo de calomelano (Hg/Hg2Cl2) O eletrodo de calomelano é um eletrodo baseado na reação do mercúrio com o cloreto mercuroso. A fase aquosa em contato com o mercúrio á a solução de Hg2Cl2. É uma solução KCl com concentração definida. O eletrodo de calomelano (com Hg2Cl2 na concentração de 3,5 mol.L-1) apresenta a reação potencial fixa de 0,250 volts. CONCENTRAÇÃO A solução de Hg2Cl2 presente no eletrodo de calomelano também pode estar nas seguintes concentrações: 0,1 mol.L-1 (Eo = +0,226 volts) e solução saturada (E0 = 0,244 volts). SAIBA MAIS Em sistemas eletrolíticos, usa-se os eletrodos de grafite, pois são inertes e não absorvem a energia proveniente da fonte (responsável pela reação não espontânea). Nesse caso, a energia é usada somente para realização da reação não espontânea. LIMITAÇÃO AO USO DOS POTENCIAIS PADRÃO DE ELETRODO O uso dos potenciais padrão deve ser entendido como uso restrito nas condições impostas pelas CNTP (condições normais de temperatura e pressão), ou seja: pressão atmosférica de 1atm e temperatura de 25oC (ou 298K). Outro aspecto deve ser observado: a concentração das espécies foi fixada em 1 mol.L-1 , e os valores dos potenciais medidos nessa condição. A questão é que os potenciais sofrem javascript:void(0)dependência direta da mobilidade dos íons em solução, e não da concentração. Isso ocorre pela elevada força iônica que existe nesses processos de oxirredução. A esta mobilidade que um íon apresenta num ambiente repleto de outros íons, dá-se o nome de atividade iônica. Em soluções diluídas, as atividades iônicas se aproximam dos valores de concentração, fato que torna factível o uso da concentração para determinação dos potenciais. RESUMINDO Em soluções diluídas, os potenciais podem ser calculados em função da concentração dos íons de forma similar ao uso das atividades iônicas. Logo, a limitação do uso dos potenciais padrão de eletrodo aparece quando as concentrações de reagente aumentam muito. POTENCIAL PADRÃO DE ELETRODO E DIFERENÇA DE POTENCIAL EM CÉLULAS GALVÂNICAS E ELETROLÍTICAS Neste vídeo, o especialista Marcio Franco apresentará os conceitos de potencial padrão de eletrodo e diferença de potencial. Ele também vai mostrar exemplos e resolução de exercícios aplicados. Vamos lá! VEM QUE EU TE EXPLICO! Potencial padrão de eletrodo de hidrogênio: o eletrodo padrão de hidrogênio ou EPH O potencial padrão de eletrodo e as diferenças de potencial padrão Medidas de diferença de potencial em sistemas eletrolíticos Eletrodos indicadores de membrana VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UM SISTEMA ELETROQUÍMICO FOI MONTADO ENTRE O ELETRODO DE OURO (AU3+) E O DE ALUMÍNIO (AL3+). APÓS CONEXÃO ENTRE OS ELETRODOS E O INÍCIO DA PILHA, PODEMOS AFIRMAR QUE: DADOS: AU 3 +( AQ ) + 3 ELÉTRONS → AU ( S ) , (EO = + 1,50 VOLTS) AL 3 +( AQ ) + 3 ELÉTRONS → AL ( S ) , (EO = - 1,66 VOLTS) A) Ocorre a oxidação do ouro (Au), redução do alumínio +3 (Al3+) e a diferença de potencial é – 3,16 volts. B) Ocorre a oxidação do ouro (Au), redução do alumínio +3 (Al3+) e a diferença de potencial é + 3,16 volts. C) Ocorre a redução do ouro +3 (Au3+), oxidação do alumínio (Al) e a diferença de potencial é + 3,16 volts. D) Ocorre a redução do ouro +3 (Au3+), oxidação do alumínio (Al) e a diferença de potencial é - 3,16 volts. E) Ocorre a redução do ouro +3 (Au3+), oxidação do alumínio (Al) e a diferença de potencial é + 0,16 volts. 2. O ELETRODO PADRÃO DE HIDROGÊNIO É USADO COMO REFERÊNCIA CONTRA TODOS OS DEMAIS ELETRODOS. A PARTIR DESSE PROCEDIMENTO, FOI CONSTRUÍDA A TABELA DE POTENCIAIS PADRÃO DE REDUÇÃO. SOBRE OS VALORES DE POTENCIAL, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA: A) Em uma célula galvânica ou pilha, a reação é não espontânea. A diferença de potencial tem sinal positivo. Deve-se comparar apenas potenciais de oxidação. B) Em uma célula galvânica ou pilha, a reação é não espontânea. A diferença de potencial tem sinal positivo. Deve-se comparar apenas potenciais de redução. C) Em um sistema eletrolítico, a reação é espontânea. A diferença de potencial tem sinal negativo. Deve-se comparar apenas potenciais de redução. D) Em uma célula galvânica ou pilha, a reação é espontânea. A diferença de potencial tem sinal positivo. Deve-se comparar apenas potenciais de redução. E) Em uma célula galvânica ou pilha, a reação é espontânea. A diferença de potencial tem sinal negativo. Deve-se comparar os potenciais de redução e oxidação. GABARITO 1. Um sistema eletroquímico foi montado entre o eletrodo de ouro (Au3+) e o de alumínio (Al3+). Após conexão entre os eletrodos e o início da pilha, podemos afirmar que: Dados: Au 3 +( aq ) + 3 elétrons → Au ( s ) , (E o = + 1,50 volts) Al 3 +( aq ) + 3 elétrons → Al ( s ) , (E o = - 1,66 volts) A alternativa "C " está correta. As pilhas são processos espontâneos que sempre apresentam diferenças de potencial com valores positivos. As semirreações de redução são: Au 3 +( aq ) + 3 elétrons → Au ( s ) , (E o = + 1,50 volts) Al 3 +( aq ) + 3 elétrons → Al ( s ) , (E o = - 1,66 volts) Como a semirreação de redução do ouro apresenta maior potencial, escrevemos a mesma no sentido da redução: Au 3 +( aq ) + 3 elétrons → Au ( s ) Como a reação do alumínio apresenta potencial de redução menor, ela deverá ser escrita no sentido da oxidação: Al ( s ) → Al 3 + ( aq ) + 3 elétrons A soma algébrica das semirreações nos dá a reação global: A diferença de potencial deve ser calculada por: ∆ E° = E OMAIOR - E O MENOR Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆OE = (+1,50) - (-1,66) = + 3,16 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2. O eletrodo padrão de hidrogênio é usado como referência contra todos os demais eletrodos. A partir desse procedimento, foi construída a tabela de potenciais padrão de redução. Sobre os valores de potencial, assinale a opção correta: A alternativa "D " está correta. Em uma célula galvânica ou pilha, o processo é espontâneo e, por isso, a diferença de potencial para este é sempre maior que zero. Para os processos eletrolíticos, os valores de diferença de potencial são negativos, pois os processos são não espontâneos. Em ambos os processos, a redução ocorre no catodo e a oxidação ocorre no anodo. Foi convencionado pela IUPAC que as tabelas devem expressar os valores dos potenciais de redução. MÓDULO 3 Descrever a equação de Nernst e as leis de Faraday, bem como suas aplicações na eletroquímica EQUAÇÃO DE NERNST, LEI DE FARADAY E SUA APLICAÇÃO INDUSTRIAL Quando as condições das medidas de potencial mudarem e as concentrações forem diferentes de 1,0 mol.L-1, como ficam os potenciais de redução? Eles sofrem alguma alteração? Em relação à corrente elétrica, sabe-se que esta é originada por movimentação de elétrons por um fio. Essas pilhas são fontes de energia elétrica proveniente de reações químicas de oxirredução. Contudo, a quantidade de energia gerada pela pilha padrão é suficiente para suprir a necessidade de nossa sociedade? E sobre os processos não espontâneos: há como viabilizarmos sua realização com gasto energético controlado? O POTENCIAL MEDIDO EM CÉLULAS GALVÂNICAS OU PILHAS COM CONCENTRAÇÕES VARIADAS DE REAGENTE: A EQUAÇÃO DE NERNST O potencial de eletrodo que discutimos até aqui é uma medida da extensão das semirreações que estão presentes em um sistema de oxirredução. Dizemos extensão para medir a tendência de determinada reação ocorrer, por exemplo: uma reação mais extensa apresenta maior tendência de ocorrer. Estudamos até este momento que os potenciais podem ser calculados a partir de um sistema padronizado em que as concentrações das espécies são iguais a 1 mol. L- 1. Vamos ver um caso prático em que a mudança de concentração de reagentes modifica o potencial? Imaginemos uma pilha eletroquímica entre o hidrogênio e a prata. As semirreações são: 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) , EO = 0,00 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal AG +( AQ ) + 1 ELÉTRON → AG ( S ) , E O = +0,80 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A reação global da pilha é: A diferença de potencial padrão deve ser calculada por: ∆ E° = E OMAIOR - E O MENOR Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Ou: ∆ E° = E OCATODO - E O ANODO Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E° = (+0,80) - (0,00) = + 0,80 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Sabe-se que se as concentrações mudarem, esses potenciais também mudam. Isso ocorre, pois a extensão ou tendência em determinada reação dependerá da concentração das espécies em solução. A equação de Nernst é uma equação que tem por objetivo calcular os potenciais das semirreações (e, consequentemente, a diferença de potencial da reação global) em condições distintas das condições padrão: concentração variável de espécies. A equação de Nernst pode ser escrita por: E = E0 - RT nF ln [ produtos ] [ reagentes ] Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: E = potencialem concentração da espécie diferente de 1 mol.L-1 E0 = potencial padrão de eletrodo R = constante do gás ideal igual a 8,314J.K-1. mol-1 T = temperatura em Kelvin (K) n = número de mols de elétrons que aparecem na semirreação da maneira como está escrito F = constante de Faraday, que vale 96.485C (coulombs) por mol de elétrons ln = logaritmo natural. Vale 2,303log (logaritmo de base 10) Substituindo as constantes pelos valores numéricos e aplicando o logaritmo de base 10, temos a seguinte equação: E = E0 - 0,0592 n log [ produtos ] [ reagentes ] Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO Observação 1: a equação de Nernst responde em relação à mobilidade iônica dos íons que estão reagindo. Como a determinação dessa mobilidade (ou atividade iônica) nem sempre é simples, os valores de concentração usados devem ser de soluções diluídas. Isso é uma condição de contorno para que a equação de Nernst seja usada. AIÔNICA ≈ CONCENTRAÇÃO Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO Observação 2: na equação de Nernst, as concentrações de produtos e reagentes devem ser elevados aos seus coeficientes estequiométricos. Veja os exemplos: Exemplo 1: Semirreação do zinco: ZN 2 +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → ZN ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Equação de Nernst para a semirreação do zinco: E = E0 - 0,0592 2 LOG 1 ZN2 + Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Exemplo 2: Semirreação do alumínio: AL 3 +( AQ ) + 3 ELÉTRONS → AL ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Equação de Nernst para a semirreação do alumínio: [ ] E = E0 - 0,0592 3 LOG 1 AL3 + Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Exemplo 3: Semirreação do hidrogênio: 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Equação de Nernst para a semirreação do hidrogênio: E = E0 - 0,0592 1 log 1 H + ( aq ) 2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A DIFERENÇA DE POTENCIAL E O EFEITO DA CONCENTRAÇÃO: APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DE NERNST Vamos imaginar uma reação redox entre duas espécies que apresentam concentrações, antes que a reação comece, diferentes de 1 mol.L-1 entre os eletrodos de hidrogênio e de zinco. As semirreações e os potenciais padrão são: ZN 2 +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → ZN ( S ) , E O = -0,76 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal [ ] [ ] 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) , EO = 0,00 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Conforme estudamos no módulo anterior, a reação que ocorre entre essas duas semirreações e sua diferença de potencial é: 2H +( AQ ) + ZN ( S ) → H2 ( G ) + ZN 2 + ( AQ ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆OE = E OCATODO - E O ANODO Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆OE = (0,00) - (-0,76) = + 0,76 VOLTS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Mas esse potencial é válido apenas para as concentrações de 1 mol. L-1, para todos os reagentes solúveis. Vamos calcular o novo potencial para a seguinte condição: [H+] = 0,02 MOL.L-1 [ZN2+] = 0,06 MOL.L-1 Devemos, então, usar a equação de Nernst: E = E0 - RT nF ln [ produtos ] [ reagentes ] Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Ou: E = E0 - 0,0592 n log [ produtos ] [ reagentes ] Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para isso, devemos escrever as semirreações e as equações de cada eletrodo. Para o eletrodo de hidrogênio, temos: Redução do íon hidrogênio a hidrogênio gasoso (catodo): 2H +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → H2 ( G ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Semirreação de Nernst para o catodo: E = E0 - 0,0592 1 LOG 1 H + ( AQ ) 2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para o eletrodo de zinco: Oxidação do zinco metálico a íon zinco (anodo): ZN 2 +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → ZN ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal [ ] Semirreação de Nernst para o anodo: E = E0 - 0,0592 2 LOG 1 ZN2 + Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal COMENTÁRIO Observação: note que, mesmo para a reação de oxidação, devemos comparar duas de mesma natureza, ou seja, se estamos escrevendo a reação do hidrogênio para a redução, deveremos usar a equação de Nernst para a redução (mesmo que a reação que ocorre seja a contrária). A diferença de potencial deve ser calculada da mesma maneira: ∆ E = Ecatodo - Eanodo Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Ou: ∆ E = Esemirreação do catodo - Esemirreação do anodo Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Efetuando-se as substituições pelas equações de cada eletrodo: ∆ E = E0 - 0,0592 1 log 1 H + ( aq ) 2 - E0 - 0,0592 2 log 1 Zn2 + = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = 0,00 - 0,0592 1 log 1 [ 0,02 ] 2 - -0,76 - 0,0592 2 log 1 [ 0,06 ] = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = - 0,0592 1 log(0,02) - 2 - -0,76 - 0,0592 2 log(0,06) - 1 = [ ] [ ] ( [ ] ) ( ) ( ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = - 0,0592 1 (-2). log(0,02) - -0,76 - 0,0592 2 (-1). log 0,06 = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = ( 2 ) . ( 0,0592 ) 1 . log(0,02) - -0,76 + 0,0592 2 . log 0,06 = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = 0,1184 . log(0,02) - ( - 0,76 + 0,0296. log(0,06)) = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = 0,1184 . (-1,6989) - [ - 0,76 + 0,0296. (-1,2218)] = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = - 0,2011 - ( - 0,76 - 0,0361) = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = - 0,2011 - ( - 0,7961) = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = - 0,2011 + 0,7961 = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ∆ E = + 0,595 volts Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal RESUMINDO Percebe-se, claramente, que ocorre mudança de diferença de potencial quando as concentrações de íons mudam. Em condições da pilha com os reagentes na concentração de 1 mol. L-1, a diferença de potencial era + 0,76 volts. Nas condições adotadas agora, ([H+] = 0,02 mol. L-1 e [Zn2+] = 0,06 mol.L-1), o novo potencial é + 0,595 volts. ( ( )) ( ( )) A PRIMEIRA LEI DE FARADAY Estudamos dois processos eletroquímicos: um chamado pilha e outro, eletrólise. Esta última ocorre de forma não espontânea e, por isso, começa a partir do fornecimento de energia para o sistema. Nos processos eletrolíticos, há formação de produto na superfície do catodo, fato que não é esperado em processos convencionais. A LEI DE FARADAY FAZ UMA RELAÇÃO ENTRE A ENERGIA FORNECIDA AO PROCESSO ELETROLÍTICO E A MASSA DE PRODUTO DEPOSITADO NA SUPERFÍCIE DO CATODO. VAMOS ESTUDAR? Michael Faraday descobriu que íons de um metal são reduzidos no sistema eletrolítico quando uma corrente circula por meio de uma solução iônica de um sal, em que o seu cátion é do mesmo material do eletrodo. Um exemplo clássico é a eletrólise de íons de prata (Ag+) que se deposita sobre um eletrodo de prata ou osíons Cu+2 na superfície do eletrodo de cobre. As reações de redução para esses metais são: AG + 1 ELÉTRON → AG ( S ) CU 2 +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → CU ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Mas como essa lei acontece? Faraday percebeu que a massa formada em cada caso é proporcional ao número de elétrons necessário para haver a redução. Para a redução desses dois cátions aos metais sólidos, é necessário um mol de elétrons para a redução do cátion de prata e 2 mols de elétrons para a redução de 2 mols de íons de cobre. Aqui, foi percebida a dependência da corrente elétrica na determinação da massa depositada em cada catodo. A unidade usada para relacionar a corrente elétrica é o ampère (A), que se refere à carga que passa por um ponto em dada unidade de tempo. A equação é dada por: Q = I. T em que: Q (carga) medido em coulombs (C) t (tempo) medido em segundos (s) i (corrente) medida em ampères O enunciado da primeira lei de Faraday pode ser traduzido pela seguinte equação: M = K1. Q em que: m = massa depositada no catodo da eletrólise K1 = constante de proporcionalidade K = 1 96485 Q = carga (em coulombs) Sabendo que Q = i.t , o enunciado da primeira lei de Faraday é dado por: M = K1. I. T COMENTÁRIO Observação: Robert Andrews Millikan determinou que 1 mol de elétrons transportava a carga de 96500C. Mais tarde, esse valor foi denominado de constante de Faraday (ou carga de 1 mol ( ) de elétrons). Logo: 1 F = 96485 C. MOL - 1 Logo, o enunciado da primeira lei de Faraday é: DURANTE UMA ELETRÓLISE, A MASSA DE UMA SUBSTÂNCIA LIBERADA EM QUALQUER UM DOS ELETRODOS, ASSIM COMO A MASSA DA SUBSTÂNCIA DECOMPOSTA, É DIRETAMENTE PROPORCIONAL À QUANTIDADE DE ELETRICIDADE Q QUE PASSA PELA SOLUÇÃO. Vamos aplicar a primeira lei de Faraday? Exemplo 1: Imaginemos que uma bijuteria banhada a prata e outra banhada a cobre sofreram um processo de eletrólise para aumentar a massa de metal sobre cada peça. Sabendo-se que a quantidade de carga aplicada na peça de prata foi de 0,04 Faraday, e na peça de cobre, de 0,08 Faraday, calcule a massa de metal depositado em cada caso. Cálculo para a peça banhada a prata Reação de redução: AG +( AQ ) + 1 ELÉTRON → AG ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Relação 1:1, ou seja: um mol de cátions de prata é totalmente reduzido quando recebe um mol de elétrons. Sabendo-se que 1 mol de Ag = 108g: 95485C -----------1 mol de Ag 96485C-------------108g de Ag Se 1F = 95485C: 1 Faraday-------------108g de Ag 0,04 Faraday--------------x x = (0,04). (108) = 4,32g Cálculo para a peça banhada a cobre Reação de redução: Cu 2 +( aq ) + 2 elétrons → Cu ( s ) Relação 1:2, ou seja: um mol de cátions de cobre é totalmente reduzido quando recebe dois mols de elétrons. Sabendo-se que 1 mol de Cu = 63,5g: 2 Faraday (F) -----------1 mol de Cu 2 Faraday -------------------------63,5g de Cu 0,08 Faraday--------------x x = ( 0,08 ) . ( 63,5 ) 2 = 2,54g Exemplo 2: Quanto tempo é necessário para que se depositem 32,0g de zinco em uma eletrólise de solução aquosa de cloreto de zinco realizada com uma corrente de 3,5A? Usamos a fórmula da Lei de Faraday: Q = i. t Como não sabemos o valor de Q, devemos expressar a reação no catodo: ZN 2 +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → ZN ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Relação 1:2, ou seja: um mol de cátions de zinco é totalmente reduzido quando recebe dois mols de elétrons. Sabendo-se que 1 mol de Zn = 65,38g, podemos dizer que 2 mols de elétrons fornecem 65,38g de zinco metálico. A quantidade de carga transportada (Q) é de 96500C (1F) por mol de elétrons. Como são usados 2 mols: 1 mol de elétron----------96485C 2 moles----------------------y y = 2. (96485) = 192970C Podemos criar a relação entre Q e massa: 192970C------------------ 65,38g de Zn (1 mol de zinco) z------------------------------32g de Zn z = ( 192970 ) . ( 32 ) 65,38 = 94448,46 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Apliquemos esse valor na equação da primeira lei de Faraday: Q = i. t t = Q i = 94448,46 3.5 = 26985,27 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Se 1 h = 3600s: 1h------------3600s x --------------26985,27 x = 1 . ( 26985,27 ) 3600 = 7,50h Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A SEGUNDA LEI DE FARADAY Faraday também percebeu que se duas substâncias diferentes forem depositadas no catodo da eletrólise, as massas depositadas serão proporcionais aos equivalentes-gramas (Eqg) de cada uma em processos de oxirredução. Exemplo Vamos calcular o equivalente-grama para os metais prata e cobre: javascript:void(0) Semirreação da prata: AG +( AQ ) + 1 ELÉTRON → AG ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Massa molar da prata = 108 g.mol-1 EqgAg = massa molar g . mol - 1 número de elétrons usado na redução = 108 1 = 108g Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Semirreação do cobre: CU 2 +( AQ ) + 2 ELÉTRONS → CU ( S ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Massa molar do cobre = 63,5g.mol-1 EqgCu = massa molar g . mol - 1 número de elétrons usado na redução = 63,5 2 = 31,75g Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A proporcionalidade entre as massas e os equivalentes-gramas pode ser descrita por: mA EqgA = mB EqgB = K2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Resumindo, a segunda lei de Faraday pode ser descrita por: m = K2. Eqg, em que: m = massa em gramas; K2 = constante de proporcionalidade; Eqg = equivalente-grama. Se quisermos expressar a corrente na expressão, podemos dizer que: ( ) ( ) m = Eqg i . t 96485 ou m = Eqg 96485 i. t A relação entre o equivalente-grama e a constante de Coulomb é chamada de equivalente isoelétrica e pode ser descrita por: EQG 96485 = E A segunda lei de Faraday é: m = e. i. t em que: m = massa depositada em grama; e = equivalente isoelétrica; i = intensidade de corrente; t = tempo (s). Logo, o enunciado da segunda lei de Faraday é: EQUIVALENTES-GRAMAS (EQG) O cálculo do equivalente-grama é dado por: Eqg = massa molar g . mol - 1 número de elétrons usado na redução QUANDO UMA MESMA QUANTIDADE DE ELETRICIDADE ATRAVESSA DIVERSOS ELETRÓLITOS, AS MASSAS DAS ESPÉCIES QUÍMICAS ( ) LIBERADAS NOS ELETRODOS, ASSIM COMO AS MASSAS DAS ESPÉCIES QUÍMICAS DECOMPOSTAS, SÃO DIRETAMENTE PROPORCIONAIS AOS SEUS EQUIVALENTES QUÍMICOS. Vamos aplicar a segunda lei de Faraday? Exemplo 1: Os metais alumínio e cádmio sofreram eletrólise para obtenção de maior massa de metal sólido. Calcule a massa depositada de cada metal, sabendo-se que foi utilizada a corrente de 4,2A, por 12,5 horas, em uma solução que contém sais de alumínio e cádmio. Dados: Massa molar do alumínio: 26,98g.mol-1 Massa molar do cádmio: 112,41g.mol-1 Devemos calcular o equivalente-grama (Eqg) de cada metal: Reação do alumínio: Al 3 +( aq ) + 3 elétrons → Al ( s ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal EqgAl = mol ( g ) número de elétrons usado na redução = 26,98 3 = 8,99g Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Reação do cádmio: Cd 2 +( aq ) + 2 elétrons → Cd ( s ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal EqgCd = mol ( g ) número de elétrons usado na redução = 112,41 2 = 56,21g Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Cálculo da massa depositada de cada metal: O tempo deve ser utilizado na expressão em segundos. Logo, deve ser convertido de unidade em horas para segundos, de acordo com a equação:1h = 3600s 1h----------------3600s 12,5 h--------------x x = (12,5). (3600) = 45000s Alumínio: m = Eqg 96485 i. t m = 8,99 96485 4,2 . 45000 = 17,61g Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Cádmio: m = Eqg 96485 i. t m = 56,21 96485 4,2 . 45000 = 110,11g Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal APLICAÇÃO INDUSTRIAL DAS LEIS DE FARADAY Muitas atividades industriais apresentam algum gasto energético, porém, a partir do momento que esse gasto passa a ser previsível, os processos passam a ser interessantes para a indústria. A aplicação das leis de Faraday à eletrólise permitiu a previsão do gasto energético nesses processos e, com isso, o aumento de seu uso industrial. As leis de Faraday apresentam duas vertentes: uma relacionada à aplicação de processo de indução eletromagnética e outra à possibilidade do cálculo de massas de produtos em sistemas eletrolíticos. Aqui, daremos enfoque ao uso das leis de Faraday nessa segunda vertente. Eletrólise ígnea de NaCl A eletrólise ígnea é aquela em que o processo eletrolítico ocorre sem a presença do solvente água. Vários produtos podem ser obtidos nesse processo, mas o sódio metálico e o gás cloro são os mais importantes. ( ) ( ) O primeiro tem grande utilização em processos químicos de produção de soda cáustica e barrilha. O segundo, em processos químicos baseados em reações de oxidação pelo gás cloro. Como o consumo de sódio metálico e gás cloro é extremamente elevado nas indústrias, como sanitizantes ou indústria soda-cloro, o gasto energético é compensado pelo alto valor agregado do produto. Tratamento de efluentes O processo industrial atual é extremamente poluidor. Sob vigilância dos órgãos ambientais, toda indústria (química, petroquímica, do petróleo, farmacêutica ou de alimentos) deve realizar o tratamento de seus resíduos industriais. Vários processos podem ser utilizados: processos de tratamento por lodo ativado (aeróbio), processos anaeróbios, biorremediação, processos oxidativos, tais como FENTON, e processos eletrolíticos para contaminantes inorgânicos. Estes últimos utilizam a eletrólise para obtenção de produtos menos poluentes com o uso de energia elétrica. FENTON Meio reacional que consiste em solução de peróxido de hidrogênio e um catalisador de ferro, utilizada na oxidação de águas residuais e impurezas. TRATAMENTO DE RESÍDUOS DE MINERAÇÃO A mineração é uma das atividades de maior agressão ao meio ambiente. O simples fato de movimentar o solo já é motivo de preocupação ambiental, entretanto, a questão piora quando altas concentrações de metais pesados são descartados no local da atividade. Os metais oxidados têm caráter extremamente poluidor, pela facilidade de dispersão no próprio solo ou em rios ou lençóis freáticos. Esse caráter poluidor cai consideravelmente quando os metais são reduzidos. Outro motivo para esse processo é a possibilidade de utilização dos metais javascript:void(0) reduzidos como matéria-prima para diversos processos industriais. Nessa questão, o uso de eletrólises se configura como um dos principais processos de obtenção de metais a partir desses resíduos. EQUAÇÃO DE NERNST, LEI DE FARADAY E SUA APLICAÇÃO INDUSTRIAL Neste vídeo, o especialista Marcio Franco apresentará a equação de Nernst e a Lei de Faraday, e sua aplicação na eletroquímica por meio de resolução de exercícios aplicados. Vamos lá! VEM QUE EU TE EXPLICO! A diferença de potencial e o efeito da concentração: aplicação da equação de Nernst Vamos aplicar a primeira lei de Faraday? Vamos aplicar a segunda lei de Faraday? VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. EMBORA A ELETRÓLISE SEJA UM PROCESSO NÃO ESPONTÂNEO, PASSOU A SER MUITO UTILIZADA EM VÁRIOS PROCESSOS INDUSTRIAIS PELA POSSIBILIDADE DE DIMENSIONAMENTO PRÉVIO DA ENERGIA GASTA PARA OBTENÇÃO DE UM PRODUTO. SOBRE A APLICAÇÃO DAS LEIS DE FARADAY EM PROCESSOS ELETROLÍTICOS, PODEMOS DIZER QUE: A) A primeira lei de Faraday possibilita a obtenção da massa depositada no anodo da eletrólise (massa em função da carga elétrica fornecida ao sistema). B) A segunda lei de Faraday possibilita o cálculo das massas depositadas de metais diferentes no anodo da eletrólise. Embora a carga fornecida seja a mesma, as massas depositadas dependerão do equivalente-grama de cada metal. C) A primeira lei de Faraday possibilita o cálculo das massas depositadas de metais diferentes no catodo da eletrólise. Embora a carga fornecida seja a mesma, as massas depositadas dependerão do equivalente-grama de cada metal. D) A segunda lei de Faraday possibilita a obtenção da massa depositada no catodo da eletrólise (massa em função da carga elétrica fornecida ao sistema). E) A segunda lei de Faraday possibilita o cálculo das massas depositadas de metais diferentes no catodo da eletrólise. Embora a carga fornecida seja a mesma, as massas depositadas dependerão do equivalente-grama de cada metal. 2. AS CÉLULAS GALVÂNICAS OU PILHAS SÃO PROCESSOS ESPONTÂNEOS E OS POTENCIAIS PADRÃO DE ELETRODO PERMITEM O CÁLCULO DA DIFERENÇA DE POTENCIAL. QUANTO MAIOR ESSA DIFERENÇA, MAIOR A TENDÊNCIA DE A REAÇÃO OCORRER. ESSES POTENCIAIS PADRÃO FORAM OBTIDOS EM CONDIÇÕES CONTROLADAS E A CONCENTRAÇÃO DE REAGENTES É A MAIS CRÍTICA DE TODAS: VALOR CONTROLADO EM 1,0 MOL.L -1. COMO, NA MAIORIA DAS VEZES, AS REAÇÕES OCORREM COM CONCENTRAÇÕES VARIADAS DE REAGENTES, OS POTENCIAIS DEVEM SER CALCULADOS PELA EQUAÇÃO DE NERNST. SOBRE ESSA EQUAÇÃO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) A equação de Nernst relaciona as concentrações iônicas das espécies que estão reagindo com o potencial padrão, permitindo o cálculo da diferença de potencial para qualquer valor de concentração de reagentes (se a solução for diluída). B) A equação de Nernst relaciona as concentrações iônicas das espécies que estão reagindo com o potencial padrão, permitindo o cálculo da diferença de potencial para qualquer valor de concentração de reagentes (se a solução for concentrada). C) A equação de Nernst relaciona as concentrações iônicas das espécies que estão reagindo com o potencial padrão do EPH, permitindo o cálculo da diferença de potencial para qualquer valor de concentração de reagentes (se a solução for concentrada). D) A equação de Nernst relaciona as concentrações iônicas das espécies que estão reagindo com o potencial padrão de calomelano, permitindo o cálculo da diferença de potencial para qualquer valor de concentração de reagentes (se a solução for concentrada). E) A equação de Nernst relaciona as concentrações iônicas das espécies que estão reagindo com o potencial padrão do EPH, permitindo o cálculo da diferença de potencial para qualquer valor de concentração de reagentes (se a solução for diluída). GABARITO 1. Embora a eletrólise seja um processo não espontâneo, passou a ser muito utilizada em vários processos industriais pela possibilidade de dimensionamento prévio da energia gasta para obtenção de um produto. Sobre a aplicação das leis de Faraday em processos eletrolíticos, podemos dizer que: A alternativa "E " está correta. A primeira lei de Faraday permite que se conheça a massa depositada de um metal no sistema eletrolítico em função da carga elétrica fornecida ao sistema. Na eletrólise, a redução (região onde ocorre a deposição de metais) ocorre no catodo. A relação matemática que permite prevermos a massa é: m = K1. Q, em que: m = massa depositada no catodo da eletrólise; K1 = constante de proporcionalidade K = 1 96485 ; Q = carga (em coulombs). A segunda lei permite a previsão de deposição (novamente no catodo) de 2 metais distintos, contudo, a massa depositada dependerá do equivalente-grama de cada metal. O cálculo de equivalente-grama depende do número de elétrons transferidos ao metal e, por isso, a mesma carga fornecida gerará massas diferentes de metal depositado. O equivalente-grama é calculado por: Eqg = massa molar g . mol - 1 número de elétrons usado na redução
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