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PROJETO INTEGRADOR III 06-11-2021

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UNIVERSIDADE SANTO AMARO 
Curso de Serviço Social 
 
 
 
 Mirelle Fontolan Bossa/RA 4334841 
 
 
 
O papel do Assistente Social na garantia do direito ao Benefício de 
Prestação continuada 
Planejamento da Intervenção Profissional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maringá 
2021 
 
 
 
 
 
Mirelle Fontolan Bossa/RA4334841 
 
 
 
 
 
 
Planejamento da Intervenção Profissional 
 
 
 
 
 
 
Relatório de Projeto apresentado para obtenção 
de nota no processo avaliativo da disciplina de 
Projeto Integrador III - Planejamento da 
Intervenção Profissional do Curso de Serviço 
Social da Universidade Santo Amaro - UNISA, 
ministrada pela Prof. Esp. Luana Euzébia da 
Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maringá 
 2021 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 
2. PROBLEMA DE PESQUISA .................................................................................. 6 
3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 9 
3.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 9 
3.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 9 
4 DESENVOLVIMENTO E JUSTIFICATIVA ............................................................ 10 
5 HIPÓTESE ............................................................................................................. 14 
6 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15 
7 METODOLOGIA DO PROJETO ............................................................................ 16 
8 CRONOGRAMA DO PROJETO INTEGRADOR ................................................... 17 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 18 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente estudo tem como objetivo analisar a atuação do assistente 
social no planejamento e gestão de políticas públicas de assistência social e 
saúde na cidade de londrina, mas especificamente na zona leste, onde através da 
análise de conjuntura foram identificadas as demandas mais críticas da 
localidade. A coleta de dados foi realizada de maneira minuciosa e exploratória 
para que o planejamento da intervenção atinja seu objetivo. Neste artigo 
apresenta-se uma reflexão sobre o planejamento enquanto uma atribuição e 
competência do assistente social buscando evidenciar as tensões e os desafios 
na operacionalização do mesmo. O que se enfatiza é que ao reconhecer o 
planejamento enquanto um ato técnico, mas também político, reforça-se a 
necessidade e pertinência da operacionalização deste em consonância com o que 
o projeto ético-político da profissão propõe a fim de superar formas 
centralizadoras, burocráticas e funcionais à ordem hegemônica e colocar-se no 
âmbito do tensionamento e alargamento da esfera política de atuação do Serviço 
Social. Este trabalho traz como objetivo central o cotidiano do fazer profissional de 
assistentes sociais na contribuição para a concessão de benefícios socias às 
famílias das pessoas com deficiência que solicitam o Benefício de Prestação 
Continuada, BPC, ao INSS e têm suas solicitações negadas. Ou até mesmo 
usuários que não sabem nem sequer dar entrada neste benefício 
 Evidencia-se a situação social e econômica a qual a pessoa com 
deficiência e sua família se encontram, enfatiza-se os fatores que são levados em 
consideração durante a perícia realizada pelo profissional de serviço social, 
fazendo considerações acerca de sua efetividade e o impacto causado na vida de 
quem é atendido pelo programa. Pois nesse território analisado percebeu-se 
conforme análise socioterritorial 2020, um grande número de idosos que nunca 
contribuiu com a previdência social, que vive em extrema vulnerabilidade e que se 
enquadra nesse benefício. Contextualiza-se de forma breve a profissão do 
assistente social e a demanda da população trabalhadora que ele atende 
conforme fundamentação, histórico-teórico– metodológica. Mostra de maneira 
prática, como o profissional pode mudar a realidade dos que tem esse direito. 
 Faz-se, ainda, uma pesquisa bibliográfica indicando o pensamento de 
autores como IAMAMOTO e CARVALHO (2010), KOWARICK (2002), CARLOS 
5 
 
SIMÕES (2014) entre outros para fundamentar as ideias aqui apontadas. Conclui-
se que a concessão dos benefícios não soluciona as inúmeras dificuldades 
enfrentadas pela pessoa com deficiência, porém contribui de forma significativa 
para sua subsistência. 
 
 Palavras-chave Assistência Social. Benefício de Prestação Continuada. Pessoa 
com deficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. PROBLEMA DE PESQUISA 
 
 A família analisada tem sua situação de vulnerabilidade socioeconômica 
e/ou de extrema pobreza, observadas através do critério de vulnerabilidade social 
ao qual é pontuado, após a análise de conjuntura do território o assistente social 
busca fazer uma observação de como é a real situação das famílias de pessoas 
com deficiência que ainda não tem acesso ao programa ou que sobrevivem 
apenas com bolsa família, tendo este programa como indispensável para a 
subsistência familiar. Segundo o disposto na Lei Orgânica da Assistência Social 
de 1993: 
 
Art. 20. O Benefício de Prestação Continuada é a garantia 
de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso 
com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não 
possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la 
provida por sua família. § 1º Para os efeitos do disposto no caput, 
a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, 
os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os 
irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores 
tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. § 2º Para efeito de 
concessão deste benefício, considera-se pessoa com deficiência 
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com 
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva 
na sociedade em igualdade de condição com as demais pessoas. 
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa 
portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per 
capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. (BRASIL, 
1993, p. 9) 
 
 O grande problema enfrentado pelo usuário que necessita deste benefício 
é que no INSS a pessoa com deficiência ou idoso com 65 anos de idade ou mais 
deve acessar a página do instituto, informar os seus dados e preencher um 
cadastro e, a partir desses dados, agendar uma data para ser atendido em uma 
agência do INSS. Durante o atendimento, dependendo do caso, o usuário é 
7 
 
avaliado por um médico e por um assistente social. O INSS trabalha com dados 
objetivos o que implica que não pode faltar nenhum tipo de documento e deve ser 
atestada a situação de renda, que deve ser inferior a ¼ de salário mínimo. 
Qualquer desconformidade com a lei implica a não concessão do benefício. 
 Um agravante na longa caminhada para aqueles que tem urgência a esse 
benefício, no momento, é devido a pandemia da covid 19 os prazos estão sendo 
estendidos. E em casos onde há o indeferimento, o usuário muitas vezes nem 
sequer sabe como agir, demorando ainda mais, sofrendo com as consequências. 
 Sendo o INSS uma autarquia federal, casos em que o solicitante estiver 
insatisfeito com o indeferimento do benefício, cabe ação na justiçafederal com 
este na condição de réu, pois como assegura o Art. 109 da Constituição Federal 
do Brasil de 1988. 
 A origem da vertente reflexão reside, em grande parte, na prática cotidiana 
do exercício da advocacia previdenciária e assistencial, em que se depara com 
incontáveis negativas de concessão do BPC - Benefício de Prestação Continuada 
da LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), que embora seja de natureza 
assistencial, é gerido pelo INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, mas 
indeferidos ou cessados em larga escala, sob fundamento exclusivo de superação 
da renda máxima per capita do grupo familiar ao qual pertence o necessitado, 
sendo este critério, objetivo e requisito legal. 
 Dentre os principais objetivos desta proposta ressalta-se a ponderação da 
discussão quanto a adoção do requisito legal utilizado para aferir a 
miserabilidade, a partir da percepção de renda máxima per-capita de ¼ (um 
quarto) do salário mínimo, conforme disposto na Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS) ou ½ (meio) salário mínimo, como ventilado em proposta legislativa 
vetada recentemente pelo executivo para a concessão do BPC - Benefício de 
Prestação Continuada, critérios objetivos que não se coadunam com essa 
caracterização de miserabilidade ou estado de necessidade, e que não estariam, 
portanto, aptos a condicionar a concessão ou restrição desse direito social. 
 A constatação da fragilidade deste pressuposto objetivo, adotado pelo 
legislador infraconstitucional como forma de conceder ou restringir direitos sociais, 
determina a necessária exploração da temática ora invocada, flagrante o 
cometimento de equívocos que excluem da proteção estatal, pessoas em 
8 
 
inequívoca necessidade de amparo em virtude do assolamento pelas inúmeras 
adversidades inerentes ao cotidiano socioeconômico nacional. 
 O tema, aliás, em momento de grande adversidade imposto pela pandemia 
do coronavírus, é uma possibilidade de se refletir a respeito do tolhimento na 
efetivação de direitos sociais, tutelados pela Carta Magna de 1988, função da 
mitigação, pelo gestor público, em muitos casos com a conivência do próprio 
Judiciário da aplicação das políticas públicas mediante a adoção de requisitos 
inconstitucionais, invariavelmente, sob a retórica da reserva do possível. 
 A discussão sugerida permite averiguar a justeza dos critérios utilizados 
para aferição das condições de miserabilidade e hipossuficiência adotados pelos 
profissionais do serviço social, pelos gestores do benefício e pelo próprio 
Judiciário que, em muitos casos, tangenciam o senso comum, balizando seus 
relatórios e fundamentos decisórios na mera aparência do necessitado, na renda 
familiar auferida e na posse de algum bem, como se os aspectos materiais, por si, 
fossem capazes de elidir sua vulnerabilidade no caso concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
3 OBJETIVOS 
 
 
3.1 Objetivo geral 
 
 
 Intervir profissionalmente a partir do espaço de coordenação de um dos 
serviços de Proteção Social Básica da política municipal de assistência social. 
 
 
 
3.2 Objetivos específicos 
 
 
 Analisar os cadastros dessas famílias, pedir o comparecimento no centro 
de referência através do contato por telefone, ou se necessário, carta postal como 
normalmente é feito agora na pandemia. Aquelas famílias que são chamadas 
para fazer a atualização do cadastro já poderão receber a devida orientação. Com 
o uso dessa instrumentalidade, a entrevista, orientar sobre como fazer esse 
pedido de benefício assistencial, se por aplicativo do INSS ou através do 135, 
para que esse grupo de pessoas possa além de fazer o agendamento, receber as 
devidas instruções para que se evite o indeferimento do benefício. 
 Criar um espaço ou oficina junto ao CRAS da região onde se encontrou a 
demanda devido a grande quantidade de idosos que nela residem, conforme 
indicadores previamente analisados, e a grande vulnerabilidade desses usuários. 
 Com o avanço da vacinação promover uma discussão entre os 
interessados, por meio de dinâmicas em grupo deixando que se expressem, 
exteriorizando sobre suas reais necessidades numa roda de conversa. 
 Dessa forma orientar referente tanto a entrada de pedido do benefício, os 
documentos indispensáveis para o processo, como despesas extraordinárias para 
plena análise da perícia social, todos relatórios médicos, e se caso seu pedido 
seja negado, que caminho deve seguir se achar que tem direito ao pleito. 
 
 
 
 
 
10 
 
 
4 DESENVOLVIMENTO E JUSTIFICATIVA 
 
 O BPC é um benefício que faz parte da proteção social básica do SUAS, 
Sistema Único de Assistência Social, e por este motivo muitos profissionais da 
área de serviço social defendem que tal benefício deveria ser encaminhado ao 
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e acompanhado pelos CRAS, Centro 
de Referência em Assistência Social. O CRAS é o órgão responsável por 
executar os serviços de proteção social básica de forma direta, cabendo ainda 
esta atribuição a outras unidades públicas de assistência social bem como, de 
forma indireta, às entidades e organizações de assistência social da área de 
abrangência dos CRAS. 
 O assistente social é um profissional graduado no curso de serviço social, e 
regularmente inscrito no CRESS, Conselho Regional de Serviço Social. O curso 
fornece um aparato teórico-metodológico para que o profissional seja capaz de 
fazer a leitura da realidade observada e emitir um parecer técnico-fundamento da 
situação em questão. 
 
O assistente social, através da prática direta junto aos setores 
populares, dispõe de condições potencialmente privilegiadas de 
apreender a variedade das expressões da vida cotidiana, por meio 
de um contato estreito e permanente com a população. Sendo 
esta proximidade aliada a uma bagagem científica, que possibilite 
ao profissional superar o caráter pragmático e empirista que não 
raras vezes caracteriza sua intervenção, poderá obter uma visão 
totalizadora da realidade desse cotidiano e da maneira como é 
vivenciada pelos agentes sociais (IAMAMOTO e CARVALHO, 
2010, p. 115) 
 
Ainda o assistente social tem sua profissão inserida em diversas áreas 
 de atuação que contemplam os mais variados setores de classe trabalhadora. 
 
O assistente social atua no campo social a partir de aspectos 
particulares da situação de vida da classe trabalhadora, relativos à 
saúde, moradia, educação, relações familiares, infra-estrutura 
11 
 
urbana etc. É a partir dessas expressões concretas das relações 
sociais no cotidiano da vida dos indivíduos e grupos que o 
profissional efetiva sua intervenção (IAMAMOTO e CARVALHO, 
2010, p. 114) 
 É por esse motivo que o assistente social se faz indispensável na 
intervenção desse benefício assistencial principalmente pelo fato de a população 
da região mencionada, já estar habituada a procurar o CRAS de sua região ao se 
encontrar em dificuldades. 
 O acompanhamento dessas famílias indicou que a maioria delas não sabia 
que possuía o direito a esse benefício, achando que o fato de nunca terem 
contribuído com a previdência social, provavelmente pela situação sócio-histórica, 
jamais teriam o direito a esse benefício. E os que tiveram seu pedido negado, não 
sabiam qual caminho percorrer em busca de seus direitos 
A Vigilância Social deve se constituir enquanto norteadora para o 
planejamento, execução e avaliação das ações desenvolvidas pela gestão e 
pelos serviços, programas, projetos e benefícios ofertados. Neste sentido, é 
uma via de mão dupla, onde por meio dos registros realizados pela rede 
socioassistencial, organiza, sistematiza, produz, analisa os dados 
transformando-os em informações que contribuem para a avaliação das 
ações que foram realizadas, o planejamento das ações futuras construindo 
respostas preventivas e proativas. 
O Diagnóstico Socio territorial é um dosinstrumentos produzidos pela 
Vigilância Socioassistencial o qual permite uma leitura da realidade social do 
município de Londrina e seus territórios. 
 Segundo Carlos Simões (2014), o critério legal de incapacidade de a 
família prover a própria manutenção, restrita a 25% per capita do salário mínimo, 
não é realista, visto que o próprio valor do salário mínimo não atende aos 
requisitos previstos em Lei como alimentação, educação, saúde, lazer e vestuário. 
 Kowarick (2002) relaciona a “vulnerabilidade socioeconômica” com o que 
denomina “vulnerabilidade civil”. Segundo ele, os indivíduos estariam numa 
condição de vulnerabilidade diante do fato de não conseguirem alcançar os 
direitos básicos da cidadania. Na Justiça Federal, as particularidades das famílias 
e de cada indivíduo são analisadas de forma a compor o contexto em que a 
família se insere, as despesas gastas para a sobrevivência com produtos e 
12 
 
serviços como alimentação, remédio e consultas médicas. Essas famílias têm em 
comum o fato de todas se encontrarem em algum nível de insegurança alimentar, 
pois o valor ínfimo que deveria atender a todas as necessidades da família não é 
suficiente, ou seja, pelo fato de que os custos com medicamentos e outros 
produtos indispensáveis para a subsistência acarreta a diminuição de quantidade 
de alimentos comprados. 
 Segundo Gomes (2001) 
[...] sua extrema seletividade estigmatiza o sujeito e 
o coloca na condição de necessitado, em oposição à 
qualidade de sujeito portador de direito. Apresenta 
distorções no que tange sua qualidade de direito, pois não é 
prestado a todos que dele necessitam, alcançando somente 
aqueles que vivem abaixo da linha de indigência. 
Por outro lado, expressa o BPC como o mínimo para a sobrevivência 
diante das condições de vulnerabilidade socioeconômico. Para as famílias, o 
BPC constitui fator determinante para a promoção da inclusão/integração social 
dos PPDs e para o cumprimento do papel de socializar e participante na 
construção da cidadania dos mesmos. 
A definição é por demais seletiva, adotando o que nos parece, o 
princípio e a lógica da exclusão, quando considera como família incapaz de 
manter a Pessoa Portadora de Deficiência ou idoso aquela que cada um de 
seus membros obtenha a provisão de suas necessidades no mercado [...] com 
¼ de salário mínimo [...] (GOMES, 2001). 
Neste contexto, por vezes, a seletividade na concessão do benefício não 
se esgota em si mesma e torna-se passível de reclamação judicial, e isso vem a 
transgredir o princípio de universalização garantido legalmente. 
Este, sem dúvida, se constitui num embate polêmico, e colocam em 
evidência os limites de operacionalização das normas constitucionais. Esta 
discussão traz o quanto é difícil acessar este direito garantido por lei, uma vez 
13 
 
que quando o perito não autoriza o benefício, o requerente acessa à justiça e 
são os magistrados que tomam a decisão final. 
Observando esta conjuntura que se liga diretamente a questão da 
defasagem dos direitos sociais, não é difícil perceber o porquê de o BPC ser tão 
seletivo e privilegiar tão poucas pessoas, enquanto há tantas precisando 
acessar este benefício. 
Ao Serviço Social, enquanto profissional comprometido com a defesa 
dos direitos humanos, restam poucas alternativas para garantir o acesso das 
pessoas a este benefício, dadas as limitações da lei, que não podem ser 
descumpridas. Infelizmente, as determinações legais limitam, no caso específico 
do BPC, a atuação profissional, restando apenas a parte burocrática, expressa 
no encaminhamento do benefício, e a insistência nas tentativas de incluir as 
pessoas, tentando inúmeras e consecutivas vezes. 
Além disso, cabe ao Serviço Social informar as pessoas quanto aos 
seus direitos, fazer a informação chegar até o usuário que por algum motivo 
ainda não tenha o conhecimento do BPC e por isso, ainda não tenha tentado 
encaminhá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
5 HIPÓTESE 
 
 Pela análise feita no território apresentado, muitos idosos vivem em 
situação de extrema vulnerabilidade social. Muitos não tem o devido acesso à 
informação. 
 Então existe uma grande necessidade de um estudo dos cadastros que 
relatasse as particularidades socioeconômicas de algumas famílias de pessoas 
com deficiência dessa região que solicitaram ou que precisam solicitar o BPC ao 
INSS. 
 Como já relatado nessa pesquisa, existe algumas exigências para o 
deferimento do pleito. 
 Através de uma pesquisa feita no CRAS aqui da região, pude constatar que 
muitos usuários que dependem deste benefício não sabem quais as estratégias 
necessárias para obter sucesso ou aprovação neste pedido. 
 Trata-se de um território com muito número de idosos que quase não tem 
acesso a internet ou são muito limitados em relação as redes sociais. Muitos não 
sabem como acessar o meu inss, e com a pandemia o acesso ao instituto ficou 
bastante limitado. 
 As unidades básicas de saúde da região têm também um grande número 
de pacientes encaminhados pelos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que 
provavelmente necessitam do benefício, fazem parte do grupo que tem direito ao 
BPC por conviverem com vários tipos de transtornos, doenças associadas e 
extrema pobreza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
6 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 A intervenção profissional do assistente social, para Yasbek (2009), pode 
ser caracterizada pelo atendimento às demandas e necessidades sociais de seus 
usuários, que podem produzir resultados concretos, tanto nas dimensões 
materiais, quanto nas dimensões sociais, políticas e culturais da vida da 
população, viabilizando seu acesso às políticas sociais. 
 O assistente social é demandado a desenvolver ações como gestor e 
executor de políticas sociais, programas, projetos, serviços, recursos e bens no 
âmbito das organizações públicas e privadas, operando sob diversas 
perspectivas, como no planejamento e gestão social de serviços e políticas 
sociais. 
 O reconhecimento da diversidade de espaços sócio-ocupacionais para o 
exercício profissional do assistente social, segundo Mioto (2000), indica o trânsito 
entre ações de natureza distintas, que vão desde o atendimento direto ao usuário, 
perpassando pelo planejamento, formulação e gestão das políticas sociais. 
 De acordo com Iamamoto (2009), os assistentes sociais desenvolvem suas 
ações profissionais, seja na formulação ou na execução das políticas sociais, em 
diversas áreas, como educação, saúde, previdência e assistência social, 
habitação, trabalho e meio ambiente, entre outros, movidos pela defesa e 
ampliação dos direitos dos cidadãos. 
 No entanto, ainda de acordo com o autor, é sobre a intervenção 
profissional no âmbito do planejamento e da gestão que este artigo pretende 
centrar a discussão, tendo em vista a possibilidade de contribuir com as reflexões 
sobre o desenvolvimento de ações profissionais nesse eixo interventivo, tão 
pouco discutidas e reconhecidas como próprias do assistente social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
7 METODOLOGIA DO PROJETO 
 
 Através de um estudo social por meio da análise de conjuntura da região 
observou-se a necessidade, de maneira prática, de um acompanhamento mais 
efetivo por parte dos assistentes sociais instruindo como obter sucesso frente ao 
INSS. 
 Utilizando uma abordagem grupal nas situações sociais problemas 
identificados em um número significativo de usuários. Organizando grupos para 
sua plena participação do processo social. 
 Marilda Villela Iamamoto (2004) diz que para compreender a metodologia 
do Serviço Social, não se deve percebê-la de modo separada da sociedade, pois 
ela diz respeito ao modo de ler, de interpretar, de se relacionar com a realidade 
Social. 
 Sabe-se que são agendadas duas perícias no INSS, a perícia social e a 
perícia médica. 
 A perícia social que tem um peso muito grande por se tratar de famílias 
muito vulneráveis,é de grande importância que o usuário leve não só um 
comprovante do seu meio de subsistência como também comprovante de todos 
os seus gastos com saúde ou despesas extraordinárias, haja visto que é 
analisado a renda per capta da família em questão, somente dessa maneira 
poderá ser calculado de forma justa a necessidade desse direito, aumentando 
muito as chances de aprovação no próprio INSS. Evitando assim transtornos para 
a pessoa com necessidade, como também despesas desnecessárias com o 
judiciário, encurtando o longo caminho a ser percorrido devido a novos prazos do 
INSS frente a pandemia. 
 Não devemos nos esquecer que apesar do BPC ser encaminhado para o 
INSS, ele faz parte da proteção básica do SUAS, sistema único de assistência 
social. Por isso há grande responsabilidade do serviço social se mobilizar para 
garantir da melhor forma o atendimento a esse usuário. 
 A mudança na realidade é muito grande para quem necessita desse 
benefício, pois a maioria convive com despesas extraordinárias por conta da 
saúde frágil, vivendo muitas vezes em situação precária sem conseguir ter o 
mínimo de dignidade. 
17 
 
8 CRONOGRAMA DO PROJETO INTEGRADOR 
 
 
Etapa do Projeto Mês 
1 
Mês 
2 
Mês 
3 
Mês 
4 
Mês 
5 
Mês 
6 
Mês 
7 
Mês 
8 
Mês 
9 
Mês 
10 
Mês 
11 
Elaboração do projeto x 
Análise e levantamento dos 
possíveis beneficiários 
 x 
Determinação das 
instrumentalidades 
 x 
Convocação no Centro de 
Referência (CRAS) 
 x x x x 
Metodologia da intervenção x x x x 
Pesquisa de Abrangência do 
acesso à informação 
 x 
Resultado final da proposta de 
intervenção 
 x x 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A presença dos assistentes sociais no CRAS, enquanto profissionais que 
buscam efetivar a garantia de direitos aos usuários, apresenta-se como elemento 
de fundamental importância, pensando no acesso destes usuários à política de 
Assistência Social. 
 Essa pesquisa trouxe um esclarecimento informativo de como o assistente 
social dessa instituição tem um papel relevante no que se refere a garantia de 
direito dos usuários dessa categoria. 
 Mostrou de maneira prática como o profissional pode intervir garantindo o 
bem estar social. 
 Tratou-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa na qual 
se preocupa, com as ciências sociais, com um nível de realidade que não pode 
ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, 
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais 
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser 
reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2001). 
 De acordo com MINAYO (2011), a pesquisa qualitativa se divide em partes. 
Nessa intervenção foram levados em conta a análise do objeto, a compreensão e 
internalização e o que fundamenta essa pesquisa. Com isso percebendo que 
pode haver a mudança de realidade apenas com algumas abordagens, e com 
acesso à informação tão necessária a esse grupo de grande vulnerabilidade. 
 Percebe-se o quão é relevante o agir profissional critico diante da realidade 
social, pois é o momento que a profissão rompe com o tradicionalismo, e se vê 
mais comprometido com a prática profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
REFERÊNCIAS 
 
GOMES, Ana Lígia. O Benefício de Prestação Continuada: Uma Trajetória de 
retrocessos e limites. Revista Serviço Social e Sociedade nº 68. São Paulo: 
Editora Cortez, 2001 
IAMAMOTO, Marilda Villela & CARVALHO, Raul de. Relações sociais e serviço 
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de 1º de outubro de 2003, acresce parágrafo ao art. 162 do Decreto no 3.048, de 
6 de maio de 1999, e dá outras providências. ________. Decreto nº 6.564, de 12 
de setembro de 2008. Altera o Regulamento do Benefício de Prestação 
Continuada, aprovado pelo Decreto no 6.214, de 26 de setembro de 2007, e dá 
outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 
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