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1-Met Prat Ed em Organizações NÃO escolares

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METODOLOGIA E PRÁTICA DE 
EDUCAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES NÃO 
ESCOLARES
OBJETIVOS DO ESTÁGIO EM GESTÃO DAS 
ORGANIZAÇÕES NÃO ESCOLARES, SEUS 
DIFERENTES CENÁRIOS, INSTRUMENTOS E 
PROCEDIMENTOS
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Resgatar a trajetória das disciplinas de Estágio Supervisionado, relacionando os vários campos de atuação do
pedagogo;
2. apresentar os desafios da disciplina Estágio de Gestão Não Escolar, enfatizando as novas áreas de atuação do
pedagogo para além do espaço da escola;
3. definir o conceito de organização não escolar;
4. identificar os diferentes cenários de realização do estágio e aspectos que devem ser observados durante o
acompanhamento das atividades na organização não escolar;
5. conhecer o modelo de relatório que fará parte da avaliação da disciplina.
Um convite ao debate
As disciplinas de estágio supervisionado estão voltadas para as áreas de formação de professores de educação
básica no Ensino Fundamental – séries iniciais e na Educação Infantil, de matérias pedagógicas para o curso de
formação de professores, coordenação e gestão de projetos educacionais em espaços escolares e não escolares.
As práticas de estágio até agora vivenciadas possibilitaram aos alunos o entendimento da atuação profissional
do pedagogo, sobretudo, no âmbito das instituições educativas. Com base nos estágios realizados, o aluno poderá
atuar:
Campos de atuação
Como docente na Educação Infantil e nos anos iniciais no Ensino Fundamental
Na assessoria e consultoria de projetos educativos
Na assessoria de pesquisas especializadas na área de educação e na avaliação institucional
Na gestão dos níveis intermediários e centrais dos sistemas de ensino
Como orientador educacional, coordenador pedagógico e gestor escolar
Como docente dos cursos de formação de professores na modalidade Normal de Ensino Médio, bem como na
formação continuada dos profissionais de educação
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Sabemos que a educação envolve processos amplos e complexos, perpassa e estrutura os vários espaços de
socialização e aprendizagem que o ser humano tem acesso desde o momento que nasce, como ser biólogo e ser
social. Ocorre na família, na rua, nos grupos sociais, no mundo do trabalho, nas organizações, na política, nos
meios de comunicação, etc.
Em outros termos, a formação do ser humano, como um ser coletivo e como cidadão, começa na família e terá
continuidade na escola, na sociedade e no mundo do trabalho. Diz Libâneo (2001, p. 24):
“A educação associa-se, pois, a processo de comunicação e interação pelos quais os membros de uma
sociedade assimilam saberes, habilidades, técnicas, atitudes, valores existentes no meio
culturalmente organizado e, com isso, ganham o patamar necessário para produzir outros saberes,
técnicas, valores, etc. É Intrínseco ao ato educativo seu caráter de mediação que favorece o
desenvolvimento dos indivíduos na dinâmica sociocultural de seu grupo, sendo que o conteúdo
dessa mediação são os saberes e modos de ação. É esta ideia– -força que explica as várias educação,
suas modalidades e instituições, entre elas a educação escolar.” (LIBÂNEO, 2001, p. 24).
A complexidade dos processos educativos exige que o curso Pedagogia forme profissionais com competências e
habilidades que possam atender às demandas socioeducativas da sociedade. De acordo com as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso Pedagogia aprovado em dezembro de 2005, o egresso deste curso deverá
estar apto a:
"[...] atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa, equânime,
igualitária; trabalhar, em espaços escolares e não escolares, na promoção da aprendizagem de
sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do
processo educativo; identificar problemas socioculturais e educacionais com postura investigativa,
integrativa e propositiva em face de realidades complexas, com vistas a contribuir para superação de
exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas, políticas e outras; demonstrar
consciência da diversidade, respeitando as diferenças de natureza ambiental-ecológica, étnico-racial,
de gêneros, faixas geracionais, classes sociais, religiões, necessidades especiais, escolhas sexuais,
entre outras; desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogo entre a área educacional e as
demais áreas do conhecimento; participar da gestão das instituições em que atuem planejando,
executando, acompanhando e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientes escolares
e não escolares; realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre seus
alunos e alunas e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não
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escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos;
sobre propostas curriculares; e sobre a organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas."
Fica claro que a formação generalista do pedagogo, com ênfase em gestão da educação e gestão da
aprendizagem, habilita-o para atuar em todos os espaços nos quais ocorre a formação do ser humano no seu
sentido amplo e restrito:
• nos espaços escolares formais e não formais;
• nas organizações do mundo do trabalho;
• as organizações da sociedade civil, como ONGs, sindicatos, movimento sociais, espaços culturais, meios 
de comunicação, hospitais, instituições religiosas, etc.
Complementando essa discussão, Libâneo ressalta que existem diferentes manifestações e modalidades de
prática educativa, tais como a educação informal, não formal e formal.
Fonte: http://sociedadeelinguagem.blogspot.com.br
A educação informal corresponde às ações e influências exercidas pelo meio, pelo ambiente sociocultural e por
meios das relações individuais e grupais que se estabelecem durante a vida em sociedade e das quais resultam
diversos conhecimentos e práticas que não dependem necessariamente de uma instituição.
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A educação formal compreende as instâncias de formação, escolares ou não, onde há objetivos educativos
explícitos e uma ação intencional institucionalizada, estruturada e sistemática. Já a educação não formal
compreende as instâncias de formação fora dos marcos institucionais, com um certo tipo de sistematização e
estruturação.
Em síntese, o pedagogo ganha relevância profissional para além dos muros da escola justamente por ter uma
formação que permite entender e intervir nos complexos mecanismos que fundamentam o processo de
desenvolvimento e de aprendizagem dos seres humanos.
Para Início de Debate: Conceitos de Formação Continuada, Gestão de Pessoas e Recursos Humanos
Formação Continuada não é um conceito novo, mas nestes últimos anos vem ganhando especial relevância,
tendo em vista as recentes transformações no mundo do trabalho.
No seu sentido amplo, Formação Continuada é aquela que se realiza ao longo da vida, continuamente, é inerente
ao desenvolvimento da pessoa e relaciona-se com a ideia de crescimento e aperfeiçoamento tanto no campo
pessoal quanto no profissional.
Do ponto de vista profissional, a formação continuada do trabalhador tem sido cada vez mais entendida como
necessária para que as organizações concretizem seus objetivos e metas, uma vez que a formação inicial - que
corresponde aos conhecimentos, competências e habilidades que determina a profissão que cada indivíduo será
capaz de exercer - não dá conta da formação do perfil de profissional que o mercado exige.
Contudo, o debate urgente sobre a relação entre formação inicial e formação profissional continuada foge dos
objetivos desta disciplina. É importante reforçar que hoje as organizações estão assumindo para si a tarefa de
atualização e adequação do trabalhador ao perfil que elas precisam.
O conceito de gestão de pessoas, assim como o de recursos humanos, são temas recorrentes da bibliografia da
área da administração. Possuem significados distintos, embora, muitas vezes, estes sejam utilizados como
semelhantes.Pode-se dizer que o conceito de Recursos Humanos tem sua origem na administração como teoria científica. O
setor de Recursos Humanos surge na sociedade capitalista com a função de ocupar-se da seleção, do
treinamento, do adestramento, da pacificação e ajustamento do trabalhador aos métodos e processos de
trabalho que caracterizam as atividades realizadas pelas organizações da sociedade.
O final dos anos 70 e início dos 80 inaugura um complexo processo de transformações econômicas, sociais,
institucionais e tecnológicas, concretizando evidências da mudança do capitalismo no cenário mundial. É nesse
momento que se reestruturam novos modelos de organização que, consequentemente, colocam em xeque os
modelos de administração, dentre eles o conceito de Recursos Humanos.
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As organizações passam a buscar o envolvimento, a adesão do coletivo dos trabalhadores aos seus objetivos, o
uso das novas tecnologias de informação e de comunicação, incorporando nos equipamentos e processos
produtivos numerosas funções mentais, alterando a intervenção humana no processo de trabalho e demandando
do trabalhador competências para lidar com essas novas exigências do mundo do trabalho.
Surge então o conceito de gestão de pessoas com a função de humanizar a área de recursos humanos das
organizações.
A participação, o envolvimento e desenvolvimento e formação dos funcionários, bem como a valorização do
trabalho em equipe, são apresentados como necessários para a atuação e para o crescimento das organizações.
Desta forma, a gestão de pessoas vai para além do setor de Recursos Humanos, sendo entendida como a
formação e participação dos profissionais nas decisões das organizações, fazendo com que sintam-se partes
integrantes delas. O setor de Recursos Humanos, propriamente dito, passa a ser visto como responsável pelas
técnicas e mecanismos que viabilizam a gestão de pessoas no sentido amplo.
Os conceitos de formação continuada, gestão de pessoas e recursos humanos serão aprofundados nas próximas
aulas.
Cabe assinalar que, a despeito das diferenças e aproximações entre esses conceitos, o debate apresentado indica
que não pode falar de formação de profissional, participação e gestão de processos de trabalhos, sem mencionar
a contribuição da Pedagogia.
No decorrer da disciplina, entenderemos melhor os caminhos percorridos pela Pedagogia para tornar o
pedagogo um profissional necessário na composição de equipes de organizações de natureza diversas.
O estágio supervisionado dirigido à atuação do pedagogo em organizações não escolares talvez seja o estágio de
maior desafio na grade curricular do curso Pedagogia, pois envolve cenários que ainda não foram devidamente
desbravados e dominados pelos pedagogos.
Mas, por outro lado, as experiências adquiridas nos estágios anteriores serão extremamente valiosas para que o
aluno se aventure com maior segurança nessas novas áreas de atuação.
Com certeza, neste estágio você já domina os procedimentos e formulários necessários, bem como já sabe se
organizar para iniciar as atividades de campo. Vale lembrar que poderá recorrer sempre ao passo a passo da
disciplina e aos diversos modelos de formulários postados na Biblioteca Virtual. A seguir identifique as áreas
/atividades nas quais o pedagogo pode atuar hoje e que serão, portanto, os cenários desse estágio:
• Pedagogia Empresarial
Realizada em empresas públicas e privadas, ocupa-se de conhecimentos e competências necessárias à
melhoria da produtividade. As habilidades são qualificação, requalificação e formação de pessoas dentro
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das organizações, em atividades como coordenar equipe multidisciplinar, gerar mudanças culturais,
acompanhar processos de seleção e avaliação do desempenho do funcionário e processos de
planejamento e avaliação institucional.
• Pedagogia Social
Realizada em organizações não governamentais ou socioassistenciais, ocupa-se de conhecimentos e
competências necessárias ao cumprimento da missão e objetivos sociais dessas organizações. As
atividades estão voltadas para o planejamento, o acompanhamento e a avaliação dos projetos sociais, nas
atividades de assessorar e coordenar equipe multidisciplinar, no acompanhamento dos processos de
seleção e avaliação do desempenho dos funcionários, bem como na formação dos profissionais.
• Pedagogia Hospitalar
Realizada em hospital e clínica, atende às necessidades educacionais de criança/adolescente
hospitalizada. Envolve atividades e projetos que promovam a qualidade de vida de crianças
hospitalizadas, bem como favorecem o acesso à educação.
• Pedagogia Cultural
Realizada em organizações culturais e artísticas, visa oportunizar o acesso à educação em arte. As
atividades estão voltadas para o planejamento, o acompanhamento e a avaliação dos projetos culturais e
artísticos.
• Pedagogia Multimeios
Realizada em organizações da área de informática, comunicação e mídia, é uma área em franco
crescimento e que requer o trabalho formativo-educativo de pessoas para o ensino e aprendizagem da
informática, das tecnologias, das mídias em geral.
O que vem na próxima aula
•A história do curso de Pedagogia com o intuito de entender como foi sendo construído o trabalho do pedagogo;
•As áreas de atuação do pedagogo e sua contribuição na elaboração de proposta de formação de outros
profissionais.
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• compreender o significado da disciplina de Prática de estágio supervisionado em gestão das 
organizações não escolares;
• identificar as novas áreas de atuação do pedagogo para além do espaço da escola;
• compreendeu os cenários e os eixos principais do trabalho que irá observar no estágio.
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	Olá!
	
	Pedagogia Empresarial
	Pedagogia Social
	Pedagogia Hospitalar
	Pedagogia Cultural
	Pedagogia Multimeios
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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