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AULA Direito Constitucional RESUMO-1

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SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO 
 
Constituição 
Fundamento de validade para todo o ordenamento 
jurídico / Estatuto do poder político. 
 
Sentidos da Constituição 
- Sentido sociológico 
Ferdinand Lassalle – Século XIX 
Fato social e não uma norma jurídica 
“Realmente é” – caráter material (essência) 
Constituição real e efetiva 
Soma dos fatores reais do poder 
Choque de interesses 
Equilíbrio instável entre os interesses 
Mera “folha de papel” 
 
- Sentido político 
Carl Schmitt 
“A Teoria da Constituição” - 1920 
Decisionista ou voluntarista 
Decisão política fundamental 
Elementos essenciais do Estado 
Produto da vontade do titular do poder constituinte 
Constituição x Leis constitucionais 
 
- Sentido jurídico 
Hans Kelsen 
Teoria Pura do Direito / Norma jurídica pura 
Norma superior e fundamental do Estado 
Validade não se apoia na realidade social do Estado 
Escalonamento hierárquico das normas 
Normas fundadas x normas fundantes 
Lógico-jurídico – norma hipotética fundamental 
Jurídico-positivo – norma positiva suprema (escrita) 
Fundamento de validade está na hierarquia 
 
- Sentido cultural 
Meirelles Teixeira 
Direito como objeto cultural / Parte da cultura 
Direito não é: real, ideal, puro valor 
Produto da atividade humana 
Constituição total 
Combinação de todas as concepções anteriores 
 
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO 
 
Lei fundamental e suprema de um Estado 
Constituição ideal – J.J Canotilho 
Caráter liberal / Deve conter os seguintes elementos: 
o Deve ser escrita 
o Sistema de direitos fundamentais individuais 
o Separação dos poderes 
o Sistema democrático formal 
 
!!! Busca a limitação do poder coercitivo do Estado 
ESTRUTURA DAS CONSTITUIÇÕES 
 
Preâmbulo 
Intenções do legislador constituinte 
Ideologia do poder constituinte originário / Valores 
NÃO é norma constitucional 
NÃO é de reprodução obrigatória pelas C.E 
NÃO dispõe de força normativa 
NÃO tem caráter vinculante 
!!! Não é juridicamente irrelevante 
 
Parte dogmática 
Corpo permanente, do art. 1º ao 250 
Podem ser modificadas por EC (poder constituinte 
derivado reformador) 
 
Disposições transitórias 
Integrar a ordem jurídica antiga à nova (nova CF) 
Normas formalmente constitucionais 
ADCT - Ato das Disposições Const. Transitórias) 
Pode ser modificada por reforma constitucional 
Paradigma para o controle de constitucionalidade 
 
ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES 
 
José Afonso da Silva – 5 categorias de normas 
constitucionais, conforme suas finalidades 
o Elementos orgânicos 
o Elementos limitativos 
o Elementos socioideológicos 
o Elementos de estabilização constitucional 
o Elementos formais de aplicabilidade 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
Quanto à origem: 
- Outorgadas (impostas, ditatoriais, autocráticas) 
Ex: CF 1824, 1937, 1967 e EC 01/1969 
- Democráticas (populares, promulgadas ou votadas) 
Ex: CF 1891, 1934, 1946 e 1988 
- Cesaristas (bonapartistas) 
- Dualistas (pactuadas) 
 
Quanto à forma: 
- Escritas (instrumentais) 
 *codificadas (unitárias ou reduzidas) => CF/88 
 *legais (variadas, pluritextuais ou inorgânicas) 
- Não Escritas (costumeiras ou consuetudinárias) 
 
Quanto ao modo de elaboração: 
- Dogmáticas (sistemáticas) – Quanto à ideologia 
 *ortodoxas 
 *heterodoxas (ecléticas) / compromissórias => CF/88 
- Históricas (costumeiras) 
 
!!! São juridicamente flexíveis, mas política e socialmente 
rígidas 
 
Quanto à estabilidade / alterabilidade: 
- Imutável (granítica, intocável ou permanente) 
- Super-rígida 
- Rígida (sempre escrita) => CF/88 
- Semirrígida ou semiflexível 
- Flexível 
!!! Maior ou menor rigidez da Constituição não lhe assegura 
estabilidade 
 
Quanto ao conteúdo: 
- Constituição material 
- Constituição formal (procedimental) => CF/88 
 
Quanto à extensão: 
- Analíticas (prolixas, extensas ou longas) => CF/88 
- Sintéticas (concisas, sumárias ou curtas) 
 
Quanto à correspondência com a realidade: 
- Normativas / Ex: CB 1891, 1934 e 1946 
- Nominativas (nominais, nominalistas) 
- Semânticas / Ex: CB 1937, 1967, 1969 (EC) 
!!! Quanto à ontologia / Karl Loewenstein 
 
Quanto à função desempenhada: 
- Constituição-lei 
- Constituição-fundamento (Const. total, ubiquidade 
constitucional) 
- Constituição-quadro ou const.-moldura => CF/88 
 
Quanto à finalidade / modelo / sentido teleológico: 
- Constituição-garantia (sempre sintéticas) 
- Constituição-dirigente (sempre analíticas) => CF/88 
- Constituição-balanço ou constituição-registro 
 
Quanto ao conteúdo ideológico / objeto / ideologia: 
-Liberais (liberdades negativas / const.-garantia) 
-Sociais (direitos sociais /prestações positivas) = CF/88 
!!! André Ramos Tavares 
 
Quanto ao local de decretação: 
- Heteroconstituições (Heterônomas) 
- Autoconstituições (Autônomas, homoconstituições) 
 
Quanto ao sistema: 
- Constituição principiológica ou aberta => CF/88 
- Constituição preceitual 
 
Outras classificações: 
-Plástica: 
 *Pinto Ferreira – constituições flexíveis 
 *Raul M. Horta – conteúdo maleável sem precisar 
de emenda constitucional 
- Expansiva: Trazendo novos temas e ampliando o 
tratamento de outros. => CF/88 
- Dúctil (suave ou maleável): 
 * Gustavo Zagrebelsky - sociedade plural / assegurar 
condições para uma vida comunitária / pluralismo 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
Alcance / grau de realização da Constituição 
Todas as normas constitucionais surtem efeitos 
jurídicos / juridicidade 
Imperativas e cogentes 
Varia quanto ao grau de eficácia 
Doutrina americana clássica: normas autoexecutáveis 
e não-autoexecutáveis 
Doutrina brasileira: José Afonso da Silva 
 
- Normas de eficácia plena: 
Produzem ou têm possibilidade de produzir todos os 
efeitos que o legislador quis regular 
*autoaplicáveis, não-restringíveis, aplicabilidade 
direta, imediata e integral 
 
- Normas de eficácia contida / prospectiva / contível / 
redutível / restringível: 
Aptas a produzirem todos os seus efeitos, mas que 
podem ser restringidas 
*autoaplicáveis, restringíveis (por lei, norma const. ou 
conceitos jurídicos indeterminados), aplicabilidade 
direta, imediata e possivelmente não-integral 
 
- Normas de eficácia limitada: 
Dependem de regulamentação futura para 
produzirem seus efeitos. Possuem eficácia mínima 
*não-autoaplicáveis, aplicabilidade indireta, mediata e 
reduzida 
 
Subdividem-se em: 
=> Normas declaratórias de princípios institutivos ou 
organizativos (impositivas ou facultativas) 
=> Normas declaratórias de princípios programáticos 
 
Efeitos: Negativo e Vinculativo 
 
Classificação Maria Helena Diniz: 
 
- Normas com eficácia absoluta 
- Normas com eficácia plena 
- Normas com eficácia relativa restringível 
- Normas com eficácia relativa complementável ou 
dependentes de complementação 
 
!!! Existem as normas constitucionais de eficácia exaurida e 
aplicabilidade esgotada (exemplo de alguns dispositivos do 
ADCT da CF/88) 
 
HIERARQUIA DAS NORMAS 
 
Pirâmide de Kelsen 
Normas fundadas x normas fundantes 
Constituição no topo 
Normas constitucionais originárias (texto promulgado 
originalmente pelo poder const. orig.) 
Normas constitucionais derivadas (emendas 
constitucionais pelo poder const. deriv.) 
Não existe hierarquia entre normas constitucionais 
originárias 
Não existe hierarquia entre normas constitucionais 
originárias e derivadas 
Normas constitucionais originárias não podem ser 
declaradas inconstitucionais 
Emendas constitucionais podem ser objeto de 
controle de constitucionalidade 
Otto Bachof – normas constitucionais 
inconstitucionais (teoria não admitida no Brasil) 
Tratados e convenções internacionais de DH 
aprovados por rito especial das EC, são equivalentes 
Demais tratados internacionais de DH aprovados no 
rito ordinário tem status supralegal 
Valério Mazzuoli – controle de convencionalidade das 
leis (EC 45/2004) 
Normas abaixo da constituição (infraconstitucionais / 
primárias): 
*leis (complementares, ordinárias e delegadas), 
medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções 
legislativas, tratados internacionais em geral, decretosautônomos, regimentos: tribunais, CNMP, CNJ, 
Senado e Câmara dos Deputados 
*não possuem hierarquia entre si 
*geram direitos e obrigações 
Leis federais, estaduais, distritais e municipais 
possuem o mesmo grau hierárquico 
Existe hierarquia entre CF, CE e Leis Orgânicas 
Leis complementares tem mesmo nível hierárquico 
das leis ordinárias 
Leis complementares podem tratar de temas 
reservados às leis ordinárias (a maiori ad minus) 
Leis ordinárias não podem tratar de tema reservado 
às leis complementares (nomodinâmica) 
Normas infralegais (secundárias): 
*decretos regulamentares/ executivos, portarias, 
instruções normativas 
*não geram direitos e obrigações 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
Teoria do poder constituinte – Emmanuel Sieyés 
“O que é o Terceiro Estado” 
Vésperas da Revolução Francesa – Séc. XVIII 
Rompia com a legitimação dinástica do poder 
Teoria se aplica somente aos Estados com 
Constituição escrita e rígida 
Poder Constituinte x Poderes Constituídos 
Emmanuel Sieyés – titularidade da nação 
J. J Canotilho – titularidade do povo 
Seu exercício nem sempre é democrático 
Exercício democrático ou por convenção 
*exercício direto ou indireto 
Exercício autocrático ou por outorga 
Assembleia Constituinte soberana - poder de elaborar 
a constituição sem consulta ou ratificação => CF/88 
Assembleia Constituinte exclusiva - composta por 
pessoas que não pertencem a qualquer partido 
político 
Poder constituinte originário x derivado 
 
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: 
- político: poder de fato, extrajurídico, pré-const. 
- inicial: nova ordem jurídica 
- incondicionado: não se sujeita a procedimentos 
- permanente: não se esgota / estado de latência 
- ilimitado juridicamente: não se submete a limites 
determinados pelo direito anterior 
* quanto ao momento de sua manifestação: histórico 
(fundacional) e pós-fundacional (revolucionário) 
* quanto às dimensões: material e formal 
!!! efeito cliquet – vedação ao retrocesso em matéria de 
direitos fundamentais 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO: 
- jurídico: regulado pela constituição, previsto juridic. 
- derivado: fruto do poder constituinte originário 
- limitado ou subordinado: limitado pela constituição 
- condicionado: a forma de seu exercício é 
determinada pela constituição 
 
Subdivide-se em: 
 
* poder constituinte reformador: poder de modificar a 
constituição (emendas constitucionais) 
* poder constituinte decorrente: poder que a CF 
confere aos Estados de se auto-organizarem 
* poder constituinte revisor: Revisão constitucional 
prevista no art. 3º do ADCT (de eficácia exaurida e 
aplicabilidade esgotada) 
 
!!! Poder constituinte supranacional – UNIÃO EUROPÉIA. 
Vários estados abrem mão de parte da soberania em favor 
de um poder central. Direito comunitário prevalece. 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
Regras x Princípios – espécies de normas 
Regras – mais concretas, não admitem 
descumprimento parcial 
Princípios – mais abstratos, podem ser cumpridos 
apenas parcialmente 
Princípios fundamentais – segundo J. J Canotilho: 
 
- Princípios político-constitucionais: decisões políticas 
fundamentais que formam a Constituição (princípios 
fundamentais) 
- Princípios jurídico-constitucionais: princípios gerais 
que se encontram dispersos no texto constitucional 
 
Princípios fundamentais orientam o Poder 
Constituinte Originário 
Estão dispostos no Título I da CF/88 
Os art. 1º ao art. 4º evidenciam, todos eles, espécies 
de princípios fundamentais 
 
Fundamentos da Rep. Federativa do Brasil – Art. 1º 
SO-CI-DI-VA-PLU 
o Soberania 
o Cidadania 
o Dignidade da pessoa humana 
o Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
o Pluralismo político 
- Soberania: suprema na ordem interna e 
independente na ordem internacional 
- Cidadania: objeto e direito fundamental das pessoas 
- Dignidade da pessoa humana: princípio supremo, 
valor-fonte do ordenamento jurídico 
- Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: esta 
última não pode ser invocada para afastar regras de 
regulamentação do mercado e de defesa do 
consumidor 
- Pluralismo político: liberdade de convicção filosófica 
e política. Exclui os discursos de ódio. 
 
Forma de Estado / Forma de Governo / Regime 
Político 
 
- Forma de estado: maneira pela qual o poder está 
territorialmente repartido. 
 
UNITÁRIO x FEDERAL 
Brasil => Federação 
União, Estados, DF e Municípios – Autonomia 
RFB – Soberania 
Vínculo indissolúvel, não há direito de secessão 
“CLÁUSULA PÉTREA” 
Características: Autonomia e Participação 
Federalismo de Terceiro Grau (União, Estados e 
Municípios) 
Movimento centrífugo ou por segregação 
Federalismo cooperativo 
 
- Forma de Governo: Como se dá a instituição do 
poder na sociedade. Relação governantes x 
governados 
 
REPÚBLICA x MONARQUIA 
Brasil => República 
Caráter eletivo, representativo e transitório 
Responsabilidade dos governantes 
Igualdade formal das pessoas (perante o direito) 
 
- Regime político: Estado democrático de direito 
 
Estado de direito – superação do modelo absolutista 
Estado Liberal de Direito – limitação do poder estatal 
Estado Social de Direito – Prestações positivas (pós 
revolução industrial e revolução russa) 
Estado Constitucional – Estado de Direito + Estado 
democrático (conceito mais abrangente) 
Garantia de uma sociedade pluralista 
Participação direta (plebiscito, referendo, iniciativa 
popular e ação popular) 
Participação indireta (representantes eleitos) 
Brasil => democracia semidireta ou participativa 
 
Harmonia e Independência entre os Poderes – Art. 2º 
 
Separação de poderes 
Limitação do poder estatal 
Aristóteles – “A Política” 
João Locke 
Montesquieu – “O Espírito das Leis” 
Poder político é uno e indivisível 
As funções estatais é que são objeto de separação 
Funções distintas de um mesmo poder (Legislativa, 
executiva e judiciária) 
Exercem funções típicas e atípicas 
Independência – ausência de subordinação 
Harmonia – colaboração, cooperação 
A independência entre os poderes não é absoluta 
Sistema de freios e contrapesos 
Interferência legitima de um poder sobre o outro (nos 
limites constitucionais) 
 
Objetivos Fundamentais da República Federativa do 
Brasil – Art. 3º 
CON-GA – ERRA - PRO 
o Construir uma sociedade livre, justa e 
solidária 
o Garantir o desenvolvimento nacional 
o Erradicar a pobreza e a marginalização e 
reduzir as desigualdades sociais e regionais 
o Promover o bem de todos, sem preconceitos 
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação 
!!! Promoção do bem de todos = igualdade material 
Princípios das Relações Internacionais – Art. 4º 
CONDE PRESO NÃO REINA, COOPERA IGUAL 
 
Independência nacional / Prevalência dos direitos 
humanos / Autodeterminação dos povos / Não-
intervenção / Igualdade entre os Estados / Defesa da 
paz / Solução pacífica dos conflitos / Repudio ao 
terrorismo e ao racismo / Cooperação entre os povos 
para o progresso da humanidade / Concessão de asilo 
político. 
* Baseados na carta ONU – 1945 (II Guerra Mundial) 
* P.U – A RFB buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina.

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